VITÓRIA NO DESERTO Como se Fortalecer nos Dias de Sequidão por John Jo hn Bever Beveree Copyright © 1992, 2002, 2005 by John P. Bevere Edit Editor oraa Luz Luz às Naçõ Nações es © 2011 2 011 Equ ipee Edilan Edil an Coordena Coordenação Ed Edi tori al | Equip Tradução radução e revi r evisão são | Equipe Equi pe Edilan Edil an Originalmente publicado nos Estados Unidos, sob o título Victory in the Wilderness - Growing Strong in Dry Times by John Bevere Published by Messenger International, P.O. Box 888, Palmer Lake, CO 80133-0888. Publicado no Brasil por Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte — Itanhang Itanhangáá — Rio Rio de Janeiro, Janeiro, Brasi Bras il CEP: CEP : 22753 22753-07 -070. 0. Tel. el. (21) (21) 24 2490 90-2551 - 1ª edição brasileira: setembro de 2011. Todos os direitos reservados. Nenhum Nenhuma parte deste livro po poderá derá ser reprodu reproduzzida po porr qu qual alqu quer er forma, forma, armazenada em sistema de recuperação de dados ou transmitida por qualquer forma ou meio – seja eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro - sem a autorização prévia da editora. Salvo indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional (NVI), Editora Vida; da Almeida Corrigida e Revisada Fiel (ACF), SBB; da Almeida Atualizada (AA), SBB e da Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), SBB. As demais versões foram traduzidas livremente do idioma inglês em função da inexistência de tradução no idioma português. Por favor, note que o estilo editorial da Edilan inicia com letra maiúscula alguns pronomes na Bíblia que se referem ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e pode diferir do estilo editorial de outras editoras. Observe que o nome “satanás” e outros relacionados não iniciam com letra maiúscula.
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B467v Bevere, John Jo hn,, 1959 1959-Vitória tória no n o deserto: des erto: como como s e fortalecer fortalecer em tempos tempos de s equ equiidão dão/John /John Bevere; [tradução [traduç ão Mays M ays a Mont Mo ntes es]. ]. - 1.ed. 1.ed. - Ri Rio ddee Janei Jane iro: Luz às Nações Naçõ es,, 20 2016 16.. Tradução raduç ão de de:: Victory cto ry in the t he wil wildernes derne s s 2928 29 28Kb; Kb; ePUB ISBN 978-85-99858-99-8 1. Vida cris cris tã. 2. Sofrim Sofrimento ent o - Aspe As pecto ctoss reli religiosos gios os.. I. Títu Títullo. 11-4383. CDD: 248.4 CDU: 248.14 15.07.11 15.07.11 22.07.11 22.07.11 028084
Sumário Agradecimento Agradec imentoss Prefá Pr efáccio Intrroduç Int odução ão
Primeira Parte – O Deserto Capítulo 1 – A Capítulo A Temporada no Deserto Capítulo 2 – A Definição de Deserto
Segunda Parte – Tempo de Provação Capítulo 3 – Tempo de Provação Capítulo 4 – O Nosso Exemplo
Terceira Parte – Tempo de Purificação Capítulo 5 – A Estrada de Deus Capítulo 6 – A Unção Verdadeira Capítulo 7 – O Senhor Vem ao seu Templo Capítulo 8 – O Fogo Refinador Capítulo 9 – Refinar ou Consumir Capítulo 10 – O Julgamento do Ímpio Capítulo 11 – Elementos de Refino
Quarta Parte – Tempo de Preparação Capítulo 12 – Preparem o Caminho do Senhor Capítulo 13 – A Preparação para a Mudança
Capítulo 14 – Resistência à Mudança
Quinta Parte – Vitória no Deserto Capítulo 15 – O Lugar da Revelação Capítulo 16 – Tirando água dos poços Capítulo 17 – Vitória no Deserto
Agradecimentos Minha profunda gratidão...
A todos que se juntaram a nós no projeto, em oração e através do sustento financeiro para que este livro fosse concluído; A Steve e Sam pelo incentivo ininterrupto e pelo apoio técnico; A Scott pelos sábios conselhos e à Amy e à Annette pelos muitos talentos. A minha esposa, Lisa, que sempre me incentivou e bondosamente me ajudou com a revisão e, mais importante ainda, pela esposa cristã dedicada que tem sido. De maneira especial, aos meus três filhos mais velhos, por terem sacrificado seu tempo com o papai para que este projeto pudesse ser completado. E o mais importante: minha sincera gratidão ao meu Senhor Jesus Cristo por sua graça e companhia durante a execução deste projeto; e ao Espírito Santo, por sua fiel direção durante todo o trabalho.
Prefácio John Bevere tem uma mensagem profética para os nossos dias, uma mensagem de Deus, respaldada pelo ensino integral da Palavra de Deus. Depois de passar sete anos no “deserto”, buscando a Deus e estudando sua Palavra, fiquei pensando se, nestes dias em que o ensino da teologia da prosperidade e da filosofia da “felicidade a qualquer custo”, as pessoas aceitariam a palavra que Deus estava me dando. Foi quando me enviaram o livro Vitória no Deserto, de John Bevere. Quando comecei a leitura, na minha cela da prisão, meu coração disparou, porque ali estava a mesma mensagem que o Espírito Santo estava me dando. John proclama que é hora de buscarmos ao Senhor pelo que Ele é, e não apenas por suas promessas. Logo depois que li Vitória no Deserto, recebi seu novo livro, A Voz que Clama. Depois de ler este livro profético, senti o desejo de conhecer o pastor John Bevere. Queria ver quem ele era. Será que Deus havia mesmo dado aquela mensagem urgente e eterna de preparação para os últimos dias àquele jovem pregador? Conhecendo sua formação teológica, queria ver se ele realmente acreditava no que havia escrito.
(Já entrevistei milhares de autores, os quais, muitos deles não sabiam ou nem mesmo acreditavam naquilo que haviam escrito... apenas tinham facilidade para escrever). Pedi que ele viesse me ver na prisão e ele veio. Quando John entrou na minha cela, vi que ali estava um homem enviado por Deus - uma versão moderna da “voz que clama”. Chorei, enquanto conversávamos; John era exatamente o que eu esperava. Vitória no Deserto e A Voz que Clama são dois dos mais importantes livros da atualidade porque contêm as chaves para a sobrevivência da Igreja. Enviei cópias dos dois livros para centenas de amigos e para importantes líderes eclesiásticos. Considero leitura obrigatória para os que desejam servir e obedecer a Cristo e participar da grande colheita de almas do final dos tempos. Você deve estar se perguntando o porquê de tantos crentes e líderes cristãos estarem nos chiqueiros da vida como Pródigos. O Filho Pródigo disse ao seu pai “Dá-me” e acabou num país distante, no deserto e num chiqueiro. John Bevere nos ensina a como voltar para a Casa do Pai.
Jim Bakker
Introdução Este livro é sobre o deserto – um lugar ou período de tempo, pelo qual todo cristão tem que passar à medida que se achega mais a Deus. Não é um tempo de busca de sinais e milagres, mas um tempo para se buscar o coração de Deus, o qual formará o caráter e produzirá o fortalecimento do crente. É um tempo de preparação – mas que pode parecer de abatimento se não houver uma visão da promessa. Minha esperança é que este livro venha a trazer-lhe ânimo, à medida que você prossegue na busca daquele que é o único que poderá satisfazê-lo. Não digo que este seja um estudo exaustivo e completo, porque existe muito mais a ser escrito, mas esta porção saiu do meu coração. A intenção deste livro é introduzir o assunto e deixar que o Espírito Santo faça a aplicação pessoal em sua vida. Evitei, propositalmente, dar exemplos minuciosos da minha própria vida, para evitar que influenciassem na aplicação desta mensagem em sua vida. Cada um tem o seu deserto que consiste de circunstâncias diferentes. Quando cheguei ao deserto, tive sentimentos de confusão, frustração, medo, desconfiança, solidão,
falta de ânimo e raiva. “Como fui parar ali? Esse lugar não pode ser o meu destino!” pensava. No entanto, havia clamado a Deus rendendo-lhe o coração e pedindo que me purificasse dos pecados ocultos, limpasse a minha vida como um vaso e removesse todo e qualquer impedimento à sua glória. Porém, não esperava que esse fosse o processo que ele escolheria para fazer aquilo na minha vida. Este livro descreve a minha jornada ao deserto, assim como a de muitos outros. Eu ainda não “cheguei lá”, nem consegui alcançar tudo que Deus tem para mim, mas a minha oração é que nestas páginas você encontre a força e a coragem para continuar na direção de seu destino em Deus. Quando se tem um entendimento de sua posição na vida, a mesma passa a ter uma perspectiva. Você passa a ver a mão de Deus, mesmo quando não sente o seu toque. É um tempo em que seu amor por ele amadurecerá para além do ponto em que você deixa de perguntar “Quais os benefícios que posso ter de Deus?” e se volta para “O que Ele quer de mim?”.
1a Parte O Deserto
Capítulo Um
A Temporada no Deserto Frustrado, você se lembra do tempo em que bastava sussurrar o nome dele para que sua presença, imediatamente, se manifestasse. Mas agora, no silêncio, você quer gritar: “Deus! Onde estás?” “Mas, se vou para o oriente, lá ele não está; se vou para o ocidente, não o encontro. Quando ele está em ação no norte, não o enxergo; quando vai para o sul, nem sombra dele eu vejo!”
