UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PERN AMBUCO DEPARTAMENTO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS LICENCIATURA EM LETRAS ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO 1 ARTHUR MOTA ALVES
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO
Recife 2014
INTRODUÇÃO
O presente relatório objetiva apresentar informações que foram adquiridos com as observações no decorrer do período de Estaio !upervisionado "# em turmas do Ensino $undamental e %&dio# na Escola Estadual 'oaquim (avier de )rito* +bordaremos um pouco da realidade da educaç,o nesta instituiç,o de ensino# observando o rendimento dos alunos durante a e-ecuç,o das aulas e o desempen.o do professor em busca dos meios necess/rios para atinir seus objetivos com relaç,o aprendiaem* O est/io possibilita aos futuros professores a compreens,o das ações praticadas dentro da instituiç,o# assim dando uma pr&via da realidade# como tamb&m do que nos queremos realmente para a preparaç,o inserç,o profissional* ale ressaltar# que aprendemos observando o professor# por&m# elaboramos nosso próprio modo de ser# um incentivo para a profiss,o futura* 3ortanto# fase necess/rio que a educaç,o seja levada a s&rio e que a teoria e a pr/tica camin.em juntas em favor de possibilitar a compreens,o do aluno e que esta educaç,o ten.a efeito sinificativo em sua vida*
1.0 A ESCOLA + Escola 'oaquim (avier de )rito est/ localiada na 5ona Oeste# especificamente na Rua 6ordisl7ndia# 1120# na cidade do Recife# 3ernambuco* "niciou suas atividades 08 de fevereiro de 19:1# com o nome de Escolas Reunidas do Instituto Joaquim Xavier de Brito, como ane-o Sociedade Educacional e Esportiva da Iputinga ;!*E*E*"<* 6om o fim
da referida sociedade# e seuindo as indicações do que estava previsto no Estatuto da !*E*E*"*# reistrado em cartório# todo o terreno terminou cedido ao Estado que# a partir de ent,o# passou a erir a instituiç,o educacional* = &poca# a Escola funcionava apenas com uma turma que contava com cerca trinta e cinco alunos* 6om o passar dos anos# tornouse a escola de maior n>mero de turmas de 1? 4? s&ries @ contava ent,o com trinta e seis turmas @ da atual Rei,o 3olítica +dministrativa 4
;R3+4<* $oram desenvolvidos proramas como o 3RO+3E# +A$+#
turmas de aceleraç,o# com o objetivo de reduir as distorções idadeBs&rie# al&m de classe de Ensino Especial* Em 19C8 .ouve a primeira ampliaç,o e em 2002 passou por uma reforma dentro do ent,o Projeto Alvorada 2000 +trav&s do Decreto n* 1:*29C de 20*11*1992# publicado no Di/rio Oficial de 21*11 do mesmo ano# a Escola foi elevada cateoria de Ensino de 2 Frau @ atual Ensino %&dio* +tualmente est/ jurisdicionada FerGncia Reional de Educaç,o ;F*R*E< Recife !ul# 6adastro escolar n E 0H0*049 dispondo de trinta e quatro turmas de Ensino $undamental ;: ao 9? +no<# Ensino %&dio ;1 ao I +no<# Ensino Jormal @ %&dio @ antio %aist&rio @ ;1 ao 4 +no<# Educaç,o de 'ovens e +dultos ;E*'*+*<# Educaç,o Especial com jovens portadores de deficiGncia mental e inclus,o de alunos portadores de deficiGncia visual# totaliando um efetivo de 1420 ;mil#quatrocentos e vinte< alunos matriculados no inicio deste ano de 2014* + Escola conta com 1;um< Festor# 1 ;uma< Diretor +djunto# 1 ;uma< secret/ria# 1 ;um< educador de +poio# 2 ;dois< 6oordenadores de )iblioteca# 40 ;quarenta< professores efetivos# H ;cinco< contratados tempor/rios# I ;trGs< itinerantes# e : ;seis< readaptados# 2 ;dois< assistentes administrativo escolar com adicional noturno# 2 ;dois< au-iliar de serviços administrativos educacionais# com 1;um< adicional noturno e 1 ;um< sem adicional noturno# 4 ;quatro< contratados do +D"A"% sendo 2 ;duas< merendeiras e 2 ;duas< +*!*F# 2 ;dois< servidor contratado nordeste# e 2 ;dois< servidores da 3atrul.a Escolar por dia* Kuanto a sua estrutura física# possui laboratório de inform/tica com acesso /
