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Hernandes Dias Lopes
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© 2009 Hernandes Dias Lopes Revisão Roselene Sa n t’ A nn a João Guim arães
Adaptação de capa Patrícia Patr ícia Caycedo Caycedo
Diagramação Sandra Oliveira
Geren te editorial Ju an Carlos Carlos M a rtin rt in ez
r* edição edição - abril abril - 2009 Reimp Reimpre ress ssão ão - outubro - 2010 Coordenador de produção Mau M au ro W Terrengui
Todos os direitos desta edição reservados para: Editora Hagnos A v .
Jacinto Jtilio, 27
Impressão e acabamento
04815-160 - São Paulo - SP -Tel/Fax: (11) 5668-5668
Imprensa Impren sa da f é
h a g n o s @ h a g n o s . c o m . b r - w w w . h a g n o s . c o m . b r
Lopes, Hernandes Dias Tito e Filemom; doutrina e vida, um binômio inseparável / Hernandes Dias Lopes. ~São Paulo: Hagnos, 2009. Bibliografia ISBN 978-85-7742-051-3
1. Bíblia. Bíblia. N .T. - Cr ítica e interpretaçã interpr etaçãoo I. Títu lo
CDD-225.6
09-01025 índices para catálogo catálogo sistemático: 1. Novo Testamento: Interpretação e crítica 225.6
Dedicatória
ao presbítero Jerci Pereira e à sua amada esposa Elça Loba Lo bato to Pereir Pereira, a, amigos preciosos, irmão irmãoss valorosos, companheiros de luta, servos do Altíssimo, bênçãos de Deus na vida da igreja, bem como em minha vida, família e ministério. D edico
e s t e liv r o
Sumário _______________
l’ir(.íiio
7 _______________
llKI
1. 11ma intr in trod oduç ução ão à carta de P a u lo a T ito it o
11
/ . A .sup .supre rema maci ciaa da Palavr Palavraa no ministér mini stério io apostó ap ostólico lico 31 ( / / I. I . I - 4 ) l. ( lomo distinguir distingu ir os pastores pastores dos lobos lobo s f//
47
1.5-16)
I. ( lomo aplica aplicarr a doutrina dou trina na vida vid a familiar familiar
69
( D 2.1-10)
S. A graç graçaa de Deus, Deu s, o fimdam fimd amento ento de d e imia im ia vida vid a santa 89 (1)2.11-15)
(). Relacionam Relacion amentos entos que glorificam a D eus eu s
105
( T i 5.1-15) i 5.1-15)
Fiiimom
1. Uma Um a introdu intro dução ção à cart cartaa a F ilem om
125
2. Vidas transformadas, transformadas, relacion rela cionam ament entos os restaurados restaurados 143 (I'm 1-25)
Prefácio
As CARTAS DE P a ULO A T i TO E Filemom são gemas valiosissimas que enriquecem o conteúdo con teúdo da verdade rev reve lada de Deus. São cartas inspiradas pelo Espírito Santo, cuja mensagem é atual, op ortuna ortu na e absolutamente indis indispens pensável ável pa p a ra a igreja igr eja c o n tem te m p o rân râ n e a . Tito associa de forma magnífica a doutrina ao dever; a teologia à vida. O dever decorre da d a doutrina; do utrina; a vida é resul resul tado da teologi teologia. a. Desprezar D esprezar a d ou trina trin a é cair no abismo de uma vida desregrada. Abandonar a teologia é se enveredar pe los atalhos sinuosos da heresia e cair no abismo da devassidão moral. A igreja contemporânea, influencia da pelo secularismo, está criando uma
Tito
e
Filemom mom - doutrina e vida um binôm io inseparável
aversão pela doutrina. Os arautos da ignorância, do alto de sua sua pretensa sapi sapiênc ência ia,, dizem tolamente tolam ente que q ue a dou d outrina trina divi divi de e por isso devemos substituí-la por uma mensagem mais amigável e palatável. Assim, as igrejas são induzidas a olhar a doutrina como um corolário de coisas velhas que cheiram a mofo e trazem desconforto aos ouvidos mais sensíveis. Muitas igrejas já abandonaram o estudo sistemático da Palavra de Deus para abraçar as tiltimas novidades do mercado da fé. Substituíram as Escrituras pelos atrativos engendrados no laboratório do pragmatismo. Essas igrejas crescem em número, mas nao em vida. Elas têm extensão, mas não profundidade. Têm influência política, mas não po p o d e r espi es pirit ritua ual.l. As igrejas qu quee c a p itu it u lam la m a essa sedu se duçã çãoo pre p regg am sobre so bre a p rosp ro sper erid idad adee , e nã nãoo a resp re spei eito to d o no novo vo nascimento. Falam de milagres, e não de arrependimento. Oferecem ao povo o que ele quer e não o que ele precisa. Pregam outro evangelho, e não o evangelho de Cristo. Paulo combate, de igual forma, aqueles que desvinculam a doutrina da vida. Não basta ser ortodoxo, é preciso ser ortoprá orto prático. tico. N ão é suficiente suficiente ter luz na cabeça, cabeça, é preciso preciso ter fogo no coração. O conhecimento sem vida é inócuo. Uma ortodoxia morta é tão letal quanto qualquer heresia. Há muitos pregadores que têm fome de livro, mas nao têm fome de Deus. Conhecem muito a respeito de Deus, mas não têm intimidade intimid ade com Deus. Percorrem Percorrem com grande desenvo des envoltura ltura os os corredores corredores do sabe saber, r, mas vivem vivem tropeçan trope çando do na hora de colocar esse conhecimento em prática. A carta de Paulo a Tito é absolutamente atual. Seu conteúdo deve ser trovejado dos púlpitos, nas cátedras e na imprensa. Devemos rejeitar peremptoriamente toda sorte de heresia, assim como devemos combater qualquer separação entre a doutrina e o dever.
Prefácio
A igix'ja evangélica brasileira precisa desesperadamente \ I ill.II ,'is ['’scrituras. Precisamos de púlpitos comprometidos I <1111 o evangelho. Precisamos de igrejas bíblicas. Precisamos ill ()ii'} ii'}--;i(.l i(.loores q u e gote go teje jem m a sa d o u t r ina in a sobr so bree o po povo vo e ilinuiiicin o povo com o Pão do do céu. céu. Nao Na o há ou outro tro cam inho I'.n.i .1 igreja brasileira senão uma nova reforma religiosa, i’li i IS,unos de um reavivamento genuíno que coloque a i)',ic|,i (le volta nos trilhos! A t aria a Filemom é a menor e a última carta de Paulo n'i
Hernandes Dias Lopes
T ito Ca pítulo 1
Uma introdução à carta de Paulo a Tito
E s sa é u m a d a s c a r t a s p a s t o r a i s
escritas pelo apóstolo Paulo. É a mais breve bre ve delas. d elas. As cartas car tas p asto as tora rais is sao or o r ien ie n tações práticas do veterano apóstolo aos seus filhos na fé, Timóteo e Tito, ensi nando-lhes a maneira certa de agirem à frente da igrej igrejaa de Deus, como com o represen tantes do apóstolo e pastores do reba nho. Quanto à epístola de Paulo aTito, John Stott está correto quando diz que a ênfase dessa carta é a doutrina e o de ver nas três esfera esferass que q ue atuam atua m os: a igr igreja eja,, a família e o mundo.' John Stott ainda diz que nesses três estágios de instrução é vital vital preservar a descon desc ontinuid tinuidade ade entre Paulo, de um lado, e Timóteo, Tito, os pas p asto tore ress e as igrejas, igreja s, de o u tro tr o .
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binômio inseparável
A verdadeira sucessão apostólica é uma continuidade não de autoridade, mas de doutrina, isto é, o ensino dos apóstolos sendo passado passa do de d e geração geraçã o a geração. geraç ão. E o que q ue faz que essa essa sucessão sucessão do d o u trin tr ináá ria ri a seja possível é que o ensino dos apóstolos foi escrito e deixado para nóss no Novo Testamento.“ nó
João Calvino faz uma importante e esclarecedora dis tinção entre os apóstolos e seus sucessores, quando diz que os primeiros prim eiros eram fiéi fiéiss e genuínos genuíno s autores ilum ilu m inados inad os pelo Espírito Santo, e seus escritos devem ser, portanto, consi derados oráculos de Deus; mas a tinica função dos demais é ensinar o que foi fornecido e selado nas Escrituras Sa gradas. ^ William Hendriksen diz que o termo “cartas pastorais” usado para referir-se a essas cartas endereçadas a Timóteo e Tito data da primeira parte do sécul séculoo 18. Enten E ntende de ainda o erudito escritor que o termo “pastorais” não é adequado, uma vez que Timóteo e Tito não eram pastores de igrejas locais, mas encarregados do apóstolo Paulo para missões especiais nas igrejas."* Essas cartas são absolutamente oportunas e contempo râneas. Elas são totalmente necessárias ainda hoje e isso por várias razÕes: Em primeiro primeiro porq po rque ue a clas lasse pasto pa stora rall está está em crise. H á muitos pastores perdidos e confusos no ministério. Alguns estão estão cansado cansadoss da obra e na obra (Gl 6.9), 6.9), en enqu quanto anto outros vivem vivem na n a indolência indolên cia sem se se afadi afadigar gar na Palavra Palavra (IT m 5.17), sem vigiar o rebanho dos aleivosos perigos (At 20.29,30), sem apascentar com conhecimento e inteUgência o povo de Deus (Jr 3.15). Em livro anterior, citei uma pesquisa feita, em nosso país, em que se constatou que as três classes mais desacreditadas da nação são os políticos, a polícia e os 12
Uma introdu ção à carta de Paulo a Tito Tito
pastore pas tores. s. A crise espi es piri ritu tual al d a igreja igre ja reflete refl ete a crise e spir sp iritu itual al cic seus líderes. A igreja é um reflexo de sua liderança. Se a vitia do líder é a vida da sua liderança, os pecados do líder s:io os mestres do pecado. |ohn Maxwell, um dos mais ilustres paladinos da liilcrança crista, diz que liderança é, sobretudo, influência. I )in líder nun ca é neu neutro. tro. Ele Ele influencia influen cia sempre para p ara o bem ou para o mal. po rque ue m uita ui tass igre igreja jass estã estão o em crise. l',m segundo lugar, porq As cartas pastorais trazem princípios práticos que orientam .1 igreja acerca do modo correto de proceder diante dos pe rigos externos e dos conflitos interiores. Muitas igrejas sao assediadas por falsos mestres e assaltadas por falsas doutri nas. Outras Ou tras têm suas suas ener energi gias as drenadas em intérm inos ino s con co n ditos internos, que tiram o foco da igreja de sua verdadeira missão, que é adorar a Deus e fazer a sua obra. A igreja evangélica brasileira cresce espantosamente. Esse (c-nômeno tem sido estudado pelos grandes especialistas de I rescimento rescim ento de igre igreja. ja. Porém Por ém,, a igreja igreja tem extensão, mas não pio p iolu lunn d ida id a d e . Tem Te m n ú m e r o , m as nã nãoo cred cr edib ibil ilid idad adee . Tem Te m desempenho, mas não piedade. Cresce vertiginosamente o número de igrejas que abandonaram a sã doutrina e abiaçaram o pragmatismo com o propósito de crescer munericamente. Muitas igrejas parecem mais um supermercado que disponibiliza dispo nibilizam m seus prod pr oduto utoss ao gosto da fregues freguesia. ia. Pregam o que o povo quer ouvir, e não o que precisa ouvir. Falam para pa ra en entr tret eter er,, e n ã o p ara ar a levar leva r ao a r rep re p e n d im e n to. to . Preg Pr egam am palavras de h o m e n s , e nã nãoo a Palav Pa lavra ra de D eu eus. s. Em terceiro lugar, porq po rque ue h á nas igre igreja jass u m desc descom ompa pass sso o entre teologia e vida. A igreja de Deus precisa ser zelosa da doutrina e também da vida. Paulo escreveu a Timóteo, 13
utrina e vida um binôm io inseparável T ito e F ilemom - do utrina
dizendo: dizendo: “Tem “Tem cuidado de d mesmo m esmo e da do doutr utrina ina...” ...” (iT m 4.16). A igreja de Éfeso era zelosa da doutrina e descuidada no amor (Ap 2.2-4). A igreja de Tiatira era zelosa quanto ao amor, mas desatenta quanto à doutrina (Ap 2.18-20). As duas igre igreja jass foram solenem sole nem ente exortadas e xortadas e repreendidas repre endidas po p o r C rist ri stoo . Prec Pr ecisa isam m os subs su bscr crev ever er a o rto rt o d o x ia sem se m de deix ixar ar de lado a ortopraxia. Precisamos de teologia boa e de vida santa. A carta a Tito enfatiza tanto a sa doutrina (2.1) quanto a prática da piedade (1.1) e das boas obras (2.14; 3.14). John Stott alerta para o fato de estarmos vivendo sob a avassaladora influência da pós-modernidade, com seu subjetivismo e pluralismo, em que as pessoas têm aversão pela pe la ve verd rdad adee e reje re jeit itaa m p e r e m p tori to riaa m e n te a co conc ncep epçã çãoo e até mesm me smoo a possibilidade de existir existir verdade absoluta. Nesse contexto de relativismo doutrinário e moral, é maravilhoso entender enten der que Paulo Paulo ordena orden a a Tim óteo e a Tito nada menos m enos que dez vezes para ensinar às igrejas a sã doutrina, ou seja, a verdade absoluta (iTm 3.4; 4.6,11,15; 5.7,21; 6.2,17; Tt 2.15;3.8).5 Em quarto lugar, porq po rque ue as heres heresia iass sempre se vestem de nova roupagem para se infiltrar na igreja. As igrejas do pri meiro século já estavam ameaçadas desde o seu nascimento pelo pe lo ferm fe rm e n to d a heresi her esia. a. O s cristã cri stãos os egressos d o p ag agaa n is is mo eram tentados a voltar a ele ou ter sua fé contaminada po p o r en ensi sino noss en enga gano noso sos, s, diss di ssem emin inad ados os pe pelos los falsos m estre es tress itinerantes. Ainda hoje, há muitas heresias no mercado da fé. Muitas delas com sabor de alimento saudável e nutriti vo, mas não passam de comida venenosa e mortífera. Essas heresias estão presentes nos seminários, nos púlpitos, nos livros, nas músicas. Uma heresia é uma negação da verdade ou uma distorção dela. Precisamos nos acautelar! 14
Uma introdução á carta d e Paulo a Tito Tito
lún quinto lugar, porq po rque ue a manei ma neira ra errada de lidar lid ar com ds pesso essoa as dentro dent ro da igreja igreja é a causa causa de m uita ui tass ferida fer idas. s. A carta (If (If l’aul l’auloo aT a T ito é um verdadeiro manu m anual al de relacionam ento humano. Mostra como os líderes devem lidar com as pessoas m ais ai s joven jov ens, s, mais ma is ve velha lhass e as pessoas pesso as d a sua su a idade ida de.. A liderança lideran ça da igreja precisa ser firme na sa d o utrin ut rina, a, zelosa zelosa iia disciplina, mas sensível com as pessoas. Se nao vivermos om harmonia internamente, nao teremos autoridade para prega pre garr a Palav Pa lavra ra e x tern te rnam am en ente te.. 1)ito isto, isto, vamos considerar consid erar alguns alguns aspectos aspectos introdu intro dutór tórios ios ilcssa preciosa carta de Paulo aTito. O remetente da carta lí consenso universal que o autor dessa carta a Tito é 0 afwstolo Paulo. As evidências sao tanto internas quanto externas. Os pais da igreja, como Clemente de Roma, Ináci Inácioo de A ntio nt ioqu quia ia e Policarpo, os reformadores reforma dores e todos todo s os íléis expositores da Palavra deram apoio unânime à autoria paul pa ulin ina. a. O Cânon muratório, que lista os livros do Novo 1estam esta m en ento, to, atrib at ribuu i os três três livros livros a Paulo. Paulo. A única ún ica exceção exceção a c'sse testemunho positivo nos primeiros séculos ocorre com Marcion, que foi excomungado como herege em 144 d.C., ein Roma, devido ao fato de ter rejeitado a maior parte ilo Antigo Testamento e as referências veterotestamentárias (eitas no Novo Testamento.^ Foi apenas no século 19 que a escola liberal lançou dú vidas sobre esse fato até então incontroverso. Os repre sentantes desse liberalismo do século 19, como Friedrich Schleirmacher, rejeitaram ITimóteo, em 1807, e F. C. Baur rejeitou as três três cartas pastorais, pas torais, em 183 1835.^ 5.^ As críticas levan tadas contra a autoria paulina das Epístolas Pastorais, com 15
vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
respeito aos aspectos históricos, hnguísticos, teológicos e éticos, entrementes, sao frágeis e nao oferecem provas sufi cientes para permanecerem em pé.® O destinatário destin atário da carta Essa carta foi enviada a Tito e às igrejas dos cretenses. João Calvino é da opinião que essa epístola foi tanto uma missi missiva va individual de Paulo Paulo aT ito, ito , qu quan anto to um a epístola epístola ao aos cretenses.Charles Erdman diz que, embora essa carta seja past pa stor oral al,, nã nãoo é pu p u r a m e n te pessoal, pess oal, mas ma s u m a missiv mi ssivaa oficial dirigida a um representante do apóstolo, com o fim de fazer chegar por meio dele uma mensagem a toda a igreja. O livro ivro de Atos Atos não faz ne nenh nhum um a menção aTito. Timóteo, Tim óteo, entretanto, tem papel proeminente no livro de Atos, assim como em todas as cartas de Paulo, exceto Gálatas, Efésios e Tito. Porém, Tito é mencionado uma vez em Gálatas, nove vezes em 2Coríntios, uma vez em 2Timóteo e novamente na carta que leva o seu nome. Tito esteve com Paulo em Jerusalém, Efeso, Macedônia, Creta, Nicópolis e Roma. Q ue uem m foi foi Tito? Tito? Em primeiro prim eiro lugar lugar,, Tito f o i um gentio g entio convertido convertido a Crist risto o. Enquanto Timóteo tinha pai grego e mãe judia, Tito era filho de pais gregos (Gl 2.3). Converteu-se a Cristo pelo ministério de Paulo (1.4). Saiu das fileiras do paganismo pa p a ra ab abra raça çarr a fé cristã. cristã . Nã N ã o sabe sa bem m os ao cert ce rtoo a n a tura tu rali lidd a d e de T ito it o . Possivel m en ente te residi residiaa em Antioq An tioquia uia da Sír Síria, ia, on onde de Barnabé e Sau Saulo lo ensinaram a Palavra de Deus." E muito provável que sua convers conv ersão ão tenha ten ha se se dado ne ness ssee tempo, tem po, pois pois somos inform a dos de que quando Paulo subiu de Antioquia a Jerusalém, depois da sua primeira viagem missionária, levou consigo a Tito (Gl 2.3). Essa é a primeira vez que Tito aparece na 16
Uma intro duçã o à carta de Paulo a Tito Tito
lusrória sagrada.'^ Albert Barnes, por sua vez, acredita que I iio vivia vivia em algum alg umaa parte da Ásia Menor. Me nor. Sua suposição se (uiidamenta no fato de que Paulo trabalhou intensamente iu’ssa região e ali muitas pessoas se converteram à fé cristã. lím segundo lugar, Tito não foi circuncidado como qu ando do Timóteo (Gl 2.1-4). T ito foi com Paulo a Jerusalém quan ilo concílio convocado pelos apóstolos e presbíteros para icsolver a questão da aceitação dos gentios na comunidade il.i (c cristã (At 15.1-35; Gl 2.1-3). Os judaizantes queriam ,11 ,11 rescentar à fé em Cristo a necessidade imperativa de os l',(.‘iuios serem circuncidados para serem salvos (At 15.5). Paulo Paulo e Barnabé, depois da prim eira viagem missionária, ilirigem-se a Jerusalém, levando consigo Tito como um c'l()c]uente exemplo de um gentio salvo que não havia sido I ircuncidado. C'arl Spain afirma af irma que qu e T ito teve teve um a posição significativ significativaa iifssa iifssa controvérsia; controvérsia; de fato, ele ele parece ter sido sido a prova núm n úmeei'() I na causa de Paulo con co n tra tr a aqueles que q ue faziam fazia m da circu cir cunnt isão um teste de fraternidade.’'*Charles Erdman afirma de modo correto que o nome de Tito está inseparavelmente vincul vinculado ado “à C arta M agna da Liberdade Liberdade Cristã”. C ristã”. William Hendriksen, na mesma linha de pensamento, a(irma que a importância dessa vitória para a liberdade cristã e para o progresso do cristianismo dificilmente po p o de derá rá ser s u p e res re s tim ti m a d a .’^ .’^ Àq Àque ueles les qu quee q u e s tio ti o n a m por po r q ue Paul Pa uloo c irc ir c u n c ido id o u T im ó teo te o (At 16.3) 16. 3) e resis re sistiu tiu fortemente à circuncisão de Tito (Gl 2.3-5), respondemos ijue o primeiro foi circuncidado por uma questão de e■stratégia missionária; o segundo não foi circuncidado por uma questão de integridade teológica. Hans Burki diz que o caso de Timóteo era uma questão de prática missionária (ICo 9.20); no caso de Tito estava
trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
em jogo uma controvérsia doutrinária fundamental sobre aquilo que é necessário à salvação e o que não é.'^ Em terceiro lugar, Tito f o i enca encarr rreg egad ado o p o r Paulo Paulo para pa ra le le var à igreja de Corinto sua carta dolorosa. Paulo passou dezoi to meses em Corinto, quando fundou uma igreja naquela cidade cidade.. Co Corinto rinto era uma um a cidade m oralmente oralm ente pervertida. Ali Ali fica ficava va o templo tem plo de Afrodite Afro dite com centenas de prostituta pr ostitutass culcultuais. A igreja de Corinto tinha muitos problemas, como divisão, imoralidade, contendas, e muita confusão teológica acerca acerca do casamento, casam ento, da liberdade cristã, cristã, da Ceia Ce ia do Senhor, Senhor, do culto, dos dons e da ressurreição dos mortos. Paulo escreveu àquela igreja uma carta que se perdeu (ICo 5.9). Depois, enviou-lhes a missiva que conhecemos como com o a primeira prime ira epístola epístola canônica. Essa Essa carta não produ pro duziu ziu os resultados resultados esperados por po r Paulo, especialmente especialme nte na questão da disciplina do membro faltoso que mantivera relação sexual com a mulher do próprio pai (ICo 5.1-7). Paulo, então, então , fez fez uma um a visita à igr igrej eja, a, mas a situação situação tornou torn ou-se -se ainda aind a mais hostil (2Co 2.1-4). Paulo deixou a cidade e escreveu de Éfeso uma carta pesada e dolorosa e a enviou à igreja po p o r inte in terr m é d io de T ito it o . Este Es te nã nãoo foi fo i ap apen enas as o p o r tad ta d o r d a carta, mas também o instrumento de Deus para resolver o pr p r o b lem le m a d a d isc is c iplin ip linaa d o m e m b ro falto fa ltoso so,, rest re stab abel elec ecen endo do a ordem e a pureza da igreja (2Co 2.12). Paulo saiu de Corinto, mas a igreja de Corinto não saiu do coraçã coraçãoo de Pau Paulo lo.. Mesmo M esmo tendo ten do Deus aberto um a porta pa p a ra a preg pr egaç ação ão do ev evan ange gelh lhoo e m Trôa Tr ôade de,, o ap após ósto tolo lo nã nãoo pe p e rm a n e c e u n a cida ci dade de e pa p a r tiu ti u p a ra a Ma M a c e d ô n ia, ia , tam ta m a n h a era sua ansiedade de estar com Tito e receber notícias da igreja de Corinto (2Co 2.12,13). Paulo não teve alívio em seu coração enquanto não se encontrou com Tito na Macedônia para saber as notícias
Uma introduç intro dução ão à carta de Paulo a Tito Tito
cia igreja de Corinto (2Co 7.5,6). Os resultados da visita dc‘ 'Tito 'Tito e da doloro do lorosa sa carta c arta de Paulo à igreja igreja surtir su rtiraa m um clfito grandioso, pois os crentes de Corinto corrigiram o lalioso (2Co 2.5-11) e reafirmaram seu amor por Paulo (,’ (,’.(]o .(]o 7.6,7), 7.6 ,7), seu pai espiritual (IC (I C o 4.15). I'!,m quarto lugar, Titof o i enca encarre rrega gado do p o r Paulo Paulo para pa ra levar ,) ,) igr igreja eja de Corinto Corin to a segunda carta e completar comple tar entre os os cren crente tess a graça da contribuição (2Co 8.6). Paulo tinha assumido
uni compromisso com Tiago, Pedro e Joao de que em seu irahalho missionário entre os gentios nao se esqueceria dos pobre pob ress (Gl (G l 2 .10 .1 0 ). A igrej igrejaa de Cor C orin into to dera sinai sinaiss otimistas otim istas de que qu e abraçaria, coni fervor, o projeto de levantamento de ofertas para os cientes pobres da Judeia (ICo 16.1; 2Co 8.6,7). Porém, coni a saída de Paulo de Corinto, embora a igreja tivesse alcançado progresso em outras áreas espirituais, estava muito acomodada nesse campo de contribuição (2Co 8.7). 1'oi então que Paulo enviou Tito, agora da Macedônia, novamente à igreja, para que eles passassem do estágio cio desejo da contribuição para a prática efetiva (2Co 8 . 6 , 7 , 10 , 11). I',m quinto lugar, Tito é companheiro e cooperador dc Paulo, homem digno de honra na igreja de Deus (2Co 8.23,24). Tito não é apenas filho na fé do apóstolo Paulo, mas também seu companheiro e cooperador. Está sempre obedecendo as ordens do apóstolo, no sentido de cooperar com ele ele no traba tra balho lho do d o m inistério em vári várias as igr igrej ejas as.. Era um liomem pronto e sempre disposto a fazer a obra de Deus, onde quer que o apóstolo o enviasse. D iferentemente iferentemen te de Tim óteo que era era jovem, jovem, tím ido e do do ente, ente, Tito reve revela-s la-see um va varã rãoo determ inado, em ocionalm ociona lmen en te granítico, capaz de sanar grandes problemas e conflitos 19
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
nas igrejas mais difíceis. Paulo diz à igreja de Corinto que obreiros desse estofo devem ser merecedores da mais alta consideração e amor da igreja (2Co 8.23,24). Em sexto lugar, Tito, um homem de iniciativa (2Co 8.16,17). Tito demonstrou amor pela igreja de Corinto a po p o n t o de nã nãoo ap apen enas as ir aos c orín or ínti tioo s a ten te n d e n d o ao apelo ape lo de Paulo, mas de ir a Corinto voluntariamente. Ele tinha iniciativa próp pr ópria ria e disposição disposição de enfre e nfrenta ntarr grandes de desa safi fios os no minist m inistério. ério. Tito era proativo e tinha tin ha coração coração de pastor e têmpera de aço para lidar com as tensões da vida pastoral. O ministério de Tito em Corinto foi tão marcante que Paulo o menciona nove vezes em sua segunda carta. Em sétimo lugar Tito, Tito, era um homem hom em ínte íntegr gro o fina fi nanc ncei ei ramente (2Co 12.17,18). Paulo dá seu testemunho à igreja de Corinto dizendo que, durante os dezoito meses que pass pa ssou ou n a cidad cid ade, e, jam ja m ais ai s os ex expp loro lo rouu fina fi nanc ncei eira ram m en ente te.. D e igual forma, seu filho, cooperador e companheiro Tito não os explorou, uma vez que andou no mesmo espírito e nas mesmas pisadas de seu pai espiritual. Em oitavo lugar Tito, era o encarregado encarregado de Paulo para pa ra corrigir os problemas nas igrejas da ilha de Creta (1.5). A pri p rim m e ira ir a vez qu quee ve vem m os Paulo Pa ulo e m C r e ta é d u r a n te sua turbulenta viagem a Roma (At 27.6-8). Possivelmente durante esse breve período que esteve na ilha ele nao teve tempo suficiente para resolver os problemas existentes nas igrejas. Sendo assim, a melhor conclusão é que Paulo esteve nessa ilha na companhia de Tito no intervalo entre suas duas prisões em Roma. Uma vez que os novos convertidos eram egressos do pag p agan anis ism m o , a igreja igr eja na nasc scee nte nt e estava esta va e n f ren re n tan ta n d o m uita ui tass dificuldades, tanto externas quanto internas. João Calvino diz que, depois da partida de Paulo, Satanás se esforçou
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Uma introduçã o à carta de Paulo a Tito Tito
não só para derro de rrotar tar o governo governo da igre igreja ja,, mas tam bé bém m para corromper sua doutrina dou trina.’ .’** Como Paulo era apóstolo aos gentios e não apenas de uma um a região, região, deixou T ito em C reta para p ara colocar as as coi coisas sas em ordem nas igrejas e constituir presbíteros nessas igrejas das várias cidades da ilha (1.5). Tito ainda ajudou Paulo em Nic N icóp ópol olis is (3.1 (3 .12) 2),, s itu it u a d a n a co cost staa o r ien ie n tal ta l do m a r Jôn J ônic ico. o. Em nono lugar, Tito esteve com Paulo em Roma, em sua última prisão (2Tm 4.10). Na última menção que temos tic 'ilto na Bíblia, ele está indo de Roma à Dalmácia (2Tm 4.10). Embora o texto não seja explícito, Tito deve ter ido à Dalmácia por ordem do próprio apóstolo Paulo. Nesse tem te m p o o ap após ósto tolo lo já ha havi viaa sido sid o c a p tura tu radd o e estava esta va novamente preso, não mais com liberdade condicional, mas numa masmorra romana, sabendo que a hora da sua pa p a rtid rt idaa ha havi viaa ch cheg egad adoo (2Tm (2 Tm 4 .6-8 .6 -8). ). Nesse tem te m p o o im i m p e rad ra d o r era e ra Ne N e ro, ro , o m o n s tro tr o q u e assasassassinou o irmão, a mãe, a esposa Otávia e o tutor Sêneca, além dl.' muitos outros. Quando pôs fogo na cidade de Roma, no ano 64, o povo o acusou de ser o autor do incêndio. ( 'ontudo 'ontu do,, ele ele trato tra touu de desvi desviar ar a atenção de si e culpou culp ou ooss cristãos pela façanha. O banho de sangue que se seguiu foi terrível. Paulo foi decapitado na Via Óstia, quase cinco (|uilòmetros fora da capital, por volta do ano 67 d.C. Não sabemos se Timóteo e Marcos chegaram a Roma antes da morte do apóstolo.’^ A data em que qu e a carta fo foii escrita escrit a límbora sua posição no Novo Testamento seja depois de 2Timóteo, sua posição cronológica é, provavelmente, eiure as duas cartas cartas de Tim óteo. óte o. Temos certeza certeza de que q ue Tito 21
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
prec pr eced edee 2 T im ó teo te o , p o r q u e o ap após ósto tolo lo a ind in d a era h o m e m livre quando escreveu essa epístola sobre o estudo. Mas se Tito precede ou sucede a ITimóteo, é difícil dizer.É fato incontroverso, porém, que Paulo escreveu essa carta no intervalo entre suas prisões em Roma.^’ O livr livroo de Atos term ter m ina dizendo que Paulo havia sido sido autorizado autorizado a alugar alugar um a casa casa onde cum pria prisão prisão dom do m ici lia liar, junto jun to à guarda pretoriana, em Roma. R oma. Essa Essa prisão prisão duro du rouu dois dois anos (At 28.30). 28.3 0). Colocado Colo cado em liberdade, Paulo visitou a igreja de Efeso, onde deixou Timóteo incumbido de su per p ervi visi sioo na narr as igrejas d a Ásia M en enor or,, seg se g u ind in d o em dire di reçã çãoo à Macedônia. Após alcançar o norte da Grécia, possivelmen te esc escrrev eveu eu sua primeira prim eira carta carta a Tim óteo (iT m 1.3) 1.3).. Q u a n do chegou à ilha de Creta, lá deixou Tito para encorajar e orientar a liderança dos cristãos cretenses (1.5), partindo em seguida para Acaia, região sul da Grécia (3.12). Na N a Mac M acee d ô n ia, ia , p o u c o an ante tess de che c hega garr a N icó ic ó po poli lis, s, Paulo Pa ulo poss po ssiv ivel elm m en ente te d e c idiu id iu escrever esc rever essa ca c a rta rt a de e n c o raja ra jam m e n to a Tito. Quando, finalmente, alcançou Trôade (2Tm 4.13), é provável que tenha sido inesperadamente preso e novamente levado a Roma, jogado num frio e isolado calabouço e, pouco tempo mais tarde, logo após ter escrito sua segunda carta a Timóteo, terminou decapitado sob as ordens de Nero.^^ A tradição da igreja noticia que Tito teria se tornado o pri p rim m e iro ir o bisp bi spoo da igreja igr eja de C reta re ta,, p e r m a n e c e n d o solte so lteir iroo e morrendo na ilha, aos 94 anos de i d a d e . A ilha de Creta Creta era uma ilha grande e populosa. Havia sido célebre desde os tempos mais remotos por uma civilização avançada, em particular pela sabedoria de suas leis.^^ No 22
Uma introdução à carta de Paulo a Tito Tito
,111o 141 a.C., a .C., os judeus jude us da ilha ilha de Creta Cre ta tinha tin ham m se tornad torn adoo suUcientemente suU cientemente fort fortes es para obter obte r o apoio político de Rom a, 0 (|ue os tornou ainda mais prósperos e influentes. Roma ,iiK'xou Creta em 67 a.C. e a uniu a Cirene, uma parte da 1,íbia na África do norte, como uma só província. Política e geograficamente, Creta estava exposta às inlluêiicias europeias ao norte, e às do Egito, Líbia e Cirene ,1 0 sul. Ela se achava situada em um ponto favorável: era .1 maior de uma cadeia de ilhas que serviam como uma serie conveniente de trampolins para o tráfico que se fazia c-iitrc a Grécia e a Ásia Menor. Seus portos eram muito im po it an ante tess p a r a os na navio vioss q u e atrav atr avess essav avam am o M e d ite it e r rân râ n e o , especialmente especialmente no m au tempo tem po (At (At 27.727.7-14 14). ).^^ ^^ A ilha de Creta, de 260 quilômetros de comprimento, .ilém de ser conhecida na antiguidade, foi também mencionada no Novo Testamento bem como no Antigo 1estamento como terra dos filisteus, de nome Caftor (Dt ,’,.23 ,.23;; Jr 4.7; A m 9.7). C reta situava-se situava-se em um u m p o n to de eru/a er u/am m en ento to entre a Ási Ásia, a África África e a Europa. A palavra “sincretismo” vem dos cretenses. Em Creta, eada uma das numerosas cidades queria ser a mais adiôno ad iônom m a poss possív ível el em relaç relação ão às às demais demais.. Som ente quan q uando do eslava em jogo a defesa contra um inimigo comum, os I leienses, leienses, que q ue prefer p referiam iam a indepe inde pend ndên ência cia,, se uniam unia m , Iornando-se assim íj/;?-cretenses (íj/^-cretismo). Nessa ilha confluía toda sorte de cultos, religiões, filosofias e linhas de pensamento.^'’ ( Charles Erdm Er dm an reafirma reafirma que a ilha ilha de Creta, que ocu ocupa pa va uma posição privilegiada no centro do Mediterrâneo, liavia alcançado na antiguidade uma civilização brilhante; mas, por alguma razão, essa civilização entrou em declínio (L 12,13), 12,13), e, no reinado de Aug Augusto, usto, os habitante ha bitantess de 23
utrina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - do utrina
Creta eram bárbaros e toscos, e vistos com aversão e até desprezo.“^ William Barclay diz que nessa época a igreja era uma ilha de cristianismo cercada por um mar de paganismo. As mais perigosas heresias a ameaçavam por todos os lados. As pessoas pes soas qu quee a for f orm m a va vam m estav es tavam am a um u m passo pass o de sua orig or igee m e antecedentes pagãos.^* Como o evangelho é para todos os povos, judeus e gregos, bárbaros e estudiosos, Paulo, ao sair da sua primeira pris pr isão ão em R oma, om a, r e tor to r n o u à ilha, ilh a, a c o m p a n h a d o de T ito it o pa p a ra co conn soli so lidd ar aq aque uele le tra tr a b a lho lh o a ind in d a inc in c ipie ip ienn te. te . A ntes nt es de pa p a r tir ti r p a ra ou outr traa s pa para rage gens ns,, de deix ixou ou ali Tit T itoo , seu filho filh o n a fé, com pan panheiro heiro e cooperador cooperad or para colocar em ordem as co coisas isas restantes e nomear presbíteros nas igrejas. Algum tempo depois de sua saída de Creta, Paulo escreveu essa carta a Tito, com vários princípios pastorais que deveriam ser observados nas igrejas. A lbert lbe rt Barnes Barnes diz que nós não temos tem os informações inform ações seguras seguras acerca do tempo exato em que o evangelho foi anunciado pela pe la p r im e ira ir a vez n a ilha ilh a de C reta re ta,, n e m de q u e m fora fo ram m os pioneiros dessa evangelização.^^ Os judeus cretenses tinham laços com os judeus de Jerusalém. Por isso, no dia de Pentecostes havia judeus piedosos de Creta que tinham ouvido o evangelho e testemunharam o estabelecimento da igreja (At 2.10,11). A conversão de alguns desses homens e seu retorno subsequen subse quente te à ilha de Creta C reta foram provavelmente o começo das igrejas com as quais Paulo e Tito trabalharam mais tarde. Corroborando essa hipótese, Hans Burki afirma que é possível que, muito antes da visita de Paulo a Creta, já tivessem surgido nessa ilha pequenas células domésticas de discípulos discípulo s de Jesus. Jesus. 24
Uma introdução à carta de Paulo a Tito Tito
lúnlíora Paulo tivesse como meta pregar o evangelho rm i\-giões ainda nao alcançadas (Rm 15.20), também se I '.iorça '.iorçava va para pa ra co confir nfirm m ar igrejas igrejas estabelecidas p o r outros outro s (Km (Km 1.10-15; 15 15.22 .22-24 -24). ). Por P or iss isso, o, dispôs-se dispôs-se a visitar a ilha
trina e vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
Van Oosterzee acentua o fato de que a moralidade dos cretenses cretenses estav estavaa longe do que deveria ser ser (1.12), e, tem te m en endo do que esses novos convertidos retrocedessem aos seus antigos víci vícios os,, Paulo Paulo sentiu s entiu a necessidad necessidadee imperativa im perativa de orienta orie ntarT rTito ito sobre como conduzir-se no meio desse povo, especialmente no estabelecimento da ordem na igreja, a fim de que os falsos mestres nao a tomassem de assalto.^^ As principais ênfases da carta A carta de de Paulo Paulo aT ito trata de vário várioss temas fundam funda m entais pa p a ra a igreja. Em primeiro lugar, a organização das igrejas (1.5). Muitas coisas estavam fora de lugar nas igrejas de Creta. Tito foi deixado lá para colocá-las em ordem. Essas coisas incluíam o ensino da sa doutrina, a aplicação da disciplina, o combate aos falsos mestres e a instrução da sã doutrina aos crentes. Em segundo lugar, a liderança das igrejas (1.5-9). Paulo tinha uma solene preocupação com o governo da igreja. U m a igreja igreja bíblica precisa precisa ter líder líderes es sãos sãos na fé e na co cond nduta uta.. Paulo deixa claro que o objetivo supremo do governo da igreja é a preservação da verdade revelada.^'* O apóstolo apóstolo também tam bém afirma afirma que o conh conhecim ecimento ento da verdade desemboca numa vida piedosa (1.1). Os hereges, tanto do gnosticismo incipiente quanto do judaísmo, enfatizavam um conhecimento que não produzia piedade. A doutrina não pode estar separada da vida. A verdadeira doutrina produz vida santa, e vida santa é o resultado da verdadeira doutrina. Uma não existe sem a outra. Uma é causa, a outra é consequência. Em terceiro lugar, o comb co mbate ate aos aos fals falsos os mestres mestres e às falsa falsass doutrinas (1.10-16). A liderança da igreja precisa vigiar
Uma introduç ão à ca rta de Paulo a Tito Tito
|)ara que os lobos que estão do lado de fora não entrem; iK-in os lobos vestidos de peles de ovelha, disfarçados ck-iitro da igreja, arrastem após si os discípulos (At 20.2931). Esses falsos mestres podiam ser identificados por inlclectualismo especulativo (3.9), espírito de exclusividade (2.11), ascetismo (1.15), licenciosidade (1.16), ganância (1.11), mitos e fábulas (1.14) e legalismo judeu, que exigia .1 circuncisão e promovia fábulas judias e mandamentos de homens (1.14).^^ Meyer Pearlman menciona quatro características desses lalsos mestres: 1) quanto a seu caráter, eram insubordi nados, enganadores e faladores (1.10); 2) quanto às suas motivações, eram gananciosos (1.11,12); 3) quanto ao seu ensino, eram apegados às tradições judias e lendas (1.14), i'xigindo abstinência de alimentos (1.15); 4) quanto às suas prete pr etensõ nsões es,, prof pr ofes essa sava vam m ser ve verd rdad adei eiro ross m estre es tress do ev evan an gelho, mas sua vida pecaminosa desmentia a sua profissão d.16).-^''’ iím quarto lugar, o ensino da sã doutrina (2.1). A igreja niio deveria ficar apenas na defensiva, combatendo os falsos mestres, mas deveria sobretudo engajar-se no ensino da sã doutrina. Esta palavra “sã” é um termo médico e indica a doutrina que está livre de corrupção e enfermidade. É evidente que a falsa doutrina e o falso ensino ameaçavam a igi'eja cretense. Em quinto lugar, a promoção da ética cristã (2.2-10). Paulo Paulo dá orienta or ientaçõe çõess claras claras para pa ra os líderes líderes e pa para ra os liderados. As prescrições apostólicas contemplam os idosos, os recémcasados, os jovens e os servos. Não é suficiente ter doutrina sã, é precis precisoo tam ta m bé bém m ter vida santa. A doutr do utrina ina sempre deve deve converter-se em vida. Quanto mais conhecemos a verdade, lanto mais deveríamos viver em santidade. Diferentemente 27
trina e vida vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - dou trina
dos gnósticos, o conhecimento da verdade nao nos conduz à soberba, mas à humildade. Em sexto sexto lugar, a prá pr á tica tic a das das boas boas obr obras as (2.11-14; 3.8,14). Nã N ã o som so m os salvos pelas pela s boa boass ob obra ras, s, m as d e m o n s tra tr a m o s nossa salvaçã salvaçãoo po p o r meio m eio de delas las.. A salvação salvação é pela fé somente som ente,, mas a fé salvadora nunca vem só; ela é acompanhada das boas bo as obras. obr as. A fé é a causa; as boa boass ob obra rass são o resu re sult ltad adoo da salvação. As nossas boas obras não nos levam para o céu, mas nos no s acompanham para o céu (Ap 14.13). Em sétimo lugar, a submissão às autoridades (3.1-11). A igreja de Deus é um lugar de ordem, e não de anarquia; de obediência, e não de insubmissão. Insurgir-se contra as autoridades instituídas por Deus é desafiar o próprio Deus que as instituiu. Assim, Assim, a fonte da autoridad auto ridadee não está está nela nela mesma, mas em Deus. Resistir à autoridade é resistir a Deus. Dessa forma, Paulo está combatendo dois erros. O primeiro deles é a autocracia. autocracia. Toda vez vez que a autoridad auto ridadee atribui a si si mesm a o pode po der, r, age de form fo rmaa a u toc to c ráti rá ticc a e tru t rucc u len le n ta. ta . O p o d e r ve vem m de Deus e deve ser exercido em nome de Deus, de acordo com o caráter e as prescrições de Deus. O segundo erro é a anarquia. A desobediência à autoridade, seja no Estado, seja na igreja ou na família, é um atentado contra a ordem estabelecida pelo próprio Deus. Se a autoridade não pode exceder-se, atribuindo a si m esma esm a poder, os os liderados nao podem pod em rebelar rebelar-se, -se, sacudindo sacudin do de si o jugo da obediência.