– Jó 23:8-9 É esse o grito de seu coração? Você deseja, ardentemente, ouvir algo que venha do Senhor, mas tudo que consegue é o silêncio. Você ora, mas suas orações parecem cair por terra. Frustrado, você se lembra do tempo em que bastava sussurrar o nome dele para que sua presença imediatamente se manifestasse. Mas agora, no silêncio, você quer gritar:
“Deus! Onde estás?”. Como Jó, você se vira para todos os lados, procurando-o, mas não o vê, nem enxerga sua atuação a seu favor. Bem-vindo ao deserto! Saiba que você não está sozinho, mas em boa companhia. Você está andando por onde Moisés andou... aquele Moisés que foi criado como um príncipe. Moisés, que tinha uma visão da libertação do seu povo da escravidão. Aquele Moisés que, durante quarenta anos, tomou conta de ovelhas num lugarejo perdido no meio do deserto. Você vai estar ao lado de José... José, o preferido de seu pai. O José, que tinha sonhos de liderança e conquistas. Aquele José, que foi jogadopor seus próprios irmãos e mais tarde vendido como escravo e trancafiado numa prisão. Você estará na companhia de Jó... aquele descrito pelas Escrituras como “o homem mais rico do oriente” (Jó 1:3). Aquele Jó que perdeu tudo – os bens, os filhos, a saúde e o apoio da esposa. E o que é mais importante, você estará acompanhado do Filho de Deus – Jesus, que depois de receber o testemunho público do Pai e do Espírito Santo de que era verdadeiramente o Filho de Deus, dirigiu-se para o deserto para enfrentar as forças das trevas.
A procissão dos viajantes do deserto é muito longa, porque o deserto é uma necessidade, uma temporada na vida pela qual passa todo filho de Deus. Nosso desejo é contorná-lo. Tentamos achar um atalho ou desvio, mas não há nenhum. Esta é a rota para a terra prometida, que não pode ser alcançada sem passarmos pelo deserto. A compreensão deste período ou temporada é imperativa se quisermos chegar à terra prometida.
Entendendo os Tempos “... filhos de Issacar,... entendidos na ciência dos tempos para saberem o que Israel devia fazer...”
— 1 Crônicas 12:32 Por entenderem o tempo de Deus, os filhos de Issacar sabiam o que Israel deveria fazer. Aqueles que entendem o tempo ou a temporada do Espírito saberão o que Deus quer que façam e responderão com sabedoria. Por outro lado, os que não têm entendimento do tempo de Deus não saberão o que ele está tentando alcançar em sua vida e agirão como tolos. Foi o que Jesus explicou, em Lucas 12:54-56: “Quando vocês vêem uma nuvem se levantando no ocidente, logo dizem: ‘Vai
chover’, e assim acontece. E quando sopra o vento sul, vocês dizem: ‘Vai fazer calor’, e assim ocorre. Hipócritas! Vocês sabem interpretar oaspecto da terra e do céu. Como não sabem interpretar o tempo presente?”
— Lucas 12:54-56 Você já viu algum agricultor fazer a colheita na época do plantio? A resposta, obviamente, é “não”. Se ele não plantar na estação do plantio, não irá colher no tempo da colheita. Ele sabe que plantar no tempo correto é crucial para a colheita, porque se plantar muito cedo ou tarde demais, a produção será menor na hora da colheita. As sementes não estarão em posição de receber aquilo que necessitam para germinar. A chuva e o calor ou a neve e o frio virão antes que as sementes estejam prontas. Para que sua plantação se beneficie inteiramente da provisão de Deus, o agricultor tem que entender tudo sobre a estação do plantio. Atualmente, na Igreja, estamos no processo de preparação para a colheita que se aproxima. Para que nos beneficiemos inteiramente da poda e do cuidado de Deus, precisamos reconhecer a época em que estamos. Clamamos pela colheita, mas ainda não estamos nessa estação; é hora de poda e enxertia.
Jesus repreendeu as multidões, por buscarem a coisa errada no momento errado, porque: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu:...”
— Eclesiastes 3:1 Vamos tentar compartilhar neste livro como podemos entender um tempo com um propósito crucial: a temporada no deserto; um tempo de poda e de fazer enxerto. Com que propósito? Preparação. A temporada no deserto não é um tempo negativo para aqueles que obedecem a Deus. Seu propósito é muito positivo: nos treinar e preparar para um novo mover do seu Espírito. Sem saber disto, muitos, ao entrarem no deserto se comportam de maneira tola. Por não entenderem, buscam e fazem coisas erradas. Se você procurar uma rota de escape, antes de entender por que Deus o colocou numa determinada situação – no deserto, por exemplo – aocontrário do que pensa, você estará prolongando sua temporada no deserto. Isso poderá levá-lo a experimentar momentos difíceis, frustração e até uma derrota, por não entender o momento ou o lugar para o qual Deus o conduziu. Foi o que aconteceu com os filhos de Israel. A falta de entendimento a respeito do seu tempo no deserto
levou uma geração inteira a ser incapaz de herdar a terra prometida. O propósito de Deus ao conduzi-los para o deserto era testar, treinar e prepará-los para serem guerreiros santos. Mas, ao invés disso, os filhos de Israel acharam que o deserto fosse uma punição, por isso murmuraram, reclamaram e cobiçaram constantemente. Quando chegou a hora de deixarem o deserto para conquistar e ocupar a terra prometida, eles apresentaram o relatório maléfico dos murmuradores. Quando tiveram que escolher entre as promessas de Deus e sua capacidade e a percepção do homem e sua incapacidade, escolheram crer no homem ao invés de Deus. Eles acreditavam que eram incapazes de receber sua terra farta de leite e mel, por isso Deus disse: “Tudo bem; será como vocês creem”. “Essas coisas aconteceram a eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, ...”
— 1 Coríntios 10:11 A ignorância sobre a natureza e o caráter de Deus fez com que eles começassem a agir mal, por isso o que teria sido uma breve jornada no deserto tornou-se uma experiência de uma vida inteira. Os que possuem entendimento sobre o tempo no deserto, entram nele com alegria, sabendo que depois
dele, a “terra prometida” os espera. Essa alegria, fruto da visão que está diante deles, produzirá a força que irão necessitar para terminar a jornada, saindo dela “maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma” (Tiago 1:4). Deus está moldando vasos úteis para seu serviço, que estejam prontos para o novo mover do seu Espírito.
O Deserto não é Tempo de Punição ou Reprovação Neste livro, discutiremos o que o deserto é e o que não é – qual o seu propósito, seus benefícios e seu julgamento. Eu oro para que, através destes exemplos, ilustrações e palavras de instrução, os quais o Espírito Santo me compeliu a compartilhar, você entenda como andar com sabedoria neste lugar e nesta temporada de deserto. Vamos começar por Jesus, como exemplo de alguém que completou, com sucesso, o treinamento no deserto. Em Lucas 3:22, o Espírito Santo desceu sobre Jesus, manifestando-se materialmente (como uma pomba) e a voz do Pai proclamou: “Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado”. Deus não apenas proclamou que Jesus era seu Filho, mas anunciou, para
que todos ouvissem, que Ele o aprovava. Mesmo assim, lemos em Lucas 4:1 que “Jesus, cheio do Espírito Santo... foi levado pelo Espírito ao deserto...”. Isto deixa claro que a razão de sermos levados para o deserto não é a desaprovação nem uma punição de Deus. É importante que isto fique absolutamente claro no começo deste livro. É imperativo que esta questão possa ficar bem resolvida em nosso coração! Outro ponto que deve ser entendido claramente é que Deus não o trouxe para o deserto para abandonálo nas garras de Satanás e se esquecer de você. Deus exortou os filhos da segunda geração do êxodo, antes que entrassem na terra prometida, para que: “Lembrem-se de como o Senhor, o seu Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos, ...” (Deuteronômio 8:2). Entenda uma coisa: o Senhor não para de agir em nossa vida só porque estamos no deserto. Ele nos conduz através dele, e sem ele nunca conseguiríamos chegar ao outro lado! Além do mais, o deserto não é um lugar onde somos colocados “na prateleira” até que ele queira nos usar. Não é assim que nosso Pai, que nos ama, opera. Ao contrário, o deserto é um lugar e período de tempo no qual ele age poderosamente. Você conhece a expressão “ver a floresta pela árvore?” Então, com o
deserto se dá o mesmo - é difícil ver Deus agindo, quando estamos no meio dele. O terceiro ponto que deve ficar claro é este: o deserto não é um lugar de derrota, pelo menos não para aqueles que obedecem a Deus. Jesus, enfraquecido pela fome, sem ninguém para se confidenciar, nem para encorajá-lo e sem nenhum conforto físico ou qualquer tipo de manifestação sobrenatural, durante quarenta dias, foi atacado pelo Diabo no deserto e o derrotou com a Palavra do Senhor! O deserto não é um tempo em que os filhos de Deus são derrotados. “Mas graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo...” (2 Coríntios 2:14). Enquanto peregrinava no deserto, o povo de Israel era constantemente hostilizado pelas nações da região. O Senhor disse a Israel que respondesse lutando. Os filhos de Israel derrotaram os amorreus (Números 21:21-25), os midianitas (Números 31:111) e o povo de Basã (Números 21:33-35). Se o propósito de Deus fosse que eles experimentassem a derrota, ele não ordenaria que defendessem sua posição. No entanto, mesmo que a intenção não fosse um tempo de derrota, muitos morreram sem entrar na terra prometida. Não era assim que Deus queria que fosse, mas esse foi o triste resultado da desobediência.
Espero que isto convença seu coração de que a razão por trás do deserto não é a desaprovação ou punição de Deus. Nem que o deserto é um lugar no qual Deus nos abandona e se esquece de nós. O deserto será um lugar de vitória quando assim acreditarmos e obedecermos a Deus!
Capítulo Dois
A Definição de Deserto ...chega o momento em que o caráter deve ser aperfeiçoado e é no deserto que isso acontece... No capítulo anterior, definimos o que não é deserto. Neste capítulo, vamos lançar luz sobre o que é o deserto. Muitas pessoas se autocondenam quando entram nesse período de tempo. Elas acham que perderam o contato com Deus ou que, de alguma maneira, o desagradaram. Na verdade, elas entenderam mal o significado ou propósito do deserto. Na Bíblia e através da História, tanto homens quanto mulheres passaram pelo deserto como um tempo de preparação para alcançarem seu destino em Deus. Portanto, o deserto não é a rejeição de Deus, mas o seu tempo de preparo. Aqui mesmo, nas primeiras páginas deste livro, gostaria de lembrar-lhe que os eventos ocorridos no Velho Testamento são exemplos e figuras do Novo Testamento e da Nova Aliança. Por isso, vamos usar
os eventos e as profecias do Velho Testamento para ilustrar o deserto. Somente quando incorporamos a lei e os profetas em nossos estudos podemos entender integralmente como Deus age e trabalha com sua Igreja. Jesus disse em Mateus 5:17: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir”. O Espírito Santo lança luz sobre as Escrituras revelando os mistérios do Antigo Testamento, que foram ocultados em Cristo. Ao ler o Antigo Testamento, você verá exemplificadas as verdades do Novo Testamento. O texto de 1 Coríntios 10:11 diz: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado”.
