Tratamento de\u00e1 guas residuais \u00e1 guas residuais
Tratamentos sequenciais numa ETAR
\u2022 \u2022 \u2022 \u2022 \u2022 \u2022
Tratamento preliminar Tratamento prim\u00e1rio Tratamento secund\u00e1rio Tratamento terci\u00e1rio ou avan\u0 Tratamento quatern\u00e1rio Valoriza\u00e7\u00e3o das lamas
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u 2 0 2 2 Tratamento preliminar \u2013 elimina\u00e7\u00e3o de res\u00edduos e d processos f\u00edsicos: crivagem, desarena\u00e7\u00e3o, etc.
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u 2 0 2 2 Tratamento prim\u00e1rio \u2013 decanta\u00e7\u00e3o, em tanques de da mat\u00e9ria s\u00f3lida em suspens\u00e3o e de cerca de 30% dos res\u00edduo oxid\u00e1veis, formando lamas prim\u00e1rias. Remo\u00e7\u00e3o de materiais go flutuantes (espumas).
Os efluentes prim\u00e1rios ainda cont\u00eam part\u00edculas suspensas e coloida muita mat\u00e9ria org\u00e2nica dissolvida, pesticidas, fosfatos, nitratos, sais, et Tratamento preliminar
Tratamento prim\u00e1rio Tratamento secund\u00e1rio
Lamas prim\u00e1rias
Lamas secund\u00e1rias
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Tratamento secundário – processo biológico, com intervenção de organismos decompositores e saprófitas, que visa a eliminação da matéria orgânica oxidável dissolvida e em estado coloidal. Este tratamento pode ser feito em: – Tanques de percolação: os efluentes primários percorrem um leito de gravilha fina, recoberta por bactérias e outros organismos decompositores; – Tanques de lamas activadas: os efluentes primários são bombeados para um tanque aerificado de grandes dimensões (reactor biológico), no qual são misturados, durante várias horas, com lamas activadas contendo bactérias decompositoras. Reactor biológico
As águas residuais passam, em seguida, para um tanque de decantação onde se dá a deposição das lamas e dos microrganismos que se encontravam em suspensão, constituindo as lamas secundárias. Estas lamas podem ser reutilizadas, no reactor biológico, como lamas activadas. O excedente, resultante do crescimento da população de microrganismos, é tratado juntamente com as lamas primárias.
Tratamento terciário
Série de processos físicoquímicos, ou mesmo biológicos, cuja finalidade é remover nutrientes inorgânicos, poluentes específicos, bem como bactérias e sólidos suspensos.
A remoção de nitratos pode ser feita com recurso a bactérias desnitrificantes.
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Tratamento quaternário – limpeza da água por filtração, através de uma camada de areia, e desinfecção com substâncias químicas (ex: cloro ou ozono) ou com processos físicos (ex: luzes ultravioleta). No final deste tratamento, a água não deverá apresentar nenhum contaminante, nomeadamente microrganismos patogénicos, estando pronta para reutilizar ou para libertar no meio ambiente, sem impactes ambientais negativos.
Tratamento das lamas – as lamas são transformadas em fertilizantes mediante quatro métodos diferentes, nos quais são eliminados os microrganismos patogénicos: • • • •
Digestão anaeróbia – permite a formação de biogás (CH4 + CO2) e transforma as lamas num material estável e rico em nutrientes, com aspecto de húmus. Podem ser aplicadas como fertilizantes no estado líquido mas, por desidratação, estas lamas originam os biossólidos. Compostagem – produção de composto por decomposição aeróbia da matéria orgânica. Pasteurização e secagem – as lamas são desidratadas e submetidas a altas temperaturas. Estabilização com cal – As lamas são filtradas e misturadas com cal, o que desencadeia a subida da temperatura e do pH Fertilizante orgânico e corrector de acidez dos solos.
Fossas sépticas – locais de
descarga dos efluentes domésticos, em zonas onde não existe uma rede de esgotos canalizados para uma ETAR.
O tanque séptico prende gorduras e sólidos de grandes dimensões; O campo de drenagem filtra poluentes, enquanto as bactérias decompõem o material biodegradável.
Tratamento dos resíduos sólidos Resíduo - Qualquer substância ou objecto de que o detentor se desfaz ou pretende se desfazer, por não lhe reconhecer utilidade. •
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RSU – Os resíduos sólidos urbanos são compostos pelos resíduos domésticos e todos os outros de natureza ou composição afim, com origens tão diversas como o sector dos serviços, estabelecimentos comerciais ou industriais, unidades de cuidados de saúde, etc. A sua produção tem aumentado, sobretudo devido ao uso de materiais descartáveis e de embalagens. Resíduos industriais – resultam dos vários sectores da indústria extractiva (minas e pedreiras) e transformadora (têxtil, siderurgia), das centrais produtoras de energia, da construção civil, dos transportes, dos automóveis (sucatas, pneus, óleos), do sector agropecuário (aviários, suiniculturas), de explorações florestais e empresas ligadas à madeira (fábricas de papel), entre outras. Resíduos tóxicos e perigosos – contêm substâncias causadoras de alterações graves nos ecossistemas e na saúde pública (substâncias tóxicas, mutagénicas, cancerígenas ou teratogénicas), onde se incluem os resíduos industriais tóxicos, os materiais radioactivos, os resíduos hospitalares (pensos ligaduras, reagentes de laboratório, medicamentos), as pilhas, as tintas, as películas fotográficas e radiografias, etc.