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Uma introdução à carta de Paulo a Tito Tito
N o t a s d o c a p í t u l o 1
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trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
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Capítulo 2
A supremacia da Palavra no ministério apostólico
(Tt 1.1-4)
A INTRODUÇÃO INTRODUÇ ÃO À CA CARTA DE PaUL P aULO O
a T ito é a terceira terceira mais mais longa escrita escrita pel peloo apóstolo, apóstolo, só superada pela pela introduç introd ução ão de Gálatas e Romanos. Nessa introdução, Paulo não explica as circunstâncias pessoais pesso ais na nass qu quai aiss se e n c o n tra tr a , n e m a dos leitores a quem se dirige.^® Qual o propósito dessa longa intro dução, uma vez que Paulo está escre vendo para alguém tão próximo como Tito? Hans Burki diz que os versícu los 1-3 trazem, em palavras concisas, a mais completa descrição do serviço apostólico, como Paulo o compreen dia e praticava.^^ Donald Guthrie des taca o fato de que a introdução dessa carta não é apenas mais longa do que a
unn binôm io inseparável T ito e F ilemom - dou trina e vida un
introdução das outras cartas pastorais, mas também é mais teológica.'*'’ William Hendriksen, por sua vez, diz que a introdução de Paulo está em total conformidade com o caráter e o pro p ropp ó sito si to da ep epís ísto tola la,, u m a vez qu quee a sã d o u tri tr i n a c a m inha in ha de mãos dadas com a vida de santificação e a realização das boas boa s obras. obra s. A introdução dessa carta em apreço parece nos provar duas coisas importantes: Em primeiro lugar, a legitimidade da autoria paulina. Paulo se se apresenta com c omoo o auto au torr dessa dessa epístola (1.1). Jamais Jamais um pseudoescritor se passaria pelo apóstolo usando uma introdução introduçã o tão long longa. a. C oncordo oncord o com Van Oosterzee Oosterzee quando diz que a extensão extensão e a riqueza dessa dessa introd intr oduç ução ão com parada par ada à brev br evid idad adee d a c a rta rt a p o d e ser c o n s ide id e rad ra d a u m a prov pr ovaa inte in tern rnaa de sua genuinidade. Um impostor consideraria essa longa introdução, não encontrada na maioria das cartas paulinas, algo supérfluo e dispensável."*^ Em segundo lugar, a amplitude dos destinatários. A carta não foi dirigida apenas aTito, mas a toda a igreja cretense. O fato de Paulo fazer uma síntese da mensagem apostólica logo na introdução deixa claro que sua epístola foi dirigida não apenas a Tito, mas também às igrejas da ilha de Creta. João Calvino Ca lvino diz que ess essa longa e laboriosa recomendaçã recom endaçãoo do seu apostolado demonstra que Paulo pensava em toda a igreja, e não só em Tito; porque seu apostolado não era impugnado por Tito, e Paulo tem o costume de proclamar os títulos de seu chamamento para manter sua autoridade. Paulo, pois, escrev escrevee ess essaa epístola não pa para ra que q ue Tito Tit o a leia leia sozinho em seu quarto, mas para que sua mensagem seja pu p u b lic li c a d a a b e r tam ta m e n te.' te .'’’’ Essa car c arta ta de devia via ser p a ra Ti T i to nao apenas fonte de instruções relativas ao governo das igrejas. 32
A sup rem re m acia ac ia da d a Palavra Pala vra n o mini m inisté stério rio apo a postó stó lico lic o
mas uma espécie de carta de crédito diante dos crentes a (]ucm ministrava/"* Destacaremos algumas verdades preciosas nesse introito da carta. As credenciais do apóstolo Paulo (1.1) As cartas cartas antigas começavam começ avam com c om o nom no m e e credenciais credenciais do i cmeten cm etente te e uma um a saudação ao destinatário. Paulo se se apresenta apresen ta lom lo m duas creden credenciai ciaiss da mais mais alta importância: serv servoo de Deus i' apóstolo apóstolo de Jesu Jesuss Cristo. W illiam M acD ac D on onald ald corretam cor retamente ente alirma alirm a que a primeir prim eiraa expressão expressão descreve descreve Paulo com c omoo escra escravo vo do Supremo Mestre e a segunda como um mensageiro do Soberano Senhor. A primeira fala de submissão, a segunda dc autoridade. Paulo se tornou um servo por uma rendição ()c'ssoal e um apóstolo por uma nomeação divina.^’ Vejamos mais detalhadamente esses dois títulos. Em primeiro lugar, servo servo de Deus (1.1). Esta é a primeira (• li nica vez, em suas cartas, que Paulo refere-se a si mesmo lomo “servo de Deus”. E um termo de grande honraria, uma vez que foi usado no Antigo Testamento para os patria pa triarca rcas, s, prof pr ofet etas as e reis. reis. No A n tig ti g o T e sta st a m e n to, to , A braã br aão, o, Moisé Mo isés, s, os prof pr ofet etas as,, 1)avi e os não-israelitas que cumprem os propósitos de 1)cus )c us são são de d e sign ig na do s “serv servos os de d e D e u s ” ."**^ Hans Burki é da opinião que Paulo tenha usado esse título, posicionando-se ao lado de patriarcas e profetas, em vista dos judeus hereges de Creta (1.10)."*^ Denota também c|uc Paulo era propriedade exclusiva de Deus e estava a ■serviço de Deus. Como servo de Deus, ele faz referência h grande causa que havia abraçado, de anunciar o eterno |)lano de Deus, a salvação dos eleitos, por meio da pregação da verdade."*®
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vida um binônni binônnio o inseparável T ito e F ilemom - dou trina e vida
A expressão “servo de Deus” aponta, de igual forma, pa p a r a o fato fa to de q u e aq aque uele le q u e o u t ror ro r a fora fo ra escravo escra vo do peca pe cado do,, ago agora, ra, livre p o r Jesus Jesu s C rist ri stoo , está es tá a serviço ser viço de Deus.^^ Aqueles que não são servos de Deus, são servos do peca pe cado do,, escravos das p róp ró p ria ri a s pa paixõ ixões es e estão estã o a serviço ser viço de suas concupiscências. Nã N ã o de deve vería ríam m os no noss e n v e rgo rg o n h a r de serm se rmos os ch cham amad ados os servos de Deus, de sermos escravos do Rei dos reis e do Senhor dos senhores, pois essa posição nos coloca em associação não somente com os patriarcas, profetas e apóstolos, mas também com os santos anjos e com o pró p rópp r io Filho Fi lho de Deus.^° Em segundo lugar, apóstolo apóstolo de Jesus Cristo (1.1). Esta é uma definição mais exata de seu ofício, uma vez que Paulo recebeu sua comissão e sua doutrina de Jesus Cristo, diz Hervey.^’ Esse título explica em que sentido Paulo é servo de Deus, a saber, como emissário de Jesus, o Messias. John Stott diz que os apóstolos receberam do Senhor Jesus um chamado, uma comissão, uma autorização e uma capacitação sem igual, para ser seus inspirados mensageiros.-^-’ Calvino afirma que há diferentes graus entre os servos de Deus. Dessa forma, Paulo passou de uma descrição geral para uma classe particular.^"* Paulo foi salvo de uma maneira extraordinária, quando o próprio Jesus apareceu pa p a ra ele no c a m inh in h o de D amas am asco co.. Foi Fo i esco es colh lhid idoo e sep s epar arad adoo pelo pe lo p r ó p rio ri o C rist ri stoo p a ra ser ap após ósto tolo lo dos ge gent ntio ios. s. Paulo Pa ulo recebeu seu evangelho não da parte de homem algum, mas do próprio Cristo (Gl 1.11,12). George Barlow está correto quando diz que o propósito de Paulo nessa apresentação é confrontar os falsos mestres, contrastando sua vocação divina para o apostolado
A supr su prem em acia ac ia da d a Palav Pa lavra ra no m inisté ini stério rio apos ap ostó tólic lico o
com a autoridade que esses falsos mestres conferiam a si mesmos. O propósito do apostolado aposto lado de Paulo (1.1,2 (1.1,2)) O apóstolo apóstolo enu enum m era quatro propósitos propósitos de seu seu apos tolado. Em primeiro lugar, prom pr omov over er a f é dos dos eleito eleitoss de Deus Deu s (1.1). Warren Wiersbe diz que o propósito de Paulo era compartilhar a fé, o conjunto de verdades contidas na Palavra de Deus.^'’ Paulo relaciona seu ministé m inistério rio com a sal salva vação ção dos eleit eleitos os ilc Deus, como se estivesse dizendo que existe um acordo mtituo entre seu apostolado e a fé dos eleitos de Deus; |x)r conseguinte, seu apostolado não seria rechaçado por ninguém, exceto pelos réprobos e pelos que se opÕem à verdadeira fé.^^ Deuss tem Deu te m seus seus eleit eleitos os e os cham cha m a à fé fé m ed edian iante te a pregação pregação a[-)ostólica. Kelly diz que Paulo prega o evangelho de modo c|ue aqueles que Deus escolheu e está chamando possam vir para a fé ou possam crescer na fé.^® Paulo tinha sido encarregado de anunciar essa verdade bendita. Algumas vc‘rdades sublimes devem ser aqui destacadas; A elei eleiçã ção o é um u m decre decreto to de Deus. Deus, na sua soberania e }’iaça, escolheu alguns para a salvação. Essa escolha é livre, soberana sobe rana e etern ete rnaa (2Tm (2T m 1.9). 1.9). Essa eleição eleição é em Crist C risto, o, e não à [larte dele, pois se baseia em seu sacrifício substitutivo, e nao no merecimento humano (Ef 1.4). Essa eleição é fruto d a graça, e não resultado das obras. A eleiçã eleiçãoo está enraizada no solo solo da graça. graça. Foi Deus Deu s que q uem m nos escolheu, e não nós a ele (Jo 15.16). Deus nos escolheu p o rqu rq u e pre pr e v iu q u e iría ir íam m os crer cr er em C rist ri stoo , mas ma s crem cr emos os nao po cm Oisto porque Deus nos escolheu (At 13.48). A eleição 35
trina e vida vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - dou trina
é a mãe da fé. A fé não é a causa da eleição, mas o seu resultado. Deus nos escolheu não porque viu em nós boas obras, mas porque fomos criados em Cristo para as boas obras (Ef 2.10). As boas obras não são a causa da eleição, mas a sua consequência. Deus nos escolheu não porque viu em nós santidade, mas porque fomos eleitos antes da fundação do mundo para sermos santos (Ef 1.4). Deus nos escolheu não po p o r q u e viu vi u em nós ob obed ediê iênc ncia ia,, m as p o rqu rq u e fom fo m os eleitos eleito s par p araa a o be bedi diên ênci ciaa (IP (I P e 1.2). Concordo Con cordo com Van Van Oosterz Oosterzee ee quando quan do diz diz que a dou doutrina trina da graciosa eleição divina não tem o propósito de ser uma pe p e d r a de trop tr opee ço p ara ar a o de desc scren rente, te, mas ma s u m a fon fo n te de consolo para p ara o crente, um a vez vez que o crente conside co nsidera ra a livr livree e soberana esco escolh lhaa divina divina como o fundam funda m en ento to de sua sua maior glóri glóriaa e cons consol olação ação,, tanto tan to na vida quanto quan to na morte. m orte. A f é é u m a dád d ádiv iva a de Deus. Todos os eleitos são chamados eficazmente, justificados e glorificados (Rm 8.30). Todos os que são destinados para a vida eterna creem (At 13.48). Deus De us cham c ham a seu seuss escolhidos escolhidos med m edian iante te a Palavr Palavraa (Jo (Jo 17.20). A fé vem pelo ouvir a Palavra (Rm 10.17). Quando o eleito escuta a voz do evangelho, ele crê, assim como quando uma ovelha de Cristo escuta a voz do pastor logo a atende (Jo 10.27). Conco Co ncordo rdo com Albert Barn Barnes es quando qua ndo diz diz que é propósito de Deus salvar seu povo, mas isso não significa salvá-lo na infidelidade e descrença. Primeiro eles devem crer e só então é que são salvos. Os eleitos creem mediante o ministério da Palavra (1.1). A fé dos eleitos é promovida por meio da pregação da Palavra. Deus escolheu salvar os seus mediante a loucura da pregação (ICo 1.21). Deus chama os seus eleitos, e os 36
/4 /4 suprem acia da Palavra no ministério ministério ap ostólico
cham cha m a eficazmente, m ed edian iante te a pregação fiel fiel da sua Pala Palavra vra.. Por ess essa causa, causa, Van Van Oosterzee diz que o verdadeiro prega p regador dor do evangelho é nada menos, nada mais do que o intérprete da divina revelação da salvação.^' Concordo com Matthew Henry quando diz que a fé descansa nã nãoo sobre os falí falíve veis is arrazoados e opiniões opiniõe s hum hu m an anas as,, mas sobre a própr pró pria ia verdade divina div ina que con conduz duz à piedade.‘ piedad e.‘’’‘ Em segundo lugar, prom pr omov over er o plen pl eno o conhecimento conhec imento da verdade (1.1). O apóstolo Paulo era um embaixador da verdade. Seu ministério tinha como plataforma principal oferecer aos pecadores o pleno conhecimento da verdade. Essa verdade é a verdade revelada. É o evangelho da graça. E rdm rd m an diz que essa essa verdade não n ão é ou outra tra senão o evangelho evangelho cristã cristãoo que tem te m como com o propós pro pósito ito a promoção promo ção da piedade.'’^ piedade.'’^ Para Calvino a fé dos eleitos e o pleno conhecimento da verdade são a mesma coisa. O pleno conhecimento da verdade explica qual é a natureza dessa fé, pois não há fé sem conh c onhecim ecimento ento.'’ .'’^^ Concordo com John Stott quando diz que fé e conhe cimento são duas características fundamentais do povo de Deus. Longe de ser incompatíveis, a fé e o conhecimento estão lado a lado. Aqueles que conhecem o nome de Deus são os que confiam nele. A base para terem fé nele é o conhecimento que têm do nome de Deus e do caráter dele, que lhes foi revelado. A fé evangélica não é fé cega nem fé mística, mas fé estribada no pleno conhecimento da verdade. Paulo não íala íala de qualq qu alque uerr clas classe se de verdade, verdade, mas da d a dou do u trin tri n a celest celestial ial c]ue se contrapõe à vaidade do entendimento humano (Jo 16.13; 17.17; Gl 3.1; Cl 1.5; ITm 2.4; 3.15). Em suma, essa verdade é o reto e sincero conhecimento de Deus, que nos liberta de todo erro e falsidade. 37
T ito e F ilemom - doutrina e vida um binômio inseparável
Os falsos mestres anunciavam outra mensagem, outro evangelho, e pleiteavam arrogantemente serem os legítimos po p o rta rt a d o res re s d a ve verda rdade de.. U m g rupo ru po de falsos mestre me stress ten te n tav ta v a misturar a lei judaica com o evangelho da graça (1.10,14), enqu en quan anto to alguns dos cristão cristãoss gentios gentios abusavam abusavam da mensagem m ensagem da graça, transformando-a em licenciosidade (2.11-15). Porém, não existem duas verdades. A verdade é objetiva. Paulo não era um arauto de experiências místicas. Ele não anunciava revelações forâneas às Escrituras. Não pregava a si mesmo; anunciava a Cristo, a verdade encarnada de Deus. A verdade é a sã doutrina. É a ortodoxia em oposição à heresia dos falsos mestres. É o conteúdo do evangelho. Em terceiro \\x^ \\x^zx zx,, promov prom over er a vida vid a piedosa (1.1). Diferentemente da aparente verdade anunciada pelos gnósticos e judaizantes, a verdade de Deus produz vida santa. Erdman está correto quando diz que a mensagem apostólica diferia das heresias dos falsos mestres, que eram simplesmente especulativas e sem propósitos práticos ou morais. Ademais, em contraposição ao espírito enganoso e desleal dos cretenses que propagavam seus erros, a esperança da vida eterna era um a promessa fi fiel do Deus De us que não pode mentir. mentir. A verdade de Deus D eus não é endereçada endereça da apenas ao ao intelecto, mas ao ao coraçã coração. o. É uma um a verdade transformadora. transform adora. A doutrin do utrinaa bíbl bí blic icaa p r o d u z tra tr a n sfo sf o rmaç rm ação ão de vida. vid a. Ela de dese sem m b o ca em pied pi edaa de de.. Ela El a tra tr a z luz lu z p a ra a m e n te e fogo fo go p a ra o coração cora ção.. Ela informa e transforma. Hans Burki está correto quando afirma que a verdade forma unidade unidad e com a vida, vida, assi assim com o a fé fé forma forma unidade com as obras.*’® Calvino declara que essa cláusula elogia a doutrina de Paulo pelo seu fruto, uma vez que não tem outro objetivo 38
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senão que Deu D euss seja seja adorado adorad o da form a correta, e que a reli religiã giãoo pu p u r a floresça flore sça e n tre tr e os ho h o m e n s. A ú n ica ic a reco re com m e nd ndaç açãã o legal da dou d outrin trinaa é que ela nos ensina a temer tem er a Deus e a prostrarnos ante ele com reverência.*’^ A verdade do evangelho transforma uma vida de “impiedade” (2.12) em uma vida de santidade. Muitos cretenses, e ainda hoje alguns membros das congregações, prof pr ofes essa sam m ser salvos, m as sua su a vida vi da ne nega ga sua su a profi pr ofiss ssão ão de fé (1.16).7« Em quarto \ugzv, prom pr omov over er a esper esperan ança ça da vida vi da eterna (1.2). A verdadeir verdadeiraa relig religião ião e a prática da piedade começam com eçam com a esperança da vida celes celesti tial al.^ .^'' E rdm rd m an diz que a fé fé e o con conhe he cimento da verdade são acompanhados da esperança.^^ A palavra “esperança” aparece 52 vezes no Novo Testa mento e sempre está em conexão com Deus, com o Media dor e com os crentes. Deus é o autor dessa esperança, pois ele é o Deus da esperança (Rm 15.13). O propósito dessa esperança esperança é ofer oferecer ecer aos aos que creem a vida eterna (Rm 6.23). Ivssa vida eterna etern a tem te m a ver com a fruição fruição da com c om un unhã hãoo com 1)eus, desde agora e por toda a eternidade (Jo 17.3,24). A verdade do evangelho não apenas transforma a vida ac]ui e agora, mas também aponta para uma esperança glori gloriosa osa no futuro. futuro . Somos nascidos nascidos de Deus De us para pa ra um u m a vi viva esperança (IPe 1.3). A verdade verdade evangéli evangélica ca tem sua consumação consum ação na eternidade. I',la é empírica e também transcendental e escatológica. Ela laia laia da terra terra e tam bé bém m do céu. céu. Ela tem sido sido transform tran sform ado adora ra para pa ra a vida vi da do lado la do d e cá d a s e p u ltu lt u r a e ofere of erece ce segu se gura ranç nçaa para pa ra a vida vi da a lém lé m -tú -t ú m u lo. lo . Essa Ess a ve verd rdad adee nã nãoo é c o m o u m a verdade científica, histórica e política, mas uma verdade espiritual que conduz o homem a uma vida santa e o prep pr epar araa de desd sdee já p a ra o céu cé u a b s o luta lu tam m e n te sant sa nto. o.
vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
A confiança confianç a do apóstolo apósto lo Paulo (1.2,3) (1.2,3) William MacDonald sintetiza o ministério dc Paulo em relação ao ao evangelho evangelh o em três áreas áreas distinta disti ntas: s: 1) cvangelism cva ngelismoo - “ [... ...] a fé que é dos eleitos eleitos de Deus De us”” (1.1); 2) educação educ ação - “ [...] ..] e o pleno conh c onhecim ecimento ento da verdade segundo a pie pi e d a d e ” (1.1) (1 .1);; 3) ex expe pect ctaç ação ão - “ [...] [...] n a espe es pera ranç nçaa da vida vi da eterna que o Deus que não pode mentir prometeu” (1.2).^"‘ O apostolad apos toladoo de Paulo está calçado calçado em confiança c onfiança inabaláv inabalável. el. Duas verdades preciosas são aqui destacadas: Em primeiro lugar, a promessa de Deus (1.2). A vida eterna é uma um a promessa de Deus, e não um a mera expectativ expectativaa humana. Não é uma vaga possibilidade humana, mas uma garantia divina. Não é apenas uma bênção usufruída na terra, mas um decreto firmado no céu. Albert Barnes chega a dizer que a única esperança da salvação é a promessa do Deus que não pode mentir.^^ Calvino afirma que a única prova de toda a religião é a imutável verdade de Deus.^*’ Para Hans Burki, a vida eterna continuaria sendo um desejo infundado e até mesmo puro devaneio sem a promessa do Deus que não pode mentir.^^ Com respeito a essa promessa, Paulo destaca dois pontos: Sua Su a perspectiva eterna (1.2 (1.2). ). O Deus que não não pode men m entir tir pr p r o m e teu te u a vida vi da e tern te rnaa an ante tess dos tem te m p o s eter et erno nos. s. O de decr cret etoo da salvação dos eleitos foi feito na eternidade (Ef 1.4; 2Tm 1.9) 1.9).. A nossa salva salvaçã çãoo foi planejada planejad a e decidid de cididaa mesm m esmoo antes de Deus lançar os fundamentos da terra. Antes mesmo de o sol brilhar no firmamento, Deus já havia destinado seus escolhidos para a vida eterna. (1.3).. A promessa prom essa da vida eterna Sua perspectiva perspectiva temporal tempo ral (1.3) feita feita na eternidade eternida de manifestou-se m anifestou-se no tem po devido, devido, ou sej seja, na plenitude dos tempos (Gl 4.4). No tempo oportuno de 40
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Deus, no kairós de Deus, essa promessa eterna veio à luz, po p o r m eio ei o da preg pr egaç ação ão do evang eva ngelh elho. o. Em segundo lugar, o comissionamento de Deus (1.3). Quatro verdades são aqui destacadas acerca do comissiona mento de Deus: Seu conteúdo (1.3). A Palavra de Deus é o conteúdo. Não temos outra mensagem. Hans Burki diz que o conteúdo da proclam proc lamação ação é Jesus, o Redento Red entor. r. Ele é a palavra palavr a da salva salvação ção (At 13.26), da graça (At 14.3; 20.32), da vida (Fp 2.15), da reconciliação (2Co 5.19), da verdade (Jo 14.6); em suma, ele é a palavra de Deus aos seres humanos (ICo 1.21; Ap 19.13).^« Seu veículo (1.3). Deus manifestou sua Palavra mediante a pregação. A pregação é o meio eficaz de transmitir a Palavra e chamar os escolhidos. Por intermédio do sagrado ofício da pregação, filhos espirituais são gerados de Deus e para pa ra D e us (Tg (T g 1.18 1. 18). ). O cris cr isti tiaa nism ni smoo nã nãoo é filosofia filos ofia n e m dramaturgia. A mensagem cristã é proclamada não por sacerdotes, mas por pregadores. Warren Wiersbe diz que não se trata de uma referência ao ato de proclamar a Palavra, mas ao conteúdo dessa mensagem ( I C o 1.21 1.21). ).^‘ ^‘^ Kell Kelly nessa nessa m esma esm a linha linh a ddee pe p e n s a m e n to diz di z qu que, e, co com m relaç rel ação ão à prega pre gaçã ção, o, Paul Pa uloo q u er dizer, não ao próprio ato de proclamar o evangelho, porém mais concretamente à mensagem apostólica.®“ Sua origem (1.3). A Palavra é manifestada mediante a pregaç pre gação ão p o r a u tori to rizz ação aç ão de D eu eus, s, no noss ssoo Salvador. Salvad or. Calv Ca lvin inoo diz que Paulo aplica o mesmo epíteto ao Pai e a Cristo, de sorte que cada um u m de dele less é nosso Salvador mas por po r um u m a razão razão diferente: pois o Pai é chamado nosso Salvador porque nos l ed edim imiu iu pela mor m orte te de seu seu Filho, para pa ra que q ue pudesse nos fazer fazer herdeiros da vida eterna; e o Filho, porque derramou seu s;ingue para pagar o preço da nossa salvação. 41
T ito e F ilemom - doutrina doutrina e vida um b inômio inseparáve inseparávell
Assim, o Filho nos tem trazido à salvaçao do Pai, e o Pai nos tem outorgado a salvação por meio do Filho.®' Paulo não se autointitulou apóstolo. Ele não ungiu a si mesmo nem arrogou para si esse ofício. Recebeu seu apostolado, como pregador da Palavra, por incumbência de Deus. É absolutamente estranho ao ensino neotestamentário aqueles que atualmente recebem o título de apóstolos ou que se autodenominam apóstolos. Seu instrumento (1.3). Paulo diz que a pregação lhe foi confiada por Deus. A verdade tem sua origem em Deus, mas a pregação é feita por homens chamados por Deus. Concordo com Hans Burki quando diz que Paulo evangeliza por causa de Deus e com vistas a ele, e não por causa dos homens hom ens ne nem m po porr causa causa de de sua necessidade necessidade,, miséria m iséria e perdição. Justamente por isso, na verdade, ele evangeliza os hom ens, porque porq ue vis visaa a conquistá-los unicam unic am en ente te a pa partir rtir da misericórdia divina, que age também nele.®^ A saudação apostólica (1 (1.4 .4)) Depois de se apresentar e mostrar suas credenciais, bem como o propósito de seu apostolado, Paulo menciona o destinatário de sua carta. Em primeiro lugar, a identificação do destinatário (1.4). Dois fatos são dignos de nota acerca de Tito. Ele era era f ilh il h o espir es piritu itual al de Paulo (1.4). Paulo está se dirigindo a um filho espiritual. Trata-se de alguém que veio a Cristo por intermédio do ministério de Paulo. William Hendriksen diz que a palavra “filho” é muito feliz po p o r q u e c o m b ina in a d ua uass ideias: ideia s: “eu te ge gere rei” i” e “t u és m ui amado am ado para m im”. im ”.® ®'^M ^ M atthew atth ew H en ry diz que T ito era fil filhho de Paulo não por geração natural, mas por regeneração sobrenatural.®^
A sup su p re m a cia ci a d a Palav Pa lavra ra no n o mini m inisté stério rio apos ap ostó tólic lico o
!üe era comprometido com o mesmo evangelho que Paulo l>rrgava (1.4). Paulo era um judeu, e Tito, um gentio. Os
tloi lois, porém, abraçaram a m esm a fé. A fé co com m um é a fé que U'm todo cristão. A fé aqui é objetiva e não subjetiva. É o pi pi (')p (')prio rio c o n teú te ú d o d o Evan Ev ange gelh lho. o. Warren Wiersbe está correto ao esclarecer que cristãos (le diferentes denominações podem ter características distintas, mas todos os que possuem a mesma fé salvadora Ionipartilham “[...] da nossa comum salvação” (Jd 3). Há uin corpo definido de verdades confiado à Igreja, a “[...] lé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3). (^)iialquer ensinamento, portanto, que se desvie da “fé I omum” é falso e não deve ser tolerado na congregação.^'’ Em segundo lugar, as bênçãos rogadas ao destinatário (1.4). Paulo roga a Deus a bênção da graça e da paz para ' 1ito. ito. A graça é a fonte e a paz é fluxo qu quee corre dessa fonte. A graça é a raiz e a paz é o fruto. William Hendriksen diz que a graça é o favor operado por Deus no coração de seu lllho sem que ele tenha mérito algum. É seu cristocêntrico amor perdoador e fortalecedor. A paz é a consciência do (ilho de haver sido reconciliado com Deus por meio de ( àisto. Graça é a fonte, e paz é a corrente que flui flui dess dessaa fonte (Rm 5.1).*^^ Em terceiro lugar, lugar, afo n t e das bênção Tan to bênçãoss roga rogada dass (1.4). Tanto a graça quanto a paz provêm de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador. Tanto o Pai quanto o Filho sao a origem e a fonte dessas bênçãos. A graça e a paz têm sua origem em Deus, o Pai, e são obtidas para o crente pelos méritos de Oisto Jesus. Eles dois, o Pai e o Filho, são a fonte única da graça e da paz.«®
vida um b inômio inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
N
otas d o capítulo
2
Carlos R. Las epísto epístola lass pastora pastorales les a Timoteo y Tito Tito,, p. 149. Hans. Carta Car ta aos Tessa Tessalon lonicen icenses ses,, Timôteo, Tim ôteo, Tito Tito e File Filemo mom, m,
Erdman, B u r k i,
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A supr su prem em acia ac ia da d a Palav Pa lavra ra no m inisté ini stério rio apos ap ostó tólic lico o K e l l y , J.
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N. D. I e I I Timóteo e Tito: Tito: Introdução e comentário, comentário, p. 206. O o s t e r z e e , J. J . Van. The Epistl Epistlee o f Paul Pa ul to Titus T itus in Lange’ Lange s’ commen comm en tary on the Holy Scriptures, p. 6. N ew Testam Testaments ents (Thessalo(ThessaloB a r n e s , Albert. Barnes’Notes on the O ld & New nians-Philemon), p. 265. O o s t e r z e e , J. J. Van. The Epi Epist stle le o f Paul Pa ul to Titus in Lange’s commen commen tary on the Holy Scriptures, p. 7. H e n r y , Matthew. M Mat atth thew ew H enry en ry’ s’ commentary commenta ry in one volume. Grand Rapids, MI: Zondervan Pubhshing House, 1961, p. 1.900. E r d m a n , Carlos R. Las episto epistola lass pastorale pastoraless a li?noteo y Tito, Tito, p. 150. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo, p. 326 326.. p . 17 1733 . St o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito Tito,, p. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo,
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Erdman, B u r k i,
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Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo,
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s c i içao co m p l c in i n d a vida e ministério Veja no capítulo anterior u m a d c sc de Tito. p . .5 8 8 . H e n d r i k s e n , Guillermo. 1 y 2 limotco y l'iio, p. H e n r y , Matthew. M Mat atth thew ew Henr He nry’ y’ s comni comnieHia eHiary ry on one volume. 1 9 6 1 , p. 1.900. W i e r s b e , Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 3 3 8 . H e n d r i k s e n , Guillermo. 1 y 2 Timoteo Timoteo y Tito Tito,, p. 3 8 8 . H e n d r i k s e n , Guillermo. 1 y 2 Timoteo Timoteo y Tito Tito,, p. 3 8 8 .