internet# cone-,o !ireless internet# sala de vídeo# biblioteca# e laboratório de ciGncias* + escola tamb&m participa de v/rios proramas# como o 3rorama de )olsa de "niciaç,o DocGncia ;3")"D<# em parceria com a Lniversidade $ederal Rural de 3ernambuco ;L$R3E<*
2.0 O ESTÁGIO E AS ATIVIDADES DE OBSERVAÇÃO + escola escol.ida para efetuaç,o do referido est/io atende um p>blico discente diversificado# de maioria pertencente a 6lasse MDN e MEN Os alunos moram em eral no mesmo bairro# a saber# "putina#mas tamb&m s,o atendidos alunos de bairros viin.os como Enen.o do %eio e Porre* Os problemas rotineiros de indisciplina s,o encamin.ados direç,o da escola# que por sua ve interv&m nas situaçõesBproblemas entre professoresalunos e alunosalunos* Ja rande maioria das vees# os casos s,o solucionados com sucesso* Os casos raros de e-trema indisciplina# que ven.a a possibilitar um estado de iminente violGncia# s,o tratados em parceria com o 6onsel.o Putelar local# situado no bairro viin.o# 6ordeiro* ale ressaltar a boa relaç,o que o estor da escola mant&m com os alunos e a comunidade escolar* 3rocura manter uma relaç,o de apro-imaç,o com os alunos# sendo uma referGncia para o corpo docente na relaç,o educador educando* + escol.a da EE 'oaquim (avier de )rito se deu por dois motivos# a saberQ i< por estar ela situada no bairro onde resido# e ii< por .aver desenvolvido pesquisas nela# durante dois anos de bolsa no 7mbito do 3rorama "nstitucional de )olsa de "niciaç,o DocGncia @ 3")"D* Durante o período de na escola# realiaramse atividades de observaç,o em salas de aula do Ensino %&dio e $undamental sendo este seundo# apenas no 9 ano no período vespertino# onde pude interair com a direç,o# professores# funcion/rios e alunos# sendo# desde o início at& o fim de min.a permanGncia# bem acol.ido e atendido por toda comunidade escolar* + observaç,o & componente essencial para a intervenç,o no est/io* !obre a sua import7ncia# traemos a fala de Aib7neoQ
O est/io & uma fase de contato e intervenç,o com a pr/tica escolar* Jeste processo o dianóstico permite ao estai/rio sentir a escola sua estrutura# sua oraniaç,o e seu funcionamento* O dianóstico de acordo com este autor# consiste no levantamento de dados e informações para se ter uma vis,o de conjunto das necessidades e problemas da escola e
facilitara alternativas de soluções ;A")+JEO# 1994<*
O início do período de observaç,o em sala de aula & sempre o da aitaç,o dos alunos com a presença de um ser estran"o # mesmo que j/ estejam acostumados com a presença corriqueira de estai/rios# bolsistas do 3")"D# etc# que em eral s,o estudantes da L$R3E* sobretudo um período de enriquecimento# em especial para o estai/rio* +inda maior se for esta a primeira e-periGncia numa sala de aula* Onde todas as discussões e refle-ões propostas nas disciplinas de Educaç,o# s,o efetivamente materialiadas* Deve ser ponte entre a e-periGncia teórica e pr/tica* Desenvolve no raduando características pró-imas postura de um pesquisador# investiador# para que seja capa de refletir e reorientar sua própria pr/tica futura# quando necess/rio* 3roduir saberes pr/ticas acerca da pr/tica pedaóica# suscitando refle-ões sobre as possibilidades de transformaç,o da conduta de aluno e de professor tornandose refle-ivopesquisador* Especificamente sobre as das aulas observadas# & pesaroso ver aluns professores que ainda se utiliam de moldes enessados e enessantes no processo de ensinoaprendiaem* 6omo em uma aula de Feorafia em que .ouve uma r/pida