Em outras palavras, Deus quer que nos beneficiemos das lições e experiências de vida dos patriarcas e profetas. Mesmo que muitas profecias do Velho Testamento tenham tido um cumprimento histórico, isso não nega a sua aplicação nos dias de hoje. Uma coisa não invalida a outra.
A Percepção do Deserto Vamos dar uma olhada num exemplo de deserto
do Velho Testamento, descrito no livro de Jó: Mas, se vou para o oriente, lá ele não está; se vou para o ocidente, não o encontro. Quando ele está em ação no norte, não o enxergo; quando vai para o sul, nem sombra dele eu vejo! Mas ele conhece o caminho por onde ando; se me puser à prova, aparecerei como o ouro.
— Jó 23:8-10 Eis aí uma descrição clássica do deserto. Jó está à procura da presença e do mover de Deus em sua vida, mas quanto mais busca, mais furtivo Deus lhe parece. No entanto, Deus está trabalhando a favor de Jó e sabe exatamente o que está acontecendo com ele. Portanto, só porque a presença de Deus não esteja sendo prontamente notada, não significa que Ele não esteja ali, de fato, operando em nossa vida. Quando você aceitou o Senhor Jesus e foi cheio do Espírito Santo, a presença de Deus era maravilhosamente real para você. Quando você chamava pelo seu nome, ele respondia instantaneamente. Quando orava, Deus manifestava sua presença. Como um recém-nascido em sua família, você recebia a atenção que normalmente é dada a um bebê.
O recém-nascido requer um cuidado constante. Precisa ser alimentado, vestido, banhado e necessita que os outros façam tudo por ele. Entretanto, à medida que cresce, devemos deixar que amadureça. Quando nosso filho mais velho começou a se alimentar sozinho, parecia frustrado por não ter a mesma rapidez ou eficiência da mãe em levar a colher à boca. Ele agora tinha que lutar para conseguir o alimento que antes chegava com tanta facilidade à sua boca. Seria muito mais fácil para todos nós se continuássemos a alimentá-lo, ao invés de deixarmos que o fizesse sozinho. Contudo, se tivéssemos escolhido o caminho “fácil”, seu amadurecimento nessa área estaria grandemente comprometido. À medida que os bebês crescem, o nível da assistência que recebem é mudado para estimular seu crescimento e desenvolvimento. É assim que Deus faz conosco a fim de que possamos nos desenvolver e amadurecer espiritualmente. Quando estamos recém-nascidos espiritualmente e cheios do Espírito Santo, durante algum tempo, Deus se manifesta vindo ao nosso encontro cada vez que chamamos. No entanto, para que possamos amadurecer, ele permite que passemos por períodos nos quais ele não nos responde instantaneamente, assim que chamamos. Então, chega o momento em que o caráter deve
ser aperfeiçoado e é no deserto que isso acontece... é no deserto onde Deus parece estar a quilômetros de distância e suas promessas ainda mais longe. Porém, Ele está à mão, porque prometeu que nunca nos deixaria nem nos abandonaria (Hebreus 13:5). O deserto é um período em que você tem a impressão de que está indo na direção contrária de seus sonhos e das promessas que Deus lhe fez. Você não vê nenhum crescimento ou desenvolvimento. De fato, até sente que está retrocedendo. A presença de Deus parece diminuir ao invés de aumentar. Você pode sentir-se mal-amado e até ignorado. Mas, não está.
O Pão de Cada Dia No deserto, Deus lhe dá o “pão de cada dia” e não uma “abundância de coisas” - é um tempo em que você recebe o que necessita física e materialmente e não o que quer . É um tempo em que você vivencia o que precisa socialmente e não o que quer . Quando você está no deserto, Deus sabe do que você necessita espiritualmente e talvez não seja o que você acha que necessita! Nos EUA, chamamos isso de ter falta e dizemos: “Ter falta é coisa do Diabo”. O problema é que nossa definição de necessidade e desejo difere da realidade. Chamamos nossos desejos de “necessidades”, quando não é bem assim!
A Igreja americana ainda não aprendeu o que Paulo quer dizer em Filipenses 4:11-13: Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância (a estar contente e satisfeito de modo que não me sinto perturbado ou inquieto). Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.
Paulo aprendeu que, na força de Cristo, podia se contentar em tempos de sequidão da mesma forma que quando vivia na abundância. Na Igreja americana ainda não aprendemos nenhum dos dois estados! Os que vivem na fartura não estão mais contentes do que os que passam necessidade diariamente. Se não possuímos alguma coisa que achamos que seja nosso direito ter, dizemos que temos “falta” dela. Julgamos a fé das pessoas e a medida de sua espiritualidade pelo que possuem, quando deveríamos atentar para o seu caráter. Os filhos de Israel deixaram o Egito com muitas posses recolhidas dos egípcios –
objetos de prata e de ouro e tecidos finos. Contudo, usaram os metais preciosos para fazer ídolos no deserto e em seguida se adornaram com roupas finas para dançar diante deles. Isso deixa claro que aquelas posses materiais não eram um indicativo de boa espiritualidade – de fato, fica provado o oposto. Apenas dois membros do grupo original do êxodo adquiriram o caráter necessário para entrar e possuir a terra prometida. Somente Josué e Calebe, por terem um espírito diferente – seguiram a Deus integralmente (Números 14:24)! Nosso sistema de valores está desvirtuado se medimos uns aos outros pelo padrão das posses que temos e não pelo que somos. Por outro lado, muitas vezes, quando um cristão passa a ter abundância financeira ou galga uma posição de liderança ou influência, vê isso como se Deus lhe desse permissão para fazer o que quiser! Compra o que quer, gasta o dinheiro com seus próprios desejos (sua cobiça) ou usa sua posição de influência para benefício próprio. Na realidade, a benção financeira e a posição de autoridade deveriam levar a pessoa a depender cada vez mais de Deus para mostrar-lhe seu propósito e direção. Algumas pessoas, quando colocadas numa posição de autoridade, usam isso como um meio de realizar a sua agenda e não a de Deus. Elas usam o
povo de Deus para realizar seus desejos pessoais. Paulo, embora tivesse autoridade para receber ajuda financeira das igrejas que ele mesmo fundou, disse: “Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais? Se outros têm direito de ser sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Mas nós nunca usamos desse direito. Ao contrário, suportamos tudo para não colocar obstáculo algum ao evangelho de Cristo.” (1 Coríntios 9:11-12). Para Paulo, era mais importante não criar obstáculos à pregação do Evangelho do que receber bens materiais, que por direito eram seus! Escrevendo a respeito da ajuda financeira que os filipenses haviam lhe dado, Paulo disse: “Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês.” (filipenses 4:17). Ele se preocupava com o bem-estar dos que ofertaram e não com os benefícios pessoais nem, tampouco, com os benefícios para seu ministério. Existem ainda outras pessoas que não aprenderam a viver com a unção, mas a usam para ajuntar multidões e construir seu ministério. Sua motivação é tornarem-se conhecidas ou levantar grandes somas de dinheiro. Seja qual for a motivação, se o foco não for o coração de Deus, isso redundará
em destruição. O coração de Deus está voltado para o povo e não para a motivação egoísta do ministro. Por isso somos assim admoestados em Filipenses 2:3-5: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus...”
Esta era a atitude de Jesus em seu ministério. Ele não estava motivado pelo egoísmo. Ele tomou sobre si os nossos pecados, nossa doença e a pena de morte (portanto, considerando o nosso bem-estar como mais importante do que o dele próprio), mesmo sendo inocente. O propósito de sua vida e ministério não era servir-se de nós, mas dar-se por nós! Negando-se a si mesmo, deu-nos o maior de todos os dons: a vida eterna! É esse tipo de amadurecimento do caráter, que Deus desenvolve em nosso interior quando estamos no deserto. É no deserto que o fruto do Espírito é cultivado. Irrigados pelo intenso desejo de conhecer o Senhor, vamos procurar andar como Jesus andou. O objetivo de Paulo não era construir um enorme
ministério, mas conhecer a Jesus de forma mais íntima e, acima de tudo, agradar-lhe! O deserto é um lugar seco. Pode ser de sequidão espiritual, financeira, social ou física. É no deserto que Deus dá o “pão de cada dia”, não uma “abundância de coisas”. Durante esse tempo, ele supre nossas necessidades e não, necessariamente, nossos desejos. O objetivo do deserto é nos purificar. Nosso alvo deve ser: o seu coração, não a sua provisão. Então, quando vierem os tempos da abundância, relembraremos que foi o Senhor nosso Deus quem nos deu a abundância para firmar sua aliança (Deuteronômio 8: 18).
2a Parte Tempo de Provação
Capítulo Três
Tempo de Provação Muitas vezes, mesmo nos dias de hoje, buscamos a Jesus pelo motivo errado... reduzindo-o a um recurso em tempos de necessidade. ...o Senhor, o seu Deus, os conduziu... no deserto, durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pôlos à prova, a fim de conhecer suas intenções,...