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Capítulo 3
Como distinguir os pastores dos lobos
(Tt 1.5-16)
A CARTA DE P a u l o a T i t o expõe de m aneira eloquente eloquen te o binômio: binôm io: ortodoxia e piedade; teologia e ética; doutrina e dever. No capítulo, 1 Paulo aborda esse bin b inôô m io e m relaçã rel açãoo à igreja; n o capí ca pítu tulo lo 2, em relação à família; e, no capítulo 3, em relação ao mundo. Paulo deixou Tito em Creta para co locar em ordem as coisas restantes nas igrejas e constituir nessas igrejas presbí teros (1.5). A palavra grega epidiorthose significa colocar em linha reta, colocar em or orde dem, m, e n d ireita r.W arre n Wier Wiersb sbee escreve que esse é um termo médico e se refere a endireitar um membro torto. A palavra para “restantes” significa o que está faltando. O texto da carta
vida um binô mio insep.ir/i insep.ir/ivcl vcl T ito e F ilemom - doutrina e vida
indica que havia graves faltas na vida individual e conjunta das igrejas de Creta, como: 1) falta dc liderança espiritual (1.5); 2) falsos mestres (1.10,11); 3) conduta imoral entre os m embros em bros da família família de Deus, tanto tan to jovens jovens quanto qua nto velhos velhos (2.1-10).’’ A ilha de Creta era uma região altamente marcada pela devassidão moral e pela disseminação de muitas heresias. As igrejas igrejas,, aind a indaa incipiente incip ientes, s, corriam cor riam sérios sérios riscos riscos de ser ser atacadas po p o r esse essess do dois is pe peri rigo goss m orta or tais is.. S o m e n te sob so b u m a lide li dera ranç nçaa bíbl bí blic icaa e m o ralm ra lm e n te sadia sa dia a igreja igr eja p o d e ria ri a resis re sistir tir a esse esse cerco ameaçador. A maneira mais adequada de combater o erro é espalhar a verdade. Você apaga o fogo falso com o fogo verdadeiro. A forma mais eficaz de combater os falsos mestres é multiplicar os verdadeiros mestres. John Stott lembra que os versículos 6 a 16 apresentam um forte contraste entre e ntre os verdadeiros verdadeiros presbíteros presbíteros que Tito designaria (1.6-9) e os falsos mestres que os presbíteros teriam de silenciar (1.10-16)/^ É importante ressaltar aqui quatro verdades, à guisa de introdução. Em primeiro prime iro lugar lugar,, a liderança da igreja deve ser composta composta de um colegiado. Paulo determina a Tito que constitua pre p resb sbíte ítero ross em cada ca da igreja. A lid li d era er a n ç a d a igreja igre ja local loc al deve ser ser composta com posta por po r um u m a equipe e um colegi colegiado ado de presbíteros presbíteros,, e não por um líder autocrático. Assim como a igreja de Jerusalém tinha tinh a um a pluralidade de presbíter presbíteros os (At (At 11.30); 11.30); Paulo também constituiu presbíteros nas igrejas (At 14.23). Essa mesma prática deveria ser repetida em todas as igrejas da ilha de Creta (1.5). Em segundo lugar, lugar, a liderança da igreja não é hierárquica. Paulo usa os termos presbítero (1.5) e bispo (1.7) para se referir referir à mesm me smaa pessoa. pessoa. O bispo não é um ofício ofício superior supe rior ao
Como distinguir os pastores dos lobos
pres pr esbí bíte tero ro.. O s do dois is term te rmos os,, p resb re sbít íter eroo e bisp bi spo, o, sao usado usa doss par p araa de desc scre reve verr o m e smo sm o Jider Jid er (At 20.17,28). Assim, o pre pr e sbít sb ítee ro e o bisp bi spoo são term te rmos os co corr rrel elat atos os e dev d evem em de dest stac acar ar características distintas do mesmo líder. O termo presbítero refere-se à maturidade e experiência do líder, enquanto o termo bispo diz respeito à sua responsabilidade e função de supervisão pastoral.’’ William MacDonald diz que o uso contemporâneo do termo bispo passou a descrev descrever er um prelado que supervisiona uma diocese ou um grupo de igrejas em um distrito. Mas a palavra não tem esse significado no Novo Testamento. O m ode odelo lo bíblico b íblico é de vários vários bispos bispos em um a igrej igreja, a, em vez vez de um bispo sup s uperv ervisio isiona nand ndoo várias várias igrejas.’" igrejas.’"^ Em terceiro lugar, lugar, a liderança da igrej igreja a deve ser ser constituíd cons tituída a conform conf ormee prescrição bíblica. Paulo dá orientações claras e absolutamente precisas acerca dos atributos que um pres pr esbí bíte tero ro dev devee ter te r (1.6 (1 .6-9 -9). ). As cara ca racte cterís rístic ticas as d o p resb re sbít íter eroo mencionadas pelo apóstolo têm mais a ver com sua vida do que com c om o seu desempenho desem penho.. A vida do líder é a vida da sua liderança. liderança. A vida precede o ministé m inistério rio e é sua base base.. Warren Wiersbe adverte que o fato de esses critérios se aplicarem aos cristãos da ilha de Creta, bem como àqueles da cidade de de Efe Efeso so (iT ( iT m 3.1-7), comprova com prova que o padrão de Deus para os líderes não varia. Tanto as igrejas das cidades grandes quanto aquelas das cidades pequenas precisam de pes pesso soas as piedosas piedosas nos cargo cargoss de liderança.’^ lideranç a.’^ O u tra co coiisa importante é que o presbiterato pode ser legitimamente desejado (iTm 3.1), mas só o Espírito pode constituir alguém como bispo sobre a igreja (At 20.28). principal funç nção ão da liderança da igre igreja ja Em qu quarto arto luga lugar, r, a principal fu é alimentar o rebanho com a Palavra. Paulo diz que o bispo é um despenseiro de Deus (1.7), ou seja, o que fornece
trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
O alimento alimento na ca casa ( I C o 4.1,2). 4.1,2). Sua Sua funçã funçãoo precípua precípua não é cuidar da administração das mesas, mas cuidar da administração da Palavra. H á duas diaconias fundam fund amenta entais is na n a igre igreja ja:: a diaconia das das mesas e a diaconia da Palavra. Cabe ao presbítero dedicar-se à diaconia da Palavra. Isso porque o presbítero é também pa p a sto st o r do reb re b an anho ho (At 2 0 .28 .2 8 ), aq aque uele le qu quee c uida ui da das ovelhas e as conduz aos pastos verdejantes. John Stott diz que essas são são metáforas metáforas que bem be m caracterizam caracterizam o ministério m inistério da Palav Palavra ra de Deus, que abrange tanto o ensino da verdade quanto a ação de refu re futa tarr o erro (1.9 (1 .9). ).’* ’*^ Os atributos dos presbíteros, presbíteros , os pastores pastore s que apascentam apascenta m o rebanho (1.6-9) O Novo Testamento detalha com grande precisão as funções do d o presbítero: 1) o presbítero dev devee pastorear a igrej igrejaa do Senhor (At 20.28; iTm 3.5; IPe 5.2); 2) o presbítero deve proteger a igreja tanto dos ataques externos quanto dos internos (At 20.29-31); 3) o presbítero deve dirigir e governar a igreja, servindo-lhe de exemplo (iTs 5.12; iTm 5.17; Hb 13.7,17; IPe 5.3); 4) o presbítero deve preg pr egar ar a Palavra, en ensi sina narr a sã d o u trin tr inaa e refu re futa tarr aqueles que a contradizem (iTm 5.17; Tt 1.9-11); 5) o presbítero deve orientar a igreja nas questões doutrinárias e éticas (At 15.5,6; 16.4); 16.4); 6) o presbítero presb ítero deve viver viver de tal forma form a que sua vida seja um exemplo para todo o rebanho (Hb 13.7; IPe 5.3); 7) o presbítero deve corrigir com espírito de brandura aqueles que são surpreendidos em alguma falta (Gl 6.1); 8) o presbítero deve velar pela alma daqueles que lhes são confiados, sabendo que prestará contas desse pastoreio ao Supremo Pastor (Hb 13.17); 9) o presbítero deve exercer o ministério da oração, especialmente em relação aos crentes
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enfermos (Tg 5.14,15); 10) o presbítero deve estar engajado no cuidado dos crentes pobres (At 11.30).^^ O retrato que Paulo traça do presbítero é emoldurado pela pe la irre ir repr pree eens nsib ibil ilid idad ade. e. O p resb re sbít íter eroo (1.6) (1.6 ) o u bisp bi spoo (1.7) devee ser dev ser irrepreensí irrepreensível. vel. John Jo hn Stott St ott correta corr etam m en ente te diz que isso isso não quer dizer que os candidatos teriam de ser totalmente isentos falhas e defeitos, pois nesse caso todos seriam desqualificados. A palavra empregada empreg ada é anenkletos, “sem culpa, culp a, nao na o passível passível de acusação” e não anômos, que sign gniifica “sem sem mác mácula ula”. ”. O pres pr esbí bíte tero ro nã nãoo p o d e de deix ixar ar flanc fla ncos os ab aber erto toss n a sua su a vid v idaa n e m ter brechas no seu escudo moral. Seu ofício é público e sua reputação pública precisa ser inquestionável. Calvino diz que o presbítero deve ser um homem de reputação ilibada, sem mancha.^’ O presbítero precisa ter doutrina pura e vida pura. O presbítero precisa ser irrepreensível em três áreas distintas. Em primeiro lugar, o presbítero precisa ser irrepreensível como líder de sua família (1.6). O presbítero precisa ser irrepreensível em dois pontos vitais dentro de sua família: Ele deve ser ser irrepreensível como mari m arido do (1.6). O presbítero precis pre cisaa ser se r u m h o m e m ínte ín tegg ro em sua su a c o n d u t a co conj njug ugal al.. Ele precisa ser um marido fiel à sua esposa. Ele não pode ser um homem adúltero, mantendo relacionamentos extraconjugais; nem polígamo, casando-se com várias mulheres. Calvin C alvinoo destaca o fato fato de que a poligam poliga m ia era tão comum entre os judeus, que o perverso costume quase se havia hav ia convertid conv ertidoo em lei.’“ lei.’“° Essa Essa cultu cu ltura ra estava estava em desacordo com o padrão padrã o divino para pa ra a liderança da igre igrejja. O que significa o termo “marido de uma só mulher?” Obviamente, Paulo não excluiu do presbiterato o homem 51
T ito e F ilemom - doutri doutrina na e vida um binômio lnnpttilvtl
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solteiro ou o viúvo que se casou novamente. Antes, ele está instruindo a igreja que os poligamois e os que se divorciam e se casam novamente, por razões nâo amparadas nas Escrituras, estão desqualificados para esse ofício (Mt 19.9; lCo7.15). A interpretação de J. N. D. Kelly me parece exagerada quan qu ando do entende enten de que qu e “m “m arido de um a só só mulhe mu lher” r” se refe refere re a um hom em que não se caso casouu outra vez vez depo depois is da morte mo rte de sua esposa esposa ou depois do divó divórci rcio. o.^“ ^“'' C onc oncord ordoo com Erdm E rdm an quan qu ando do orienta que “m “m arido de um a só só mulher” mu lher” quer dizer dizer marido fiel, ou seja, um homem livre de qualquer suspeita quanto à sua relação matrimonial.'®^ Ele deve ser ser irrepreensí irrepreensível vel como como pa p a i (1.6). O presbítero prec pr ecis isaa ser o sace sa cerd rdot otee do seu lar, lar, o líde lí derr espir es piritu itual al d a sua su a família. Deve criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Precisa orar com seus filhos e por seus filhos. Concordo com William MacDonald quando diz que, embora um pai não possa determinar a salvação de seus filh filhos os,, pode preparar p reparar o caminho cam inho do Senhor por intermédio interm édio da positiva instrução da Palavra, da amorosa disciplina, evitando toda forma de hipocrisia e a inconsistência da pr p r ó p r ia vida vi da (Pv 22.6 22 .6).' ).'°^ °^ Se o pres pr esbí bíte tero ro nã nãoo sabe gov g over erna narr a própria casa, como poderá governar a igreja de Deus, pe p e r g u n ta o ap após ósto tolo lo Paulo Pa ulo ( I T m 3 .4,5 .4 ,5). ). John Stott diz que os pais que não tiveram sucesso na condução dos próprios filhos não são merecedores de confiança quanto a conduzir a família de Deus.’°^ Entretanto, Hans Burki diz que, quando os filhos em uma casa são obedientes e crentes, pode-se concluir que o pai também é apto para presidir a família eclesial.'®^ Concluímos, portanto, que os filhos dos presbíteros devem ser cristãos. Eles devem ser nâo apenas salvos, mas também 52
Como distinguir distinguir os pastores do s lobos lobo s
bons bo ns ex exem emplo ploss de d e ob obed ediê iênc ncia ia e dedica ded icação ção.. O b v iam ia m e n te isso se aplica ao aoss filhos filhos que vivem com a família sob a autor au torida idade de do pai.^o*^ Paulo Paulo contin con tinua ua em seu argum argu m ento, ento , dizendo dize ndo que os filho filhoss doss presbí do presbítero teross não pode p odem m ser ser diss dissolu olutos tos nem insubord insub ordina ina dos. A palavra grega asotia, “dissoluto”, significa dissolu ção ção ou o u libertinagem. libertinagem . Tratã-se Tratã-se da pessoa pessoa incapaz de guarda gu ardarr dinheiro, alguém que desperdiça seus bens, especialmente com a implicação de fazê-lo em prazeres, arruinando, desse modo, a si mesmo com uma vida luxuriosa e extravagan te.'®^ O homem asotos é o gastador extravagante que se en trega aos prazeres pessoais. E a palavra utilizada em Lucas 15.13 para referi referirr-se se à vida desenfreada do filho pródigo. pródig o. O homem que é asotos destrói sua riqueza e finalmente arruína-se a si mesmo. Os filhos dos presbíteros, de igual forma, não podem ser insubordinados, ou seja, precisam acatar e obedecer à autoridade dos pais. Hans Burki diz que a convivência em família era de significado essencial para a expansão e o aprofundamento da fé, uma vez que as igrejas ainda eram quase exclusivamente comunidades domiciliares, e porque o entorno muitas vezes hostil observava com atenção máxima o que acontecia nesses lares. Em segundo lugar, o presbítero presbíter o precisa ser irrepreensível como despenseiro de Deus (1.7,8). Paulo, ao elencar as marcas de um presbítero, aborda o assunto sob duas persp pe rspec ectiv tivas as.. Ele tra tr a ta d o assu as sunn to n e g a tiv ti v a m e n te, te , o qu quee um presbítero não deve ser e, positivamente, o que um pre p resb sbít ítee ro deve ser. ser. Primeiro, o presbítero presb ítero deve ser conhecido conhecido pelo pe lo que qu e ele ele não é (1.7). (1.7). Antes de falar falar das das virtudes virtude s do presbítero, presb ítero, Paulo fala do doss defeitos que ele não deve ter. Paulo apresenta cinco termos 53
T ito e F ilemom - doutrina doutrina e vida um binômio inseparáve inseparávell _________________
negativos, que se relacionam com cinco áreas de grande tentação, ou seja: arrogância, temperamento irascível, não dadoo ao vinho, dad vinh o, violento e ganancioso.“ gananc ioso.“ “ Vejamos Vejamos cada cada uma um a dessas descrições. O presbítero não deve ser arrogante. A palavra grega auau thades, “soberbo, soberbo , arrog a rrogan ante”, te”, sign signifi ifica ca literalm litera lmen ente te satisf satisfazer azer a si mesmo. Trata-se da pessoa que exalta a si mesma, que só se preocupa consigo mesma e olha para os outros com discriminação e desprezo. É aquela pessoa que obstinada mente mantém a própria opinião, ou assevera os próprios direitos e nao considera cons idera os direitos, sentim se ntimen entos tos e interes interesses ses de outras outras pessoas."’ pesso as."’ Gene Getz diz diz que o hom em arrogan te é um homem egocentrista. Ele constitui a própria auto ridade.”^ William Barclay descreve ainda o arrogante com as seguintes palavras: É uma pessoa intolerante, que condena tudo o que não pode compreender; que pensa que qu e não nã o há outra o utra forma form a de fazer fazer as co cois isas as que não seja seja a sua, sua, que crê que não existe existe outro caminho cam inho para o céu que não seja o seu, que menospreza os sentimentos e as crenças dos demais."^
O presbítero não deve ser irascível. A Bíblia
não classifica toda ira como pecado (Ef 4.26); o que ela condena é o homem genioso, esquentado, de estopim curto, que, além de irar irar-se -se com facili facilidade, dade, tam bé bém m fica fica remoend rem oendoo por p or longo longo tempo a sua ira."'^ Na língua grega há duas palavras para descrever esse espírito irascível. A palavra thumos é aquela ira ira que surge surge rapidam ente e também tam bém com a mesma rapidez rapidez vai embora. É a ira “fogo de palha”. A segunda palavra é orge, que significa uma ira crônica, que se agasalha e se aninha no peito e não cessa de arder. Um homem que nutre mágoas e ressentimentos em seu coração definitivamente nao está preparado para exercer o 54
Como distinguir distinguir os pastores dos lobos
pre p ress b ite it e rato ra to." ."^^ A pa pala lavr vraa grega gre ga orgilos significa “colérico, apimentado”."*’ Hans Burki diz que um valentão colérico ou apim entado entad o em pouco tempo tem po se torna torn a solit solitári ário, o, alguém alguém que tem apenas seguidores submissos, mas nao irmãos corresponsáveis. O presbítero não deve ser dado ao vinho. Nem todos os presbíteros são totalmente abstêmios, mas todos sao chamados à temperança e à moderação."® A palavra grega paroino par oinoss significa literalmente ser indulgente com o vinho. A palavra descreve o caráter do homem que, ainda em seus m omentos om entos sóbri sóbrios, os, atua com falta falta de autocontrole autocon trole como com o se se estivesse bêbado."’ Gene Getz nessa mesma linha de pensamento esclarece que paroinos paro inos descreve um homem que se assenta muito tempo junto ao seu vinho. Em outras palavras, ele bebe demais e, por conseguinte, fica escravizado pelo vinho e perd pe rdee o c o n tro tr o le dos seus s e n tid ti d o s .’^ .’^“ E m b o ra n a o en ensin sinem em a abstinência total, o Antigo e o Novo Testamento se colocam claramente contra con tra a bebedeira (Pv (Pv 23.19-21 23.1 9-21,29-3 ,29-35; 5; IPe 4.2,3). O apóstolo Paulo é claro quando escreve aos efésios: “E não vos vos embriagueis com vinho, vinh o, no qual há dissolução, dissolução, mas mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Concordo com William M acD ona onald ld quan qu ando do fala fala que a Bíblia Bíblia distingue distingue entre en tre o uso uso do vinho e seu abuso. Seu uso moderado era uma prática pe p e r m itid it idaa q u a n d o Jesus Je sus tra tr a n s f o rm o u a ág água ua em v inh in h o n o casamento em Caná da Galileia (Jo 2.1-11). Seu uso com pro pr o pó pósi sito toss m e dici di cinn ais ai s foi p resc re scri rito to p o r Paul Pa uloo a T im ó teo te o (lTm5.23). Porém, o abuso do vinho é con conden denad adoo nas Escrituras Escrituras (Pv (Pv 20.1; 23.29-35; Ef 5.18). Mesmo que a total abstinência não seja exigida nas Escrituras, há uma situação em que
vida um binômio inseparável T ito E F ilemom - doutrina e vida
Paulo recomenda a abstinência, ou seja, quando o beber vinho se torna motivo de escândalo para o irmão fraco (Rm 14.21). Talvez seja por essa razão que muitos crentes contemporâneos optaram pela abstinência.'^’ O presbítero não deve ser violento. violento. A palavra plekte ple ktess significa literalmente “golpeador”. Trata de violência tanto verbal quanto física. O plekte ple ktess é o homem que ameaça e intimida seu semelhante. Aquele, porém, que abandona o amor e recorre à violência em palavras e ações nao está pre p repp a rad ra d o p a ra exercer exer cer o pres pr esbi bite tera rato. to.'^^ '^^ A Bíbl Bí blia ia faz referência a homens que tiveram ímpetos de violência, como com o Caim, C aim, que m atou ato u Ab Abel el;; Moisés Moisés,, que qu e mato m atouu o egí egípci pcio; o; e Pedro, que decepou a orelha de Malco. Essas atitudes são inadequadas na vida de um presbítero. Aquele que governa os outros precisa governar primeiro suas emoções, açÕes e reações. O presbítero não deve ser cobiçoso de torpe ganância. A pala pa lavr vraa grega gre ga aischorokerdes descreve a pessoa que não se pre p reoo c u p a c o m os m eios ei os q u e util ut iliz izaa p a ra g a n h a r d inh in h e iro ir o , conq co nqua uanto nto que o faça.'“ faç a.'“--^Um ^U m a pessoa pessoa gananciosa subscrev subscrevee a ética jesuítica, de que os fins justificam os meios. Os cre tenses eram conhecidos como indivíduos inveteradamente gananciosos. Plutarco, referindo-se a eles, disse que se ape gavam ao dinheiro como as abelhas ao mel. Enquanto os falsos mestres ensinam o que não devem por torpe ganân cia (1.11), os presbíteros precisam ser homens despojados dessa torpe ganância (1.7). Segundo, opresbítero deve ser conhecid conhecido o pelo pel o que ele ele é ef a z (1.8). Depois D epois de ter falado falado dos pecados que o presbítero presb ítero não devee cometer, Paulo alista dev alista uma um a série série de virtudes virtude s que q ue devem ornar o seu caráter como despenseiro de Deus. William Barclay diz que essas virtudes se agrupam em três seções: as 56
Como distinguiras pastores dos lobos
qualidades que o presbítero presbítero de deve ve demon dem onstrar strar ante an te as as outras outras pessoas, pesso as, em relaça rel açaoo a si m e smo sm o e em relação rela ção à igre ig reja ja.’ .’““^ Vejamos as qualidades que o presbítero deve mostrar diante de outras pessoas. O presbítero deve ser ser hospita hospitaleiro leiro.. A palavra grega philoxen philo xenos os significa: “amigo das pessoas estrangeiras”.'^^ No mundo antigo havia muitas pessoas que viajavam, e as pousadas e estalagens eram caras, sujas e imorais. A hospitalidade era e é uma marca dos filhos de Deus. O presbítero precisa ter o coração, o bolso e a casa abertos não apenas para os irmãos, mas mas tam t ambé bém m para par a os estrange estrangeiros iros.. A hospitalidade é um distintivo do povo de Deus desde a antiga dispensação (Lv 19.33,34). Na nova dispensação essa virtude foi destacada repetidas vezes: “Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade” (Hb 13.1,2). O apóstolo Pedro escreveu: “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração” (IPe 4.9). Muitos, sem saber, hospedaram anjos. Nao apenas nós devemos estar a serviço do Reino de Deus, mas também a nossa casa. O presbítero deve ser amigo do bem. A palavra grega philagathos significa amante ou amigo do bem, das coisas boas o u das pessoas pess oas bo boas. as.'^* '^*’’ O pre pr e sbít sb ítee ro prec pr ecisa isa ser u m homem amante das boas ações. Precisa ver o que existe de melhor nas pessoas. Ele não tem prazer mórbido de falar mal dos outros, mas tem grande deleite em dizer o bem (las pessoas. Ele não apenas chora com os que choram, mas lambém se alegra com os que se alegram. Vejamos, agora, as qualidades que o presbítero deve ter fiii relação a si mesmo. O presbítero deve ser sóbrio. A palavra grega sophron sophron ik'screve o homem que tem domínio completo sobre suas 57
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paixõe pai xõess e desejos, des ejos, o q u e o imp im p e d e de ir além al ém do qu quee a lei e a razão razão lhe lhe perm pe rmitem item e aprovam. aprovam. Essa Essa virtude virtu de era considerada pelos pe los gregos grego s a p e d ra fun fu n d a m e n tal ta l da v i r t u d e . C a r l Spain diz que essa ssa palavra traz a ideia de um a espéci espéciee de sabedoria s abedoria prá p ráti ticc a qu quee se reflete refl ete na n a apli a plica caçã çãoo d a étic é ticaa cris c ristã tã à v ida id a diá d iári riaa com co m o u tro tr o s.’ s. ’^® O presbítero deve ser justo. jus to. A palavra grega dikaios descreve o homem que concede a Deus e aos homens o que lhes é devido.'^’ O presbítero é um homem que não usa dois pesos pes os e du duas as m ed edid idas as.. Ele nã nãoo faz acep ac epçã çãoo de pessoas pess oas n e m tolera preconceitos. Ele é justo no falar e no agir. O presbítero deve serpi serpied edos oso. o. A palavra grega hosios descreve o homem que reverencia a decência fundamental da vida, as coisas que vão além de qualquer lei ou norma feita pelo h o m e m . D e u s n ão usa grand es ta len enttos, os, ma mas ho homen menss pied pi edos osos os.. N ó s som so m os o m é tod to d o de D eu eus. s. N ó s esta es tam m os à pro p rocc u ra de m elho el hore ress m é tod to d o s, e D e u s está es tá à p r o c u r a de melhores homens. Deus não unge métodos, unge homens piedo pie doso sos. s. O presbítero deve ter domínio próprio. A palavra grega egkrates significa “dono de si mesmo”.Descreve a pessoa que tem completo autocontrole. Ninguém está apto para liderar os outros se não tem domínio de si mesmo. Aquele que domina a si mesmo é mais forte do que aquele que dom ina um u m a cida cidade de.. Finalmente, vejamos a relação do presbítero com a igreja. Essa relação se evidencia no seu ministério de ensino da Palavra. Esse ponto será esclarecido no tópico seguinte. Em terceiro lugar, o presbítero precisa ser irrepreensível como mestre da Palavra (1.9). O presbítero precisa ser um homem íntegro na sua relação com a família, com o 58
Como distinguir os pasto res do s lobos
pró p róxx imo im o e com co m as Escr Es critu itura ras. s. D ev evee ser se r um u m o bre br e iro ir o ap apro rova vado do e manejar bem a Palavra da verdade. Paulo menciona aqui três coisas importantes; O presbítero precisa demonstrar fidelidade doutrinária.
O presbítero precisa ser “[...] apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina...” (1.9). O presbítero não pode ser um neóíito (iTm 3.6); deve ser um mestre na Palavra. Ele prec pr ecisa isa ser u m estu es tudi dios osoo das E scri sc ritu tura ras. s. Ele prec pr ecis isaa afadiafa digar-se na Palavra (ITm 5.17). Paulo diz que os presbíteros têm dois ministérios com respeito à Palavra de Deus: 1) ediíicar a igreja pela sã doutrina; 2) rejeitar os falsos mestres que espalham doutrinas perniciosas.'^^ O presbítero precisa demonstrar capacidade para o ensino.
Paulo prossegue: “[...] de modo que tenha poder [...] para exortar pelo reto reto ensino en sino...” ...” (1.9). (1.9). O pod poder er para exortar não vem da força, das técnicas da psicologia nem mesmo do ofício que o presbítero ocupa, mas do conhecimento da verdade para aplicar aplicar corretam c orretam ente as Escritura Escrituras. s. A exortação exortação não é fruto de capricho ou opinião pessoal do presbítero, mas do reto ensino das Escrituras. Sua exortação está fundamentada no reto ensino da verdade. O presbítero presbítero precisa demonstrar dem onstrar habilid hab ilidad adee na apol apolog ogét étic ica. a.
Paulo diz que o presbítero precisa ter “[...] poder [...] para pa ra c on onve venc ncer er os qu quee o c o n tra tr a d ize iz e m ” (1.9 (1 .9). ). S o m e n te u m indivíduo que tem destreza na verdade pode confrontar os falsos mestres, combater os falsos ensinos e convencer aqueles que contradizem a Palavra de Deus. John Stott está correto quando diz que refutar não é apenas contradizer os oponentes, mas vencê-los pela argum argu m entação.'^’ entaçã o.'^’ O presbítero precisa precisa ser ser um estudioso das das l^^scrituras para distinguir o falso do verdadeiro e o precioso do vil. 59
trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
As caracte car acterística rísticass dos falsos mestres, os lobos que devoram o rebanho (1.10-16) Depois de falar dos atributos dos verdadeiros mestres, Paulo passa a descrever as características dos falsos mestres. John Stott, comentando esse texto, pontua quatro carac terísticas desses falsos mestres.'^"' Vamos aqui considerá-las. Em primeiro lugar, a identida iden tidade de dos dos falsos mestr estres es (1.10). Havia muitos falsos mestres, especialmente os da circunci são, ou seja, os judaizantes. Paulo menciona duas facetas desses falsos mestres. Eles Eles eram insubordi insub ordinados nados (1.10). Os falsos mestres eram rebeldes e falastrões. Enquanto os presbíteros se colocavam debaixo da autoridade das Escrituras, eles se insurgiam contra ela e faziam isso com palavras insolentes e vazias. Essa palavra era usada para descrever soldados infiéis que se negavam a obedecer às ordens de seus comandantes. Os falsos mestres de igual forma se negavam a obedecer à sã doutrina e à liderança constituída da igreja. Eles Eles eram enganad enganadores ores (1.10). A vida deles era errada e a doutrina deles era falsa. Sua palavra nao apenas deixava de edificar; edific ar; ela de fato fa to levava ao erro.'-’* er ro.'-’*’ E m vez de levar leva r os homens à verdade, esses falsos mestres os faziam afastar-se dela. Em vez de firmar as pessoas na fé, os desviavam dela. Os judaizantes negavam a eficácia do sacrifício de Cristo na cruz e a suficiência da graça para a salvação e exigiam a necessidade da observância de ritos judaicos para a pessoa ser salva. Em segundo lugar, a influência dos falsos mestres (1.11). Três fatos devem ser aqui destacados: Eles Eles eram proselitistas quan qu anto to ao ensino (1.11). Esses falsos mestres eram itinerantes que saíam de casa em casa espalhando o veneno letal de sua falsa doutrina, tentando
Como distinguir os os pastores d os lobos
enredar os novos convertidos com seu falacioso e enganoso ensino. O ensino dess desses es fals alsos mestres mestres era fund fu ndam am en entalm talm en ente te transtornador em vez de ser transformador. Eles nao buscav bus cavam am os pagãos ne nem m qu quer eria iam m fazer discípulos discí pulos en entre tre os que viviam viviam perdidos perdido s na n a mais mais tosca imoralidade, mas iam atrás daqueles daqueles que hav haviam iam abraçado a fé fé cristã para par a desviá desviá-lo -loss da d a sã doutrina. Ainda hoje as seitas heréticas seguem a mesma trilha. Eles Eles eram corru corrupt ptor ores es quan qu anto to à moral mo ral (1.11). Pervertiam casas inteiras. Sua influência era corruptora. Eles tinham má influência sobre a vida familiar. Como naquele tempo as igrejas se reuniam nas casas, eles pervertiam não apenas famílias inteiras, mas solapavam as igrejas com seu veneno mortífero. A doutrina deles produzia perversão, e não santi dade; escravidão, e não liberdade; morte, e não vida. Eles Eles eram gananciosos quan qu anto to à motivaçã moti vação o (1.11). Anda vam de casa em casa, ensinando suas heresias, interessados não na vida espiritual das pessoas, mas no seu dinheiro. Esses falsos mestres não ministravam à igreja; usavam a religião para encher o próprio bolso. O vetor desses falsos mestres era o dinheiro e o lucro. Os falsos mestres não eram movidos pelo desejo de servir a Deus ou ao próximo. Eles buscavam avidamente os “lucros sórdidos”.’’^ Não eram pastores do rebanho, mas lobos que procuravam de vorar as ovelhas. A ordem de Paulo é que esses falsos mestres precisavam ser silenciados. “E preciso fazê-los calar...” (1.11). Esse era um termo extremamente forte, cujo sentido refere-se a um tipo de mordaça usada para manter fechada a boca de cães ferozes.’’® Corroborando com essa ideia, Kelly afirma que o verbo grego epistomazein significa colocar uma mordaça, e não 61
vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
simplesmente um freio, na boca de um animal.’’’ Calvino diz que um bo bom m presbítero presb ítero (past (pastor) or) dev devee estar estar alerta para não nã o pe p e r m itir it ir m e d ian ia n te seu se u silênci silê ncioo qu quee as d o u trin tr inaa s eng engano anosa sass e prejudiciais avancem gradualmente, nem que os homens pervers perv ersos os ten te n h a m o p o r tun tu n ida id a d e de prop pr opag agáá-la las. s.’’^“ Em terceiro lugar, o caráter dos falsos mestres (1.12,13). Paulo, citando Epimênides’^’ de Cnosso, um poeta, mestre religioso e taumaturgo cretense do século 6 a.C., traça um perfi pe rfill dos falsos m estre es tres, s, fala fa land ndoo sobr so bree três trê s cara ca racte cterís rístic ticas as de seu pervertido caráter. Eles Eles eram mentirosos mentirosos (1.12). Não apenas estavam desprovid desprovidos os da verdade, verdade, mas eram embaixado em baixadores res da m entira. Esse conceito predominava tanto que o verbo “cretizar” era uma palavra da gíria para “mentir” ou “enganar”.’''^ Como o diabo é o pai da mentira, esses falsos mestres estavam a serviço do diabo, e não a serviço de Deus. Eles eram embaixadores do engano, e não da verdade. Eles eram agentes da morte, e não promotores da vida. Eles Eles eram violentos (1.12). Os cretenses nao eram apenas mentirosos, mas também violentos. Eram “feras terríveis”. Eram truculentos em palavras e atitudes. O s cretense cretensess não eram Eles Eles eramglutõespreguiçosos eramglutõespreguiçosos (1.12). Os dados ao trabalho. E ram glut glutÕe Õess e preguiçosos. Viviam para pa ra o prazer imediato. Eram hedonistas inveterados. William MacDonald diz que os cretenses eram alérgicos ao trabalho e viciados em glutonaria.’'’’ Em quarto lugar, os erros dos falsos mestres (1.14-16). Paulo menciona três erros graves que caracterizavam os falsos mestres. Eles Eles eram lega legalis lista tass quan qu anto to à teologia teologia (1.13b, 14). Davam muita importância aos mandamentos, regras e preceitos fabricados por homens em vez de serem fiéis à Palavra de 62
Como distinguir d istinguir os pastores dos lobos
Deus. Kelly diz que é razoavelmente certo que o que Paulo tem em mente são exigências judeu-ascéticas (proibição do casamento e o repúdio a certos alimentos) tais quais estão subentendidos em ITimóteo 4.3-6.’^^ O profeta Isaías havia alertado para esse pecado (Is 29.13). Jesus também denunciou esse mesmo erro nos fariseus, dizendo que “[...] não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem” (Mt 15.11; Mc 7.15). Assim, esses falsos mestres adoravam a Deus em vão, ensinando doutrinas que são preceitos de homens (Mc 7.7,8). Paulo, igualmente, pontuou esse mesmo pecado em sua carta aos colossenses (Cl 2.22) e aos romanos (Rm 14.20). Os falsos mestres criavam longas listas de pecados. Era pecado tocar isto ou aquilo; era pecado comer esta ou aquela comida. As coisas que eram boas em si mesmas eles as transformavam em coisas contaminadas e impuras. Eles Eles eram corrompidos quan qu anto to ao julg ju lga a m e n to (1.15). William MacDonald diz que, se nós pegarmos as palavras “para os puros todas as coisas são puras” fora do contexto, como uma verdade absoluta em todas as áreas da vida, estaremos encrencad encren cados.T os.Toda odass as co cois isas as nao são são essencialme essenc ialmente nte pura pu ras, s, m e smo sm o p a ra aqu aquele eless q u e têm tê m a m e n te p u ra. ra . Muitas pessoas têm inescrupulosamente usado esse texto para justificar comportamentos reprováveis, vendo, ouvindo e manuseando coisas vergonhosas. Essas pessoas deturpam as Escrituras para a própria ruína (2Pe 3.16).'^*^ Ness Ne ssaa m e sm a lin li n h a de p e n s a m e n to W illi il liaa m H e n d r iks ik s e n orienta que a expressão “todas as coisas” deve ser entendida no seu contexto, ou seja, tudo o que Deus criou para ser consumido como alimento (iTm 4.3-5). Nã N ã o é a co coisa isa im p u r a q u e faz o h o m e m ser i m p u r o , c omo om o 63
trina e vida vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - dou trina
equivocadamente sustentavam os judeus (Jo 18.28), mas são os homens impuros os que fazem com que todo o puro seja im p u ro (Ag 2 . 1 3 ) . ’'*'’ Os falsos mestres davam mais valor à pureza aparente e ritual do que à pureza interior e moral. Eles proibiam o que Deus aprovava. Porque viviam atolados na impureza, julg ju lgav avam am tud tu d o c omo om o im p u ro. ro . R efle ef letia tiam m a si m esm es m os em tudo o que viam. William Barclay está correto quando diz que, se alguém é puro em seu coração, todas as coisas sao pur p uraa s p a ra ele. ele. Se o co cora raçã çãoo é im p u ro, ro , tor to r n a im p u ro tud tu d o o que pensa, fala ou toca.'"*^ A pessoa que tem a mente suja faz com que todas as coisas sejam sujas. C onco oncordo rdo com a advert advertência ência de W arren W iersbe iersbe de que o cristão que se entrega a práticas eróticas pecaminosas e diz que sao puras porque seu coração é puro usa a Palavra de Deus como desculpa para pecar. Pelo contexto, sabemos que Paulo aplica essa declaração aos alimentos e devemos ter te r cuida cu idado do pa para ra não nã o generaliza ge neralizar.’ r.’^^® Eles Eles eram inconsistentes inconsistentes quan qu anto to ao testemu teste munho nho (1.16). Visto que os hereges cretenses eram judaizantes, é possível que o apóstolo Paulo esteja criticando a pressuposição complacente de que eles eram uma elite com um conh co nhec ecim imen ento to privilegiado de D eu eus. s.’’"*’ Havia Hav ia separação e dicotomia entre sua teologia e sua vida, entre a doutrina e o dever, entre a confissão e a prática. Seu conhecimento não produzia mudança no seu caráter. Diziam conhecer a Deus, mas negavam a Deus na sua conduta. John Stott declara acertadamente que não podemos afirmar aquilo que negamos, nem negar o que afirmamos. Fazer isso é, no mínimo, a essência da hipocrisia, porque desse modo professamos Deus com palavras e o negamos com nossos atos. Isso é um ritual desprovido de realidade; 64
Como distinguir os pastores d os lobos
é ter
aparência sem poder; declarações sem caráter; fé sem obras.'50 Paulo diz que o resultado dessa inconsistência é a abominação. A palavra grega bdeluktos, “abominável”, é utilizada particularmente para referir-se aos ídolos e às imagens pagas. Há algo de repulsivo na pessoa com uma mente hipócrita e obscena.Kelly diz que essa palavra denota o que causa horror e nojo a Deus.'^^ Essas pessoas hipócritas sao abomináveis para Deus. Sao desobedientes e reprov reprovada adass para pa ra toda to da boa obra. A palavra grega adokimos, “reprovado”, descreve uma moeda falsificada. É utilizada para descrever um soldado cova co vard rdee que foge foge na hora ho ra da luta. luta. E usada para de descr screve everr um indivíd ind ivíduo uo inúti in útill e sem val valor or.. E a palavra palavra usada para descrever descrever uma pedra defeituosa que os construtores rejeitavam. Q uando uma um a pes pesso soaa tem um u m a mente im pura e um a vi vida inconsistente, sua vida nao é útil útil para Deus D eus nem para o seu seu s e m e l h a n t e . S u a reli eligião nã nãoo pa passa de um embuste embuste.. John Stott está coberto de razão quando enfatiza: “A verdadeira religião é divina em sua origem, espiritual em sua essência e moral em seus efeitos”. A mensagem precisa ser uma ponte entre o texto antigo e o leitor contemporâneo. Sendo assim, o que poderíamos aprender com o texto em tela? Destacamos dois pontos axiais. A igreja igreja não pode po de fic fi c a r na defie efien nsiva siva,, mas precisa ser ser proativa. Diante da multiplicação dos falsos mestres e
da disseminação de suas heresias nas igrejas, Paulo não ficou silencioso nem inerte, mas trabalhou no sentido de multiplicar os verdadeiros mestres, elegendo presbíteros sãos na fé e irrepreensíveis na conduta para ensinarem a verdade. Só podemos combater o erro com a verdade.
utrina e vida vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - do utrina
Só podemos neutralizar as trevas com a luz. Aqueles que anda an dam m no erro erro precisam ser convencidos pela verdade (1.9), (1.9), prec pr ecis isam am ser sile si lenc ncia iado doss (1.11 (1 .11)) e r e p reen re endi didd os seve se vera ram m en ente te “[...] para que sejam sadios na fé” (1.13). A igreja igreja precisa velar pelas suas suas instituições de ensin ensino. o. Nao po p o d e ria ri a exp express ressar ar esse esse p o n to m e lho lh o r do qu quee J o h n S tott to tt.. Acompanhe suas palavras: A principal instituição da igreja é o seminário ou faculdade teológica. Em cada país, a igreja reflete o que são seus seminários. Todos os futuros pastores e mestres da igreja passam pelo seminário. E ali que eles se formam ou “se estragam”, é ali que recebem toda a sua bagagem para par a a vida minist min isteri erial al e são inspira insp irados, dos, ou são afeta a fetados dos ne negat gativa ivame mente nte.. Portanto, importa que os seminários de todo o mundo se firmem na fé evangélica, tenham um nível acadêmico excelente e se pautem pela pieda pie dade de pessoal. N ão há melh me lhor or estraté es tratégia gia do qu quee essa essa par p araa a refo re form rmaa e a renovação da igreja.'^’
N
otas d o capitulo
3
Fritz, Rogers, Cleon. Chave Lmguística do Novo Testa mento Grego. São Paido: Vida Nova, 1 9 8 5 , p . 4 8 2 .
' R i e n e c k e r , ’W
i e r s b e , W
a r re r e n W . Comentário bíblico expositivo, p . 3 3 8 .
Como distinguir os pasto res dos lobos
Carl. Epístola Epístolass de Paulo Paulo a Timóteo e Tito, p. 188. mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, p. 177. S t o t t , John. A mensagem S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, p. 178. Belie ver’ s Bible commentary commentary,, p . 2.134. M a c D o n a l d , William. Believer’ W i e r s b e , Warren War ren W. Comentário bíblico expositivo, p . 338. 96 g-fOTT, John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. 178. M a c D o n a l d , William. Believer’ Believe r’s Bible commentary, commentary, p. 2.134,2.135. S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 179. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo, p. 337 337.. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo, Spain ,
p. p . 3 3 7 , 3 3 8 .