e-posiç,o do conte>do ;fenSmenos El ni#o e $a ni#a % &' ano Ensino ()dio <# com posterior cópia no quadro do question/rio sobre o tema abordado* O que termina por erar desmotivaç,o entre os estudantes# que n,o s,o levados a construir# buscar o conte>do* O que se viu foram alunos que# quando copiavam o question/rio escrito no quadro# copiavam as respostas uns dos outros* + sala pequena# tornase barul.enta# e pelo e-cesso de alunos# e-tremamente calorenta em dias de sol n,o muito forte* Kuanto s disciplinas específicas a serem observadas# importante destacar que ainda n,o ./ na escola professor de Aínua Espan.ola* O inlGs & a >nica línua estraneira disponível e# ainda sim# oferecida de forma deficit/ria* De acordo com Aombardi ;200H<# a maioria dos relatos nos conta que a pr/tica do professor# em eral# nos mostra uma postura tradicional quanto ao ensino de línua portuuesa# que apresenta ainda traços de convencionalismo* +lo que# na maioria das vees# se resumiria ao puro ensino de nomenclatura ramatical* T/ rande resistGncia a inovações# em funç,o do predomínio de estruturas tradicionais consolidadas# da facilidade de se trabal.ar com o que j/ est/ posto e sedimentado* +s tentativas de estímulo refle-,o s,o ainda incipientes* 3revalece nas aulas e nas concepções de certos professores a ideia de se impor as reras da Mlínua cultaN e de que os alunos só sabem falar UerradoV e n,o possuem nen.uma cultura* %as# o que acontece & que n,o se trata o ensino da línua como forma de e-pans,o da capacidade de uso da linuaem em
situações adequadas e como via de acesso aos bens culturais* + partir disso# interpretamos que o professor se baseia na concepç,o da linuaem como e-press,o do pensamento# como códio# enfatiando o estudo da metalinuaem# da codificaç,oBdecodificaç,o das mensaens inscritas em frases# períodos ou te-tos* + línua como alo que estaria fora do usu/rio# e por conseuinte# fora do seu alcance e poder* 3redomina o estudo de línua portuuesa da norma padr,o# tomado como a >nica possibilidade leítima de e-press,o linuística* O ensino de línua materna ent,o afirma a ideia deu que para aprender a ler e escrever fase necess/rio ter o con.ecimento unicamente das reras ramaticais* "nfelimente essa postura & vista de forma constante na escola* %esmo as que se propõe a adotar uma abordaem de ensino conte-tualiado# por assim dier# ensino de línua em uso efetivo# terminam por continuar privileiando o estudo da ram/tica normativa# prescrevendo formas do bem falar e escrever* 3ois bem# ainda sobre o tema# seundo Pravalia ;2004< o ensino de línua materna se daria dentro de duas possibilidadesQ ensinar a línua# e ensinar so*re a línua* + primeira resulta numa .abilidade de uso# necess/ria para a formaç,o de usu/rios competentes da línua# que ten.am competGncia comunicativa# capaes de usar a línua de forma adequada em cada situaç,o de interaç,o comunicativa específica* + seunda resulta num con.ecimento teórico ;descritivo e e-plicativo< sobre a línua e pode desenvolver a .abilidade de fatos da línua* + meta# portanto ser/ conseuir que os alunos ten.am con.ecimento sobre a línua e sejam analistas da mesma* !ua recomendaç,o & que o ensino sobre a línua seja colocado em seundo plano visto que n,o & respons/vel direto pela formaç,o de bons leitores e produtores de te-to# o que deveria ser o objetivo das aulas de línua portuuesa tendo em vista que o fim b/sico do uso da línua & a comunicaç,o atrav&s de te-tos* E dei-ado de lado n,o sinifica aqui Mser esquecidoN# mas n,o ser o foco principal# o motivo de maior atenç,o* W escola cabe formar usu/rios competentes na norma padr,o# que & a de maior prestíio social e variedade corrente em diversas