— Deuteronômio 8:2 Imagine o seguinte: você é um Israelita recémliberto, depois de uma vida inteira de escravidão. Acaba de fazer uma caminhada aterrorizante, apesar de emocionante, entre duas paredes de águas agitadas e perigosas até sair a salvo e no seco do outro lado. Você viu quando aquelas mesmas paredes, que o protegeram no meio do mar, se fecharam matando seus inimigos e celebrou alegremente, dançando diante da vitoriosa libertação de Deus! Você se sentiu
invencível, porque sabia que Deus estava do seu lado e achava que nunca viria a duvidar de alguém tão poderoso e fiel! Mas, agora, o cenário é outro: passaram-se alguns dias e você está cansado, com sede, faminto e enfrentando um calor insuportável. Ainda não chegou nem na entrada da terra “prometida”, mas, pelo contrário, está andando sem destino num deserto cheio de serpentes e escorpiões. Agora você não está mais dançando e cantando ao Senhor sobre o cavaleiro atirado ao mar com seu cavalo, mas está reclamando com seu líder: “Por que você nos tirou do Egito? Para nos matar de sede e fome junto com nossos filhos e rebanhos?” Agora, olhe para você mesmo! Você acha que Deus, poderosamente o tiraria do poder do inimigo para deixá-lo caminhando sem destino, num deserto de confusão e silêncio? Seria este o propósito de Deus? Assim como o Senhor conduziu o povo de Israel, do Egito para o deserto, ele está guiando você. Não foi o Diabo quem conduziu você ao deserto, mas Deus o fez e existe um propósito para este tempo de sequidão. Primeiro ele nos humilha e depois nos prova. Ele faz isso para que vejamos qual é a verdadeira natureza do nosso coração. Como Deus nos humilha? “Assim, ele os
humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná...” (Deuteronômio 8:3). Deus humilhou os Israelitas, permitindo que passassem fome. No entanto, na próxima frase ele declara que os alimentou com o maná. Isso parece uma contradição. Como pode tê-los feito passar fome ao mesmo tempo em que os alimentava com o maná? Veja, o maná é o melhor alimento que se pode comer porque é a comida dos anjos. Elias recebeu forças para caminhar quarenta dias e quarenta noites, depois de comer dois bolos feitos com ele e os israelitas tiveram maná em abundância. Todas as manhãs, recebiam um novo carregamento de maná fresco direto do céu. Ninguém, nunca, ficou sem sua refeição... desde o dia em que Deus começou a mandar o maná até quando acamparam nas praias da terra prometida. Então, por que Deus disse que deixou que o povo “passasse fome”? De que tipo de fome Deus está falando? Para que possamos entender, temos que examinar a situação. Digamos que tudo que você tem para o café-da-manhã seja um pedaço de pão e, à noite, mais um pedaço para a janta. Nada de manteiga, geléia, maionese, presunto, mortadela nem pasta de atum... somente pão mesmo. Lembre-se de que não se trata de apenas alguns
dias ou semanas, mas de quarenta anos dessa dieta. Quando era pastor de jovens, levei um grupo de cinquenta e seis pessoas para uma viagem missionária de oito dias em Trindad e Tobago. A igreja que nos hospedou forneceu as refeições. Havia muita fartura, mas nos deram frango todos os dias. O frango, servido com arroz e legumes, era preparado de muitas maneiras diferentes, mas continuávamos a ter sempre frango. Depois de comer frango durante oito dias, estávamos famintos por alguma coisa diferente. Na volta, chegando em casa, um dos participantes perguntou à mãe o que ela havia preparado para o almoço e ela respondeu: “Frango!”. Ele quase implorou que ela comprasse um hambúrguer na lanchonete da esquina. Repare que já estávamos reclamando depois de apenas oito dias comendo duas refeições diárias à base de frango. Imagine comer a mesma coisa durante quarenta anos! Quatro anos não, quarenta! Foi assim que Deus os fez passar fome. Ele não deu as coisas que a carne do povo queria. Ele apenas deu o que a carne deles precisava. Mas, do que mais eles passaram fome? Ficamos impressionados com o fato de que suas roupas e calçados não se acabaram. Mas, imagine-se usando a
mesma roupa durante quarenta anos! Já imaginou como aquele guarda-roupa de quarenta anos devia estar fora de moda! Nada de roupas novas, shopping center ou lojas... eram sempre os mesmos calçados e acessórios, nada de novo durante quarenta anos! Eles tinham o que precisavam - a proteção contra o frio e o calor - mas não o que queriam! E, além disso, do que mais tiveram fome? Eles viram a mesma paisagem, dia após dia, durante quarenta anos. Todo dia viam apenas cactos, juncos e muita terra ressecada e rachada. Nada de riachos, florestas ou lagos bonitos... só havia o deserto. À luz do que foi dito, vamos examinar novamente o texto: Assim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná... para mostrar-lhes que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do Senhor.
— Deuteronômio 8:3 O que Deus estava fazendo? Ele criou uma fome, removendo tudo que pudesse satisfazer os desejos e demandas da carne, ao mesmo tempo em que provia para suas necessidades fundamentais. Ele criou aquela fome para prová-los. Mas que
tipo de provação seria essa? Deus queria ver se desejariam mais a ele do que às coisas que tinham deixado para trás; se o buscariam ou iriam atrás das coisas que sua carne desejava; se teriam fome e sede de justiça ou de conforto e prazer! Veja qual foi a resposta deles: Um bando de estrangeiros que havia no meio deles encheu-se de gula, e até os próprios israelitas tornaram a queixar-se, e diziam: “Ah, se tivéssemos carne para comer! Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos porós, das cebolas e dos alhos. Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná!
— Números 11:4-6 Eles se lembravam das coisas que tinham deixado no Egito (um exemplo do sistema do mundo). Àquela altura, a antiga condição no Egito, mesmo com a escravidão, parecia preferível, comparada com aquele lugar seco para o qual Deus os havia conduzido. Então, começaram a reclamar e a murmurar, pedindo carne e Deus os ouviu:
Deu-lhes o que pediram, mas enviou magreza às suas almas. ...Comeram (carne-codorna) à vontade, e assim ele satisfez o desejo deles... Não refrearam a sua cobiça...
— Salmos 106:15; 78:29-30 (inserção do autor) Eles receberam o que queriam, mas pagaram um preço alto! Com a carne, sobreveio-lhes o “emagrecimento da alma”. Este emagrecimento deixou-os sem resistência, incapazes de passar no teste de Deus e, por fim, os impediu de entrar na terra prometida! O pecado não foi o pedido de carne, mas o que o pedido representava. Ele revelava a insatisfação do coração deles para com Deus e seu método de liderança, assim como seu intenso desejo pelas coisas do passado, das quais eles tinham lembranças agradáveis, apesar da escravidão. Creio que nestes dias Deus está levando sua Igreja para o deserto. Espiritualmente, os EUA tornaram-se uma terra árida e sedenta. Chegou o momento de sermos provados. Uma vez mais, Deus quer ver se seu povo vai buscar sua face ou sua mão. A face representa a natureza de Deus e seu caráter, o que denota um relacionamento. Sua mão representa
sua provisão e poder. Se você buscar apenas sua mão, certamente não poderá reconhecer sua face. Agora, se buscar sua face, por certo conhecerá sua mão! Os fariseus não reconheceram a face de Deus na pessoa de Jesus. Apenas queriam que sua mão os libertasse do domínio romano. Temos que ser diferentes deles. Se nosso coração estiver em Deus, se o amarmos, se o obedecermos e buscarmos sua face, mesmo nestes tempos de “sequidão”, ele levantará os precursores, que como Josué, se levantarão para possuir a “terra prometida”, e participar da colheita das nações. Deus está levantando a “geração Josué”. Como no tempo de Josué, o lugar do treinamento é o deserto. Estes tempos de sequidão servem para peneirar os murmuradores e os rebeldes, assim como a palha é separada do trigo. Aqueles que buscam apenas os benefícios da promessa e não o “dono das promessas” desmaiarão na sequidão do deserto. Uma coisa é buscar o Senhor por aquilo que ele pode nos dar ou fazer por nós; outra bem diferente é buscá-lo pelo que ELE É! No primeiro caso, busca-se o benefício; a motivação é egoísta. Um relacionamento fraco e imaturo é tudo o que se pode esperar como fruto dessa motivação. Agora, quando se
busca o Senhor pelo que ELE É, estaremos construindo um relacionamento sólido e saudável.
A Motivação Para Buscar Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus. Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?” Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos.
— João 6:24-26 As multidões saíram à procura de Jesus. Quando o encontraram, ele as encarou e disse que a razão porque o buscavam não era por causa dos sinais que viram, e sim porque haviam comido e se fartado. Mas, para que servem os sinais? Servem para informar ou dar direção. Um sinal nunca aponta para si mesmo. Ele nos direciona ou dá alguma informação. Jesus sabia que eles não o estavam buscando por causa dos sinais e milagres que indicavam que ele era o Messias, mas
porque queriam encher a barriga. Muitas vezes, mesmo nos dias de hoje, buscamos a Jesus pelo motivo errado. Estamos apenas atrás dos benefícios e bênçãos, e não porque o amamos. Sem saber nós o usamos, reduzindo-o a um recurso em tempos de necessidade. Sabe aquela pessoa que só lhe procura quando precisa ou quer alguma coisa? Ou, pior ainda, sabe aquela pessoa que faz amizade com você para mais tarde você descobrir que a única intenção dela era conseguir tirar alguma coisa de você? Ou quem sabe tirar proveito de sua influência, posição ou de seu dinheiro e suas posses materiais? Ela não tinha amor ou um carinho genuíno por você. Você apenas serviu aos seus propósitos durante algum tempo. Se você já experimentou uma amizade assim, sabe o que é se sentir usado! Esta atitude egoísta tem permeado a sociedade e a própria Igreja e esta mentalidade está por trás da grande quantidade de divórcios em todo mundo. Até mesmo na igreja as pessoas se casam por razões egoístas. Falham em reconhecer que o casamento é uma aliança de amor e não um contrato. Casam-se pensando nos benefícios que o cônjuge poderá trazer à sua vida, mas se o cônjuge não corresponde à expectativa, procuram outro, ignorando o fato de que,
aos olhos de Deus, uma aliança é mais forte e muito mais restringente do que um contrato. Tem muita gente insatisfeita na igreja, cujo amor esfriou. Alguns se afastam, outros abandonam a fé, servindo ao Senhor pelo que ele pode fazer por eles e não por amor a quem ELE É. Portanto, contanto que Deus esteja providenciando seus desejos, eles continuam felizes e entusiasmados com ele. Mas, assim que entram no tempo da sequidão, a motivação de seu coração é revelada. Sempre que o foco é o ego, começam as reclamações. Mais uma vez, isso é demonstrado pelos filhos de Israel. Quando o Senhor os libertou das mãos de Faraó, o povo se regozijou. Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, pegou um tamborim e todas as mulheres a seguiram, tocando tamborins e dançando. E Miriã lhes respondia, cantando: “Cantem ao Senhor, pois triunfou gloriosamente. Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro”.