J. N. D. D . I e I I Timôteo e Tito, Tito, p. 210. E r d m a n , Carlos R. Las epísto epístola lass pastora pastorales les a Timoteo y a Tito Tito,, p. 155. Belie ver’ s Bible commentary, commentary, p. 2.136. M a c D o n a l d , William. Believer’ S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 180. K e l l y ,
B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tessa Tessalon lonicen icenses ses,, Timôte Tim ôteo, o, Tito Tit o e File Filemo mom, m,
p. p . 3 9 7 . arr en W. Comentário bíblico expositivo, p. 3 3 8 . 'OS W iersbe , W arren
Fritz; R o g e r s , Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego, p. 482. B a r c l a y , William. L y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 245. B u r k i , Hans. Carta Cart a aos aos Tessa Tessalon lonice icens nses es,, Timóteo, Timóte o, Tito e Filem Fil emom, om, p. 397 397.. 110 110 g^oTT, John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, p. 181. R i e n e c k e r , Fritz; Rogers, Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego, p. 482. R i e n e c k e r ,
p . 7 1 . G e t z , Ge ne A. A medida med ida de um u m homem hom em espiritual, espiritual, p. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 247. G e t z , Gene A. A medida med ida de um u m homem hom em espiritual, espiritual, p. 78,79. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 247. 116 §joTT, John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. 181. B u r k i , Hans. Carta Cart a aos aos Tessa Tessalon lonice icens nses es,, Timóteo, Timóte o, Tito e Filem Fil emom, om, p. p . 3 9 8 .
John. A ynen ynensa sage gem m de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. 181. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 247. med ida de um homem hom em espiritu esp iritual al São Paulo: Edi G e t z , Gene A. A medida tora Literatura Evangélica Internacional, 1977, p. 64. Belie ver’s Bible commentary, commentary, p. 2.136. M a c D o n a l d , William. Believer’ B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Tito y Filemon, p . 248. St o t t ,
67
trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
William. I y I I Timoteo Timoteo,, Tito y Filemon, p. 248. B a r c l a y , William. l y I I Timo Timote teo, o, Tito Tito y Filem Filemon on,, p. 248-250. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo Timoteo,, Tito y Filemon, p. 249. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 249. Timoteo, Tito y Filemon, p. 249. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, S p a i n , Carl. Epístola Epístolass de Paulo a Timóteo e Tito, Tito, p . 192. Timote teo o, Tito Tito y Filem Filemon on,, p. 249. B a r c l a y , William. l y I I Timo B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 249. Timoteo, Tito y Filemon, p. 249. ' ” B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, ' W i e r s b e , Warren Warr en W. Comentário bíblico expositivo, p. 339. mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 182. S t o t t , John. A mensagem ' S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 184-189. ‘ B a r c l a y , William. I y 11 Timote Timoteo, o, Tito y Filemon, p. 251. S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p. 184. ' K e l l y , J. N. D. I e I I Timôteo e Tito, Tito, p. 213. Notas de Tito 1.11 do Novo Testamen Testamento to Kin K ing g James. James. São Caetano do Sul: SRG, 2007, p. 511. ‘” K e l l y , J. N. D. / í I I Timôteo e Tito, Tito, p. 212,213. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de Sati Pablo, p. 344 344.. fato r Melquisideque. Melquisideque. São Paulo: Vicia Nova, R i c h a r d s o n , Don. O fator 1986, p. 19. K elly , J. N. D. I e II I I Timôteo e Tito, Tito, p. 213. M a c D o n a l d , William. Believer s Bible Bibl e commentary, p. 2.138. K e l l y , J. N. D . I e I I Timôteo e Tito, Tito, p. 215. ' M a c D o n a l d , William. Believer’s Bible commentary, commentary, p. 2.138. ' H e n d r i k s e n , Guillermo. 1 e 2 Timoteo y Tito, Tito, p . 404. ' B a r c l a y , Wilham. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p . 255. ' “ W i e r s b e , Warren W . Comentário bíblico expositivo, p. 341. K elly , J. N. D. I e I I Timôteo e Tito, Tito, p. 215. S t o t t , John. A mensagem mensagem de 1 Timôteo e Tito, p, 18 7 . B a r c l a y , William. l y I I Timot imoteo eo,, Tito Tito y Filem Filemon on,, p. 256. K e l l y , J. N. D. 1 e II Timôteo e Tito, p. 216. ’ B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p . 257. B arclay,
p . 1 8 7. St o t t , John. A mensage mensagem m de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p. p . 1 8 8. St o t t , John. A mensage mensagem m de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p.
Capítulo 4
Como aplicar a doutrina na vida familiar (Tt2.M0)
Pa u l o c o n t r a s t a o s falsos m e s t r e s
(1.11-16), com o verdadeiro mestre (2.1). A expressão grega “Tu, Tu, porém”, porém”, d e s taca que qu e Tito Tit o deveria se distingu disti nguir ir dos fals falsoos mestres tanto na doutrina quanto na con duta, tanto na teologia quanto na ética. Os falsos mestres não viviam o que pregava preg avam. m. H av avia ia u m ab abis ism m o en entr tree o qu quee eles falavam e o que eles faziam. Tito deveria agir de forma diametralmente oposta aos falsos mestres. John Stott diz que não poderia haver contradição entre a teologia e a ética de Tito. Não poderia existir dicotomia entre o seu ensino e o seu comportame com portamento. nto. 15 7 Concordo com Kelly quando diz que Paulo é absolutamente prático nessa
vida um b inômio inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
passag pas sagem em,, m as n ã o o c u lta lt a sua su a co conv nvic icçã çãoo de q u e a base bas e do bo b o m c o m p o r tam ta m e n to é a cren cr ença ça co corr rret eta. a. Nesse Ne sse ca c a p ítu ít u lo 2, Paul Pa uloo se v o lta lt a para pa ra a supe su perv rvis isão ão pas p asto tora rall das comunidades cretenses, direcionando suas exortações a grupos selecionados por idade, sexo e posição social. Ao requerer de cada um dos grupos um alto alto padrão de conduta, con duta, demonstra sua preocupação tanto com a boa reputação da igreja quanto com o avanço do evangelho num ambiente de moralidade duvidosa.'Em vez dos crentes negarem a fé em De Deus us agindo agind o com c omoo os fal falso soss mestres, deveriam professá-la por meio da conduta. Destacamos quatro pontos absolutamente relevantes, à guisa guisa de de introdução introd ução.. Em primeiro lugar, a melhor maneira de combater a heresia heresia é ensina ens inarr a verdade. “Tu, porém, fala o que convém à sã do doutrin utrina” a” (2.1). (2.1). A sã sã do doutr utrina ina tem a ver com a totalidade doss ensiname do ensina mentos ntos dados por Deu Deuss à igr igrej eja, a, por meio de sua sua Palavra revelada. John Stott diz que a palavra hygiainouse, “sã”, significa “estar saudável; ser íntegra”. Essa palavra é com frequência usada nos evangelhos evangelhos com co m respeito a pessoa pessoass que, tendo ten do sido sido curadas de algum defeito físico ou de uma incapacidade, agora estão “totalmente sadias”, com todos os seus órgãos e faculdades funcionando normalmente.'^' Stott ainda esclarece; A doutrina cristã é saudável do mesmo modo que o corpo humano é saudáve saudável, l, pois a doutrin dou trinaa cristã cristã assemel assemelha-s ha-see ao corpo hum hu m ano ano.. E um bem be m orde or dena nado do sistema siste ma co cont nten endo do difer dif erent entes es pa parte rtess qu quee se relacio rela cionam nam entre si si e que que,, juntas, constituem c onstituem um harmonioso conjunto. Portanto, se a nossa teologia está mutilada (fakando nela algumas partes) ou enferma (com partes contaminadas), então ela não está “sã”, não está “saudável”. O que Paulo quer dizer com a expressão “sã doutrina” é.
70
Como aplicar a doutrina na vida fam iliar iliar
então, o que em outra parte ele se referiu como “todo o desígnio de Deus”, a plenitude da revelação divina.'“
Nã N ã o ba bast staa à igreja igre ja assu as sum m ir u m p ap apee l críti cr ítico co e d e n u n c iar ia r as heresias dos falsos mestres e seu desvio de caráter; é preciso pre ciso,, so s o b retu re tudd o , pro p rocc lam la m a r a ve verd rdad ade. e. C o m b a te-s te -see o fogo estranho com o fogo fogo verdadeiro. verdadeiro. Com C ombate-se bate-se a heterodoxia heterodox ia com a ortodoxia. Co Com m bate-se a heres heresia ia com a verdade. verdade. Em vez de Tito apenas ficar na retranca e na defesa contra os íalsos mestres, deveria partir para o ataque, proclamando a sã doutrina. Muitos mestres da verdade perdem o foco ao gastar rodo o tempo e energia combatendo o erro e denunciando as peripécias tresloucadas dos falsos mestres. Porém, são remissos em anunciar a sã doutrina. Certa feita, alguém [lerguntou a um alto funcionário de um grande banco, especialista em identificar notas falsas, qual era o seu critério para identificá-las. Ele respondeu: “Eu não sou um especialista em notas falsas; sou um especialista em notas verdad verdadeir eiras. as. Eu as as estudo cuidado cuid adosam samente ente.. Assim, Assim, identifico as falsas”. Quando conhecemos, vivemos e anunciamos a sã iloutrina, desmascaramos a falsa doutrina ao mesmo tempo t|ue a combatemos. Em segundo lugar, a melhor maneira de reprovar a vida (2.7).. É impo im portante rtante desregrada é viver de modo irrepreensível (2.7) ress ressal alta tarr que Tito deveria deveria fala falarr o que convém à sã sã doutrina dou trina,, ou seja, as práticas que dela decorrem (2.1). John Stott está coberto de razã razãoo quand qu andoo afirma afirma que há um elo elo indestrutível indestrutível c]ue hga a doutrina cristã com as práticas cristãs, a teologia com a ética.Calvino chega a afirmar que a “sã doutrina” consist consistee em duas partes. A prim eira é a que magnifica mag nifica a graça graça lie Deus em Cristo, da qual podemos aprender onde buscar 71
trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
nossa sal salva vaçã ção; o; e a segund seg undaa é aquela por po r meio m eio da qual q ual a vida se exercita no temor de Deus, e na conduta cristã. Tito estava em Creta nao apenas para ensinar a sa doutrina, mas para ser um modelo de vida irrepreensível. As pessoas egressas de um paganismo tosco, imaturas na fé e ainda encurraladas por falsos mestres precisavam de ensino verdadeiro e de exemplo irrepreensível. Tito deveria imprimir na vida das pessoas as marcas de uma vida santa, jus ju s ta e pied p iedosa osa.. Em terceiro lugar, doutrin dou trina a e vida precisam sempr sempree andar and ar de mãos dadas {2.7). Tito deveria ser modelo de boas obras e também mostrar integridade no ensino. A verdade pr p r o d u z inte in tegr grid idaa de de.. Teolo Te ologi giaa e v ida id a an a n d a m jun ju n tas ta s . D o u t r ina in a e dever caminham lado a lado. Ortodoxia e piedade são inseparáveis. A doutrina desemboca no dever. A teologia é mãe da ética. A vida é consequência da fé. Assim como um homem crê, assim ele é. Nã N ã o é possível possív el ter te r vida vi da s a n ta sem se m d o u trin tr inaa p u ra. ra . N ã o é possível possív el ter te r pie pi e d a d e sem s em orto or todd o xia xi a . N ã o é possíve pos sívell desp de spre reza zarr a verdade e viver uma vida agradável a Deus. Sempre que a igreja separou a doutrina da vida, os resultados foram desastrosos. Ortodoxia sem vida é ortodoxia morta, e ortodoxia morta mata. Não há nada mais escandaloso do que alguém professar uma coisa e viver outra; ser exigente com os outros e indulgente consigo mesmo. Em quarto lugar, a sã doutrina precisa moldar a vida fa m i l i a r em todos todos os seu seus aspec specto toss (2.2-10). Paulo ordena a aplicação da doutrina a vários segmentos da família, classificando-a por gênero, idade e posição social. Idosos e jovens, solteiros e casados, líderes e servos, devem viver de acordo com a sã doutrina, ornando assim a doutrina de Deus (2.5,10).
Como aplica ap licara ra doutrina na vida vida familiar
Os preceitos de Deus para os liomens idosos (2.2) Os hom ho m ens idoso idososs sa sao citados citados primeiro, porq p orque ue deveriam ser os pioneiros a apHcar a sa doutrina. A vida deles deveria recomendar recomen dar a do doutrin utrinaa que prof profess essav avam. am. Glenn Glen n Go Gould uld diz corretamente que o evangelho de Cristo tem de mudar a maneira das pessoas pensar e dar frutos em uma vida transformada. transforma da. Era ess essaa transformação transform ação poderosa pode rosa que tornava a igreja igreja primitiva prim itiva invencível invencível.. C om o foi que a igreja igreja de derro rrotou tou o paganismo fortificado do império romano? A resposta é que os cristãos sobrepujavam os pagãos na vida, na morte e nos conceitos.Os homens idosos deveriam demonstrar quatro virtudes cardeais: Em primeiro lugar, deveriam ter domínio próprio. “Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes...” (2.2). Essa palavra tem a ver com o domínio do vinho. A palavra grega nephalios significa literalmente sóbrio em contraposição a ser muito indulgente com o vinho. Trata-se de uma pessoa que tem seus apetites sob controle. A falta de disciplina e de limites em qualquer área da vida e o uso imoderado do vinho causavam muitos transtornos na comunidade cristã da ilha de Creta. Concordo com William Barclay quando diz que os prazeres desenfreados custam muito mais do que valem. Em segundo lugar, deveriam ter reputação aprovada. “Quanto aos homens idosos que sejam [...] respeitáveis...” (2.2). Trata-se de uma pessoa que tem vida ilibada, caráter impoluto, bom testemunho dos de fora. E uma pessoa que não tem brechas brechas no escudo da sua fé. Alguém que não pode ser acusado de escândalo. A palavra grega aqui é semmos, cujo significado é “comportamento solene e austero”. Nao se trata daquela pessoa pes soa q u e n u n c a sorri so rri,, m as d a q u e la pe pess ssoa oa q u e vive à luz 73
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da eternidade, sabendo que Deus nos acompanha com o seu olhar.'*"® Nao podemos confundir seriedade com carranca. Em terceiro lugar, deveriam ter equilíbrio nas atitudes. “Quanto aos homens idosos que sejam [...] sensatos...” (2.2). Trata-se daquela daq uela pessoa que m ede suas suas palavra palavras, s, seus seus gestos, suas ações e suas reações. A palavra grega aqui é sophron sophron e descreve o homem que vive sob controle, que sabe governar cada instinto e paixao.'*’’ Em quarto lugar, deveriam ter maturidade espiritual “Quanto aos homens idosos que sejam [...] sadios na fé, no amor e na constância” (2.2). Fé, amor e esperança são a trilogia neotestamentária da maturidade cristã. Flans Burki diz que a tríade de fé, amor e esperança sintetiza o mais íntimo cerne daquilo que o evangelho significa.'^*’ A maturidade crista tem a ver com a teologia que abraçamos, com o nosso relacionamento com Deus e com os irmãos e, também, com a maneira que nos comportamos diante das pressõ pre ssões es da vida. vid a. Os preceitos de Deus para para as mulliere m ullieress idosas idos as (2.3,4) (2.3,4) “Quanto às mulheres idosas, semelhantemente...”. A pa lavra “semelhantemente” acentua que as virtudes elencadas no versículo anterior devem ser observadas também pelas mulheres idosas. Paulo destaca duas coisas importantes que devem caracterizar as mulheres idosas. Em primeiro lugar, elas devem ser cuidadosas quanto à (2.3a). Paulo escrev escreve: e: “Q “Quu e sejam sérias sérias em maneira de viver (2.3a). seu proceder, não caluniadoras, nao escravizadas a muito vinho...” (2.3a). Quanto ao aspecto positivo as mulheres idosas devem ter um procedimento irretocável, exemplar. A idade avançada nos torna mais responsáveis. 74
Como aplicar ap licar a doutrina na vida familiar
Quanto ao aspecto negativo, as mulheres idosas devem evitar dois sérios pecados: O pecado da maledicência. A palavra grega usada para descrever “ca “calun luniado iadoras ras”” é diabolos. O diabo é o pa patron tronoo das das pessoas pes soas q u e se entr en tree g a m à calún cal únia ia,, à fofoca fofo ca e à m aled al edic icên ênci cia. a. William MacDonald diz que a palavra grega diabolos é u m termo apropriado, uma vez que a maledicência é diabólica em sua fonte fon te e caráter caráter.. As mulheres mulh eres idos idosas as nao devem fala falarr mal pelas costas nem ser boateiras. Nada é mais pernicioso pa p a ra a vida vi da d a igreja igr eja do q u e o pe pecc ad adoo d a líng lí ngua ua.. T iago ia go diz que a língua é fogo e veneno. A língua fere, destrói e mata (Tg 3.1-11). Salomão diz que “a morte e a vida estão no po p o d e r d a lín lí n gu gua” a” (Pv (P v 18 18.2 .21) 1).. Pode Po dem m os m a tar ta r o u d a r v ida id a a um relacionamento dependendo da maneira pela qual nos comunicamos. vício degra O pecado pecado da embriaguez. embriaguez. A embriaguez é um vício dante em todas as pessoas, mas quando mulheres que de veriam veriam ser exemplo exemplo de con c ondu duta ta capitulam-se ca pitulam-se à embriaguez, embriaguez, isso se constitui num terrível escândalo. Em segundo lugar, elas devem ser cuidadosas quanto à maneira de ensinar (2.3b,4). Paulo conclui: “[...] sejam mestras mestras do bem, bem , a fim de instr in struír uírem em as jovens recém-casadas recém-casadas a amarem ama rem seus seus maridos mar idos e a seus seus filhos” filhos” (2.3b,4). (2.3b ,4). As mulheres idosas deveriam nao apenas praticar o bem, mas ser mestras do bem. Deveriam nao apenas ser exemplo, mas também instruir as jovens recém-casadas a amar seus maridos e (ilhos. Esse ensino desenrola-se na dinâmica da vida. John Stott tem razão ao alertar que há grande necessidade, em (oda congregação, do ministério de mulheres maduras e |)iedosas.'^“ Concordo com Warren Wiersbe quando diz t]ue a igreja precisa tanto dos mais velhos quanto dos mais jovens, e uns u ns de deve vem m m inis in istr traa r aos o u tro tr o s .'^ .' ^ ’
T ito e F ilemom - doutrina doutrina e vida vida um binômio inseparáve inseparávell
A palavra grega grega usada aqui é kalodidaskalous, que q ue significa significa “mestre do bem, professor de boas coisas”. A palavra não se refere à instrução formal, mas, sim, ao conselho e encorajamento que elas podem dar em particular, pela pala pa lavr vraa e ex exem empl plo. o. N ã o se t rata ra ta aq a q u i de d e um u m en ensi sinn o for f orm m al, al , mas de pedagogia que se desenvolve na urdidura da vida. É impo im portante rtante destacar destacar que a instrução só pode acontecer onde existe comunicação e comunhão. É preciso construir po p o n tes te s de c omu om u n icaç ic açãã o e n tre tr e os idoso ido soss e os jovens jov ens.. O conflito de gerações precisa ser resolvido antes que a instrução logre êxito. Os preceitos de Deus D eus para as mulheres mul heres jovens joven s (2 (2.4b .4b,5) ,5) As mulheres jovens recebem seis instruções importantes das mulheres mais idosas. Na igreja deve haver espaço tanto pa p a ra o ensi en sino no form fo rmal al q u a n to p a ra o inf i nfor orm m a l. Ta T a n to h o m e n s quanto mulheres desempenham esse papel fundamental. Que instruções as jovens recém-casadas deveriam receber? Em primeiro lugar, deveriam deveria m amar am ar o marido marid o e os filhos filh os (2.4b). Paulo deu várias instruções para o marido amar a esposa da mesma forma que Cristo ama a igreja (Ef 5.2533; Cl 3.19). Em todas as ocasiões, a palavra grega usada é ágape, o amor incondicional, sacrificial. Porém, quando a Bíblia fala fala que a mulhe mu lherr deve amar am ar o m arido arid o e os fil filhos hos,, usa o ■â.m.oi .oi ph philéo. As palavras phila ph iland ndro ross e philo ph ilotek tekno noss indicam que as m ulheres jovens jovens devem ser amorosas com o marid m aridoo e filhos respectivamente. As jovens recém-casadas não devem negligenciar o marido e os filhos por nenhuma razão. Albert Barnes está correto quando diz que toda a feli felici cidad dadee conjugal conjugal est estáá baseada baseada no amor am or mútuo m útuo.. N en enhu hum ma riqueza ou luxo, nenhuma habitação esplendorosa ou conforto, nenhuma posição social ou prazer especial pode
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ser compensação pela falta falta de am or no casamento. casam ento. Q ua uand ndoo esse amor reina, até mesmo o casebre mais humilde pode ser o palco da felicidade mais sublime. Em segundo lugar, deveriam ser sensatas (2.5). A palavra grega sophronas sophronas descreve uma pessoa que tem domínio pró p rópp rio ri o , a u toc to c o n tro tr o le. le . É a pe pesso ssoaa q u e d o m ina in a suas paixõe pai xõess em vez vez de ser ser dom do m inada ina da por p or elas elas.. É a pessoa que está com o leme da vida em suas mãos e não alguém desgovernado nos mares revoltos da vida. Em terceiro lugar, deveriam ser honestas (2.5). A palavra grega hagnos descreve aqui a pureza moral no matrimônio. As mulheres deveriam ser “puras de mente e coração”.*^'’ Elas Elas deveriam deve riam fechar fe char todas toda s as janelas da tentaç ten tação ão e do desejo desejo pro p roib ibid idoo . D e ve veri riaa m fug fu g ir de t o d a c irc ir c u n stâ st â n c ia perigo per igosa sa.. Cresce espantosamente na cultura ocidental a infidelidade conjugal. Muitos cônjuges contemporâneos abrem todas as cortinas da alma para nelas entrar o clarão dos desejos ilícitos. Abastecem a mente com coisas impuras. Navegam nas águas turvas dos sites sites perniciosos. Entabulam longas conversas virtuais com estranhos e fecham os canais de comunicação dentro do próprio lar. Em quarto lugar, deveriam ser boas donas de casa (2.5). A palavr pal avraa grega gr ega oikourgos, tradu tra duzid zidaa p o r “boas “boas donas de casa casa”, ”, significa literalmente “trabalhando em casa”.’^^ Paulo está combatendo aqui aquele estilo de vida ocioso de algumas mulheres que viviam andando de casa em casa, adotando um estilo de vida fútil (iTm 5.13). John Stott é da opinião que não seria legítimo tomar esse versículo como base para estabelecer a condição de perm pe rmaa n ece ec e r em casa c o m o u m e ste st e reó re ó tipo ti po p a r a toda to dass as mulheres mulheres,, ou pa para ra proibir pro ibir as espo esposa sass de terem um a atividade (irofissional. O que de fato é afirmado é que a mulher que 77
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aceita a vocação do casamento e tem marido e filhos deve amá-los, e não negligenciá-los. Assim, Paulo está se opondo não a que a mulher tenha uma profissão, mas ao fato tão corriqueiro de se tornar ociosa e ficar indo de casa em casa.'^® Hoje, o contexto é outro. Há muitas mulheres que negligenciam o marido, os filhos, a casa e desperdiçam seu precioso tempo andando de loja em loja, comprando o que não precisam, com o dinheiro que não têm, para impressionar pessoas que não conhecem. Em qu quinto into luga lugar, r, deveriam ser bondosas (2.5). (2.5). A bon bondad dadee é atitude de investir o melhor da vida na vida dos outros. O único homem que é chamado de “bom” na Bíblia é Barnabé (At 11.24). A marca desse homem foi investir na vida daqueles que haviam sido rejeitados. Ele investiu na vida de Saulo depois que foi rejeitado em Jerusalém pelos discípulos (At 9.26,27) e na vida de João Marcos, depois que Paulo se recusou a aceitá-lo na caravana da segunda viagem missionária (At 15.36-39). Em sexto lugar, deveriam ser sujeitas ao marido (2.5). A submissão é uma palavra extremamente distorcida e des gastada atualmente. atualm ente. H á muitos m uitos maridos que se valem valem dessa dessa ordem paulina para oprim oprim irem sua mulher mulher.. Entretanto, En tretanto, há muitas mulheres que sentem urticária ao ouvir que preci sam se sujeitar a seu seu marido. H á aqueles aqueles que ainda a inda pensam que a sujeição da mulher a seu marido implica inferiorida de daquela a este. Isso é um engano. Assim como Deus, o Filho, não é inferior a Deus, o Pai; assim também, a mulher não é inferior ao marido (ICo 11.3). Hans Burki está correto quando diz que não se trata aqui de uma subserviente e dócil rendição a tudo o que o marido exige. Ela administrará o lar com bondade e
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em concordância com a vontade do marido, nao sem ele nem contra ele. A liberdade e a igualdade da mulher nao contradizem a subordinação ao marido, desde que essa subordinação subordinaç ão aconteça aco nteça de forma form a espontânea, e não segundo as concepções das fantasias masculinas de superioridade, nem de sua cobiça por dominação.'^’ O marido sábio permite que a esposa administre o lar, pois po is esse esse é o m inis in isté téri rioo dela. A pe pesa sarr de a espo e sposa sa ser a “d o n a da casa”, o marido é o líder do lar, de modo que a esposa deve ser obediente. Mas onde existe amor, a obediência não é dolorosa.'®*' O projeto de Deus no casamento nao é a dominação do superior sobre o inferior, mas igualdade sexual com complementaridade. Qual motivação deveria regular a conduta da mulher crente? O vetor principal a nortear-lhe a postura é “para que a palavra de Deus não seja difamada”. A insubmissão da esposa ao marido seria um escândalo para o evangelho. A nossa vida é uma ponte ou uma muralha; aproxima as pessoas pesso as de d e D eu euss o u as afasta. Kelly está e stá co com m a razão raz ão q u a n d o diz diz que o m un undo do de forma imediatam ime diatamente ente culpará o próprio próp rio evangelho por qualquer conduta da parte dos fiéis que seja chocante às susceptibilidades contemporâneas.'181 Os preceitos de Deus para para os joven jov enss (2.6 (2.6)) “Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos” (2.6). Os jovens devem ser ser exortado exortadoss a serem serem criter criteriosos iosos em tudo. tud o. O próprio pró prio Tito deveria se encarregar desse trabalho de encorajar os joven jov enss a viver vive r u m alto al to pa padr drão ão.. J u v e n tud tu d e nã nãoo é s inô in ô n im o de imaturida im aturidade. de. O padrão para p ara os os jovens jovens não é inferior nem eles estão isentos da responsabilidade de viver de forma cuidadosa em todas as áreas da vida (iTm 4.12).
T ito e F ilemom - doutrina doutrina e vida vida um binôm io inseparáve inseparávell
L. Bonnet está correto quando diz que os jovens devem pro pr o va varr pe pela la sua su a v ida id a q u e estão de deba baix ixoo d a disc di scip iplin linaa do Espírito e que dominam a carne. Se lhes faltar essa virtude, todas toda s as obras cristãs que qu e vierem viere m a realizar serão desprovidas de v a l o r . A palavra grega usada por Paulo é novamente soph sophro ron, n, autodisciplina, autodomínio, autocontrole. Segundo Stott, Paulo está pensando no controle de temperamento e da língua, da ambição e da avareza, e especialmente dos ape tites carnais, inclusive compulsões sexuais, de modo que o jovem jov em cristã cri stãoo p e rman rm anee ça d e n tro tr o do imut im utáv ável el p a drã dr ã o cris cris tão de castidade antes do casamento e de fidelidade depois dele.'«3
José José do Egito Egito se se manteve puro mesmo mesm o quando qu ando a m ulher ulhe r de Potifar Po tifar o abor ab ordo dou, u, e iss issoo ocorreu ocorr eu várias várias vez vezes es.. Ele preferiu ser preso numa masmorra e manter sua consciência livre e pu p u r a a viver em libe li berd rdad ade, e, mas ma s pris pr isio ionn e iro ir o do pe peca cado do.. A mais sombria som bria de todas as masmorras é a prisão prisão da culpa. Não Nã o há remédio humano que possa aliviar a dor da culpa. José preferiu, prefer iu, ser u m p risi ri sioo ne neir iroo livre a ser se r u m livre prisi pri sion onei eiro ro.. O profeta profe ta Daniel Danie l resol resolveu veu firmem ente no seu coração coração não se contaminar, mesmo qua quando ndo ainda era um ad adol olesc escent ente. e. Os Os dois, José e Daniel, só puderam liderar eficazmente outras pessoas pesso as p o rqu rq u e an ante tess d o m ina in a ram ra m a si m esm es m os. os . N ing in g u é m po p o d e servir ser vir a o u tros tr os até at é qu quee ten te n h a d o m ina in a d o a si mesm me smo. o. A Bíblia diz que melhor é “[...] o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade” (Pv 16.32). Os preceitos de Deus para Tito (2.7,8) Vejarnos as ordenanças de Paulo a Tito: Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o
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adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito (2.7,8).
A melhor maneira de um pastor pregar é por meio da sua vida. Os falsos mestres dizem e não fazem (1.16; Mt 23.3), mas os mestres da verdade devem dizer e fazer. Dizer e não fazer é hipocrisia.'®"^ Concordo com John Stott quando diz que nós precisa mos mo s de modelos mod elos;; ele eles nos dao direção, desafi desafios os e inspiração. Paulo se ofereceu como exemplo para a igreja de Corinto (ICo 11.1). Paulo deu ordens a Timóteo a ser padrão dos fiéis (iTm 4.12). Agora, ordena aTito a ser padrão para os crentes na prática de boas obras (2.7).'®^ Nós precisamos de modelos vivos. Precisamos de líderes que preguem aos ouvidos ouvidos e ao aoss olhos. olhos. Q ue falem a sã do doutrin utrinaa e tam bé bém m de m on onstrem strem a verdade que pregam com o seu seu modo mo do de vi viver. O ensino e o exemplo, o verbal e o visual, sempre formam uma combinação poderosa.'®^ Tito deveria imprimir nos membros da igreja uma impressão forte e indelével. A palavra grega lypos, “padrão, pr p r o tóti tó tipp o ”, é ex exat atam amen ente te a m arc ar c a qu quee u m a m á q u ina in a de escrever deixa no papel. Warren Wiersbe diz que lypos signifi significa ca tam ta m bé bém m “estampa”. T ito deveria deveria viver viver de tal modo mo do a imprim im prim ir sua “estamp “estampaa espiritual” na vida de outros. ou tros. Isso Isso envolvia boas obras, sã doutrina, seriedade nas atitudes e discurso irrepreensível que ninguém —nem mesmo o inimigo - po pode deria ria conde condena nar. r.'® '®^^ Hans Burki tem razão quando diz que à imagem distorcida dos hereges deve ser contraposto o exemplo de um mestre saudável, porque o poder de imagens negativas somente pode ser superado por imagens poderosas e melhores.'®® 81
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Duas verdades devem ser aqui destacadas; Em primeiro lugar, o líder deve ser padrao nas boas obras (2.7). (2.7). A vida do líder é a vida da sua liderança liderança.. Ele Ele ensina ens ina não apenas com palavras, mas, sobretudo, com exemplo. Albert Schweitzer diz que o exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única maneira eficaz de fazê-lo. Antes de m otivar otiva r a igre igreja ja à prátic pr áticaa de boas boas obras, T ito deveria deveria ser ser um pa p a d rão rã o de boa boass ob obra ras. s. O líde lí derr nã nãoo e n s ina in a ap apen enas as m e d ian ia n te prece pre ceito itos, s, mas ma s tam ta m b é m pe pelo lo ex exem empl ploo pessoal. pess oal. O ensino do apóstolo Paulo é meridianamente claro acerca do lugar das boas obras na vida do cristão. Ele não as pratica para alcançar a salvação, mas porque já recebeu a salvação. Boas obras não são a causa da salvação, mas o resultado dela. Somos criados em Cristo para as boas obras e não por p or causa causa dela delass (Ef 2.10). 2.10 ). Em segundo lugar, o líder deve ser padrão no ensino da Palavra (2.7,8). Com respeito ao ensino da Palavra, quatro po p o n tos to s vitais vita is de deve vem m ser observ obs ervado ados; s; O conteúdo correto. “No ensino, mostra integridade...” (2.7). A palavra “integridade” é a tradução de afihoria, que literalm litera lmen ente te significa significa “incorru “inco rrupti ptibili bilida dade de”. ”.''®’ A integrid inte gridade ade tem a ver tanto com o conteúdo da mensagem quanto com a motivação do mensageiro. mensageiro. O mensageiro mensageiro não pode po de retirar nem acrescentar acrescentar coisa coisa alguma da mensagem. mensagem . A Palavra Palavra não po p o d e ser a d u lte lt e rad ra d a n e m m erca er cade deja jada da.. O m inis in istr troo prec pr ecisa isa ser íntegro quanto ao seu conteúdo e quanto aos seus motivos. Kelly é da opinião de que por “integridade” Paulo querr dizer pureza de motivo, a ausência que ausência de qualquer qualq uer de desej sejoo de lucros. O método correto. “No ensino, mostra [...] reverência” (2.7). (2.7). A reverênci reverênciaa tem a ver com a forma form a que qu e a mensagem é transmitida, ou seja, a maneira de ensinar. Reverência 82
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denota um alto tom moral na exposição da sã doutrina. Um pregador irreverente é uma contradição. A vida do pre p regg a d o r n ão p o d e estar es tar em op opos osiç ição ão à sua s ua m en ensa sage gem m. Richard Baxter, expoente do puritanismo inglês, afirmou: Não N ão im p o rta rt a o qu quee você faça, assegure-se assegure-s e de qu quee as pessoas estejam esteja m vendo que você está sendo bastante sincero [...]. Não podem se quebrar corações humanos tratando-os com leviandade.'®'
O instrumento correto.
“Linguagem sadia e irrepreen sível...” (2.8). O púlpito não pode ser um palco nem um picadeiro em que o pregador usa piadas e gracejos inconvenientes e incompatíveis com a santidade da mensagem. Não apenas a mensagem é santa, mas também a forma de comunicá-la deve ser santa. O propósito correto. “[...] para que o adversário seja en vergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito” (2.8). A descrição que Paulo faz do adver sário pode incluir os críticos pagãos do cristianismo, bem como os indivíduos indispostos dentro da comunidade. A melhor defesa contra os adversários é a completa integri dade na prega pregação ção,, tanto na forma form a quanto qua nto no co conte nteúd údo.’ o.’’’^ Devemos ser zelosos quanto à doutrina e também quanto à forma pela qual ensinamos a doutrina, pois nossos ad versários sempre buscarão motivos para nos acusar. Não pod po d e m o s de deix ixar ar brec br echa hass p a ra o inim in imig igoo nos atacar. ataca r. Os preceitos de Deus D eus para os servos (2 (2.9, .9,10) 10) Concordo com William MacDonald quando diz que a simples menção que a Bíblia faz da escravidão no primeiro século não é sinônimo de sua aprovação, assim como a poli po liga gam m ia regi re gist stra rada da n o A n tig ti g o T e sta st a m e n to nã nãoo é u m
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atestado de aprovação divina àquela prática. Deus jamais aprovou a crueldade e a injustiça da escravatura. Porém, a igreja igreja primitiva prim itiva não se engajou num n um projeto revolucionár revolucionário io contra a escravatura. Antes, condenou-a e removeu seus abusos pelo poder do evangelho. Onde a Palavra de Deus preva pre valec leceu, eu, o m al d a escr es crav avat atur uraa s u c u m b i u .'“ .' “’'^ Ao contrário de Efésios 6.9 e Colossenses 4.1, os senho res ou proprietários não estão incluídos nessa exortação. Possivelmente ainda não existissem nas igrejas da ilha de Creta esses senhores de escravos.Com respeito aos ser vos, Paulo alista duas virtudes que deveriam cultivar e dois peca pe cado doss qu quee de deve veri riam am evitar. Em primeiro lugar, as virtudes que deveriam cultivar (2.9.10). (2.9.1 0). A fé fé cris cristã, tã, longe de engajar engajar-se -se num nu m a luta lut a políticosocial contra a escravatura, deu instruções aos servos e aos senhores sobre como viver de forma a glorificar a Deus. E m bo bora ra não haja ha ja mais escra escravo voss hoje, hoje, os princípios princ ípios aplicamaplicam se perfeitamente à relação de patrões-empregados. Que virtudes os servos deveriam cultivar? Obediência. “Quanto aos servos, que sejam, em tudo, obedientes ao seu senhor, senhor, dan dando-lhe do-lhe m otivo de satisfação.. satisfação...” .” (2.9). A obediência deveria ser em tudo. Obviamente “em tudo” restringe-se ao que é lícito. A submissão deveria objetivar a satisfação dos senhores. É possível obedecer sem fazê-lo de coração (Ef 6.6). É possível trabalhar de má vontade. Fidelidade. “[...] pelo contrário, deem prova de toda fidelidade...” (2.10). Os servos deveriam dar prova de sua honestidade. Não deveriam servir apenas quando eram vigiados nem apenas com medo de serem castigados. Em segundo lugar, os pecados que deveriam evitar (2.9.10). Os servos crentes deveriam estar atentos para não
Como ap licar a doutrina n a vida familiar
cometerem dois pecados em relação aos seus senhores. Que peca pe cado doss são esse esses? s? Rebeldia. “[...] não sejam respondões” (2.9). Uma coisa é servir de coração, outra é fazê-lo com má vontade e murmuração. O servo poderia se queixar do senhor a outros que trabalhavam trabalhav am com c om ele, ele, o que certam ente seria seria um péss pé ssim imoo tes te s tem te m u n h o cristã cri stão. o. O irm ir m ã o m ais ve velh lhoo do filho filh o pró p ródd igo ig o o b e d e c e u a seu se u pa paii e m tud tu d o , m as nã nãoo o h o n r o u . Muitos servos eram rebeldes, respondões e destemperados emocionalmente. Desonestidade. “Não furtem...” (2.10). O verbo grego nesphizesthai, “furtar”, significa literalmente “separar” ou “colocar de lado”, e assim fica sendo um eufemismo para o furto em pequena escala ou o quieto aproveitamento de algumas vantagens indevidas. O furto é expressamente condenado na lei de Deus no oitavo mandamento. Muitos servos, servos , à semelhança de Onésimo, furtavam seus senhores, subtraindo pequenas coisas (Fm 18). Ainda hoje, muitos empregados furtam seus patrões e suas empresas; essa prática é condenada na Palavra de Deus. Por último, últim o, Paulo dá aos aos serv servos os um a excelente excelente motivação mo tivação par p araa ag agir irem em c o m o be bedd iên iê n c ia e fidelida fide lidade de:: “ [...] [...] a fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador Salvador”” (2.10b). (2.10b ). Em E m outras pal palavras avras,, seu seu co com m po portam rtam en ento to obediente ajudará a fazer a mensagem cristã atraente e nobre, e assim a recomendará ao mundo externo.''^'" Na N a d a p o d e m o s acre ac resc scen enta tarr ao c o n teú te ú d o d a d o u trin tr inaa de Deus, mas podemos torná-la mais bela aos olhos dos homens, ou seja, podemos acrescentar brilho à doutrina. A pala pa lavr vraa grega gre ga u sada sa da p o r Paul Pa ulo, o, kosmosin, significa “colocar em ordem, enfeitar, adornar”. A palavra é usada para o
T ito e F ilemom - doutrina doutrina e vida um binôm io insepará inseparável vel
arranjo de joias de modo que elas apresentem sua plena beleza. Stott diz que o evangelho é uma pedra preciosa, sendo a vida cristã harmoniosa como uma armação em que a gema do evangelho é colocada, contribuindo para lhe “dar mais brilho”. Assim, a nossa vida pode dar ornamento ou descrédito ao evangelho.'^® Concluímos nossa exposição do texto em tela com as palavra pala vrass de H a n s Bu Burki rki:: “A doutrina” é o termo básico para o começo (2.1), o meio (2.7) e o fim (2.10) da seção seção de de exortação prática. Essa Essa sã do doutr utrina ina,, que m an antém tém a fé saudável, sóbria e ativa nas obras, é desenvolvida na sequência. No N o Salvador Salv ador cu culm lmin inaa o ch cham amad adoo ex exort ortati ativo, vo, fazendo faze ndo a transi tra nsiçã çãoo para par a a exaltação precisamente dessa graça redentora e educadora de Deus (2.11-14).'’’