Aterro sanitário Na construção dos aterros deve ter-se em conta: - a produção e drenagem de lixiviados, resultantes da infiltração das águas pluviais, que serão conduzidos a uma ETAR; - que a decomposição anaeróbia da matéria orgânica produz biogás rico em CO e CH4, que deve ser recolhido para evitar explosões e minimizar a poluição do ar.
A selagem dos aterros sanitários garante uma melhor preservação do meio ambiente e da saúde comunitária.
A incineração é uma solução para a eliminação dos resíduos sólidos, permitindo a produção de electricidade A co-incineração consiste na queima de resíduos em fornos das cimenteiras.
A incineração é, geralmente, um processo de eliminação de RSU indiferenciados ou de resíduos perigosos, pelo que podem libertar-se gases tóxicos e poeiras contaminados com chumbo, mercúrio e outros metais pesados, furanos, dioxinas, etc. As incineradoras devem cumprir normas que minimizem a poluição atmosférica, nomeadamente a implementação de filtros de partículas sólidas ou de precipitadores electrostáticos de partículas e certos gases.
As partículas filtradas podem ser misturadas com as cinzas tóxicas e acondicionadas num aterro sanitário. As cinzas e escórias, devidamente tratadas, podem ser adicionadas ao alcatrão destinado à pavimentação de estradas.
Compostagem – valorização de resíduos orgânicos Compostagem é a decomposição aeróbia de resíduos de origem vegetal e animal, realizada por uma diversificada população de microrganismos (principalmente fungos e bactérias), em condições controladas, num ambiente húmido, quente e arejado. A compostagem ocorre em duas fases: • •
Fase termófila: 2 a 4 semanas – aumento da temperatura, que pode atingir os 70 ºC; Fase mesófila: 2 a 4 meses – descida da temperatura a 30 ºC e posterior estabilização do produto (composto), atingindo-se a temperatura ambiente.
Geralmente os resíduos são dispostos formando pilhas de secção triangular – pilhas de compostagem.
O produto final – composto – é um material estabilizado e rico em húmus que pode ser utilizado para o melhoramento dos solos.
Vantagens da Compostagem O processo de compostagem difere da decomposição natural que ocorre, por exemplo, numa fina camada da superfície do solo. Na compostagem os restos orgânicos são amontoados de modo que algum do calor libertado, em resultado da actividade dos microrganismos, é conservado, pelo que a temperatura do material eleva-se para valores superiores aos da temperatura ambiente, até cerca de 70 ºC.
A temperatura alcançada traz algumas vantagens, tais como: • maior rapidez na transformação dos materiais em nutrientes para as culturas; • eliminação das sementes e outros órgãos de propagação das ervas infestantes e eliminação de organismos patogénicos, reduzindo a transmissão de doenças, (o que não acontece quando os agricultores utilizam estrume fresco e mal armazenado) . Outras vantagens da compostagem: • sendo grande parte dos RSU constituída por matéria orgânica, a compostagem recupera essa matéria (na forma e composto) e diminui o volume de resíduos acumulados nos aterros ou destinados à incineração; • possibilidade de juntar vários materiais com diferente valor fertilizante; • obtenção de um fertilizante mais facilmente utilizável pelas plantas; • desenvolvimento de microrganismos favoráveis para o solo; • supressão de muitos cheiros desagradáveis, que se encontram, por exemplo, nos estrumes frescos.
O desenvolvimento sustentável envolve: – a gestão dos recursos naturais; – o tratamento dos resíduos; – o controlo da poluição.
Política dos 3R
Reduzir, Reutilizar e Reciclar •
Reduzir – produzir menos “lixo”, diminuindo o consumo de materiais descartáveis e não biodegradáveis; desenvolver tecnologias que minimizem a quantidade de matérias-primas necessárias à síntese de determinado produto. • Reutilizar – usar várias vezes um produto, para a mesma função que foi criado ou para outros fins, diminuindo a acumulação de resíduos e evitando o consumo de outros recursos. • Reciclar – é a última medida dos 3R a ser aplicada, permitindo aproveitar elevadas quantidades de matérias primas, dado que 75% dos RSU são recicláveis (ex: vidro, papel, metais, alguns plásticos), ou seja, sofrem transformações de modo a poder originar novos produtos.
Reciclagem •
Exige uma recolha selectiva dos resíduos:
– Inicia-se com a separação doméstica dos resíduos; – Colocação dos resíduos nos respectivos ecopontos; – Triagem e compactação dos resíduos nos ecocentros / estações de tratamento; – Transporte dos resíduos diferenciados para os locais de reciclagem (indústrias transformadoras).
• Pode ser:
– Reciclagem primária: transforma os resíduos em novos produtos do mesmo tipo; permite uma redução de 20% a 90% na utilização de matérias-primas. – Reciclagem secundária: converte os resíduos em outro tipo de produtos, geralmente de qualidade inferior. Reduz a utilização de novas matériasprimas em cerca de 25%.
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Vantagens:
– Diminui o consumo de matérias-primas necessárias e as contaminações associadas à extracção dessas matérias. – Reduz os gastos de energia e de água. – Diminui o volume de RSU depositados em aterros. – Reduz a poluição do ar, da água e dos solos e os seus impactes globais. – Contribui para a preservação dos habitats e protecção da Biodiversidade.