— Êxodo 15:20, 21 Eles ficaram impressionados com a grandeza e o poder miraculoso de Deus. Havia muita vibração no coração deles, por causa da libertação que
alcançaram. Entretanto, apenas três dias depois, quando encontraram fontes amargosas no deserto de Sur, começaram as reclamações. Então o povo começou a reclamar contra Moisés, dizendo: “Que beberemos?” (Êxodo 15:24). Será que o Deus que abriu o Mar Vermelho não poderia fazer com que as águas amargas ficassem normais? Moisés não era o mesmo líder que tinha sido festejado como herói três dias antes? Deus acabou mesmo transformando a água amarga em potável, mas alguns dias depois eles estavam reclamando por causa da comida. Eles murmuraram dizendo que “As coisas eram bem melhores antes da libertação”. No deserto, toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão. Disseram-lhes os israelitas: “Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade...”
— Êxodo 16:2-3 Em seguida, as reclamações se voltaram contra Moisés e Arão. Mas no versículo 8, Moisés mostra onde o problema estava: “As vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o Senhor” (Êxodo 16:8).
Nos tempos de sequidão, quando começa a reclamação, ela sempre é dirigida à liderança, à família ou aos amigos. Muitos de nós (por medo), nunca falaríamos contra Deus diretamente, citando o seu nome. Por que então eles dirigiram suas reclamações a Arão e Moisés (e, portanto, ao Senhor)? Porque, em seu modo de ver, Deus os havia desapontado. Deus está examinando o coração da Igreja americana. Vamos buscá-lo agora, para que não sejamos reprovados. O deserto revela a motivação de nosso coração – ele separa o egoísmo do altruísmo. Peça ao Espírito Santo para separar e examinar as motivações de seu coração, separando aquelas que vão prendê-lo daquelas que o arremessarão para frente. Seja um servo sábio: busque as coisas que sejam benéficas para o relacionamento, sabendo que as outras coisas virão como resultado de um relacionamento apropriado com o Senhor.
Capítulo Quatro
O Nosso Exemplo Debatemo-nos sob o jugo pesado das promessas e votos não cumpridos até ficarmos tão sobrecarregados que mal conseguimos erguer a voz em oração. Porque não quero, irmãos, que vocês ignorem o fato de que todos os nossos antepassados estiveram sob a nuvem e todos passaram pelo mar. Em Moisés, todos eles foram batizados na nuvem e no mar. Todos comeram do mesmo alimento espiritual e (todos) beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo.
— 1 Coríntios 10:1-4 Paulo aponta para o fato de que todos eles eram filhos da aliança, descendentes de Abraão e não gentios. Todos viajavam sob a nuvem da proteção de Deus e todos foram batizados em Moisés, que era uma
figura de Cristo, o nosso Redentor. E ainda, todos participaram do alimento e da água espiritual de Cristo. Portanto, fica claro que estamos diante de uma nação que era uma figura da igreja cristã do Novo Testamento. Paulo destaca a palavra “todos” quatro vezes, como se quisesse frisar que: “Não estamos nos referindo aos ímpios, aqui”. E a seguir afirma: Contudo, Deus não se agradou da maioria deles; por isso os seus corpos ficaram espalhados no deserto. Essas coisas ocorreram como exemplos para nós...
— 1 Coríntios 10:5-6 Como eles desagradaram a Deus? 1. Eles cobiçaram coisas más. 2. Eles foram atrás de ídolos. 3. Eles cometeram atos de imoralidade sexual. 4. Eles tentaram ao Senhor. 5. Eles murmuraram contra o Senhor. Depois de apresentar essa lista, Paulo continua dizendo: “Essas coisas aconteceram a eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos.” (1 Coríntios 10:11). Se tais exemplos foram deixados na Bíblia como forma de instrução para nós, precisamos entendê-los!
Essas cinco áreas do pecado eram meras manifestações (ou o fruto mau) de um problema mais profundo na raiz. O autor de Hebreus descreve a mesma coisa e dá uma explicação sobre esses cinco atos de desobediência. Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos
— Hebreus 3:10 A raiz do erro que produz as más ações estava no coração deles! Se seu coração estiver correto, suas ações inevitavelmente estarão alinhadas com Deus. Sem um coração reto, você estará fora de Sua vontade. Seu foco deve estar em alcançar o alvo do chamado celestial de Deus que é conhecê-lo. Um foco distorcido acertará o alvo errado. Paulo disse em Filipenses 3:13-14: Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de
Deus em Cristo Jesus.
Para alcançarmos o chamado celestial de Deus para nossa vida, primeiramente, precisamos nos conscientizar do fato de que ainda nãoo alcançamos, não chegamos à perfeição e que precisamos continuar nos esforçando, transformando e crescendo. Muita gente atinge um platô ou zona de conforto, onde preferem se “manter” ao invés de prosseguirem adiante. As pessoas estabelecem seus padrões pessoais comparando-se umas com as outras ou com o que acreditam ser adequado. Quando chegam a este ponto, param de buscar a Deus por quem ele é e começam a buscar os benefícios que possam advir dele. Perdem o foco e começam a errar em seu coração. Começam a buscar um status ou uma posição na igreja, ou talvez aumentar seu conforto ou sua popularidade. A ênfase é transferida de Deus para o ego. Deus havia deixado de ser o alvo dos filhos de Israel. Portanto, eles tornaram-se incapazes de conhecer seus caminhos. Eles se entusiasmaram com suas obras poderosas - quem não se impressionaria? Eles se alegraram com cada milagre maravilhoso, porque isso os beneficiava. O foco estava em si mesmos. Mas, quando o poder sobrenatural de Deus não se manifestava eles se afastavam. Enquanto
Moisés estava na montanha, eles brincavam. Eles se satisfaziam meramente com os benefícios da salvação. Não havia mais o desejo por mais de Deus. Não estavam mais se esforçando para conhecer Deus e aprofundar o relacionamento para um nível mais íntimo com Ele. Um dia, quando estavam no deserto, Deus disse a Moisés que descesse e ordenasse ao povo que se consagrasse, porque ele viria ao Monte Sinai para falar com eles, da mesma maneira que falava com Moisés. Entretanto, quando chegou o dia em que o Senhor manifestou a Sua presença com relâmpagos e trovões diante de Israel, o povo fugiu: Vendo-se o povo diante dos trovões e dos relâmpagos, e do som da trombeta e do monte fumegando, todos tremeram assustados. Ficaram à distância e disseram a Moisés: “Fala tu mesmo conosco, e ouviremos. Mas que Deus não fale conosco, para que não morramos.”
— Êxodo 20:18-19 Eles imploraram a Moisés: “Vai falar com Deus e depois conta para nós o que ele disse e nós faremos...” (paráfrase do autor), mais uma vez manifestando o desejo de ter apenas o ganho sem um
relacionamento. Eles tinham boas intenções – a intenção deles era obedecer a Palavra de Deus, mas sem um relacionamento eles não conseguiam. Como ser fiel a alguém que você não conhece, nem passa tempo junto? Eles queriam uma fórmula ao invés de um relacionamento, de modo que Deus lhes deu os Dez Mandamentos. Mesmo assim, uma geração após a outra se mostrou incapaz de guardar esses mandamentos. Deus sabia que eles eram incapazes de guardar essas leis talhadas na pedra a menos que ele pudesse substituir seus corações de pedra através de sua Lei. Agora vamos analisar a Igreja contemporânea. Quantos de nós, com a melhor das intenções, tentamos cumprir as leis de Deus? Debatemo-nos sob o jugo pesado das promessas e votos não cumpridos, até ficarmos tão sobrecarregados que mal conseguimos erguer a voz em oração. Voltamo-nos para o pastor, para nossos colegas e para os amigos, esperando que busquem a Deus em nosso lugar e nos digam o que ele quer nos falar. Como os filhos de Israel, tentamos seguir seus mandamentos sem mantermos um relacionamento vivificante com o Senhor. Estamos errando em nosso coração! Jesus disse em João 14:21: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que
me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele”.
Quando lia essa parte das Escrituras, pensava que o Senhor estivesse dizendo: “John, se você obedecer aos meus mandamentos, estará provando que me ama”. Então, um dia, o Senhor mandou que eu lesse o texto novamente. Li outra vez, mas o Senhor me disse: “Você não entendeu o sentido do texto. Leia de novo”. Li de novo. Isso se repetiu até que eu tivesse lido o mesmo texto umas dez vezes. Finalmente, eu disse: “Senhor, perdoa a minha ignorância e mostrame o sentido do texto”. Deus então respondeu: “John, não estou afirmando que guardando os meus mandamentos você estará provando que me ama. Eu já sei se você me ama ou não. O que eu quero dizer é que, se alguém me ama de paixão, então estará capacitado a cumprir os meus mandamentos!”. O segredo está no relacionamento e não no cumprimento da lei. Do modo que eu via, era uma lei. O que ele me revelou foi a importância do relacionamento. Não se pode conhecer Deus através de regras e regulamentos. Não se pode encontrar Deus através de métodos. O Santo Todo-Poderoso não pode ser reduzido a uma fórmula! Porém, essa é a percepção que muitos têm do Senhor. Substituem o relacionamento com Deus pelos sete passos para a cura, pelo plano de salvação de
quatro pontos, pelos cinco versículos da prosperidade ou pelo batismo no Espírito Santo. Eles acham que, de algum modo, Deus está dentro de sua caixinha de promessas, para ser puxado e citado sempre que achem necessário. E ainda ficam se perguntando por que têm tanto problema com o pecado! Por que acham os mandamentos tão difíceis de serem obedecidos? A resposta é porque erram em seu coração! Deixe-me explicar com uma ilustração. Você já se apaixonou alguma vez? Quando estava noivo de Lisa, que hoje é minha esposa, sentia-me louco de amor por ela. Pensava nela constantemente. Fazia o que fosse necessário para ficar o máximo de tempo possível com ela. Se ela precisava de alguma coisa seja lá o que fosse eu entrava no carro e ia buscar. Eu não precisava fazer força para falar dela com todo mundo... eu a “colocava lá em cima” para qualquer um que quisesse ouvir. Por causa do intenso amor que sentia por ela, para mim era uma alegria fazer qualquer coisa que ela quisesse. Eu não fazia aquelas coisas para provar que a amava; fazia porque estava apaixonado por ela. Poucos anos depois do casamento, minha atenção se voltou para outras coisas, entre elas o trabalho do ministério. Fazer coisas para Lisa começou a ser chato. Ela ficou um pouco de lado e já não estava mais
presente em meus pensamentos como antes. Só a presenteava por obrigação no Natal, aniversário e no aniversário de casamento... e até isso me aborrecia. Nosso casamento entrou em crise. O primeiro amor estava definhando! Como aquela intensidade original do nosso amor não mais existia, eu tinha dificuldade em fazer coisas para ela. Mais tarde, Deus mudou meu coração, fazendo com que eu visse como havia me tornado egoísta. Felizmente, o Senhor, por sua graça, reacendeu a chama de nosso amor, curando nosso casamento. À luz desse fato, podemos entender porque Jesus disse: Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembrese de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele.