N o t a s d o c a p í t u l o 4
Esta expressão “tu, porém” ocorre cinco vezes nas cartas pastorais (Tt2.1; ITm 6.11; 2Tm 3.10,14; 4.5). S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. 190. Kelly, Ke lly, J. N. D. I e IITim 216. 6. IIT imóte óteo o e Tit Tito o: Intrvdu Intrvdução ção e com comentá entári rio o, p. 21
Como aplicar a doutrina na vida familiar K e l l y ,
J. N. D. / e / / Timóteo e Tito: Introdução e comentário, p . 216.
B u r k i,
Hans. Carta Car ta aos aos Tess Tessal alon onice icens nses es,, Timóteo, Timóte o, Tito e Filemo Fil emom, m,
p. 4 0 4 . Sj o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. 1 9 0. St o t t , John. A mensagem mensagem de 1 Timóteo e Tito, p. 1 9 1 . 163 St o t t , John. A mensagem p . 1 9 1 . mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. 161
Juan. Comentários a las epistolas pastorales de San Pablo,
C alvino,
p. 3 58 58.. G
ould,
J.
G l e n n . As epist epistol olas as pastorais i n Comentário bíblico Beacon,
p. 552.
William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 257,258. B a r c l a y , William. l y I I Timo Timote teo o, Tito Tito y File Filemo mon, n, p. 258. Timoteo, Tito y Filemon, p. 258. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 258. ™ B u r k i , Hans. Carta Cart a aos aos Tes Tessa salo lonic nicen ense ses, s, Timóteo, Tito Tit o e Filemo Fil emom, m, 166
Barclay ,
167
p. 4 0 5 . M a c D o n a l d , William. Believer’ Belie ver’s Bible Commentary, p. 2.139.
John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. 193. i e r s b e , Warren W . Comentário bíblico expositivo, p. 343.
St o t t , W
Kelly, Kelly, J. N. D. / î I I Timôteo e Tito: Tito: Introdução e comentár comentário, io, p. 217; Rienecker, Fritz; Ro R o ggee r s , Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego, p. 4 8 4 .
Albert. Barnes’Notes on the O ld & N e w Testa Testame ments nts,, p. 275. W i e r s b e , Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 345. p . 2 1 8 . K elly e lly, J . N . D . / e / / Timóteo e Tito: Intjvdução e comentário, p. Ba r n e s ,
p . 19 1944 . St o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imót óteo eo e Tito, Tito, p. B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tessa Tessalo loni nice cens nses es,, Timôteo, Timôte o, Tito e Filemo Fil emom, m,
p. 4 0 7 ,4 0 8 . W
iersbe,
Warren W . Comentário bíblico expositivo, p, 344.
J . N . D . / f I I Timôteo e Tito: Tito: Introdução e comentário comentário,, p. 2 1 9 . B o n n e t , L; S c h r o e d e r , A. Co?nentario delNuevo Testamento, p. 7 4 8 . K e l l y ,
St o t t , John. A mensagem mensagem de 1 Timôteo e Tito Tito,, p. 195. 184 W i e r s b e , Warren Warre n W. Comentário bíblico expositivo, p. 344,345. p . 19 1955 . St o t t , John. A mensagem mensagem de 1 Timôteo e Tito Tito,, p. John. n. A mensagem 186 S jo tt, Joh mensagem de 1 Timôteo e Tito, Tito, p. 195.
**' W
Warren W . Comentário bíblico expositivo, p. 345. Hans. Carta Ca rta aos aos Tessa Tessalon lonicen icenses ses,, Titnôteo, Titnôteo, Tito Tit o e File Filemo mom, m,
iersbe,
B u r k i,
p. 4 0 9 .
189 St o t t , John. A mensagem mensagem de 1 Timôteo e Tito, Tito, p. p . 1 9 5 .
T ito e F ilemom - doutrina doutrina e vida um binôm io inseparável inseparável_________________
K e l l y , J. N. N . D . /
Timôteo e Tito: Tito: Introdução Introduç ão e comentár comentário, io, p . 219. B a x t e r , R i c h a r d . The reformed pas pastor tor.. E p w o r t h , 1950, p . 145. p . 2 2 0 . K elly, J. N. D. D . I e I I Timôteo e Tito: Tito: Introdução Introdu ção e comentár comentário, io, p. M a c D o n a l d , Wilham. Beliver Beli ver’’s Bible commentary, p. 2.141. B u r k i , H a n s . Carta Car ta aos aos Tes Tessa salon lonicen icenses ses,, Timôte Tim ôteo, o, Tito Tito e File Filemo mom, m, î I I
p. 4 1 0 . ” 5 K elly , J. N . D . / / / Timôteo e Tito: Introdução e comentário, p. 2 2 0 . N . D . / 1? I I Timôteo e Tito: Introdução e comentário, K elly, J. N. comentário, p. 2 2 0 . R i e n e c k e r , Fritz; R o g e r s , Cleon. Chave linguística do Novo Testa p . 4 8 4 . mento Grego, p.
198 5 t o t t , John. A mensagem mensagem de 1 Timôteo e Tito, p. 197. B u r k i , H a n s . Carta Cart a aos aos Tess Tessalo aloni nice cens nses es,, Timôteo, Timôt eo, Tito e Filemo Fil emom, m,
p . 4 l l .
Capítulo 5
A graça de Deus, o fundamento de uma vida santa (Tt 2.11-15) O APÓS APÓSTOL TOLO O Pa u l o , n e s s a e p í s t o l a a
Tito, faz faz um a invers inversão ão em sua costumeira costum eira metodologia. Nas cartas aos Romanos, Gálatas, Efésios e Colossenses, ele ensina a doutrina e, depois, estabelece o ddev ever er.. Em sua costumeira costum eira abordagem, prim pr imee iro ir o d á o prec pr ecei eito to,, de depo pois is o rie ri e n ta a conduta; primeiro ensina a teologia, depois a ética. Erdman tem razão ao dizer que o credo afeta a conduta, e esta não po p o d e sust su stee r-s r- s e sem se m fé; a d o u t r i n a nã nãoo é mais importante que a conduta, mas a conduta está condicionada pela fé. Por essa razão Paulo fundamenta todas as exortações do capítulo em um sumário do evangelho que, quanto à
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
belez be leza, a, p r o f u n d ida id a d e e s igni ig nifi fica cado do,, é p o s siv si v e lm e n te in s u perá pe ráve vel.l. Conforme o ensino de Paulo, a doutrina determina a ética, a teologia desemboca na conduta e a ortodoxia pr p r o d u z a orto or topp rax ra x ia. ia . N essa es sa carta ca rta,, p o rém ré m , Paulo Pa ulo p rim ri m e iro ir o abord ab ordou ou o dever dever (2.1-10) (2.1-10 ) e só depois ofereceu a sustentação sustentaç ão doutrinária (2.11-15). Kelly corretamente diz que a partícula porq po rqua uant nto o indica que Paulo está para declarar o fundamento teológico do conselho que acabou de dar.^°' Nã N ã o im p o r ta a o rde rd e m , o qu quee é ab a b s o luta lu tam m e n te ind in d isp is p e n sável é a estreita conexão que deve existir entre doutrina e vida, vida, teologia e étic ética. a. Con C oncord cordoo com o comentário com entário de John Joh n Stott de que essas duas formas de abordagem são legítimas, desde que o elo indestrutível que existe entre a doutrina e a ética seja colocado e mantido.Sendo assim, destacamos três pontos a título de introdução. Em primeiro lugar, a vida pura é consequência direta da teologia pura. A decadência moral instalada nas igrejas contemporâneas denuncia a fragilidade da sua teologia. Onde a doutrina é ignorada, torcida ou adulterada, não po p o d e ha have verr sant sa ntid idaa d e . A v ida id a p u r a é resu re sult ltad adoo d a d o u t r i n a pu p u ra. ra . A teol te olog ogia ia é mãe m ãe d a ética. ética . Assim As sim c omo om o o h o m e m crê, assim ele é. Em segundo lugar, a transformação nos relacionamentos é Depois is que Paulo Paulo resultado direto da transformação da graça. Depo falou dos relacionamentos transformados (2.1-10), deu a fundamentação teológica para essa transformação (2.1115). Paulo falou do padrão divino para os homens e as mulheres idosos; para as mulheres recém-casadas e para os jove jo vens ns solteir solt eiros; os; p a ra os líderes lídere s e p a ra os servos. C o n tud tu d o , esperar relacionamentos relacionamentos transformados transform ados sem a graça graça de de Deus De us 90
A graç gr aça a de Deus, Deu s, o fun dam da m ento en to de uma u ma vida vid a san ta
impossív ível. el. é imposs
Primeiro P rimeiro o hom em é transform trans formado ado pela graç graça; a; depois ele experimenta relacionamentos transformados. Em terceiro lugar, a conexão entre doutrina e vida é O espírito absolutame absolu tamente nte neces ecessá sári ria apara pa ra um a igre igreja ja saud sa udáv ável el O do pós-modernismo repudia a ideia de verdades absolutas. Prevalece o pluralismo das ideias e o individualismo na escolha das ideias que mais lhes atendam os interesses imediatos. Nesse contexto, falar em doutrina, teologia e conhecim con hecimento ento é remar remar contra co ntra a corren correntez teza. a. As pessoas desprezam o conhecimento e correm atrás de experiências subjetivas. Elas não querem pensar; querem sentir. O sensório tomou o lugar do racional. Muitas igrejas abandonaram a sã doutrina e ainda pensam, equivocadamente, que podem viver de forma agradável a Deus. Isso é um absoluto engano. O Espírito Santo nos guia na verdade, e não à parte dela. Existe uma estreita e inquebrantável conexão entre a doutrina bíblica e a vida que agrada a Deus. Os que desprezam a do dout utrin rinaa acabam caindo na n a teia do relativi relativismo smo moral. A impiedade sempre desemboca na perversão. H an anss Burki B urki sintetiza a passagem em tela, tela, dizendo diz endo que ela ela exalta a graça de Deus manifesta no passado (2.11) e educa os discípulos de Jesus no presente (2.12), cuja revelação ple p lenn a é a g u a rdad rd adaa n o f u tur tu r o (2.1 (2 .133 ), e cu cujo jo alicerce alic erce e forç fo rçaa são o amor do Redentor, o qual purifica seu povo e o leva a viver com zelo sagrado (2.14).^°^ Vamos examinar a fundamentação teológica para uma vida santa, buscando essa conexão entre doutrina e dever. A manifestação da graça (2.11) “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (2.11). Só podemos ter uma vida santa
91
T ito e F ilemom - doutrina e vida um binômio inseparável
po p o r caus ca usaa d a epifania, “manifestação” da graça de Deus. A graça de Deus sempre existiu. Deus sempre foi gracioso. Porém, em Cristo, essa graça despontou majestosa da mesma forma que o romper da alva. O substantivo epifaneia significa a visível aparição de alguma coisa ou de alguém que estava invisível. Essa pala pa lavr vraa era usad us adaa n o grego gre go clássico e m relação rela ção à alvor alv orad ada, a, ao amanhecer, quando o sol transpõe a linha do horizonte e se torna visível. É a mesma palavra que aparece em Atos 27.20, quando Lucas diz que por vários dias nem o sol nem as estrelas apareceram [fizeram epifania], E claro que as estrelas ainda estavam no céu, mas não apareceram. A graça de Deus brilhou como sol sobre aqueles que viviam nas regiões da sombra da morte. Essa graça se manifestou quando Jesus nasceu numa estrebaria, cresceu numa carpintaria e morreu numa cruz. Essa graça brilhou quando de seus lábios se ouviam palavras de vida eterna, quando ele curava os enfermos, purificava os leprosos, lançava fora os demônios e ressuscitava os mortos. A graça resplandeceu quando o Filho de Deus entregou sua vida na cruz cruz e a reassumiu na gloriosa gloriosa manh ma nhãã da d a ressur ressurrei reição ção.. A graça se manifestou para resgatar o homem do seu maior mal e oferecer a ele o maior bem. Destacamos três aspectos da epifania da graça: Em primeiro lugar, a origem da graça (2.11). Paulo fala da graça de Deus. A graça tem sua origem em Deus. Ela emana de Deus. Embora Deus sempre tenha sido gracioso, pois po is é o D e us de t o d a a graça, graç a, ela se t o r n o u visível em Jesus Cristo. A graça de Deus foi esplendorosamente mostrada em seu humilde nascimento, em suas graciosas palavras e em seus atos movidos de compaixão; mas, sobretudo, em sua su a m o rte rt e exp expiatór iatória.^“ ia.^“**^ 92
A graç gr aça a de Deus, Deu s, o fund fu nd am ento en to de d e uma um a vida v ida san s anta ta
A graça de Deus é totalmente imerecida. Não há nada em nós que reivindique o amor de Deus. Não há nenhum merecimento em nós. O amor de Deus tem nele mesmo sua causa. A graça é um favor imerecido. Deus trata de forma benevolente aqueles que merecem seu juízo. Em segundo lugar, a natureza da graça (2.11). A graça salvadora. ra. A graça é o favor superabundante de de Deus é salvado Deus pelos pecadores indignos.Kelly diz que a graça de Deus representa o favor gratuito de Deus, a bondade espontânea mediante a qual ele intervém para ajudar e livrar os os h o m e n s . E m Jesus, a graça de Deus Deus desp despont ontaa como um sol sobre o mundo escurecido pelas sombras da morte. Gosto da defini definição ção de W illiam illiam Hen Hendriksen: driksen: A graça de Deus é seu favor ativo que outorga o maior de todos os dons a quem merece o maior de todos os castigos.-'“
Por isso, a graça triunfa sobre nossa iniquidade. Ela é m aior do que o nosso nosso pecado e melho m elhorr do que a nossa vida. vida. Onde abundou o pecado, superabundou a graça. Somos salvos pela graça. Vivemos pela graça. Dependemos da graç graça. a. Nad N adaa somos sem a graça. graça. Por causa da graça, graça, embo em bora ra perd pe rdid idoo s, fom fo m os acha ac hado dos; s; e m b o ra m o rto rt o s , rece re cebe bem m os vida. vid a. Em terceiro lugar, a extensão da graça (2.11). A graça de Deus se manifestou salvadora a todos todos os homens. A epifan epi fania ia da graça não alcança todos os homens quantitativamente, mas todos os homens quaUtativamente. A salvação é universal no sentido de que alcança todos aqueles que sao comprados para Deus, procedentes de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9), mas não no sentido de todos todo s os ho hom m en ens, s, sem exce exceção ção.. A sal salvaç vação ão é universal porqu por quee 93
T ito e F ilemom - doutrina e vida um binômio inseparável
alcança todos os homens sem acepção, mas não a todos os homens sem exceção. Não há universalismo na salvação. O que a Bíblia ensina sobre a universalidade da graça de Deus é que ela rompe todas as barreiras, derruba todos os pre pr e co conc ncei eito toss e alca al canç nçaa pessoas pesso as de tod to d o s os gê gêne neros ros,, idade ida dess e posições (2.1-10). A graça é acessível a todos: homens e m ulheres, ulhe res, idosos e jovens, escr escravo avoss e senhores, judeu jud euss e gentios.^“ Nes N essa sa m esm es m a lin l inhh a de p e n s a m e n to João Jo ão C a lvin lv inoo afirma: afir ma: “A salvação é comum a todos”, e isso fica expressamente claro pelo fato de Paulo mencionar os escravos cristãos. Porém, Paulo não alude aos homens no individual, mas destaca classes individuais, ou seja, diferentes categorias de pessoas. Concluo esse ponto citando Albert Barnes; O plano de Deus tem sido revelado a todas as classes de homens e a todas as raças, inclusive servos e chefes; vassalos e reis; pobres e ricos; ignorantes e sábios.^'’
A pedagogia da graça (2.12,13) “Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões m u nd ndaa na nas, s, vivamos vivam os n o pres pr esen ente te século, sensata, sensa ta, jus ju s ta e pied pi edos osaa m en ente te,, ag agua uard rdan ando do a b e n d ita it a espe es peran rança ça e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (2.12,13). Paulo enfatiza aqui três grandes verdades. Em primeiro lugar, a graça nos educa para renegarmos o ( 2.12). “Educand “Educ ando-no o-noss para que, que, renegadas renegadas a impiedade imp iedade m a l (2.12). e as paixões mundanas, vivamos, no presente século...” (2.12a). A graça de Deus é pedagógica. Ela é educadora. Ela nos ensina a viver. Ser cristão é estar matriculado na escola da graça. O primeiro destaque de Paulo é que a 94
A graç gr aça a de d e Deus, o fun f unda dam m ento en to de d e uma um a vida v ida san s anta ta
graça nos educa mediante a forte disciplina de renegarmos a impiedade e as paixões mundanas. Kelly diz que o caráter desse rompimento é ressaltado no original pela palavra grega traduzida “renegadas”, que é um particípio passado, indicando uma açlo consumada de uma vez por todas.Renegar significa renunciar, abdicar, ser capaz de dizer não.^'^ Antes de falar positivamente acerca do que devemos ser e fazer, Paulo fala sobre o que devemos repudiar e rejeitar. O que a graça de Deus nos ensina a rejeitar? A graça graça nos nos ensina a renegar renegar a fals fa lsa a teolog teologia ia (2.12a). A pala pa lavr vraa grega gre ga asebeia, “impiedade”, refere-se à rejeição de tudo o que é reverente e de tudo o que tem a ver com Deu eus. s.^" ^"^^ Han H anss Burki Bur ki diz que qu e a palavra palav ra asebeia aponta ap onta para pa ra o pass pa ssad ado, o, p a ra u m a vida vi da sem se m e c o n tra tr a De Deus.^ us.^'^ '^ A imp im p ied ie d a d e tem a ver com aquilo que se opõe à verdadeira adoração e devoção a Deus. A impiedade é uma relação errada com Deus. Ela tem a ver com uma teologia errada, ou seja, com a distorção da verdade. O ímpio ím pio é aquele que não leva leva Deu Deuss em conta e, por isso, não leva Deus a sério. O ímpio não se deleita em Deus, não tem prazer em Deus. Ao contrário, ele abomina a beatitude. ( 2.122 a ). As paixões paixões A graça nos nos ensina a renegaraf reneg arafalsa alsa ética (2.1 mundanas são consequência da impiedade. A perversão é filha da impiedade (Rm 1.18). As paixões mundanas decorrem de um relacionamento errado com Deus. Essas paixões paixõ es m u n d a n a s têm tê m a ve verr c o m u m a vida vi da de desr sreg egra rada da n a área da mente, da língua e do sexo. Essas paixões descrevem um estilo de vida pervertido. William Hendriksen diz que essas paixões mundanas incluem o desejo sexual desordenado, o alcoolismo, o desejo excessivo por possessões materiais e a agressividade.
Tito E Filemom -doutrina e vida um binôm io inseparável inseparável ______________________
Em suma, referer-se aos anelos desordenados de prazeres, po p o d e r e possessões, possessõ es, o u seja, sexo, p o d e r e dinheiro.^'® John Stott está coberto de razão quando afirma que a graça de Deus nos disciplina a renunciar à nossa velha vida e a viver uma nova vida, a passar da impiedade para a piedade, do egoísmo ao autocontrole, dos caminhos desonestos a um tratamento justo com todos os demais. Hans Burki alerta para o fato de que, quando as paixões mundanas não são renegadas, a graça se torna barata e a pesso pe ssoaa se evade evad e d a escola esc ola da graça. graç a. M u ito it o s m é tod to d o s de evangelização e missão se mostram não bíblicos quando falam apenas da fé no Salvador dos pecadores, mas não igualm igu almente ente da d a abdicação ao pecado. Assim, Assim, sob a influência influênc ia da graça educadora de Deus as paixões mundanas não são negadas, mas renegadas.^^“ Em segundo lugar, a graça nos educa para praticarmos o bem (2.12b). “Vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente” (2.12b). Depois de tratar do aspecto ne gativo, Paulo se volta para o positivo. Agora, ele fala sobre como com o a graça graça de Deus Deu s nos educa educ a para praticarm praticarmos os o bem. bem . A salvação não é apenas uma mudança de situação, mas tam bé b é m de atit at ituu d e . A pe pedd ag agog ogia ia d a graç gr açaa no noss e d u c a em nosso nos so relacionamento conosco, com o próximo e com Deus. Nes N essa sa m esm es m a lin l inhh a de p e n s a m e n to, to , Ke Kelly lly diz qu quee os três advérbios que Paulo emprega definem sucessivamente o relacionamento do cristão consigo, com o próximo e com Deus.^^' A graça nos educa para vivermos relacionamentos certos dentro, fora e para cima.^^^ A graça graça nos nos ensina o corr corret eto o relacionamento relacionamen to com nós mesmos (2.12b). “Vivamos, no presente século, sensata...”. A palavra grega sophro sophronos nos traz a ideia de prudência,
autoco au tocontrole ntrole ou moderaç m oderação.“ ão.“ "^A sensatez sensatez tem a ver com
A gra ça de Deus, Deu s, o fund fu ndam am ento en to de d e uma um a vida v ida san s anta ta
domínio próprio, com a vida controlada. Sensatez é ter seus impulsos, instintos, ações e reações sob controle. É a maneira correta de lidar consigo mesmo. Na N a lin li n gu guag agee m de W illi il liaa m H e n d r iks ik s e n , sensa se nsatez tez é fazer uso adequado adequad o dos dese desejo joss e impulsos que nao sao pe pecam cam ino ino sos em si mesmos, e vencer os que são pecaminosos.^^"^ O cristão cristão vive vive “no “no presen p resente te século”, século”, mas nao em con c onform form idade ida de com ele nem para ele. Cristo nos remiu “[...] deste mundo perv pe rver erso so”” (Gl (G l 1.4) 1. 4),, e nã nãoo de deve vem m os no noss c o n form fo rm a r c o m ele (Rm 12. 1 ,2 ).225 O
A graça graça nos nos ensina o cor corre reto to relacionamento relacio namento com o próx pr óxim imo o
(2.12b). “Vivamos, no presente século [...] justamente...”. A justiça fala do nosso correto relacionamento com o próx pr óxim imoo . U m a pes p esso soaa jus ju s ta é a q ue uela la qu q u e não n ão se co colo loca ca aci a cim ma dos outros nem tenta diminuí-los. Ela concede aos outros o que lhes é devido. Viver de forma justa é demonstrar integridade no trato com os demais.^^*’ Albert Barnes diz corretamente que a fé cristã nos ensina a cumprir nossos deveres, votos, alianças e contratos com f i d e l i d a d e . A graça nos ensina ensin a o corr corret eto o relacionamento relacionam ento com Deus De us
(2.12b). “Vivamos, no presente século [...] piedosamente”. A piedade está ligada ao nosso correto relacionamento com Deus. E o verdadeiro fervor e reverência para com o único que é objeto da a d o r a ç ã o . Somente Som ente a gra graça ça pode nos tom ar pela pe la m ã o e n o s c o n d u z ir a u m ínti ín tim m o r e lac la c ion io n a m e n to co com m Deus. Concordo com Warren Wiersbe quando diz que a graça de Deus não apenas nos salva, mas também nos ensina como viver a vida cristã. Aqueles que usam a graça de Deus como desculpa para pecar jamais experimentaram seu seu poder salvador (Rm 6.1; 6.1; Jd 4). A mesma m esma graça graça de Deus (]ue nos redime é também a graça que nos renova e nos capacita a obedecer à sua Palavra (2.14).^^^ 97
vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
Em terceiro lugar, a graça nos educa para aguardarmos a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus (2.13). “Aguardando a bendita esperança e a
manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (2.13). Depois de ter falado da epifania da graça (2.11), agora Paulo fala da epifania da glória. John Stott diz que aquele que apareceu brevemente no cenário da História, e desapareceu, um dia vai reaparecer. Ele apareceu em graça; ele reaparecerá em glória. O cristão olha para trás e glorifica a Deus porque a graça o libertou da impiedade e das paixões mundanas. Ele olha para o presente e exalta a Deus porque tem uma correta relação consigo, com o próximo e com o próprio Deus. Ele olha para o futuro e se santifica porque vive na expectativa da epifania do seu grande Deus e Salvador Cristo Jesus. A graça de Deus nos libertou de nossas ma zelas do passado, restaurou nossa vida no presente e nos mantém na ponta dos pés com uma gloriosa expectativa em relação ao futuro, quando o nosso grande Deus e Sal vador Jesus Cristo há de voltar em glória e poder. E im poss po ssív ível el q u e aq aque uele less q u e m a n t ê m essa glor gl orio iosa sa e s pe pera rann ç a da volta de Jesu Jesuss se recusem recusem a entregar-se entregar-se com c om pletam ente a Deus. João Calvino entende que essa manifestação da glória de Jesus Cristo é mais do que a glória com a qual ele é glorioso nele mesmo; é também a glória por meio da qual ele se difundirá por todas as partes, a fim de que todos os seus eleitos participem dela. Paulo chama Jesus Cristo de grande Deus porque sua grandeza, a qual os homens têm obscurecido com o vão esplendor deste mundo, será ple p lenn a m e n te m a n ife if e sta st a d a n o ú ltim lt im o dia. E n tão tã o , o b r ilh il h o do 98
A graç gr aça a de d e Deus, o fun f unda dam m ento en to de d e uma u ma vida vid a santa sa nta
mundo que hoje parece grande aos nossos olhos perderá completamente sua pompa.^^' Paulo Paulo cham ch amaa a epifania da glória de “be bend ndita ita esperança”. Na N a ve verda rdade de,, o qu quee co com m eça eç a c om graç gr açaa ter te r m ina in a c om glória. glór ia. Warren Wiersbe diz corretamente que a volta gloriosa de Cristo é mais do que uma bendita esperança; é uma esperança cheia de alegria (Rm 5.2; 12.12), uma esperança unificadora (Ef 4.4), uma viva esperança (IPe 1.3), uma firme esperança (Hb 6.19) e uma esperança purificadora
(lJo3.3).232
A dinâm din âmica ica da nova vida é a expectat expectativa iva da vinda vind a gloriosa gloriosa de Jesus Cristo. Quando se espera uma visita real, tudo se limpa, se decora e se arranja para que o olho real o veja. O cristã cristãoo é uma um a pessoa pessoa que está sempre p ronta ro nta para receber o Rei dos reis. A operação da graça (2.14,15) “O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (2.14). Paulo, que acabara de falar da epifania da glória, passa agora naturalmente para a sua primeira epifania quando a nossa salvação teve início. Paulo destaca três gloriosas verdades acerca da operação da graça. Em primeiro lugar, o presente da graça (2.14). “O qual a si mesmo se deu por nós...” (2.14a). Não foi a cruz que pro p rodd u z iu a graça, graç a, m as a graç gr açaa q u e p r o d u z iu a cruz. cru z. C rist ri stoo e o presente da graça. Ele, sendo Criador do universo, esvaziou-se e nasceu de mulher. Ele, sendo o Pai da eternidade, entrou no tempo, encarnou-se e fez morada entre os homens. Ele, sendo santo, se fez pecado; sendo be b e n d ito it o , se fez m aldi al diçã ção; o; s e n do a u tor to r d a vida, vid a, m o r reu re u em
trina e vida vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - dou trina
nosso nosso lugar nu n u m a rude ru de cruz. Essa Essa foi a maior ma ior oferta, a maioi' maioi' dádiva, o maior presente. A entrega voluntária de Cristo por nós, como nosso fia dor, dor, representan repres entante te e substitu sub stituto, to, nos fala fala de sua morte m orte vicár vicária ia.. Aqui está está o núcleo núcleo da dou d outrin trinaa da d a exp expia iaçã ção. o. Ele Ele morreu mo rreu não apenas para possibilitar a nossa salvação, mas para nos salvar. Ele morre mo rreuu pelas sua suass ovelhas ovelhas.. Ele deu de u sua su a vida pela p ela sua igre ja. Ele m o rre rr e u a noss n ossaa m orte or te.. Por Po r sua m o rte rt e tem te m os vida. Em segundo lugar, o propósito da graça (2.14b). “[...] a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu...” (2.14b). A graça tem dois propósitos, um negativo e outro positivo. O propósito negativo. O propósito negativo é remir-nos de toda iniquidade, ou seja, daquele poder que nos faz pecar. A graç gr açaa de D e us nos salva d o pe peca cado do e nã nãoo no peca pe cado do.. A graça gra ça nã nãoo se m a n ife if e sto st o u p a ra qu quee os qu quee vivem viv em no pecado sejam salvos; ela se manifestou para remir-nos de toda tod a iniquidade. Carl Spain é categórico quando afirma que a definição de graça salvadora dada por Paulo não permite nenhuma sugestão de que Deus salvará o homem em seu pecado (Rm 6 . 1 ,2 ).^34 C risto nos Hbertou da d a pena pe nalida lidade de do pecad p ecadoo na justificação. Cristo nos liberta do poder do pecado na santificação. E Cristo nos libertará da presença do pecado na glorificação. O propósito propósito positivo. positivo. O propósito positivo da graça de Deus é que Cristo, por meio de sua morte, purifique para si mesmo um povo exclusivamente seu. O Senhor quer um povo lim li m po e exclusiv exclusivo. o. Ele nã nãoo aceita ace ita u m povo m acul ac ulad adoo pela pel a iniq in iqui uida dade de n e m u m pov povoo de coraçã cor açãoo dividi div idido. do. Pelo seu sacri sacrifíc fício io Cristo nos com co m prou. prou . Agora, Agora, somos propried p ropriedade ade ex ex clusiva dele. Somos suas ovelhas, sua herança, sua habitação. 100
A graça gra ça de Deus, De us, o fund fu ndam am ento en to de d e um a vida v ida san s anta ta
Em terceiro lugar, o resultado da graça (2.14c). “[...] um povo ex excl clus usiv ivam amen ente te seu, zeloso zelos o de boa boass ob obra ras” s” (2.1 (2 .14c 4c). ). A expressão: “zeloso de boas obras” traz a ideia de “entusias mado ma do pelas pelas boas obras” obra s”..^^5 q J q cristão não é apenas icr a capacidade de realizar boas obras, mas ter entusias mo e paixão por fazê-las. Devemos viver intensamente para aquele que morreu vicariamente por nós. H ans Burki diz diz que a graça graça nos educa edu ca para um novo gosto gosto,, uma nova disposição, um prazer para boas obras. Da cons ciência de pertencer ao Redentor e a seu povo resulta um novo devotamento: não mais ser escravo cativo de si mesmo, po p o r co cons nseg egui uint nte, e, nã nãoo precis pre cisar ar mais ma is viver pa para ra si m esm es m o; essa é verdadeira redenção e libertação para a vida.^^*" John Piper afirma que no cerne do cristianismo está a verdade de que somos perdoados e aceitos por Deus não [wr termos feito boas obras, mas a fim de que possamos (azê-las. As boas obras não são o fundamento de nossa acei aceittação ação,, mas mas o seu seu f r u t o . D e u s no noss sa salvo vouu para as boas obras, e não por causa delas. Devemos não apenas praticálas, mas também fazê-lo com fervor, paixão e zelo. Não devemos ser relapsos e remissos nas boas obras, mas zelosos e fervorosos praticando-as. John Stott afirma com pertinência que nesse pequeno [xir [xirág ágra rafo fo (2.1 ( 2.11-1 1-14) 4) Paulo coloca lado a lado lado os dois marcos cjue determinam a era cristã, ou seja, a primeira vinda de ( >isto, com a qual ela começa, e a sua segunda vinda, com a qual ela termina. Ele nos convida a olhar uma e outra, [wis vivemos no intervalo de tempo que separa os dois hitos, uma situação não muito confortável entre o “já” e o “ainda não”.^^« Em bora voltemos voltemos o olhar a um passad passadoo distante, quando qu ando liouve a epifania da graça, e o fixemos também num futuro 101
trina e vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - dou trina
desconhecido, desconhecido, quan q uando do haverá haverá a epifania da glória, glória, devemos devem os viver viver no presente de forma form a sensat sensata, a, justa jus ta e piedosa. piedosa. Q ua uand ndoo caminhamos entre essas duas epifanias, passada e futura, da graça e da glóri glória, a, é qu quee podem po demos os viver viver de mod m odoo agradável agradável a Deus. Quando vivemos sob a perspectiva da primeira e da segunda vinda de Cristo, é que encontramos o verdadeiro sentido da vida crista. Paulo conclui sua exposição do capítulo 2 de Tito como começou, dando-lhe uma ordem para ensinar. No versículo 1, disse: “Tu, porém, fala o que convém à sa doutrina” (2.1). No N o ú ltim lt imoo versículo vers ículo,, diz: “Dize “Diz e estas estas coisas; coisas; ex exor orta ta e repr re pre e ende também tam bém com toda to da a autoridade. autoridade. Ningu N inguém ém te desp despre reze” ze” (2.15). Paulo repete a primeira ordem “fala” [dize] e acres centa mais duas: “exorta e repreende”. O ensino, a exortação e a repreensão devem ser feitos de forma pessoal e corajosa. Kelly enfatiza que Tito deveria nao somente declarar essa mensagem, mas também exortar as pessoas a aceitá-la e re preen pre endê dê-la -lass p o r qu quaa lqu lq u er lassidão em faz fazê-lo.^ lo.^^^^ Nã N ã o ba bast staa apen ap enas as falar fal ar e ensina ens inar; r; é preciso prec iso tam ta m b é m e n c o rajar. Não é suficiente apenas falar e encorajar; é necessário também repreender. A Palavra de Deus precisa ser dirigida ao intelecto, às emoções e à von vontade. tade. Precisamos Precisamos ensinar en sinar de forma inteligível o conteúdo da teologia, encorajar o cora ção e repreender a conduta errada. Tito não poderia se intimidar diante da petulância dos falsos mestres que ameaçavam a igreja, nem sentir-se desqualificado desqualificado diante dia nte dos mem m embros bros das igr igreja ejass cretens cretenses. es. Ele deveria falar, exortar e repreender com toda a autoridade. Nã N ã o de deve veria ria n u t r i r co com m plex pl exoo de infe in feri rioo rid ri d a d e d ian ia n te das pessoas pesso as a q u e m m inis in istr trav ava. a. Paulo Pa ulo é en enfá fátic tico: o: “N ing in g u é m te despreze”. Obviamente, essa observação visava mais às igrejas cretenses do que ao próprio Tito. 102
A gra ça de Deus, D eus, o funda fun dam m ento en to de uma u ma vida vid a san ta
N
otas d o capítulo
5
Carlos R. Las epis epistol tolas aspastorales pastorales a Timoteo y a Tito, p. 164. ‘°' K e l l y , J. N. N . D . I e I I Timoteo e Tito: Introdução e comentári comentário, o, p. 221. mensagem de 1 Timoteo e Tito Tito,, p . 197. S t o t t , John. A mensagem B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tess Tessal alon onice icens nses es,, Timoteo, Timote o, Tito e Filemo Fil emom, m, p. 41 411. 1. 20 4 S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 198. 205 H e n d r i k s e n , William. I y 2 Timoteo y Tito, Tito, p. 419,420. 206 S t o t t , John. A mensagem mensagem de 1 Timoteo e Tito, Tito, p. 198. 20 7 W i E R S B E , Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 345. K e l l y , J. N. D. / î / / Timoteo e Tito: Introdução e comentário, p. 2 2 1 . Car ta aos aos Tess Tessal alon onice icens nses es,, Timoteo, Tito e Filem Fil emom, om, B u r k i , Hans. Carta p. 41 412. 2. H e n d r i k s e n , Guillermo. 1 e 2 Timoteo Timoteo y Tito Tito,, p. 419. B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tessa Tessalon lonicen icenses ses,, Timoteo, Tim oteo, Tito Tit o e File Fi lemo mom, m, p. 41 412. 2. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo, p. 36 367, 7,36 368. 8. N ew Testam Testamen ents, ts, p. 278. B a r n e s , Albert. Barnes’Notes on the O ld & New K e l l y , J. N. D. I e I I Timoteo e Tito: Introdução e comentário, comentário, p. 221. Erdman,
Ha ns. Carta aos aos Tess Tessa alon lonice icenses, ses, Timoteo, Timoteo, Tito e Filemom, B u r k i , Hans.
p. 41 413. 3. Fritz e Rogers, Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego, p. 485. B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tess Tessalo aloni nice cens nses es,, Timóteo, Tito e Filemo Fil emom, m,
R i e n e c k e r ,
p . 4 1 4 .
H
endriksen
,
William. 1 y 2 Timoteo Timoteo y Tito Tito,, p. 421.
St o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 1 9 9 . B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tessa Tessalo loni nice cens nses es,, Timoteo, Tito e Filemom File mom,,
p. 41 414, 4,41 415. 5. 221 K elly , J. N. D. / e / / Timoteo e Tito: Introdução e comentário, p. 222. ^ H i e b e r t , d . Edmond Edmond.. Titus in Zond Zo nderv ervan an N T V B ible ib le Commentary. Comme ntary. Vol. 2. Grand Rapids, Rapids, MI: Zondervan Zond ervan Publishing Pu blishing House, 199 1994, 4, p. 929 929.. 223 22 3 R i e n e c k e r , Fritz e Rogers, Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego, p. 485. H e n d r i k s e n , William. 1 y 2T im ote oy Tito, p. 421. W i e r s b e , Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 346. H e n d r i k s e n , William Will iam . 1 y 2 Timoteo Timoteo y Tito Tito,, p. 421.
22 4
vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
Albert. Barnes Notes on the O l d & N e w Testa p . 279. Testame ment nts, s, p. 228 H e n d r i k s e n , William. 1 y 2 Timoteo Timoteo y Tito, Tito, p. 421. 229 W i e r s b e , Warren Warr en W. With the word. Nashville, TN: Thomas Nelson Publishers, 1991, p. 807. IT imôt ôteo eo e Tito, p. 199. S t o t t , John. A mensagem de ITim C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo, p. 371 371.. 23 2 W i e r s b e , Warren W . With the word, p. 807,808. 233 B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 269. 234 S p a i n , C a r l . Epístola Epístolass de Paulo a Timoteo e Tito, Tito, p . 204. 235 S t o t t , John. A mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p. 201. 236 B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tess Tessalo alonic nicen enses ses,, Timote Tim oteo, o, Tito Tit o e File Filemo mom, m, p. 41 419. 9. P t p e r , John. A paix p aixão ão de Crist risto. o. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 99. 238 S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p. 201. K e l l y , J. N . D . I e I I Timóteo e Tito: Introdução e comentário comentário,, p. 224.
22 7
104
Ba r n e s,
Capítulo 6
Relacionamentos que glorificam a Deus
(Tt 3.1-15)
A CARTADE Paulo a T ito it o ressalta de
maneira esplêndida a profunda conexão que existe entre teologia e vida, doutrina e dever. No capítulo 1, Paulo tratou do dever do cristão em relação à igreja. No capítulo 2, do dever do cristão em relação à família; e, no capítulo 3, ele trata do dever do cristão em relação ao mundo. A doutrina inspira o dever, e o dever adorna a doutrina. A doutrina e o dever estão casados; e que nada os separe!^"*“ Kelly diz que, até esse capítulo, Paulo havia se ocupado com a ordem interna das igrejas de Creta e com os deveres dos seus membros uns com os outros. Agora, faz um breve comentário sobre seu relacionamento com o poder civil
doutrina e vida vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - doutrina
e o ambiente pagao em geral.^"*' Concordo com Edmond Hiebert quando diz que a pregação da igreja primitiva ja mais foi foi lim limitada itada à salvaç salvação, ão, mas també tam bém m incluía instruções concerne con cernentes ntes às implicações implicações práticas da d a salva salvaçã çãoo para pa ra a vida diária. Os cristãos deveriam produzir um impacto positivo na vida v ida da sociedade. sociedade. A vida cristã trata do nosso correto relacionamento com as autoridades, com o próximo e com Deus. Vamos examinar mais detidamente esses tópicos. A relação relaçã o do cristão com as autorida auto ridade dess (3 (3.1 .1 ) “Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda bo b o a o bra” br a” (3.1) (3 .1).. As ve verd rdad ades es cristãs crist ãs prec pr ecis isam am ser en ensin sinad adas as e repetidas. Paulo começa o capítulo ordenando que Tito lembre aos cristãos seu compromisso em relação ao Estado e às autoridades constituídas. Paulo já havia falado aos cretenses sobre esse importante assunto quando esteve com Tito naquela ilha. Agora, por meio dessa carta, relem bra br a-os os do doss m esm es m os en ensin sinos os.. N ã o prec pr ecis isam amos os ter te r n e n h u m constrangimento de repetir as mesmas verdades. Essa era uma prática apostólica. O cristão tem dupla cidadania: é cidadão do céu e também tam bém do mundo m undo.. Ele Ele ddev evee oobediência bediência a Deus e também tam bém às autoridades constituídas. Duas coisas são exigidas do cristão em relação às autoridades. Em primeiro lugar, submissão submissão (3.1). Aqueles que governam são autoridades constituídas pelo próprio Deus e devem ser respeitados e obedecidos. A obediência civil é responsabilidade do cristão. Ele não pode ser anarquista nem agitador social, uma vez que resistir à autoridade é insurgir-se contra o próprio Deus que a constituiu. 106
Relacionamentos queglorificam a Deus
Escrevendo Escrevendo aos aos romanos, romano s, Paulo diz diz que nao há autoridade autorida de que não tenha sido instituída por Deus (Rm 13.1). Essa ordem de Paulo foi dada em virtude das tensões sociais e polít po lític icas as q u e pa pair irav avam am n a ilha il ha de C reta re ta.. W illi il liaa m Barclay, Barclay, citando Políbio, historiador grego, diz que os cretenses estavam constantemente envolvidos com “insurreições, assassinatos e guerras destruidoras”.^'^^ A ilha de Creta havia sido subjugada por Roma em 67 a.C., e desde então permaneceu resistente ao jugo colonial r o m a n o . P a u l o já ha havvia de dest stac acad adoo a atit atitude ude insubor insubordi dinada nada dos cretenses (1.10,16). Agora, Tito deveria orientar os cristãos de Creta a serem submissos aos seus governantes. A obediência dos cristãos como cidadãos deveria ornar a doutrina que pregavam. A obediência civil, porém, tem limites. O Estado não é dono da consciência dos homens. Sempre que o Estado se torna absolutista e opressor, invertendo e subvertendo a ordem, promovendo o mal e coibindo o bem, os cristãos têm o direito e até o dever de desobedecer. “Antes, importa obedecer a Deu Deuss do que aos aos ho hom m en ens” s” (At (At 5.29). 5.29). A au autorida toridade de é constituída cons tituída por Deus D eus para promover prom over o bem e coibir coibir o mal (Rm 13.4). John Stott está correto quando diz que não podemos coopera coo perarr com o Estado Estad o se ele reverter o seu dever dado p or Deus, promovendo o mal em vez de puni-lo e opondo-se ao que é bom em vez de recompensá-lo e promovê-lo. Hans Burki nessa mesma linha diz que a oração pelas autoridades autoridad es (iT m 2.1,2) e a obed obediência iência às às su suas as instruções não significam aceitar passivamente atos condenáveis do governo e muito menos sacramentá-los. Quem ora pelas pel as a u tor to r ida id a d e s co colo locc a -se -s e sob so b o s e n h o r io e o t r i b u n a l de D e u s .^ “^*" 107 107
vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
Em segundo luga lugar, r, obediência (3.1). (3.1). A submissão submissão implica im plica obediência e cumprimento dos deveres. O cristão deve cumprir as leis e instruções das autoridades civis e pagar seus impostos com fidelidade (Rm 13.6). O cristão deve ser um cidadão exemplar, estando pronto para toda boa obra. Ele não é um problem pro blem a para a sociedade, sociedade, mas um benfeito benfeitor. r. O cristão deve ser cooperativo nos assuntos que envolvem toda a comunidade, uma vez que a cidadania celestial (Fp 3.20) não o isenta de suas responsabilidades como cidadão da terra.247 A relação do cristão com seus concida co ncidadãos dãos (3 (3.2 .2)) O cristão deve relacionar-se positivamente não apenas com as autoridades, mas também com seus pares, ou seja, com todos os membros da comunidade. Devemos ter relacionamentos corretos não apenas dentro da igreja, mas também com os não-crentes. O apóstolo Paulo menciona quatro atitudes que um cristão deve cultivar no trato com seus concidadãos. Em primeiro lugar, não destruir a reputação das pessoas (3.2). A ordem apostólica é enfática: “Nao difamem a ninguém...”. A palavra grega blasfêmia traduzida por “difamação” traz a ideia de falar mal com o propósito de f e r i r . A difa difamaçã maçãoo é um ass assass assina natto moral moral.. É usar usar a espada da língua para ferir e destruir a reputação das pessoa pes soas. s. O c rist ri stãã o nã nãoo dev devee c a lun lu n iar ia r n ing in g u é m . O p e c ad adoo da língua é um dos mais devastadores na sociedade. A língua é fogo e veneno. Ela mata e destrói. Aqueles que foram alvos da benignidade de Deus não podem ser instrumentos de maldade para ferir as pessoas. Uma das maneiras mais aviltantes de promover a si mesmo é falar mal dos outros.
Relacionam entos que glorificam glorificam a Deus Deus
Em segundo lugar, não destruir o relacionamento com as pessoas (3.2). O apóstolo continua; “[...] nem sejam altercadores...”. Altercar é criar confusão, provocar contendas, envolver-se em discussões que ferem as pessoas e destroem os relacionamentos. Devemos pavimentar o caminho do diálogo em vez de sermos geradores de conflitos. Aqueles que foram reconciliados com Deus devem buscar a reconciliação com as pessoas em vez de serem altercadores. Em terceiro lugar, não cavar cava r abismos abismos,, mas construir cons truir pontes pon tes de contato com as pessoas (3.2). Paulo prossegue: “[...] mas cordatos...”. O cristão precisa ser uma pessoa polida. Sua língua deve ser medicina e não espada. Precisamos tratar uns aos outros com dignidade e respeito. Precisamos viver em paz uns com os outros. A palavra pa lavra grega, epiekes, “co cord rdato ato”, ”, descr descreve eve a pessoa que não se atém somente à lei. O homem epiekes está sempre pr p r o n to a tem te m p e r a r a just ju stiç içaa co com m a m iser is eric icór órdi diaa . Trata Tr ata-s -see da consideração indulgente para com as debilidades hu m a n a s . O h o m e m epiekes é aquele que, mesmo tendo o direito de usar a justiça, justiça, op opta ta por po r agir com misericórdi misericórdia. a. Em quarto lugar, não luta lu tarr pelos próprios próprio s direito direitos, s, mas entregá-los a Deus (3.2). Paulo conclui: “[...] dando provas de toda cortesia, para com todos os homens”. A palavra grega pra p raut utee ta usada pelo apóstolo vem de praus, pra us, “manso”. Essa palavra descreve uma pessoa cujo temperamento está sempre sob controle.^^*^ A mansidão não é um atributo natural. Não é virtude, é graça. Ser manso não é ser frouxo ou ficar impassível diante dos problemas. Ser manso nao é ser tímido ou covarde. Não N ão é m a n ter te r a pa pazz a q u a lqu lq u e r c u s t o . S e r m a n so é nã nãoo kitar pelos próprios direitos. 109 109
trina e vida um b inôm io inseparável inseparável T ; to e F ilemom - dou trina
Concordo com Hans Burki quando afirma que mansi dão não é sinal de fraqueza, mas de verdadeira força. Os mansos, e nao os violentos, é que tomarão posse da terra.^^^ Uma pessoa mansa é aquela que entregou seus direi tos a Deus. Fritz Rienecker diz que mansidão é aquela atitude humilde que se expressa na submissão às ofensas, livre de pra us era usada m alícia alíc ia e de desejo de vingan vingança. ça."^ "^^^ A palavr pa lavraa praus para pa ra descre des crever ver u m cavalo d o m a d o e se refe re feria ria ao p o d e r sob controle.25"‘ A relação do cristão com Deus (3.3-8 (3.3-8)) O apóstolo Paulo, tendo tratado dos preceitos éticos e sociais nos versículos 1 e 2, agora dá a fundamentação teológica para um comportamento adequado na vida públ pú blic ica. a. A no noss ssaa c orre or reta ta relação rela ção c om as a u tori to ridd a d e s e co com m as demais pessoas é conseqüência da nossa correta relação com Deus. A obra de Deus por nós e em nós pavimenta o caminho para a obra de Deus por nosso intermédio. John Stott considera o texto em apreço talvez como a declaração de salvação mais completa que há no Novo Testamento. Paulo elenca seis ingredientes da salvação — sua necessidade necessidade (por que qu e é necess necessári ária); a); sua origem (de onde ela provém); a base (onde ela se firma); o meio (pelo qual ela chegou até nós); seu propósito (para onde ela leva); e sua evidência (como ela dá provas de si).^^^ Paulo faz faz uma um a transição acerca acerca do que devemos devem os fazer fazer pa para ra aquilo que Deus fez por nós. Ele agora fala de forma clara sobre os elementos da nossa salvação. John Stott esclarece esse ponto, comentando os seis ingredientes da salvação. Em primeiro lugar, a necessida necessidade de da salvação salvação (3.3). “Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes,
Relacionam entos que glorificam glorificam a Deus
desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja inveja,, odiosos e od odian iando do-no -noss uns aos outros”. O pecado atingiu todas as nossas faculdades: razão, emoção e volição. Estávamos perdidos e condenados. Os conversos ao cristianismo não eram melhores que seus semelhantes pagãos. A retidão cristã não torna a pessoa orgulhosa, mas agradecida.^^*" O grande pregador inglês do século 18, George A l i Whitefield, quando via alguém caído na sarjeta, dizia: Al estaria estaria eu, eu, não fora fo ra a graça de Deus. Não encontramos a Deus, fomos encontrados por ele. Não amávamos a Deus, fomos amados por ele. Não salvamos a nós mesmos, fomos salvos por ele. Se Deus não tivesse colocado seu coração em nós estaríamos arruinados inexoravelmente. Longe de enumerar pretensas virtudes pelas quais deveríamos ser salv salvoos, Paulo faz faz u m diagnóstico diagnó stico som s ombrio brio da nossa condição antes de sermos salvos. Nós N ós éramo éramoss nésc néscio ioss (3.3). Nossa mente estava corrompida pelo pe lo pe peca cado do.. A e s tult tu ltíc ícia ia e a inse in sens nsat atez ez eram er am as marca ma rcass registra registradas das da nossa vida. vida. Nossos N ossos conceitos co nceitos estavam errados, nossos valores distorcidos e nossos desejos corrompidos. A pala pa lavr vraa en encc e rra rr a o s e n tid ti d o de cegos à rea r ealid lidad adee d e D e u s e da da sua iei.^^^ William Hendriksen diz que “néscio” é o indivíduo não apenas apenas ignorante, mas tam bém po porr natureza incapaz incapaz de de dis dis cern cerniir as coisas do do E s p í r i t o . H a n s Bu Burk rkii é absol absolut utament amentee claro quando diz que o aspecto sedutor desse pecado é que ele amortece a percepção da pecaminosidade do pecado. Nós N ós éramos éramos desobedie desobedientes ntes (3.3). Nosso coração, além de tolo e obtuso, era também rebelde e desobediente à auto ridade divina e humana. Nossa inclinação era toda para o
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mal. Éramos transgressores da lei e rendidos a toda sorte de pecado. Estávamos depravados nao só na mente, mas tam bé bém m na moral. m oral. Kelly Kelly diz que essa essa desobediên desob ediência cia pass passava ava também tamb ém por um a impaciência impaciência com a autori autoridade. dade. Nós N ós estávamos estávamos desga desgarra rrado doss (3.3). Nao tínhamos deleite em Deus D eus ne nem m em sua Pala Palavr vra; a; antes, antes, nos desviávamos desviávamos como ovelhas errantes. Cada passo que dávamos era para nos afastar mais de Deus. Essa palavra sugere que os cretenses tinham deixado o caminho certo e eram simplórios nas mãos de guias falsos. Nós N ós éramo éramoss escr scravos de toda sorte sorte de paixões paix ões eprazeres (3.3). Estávamos com a coleira do diabo no pescoço. Éramos vítimas de forças malignas que não podíamos controlar.^*’“ Vivíamos presos com grossas cordas, sujeitos a toda sorte de desejos pervertidos e embriagados por todas as taças dos prazer pra zeres es m ais av avilt iltan ante tes. s. Sent Se ntía íam m os tota to tall ina in a p e tên tê n c ia pelos pel os ba b a n q u e tes te s de D eu eus, s, m as p r o f u n d a avidez avid ez pe pelo lo card ca rdáp ápio io do peca pe cado do.. Nós N ós vivíam viv íamos os em malíc ma lícia ia e inveja in veja (3.3). Nossa mente era cheia de maldade e sujeira. Vivíamos rendidos à inveja, cobiçando o que não nos pertencia. A malícia ou maldade é o que se faz quando se deseja o mal a alguém, e inveja é ressentir-se e desejar o bem que outros têm. Essas duas atitudes insensatas interrompem todo relacionamento humano. William Hendriksen diz que “inveja” é olhar com má disposição a outra pessoa devido ao que ela é ou ao que ela ela tem. A pessoa pessoa invejos invejosaa sente sente um u m profu pr ofund ndoo desprazer desprazer ao ao ver a felicidade e a prosperidade do outro. Foi exatamente a inveja que induziu Caim a assassinar seu irmão Abel. Foi a inveja que lançou José na cisterna e fez Coré, Data e Abirão se rebelar contra Moisés e Arao. Foi a inveja que 112
Relacionam entos que glorificam glorificam a Deus
induz ind uziu iu Saul a perseg per seguir uir a Davi D avi e fez fez os sacerdotes e escri escribas bas crucificarem a Jesus. Jesus. Nós N ós éramo éramoss odio odioso soss e vivíam viv íamos os odiando-nos odian do-nos uns aos outros (3.3). Nosso relacionamento com nós mesmos
e com os outros estava em crise. Éramos odiosos e, por isso, odiávamos. Fazíamos o que éramos. Quando o nosso relacionamento com Deus está rompido, não conseguimos conviver conosco nem com as outras pessoas. Longe de Deus somos uma verdadeira guerra civil ambulante. Em segundo luga lugar, r, a origem origem da d a salvação salvação (3.4). O apóstolo Paulo diz: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos”. A iniciativa da salvaç salvação ão foi de Deus. D eus. A salv salvaçã açãoo é obra ob ra de De Deus us do começo ao fim. A salvação tem sua gênese não em nosso coração, mas no coração amoroso de Deus. A benignidade e o amor de Deus são a fonte e a origem da nossa salvação. Essa benignidade e esse amor de Deus são evidenciados no nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus. No versículo 5, Paulo fala da misericórdia divina e, no versículo 7, da d a sua graça que nos justi justifica. fica. Dessa forma, Paulo elenca quatro palavras benditas (benignidade, amor, misericórdia e graça) graça) que q ue são são as as colunas de sustent sus tentaçã açãoo da nossa salva salvaçã ção. o. É importante ressaltar que não foi o sacrifício de Cristo na cruz que despertou o coração de Deus para nos amar, mas foi o amor de Deus que levou Jesus à cruz. A cruz de Cristo não é a causa do amor de Deus, mas o seu resultado. Em terceiro lugar, lugar, a base (3.7). Paulo con continu tinua: a: base da salvação (3.7). “A fim de que, justificados por graça...”. A salvação nao é resultado das nossas obras para Deus, mas da obra de Deus po p o r nó nóss em C rist ri sto. o. N ã o é alg al g u m sacrifíc sac rifício io m e ritó ri tórr io qu quee fazemos para Deus, mas o sacrifício substitutivo e eficaz que Cristo fez por nós na cruz.
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A base da nossa salvação é a morte expiatória de Cristo. Cristo morreu em nosso lugar e em nosso favor. Pagou a nossa dívida e satisfez as demandas da lei e da justiça de Deus por nós. Ele morreu a nossa morte e por seu sacrifício vicário vicário De Deus us nos declara justos. A ba base se da nossa justificação justificação não são os atos de justiça praticados por nós (3.4). A misericórdia de Deus o constrangeu a entregar seu Filho e não poupá-lo. Embora a cruz não seja citada aqui pelo pe lo ap apóó sto st o lo Paul Pa ulo, o, ela está es tá pres pr esen ente te,, u m a vez q u e C rist ri stoo se entregou para a nossa salvação (2.14). Concordo com John Stott quando diz que a base da nossa salvação nao são as nossas obras de justiça, mas a obra de misericórdia na cruz. ^ Em quarto lugar, o meio da nossa salvação (3-5). Paulo pross pr ossegu egue: e: “N “Nãã o p o r ob obra rass de jus ju s tiç ti ç a prat pr atic icad adaa s p o r nós, nós , mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo”. Nós somos salvos mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo. A palavra grega paliggenesia significa “regeneração, novo nascimento”. Era comum seu uso no estoicismo para as restaurações periódicas do mundo natural. Também era empregada em sentido escatológico, especialmente pelos jud ju d e u s, p a ra a renov ren ovaç ação ão do m u n d o n a ép époc ocaa d o Messias, Messias , mas aqui a palavra assume um novo significado, em vista do novo nascimento cristão, que é um fato pessoal.^'"'" Pela Pela justificação, justificação, De Deus us nos declara justos; pela regenera ção, ção, De Deus us nos transf tra nsform ormaa em justos. justos. A justificação justificação acontece fora de nós, no tribunal de Deus; a regeneração acontece dentro de nós, em nosso coração. Pela regeneração, somos transformados e feitos filhos de Deus. Tornamo-nos novas criaturas (2Co 5.17). Recebemos um novo coração, uma 265
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nova vida, vida, um novo nome, nom e, um a nova famí famíli lia. a. Tornamo-nos Tornam o-nos coparticipantes da natureza divina. Nascemos de novo, de Deus, do alto, do Espírito. Essa regeneração não é batismal. O batismo em si não po p o d e lavar lav ar pe peca cado doss n e m rege re genn era er a r o pe peca cado dor. r. O b atis at ism mo em si não faz de um pagão um cristão. A água do batismo é apenas um símbolo da obra do Espírito Santo. A regeneração é um atributo exclusivo do Espírito Santo. A igreja não administra a salvação mediante os sacramentos. Só o Espírito Santo po pode de regenerar e lava lavarr o pecad pec ador or e faz fazer er dele uma nova criatura. Embora muitos comentaristas considerem esse “lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” como uma referência à água do batismo, apoiamos a interpretação de Edmond Hiebert, quando disse que, se a água do batismo prod pr oduz uzis isse se o re r e n a scim sc imee n to espi es piri ritu tuaa l, terí te ríaa m os de re r e fere fe rend ndar ar a tese heterodoxa de que uma agência material produziria um resultado espiritual. Esse Esse lavar regenerado regen eradorr e renovador, na verdade, é uma ação interior operada pelo Espírito e simbolizada pela água do batismo. No Novo Testamento, a experiência interna é proclamada pela confissão pública diante do povo no batismo. Enquanto a regeneração é um ato, a renovação é um proc pr ocess essoo q u e dur du r a a v ida id a tod to d a. O ato at o da regen reg ener eraç ação ão prec pr eced edee e origina orig ina o processo process o da d a ren renovação.^^® Con Co n co cord rdoo co com m Willia W illiam m Hendriksen quando diz que a regeneração é uma obra inteiramente de Deus, mas na renovação ou santificação tomam parte Deus e o homem. Se a regeneração não é perc pe rcee bid bi d a e m form fo rm a d ire ir e ta pe pelo lo h o m e m , senã se nãoo pe pelo loss seus efeitos, a renovação exige a rendição consciente e contínua do homem e de toda a sua personalidade à vontade de l)eus.2® 115
T ito e F ilemom - doutrina doutrina e vida um binômio inseparável inseparável
Em quinto lugar, o propósito da nossa salvação (3.7b). Paulo ainda diz: “a fim de que [...] nos tornemos seus her deiros, segundo a esperança da vida eterna”. Deus nao nos salvou no pecado, mas do pecado. Ele nao nos justificou par p araa co cont ntin inua uarm rmoo s viven viv endo do em injus inj ustiç tiça, a, mas p ara ar a nos tor to r narmos narm os seu seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. eterna. O propósito da salvação é que Deus seja glorificado por meio da nossa filiação. Éramos escravos das paixões in fames; agora somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Estávamos mortos, agora recebe mos o dom da vida eterna. eterna. Fomos salv salvos da condenação do peca pe cado do na justif jus tifica icaçã ção. o. Somos Som os salvos do p o d e r d o pe peca cado do na santificação e seremos salvos da presença do pecado na glorificação. Agora já temos o penhor da herança. Então, tomaremos posse definitiva e completa dela. Em sexto lugar, a evidência da salvação (3.8). Paulo conclui: Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e ■proveitosas aos homens.
Todos aqueles que creem em Deus devem ser solícitos na prática das boas obras. As boas obras não são a causa, mas a evidência da salvação. Não somos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. Não são as nossas boas obras que nos levam para o céu; nós é que as levamos para o céu (A p 1 4 .1 3 ).
John Stott faz um sumário desses seis ingredientes esserjciais para a salvação, nos seguintes termos: Sua necessidade é devido ao nosso pecado, à nossa culpa e à nossa escravidão; sua origem é a bondade e o amor gracioso de Deus; sua
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Relacionamentos que gh rífica m a Deus
base nã nãoo é o nosso mérit mé rito, o, mas a miseric mis ericórd órdia ia de De Deus, us, revelada na cruz; seu significado é a obra de regeneração e de renovação do Espírito Santo, sinalizada no batismo; seu objetivo é a nossa herança final da vida eterna; eterna; e sua evidência evidência é a nossa diligente prática pr ática de boas obras.^^®
A relação relaç ão de Tito com com as pess p essoas oas (3.9-15 (3.9-15)) Tendo abordado a questão da nossa relação com as autoridades, com o próximo e com Deus, Paulo agora trata da relação de Tito com as pessoas no contexto das questões ecles eclesiá iást stic icas as.. Ha Havia via vária váriass ordens o rdens do apóstolo após tolo para p ara Tito. Em primeiro lugar, evitar discussões sem proveito (3.9). Paulo diz: “Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e- são fúteis”. Paulo não proíbe todo tipo de discussão. Precisamos batalhar pela fé e reprovar toda distorção da verdade. A apologética é uma real necessidade. Precisamos combater com bater a heresi heresiaa e defender defend er a sã do doutrin utrina. a. Paulo, Paulo, porém, porém , condena a discussão fátil, sem proveito, sem implicações prátic prá ticas as n a vida vi da espir es piritu itual. al. N ã o p od odem emos os pe perd rdee r o foco, desviando-nos da obra para gastarmos nossa energia com conversas inúteis. Os rabinos rabinos judeus judeus passav passavam am seu seu tempo tem po con construind struindoo ge nealogias nealogias imaginárias das das personagens do Antigo An tigo Testamen Testam en to. Os escribas passavam intermináveis horas discutindo o que se podia e o que não se podia fazer no sábado.^^' Essas coisas deviam ser evitadas pelos cristãos. William Barclay está correto quando diz que é mais fácil discutir teologia do quee praticá-l qu praticá-la.^ a.^^^ ^^ Em segundo lugar, disciplinar as pessoas facciosas (3.10,11). O apóstolo Paulo exorta: “Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez. 117
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pois po is sabes qu quee tal ta l pe pess ssoa oa está es tá p e rve rv e rtid rt idaa , e vive p e c a nd ndo, o, e por si mesma está condenada”. Desse termo “faccioso”, hairetikos, deriva nossas palavras herege, herético, sectário. O substantivo subjacente tem o sentido de escola, um grupo de pessoas; depois negativamente: partido, seita. Quem escolhe arbitrária e autocraticamente algo especial pa p a ra si do t o d o d a ve verd rdad ade, e, e arra ar rast staa “disc di scíp ípul ulos os atrás atr ás de si”, é um sectário; e um grupo ou igreja assim separados sao uma seita.^^^ T ito deveria evitar pessoa pessoass que gostavam de criar pa partido rtidoss dentr de ntroo da igreja igreja e semear seme ar a cizânia da heresia e da discórdia. Na N a d a m a c h u c a mais ma is a igre i greja ja do qu quee aq aque ueles les qu quee se ap a p a r tam ta m da verdade e vivem vivem criando criand o mal-est mal-estar, ar, ferindo a comunh com unhão, ão, falando mal das pessoas e maculando sua honra. A palavra grega hairetikos, tradu tra duzid zidaa por po r “facci “faccioso”, oso”, é m uito ui to sugest sugestiva iva.. W illiam Barcl Barclay ay co com m en enta ta a respe respeit ito: o: O verbo grego hairein significa “eleger”; e a palavra grega hairesis significa “partido, escola ou seita”. Originalmente a palavra não tinha nenhum significado negativo. Uma hairesis era apenas um partido ao qual uma pessoa desejava pertencer. O significado negativo aparece quando uma pessoa erige sua opinião privada contra todo ensino, acordo e tradição da igreja. Um herege é simplesmente uma pessoa que decidiu que está certa e que todos os demais estão equivocados. O herege é a pessoa que transforma as próprias ideias na prova e na medida de toda a verdade.-''*
Kelly Kelly ne ness ssaa mesma linha linh a de pen pensam sam ento ainda nos ajuda a compreender com preender o pano de fundo fund o da palavr palavraa hairesis. Diz ele que a palavra traduzida por “homem faccioso”, hairetikos, ocorre somente aqui na Bíblia. O substantivo cognato hairesis, no entanto, é usado em Atos com o significado neutro de “partido” ou “escola de pensamento” (em 5.17, 118
Relacionam entos que glorificam glorificam a Deus
dos saduceus; em 15.5, dos fariseus; em 24.5, dos cristãos), mas por Paulo com o significado pejorativo de “panelinhas pa p a rtid rt idáá ria ri a s ” ( I C o 11 11.19 .19;; G1 5 .20 .2 0 ). D essa es sa form fo rma, a, o sen se n tid ti d o de “separatista” ou “sectário” se encaixa admiravelmente na pass pa ssag agem em e está e stá de p len le n o a co cord rdoo c om o uso de hairesis feito pelo pe lo ap após ósto tolo lo.. O que perturbava as igrejas de Creta era a tendência de os falsos mestres formarem grupos dissidentes, dividindo ass assim o co corp rpoo de C r i s t o . O err erro de dessas pesso ssoas est estaava ligado tanto à doutrina quanto à ética, tanto à teologia quanto à vida. Paulo diz que devemos ter limites em nossa relação com as pessoas facciosas (3.10,11). Depois de admoestar essas pessoas uma primeira e segunda vez, em caso de con tumaz obstinação, a igreja deve discipliná-las e excluí-las da comunhão. Nada pode ser feito com um homem que deliberadamente persiste em dividir a união da igreja, diz Kelly.27<5 John Stott esclarece que era necessário ministrar discipli na em três estági estágios os a tal tal pessoa pessoa,, com co m eçand eça ndoo com duas clar claras as advertências. advertências. Som So m ente então, e ntão, depois disso disso - se a pessoa não se arrepender, recusando a oportunidade de ser perdoada e de ser ser restaurada restaurad a - é que ela deve deve ser ser rejeitada e excluída da filiação da igreja (3.10).^^^ William Hendriksen sintetiza esse ponto de forma clara: A disciplina sempre deve deve brotar bro tar do d o amor, de um desejo desejo de curar, jamais jamais do desejo de desfazer-se de um indivíduo. Todo esforço deve ser feito no sentido de recuperar o faltoso. Se depois de ser admoestado com carinho, o membro recusar arrepender-se e continuar com sua má condut con dutaa no meio da congregação, congregação, a igreja igreja por meio de seus seus dirigentes dirigentes e por intermédio de toda a congregação deve redobrar os seus
trina e vida vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - dou trina
esforços. Deve haver uma segunda advertência. Contudo, se ainda esse remédio fracassar, o tal deve ser expulso. Mesmo essa medida extrema tem como propósito a recuperação do pecador. Todavia, esse não pode ser o único propósito. Não se deve perder de vista nunca o bem be m -esta -e starr da d a igreja par p araa a glória gló ria de De Deus us,, u m a vez que q ue esse esse é o obj o bjet etoo prin pr inci cipa pall da disciplina.-'®
Em terceiro lugar, encontrar-se com Paulo em Nicópolis (3.12). Paulo continua: “Quando te enviar Ártemas ou Tíquico apressa-te a vir até Nicópolis ao meu encontro. E stou sto u resolvido a passar o inverno inver no ali”. ali” . Paulo estava estava fazendo uma um a troca de obreir obreiros, os, enviando Ártemas ou Tíquico Tíqu ico para ocupar o lugar de Tito em Creta. As igrejas da ilha de Creta nao podiam ficar sem uma sólida liderança espiritual. As condições ainda eram dema siadamente graves para as igrejas ficarem sem uma robusta orientação espiritual. Tito não deveria se ausentar da ilha senão depois que o seu substituto chegasse. Logo, porém, que esse obreiro chegasse, Tito deveria encontrar-se com Paulo em Nicópolis (a cidade da vitória), pois era sua in tenção passar ali o inverno. Nic N icóó p olis ol is era er a a capi ca pita tall de É piro pi ro,, n a co costa sta o cid ci d e n tal ta l da Grécia. Era o melhor centro de trabalho da província romana de Dalmácia. É muito provável que Tito tenha ido encontrar-se com Paulo nessa cidade, tendo em vista que mais tarde realizou um trabalho de evangelização nessa região da Dalmácia (2Tm 4.10). Nic N icóó p o lis li s foi fu f u n d a d a po p o r O tav ta v ian ia n o (mais (ma is ta t a rde rd e A ug ugus usto to César) César) em e m 31 a.C. para pa ra assinal assinalar ar seu triunfo triun fo sobre sobre A ntonio nto nio e Cleópatra em Actio.^^^ Em qua quarto rto luga lugar, r, encaminharZe encam inharZenas nas e Apoio Apoio (3.13). Paulo prosse pro ssegu gue: e: “En “E n c a m inh in h a c o m dili di ligê gênc ncia ia Zena Ze nas, s, o inté in térp rprr e te
Relacionamen tos que glorificam glorificam a Deus Deus
da lei, e Apoio, a fim dalei, fim de que n l o lhes lhes falte falte coisa coisa alguma”. algum a”. T ito deveria prover de donativos e recursos esses dois obreiros na obra itinerante que estavam realizando. Possivelmente foram eles os portadores dessa carta de Paulo a Tito. As igrejas de Creta deveriam suprir-lhes as necessidades nessa nova viagem que estavam para iniciar. Apoio era um mestre bem conhecido na igreja (At 18.24), porém nada sabemos sobre Zenas. Paulo o chama de “o intérprete da lei”. A palavra grega nomikos é a mesma utilizada para descrever o escriba. Talvez ele fosse um rabino judeu convertido a Cristo. A palavra nomikos era usada também para “advogado”. Assim, Zenas seria o único advogado m encion enc ionad adoo no Novo Testa Testame ment nto. o.^^ ^^°° Em quinto lugar, estimular os crentes à prática das boas obras (3.14). Paulo ainda diz: “Agora, quanto aos nossos, que aprendam também a distinguir-se nas boas obras a favor dos necessitados, para nao se tornarem infrutíferos”. A salvação é de graça, mas é demonstrada pelas obras. Recebemos a salvação de graça, mas a recompensa é recebida pelas obras. Aqueles que foram objetos do amor de Deus devem agora abrir o coração para os necessitados. Aqueles que receberam o derramamento abundante do Espírito devem ser frutíferos na prática de boas obras. E interessante que os cristãos devem trabalhar não apenas pa p a ra s u p rir ri r as próp pr ópri riaa s ne nece cess ssida idade des, s, mas ma s tam ta m b é m p ara ar a ter te r algo que possam dar aos outros. Em sexto lugar, ser ser recep receptác táculo ulo e cana ca nall do amor am or fra fr a ter te r n a l (3.15). Paulo conclui: “Todos os que se acham comigo te saúdam; saúda quantos nos amam na fé. A graça seja com todos vós”. Tito deveria receber e transmitir as saudações dos irmãos. Não deveria ser apenas um receptáculo, mas
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também um canal do amor fraternal. A igreja precisa ser um lugar de onde fluem abundantemente as torrentes do amor. Nlo somos um mar Morto que retém as águas, mas um mar da Galileia que as distribui. Nossa vida deve ter po p o rta rt a s ab aber erta tass p ara ar a rece re cebe berr a m o r e janel jan elas as ab aber erta tass p ara ar a demonstrar amor. Paulo termina essa pequena carta pastoral rogando a graça de Deus sobre todos os crentes. John Stott está correto quando diz que, ao pronunciar a sua bênção, Paulo olha para além de Tito, para todos os membros das igrejas cretenses, de fato para todos os que posteriormente leriam a sua carta, inclusive nós (3.15b).^®' A graça é a fonte da vida e melhor do que a vida. Por ela somos salvos, por ela vivemos e por ela entraremos nos páramos celestiais. Antes de fechar as cortinas dessa preciosa carta, é bom voltar os olhos ao passado, atendendo à exortação de Paulo (3.1), e relembrar algumas coisas. Warren Wiersbe nos sugere quatro lembranças, como veremos em seguida.^®^ Relembre Rele mbre o que devemos f a z e r (3.1,2). (3.1,2). O cristão é cidadão da terra e do céu, e deve ser submisso e obediente. Deve ser bênç bê nção ão o n d e vive, e nã nãoo caus ca usad ador or de prob pr oble lem m as. as . Relembre Relem bre o que qu e nós nós fom fo m os (3.3). Estávamos mergulhados em densas trevas. Éramos prisioneiros do diabo, do mundo e da carne. Estávamos condenados, perdidos e depravados. Porém, Deus perdoou os nossos pecados e nos amou e nos escolheu não por causa de nós, mas apesar de nós. Relembre Relem bre o que Deus De us f e z p o r nós nós (3.4-7). A nossa salvação não é fruto do nosso merecimento, mas da generosa graça de Deus. Estávamos perdidos e fomos achados; estávamos mortos e recebemos vida. Relembre Relem bre o que Deus De us esp espera de nós nós (3.8-11). Um dos assuntos principais dessa carta é a prática das boas obras 122
Relacionamen tos que glorificam a Deus
(1.16; 2.7; 2.14; 3.1; 3.8; 3.14). As pessoas que estão ocupadas fazendo a obra do Senhor não têm tempo para discussões inúteis.
N
otas d o capítulo
6
Tito, p. 2 1 7 . S t o t t , J o h n . A mensagem de 1 Timóteo e Tito,
J. N. D. / í / / Timóteo e Tito: Introdução e co??ientârio, p. 224. H i e b e r t , D. Edmond. Titus in Zond Zo nder erva van n N T V Bible Bib le Commentary, Comm entary, p. 930. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p . 2 7 0 . mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 204. S t o t t , John. A mensagem S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p. 204. B u r k i , Hans. Carta Car ta aos aos Tess Tessal alon onice icens nses es,, Timóteo, Timóteo , Tito e Filemo Fil emom, m, K e l l y ,
p . 4 2 0 .
Warren W. Comentário bíblico expositivo. Vol. 6, 347. B a r n e s , Albert. Barnes Notes on the O ld & N ew Testamen Testaments ts (Thessalo (Thessalo-nians-Philemon), p. 281. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p. 271. B a r c l a y , William. I y I I Timoteo, Tito y Filemon, p. 272. feli cidade ade ao seu alca alcanc nce. e. São Paulo, L o p e s , Hernandes Dias. A felicid Hagnos, 2008, p. 48,49. Cart a aos aos Tess Tessal alon onice icens nses es,, Timóteo, Tito Tito e File Filemom mom,, p. 421. B u r k i , Hans. Carta R i e n e c k e r , Fritz; Rogers, Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego, p. 9.
W iersbe,
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trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 24. S t o t t , John. A mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p. 206. -5'= B a r c l a y , Wilham. I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p . 2 7 2 . J. N. D. Kelly. I y I I Timoteo e Tito: Introdução e comentári comentário, o, p . 226. H e n d r i k s e n , Guillermo. 1 y 2 Timoteo e Tito, Tito, p . 440. W
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p .
iersbe ,
u r k i , H a n s . Carta Carta aos aos Tes Tessa salon lonicen icenses ses,, Timôte Tim ôteo, o, Tito Tit o e Filem Fil emom om,, 422.
Kelly, J . N. N . D. D . I e I I Timôteo e Tito: Introdução e comentári comentário, o, p . Kelly, J . N. N . D. D . I e I I Timôteo e Tito: Tito: Introdução Introdu ção e comentári comentário, o, p .
226. 226.