— Apocalipse 2:4-5 Por outro lado, Moisés era diferente dos filhos de Israel. Ele não se contentava em adorar a Deus de longe, mas diante da manifestação da presença de Deus, ele se adiantou e chegou mais perto ainda, “Mas o povo permaneceu à distância, ao passo que Moisés
aproximou-se da nuvem escura em que Deus se encontrava.” (Êxodo 20:21). Apesar de ser um homem influente e poderoso, com uma congregação de três milhões de pessoas e de ter participado dos mais impressionantes sinais e maravilhas do Velho Testamento, Moisés sabia que isso nunca o satisfaria. Veja a oração que ele fez depois de ter experimentado todos aqueles incríveis sinais e maravilhas: Se me vês com agrado, revela-me os teus propósitos, para que eu te conheça... Então Moisés lhe declarou: “Se não fores conosco, não nos envies...” Então disse Moisés: “Peço-te que me mostres a tua glória”
— Êxodo 33:13-18 Podemos ouvir o clamor de Moisés: “Senhor, não ficarei satisfeito até ver a tua glória e te conhecer!” Se queremos conhecer a Deus intimamente, precisamos conhecer seus caminhos! Deus revela os seus caminhos para os que buscam o coração de Deus e não apenas seu poder. Mas aqueles que conhecem o coração de Deus andarão no seu poder: “... mas o povo que conhece o seu Deus resistirá com firmeza.” (Daniel 11:32).
No início do meu ministério, quase toda manhã costumava passar uma ou duas horas em oração. A minha oração era mais ou menos assim: “Deus, usa-me para salvar almas, curar os enfermos e expulsar demônios”. Dia após dia, eu orava a mesma coisa com palavras diferentes. Sentia-me muito altruísta quando clamava a Deus pedindo que me desse um grande ministério. Então um dia o Senhor falou comigo e disse, “Filho, as suas orações são egocêntricas”. Fiquei surpreso com o que ele disse. “Por que você quer fazer tudo isso? Você vive pedindo, ‘usa-me’ para isso e aquilo. Você está no centro de suas orações”. E ainda disse mais: “Eu não criei você para expulsar demônios ou curar os enfermos. Meu propósito era ter comunhão com você”. Em seguida, Deus me mostrou uma coisa que nunca esquecerei... Judas também expulsou demônios e curou os enfermos! Sim, quando Jesus enviou os doze, todos foram enviados – inclusive Judas, que mais tarde o traiu. O meu foco estava errado. O alvo do chamado celestial de Deus é conhecer Jesus Cristo (Filipenses 3:10). Alguns anos depois, minha esposa estava orando daquela mesma maneira enquanto se preparava para uma reunião. Então o Senhor lhe disse: “Lisa, eu não uso as pessoas. Eu as unjo, as curo, as transformo e as moldo a minha imagem, mas nunca as uso”. Deus então
lhe perguntou: “Lisa, você já se sentiu usada por um amigo?” Ela respondeu: “Sim”. O Senhor continuou: “E como se sentiu?” Ela lhe respondeu: “Me senti traída!” E o Senhor continuou: “Muitos ministros imploram diante de mim, pedindo que eu os use. ‘Usame para curar; Usa-me para salvar vidas!’ e eu faço o que me pedem, esperando que me deem o seu coração, mas eles acabam ficando muito ocupados com o ministério para fazer isso. Nunca se interessam em aprender os meus caminhos e passam a construir seus próprios própri os rein rei nos. Qu Quan ando do começam começam os problemas, problemas, eles clamam a mim e ficam ofendidos quando não respondo suas orações, porque eles realmente não me conhecem.” O que você diria de uma mulher cuja única ambição fosse produzir filhos para seu marido, mas que não tivesse nenhum interesse em conhecê-lo? Que só buscasse a intimidade com ele para fazer filhos? Parece absurdo, entretanto não é muito diferente de quando fazemos orações pedindo que Deus “nos use para salvar sal var as pessoas”, en enqu quan antto nós mesmos esmos não temos um relacionamento com ele. Quando temos intimidade com Deus, filhos de Deus serão gerados – assim como acontece no relacionamento entre um homem e sua esposa. É por isso que Deus diz, em
Daniel 11:32, “... mas o povo que conhece o seu Deus resistirá esist irá com firmeza”. Então, estas eram as raízes do pecado dos filhos de Israel: cobiçavam coisas más, seguiam os ídolos, cometiam atos de imoralidade sexual e tentavam e murmuravam contra o Senhor. Não Senhor. Não estavam estavam buscando e seguindo o que era certo. Eles buscavam a criatura ao invés do Criador. Josué é um bom exemplo de alguém que manteve um coração reto, no deserto. Quando Moisés subiu ao Monte Sinai, Josué ficou esperando no sopé da montanha, porque queria estar o mais próximo possível possí vel da presença do Senh Senhor. or. Qu Quan ando do ele se encontrou com Deus no tabernáculo, Josué também estava lá, porque queria estar próximo da presença do Senhor. Até mesmo quando Moisés já havia terminado de falar com Deus, Josué continuou por lá. “O Senhor falava fal ava com Moisés Moi sés face fac e a face, fac e, como quem fala fal a com seu amigo. Depois Moisés Moi sés voltav vol tavaa ao acampamento; mas Josué, filho de Num, que lhe servia como auxiliar auxili ar,, não se afastava af astava da tenda” t enda” (Êxodo (Êxodo 33:11). Finalmente, vamos examinar o que Paulo disse: “Contudo, Deus não se agradou da maioria deles; por isso iss o os seus corpos ficaram fi caram espalhados espal hados no deserto.” deserto.” (1 Coríntios 10:5). Por que os israelitas acabaram morrendo no deserto? Porque colocaram o
foco em si mesmos, e não em Deus. Examinando o livro de Josué (ou a história da segunda geração, que entrou na terra prometida), observamos que as cinco áreas de pecado, que tão fortemente marcaram a geração de seus pais, já não se manifestaram tão imediatamente na segunda geração que nasceu no deserto. Aconteceu uma só vez com um homem chamado Acã, mas a liderança e o povo imediatamente buscara buscaram m a Deus Deus para resolver r esolver o problema. problema. A razão da mudança na segunda geração foi sua mudança de foco, como resultado da observação da morte no deserto de uma geração inteira, pouco antes de ver o cumprimento da promessa de Deus.
3a Parte Tempo de Purificação
Capítulo Cinco
A Estrada de Deus ...Deus não está interessado numa aparência de santidade exterior. Ele quer ver uma mudan dança ça interi interior or do coraç coração… ão… Uma voz clama: “No deserto preparem o caminho para o Senhor; façam no deserto deser to um caminho reto [uma estrada] es trada] para o nosso Deus.” Deus.”
— Isaías Isaías 40:3 A estrada de Deus localiza-se no deserto. É no deserto que o caminho está sendo aberto. Esse caminho ou estrada estrada leva a uma vida superior ou sublime – ao modo como Deus vive e pensa. Pois os meus m eus pensamentos pensament os não são os pensamentos pensament os de vocês, vocês, nem os seus s eus caminhos são os meus caminho cami nhos, s, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus
caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos.
— Isaías 55:8-9 Poucos já caminharam por essa estrada, no entanto, agora, muitos estão sendo preparados por Deus para andarem nela. Uma descrição disso pode ser encontrada em Isaías 35:6, 8: ... porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo... E ali [no deserto] haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo;...
[adição do autor]. É no deserto que a estrada do Senhor está sendo construída. Essa estrada chama-se santificação. Uma das definições de santidade é “pureza de vida”. Jesus disse: “Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus...” (Mateus 5:8). O caminho ou método para se alcançar uma vida superior é a santificação ou um coração puro. Jesus não está voltando para uma Igreja impura ou sem santidade, mas virá ao encontro de uma Igreja sem manchas, rugas ou qualquer outra coisa parecida. Muitos de nós já tentaram atingir a santificação
seguindo regras e normas, mas fracassaram redondamente. Assim como os judeus da época de Jesus queriam receber a salvação pela obediência a lei, mas não conseguiram, nós também não conseguiremos andar em santidade através da observação de regras e regulamentos. Muitas pessoas se cercam de legalismos com respeito a coisas tangíveis como, por exemplo, maquiagem, comprimento das roupas ou uso da televisão. Todas essas limitações externas são estabelecidas numa tentativa de se obter pureza interior, todavia, Deus não está interessado numa aparência de santidade exterior. Ele quer ver uma mudança interior do coração, porque só um coração puro produz uma conduta pura. Jesus disse em Mateus 23:26: “... Limpe primeiro o interior do copo e do prato [o coração], para que o exterior também fique limpo” [inserção do autor]. Se o seu coração for puro, você não sentirá desejo de se vestir de forma sedutora. Uma mulher pode estar usando um vestido até o tornozelo e mesmo assim ter uma postura sensual, enquanto outra usa calças compridas e tem um coração puro. Um homem pode gloriar-se de nunca ter se divorciado, mas em seu coração, estar cheio de lascívia e desejos sexuais por outras mulheres. Isso é santidade?