IT imôt ôteo eo e Tito, p . 2 0 7 . S t o t t , J o h n . A mensagem de ITim mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p . 2 0 7 . 263 S t o t t , J o h n . A mensagem
Hendriksen, Guillermo. 1 e 2 Timôteo y Tito, p. 441. IT imôt ôteo eo e Tito, Tito, p . 2 0 9 . 265 S t o t t , J o h n . A mensagem de ITim
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e n d r i k s e n , G
H
endriksen
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l i a m . I y I I Timoteo, B a r c l a y , W i l li Timoteo, Tito y Filemon, p . 211. l l ia i a m . I y I I Timoteo, B a r c l a y , W i ll Timoteo, Tito y Filemon, p . 2 7 7 . B u r k i , H a n s . Cartas Cartas aos Tessa Tessalon lonicen icenses ses,, Timôte Tim ôteo, o, Tito Tit o e File Fi lemo mom, m,
p. 42 428. 8. -'■* B a r c l a y , W i l h a m . I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p . 2 7 7 . K e l l y , J.
N. D. l e I I Timôteo Timôteo e Tito ito, p. 230,231. Tito, p. 231. K elly , J. N. D. I e I I Timôteo e Tito, mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p. 215. S t o t t , John. A mensagem H e n d r i k s e n , Guillermo. 1 y 2 Timoteo Timoteo y Tito, Tito, p. 450. K e l l y , J. N. D. / f I I Timôteo e Tito, Tito, p. 232. l i am a m . I y I I Timoteo, Timoteo, Tito y Filemon, p . 2 7 8 . B a r c l a y , W i l li 281 S t o t t , J o h n . A
mensagem mensagem de ITim IT imôt ôteo eo e Tito, p . 2 1 7 . W i e r s b e , Warren W . With the word, p. 808.
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Filemom Capítulo 1
Uma introdução à carta a Filemom A CARTA DE P a u l o a F i l e m o m é um bilhete regado de profunda emo ção. E pequeno no tamanho e imen so no conteúdo. Essa é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea pa p a u lin li n a e co cons nsis iste te ap apen enas as em 33 3355 pa pala la vras no grego original.No entanto, aborda temas temas profundíssimos, profundíssimos, que nem toda uma enciclopédia poderia esgotar. Albert Barne Barness a chama de um a brilhan brilha n te e bela gema no tesouro dos livros ins pira pi rado dos. s. William MacDonald afirma que, embora essa carta não seja doutrinária como as demais do apóstolo, é uma perf pe rfee ita it a ilus il ustr traç ação ão d a d o u trin tr inaa d a ^ ^ 5’ imputaçao c c -
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
Paulo se apresentou como mediador entre Onésimo e Filemom para quitar todo o débito de Onésimo. A dívida de Onésimo foi colocada na conta de Paulo, que se dispôs a pagá-la pagá-la.. Esse Esse fato fato lança lanç a luz sobre a bendit ben ditaa verdade de que nossa dívida impagável nao foi colocada em nossa conta (2Co 5.19), mas na conta de Cristo (2Co 5.21), e ele, com sua morte, rasgou o escrito de dívida que era contra nós, quitando completamente nosso débito. Além disso, sua jus ju s tiç ti ç a c o m p leta le ta e pe perf rfee ita it a foi co colo loca cada da e m no noss ssaa c o n ta (2Co 5.21). Embora alguns estudiosos a considerem a única carta pa p a r tic ti c u lar la r de d e Paulo Pa ulo q u e t e m o s , o c o n tex te x to no noss de deixa ixa claro que Paulo a endereça tam t am bé bém m a Áfia Áfia,, A rquipo rqu ipo e à igreja igreja que se reunia na casa de Filemom. O erudito Lightfoot tem razão quando diz que, con quanto as cartas pastorais também tenham sido endereça das a indivíduos, elas discutiram importantes matérias da disciplina e governo da igreja. Obviamente, deveriam ser lidas por outras pessoas além daquelas para as quais foram imediatamente escritas. Entretanto, a carta a Filemom não m enciona encion a nen n enhu hum m a questão de int inter eress essee públi público. co. Ela é endereçada a um hom em leig leigo. o. Está completamen comp letamente te ocupada com um incidente da vida doméstica. Talvez tenha sido uma das inumeráveis cartas pessoais do apóstolo escritas a seus amigos e irmãos para resolver questões pessoais. pesso ais. C o n tud tu d o , p a ra nós, nós , essa c a rta rt a foi pres pr eser erva vada da,, dentre den tre am pla variedade variedade de outras cartas cartas do apóstolo, apóstolo, como um tesouro precioso. Em nenhum lugar a influência social do evangelho é vista com tanta eloquência. Em nenhum lugar a nobreza do caráter do apóstolo transparece com tanto vigor quanto nesse incidente do veterano apóstolo rogando a favor de um escravo fugitivo. 126
Uma introdução à carta a Filemom
A epístola
a Filemom é correlata à epístola aos Colossenses. Foram escritas do mesmo lugar, enviadas à mesma cidade (Cl 4.8,9) e redigidas pelo mesmo apóstolo. É prov pr ováv ável el q u e F ile il e m o m ten te n h a sido sid o escr es crit itaa n a m e s m a é po poca ca que qu e Colossens Colossenses, es, por po r volta volta do ano de 62 d.C. d.C . (Cl 4.7-9) 4.7-9 ) e levada levada pelos pe los m esm es m os emiss em issár ários ios,, o u seja, T í q u i c o e O n é s im o . N a ve verd rdad ade, e, as cart ca rtas as aos Efésios, Efés ios, Co Colo loss ssen ense sess e F ile il e m o m foram levadas pelo mesmo portador, ou seja, Tíquico (Ef 6.21,22; Cl 4.7-9). Myer Pearlman diz que, pela impressão de cortesia, pr p r u d ê n c ia e téc té c n ica ic a de estilo esti lo qu quee Paulo Pa ulo no noss ap apre rese sent nta, a, essa carta tornou-se conhecida como a “epístola da cortesia”. Nã N ã o c o n tém té m inst in stru ruçç ã o a lgu lg u m a d ire ir e ta refe re fere rent ntee à d o u t r i n a ou conduta cristã. O seu valor principal encontra-se no quadro que ela nos oferece do funcionamento prático da doutrina cristã na vida diária e da relação do cristianismo com os problemas sociais. A autoria da carta A autoria paulina dessa carta é consenso praticamente unânime entre os estudiosos. Até mesmo os arautos do liberalismo teológico, que ousaram questionar a legitimi dade de autoria paulina de Timóteo e Tito, aceitam sem questionamento o fato de Paulo ser o autor dessa epístola. Alguns eminentes pais da igreja como Tertuliano, Eusébio e Orígenes também deram testemunho da autoria paulina dessa missiva. John Peter Lange diz que a genuinidade dessa epístola é amplamente confirmada pelas evidências externas. Ela é mencionada no Cânon Muratoriano (do segundo século) e até mesmo o heterodoxo Marcion atribui sua autoria ao apóstolo Paulo.
trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
Por três vezes Paulo afirma que, ao escrever essa carta, é um prisioneiro (v. 1,9,23) e está sob algemas (v. 10,13). Alguns pensam que se trata de sua prisão em Efeso ou Cesareia. As evidências, porém, favorecem a tese de que Paulo escreveu Filemom quando de sua primeira prisão em Roma. No N o s do dois is an anos os e m q u e Paul Pa uloo fic fi c ou pres pr esoo em R oma om a , em regime de prisão domiciliar, teve a oportunidade de ministrar a Palavra de Deus a muitas pessoas (At 28.17-31). Nesse tempo escreveu as cartas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Foi nesse período que Onésimo, escravo de Filemom, fugiu de Colossos para Roma e nessa fuga acabou preso na capital do império. Por providência divina foi parar exatamente onde estava o apóstolo Paulo. Ralph Ra lph M artin art in diz que a natureza nature za do delito do escrav escravoo não é certa. Usualmente é suposto que tenha furtado dinheiro e depois fugido (v. 18). No entanto, como a lei romana exigi exigiaa que aquele que qu e ofer oferec eces esse se hospitalid hos pitalidade ade a um escra escravo vo fugitivo fosse devedor ao senhor do escravo do montante de cada dia de trabalho perdido, pode ser que a promessa de Paulo de ser fiador (v. 19) nada mais tenha sido do que a garantia dada a Filemom que ele pagaria o montante incorrido pela ausência de Onésimo do seu serviço. Tão logo Onésimo foi colocado diante de Paulo na prisão, pris ão, o apó apósto stolo, lo, na naoo pe perd rdee nd ndoo a op o p o rtu rt u n ida id a d e , ga gann ho houu-oo pa p a ra C ris ri s to e o g erou er ou e n tre tr e algemas alge mas (v. 10). O escravo escra vo qu quee havia roubado rouba do ao seu seu senhor senh or está está pronto pro nto a voltar a Coloss Colossos os e a Filemom. A restituição tornava-se imperativa. Essa carta mostra de forma eloqüente o caráter compas sivo de Paulo. Ele é um homem cheio de compaixão por uma pessoa que passa por aflição, e está disposto a fazer
Uma introduçã o à carta a Filemom
tudo que esteja ao seu alcance para ajudar, mesmo que lhe custe alguma coisa (v. 19). A carta reflete as características pessoais pesso ais do ap apóó sto st o lo, lo , c om o tato ta to,, ge gene nero rosi sida dade de,, au auto toss ssac acri ri-fíci fícioo e amabilidade. amabilidade. Cada Ca da um u m a das das partes era conclam ada a fazer alguma coisa difícil; quanto a Paulo, privar-se do ser viço e do convívio de Onésimo; quanto a Onésimo, voltar ao seu senhor e dono a quem fizera uma injustiça; quanto a Filemom, perdoar.*^^ O tempo e o lugar da composição da carta O tempo e o lugar em que a carta a Filemom foi escrita coincidem com a data e o lugar da composição das cartas aos Colossenses, Filipenses e Efésios. É meridianamente claro que Paulo escreveu da prisão (v. 1). Os estudiosos discutem se essa prisão aconteceu em Efeso, Cesareia (At 24.27) ou Roma (At 28.30,31). Como já afirmamos, as evidências apontam para a primeira prisão em Roma. Somente dessa prisão Paulo demonstra sua expectativa de sair para continuar proclamando o evangelho (Fp 1.19,20; 2.23,24; Fm 22).^93 O destinatár destin atário io da carta Essa carta é endereçada a Filemom, um rico senhor de escravos, convertido a Cristo pelo ministério de Paulo (v. 1, 19), e também à igreja que se reúne em sua casa (v. 2). Possivelmente Filemom morava na cidade de Colossos, no vale do rio Lico, cidade próxima de Flierápolis e Laodiceia, na Ásia Menor. Filemom era marido de Áfia e pai de Arquipo, o pastor da igreja de Colossos. Assim, a carta nos apresenta uma família comum de uma pequena cidade da Frigia, no vale do Lico. Quatro membros são mencionados po p o r no nom m e ; o pa pai,i, a mãe, mã e, o filho, filh o, e o escravo.
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T ito e F ilemom - doutrina e vida um binômio inseparável
Havia uma igreja que se reunia na própria casa de Filemom (v. 2). Essa família nao apenas pertencia a Cristo, mas estava a serviço de Cristo. A casa deles nao apenas havia sido transformada pelo poder do evangelho, mas estava a serviço do evangelho. Eles não apenas faziam parte da igreja, mas também abrigavam a igreja em sua própria casa. N a sua su a ter t erce ceir iraa via v iage gem m m issi is sion onár ária ia,, Paul Pa uloo tra tr a b a lho lh o u três anos na cidade de Éfeso, capital da Ásia Menor (At 20.31). Dah o evangelho irradiou-se por toda a Ásia (At 19.10). Foi ne ness ssee tempo tem po que File F ilemom mom teve teve a oportunid oportu nidad adee de ouvir o evan evangel gelho ho por intermédio interm édio de Paul Paulo. o. O apóstolo apóstolo tinha tinh a um estreito relacionamento com Filemom, cidadão abastado de Colossos. O relacionamento entre Paulo e Filemom é cordial, de confiança e parceria. Paulo o chama de irmão, amado, colaborador e companheiro (v. 1,17).^^^ Embora Paulo não tenha estado em Colossos (Cl 2.1), cultivava um profundo amor pela igreja daquela cidade e orava por ela incessantemente. Epafras, o fundador da igrej igreja, a, estava estava agora com Paulo, preso preso em R oma om a (Cl 4.12,1 4.1 2,13; 3; Fm 23). Arquipo, filho de Filemom, havia assumido o pa p a s tora to radd o d a igreja igr eja n a au ausê sênc ncia ia de Epafr Ep afras as (Cl (C l 4 .17 .1 7 ). A realidade realida de da escravidão escravid ão no império romano A escravidão era parte integral do mundo antigo. Toda sociedade estava edificada sobre ela. No império romano havia mais de sessenta milhões de escravos no primeiro século. A sociedade vivia sob forte tensão e medo de uma rebelião desses escravos, por serem eles maioria absoluta. Por essa razão, sobretudo, os escravos eram extremamente oprimidos. Sempre que um escravo se mostrava rebelde, era imediatamente eliminado. Quando conseguia escapar, ao ser capturado, era marcado com ferro em brasa na testa
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Uma introdução à carta a Filemom Filemom
com um F de fugitivo, e seu senhor podia castigá-lo até a m orte ou cruc crucif ific icá-l á-loo sumariamente. No N o imp im p é rio ri o rom ro m a n o , no noss dias de Paul Pa ulo, o, era er a c o m u m es cravos fugirem da servidão. Normalmente, eles se juntavam a grupos de ladrões, na tentativa de se esconderem nos cais das grandes cidades. Na N a Itália Itá lia,, cerc ce rcaa de 9 0 % da p o p u laç la ç ã o era de escravos no primeiro século. Não havia leis regulamentares para defend de fender er o direito dos esc escra ravo vos. s. Na N a verdade, ele eles não tinh ti nham am nenhum direito. Podiam ser castigados, presos, torturados e mortos. W illiam Barclay Barclay diz que um u m escra escravo vo não era um a pesso pessoa; a; era um a ferramenta ferram enta vi viva va.. Q ua ualqu lquer er senhor senh or de escr escrav avoo tinha o direito de vida e de morte sobre seus escravos. Tinha po p o d e r a b s o luto lu to sobr so bree eles. eles. P od odia ia co colo loca carr argolas argol as e m suas orelhas, condená-los a tarefas pesadas, colocar cadeias em seus pés, castigá-los com golpes de vara, chicoteá-los. Podia colocar marca em sua fronte e, finalmente, se o escravo se mostrasse rebelde, podia até mesmo crucificá-lo.^^® Como uma ferramenta viva, um escravo não tinha direitos, apenas deveres. Ele não era dono de sua liberdade, nem mesmo de seu corpo. Era apenas um instrumento de trabalho. Um indivíduo podia se tornar escravo naquele tempo ao nascer de uma mulher escrava; ou como punição de um crime; ou ao ser levado para outra terra; ou quando era conquistado por outra nação. No N o regi re gim m e do Pater Potest otestas as,, um pai podia vender o pr p r ó p rio ri o filho filh o c omo om o escravo. F ina in a lme lm e n te, te , alg al g u ém p o d ia torna tor nar-se r-se escravo escravo para p ara qu quita itarr um a dívid dívida. a.^^ ^^‘‘^ Em bo bora ra a escrav escravid idão ão estej estejaa em com pleto desacordo com os preceitos e princípios das Escrituras, nem Jesus nem os apóstolos atacaram frontalmente essa prática. Cristo
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
nao veio ao mundo para capitanear uma revolução social. Ele não entrou no mundo como um rei político. Veio ao mundo como nosso redentor. Veio para morrer por nossos peca pe cado dos. s. Veio p a ra no noss reco re conc ncil ilia iarr c o m D eu eus. s. E bem verdade que o cristianismo desestabilizou a escravidão e foi o principal instrumento de sua erradicação. O que essa epístola faz é nos levar a uma atmosfera em que a escravidão somente poderia murchar e morrer.^°° Aqueles que se convertem a Cristo passam a fazer parte da família de Deus, do corpo de Cristo. Os cristãos são um só corpo, sejam judeus ou gentios, escravos ou livres. Em Cristo não há judeus ne nem m greg gregos os;; nem n em escr escrav avos os nem liv livres; res; nem homens hom ens nem mulheres (Cl 3.28; Cl 3.11). Nessa nova relação os senhores deviam tratar com dignidade os seus servos e os serv servos os deviam hon h onra rarr os seus seus senhores senhores (Ef (E f 6.5,6). John Nielson ainda esclarece esse ponto, assim: Paulo não ataca a escravidão diretamente. Ele não aconsellia rebelião ou desafio à lei e ordem prevalecentes. Ao contrário, aconselha obediência ao governo (Rm 13.1). O que o apóstolo faz é elevar o assunto a um nível espiritual sublime. Ele soluciona a questão escravista não por compulsão, mas por redenção. Paulo mostra que o escravo crente é tão verdadeiramente irmão cristão e está tão realmente “em Cristo” quanto o senhor crente (Rm 12.4,5). Todos os cristãos estão igualmente em Cristo e, portanto, são membros do corpo de Cristo.-’"'
O propósito da carta Paulo escreve essa carta para enviar Onésimo, o escravo fugitivo, agora convertido a Cristo, de volta ao seu senhor. O evangelho o havia libertado espiritualmente, mas não o dispensava de seus deveres sociais. O evangelho não alforriou os escravos de seus deveres, mas quebrou suas 132
Uma introdução à carta a Filemom
algemas espirituais e os libertou para uma nova vida em Cristo. Não bastava a Onésimo estar arrependido de seu delito. A restituição era o passo seguinte a ser dado. E ambos, Paulo e Onésimo, decidiram por isso. Possivelmente, Onésimo, além de fugir da casa de seu senhor, também havia subtraído alguns pertences de Filemom. Era duplamente culpado. Segundo a lei romana, ele podia ser preso, torturado e morto. Contudo, Onésimo fugindo da escravi escravidão dão,, enc e ncon ontra tra sua verdadeira liberdade liberdade em Cristo. Torna-se um novo homem. Agora, mesmo sob o ju go da escravidão, está verdadeiramente livre. Mesmo sendo útil a Paulo em Roma, o velho apóstolo resolve devolvê-lo ao seu dono. Antes, porém, roga em nome do amor, para que Filemom receba o escravo como a um irmão. Se antes Onésimo lhe parecia inútil, agora seria útil. Se antes ele era alvo de severa disciplina, agora deveria ser recebido como se fosse o próprio apóstolo Paulo em pessoa. A tônica dessa carta é o perdão. Filemom deveria pe p e rdo rd o a r aq aque uele le a q u e m D e us já ha havi viaa pe perd rdoo a d o . F ilem il emom om não deveria punir aquele por quem Cristo já havia sido castigado na cruz. Filemom deveria receber como a um filho o escravo que o havia desonrado. Bruce Barton acentua que Paulo escreve essa carta a favor de Onésimo, rogando a Filemom que veja o jovem “[...] muito acima de escravo, como irmão caríssimo” (v. 16). Assim, a expectativa de Paulo é que Filemom desse a Onésimo boas-vindas (v. 17), o perdoasse (v. 18,19) e talvez até o libertasse (v (v. 21). O apelo de Paulo foi baseado no am or de Cristo (v. 9), 9), no seu relacionam relacion amento ento com co m Filemom F ilemom (v. 17-19) e em sua autoridade apostólica (v. 8).^°^ Ralph Martin está correto quando diz que a petição de Paulo a Filemom para perdoar Onésimo era um 133
doutrina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - doutrina
pe p e n s a m e n to revo re volu luci cioo ná nári rioo em c o n tra tr a ste st e co com m o tr t r a tam ta m e n to contemporâneo de escravos fugitivos, pelo qual o senhor deles podia tratar de prender e depois castigar com bru b ruta tali lidd a d e . O s e n h o r p o d ia até at é m e smo sm o m a n d a r cruc cr ucifi ifica carr o escravo. Essa breve carta está repleta de sabedoria. A abordagem de Paulo é cheia de ternura e sensibilidade. Ele não ordena, roga. Ele não critica, elogia. Ele não prevalece pela força da autoridade, mas pela pela eloquência da brandura. brand ura. As principais ênfases da carta A carta de Paulo a Filemom é uma joia de raro valor. Há tesouros inestimáveis que devem ser explorados nessa pe p e q u e n a ep epíst ístola ola.. Va Vamo moss de dest staa car ca r algu al gum m as de suas ênfases. Em primeiro prim eiro lugar, lugar, o pode od e r do evangelh evangelho. o. O evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Ele transforma o rico e o pobre; o escravo e o livre; o patrão e o empregado; o rei e o vassalo. O evangelho rompe todas as barreiras, quebra todos os preconceitos, alcança todas as estratificações sociais e transforma o homem do palácio e também o da choupana, o da casa grande e também o da senzala. O mundo ergue muralhas entre as pessoas, mas Jesus destrói ess esses muros. O m u nd ndoo hoje divide e separa as pe pess ssoas oas pela pe la co corr de sua su a pele, pele , pe pelo lo seu status social, econômico, cultural e religioso. Jesus Jesus veio veio ao mu m u nd ndoo par p araa derrub der rubar ar a parede de separ separação ação.. Ele abraçou aqueles que todos escorraçavam. Ele acolheu aqueles que todos expulsavam. Ele amou aqueles que todos repudiavam. Jesus tocou os leprosos, conversou com as mulheres, abençoou as crianças, recebeu os publicanos e pecadores e abriu a porta do reino até mesmo para as 134
Uma introdução à carta a Filemom
pro p rost stit ituu tas. ta s. Jesus Jesu s este es tenn d e u sua graç gr açaa aos odiad odi ados os sam s amaa rita ri tano noss e trouxe esperança para os gentios. O apóstolo Paulo most m ostra ra nessa nessa epístola, seguindo os pas sos do Mestre, que um rico senhor de escravos e um escra vo fugitivo, convertidos a Cristo, sao rigorosamente iguais pe p e r a n te os olho ol hoss de D eu eus. s. Sao m e m b ros ro s da m e sma sm a famíl fa mília. ia. Devem ser vistos como irmãos e amar-se como tal. Arthur Rupprecht coloca essa verdade do poder do evangelho nos seguintes termos: Paulo, Filemom e Onésimo são personagens de um profundo significado social no drama da vida real. Cada um deles veio ao cristianismo de diferentes contextos e hackground. Paulo era um rigoroso judeu, jude u, da seita dos fariseus, fariseus, perseguido perseg uidorr implacável da igreja. igreja. Filemom era um rico gentio asiático, enquanto Onésimo era um escravo, uma ferramenta viva, um ser desprezado e ainda fugitivo de seu senhor. Eles se encontraram unidos pelo evangelho de Cristo. São um exemplo vivo daquilo que o próprio Paulo escreveu: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Cl 3.28). Foi com base nessa singularidade do cristianismo que Paulo procurou solução para o problema existente entre Onésimo e Filemom.’"“
Em segundo lugar, a igualdade do evangelho. O evan gelho de Cristo alcança senhores de escravos e também os escravos. Transforma homens de fina estirpe e também os que procedem das classes sociais mais humildes. Na famí lia de Deus, o senhor de escravos não é melhor do que os escravos. No reino de Deus todos são iguais. Eles são membros da mesma família, são irmãos. Filemom deveria receber Onésimo nao mais como um escravo, mas como um irmão amado. 135
doutrina e vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - doutrina
Paulo agiu como advogado de Onésimo. Ele confiou que Onésimo voltaria ao seu senhor e se submeteria a ele, sujeitando-se às consequências de seus atos. Paulo confiava em Onésimo como um verdadeiro irmão na fé. Paulo não só endossou a volta do seu filho na fé ao seu senhor, mas dispôs-se a pagar quaisquer pendências financeiras do escravo fugitivo (v. 18). O evangelho de Cristo não apenas torna as pessoas iguais, mas também as aproxima. Num tribunal secular, Filemom seria colocado de um lado e Onésimo do outro. De um lado estaria o patrão espoliado e do outro, o empre gado ladrão. Porém, o evangelho transforma os corações, as circunstâncias e aproxima aqueles que as leis humanas só po p o d e r iam ia m separar. separa r. Por Po r m eio ei o d a fé c o m u m em C rist ri stoo Jesus, Jesu s, Filemom e O nésim nés imoo são são unidos. Deus D eus ainda a inda reconcilia reconcilia pes soas apesar de suas diferenças e ofensas. Em terceiro lugar, a providência do evangelho. Aquilo que parecia um desatino na vida de Onésimo, fugindo da casa de seu senhor, colocando-se sob a punição severa da lei, enveredando-se por um caminho de rebelião, acabou se tornando na estrada de seu encontro com Deus. Onésimo fugia de seu patrão, mas não conseguiu fugir de Deus. Nessa fuga, ele é capturado por Deus e encontra o real sentido da vida. Nessa corrida rumo à liberdade, ele encontra o evangelho de Cristo, que o liberta do pecado, sua escravidão mais opressiva. Nã N ã o tem te m os info in form rmaç açõe õess precisa pre cisass acer ac erca ca do qu quee a c o n teceu com Onésimo em Roma. Talvez ele tenha usado o dinheiro dinhe iro do seu senhor para fugir para a capital capital do império. im pério. Na N a q u e la épo época, ca, a m a ior io r p a rte rt e da p o p u laç la ç ã o era form fo rm a d a de escravos. Onésimo pensou que ficaria incógnito na metrópole romana. Contudo, nao tardou para que fosse 136 136
Uma introdução à carta a Filemom
surpreendido e capturado. Estava agora preso. Tentando escapar da escravidão estava agora diante da carranca da condenação condenaçã o e da morte. m orte. Foi Foi então que se se dep deparo arouu na prisão prisão com o apóstolo Paulo. Nesse tempo, Epafras, o fundador da igreja de Colossos, estava preso com Paulo em Roma. Possivelmente, reconheceu Onésimo, e as máscaras do escravo fugitivo caíram. Porém, nesse momento de desespero, o apóstolo Paulo o evangelizou, falou-lhe das boas-novas de salvação, e aquele escravo fugitivo rendeu-se ao Salvador. Paulo o gerou en tre cadeias. O escravo agora tornou-se filho na fé do velho apóstolo. Onésimo servia a Paulo na prisão. Um relaciona mento de pai para filho foi desenvolvido entre o apóstolo dos gentios e o escravo convertido. O caminho sinuoso da fuga fuga se transform transfo rmou ou na trilha certa certa do encon en contro tro de Onésim O nésimoo com Cristo. Quando pensou que havia chegado ao fundo do poço. Deus lhe estendeu a mão e ele foi salvo. Em quarto lugar, a graça do evangelho. O evangelho de Cristo é maravilhoso. Não há casos irrecuperáveis para Deus. Não há poço tão fundo que o evangelho não seja mais profundo. A graça é maior do que o nosso pecado. Onésimo roubou, fugiu, escondeu-se, foi capturado e encarcerado, mas quand qua ndoo pensou pen sou que havia chegado ao ao fim fim da linha Deus lhe abriu a porta da esperança. Não há casos pe p e rdid rd idos os p a ra D eu eus. s. N ã o h á casos irrec irr ecup uper eráv ávei eiss p a ra o Deus de toda a graça. Deus ainda continua transformando escravos em livres. Deus ainda continua encontrando os fugitivos para lhes trazer de volta ao lar; não como cativos, mas, como livres, filhos e herdeiros. Lutero disse acertadamente que todos nós somos Onésimos.^^^ Todos nós éramos escravos do pecado. Todos nós andávamos errantes. Todos nós estávamos perdidos e 137
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
fomos achados. Estávamos condenados e fomos Ubertados. Estávamos mortos e recebemos vida. Nossa salvação não é resultado do nosso mérito, mas pura expressão da graça. Na N a d a som so m os, os , n a d a tem te m os, os , n a d a m erec er ecem emos os.. Poré Po rém m , D e us, us , po p o r sua su a graç gr açaa no noss a m o u , no noss alca al canç nçou ou,, no noss lib li b e rto rt o u , no noss transformou e nos adotou como seus filhos amados, m embros em bros de sua bendita bend ita famí famíli lia. a. Em quinto lugar, o perdão do evangelho. A carta de Paulo a Filemom é um grande compêndio acerca do perdão. Aqueles que foram perdoados devem perdoar. Aqueles que foram libertados por Cristo devem despedaçar todo jugo ju go.. Aq Aque ueles les qu quee fora fo ram m alvos d a graç gr açaa prec pr ecis isam am ser canais can ais dela. Aqueles que experimentaram o amor de Deus devem distribu distr ibuir ir com generosidade ess essee amor. Filemom era amigo de Paulo, mas também o senhor de Onésimo. Ele poderia pu p u n i r O n é s im o c o m o u m ladr la drão ão fugit fu gitivo ivo.. Poré Po rém m , Paulo Pa ulo roga a Filemom que o receba não com punição, mas com pe p e rdã rd ã o , c o m o a u m ve verd rdad adei eiro ro irm ir m ã o n a fam fa m ília íli a d a fé (v. 17). O nome “Onésimo” na língua grega significa “útil, pro veitoso”.^“^ Porém, em certo momento Onésimo se tornou inútil a Filemom, mas agora lhe é útil (v. 11). Filemom o havia havia perdido por po r um tempo, tem po, para tê-l tê-loo ago agora ra para sempre sempre (v. 15). Filemom deve recebê-lo novamente, ainda que não mais como escravo, mas como um irmão cristão (v. 16). Agora é um filho na fé do apóstolo Paulo e Filemom deve recebê-lo como se recebesse o próprio Paulo. Estou de pleno acordo com o que escreve Ralph Martin: O que percorre o apelo de Paulo é a correnteza da compaixão cristã (v. 12) e a lembrança poderosa de que Filemom já está devendo ao pró p rópr prio io Paulo Pau lo (v. 19b), 19b) , pois Filem Fi lemom om deve à pregaç pre gação ão do evangelh eva ngelhoo
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Uma introduçã introduçã o à carta a Filemom
po p o r Paulo Pau lo a próp pr ópri riaa salvação, de dent ntro ro da sober sob eran ania ia de De Deus. us. As notas características são, portanto: “[...] em nome do amor” (v. 9); “Reanima-me o coração em Cristo” (v. 20) e receba este escravo fugitivo “[...] como se fosse a mim mesmo” (v. 17), no sentido de Filemom Filem om ir i r além do limite do desejo desejo de Paulo; Paulo; e ess essee apelo é reforçado reforçado pela pel a perspe per specti ctiva va da visita do ap após óstol toloo (v. 2 2).’“ 2) .’“**^
Em sexto lugar, a vitória do evangelho. A carta a Filemom mostra mo stra de forma eloquente a vitória do evange evangelh lho. o. O peca do afasta, o evangelho aproxima. O pecado destrói relacio namentos, o evangelho reconcilia. O pecado traz prejuízo, o evangelho evangelho faz faz restitui restituição. ção. O pecado produz pro duz tristeza tristeza e decep ção, o evangelho promove alegria e contentamento. O peca do torna as pessoas prisioneiras, o evangelho as faz livres. O evangelho de Cristo não lida apenas com meias medidas. O fato de Onésimo estar convertido não o desobriga de suas responsabilidades. Ele havia quebrado a lei, fugido da cidade de Colossos e também furtado ao seu senhor. Onésimo estava arrependido, mas ainda não tinha feito a devida restituição.^'“ A honestidade é uma virtude que deve ornar a vida do cristão. Onésimo não pode seguir seu caminho como um cristão sem voltar ao seu senhor e restituir o que lhe foi lesado. O cristão precisa andar na luz. Não pode empurrar o passado sujo para debaixo do tapete. Não pode deixar nódoas no seu caráter. Não pode viver na ilicitude. E lamentável que muitos m uitos daqueles daqueles que professam professam o nome nom e de Cristo estejam vivendo ao mesmo tempo na contramão da integridade moral. N ad adaa é mais nocivo nocivo para o avanço avanço do evangelho do que indivíduos professarem a fé evangélica e ao mesmo tempo viverem acobertando seus pecados em nome dessa fé. 139
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
Em sétimo lugar, o valor do evangelho. Myer Pearlman, expondo a carta de Paulo a Filemom, elenca cinco fatos magníficos que revelam o valor dessa epístola.^“ Vejamos cada um deles a seguir. O seu valor pessoal Essa epístola nos mostra de forma eloquente o caráter do apóstolo Paulo. Transbordam dessa pe p e q u e n a cart ca rtaa seu se u amor am or,, h u m ild il d a d e , co corte rtesia sia,, a ltru lt ruís ísm mo e tato. O seu valo valorr provid pr oviden encia cial l Aprendemos nessa carta que Deus pode estar presente nas circunstâncias mais adversas (v. 15). 15). Q u a n d o as coisas coisas parecem pare cem fora fo ra de contro con trole le e as rédeas rédeas saem das nossas maos, descobrimos que elas continuam rigorosamente sob o controle divino. Aquilo que nos pare pa reci ciaa p e rda rd a é ga ganh nho. o. D e u s rev r evert ertee situaç situ açõe õess hu h u m a n a m e n te impossíveis. Ele transforma vales em mananciais. O seu valor prático. prático . Se não há causa perdida para Deus, também, não há vida irrecuperável. Onésimo era um escravo rebelde e fugitivo. Nada havia nele que o pudesse recomendar. No entanto, pela graça de Deus ele foi salvo, transformado e voltou à casa de seu senhor não como um criminoso, mas como um amado irmão em Cristo, m embro em bro da família de Deus. O seu valor social O cristianismo venceu a escravidão não pela revolução das armas, mas pelo poder do amor. C om o já mencionam men cionamos, os, na época de Paulo Paulo a escr escravi avidão dão era era uma dolorosa realidade. Os escravos não tinham direitos legais. Pela mínima ofensa eles podiam ser açoitados, mutilados, crucificados ou entregues às feras. Não lhes era pe p e r m itid it idoo m a trim tr im ô n io p e r m a n e n te, te , m as s o m e n te un uniõ iões es temporais que podiam ser rompidas segundo a vontade do amo. Porém, a conversão a Cristo uniu na mesma família da fé e na mesma igreja senhores e servos. Amo e escravo 140
Uma introdução à carta a Filemom
foram unidos no Espírito de Cristo e nessa união foram extintas todas as distinções sociais (G1 3.28). O seu valor espiritual A carta de Paulo a Filemom nos apresenta alguns símbolos notáveis da nossa salvação: Onésimo abandonando o seu amo. Paulo encontrando-o, intercedendo em seu favor, identificando-se com ele. O seu oferecimento de pagar a dívida e a recepção de Onésimo po p o r F ile il e m o m p o r causa cau sa d e Paulo Pa ulo;; a rest re stau aura raçã çãoo d o escravo solicitada “[...] em nome do amor” (v. 9). Todas essas figuras lançam luz acerca da nossa grande salvação em Cristo.