Se seu coração for puro, uma televisão em sua casa não fará com que você assista ou deseje assistir programas que não edifiquem sua vida. Dizem que um cristão ter televisão em casa é sinal de mundanismo. Eu, porém, prefiro dizer que não será um móvel ou aparelho eletrônico que determinará se alguém é crente ou mundano, mas o que está em seu coração. Você pode não ter televisão em casa, mas em seu coração desejar ter. Se você for limpo de coração, desejará apenas o que Deus deseja. O deserto é um dos caminhos que Deus usa para purificar a motivação e as intenções do coração. Deus está preparando o nosso coração antes da volta de Cristo para sua Igreja. Os demais capítulos desta terceira parte abordarão o modo como o Senhor purificará sua Igreja antes de sua segunda vinda. Utilizaremos o livro de Malaquias como texto básico, porque Malaquias foi o último profeta antes do começo do Novo Testamento e por ele ter sido comissionado a profetizar sobre a preparação e sobre o evento da primeira vinda do Senhor ao seu templo. Quatrocentos anos depois, essas profecias da primeira vinda começaram a se cumprir quando João Batista começou a clamar no deserto: “Preparem o caminho para o Senhor”. Agora, estamos vivendo o tempo da segunda
vinda do Senhor ao seu templo. Procuraremos demonstrar o paralelismo entre a preparação de seu povo para a primeira e a segunda vinda, pois ambas começam com a purificação do mesmo no deserto.
Capítulo Seis
A Unção Verdadeira O foco da verdadeira unção profética é lidar com corações... Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do grande e temível dia do Senhor.
— Malaquias 4:5 O grande dia do Senhor foi a sua primeira vinda e João Batista era “o profeta Elias”, enviado por Deus para preparar o caminho do Senhor. Seu ministério era “Uma voz clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor; façam no deserto um caminho reto para o nosso Deus.’” (Isaías 40:3). O papel de João foi profetizado pelos profetas do Velho Testamento e Jesus o descreveu assim: Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e mais que profeta. Este
é aquele a respeito de quem está escrito: ‘Enviarei o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti’ Digo-lhes a verdade: Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista; todavia, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam dele. Pois todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E se vocês quiserem aceitar, este é o Elias que havia de vir.
— Mateus 11:9-14 João não era a reencarnação do profeta Elias mencionado em 1 e 2 Reis. O texto não se refere ou limita-se a um mero homem, mas descreve o verdadeiro significado do “Elias”. Vamos à explicação: A palavra Elias vem de duas palavras hebraicas El e Yahh. El significa “força” e Yahh, “Jeová” ou Senhor. Juntas significam “força de Jeová”. Portanto, o que na verdade está sendo dito sobre João Batista é que ele precedeu Jesus, na “força do Senhor”. O anjo Gabriel descreve o chamado de João da
seguinte maneira: Fará retornar muitos dentre o povo de Israel ao Senhor, o seu Deus. E irá adiante do Senhor, no espírito e no poder de Elias, para fazer voltar o coração dos pais a seus filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos, para deixar um povo preparado para o Senhor.
— Lucas 1:16-17 A força propulsora do ministério de João Batista era converter o coração do povo de Israel a Deus. Sua mensagem era: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mateus 3:2). Arrependimento significa uma mudança de coração. Os atos do povo de Israel eram de alta religiosidade, mas seu coração estava longe de Deus. Milhares deles frequentavam as sinagogas fielmente, sem saber do estado real de seus corações. Por isso, Deus levantou o profeta João para expor a verdadeira condição do coração do povo. João proclamava às multidões: “... Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima? Deem frutos que mostrem o arrependimento [mudança de coração]. E não comecem a dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’...” (Lucas 3:7-8); [inserção do autor].
João expôs o engano no qual os judeus estavam confiando. Eles achavam que por serem filhos de Abraão, darem o dízimo e frequentarem a sinagoga, estavam justificados. João não havia sido enviado aos gentios, mas para despertar as “ovelhas perdidas” da casa de Israel, a fim de prepará-las para receber Jesus. Malaquias também profetizou que essa “unção de Elias” viria antes do grande e terrível dia do Senhor (a primeira vinda do Senhor). Esse “terrível ou impressionante” dia do Senhor refere-se a sua segunda vinda. Creio que atualmente estamos vivendo esse dia. Para confirmar as palavras de Malaquias, Jesus afirmou: “De fato, Elias vem e restaurará todas as coisas. Mas eu lhes digo: Elias já veio... Então os discípulos entenderam que era de João Batista que ele tinha falado” (Mateus 17:11-13). Jesus falou estas palavras quando João Batista já havia sido decapitado. Note que ele se refere a dois períodos diferentes da unção de Elias: o período futuro ( vem) e o passado ( já veio). Antes da segunda vinda de Cristo, uma vez mais, Deus levantará uma unção profética e, nesse tempo, o manto profético não estará sobre uma pessoa apenas, mas sobre um batalhão de profetas, corporativamente. No livro de Atos, Pedro cita o profeta Joel, dizendo:
...seus filhos e as suas filhas profetizarão... Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão... antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor.
— Atos 2:17-20 A definição da palavra grega para “profetizarão”, neste versículo, tem o sentido de falar sob inspiração divina, exercitar o ofício profético e prever eventos futuros. Como João Batista, os profetas dos últimos dias irão às ovelhas que se encontram perdidas ou enganadas dentro da estrutura eclesiástica, bem como àquelas que saíram da igreja pela “porta dos ofendidos”. Muita gente que frequenta igreja acha que está pronta para a volta de Jesus. Assim como os líderes religiosos e o povo da época de João, tais pessoas acham que por causa de suas obras, frequência aos cultos, dízimos que entregam ou por sua boa reputação, basta fazer a “oração dos pecadores”, para que sejam plenamente justificadas. Elas podem até achar que estejam justificadas, mas a verdade é que não estão preparadas para a vinda de Jesus. O coração delas ainda está desviado. Uma vez mais, a
mensagem profética nos será dada: “Arrependei-vos [mudem seu coração] porque o reino de Deus está próximo”. Estes profetas revelarão a verdade, expondo todo o engano. Mais do que qualquer outra nação do mundo, os EUA tem investido bilhões de dólares em gravações com pregações, livros cristãos, evangelismo e programas de TV. Temos mais escolas bíblicas, centros de treinamento e igrejas do que qualquer outra nação. No geral, somos mais educados nas Escrituras e doutrinas bíblicas do que qualquer outro país do mundo. No entanto, como nação, nossas igrejas permanecem áridas, esvaziadas da verdadeira presença de Deus. Os pecadores passam anos sentados na congregação, sem nunca se converterem! O pecado rola solto nas nossas congregações, enquanto a liderança tolera tudo. Mas, por quê? O verdadeiro arrependimento ainda não foi apresentado ao povo. A palavra grega traduzida como arrependimento em Mateus 3:8 é metanoia. Ela é definida como uma mudança real de mentalidade e atitude em relação ao pecado e suas causas, e não apenas às suas consequências. Aprendemos a ficar nos lastimando pelas consequências do pecado, sem que abandonemos sua natureza. Infelizmente, rejeitamos o pecado não porque sua natureza entristeça a Deus, mas
sim porque suas consequências e a consequente exposição de nossa vida nos deixam envergonhados diante dos outros. O foco da verdadeira unção profética é lidar com corações, e não meramente fazer “profecias pessoais” para o indivíduo. Um profeta vê o coração da pessoa e prevê o plano de Deus. Ele conclama a mudança, alertando sobre o juízo iminente. Quando chega numa congregação, não precisa usar o velho chavão “assim diz o Senhor”, mas ainda assim, estará profetizando (falando por inspiração divina) durante todo o culto. Toda a atmosfera na Igreja é afetada porque o profeta de Deus lida com a motivação produzindo arrependimento verdadeiro. Ele apresenta uma direção nova e precisa para as pessoas. A essência de sua mensagem, seja para uma igreja ou indivíduo, é sempre: “Volte-se para o Senhor; um novo mover de Deus se aproxima!” O trabalho do profeta não está limitado a um culto em que as pessoas ficam em pé e recebem uma “profecia pessoal”, embora isso muitas vezes aconteça. Ele pode ter uma palavra específica para um indivíduo, como a palavra de Ágabo para Paulo em Atos 21:10-11. Entretanto, essa não é a força propulsora de seu ministério. Silas, companheiro de viagem do apóstolo Paulo,
era um profeta, conforme registra Atos 15:32. Contudo, ele não é visto andando de igreja em igreja reunindo o povo para fazer “profecias pessoais”, mas o que vemos de fato é Silas exortando os irmãos a permanecerem fiéis ao Senhor. Existem pessoas que se intitulam a si mesmas de “profetas”, e saem por aí entregando “palavras do Senhor”, mas algumas delas nem sempre têm um coração voltado para Deus e, em alguns casos, são “auto-enviadas”. Suas palavras fluem do próprio coração ou, em alguns casos, de espíritos familiares. Essas “palavras” podem até parecer corretas, mas não foi Deus quem enviou esses supostos profetas, nem quem colocou as palavras em suas bocas. Não enviei esses profetas, mas eles foram correndo [se auto-enviam] levar sua mensagem; não falei com eles, mas eles profetizaram. Mas se eles tivessem comparecido ao meu conselho, anunciariam as minhas palavras ao meu povo e teriam feito com que se convertessem do seu mau procedimento [a força propulsora da unção profética] e das suas obras más.
— Jeremias 23:21-22 [inserção do
autor] Deus diz mais o seguinte, a respeito daqueles profetas “autoproclamados”: “... Falam de visões inventadas por eles mesmos, e que não vêm da boca do Senhor” (Jeremias 23:16). No mesmo capítulo, Deus ainda diz que a poluição que vem desses autoproclamados profetas espalha-se sobre a terra e por causa de suas profecias, o povo de Deus fica cheio falsas esperanças e vaidade (versículo 16 - AA). Sempre procure descobrir a motivação por trás do ministério. Ele está trazendo o povo para mais perto de Deus? Ou está fazendo com que as pessoas fiquem cada vez mais dependentes do (da) “profeta” e de seus dons? Um dos subprodutos do falso mover profético é ver as pessoas correrem para lá e para cá, buscando dar ou receber uma “palavra”. Onde está o foco? No EGO. Ao invés de se voltarem para o Senhor e buscarem a sua face, abandonando seus maus caminhos, elas olham para o exterior em busca de respostas. Jesus nos ensina como podemos distinguir entre o falso e o verdadeiro profeta: “Vocês os reconhecerão por seus frutos” (Mateus 7:16). A prova da existência
de fruto verdadeiro é quando as pessoas começam a manifestar publicamente a mudança interior em sua vida. Precisamos desenvolver o discernimento para distinguir entre a verdadeira e a má motivação... assim como entre os verdadeiros e os falsos profetas! Lembre-se de uma coisa: o propósito da restauração do ofício profético é preparar nossos corações para receber esse ministério e seus dons. Aqueles profetas serão “a voz que clama”, anunciando que é hora de construir “uma estrada... que se chamará o caminho santo”, no deserto.
Capítulo Sete
O Senhor Vem ao Seu Templo Estamos novamente no limiar... quando o Filho de Deus exporá a hipocrisia do nosso coração e implantará sua compaixão... Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de preparar o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais...
— Malaquias 3:1 Vimos, no capítulo anterior, que esse mensageiro é a unção profética que preparará o caminho do Senhor. Malaquias diz que o Senhor, a quem procuramos, de repente, virá AO seu templo. Seu templo é a Igreja. Ele não diz que virá PARA o seu templo, mas AO seu templo. Antes de vir PARA sua igreja no arrebatamento, ele virá A sua igreja... para juízo, purificação e avivamento. Isto está ilustrado no
livro de Oséias: Venham, voltemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará cura; ele nos feriu, mas sarará nossas feridas.
— Oséias 6:1 Esta será a mensagem anunciada pelos profetas enviados para preparar o caminho do Senhor. A mensagem é esta: “Igreja, vamos voltar para o Senhor”. Mas, o que significa: “ele nos despedaçou, e nos ligará”? Refere-se ao julgamento. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, “se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?”
— 1 Pedro 4:17-18 Antes de julgar as nações, Deus julgará sua “nação santa” (1 Pedro 2:9). Antes que os filhos de Israel pudessem entrar na terra prometida e expulsar as nações que ali estavam, Deus julgou seu povo no deserto. Isto é profético. Antes de apontarmos o dedo para o mundo, dizendo: “Arrependam-se e se convertam” e de vermos a grande colheita dos últimos
dias, Deus extirpará toda evidência de pecado na Igreja. A igreja é como Jonas. Estamos adormecidos no barco e nossa desobediência é a causa de toda calamidade. Deus está usando o mundo para dizer: “Desperta, Igreja, você está em pecado”, assim como usou os marinheiros pagãos do navio para despertar Jonas. A mídia, os repórteres, a Receita Federal e outros mais têm observado a ganância, a cobiça, o orgulho e a imoralidade da Igreja. Se quiser saber como os cristãos deveriam agir e viver, basta perguntar aos pecadores – sinto dizer que eles, muitas vezes, têm uma melhor compreensão disso do que nós. E são eles que denunciam nossa hipocrisia. Chegou o momento de despertarmos, como Paulo nos exorta: “Como justos, recuperem o bom senso e parem de pecar; pois alguns há que não têm conhecimento de Deus; digo isso para vergonha de vocês” (1 Coríntios 15:34). Deus lidou com a desobediência do profeta, purificando-o no ventre do grande peixe. Então, Jonas clamou a Deus, arrependido, dizendo: “... Fui expulso da tua presença; contudo, olharei de novo para o teu santo templo.” (Jonas 2:4). Depois de alinhar o seu coração com o de Deus, ele foi empoderado para cumprir a sua vocação e capacitado para pregar o arrependimento a uma Nínive que se encontrava
afundada no pecado. A Igreja americana segue atrás de sinais, mas a Palavra de Deus afirma que os sinais é que devem seguir o crente - parece que entendemos o contrário. As pessoas buscam os dons e a unção do Espírito, ao invés de buscarem o caráter e coração de Deus. Deus diz: “Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais...” (1 Coríntios 14:1). Como já mencionei antes, a Igreja inverteu essa situação. Seguimos os dons (ou sinais) espirituais e buscamos (desejamos) o amor! Tem gente que é capaz de dirigir um carro por milhares de quilômetros para assistir a um culto de milagres, mas que, entretanto, não permite que Deus possa lidar com a ira, amargura, falta de perdão, e desunião de seu coração. Há pouco tempo, numa reunião, enquanto observava as pessoas correrem para o altar para receber ministração, o Espírito de Deus falou de tal forma ao meu coração, que me atingiu em cheio. Ele disse: “Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Então Jesus os deixou e retirou-se” (Mateus 16:4). Vejamos o que significam estas duas condições: “perversa” e “adúltera”. Geração má é a que busca sinais que satisfaçam suas necessidades pessoais e não para se achegar ao
Deus dos sinais. Atos 8 conta a história de Simão, um homem que buscou o poder de Deus, porém com uma motivação impura: Então Pedro e João lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo. Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: “Deem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo”. Pedro respondeu: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro? Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus. Arrependa-se dessa maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração, pois vejo que você está cheio de amargura e preso pelo pecado”.
— Atos 8:17-23 Simão estava em busca da unção de Deus, mas, não do caráter de Deus. Ele tinha amargura no
coração e era movido pela iniquidade. Simão não tinha intenção de lidar com os problemas de seu próprio coração. Apesar disso, ele estava muito interessado em receber a unção de Deus sobre sua vida. Estava tão animado a ponto de oferecer algo de valor para tê-la. Mas mesmo disfarçada de “ministério”, sua verdadeira motivação era a autopromoção. Não temos que buscar a unção; ela é um dom que não pode ser conquistado nem aprendido. Um dom é algo dado, um presente oferecido gratuitamente ou não seria um dom. Não podemos subornar Deus com nossos dons ou desempenho. Ele nos dá, movido por compaixão, em resposta a uma necessidade. Quando você está sob a unção de Deus, logo percebe que a unção foi dada para beneficiar os outros e não a si mesmo. O adúltero é alguém que tendo um contrato de relacionamento com uma pessoa, se envolve com outra. Assim também a Igreja tem estabelecido relacionamentos de infidelidade com o mundo, ao mesmo tempo em que se gaba de ter seus pecados lavados no precioso sangue da aliança feita com Jesus Cristo. A igreja tornou-se adúltera. “Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. Adúlteros (as), vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com
Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tiago 4:3-4). Buscar os prazeres e vantagens do sistema do mundo consiste em adultério espiritual, se existe um compromisso com Jesus. O Senhor está conduzindo sua Igreja para uma fase de julgamento, assim como fez com Jonas, com o objetivo de trazer seu coração de volta para ele através do verdadeiro arrependimento. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo.
— 1 Coríntios 11:29-32 Isto é muito mais do que apenas comer pão e tomar suco de uva na igreja, com a consciência de uma vida de pecados inconfessados. Não há poder no pão e no vinho em si, mas no que estes elementos representam. Jesus disse em João 6:56-57:
Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa.
Precisamos entender que comer o pão e beber o vinho são apenas sinais externos de uma aliança interna. Permaneça em Cristo e alimente-se dele, pois ele é nossa fonte de vida. Não devemos viver alimentando-nos com os prazeres do mundo, mas com cada palavra que procede da boca do Senhor. Como cristãos verdadeiros, nossa dieta não é a mesma na qual o mundo se banqueteia, porque “Vocês não podem beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podem participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Coríntios 10:21). Nossa verdadeira fonte de alegria e vida deve ser Jesus e somente ele. Muitos métodos do mundo tem se infiltrado na igreja e, agora, uma grande parte desse mundanismo é considerada um “cristianismo normal”. Essa carnalidade tem embotado nosso discernimento. Por esta razão, muitos irmãos na igreja estão em crise. Tornaram-se fracos, doentes e alguns até morreram prematuramente. Isso pode ser resultado de uma dieta pobre, por haverem misturado a mesa do Senhor com a
do mundo. Um regime alimentar enfraquece os benefícios do outro até que se anulam mutuamente. Gostaria de inserir uma declaração de suma importância. O fato de um crente enfraquecer, adoecer ou morrer prematuramente não significa, necessariamente, que haja pecado em sua vida. Paulo disse que esse era o caso na vida de muitos, mas não de todos os casos. Além disso, temos que assumir a responsabilidade por essa atitude mundana. Não devemos apontar o dedo para indivíduos, fomentando um espírito crítico e de julgamento, mas devemos examinar-nos a nós mesmos. Veja o que Deus diz: “... se nós tivéssemos o cuidado de examinar (grego = diakrinó) a nós mesmos, não receberíamos juízo (grego = krinó)”. A primeira palavra “examinar” significa separar completamente, como em quando nos examinamos inteiramente e separamos as coisas vis das preciosas. A segunda significa punir ou condenar. E o texto continua: “Mas, quando julgados, (grego = ferino - punir ou condenar), somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. Isso é a misericórdia de Deus. Ele não quer que sejamos condenados com o mundo, por isso nos julgará primeiro, como fez com Jonas, o que nos levará ao verdadeiro arrependimento. Observe que a punição é dada pelo Senhor . Assim, mais uma vez o
Senhor está colocando sua Igreja numa posição, na qual ela se sentirá desconfortável a menos que retorne a retidão. Jonas estava muito desconfortável no ventre daquela baleia, mas Deus está mais preocupado com nossa condição do que com nosso conforto. Às vezes, quando meus filhos não conseguem acordar pela manhã, eu os sento na cama, deixando-os numa posição de desconforto, até que acordem. Será que Deus está tentando nos despertar? Vamos analisar o texto de Oséias 6:1-2: “Venham, voltemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará cura; ele nos feriu, mas sarará nossas feridas. Depois de dois dias ele nos dará vida novamente; ao terceiro dia nos restaurará, para que vivamos em sua presença”. O que Oséias queria dizer com a expressão “Depois de dois dias”? Em 2 Pedro 3:8 lemos: “... para o Senhor um dia é como mil anos...” Então, Oséias está literalmente dizendo que, depois de dois mil anos (a idade atual da Igreja), ele nos reavivará. Primeiro, julgando e refinando, depois curando e reavivando. O terceiro dia (ou mil anos) é o reino milenar de Cristo, quando Ele reinará por mil anos sobre a Terra diante de nossas vistas. Portanto, atualmente, estamos