N o t a s
do
c a p ítu l o 1
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141
inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
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Capítul Cap ítulo o2
Vidas transformadas, relacionamentos restaurados
(Fm 1-25)
O sistema de doutrinas; é, sobretudo, relacionamento, com Deus e com o pró p róxx imo. im o. Essa c a rta rt a é u m m a n u a l de relacionamento. Trata de amor, perdão, restituição e reconciliação. Embora essa ten te n ha sido escrita há quase vinte séculos séculos,, seus ensinos continuam vivos, atuais e absolutam absolutamente ente oportunos. Paulo estava estava preso preso em Rom R oma, a, quan qu ando do o escravo Onésimo, depois de furtar a seu senhor (v. 18), fugiu para Roma, “o esgoto comum de toda a miséria e vício do mundo antigo”.^ Seu propósito possivelmente era esconder-se no meio da multidão. Em vez de íicar incógnito na capital do
Tito
e
F ilemom - doutrina e vida um binôm io inseparável
império, entrementes, foi parar exatamente na mesma pris pr isão ão o n d e estava esta va o v e tera te rann o ap após ósto tolo lo.. David Stern é da opinião de que Onésimo, o escravo fugitivo, tinha ido procurar refúgio em Paulo, na cidade de Roma, entretanto não se encontrava preso. Caso as autoridades autoridad es o tives tivessem sem capturado captu rado,, não o teriam encarcerado, encarcerado, mas o devolvido a seu senhor, conforme exigência da
lei.3'3
Entre algemas, Paulo o levou a Cristo (v. 10). Imediata m ente, o problema penden pen dente te vei veioo à tona. N a mesma m esma pri prisão são com Paulo estava Epafras (v. 23), fundador da igreja de Colossos (Cl 1.7), que se reunia na casa de Filemom (v. 2). Certamente, Epafras conhecia pessoalmente Onésimo e sua situação. Embora Onésimo tenha se tornado uma pes soa muito útil a Paulo na prisão (v. 11), servindo-o em suas algemas por causa do evangelho (v. 13), o apóstolo resolve enviá-lo de volta a seu senhor (v. 12). Por lei lei,, o senhor sen hor tin t inhh a permissão de executar um escra escravo vo que se rebel rebelasse asse,, mas m as Filem File m om era cristão cristão e, como com o tal, estava estava diante de um dilema: Se perdoasse a Onésimo, o que os outros senhores e escravos pensariam? E, se o castigasse, de quee manei qu maneira isso afeta etaria o seu t e s t e m u n h o E s s a car carta é escrita para ajudar Filemom a resolver esse dilema. Paulo expressa seu profundo afeto por Onésimo antes de enviá-lo a Colossos. Diz a Filemom que o escravo, agora convertido, é “[...] o meu próprio coração” (v. 12) e um “[...] irmão caríssimo” (v. 16). Filemom deveria recebê-lo com as mesmas honras que receberia o próprio apóstolo (v. 17). O remetente da carta (v. 1) Paulo se se apresenta como com o o autor auto r dessa dessa carta. carta. H á evidên e vidên cias externas e internas que comprovam a sua autoria.^'^ 144
Vidas Vidas transformadas, relacionam entos restaurados
Embora mencione Timóteo num gesto de fidalguia e con sideração sideração,, a carta é pessoa pessoal. l. T imót im óteo eo não é co coau autor tor da d a carta. carta. Paulo Paulo escre escreve veuu toda tod a a carta na primeira prim eira pesso pessoa. a. Tim óteo óte o era como um filho para o velho apóstolo. Tornou-se seu assis tente e emissário, viajando com ele e algumas vezes para ele.^'*" Paulo não precisa se apresentar como apóstolo, uma vez que escreve para um filho na fé e colaborador. Bem sabemos que no tempo de Paulo o nome do remetente era colocado no começo da carta e não no fim, como fazemos hoje. Paulo escreveu treze epístolas. Algumas delas foram escritas durante suas viagens e outras ele escreveu da prisão. Algumas cartas foram escritas para resolver problemas existentes nas igrejas, enquanto outras se destinavam destinav am a ensinar as as doutrin do utrinas as do glorioso evangelho evangelho.. Quando sua autoridade apostólica era questionada, Paulo sempre se apresentava como apóstolo. Para seus amigos, Paulo se identificava apenas como servo de Cristo. Nessa carta a Filemom Filem om,, Paulo apenas se de deno nom m ina “[ “ [...] ..] prisioneiro de Cristo Jesus” (v. 1). É importante enfatizar que Paulo se identifica como pri p risi sioo n e iro ir o de C ris ri s to Jesus. Jesus . Ele está es tá preso pr eso a C rist ri stoo p o r fé e compromisso, e também preso numa prisão romana por crer em Jesus Cristo e lhe ser leal (At 28.30). “Prisioneiro” indica as condições adversas sob as quais ele trabalha. Levand Levandoo em conta o propósito da carta carta - inspirar inspirar graç graçaa e perdão em Filemom por Onésimo -, as circunstâncias deploráveis de Paulo tornam as dificuldades de Filemom como nada.'^'^ Lightfoot é da opinião que Paulo omite a credencial do seu seu apostolado propos pro positada itadam m ente, ente , um a vez que a finalidade finalidade dessa carta é solicitar em nome do amor, e não dar ordens (v. 8,9). Como poderia, então, Filemom resistir aos rogos 145
vida um binômio inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
de seu pai espiritual, já velho e encerrado em uma prisã pri são? o?"« "« Fritz Rienecker diz que a frase “de Cristo Jesus” expressa a quem Paulo pertencia, e indica que a sua carta não deveria ser considerada uma carta particular, mas uma mensagem. Isto obrigaria as pessoas que a recebessem a obedecer-lhe.^*^ João Calvino é da opinião que as cadeias a que Paulo foi atado por causa do Evangelho eram os adornos ou insígnias dessa embaixada que ele desempenhava para Cristo. Por conseguinte, o apóstolo as menciona com o fim de afirmar sua autoridade, não porque tivesse medo de ser desprezado, mas porque ia defender a causa de um escravo fugitivo, e a pa p a r te p rin ri n c ipa ip a l d a c a rta rt a era u m a súpl sú plic icaa de pe perd rdão ão.. Vale destacar que Paulo não atribui sua prisão à perse guição dos judeus ou romanos, nem mesmo à orquestração do diabo. O apóstolo entendia que a soberania de Cristo governava plenamente sua vida. Por isso, olhava para a sua pris pr isão ão c omo om o u m a a g e nd ndaa divi di vina na,, e nã nãoo c om o u m a m a q u i nação dos homens ou ação maligna. Paulo, de fato, era um embaixador em cadeias. Durante algum tempo do seu mi nistério ficou preso e teve sua liberdade restringida, mas jam ja m ais ai s a Palavr Pal avraa de D e u s esteve alge al gem m ad ada. a. Os destina dest inatár tários ios da carta ca rta (v. (v. 1, 1,22) Embora essa carta seja pessoal e particular, não é endereçada exclusivamente a Filemom, mas também à irmã Afia e a Arquipo, bem como à igreja que estava na casa de Filemom (v. 1,2). A menção de Áfia nessa missiva é importante porque naquela época as mulheres cuidavam dos negócios do lar lar, e era m uito ui to im po porta rtann te que ela soubesse soubesse o que Paulo tinha a dizer acerca de Onésimo. 146 146
Vidas Vidas transformadas, relacionam entos restaurados
É impo im portan rtante te destacar destacar que havia havia uma um a igrej igrejaa que se se reunia reunia na casa casa de Filemom. Filem om. A palavra grega grega ekklesia, “igreja”, usada aqui, refer refere-s e-see a um grupo gru po de crentes que se reunia reu niam m na casa casa de Filemom para adoração, oração, edificação, exortação, comunhão e comemoração da morte de Cristo (a Ceia do Senhor). D ali ele eless saíam saíam para servir servir a Cristo e testem teste m un unha harr aos outros acerca do evangelho.Ao se reunirem na casa de Filemom, os cristãos eram todos u m em Cristo. Ricos e pobres, homens e mulheres, senhores e servos. Nessa assembleia dos santos, Filemom não tinha preeminência alguma sobre sobre Onésimo. O nésimo. Uma vez que o principal destinatário dessa carta é Filemom, vamos destacar alguns aspectos da sua vida: Em primeiro prim eiro luga lugar, r, era um dono de escravos. Filemom era um gentio procedente de Colossos, cidade do vale do Lico, na região da Frigia, na província da Ásia Menor. Era dono de escravos. Devia ter uma condição financeira abastada. Em segundo lugar, era era filh fi lho o na f é do após apósto tolo lo Paulo Paulo.. Embora Paulo não tenha estado em Colossos, exerceu grande influência sobre toda a Ásia Menor por ocasião da sua terceira viagem missionária (At 19.10). Durante seus três anos em Éfeso, capital da província da Ásia Menor, muitas pessoas foram alcançadas pelo evangelho naquela região, dentre elas Filemom. Esse rico senhor de escravos era filho na fé do apóstolo Paulo (v. 19). Filemom era um cristão exemplar. Ele tinha fé em Jesus (v. 5) e amor para com todos os santos (v. 7). Calvino é da opinião de que esse elogio que Paulo faz faz a Filemom Filemo m inclui de forma form a breve breve toda a perfeição perfeição de um cristã cristão. o. Esta E sta consiste consiste de duas partes: fé em Cristo Cris to e amor am or ao pró p róxi xim m o . A essas essas du duas as coisas se rela re lacc iona io nam m tod to d o s os atos ato s e obrigações de nossa vida.^^"* 147 147
T ito e F ilemom - doutrina evida um binômio Inseparável
Em terceiro lugar, era um colaborador do apóstolo Paulo. Filemom era um colaborador do apóstolo Paulo (v. 1). A pala pa lavr vraa grega usada p o r Paulo, Pau lo, syn synergo rgos, “cooperador”, era com frequência en.pregad en.pregadaa para indicar ind icar seus seus companheiros com panheiros na obra do evangeho.^^^ O amor de Filemom era demons trado a todos os santos (v. 5). O próprio Paulo era alvo do seu abnegado amor (v. 7). Filemom era um bálsamo na vida dos crentes. He reanimava o coração dos santos (v. 7). Filemom era um tomem hospitaleiro (v. 22). Não apenas seu coração estava aberto para amar os irmãos, mas tam bé b é m sua su a casa estavi es tavi a serviço das pessoas. Em quarto luga", era um homem que tinha toda toda a fam fa m ília íli a comprometida com o evangelho. Paulo dirige-se não somente a ele, mas tambén a Afia, sua mulher, e a Arquipo, seu filho filho.. William W illiam MacDona Ma cDonald ld diz que a maioria m aioria dos dos estudios estudiosos os afiirma que v\fia erí esposa de Filemom. O fato de que essa carta foi endereçada também a uma mulher nos relembra que o cristianismo exalta o gênero feminino. Devido à ausêicia de Epafras, preso com Paulo em Roma (v. 23), Arquipo desempenhava a função de pastor da igreja igreja de Colo Coloss ssos os (Cl 4.17). 4.17 ). Toda To da a família de Filemom Filem om estava envolvida e engajada na obra de Deus. Arquipo era um cossoldado dc apóstolo Paulo, ou seja, uma pessoa engajada nas mesnas lutas e conflitos, que enfrentava os mesmos perigos e tuscava os mesmos objetivos. Em quinto lugsr, era um homem que hospedava a igreja em sua casa. Filemom entregou seu coração a Jesus e sua casa para a igreja de Jesus. A igreja se reunia em sua casa. As portas do seu ar estavam abertas para outras pessoas con|iecerem a Criíto e serem edificadas na Palavra. Até o terceiro século as ijrejas não tinham templos e se reuniam nos lares. 148
Vidas Vidas transformadas, relacionamentos restaurados
Na N a casa de File Fi lem m om os crente cre ntess de Colosso Colo ssoss se reu re u n iam ia m para pa ra ad a d o rar ra r a Deus De us,, orar or ar ao Senh S enhor, or, e stud st udaa r sua su a Palavra Palav ra e ter te r comunhão uns com os outros. Dali é que eles saíam para anunciar o evangelho em Colossos e irradiar sua luz por todo o mundo. O próprio apóstolo Paulo dá testemunho da puja p ujanç nçaa dessa dessa igrej igrejaa de Coloss Colossos: os: Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela pe la pa palav lavra ra da ve verd rdad adee do ev evang angelh elho, o, qu quee ch cheg egou ou até vós; co com mo também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade; segundo fostes instruídos por Epafras, nosso amado conservo e, quanto a vós outros, fiel ministro de Cristo, o qual também nos relatou do vosso amor no Espírito (Cl 1.3-8).
A saudaçã sauda ção o apostó ap ostólica lica (v. (v. 3) Usando seu estilo comum, Paulo invoca a graça e a paz pa p a ra F ilem il emom om,, sua su a fam fa m ília íli a e a igreja igr eja qu quee se r e ú n e em sua su a casa. A graça é a causa da salvação. A paz é o resultado. A graça é a raiz, e a paz é o fruto. Matthew Henry diz que a graça é a fonte de todas as bênçãos; e a paz é a síntese dessas bênçãos, concedida a nós como fruto e efeito da graça.^^® A graça é o dom imerecido de Deus. É seu amor redentor demonstrado a pecadores culpados. A paz se re fere tanto à paz que Cristo fez entre pecadores e Deus por meio de sua morte na cruz como àquele profundo senti mento de segurança mesmo no meio das turbulências da vida.^^^ Não N ão h á paz sem a graça, graça, e nao há h á graça gra ça desprovida despr ovida da paz. 149
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A fonte tanto da graça quanto da paz é o próprio Deus, Pai e Filho. Nao produzimos a graça nem a paz; nós a recebemos tanto do Pai quanto do Filho. Hans Burki faz uma preciosa síntese dessa carta como segue: Após a saudação (v. 1-3) Paulo transita para as ações de graças e a intercessão, intercessão, nas quais quais já indica o conteú con teúdo do da carta (v. 8-20). O bloco prin pr inci cipa pall é estr es truu tura tu rado do em qu quat atro ro partes par tes:: reco re cord rdaçã açãoo de um a boa ação de Filemom (v. 7-9); apresentação da condição transformada de Onésimo (v. 10-12); retrospecto e nova interpretação do acontecido (v. 13-16); 13-16); pedido pedid o a Filemom, para pa ra que torne tor ne a praticar um a boa ação ação (v. 17-20). A carta encerra com um u m a perspectiva confiante para o futuro (v. 21,22), bem como com os votos de saudação e bênção (v. 23-25).’’“
Algumas liçõ lições es de grande impo im portân rtância cia devem ser ser extraí extraí das dessa preciosa carta. Nunca perca uma oportunidade para elogiar sinceramente as pessoas (v. 4-7) Paulo é pródigo nos elogios. Era um encorajador ele tinha habilidade no trato com as pessoas. Vamos evidenciar aqui três pontos. Em primeiro lugar, Paulo destac destaca a o relacionamento relacionamen to de Filem Fil emom om com Deu D euss e com os irmãos irmã os (v. 4,5). Paulo agradece a Deus em oração pelo relacionamento de Filemom com Jesus e com os irmãos. Filemom tem fé em Jesus e amor pelo pe loss irmão irm ãos. s. Seu rela re lacc ion io n a m e n to ve vert rtic ical al e h o riz ri z o n tal ta l estava correto. Qual foi a última vez que você agradeceu a Deus pela vida de uma pessoa e disse isso para ela? Às vezes, nós só falamos para os irmãos quais são os seus pontos negativos. Devemos ser pródigos no encorajamento! 150
Vidas Vidas transformadas, relacionamentos restaurad os
Em segundo lugar, Paulo destaca destaca que a f é que Filem Fil emom om tin ti n ha era era demonstra dem onstrada da pelas obra obrass (v. 6). Filemom tinha uma fé operante. Sua fé atuava pelo amor (Gl 5.6). Podemos mostrar nossa fé não apenas pela pregação do evangelho, mas também alimentando os famintos, vestindo os nus, confortando os aflitos, libertando os oprimidos. Filemom deveria demonstrar sua fé perdoando ao escravo fugitivo. Em terceiro lugar, Paulo enaltece os efeito efeitoss do amor am or de Filem Fi lemom om na vida vid a das pesso pessoas as (v. 7). Paulo não era daquele tipo de crente que acha que é perigoso fazer elogios sinceros. Diga para as pessoas que elas são uma bênção. Diga que você você tem tem sido sido abençoado po porr intermédio interm édio da vida vida delas. Diga que muitos são consolados por intermédio do ministério delas. A casa de Filemom era um oásis. Sua vida tem sido um refrigério para as pessoas que vivem ao seu redor? Quando as pessoas oram por você, po p o d e m fazê-lo fazê- lo c o m alegr ale gria ia o u sem se m p re c o m lágrimas? lágrim as? O amor cristão sempre abençoa as pessoas: demonstra gratidão pelos outros (v. 4); procura o bem dos outros (v. 10); lida honestamente com eles (v. 12); leva o fardo dos outros (v. 18) e crê no melhor das outras pessoas (v. 21).^^“ Nunca Nunca você é tão grande como quando qua ndo você é humilde hum ilde (V. 1,8,9,14,19) Dois pontos merecem destaque: Em primeiro lugar, Paulo não se apresenta apresenta como como após apósto tolo lo,, mas como prisione pris ioneiro iro de Crist risto. o. Q ua uand ndoo Paulo Paulo vai interceder po p o r u m escravo, escr avo, coloc col oca-s a-see n o nível nív el dele del e e, em vez de usar us ar sua autoridade de apóstolo, apresenta-se como prisioneiro de Cris C risto to (v. 1) e o velho (v. 9). Qu Q u a n d o vai de defe fend nder er a causa de alguém, que o mundo considerava apenas um objeto do 151 151
inseparável T ito e F ilemom - do utrina e vida um binôm io inseparável
seu dono, chama-o de “meu filho” (v. 10), “o meu próprio coração” (v. 12). Em segundo lugar, Paulo pede pe de como fa v o r aquilo aqu ilo que pode po deri ria a ordenar ordena r como direito (v. 8,9). Paulo não usa a autoridade de apóstolo apóstolo para im po porr sua vontade vontad e a Filemom, Filemom, mas faz uma solicitação em nome do amor. Se Paulo não tivesse ganhado o coração de Filemom, Onésimo poderia ter tido um a recepção recepção gela gelada da.. Paulo prefere apelar em nome do amor do que ordenar (v. 8,9). Muitas vezes podemos fechar portas em vez de abri-las quando assumimos uma posição autoritária, em vez de um a postura hum hu m ilde. Nunca perca a oportu op ortunid nidade ade de ser um pacificador (v. (v. 7-16 7-16)) Paulo Paulo usou sei seis fortes fortes argum arg umento entoss para par a apelar a Filemom, Filemom , a fim de que recebesse com bom grado a Onésimo de volta. Paulo foi um intercessor, um mediador e um pacificador. Foi um construtor de pontes. Temos construído pontes ou cavado abismos entre as pessoas? Vejamos os argumentos usados por Paulo. Em primeiro prim eiro lugar, lugar, ele ele começou começou com a reputação de File Fi lem mom (v. 7,8 7 ,8). ). As palavras palavr as como um u m home ho mem m que que abençoava aspesso pessoas as (v “pois bem” conectam-se com o fato de que Filemom era um homem que reanimava o coração dos santos. Agora, Paulo Paulo está está lhe lhe dando dan do a op oportu ortunid nidad adee de refri refriger gerar ar o próprio coração. Filemom tinha sido uma bênção para muitos crentes, agora deveria ser também para um escravo fugitivo quee havia se qu se convertido. Em segundo lugar, ele usou a linguagem do amor em vez da autoridade apostólica para sensibilizar Filemom (v. 9). Paulo era apóstolo, idoso e ainda estava preso. Mas, em vez de ordenar, pede e suplica. Não usa sua autoridade, sua
Vidas Vidas transformadas, relacionamentos restaurados
condição nem sua idade para pressionar Filemom. A força da súplica é mais eloqüente do que o grito da imposição. A humildade abre mais portas do que a arrogância. A sensibilidade é mais eficaz do que a imposição. Um ditado chinês diz que “pegamos mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de fel”. Em terceiro lugar, ele usou o fato da conversão de Onésimo para pa ra mover mov er o cora coraçã ção o de Filem Fil emom om (v. 10). Onésimo era apenas um escravo ladrão e fugitivo; mas, agora, convertido a Cristo, é filho de Paulo na fé e na mesma fé irmão de Filemom. Em Cristo não há escravo nem livre (Gl 3.28). Isso não significa que, quando uma pessoa é convertida, sua condição social muda; ou que suas dívidas não devam mais ser pagas. O argumento de Paulo é que Onésimo tem uma nova posição diante de Deus e do povo de Deus, e Filemom tem de levar isso em consideração. A vida de Onésimo pode ser dividida em cinco partes: 1) Na casa casa de Filem Filemom om - sua desonestidade; 2) 2) Em E m Ro Rom ma - um a grande cidade de liberdades liberdades sem sem limites limites e muitas tentações; 3) Sob a influência da pregação de Paulo —um ouvinte e um convertido; 4) Na prisão, como um ajudante de Paulo - sua conversão conversão se prova pelo fato de deixar as as más companhias, servir a Paulo e estar pronto a voltar ao seu seu senhor; senhor; 5) N a cas casa do do seu senhor novam ente - retorno, reconciliação e alegria. Em quarto lugar, ele usou o argumento da mudança na vida de Onésimo (v. 11-14). Onésimo havia se tornado um escravo inútil para o seu senhor. Além de inútil, ainda furtara seu seu senhor e fugir fugira, a, deixando deixan do um exemplo negativo negativo pa p a r a os o u tro tr o s servos. P orém or ém,, o ev evan ange gelh lhoo ch chee g ou à vida vi da desse escravo e seu coração foi transformado. Seu nome significa “útil” e agora Onésimo já estava à altura desse
trina e vida vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - dou trina
nome. Agora Onésimo é útil de nome e de carâter.^-’^ O nome Filemom significa afeiçoado o u aquele que é gentil. Se o escravo que se tornara inútil agora é útil, não deveria o nome do patrão também fazer jus ao seu significado? Ralph M artin diz que Onésimo era era um nome comum para para escravos, achado muitas vezes nas inscrições, parcialmente po p o r q u e u m escravo escrav o sem se m n o m e rece re cebe beria ria esse esse n o m e de identificação, na esperança de que vivesse à altura do seu n o m e ado a dotiv tivoo no serviço do seu dono.-’dono.-’-^^ Paulo poderia ter mantido Onésimo consigo em Roma, mas resolveu devolvê-lo ao seu senhor como alguém útil. O dever vem antes do prazer (v. 13,14). Paulo bem que po p o d e ria ri a co cons nser erva varr O n é s im o co cons nsigo igo,, m as resol re solveu veu fazer a coisa certa, mandando-o de volta ao seu senhor. Ser leal a Deus pode, às vezes, exigir que resolvamos fazer aquilo que não desejamos e, pela força da vontade, o que não é nossa inclinação. O evangelho transforma as pessoas: um inútil numa pess pe ssoa oa útil. út il. U m escravo, n u m irm ir m ão ão;; u m ladr la drão ão em u m a pessoa pes soa ho hone nest staa ; u m fugit fu gitiv ivoo em alg al g ué uém m qu quee v olta ol ta pa para ra pe p e d ir pe perd rdão ão.. O s escravos frígios frígio s t inh in h a m a m á repu re puta taçã çãoo de serem preguiçosos e imprestáveis. De uma maneira, especialmente, Onésimo fora infiel ao seu nome, mas agora é um homem transformado e útil.-^^^’ A transformação operada em Onésimo lhe dava agora nova inspiração para as antigas tarefas. Sua conversão não o isentou de suas responsabilidades, mas o ajudou a cumprir suas tarefas com uma nova motivação e um novo espírito. Em quinto lugar, ele usou o argumento da providência divina (v. 15,16). Paulo compreende que as circunstâncias po p o d e m esta es tarr fora fo ra do no noss ssoo co cont ntro role le,, mas ma s nã nãoo do c on ontr trol olee
Vidas Vidas transformadas, relacionamento s restaurados
de Deus. Ele demonstra isso de duas maneiras eloqüentes. Primeiro, ele mesmo nao se considerava prisioneiro de Roma ou de César, mas de Cristo (v. 1). E Cristo quem está no controle da sua vida. Segundo, a fuga de Onésimo estava estava fora da previs previsão ão de Filemom F ilemom,, mas não nã o fora da agenda age nda de Deus (v. 15,16). Como crentes, devemos crer que Deus está no controle das situações e circunstâncias mais difíceis (Rm 8.28). A fuga de Onésimo não apanhou Deus de surpresa. Deus o levou a Roma para salvá-lo e devolvê-lo como um irmão ao seu senhor. senhor. O nésim nés imoo foi foi para Rom R omaa como um escr escrav avo, o, mas mas voltou para a casa de Filemom como um irmão; ele partiu como um homem desonesto e voltou como um homem salvo. Ele se ausentou por pouco tempo e retornou para estar estar com Filemom Filemo m o tempo temp o todo tod o e po porr toda tod a a eternidad etern idade.’’ e.’’**^ Os planos de Deus não podem ser frustrados. Em sexto sexto lugar, ele usou usou o argumento argum ento de seu seu prof pr ofun undo do afeto afeto (v. 12 12). ). “Eu to envio de vo volta lta em pessoa, quero quer o po p o r Onésimo Onés imo (v dizer, o meu próprio coração.” Paulo pede que Onésimo seja recebido como se fosse seu filho (v. 10). Paulo não vê O nésim o como com o um u m esc escravo ravo,, mas como um irmão carí caríss ssimo imo (v. 16). Receber Onésimo era a mesma coisa que receber o pr p r ó p rio ri o Paulo Pa ulo (v. 17). O term te rm o “rece re cebe ber” r” (v. 17) signif sig nifica ica “receber no seu círculo familiar”. Imagine um escravo ser aceito na família de seu senhor! Mais maravilhoso ainda é um pecador pecad or perdido perd ido ser ser aceito aceito na família de Deu D eus.’^ s.’^^^ Nunca desista de ver o poder do evangelho prevalecendo na vida das pessoas (v. 17-25) Ne N e ste st e aspe as pect cto, o, de dest stac acam amos os c inco in co p o n tos: to s: Em primeiro lugar, precisamos aprender apren der que qu e não existem pesso pessoas as mais impor imp ortan tantes tes que q ue outras (v. 17). Paulo, o apóstolo 155
outrina e vida um binôm io inseparável inseparável T ito e F ilemom - d outrina
de Cristo, roga para que Filemom receba o escravo con vertido como se fosse ele mesmo. Isso quer dizer que nao existe uma pessoa mais importante do que outra na igreja de Deus. Somos todos iguais. Somos todos companheiros de jornada. Erlo Stegen, missionário entre os zulus, na África do Sul, relata uma experiência vivida numa cultura marcada pelo pe lo p rec re c o n c e ito it o racial. racia l. Ao rece re cebe berr algum alg umas as a u tori to ridd a d es sul-africanas na sede de sua misao, ficou com vergonha de reunir-se àquelas ilustres personalidades perto dos negros zulus. Furtivamente, fechou a janela para que as autoridades não vissem os negros associados a ele. Imediatamente o Espírito de Deus gerou em seu coração uma profunda convicção de pecado e ele entendeu que, se fechasse aquela jane ja nela la,, o p róp ró p rio ri o D eu euss ficaria fica ria do lado la do de fora. for a. Foi s o m e n te depois que as barreiras do racismo caíram por terra que a Missão Kwa Sizabantu experimentou um poderoso avivamento espiritual. Em segundo lugar, precisamos aprender apren der a nos nos identi ide ntific ficar ar com asfalh fa lha a s das pesso pessoas as (v. 18,19). Paulo pediu a Filemom par p araa rece re cebe berr a O n é s im o c o m o “ [...] [...] o m e u [Paulo] p r ó p rio ri o coração” (v. 12). Onésimo possivelmente havia furtado ou desviado dinheiro ou bens do seu senhor. Paulo estava pronto a colocar a dívida de Onésimo em sua conta (v. 18,19). Paulo estava assumindo a responsabilidade por tudo quanto Onésimo devia. A suposição subjacente é que Paulo conhecia a lei mediante a qual uma pessoa que dá guarida a um escravo fugitivo ficava devendo ao dono o valor da perda de trabalho envolvida na deserção do escravo. ’ " 156
Vidas Vidas transformadas, relacionamento s restaurados
Isso é profunda identificação. Precisamos ter compaixão pelos pel os qu quee erra er ram m . O cris cr isti tiaa nism ni smoo tra tr a n s form fo rm a o p ior io r escravo no melhor dos homens livres. Essa identificação é uma ilustração do que Jesus fez por nós. Lutero disse que todos nós somos Onésimos. Jesus se identificou de tal forma conosco que o Pai nos recebe como ao próprio pró prio Filho. Filho. Somos aceito aceitoss no Amado Am ado (Ef 2.6). Fomos vestidos com sua justiça (2Co 5.21). A palavra “recebe-o” no versículo 17 é receber dentro do círculo familiar. Imagine um escravo entrando dentro do círculo familiar do seu senhor. Imagine um pecador entrando na família de Deus! Paulo não sugere que Filemom ignore os crimes de Onésim On ésimo. o. Mas se oferec oferecee para pagar paga r sua dívida. dívida. A linguagem linguag em do versíc versícul uloo 19 soa soa como um a not n otaa promissória prom issória leg legal. al. N ão ba b a s tou to u o a m o r de D e us p a ra no noss salvar. salvar. Ele no noss salvo sa lvouu p o r sua graça. E graça é amor que paga um preço! Ele pagou a nossa dívida. Isso é a doutrina da imputação. Cristo morreu na cruz e nossos pecados foram lançados sobre ele (IPe 2.24). Quando confiamos nele, sua justiça é lançada sobre nós. Então, Deus nos recebe como recebe ao seu Filho. tan to a restituição restituição Em terceiro lugar, precisamos exercitar tanto quanto o perdão (v. 12,17-20). Uma pessoa convertida tem uma profunda transformação no seu caráter. Uma pesso pe ssoaa c o n v e rtid rt idaa nã nãoo p o d e mais ma is ser calot ca loteir eira. a. Ela assu as sum me suas responsabilidades. Ela faz restituição. Paulo restitui Onésimo e está pronto a restituir o dinheiro que Onésimo furtou. Concordo com Myer Pearlman quando diz que a conversão é motivo forte para pagar as dívidas, guardar as promessas, ser diligente nas suas ocupações e fazer restituição por quaisquer maus atos praticados antes. 157
vida um binômio inseparável inseparável T ito e F ilemom - doutrina e vida
Contudo, embora Paulo esteja pronto a pagar a dívida, encoraja Filemom a perdoar. O perdão é a marca de um verdadeiro verda deiro cristão. cristão. Perdoar Pe rdoar é cancelar a dívida, é não cobrá-la cobr á-la mais. É deixar a outra pessoa livre e ficar livre. Aqui temos também um exemplo vivo de uma das grandes grandes doutrinas do cristi cristianis anismo, mo, a doutrina dou trina da imputação (v. 18). Nossa dívida não foi colocada em nossa conta (2Co 5.19). Em vez disso, foi colocada na conta de Cristo (2Co 5.21). O Filho de Deus, então, como nosso fiador e representante, pagou nossa dívida com o próprio sangue (Cl 2.14). Imediatamente, foi creditada em nossa conta a infinita justiça de Cristo (2Co 5.21b). Cristo pagou o preç pr eçoo d a no noss ssaa rede re denç nção ão.. Fom Fo m os just ju stif ific icad ados os e n e n h u m a condenação pesa mais sobre nós (Rm 8.1). É como se jam ja m ais ai s tivéss tiv éssem emos os pe peca cado do.. Fica Fi camo moss c o m p leta le tam m e n te qu quit ites es diante da lei e da justiça divina. Em quarto lugar, precisamos aprender apren der sobr sobree o glor glorio ioso so pode po derr de Jesus Jesus para pa ra salvar salva r (v. 10). Jesus apanha um escravo fugitivo e faz dele um homem livre, santo, salvo, útil. Não há caso perdido para Jesus. Não devemos desistir de pregar nem de esperar a transformação das pessoas. Jesus ainda continua transformando escravos em homens livres. O evangelho transforma um ladrão em um irmão. Em quinto lugar, precisamos precisamos compreender compreender que qu e uma um a pesso pessoa a convertida se torna uma pessoa útil nas mãos de Deus (v. 11). U m a pesso pessoaa convertida prec precis isaa ser ser um a bênção. bênção. Ela Ela tem tem um a transform tran sformaçã açãoo radical na vida. vida. Ela não é mais a mesma. Suas Suas palavras pala vras m u d a m . Sua Su a co c o n d u ta m u d a . Suas ati a titu tudd es m u d a m . Antes era um problema, agora é uma bênção. Uma pessoa convertida é uma bênção permanente (v. 15). Paulo termina a carta com ensinos ainda mui preciosos; Q uand ua ndo o se f a z as co coisa isas do do jeit je ito o de Deus, os resulta resultado doss
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Vidas Vidas transformadas, relacionamen tos restaurados
sempre sempre transcendem as expectativas (v.
21). Embora Paulo não tenha combatido frontalmente o regime da escravidão, admoestou tanto os servos quanto os seus senhores a serem íntegros (Ef 6.5-9; Cl 3.22-4.1; iTm 6.1,2; Tt 2.9,10). Paulo, outrossim, encorajou os escravos cristãos a obter sua liberdade quando possível (ICo 7.21-24). Mesmo não conseguindo a alforria, em Cristo eram livres. Nes N essa sa c a rta rt a Paul Pa uloo solic so licita ita a F ilem il emoo m mais ma is do q u e s im im ple p lesm sm e n te p e r d o a r O n é s imo im o ; pe pedd e qu quee ele rec r eceb ebaa O n é s im o como um irmão caríssimo. E consenso quase unânime que Paulo rogou a Filemom para alforriar Onésimo. A tradição declara que Onésimo recebeu a sua libertação e mais tarde veio a ser bisp bi spoo d a igre ig reja ja de Bere Be reia ia.’" .’"*’ W arren Wiersb W iersbee diz que, se os os primeiros prime iros cristãos cristãos tives tivessem sem começado campanhas contra a escravidão, teriam sido exterminados pela oposição, e a mensagem do evangelho se confundiria com uma plataforma social e política. Alexander MacLaren nos oferece uma oportuna explicação para essa delicada questão: Em primeiro p rimeiro lugar lugar,, a mensagem do cristianismo é dirigida, principal mente, a indivíduos e, apenas de modo secundário, à sociedade. Dei xa ao encargo das unidades que influenciou o trabalho de influenciar as massas. Em segundo lugar, atua sobre atitudes espirituais e morais e, somente depois disso e em decorrência de tais atitudes, sobre atos ou instituições. Em terceiro lugar, essa mensagem abomina a violên cia e confia inteiramente na consciência esclarecida. Assim, não se envolve diretamente com nenhuma estrutura política ou social, mas declara princípios que afetam profundamente tais estruturas e instila seus princípios na consciência geral.
Tudo povo po vo (v.
0
que Deus D eus faz fa z , o f a z p o r meio da inte interrcess cessã ão do se seu
22). Paulo entende que só Deus pode libertá-lo da 159
utrina e vida vida um binômio inseparável inseparável T ito e F ilemom - do utrina
prisã pr isão, o, mas ma s o S e n h o r fará fa rá isso p o r inte in term rm é d io das oraçõ or ações es da igreja. O altar está conectado com o trono. Quando a igreja ora, ela move o braço daquele que governa o mundo. Quando o homem trabalha, o homem trabalha; mas quando o homem ora. Deus trabalha! Jamais Jama is deixe de valorizar as pesso ssoas que estão tão ao ao seu lado lado (v. 23,24 23 ,24). ). Paulo Paulo destaca na conclusão dessa dessa carta vários vários irmãos: irmãos: Epafr Epafras as.. Paulo envia a Filemom as saudações de Epafras, que estava estava preso com ele ele em Roma Ro ma.. O apó apóstolo stolo destaca d estaca es esse homem por sua dedicação a Cristo, a Paulo e ao evangelho. Nas N as ho hora rass m ais difíceis difíc eis do ap após ósto tolo lo Paul Pa ulo, o, Epafr Ep afras as estava do seu lado. q ue estava estava com Paulo (Cl 4.10), 4.1 0), era Marcos. Marcos. João Marcos, que o rapaz que o abandonara na primeira viagem missionária (At 12.12,25; 15.36-41). Paulo havia perdoado a Marcos e era grato pelo seu seu ministé m inistério rio fiel (2Tm 4.11). 4.1 1). Esse Esse M arcos é o primo de Barnabé e escritor do segundo evangelho. Aristarco. Aristarco. Aristarco era de Tessalônica e acompanhou Paulo a Jerusalém e, depois, a Roma (At 19.29; 27.2). Demas. Demas é mencionado três vezes nas cartas de Paulo: “Demas e Lucas, meus cooperadores” (Fm 24); “Saúda-vos [...] Demas” (Cl 4.14); “Porque Demas, tendo amado am ado o presente sécu século lo,, me aba a band ndon onou ou”” (2Tm (2Tm 4.10). João Marcos falhou, mas foi restaurado. Demas parecia ir bem, m as ca c a iu .’'*'^ Luca Lucas. s. Certamente é o “[...] médico amado” (Cl 4.14) que acompanhou Paulo, ministrou ao apóstolo e, por fim, escreveu o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. A graça graça deve estar estar presente desd desdee o come começo ço até at é o f i m da nossa vida (v. 3,25). Paulo termina a carta como começou,
com a graça do Senhor Jesus Cristo. Por ela fomos salvos, po p o r ela vivem viv emos os e po p o r ela e n trar tr aree m os n o céu.
Vidas Vidas transformadas, relacionamento s restaurados
N o t a s
do
c a p I tu l o 2
P earlivlan , M y e r . Comentário bíblico: Epístolaspaulinas. 1 9 9 9 ,
p . 2 2 1 . ’ St e r n ,
David H. Comentário judai jud aico co do Novo Testam Testamen ento. to. São Paulo: Atos 2008, p. 717. W i e r s b e , Warren Warre n W. Comentário bíblico expositivo, p. 350. Confira esse fato no capítulo anterior. B a r t o n , B r u c e B . e t all. Life application Bible commentary, commentary, p. 250. N i e l s o n , John B . A epísto epístola la a Filemom Filem om e m Comentário bíblico Bea con, p. 578. ’ *** L i g h t e o o t , j. j . B. Philemo i n The cla Phil emon n in classic ssic Bible commentary, comme ntary, p. 1.440. R i e n e c k e r , Fritz; R o g e r s , Cleon. Chave linguistica do Novo Testa mento Grego, p. 488. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo, p. 402 402.. R i e n e c k e r , Fritz e R o g e r s , Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego. 1985, p- 488. B o r l a n d , James A . The Epistle to Philemon in The complete Bible commentary. Nashville, TN: Thomas Nelson Pusblishers, 1999, p . 1 . 6 6 6 .
William. Believer’ Belie ver’s Bible Bib le commentary. 1995, p. 2.149. C a l v i n o , Juan. Comentários a las epístolas pastorales de San Pablo, p. 403 403.. ’*5 R i e n e c k e r , Fritz; R o g e r s , Cleon. Chave linguistica do Novo Testa mento Grego, p. 488. Believ er’s Bible commentary, p. 2.148. M a c D o n a l d , William. Believer’ ™ R i e n e c k e r , Fritz; R o g e r s , Cleon. Chave linguística do Novo Testa mento Grego, p. 488. H e n r y , Matthew. M Mat atth thee w LLen LLenry ry’ s’ commentary. commentary. Grand Rapids, MI: Marshall, Morgan & Scott: 1960, p. 1.907. B a r t o n , Bruce B. et all. Life Li fe application ap plication Bible commentary, commentary, p . 252. Car ta aos aos Tessalo Tessalonic nicen enses ses,, Timóteo, Tim óteo, Tito Tit o e File Filemo mom, m, B u r k i , Hans. Carta p. 43 435. 5. Believe r’s Bible Bib le commentary, commentary, p . 2.149. M a c D o n a l d , William. Believer’ Notas Nota s e comentários da Bíbl B íblia ia de Genebra Genebra,, versão New King James. bíblico: Epístolas Epístolas paulina pau linas. s. Rio de P e a r l m a n , Myer. Comentário bíblico: Janeiro: C P A D , 1999, p. 224. M a r t i n , Ralph P. Colossenses e Filemom: Introdução e comentário. 1984, p . 170.
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151 151
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bíblico: Epístolas Epístolas paulinas, paulin as, p . 2 2 8 . P e a r l m a n , M y e r . Comentário bíblico: M
artin ,
Ralph
P. Colossenses e Filemom: Introdução e comentário,
p . 1 7 1 .
Myer. Comentário bíblico: bíblico: Epístolas Epístolas paulinas, pauli nas, p, 229. L i g h t f o o t , J. B. Philemo Phil emon n in The classic Bible commentary, p . 1.441. Warre n W. Comentário bíblico expositivo, p. 352. W i e r s b e , Warren M a r t i n , Ralph P. Colossenses e Filemom: Introdução e comentário, Pe a r l m a n ,
p . 1 7 3 . W iersbe,
Warren Warr en W. Comentário bíblico expositivo, p . 352. bíblico: Epístolas Epístolas paulinas, pauli nas, p. 230. P e a r l m a n , Myer. Comentário bíblico: P e a r l m a n , Myer. Comentário bíblico: bíblico: Epístolas Epístolas paulina pau linas, s, p. 225. r r en e n W . Comentário bíblico expositivo, p . 353. 3«'* W i e r s b e , W a rr M a c L a r e n , Alexander. The Th e exposit expo sitor’ or’s Bible. Vol. 6. Grand Rapids; Wm. Eerdmans, 1940, p. 301. W i e r s b e , Warren W . Comentário bíblico expositivo, p . 354.
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COME^JTÂRIOS EXPOSITIVOS
H A G N O S
As cartas de Paulo a Tito e Filemom sào gemas valiosissimas que enriquecem o conteúdo da verdade revelada de Deus. Tito associa de forma magnífica a doutrina ao dever; a teologia à vida. 0 dever decorre da doutrina; a vida é resultado da teologia. Desprezar a doutrina é cair no abismo de uma vida desregrada. Abandonar a teologia é enveredarse pelos atalhos sinuosos da heresia e cair no abismo da devassidão moral. A carta a Filemom é a menor e a última carta de Paulo no cânon . É uma das jóias mais belas de toda a liter literatura atura univ un iver ersa sal. l. É um m anual de relacionamento relacionamento h um ano no qual se proclama de forma clara o poder e a eficácia do evangelho. Não há casos perdidos para Deus. Não há vidas irrecuperáveis para Deus. Não há instrumento tão poderoso como 0 evangelho para transformar vidas, famílias e a própria sociedade. H ernand es Dias Dias Lopes, Lopes, casado com Ld em ilta Pimentel Lopes, pai de Thiago e Mariana. Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, SP e Doutor em Ministério pelo Reformed Theological Seminary de Jackson, Mississippi, Estados LInidos. Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, Espírito Santo, desde 1985. Conferencista e escritor, com mais de 60 livros publicados. Contatos: www.hernandesdiaslopes.com.br
[email protected] ISBN978-85-7742-051-3
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Categoria: Liderança