situações interacionais fora da vida escolar* "nteressa traer aqui a fala da linuista "rand& +ntunesQ Durante muito tempo# temos confundido Urera ramaticalV com Unomenclatura ramaticalV e temos feito de nossas aulas de línua Uaulas de nomenclaturaV# passando uma por uma cada classe ramatical# com suas m>ltiplas subdivisões e classificações* +s UrerasV @ sobretudo as reras de como entender e de como construir te-tos relevantes e adequados @ v,o ficando para tr/s* 3recisamos de reras# de orientações e diretries# os UnomesV só servem para nos ajudar a manejar e a monitorar mel.or# com a adequada e-plicitude# tais orientações e diretriesN* J,o &
que n,o devamos dei-ar de ensinar conte>dos ramaticais# mas separar o joio do trio# o que & ram/tica do que & mero estudo da nomenclatura ramatical ;+JPLJE! apud TEJR"KLE!# 2009 <*
$araco ;200C< nos revela que Mnen.uma línua & uma realidade unit/ria e .omoGneaN* !ó sendo compreendida como tal# nas representações imain/rias de uma cultura e nas concepções políticas de uma sociedade* + línua s&ria# pois# o próprio conjunto das variedades# dos reistros linuísticos* MJ,o ./ uma definiç,o de línua por crit&rios puramente linuísticos# mas fundamentalmente por crit&rios políticos e culturaisN* Ou seja# línua seria um fenSmeno m>ltiplo# um construto de variedades linuísticas entrecruadas# que obedecem estruturas ramaticais e normas específicas# a variar do conte-to de interaç,o comunicacional* E caberia a escola pautar o ensino de línua a partir dessa perspectiva# como determina o 36J* E# foi esse o cen/rio encontrado em nossas observações* +inda que a proposta fosse a de fua dos moldes enessados de ensino# o professor de línua portuuesa termina esbarrando nas pr/ticas de ensino e j/ t,o cristaliadas* 3or e-emplo numa atividade realiada pela professora reente# de leitura# interpretaç,o de te-tos e construç,o de te-tos ;Gnero conto @ 9 ano<* O que se notou foi que muitos alunos s,o quietos e praticamente n,o faem uso da oralidade# quando da realiaç,o das atividades propostas* Elas parecem ser costumeiramente realiadas na forma escrita# n,o sendo assim# e-plorada em classe a oralidade dos estudantes* "mportante destacar que n,o se trata de ensinar a falar ou a fala dita McorretaN# mas sim faer um estudo conte-tualiado# ou seja# das falas adequadas ao conte-to de uso# assim como pede o 36J* +inda quanto a metodoloia# percebeuse o uso o livro did/tico como fim* Ensino pautado em peruntas e respostas prontas que dispensam a refle-,o do professor e própria produç,o de con.ecimento* +s atividades realiadas objetivam apenas memoriaç,o dos conte>dos* !ituaç,o que vai de encontro abordaem conitivista# em que o professor procura investiar# pesquisar# orientar e propiciar a troca de con.ecimentos* Onde o aluno se tornaria sujeito do processo ensinoBaprendiaem* 6ontudo# reside aí a import7ncia da pr/tica de observaç,o# pois só a partir dela que se tem um ol.ar sob o estado atual do ensino de Aínua 3ortuuesa# especificamente nesta escola p>blica# e a partir daí# faer uma refle-,o sobre este# traer questionamentos# usando como aporte teórico os con.ecimentos adquiridos durante o curso de Aicenciatura* $aendo assim# a ponte teoriapr/tica# a que se propõe a disciplina de Est/io Obriatório*
CONSIDERAÇÕES FINAIS + disciplina de Est/io !upervisionado fase necess/ria por possibilitar ao licenciando o contato direto com a vida escolar# portanto# a perfeita ponte entre pr/tica e teoria e dar oportunidade de repensar a aç,o docente# que o raduando ir/ praticar num futuro pró-imo# quando j/ n,o a pratica# como ocorre em muitos casos# atrav&s de est/ios remunerados# em que estudantes de licenciatura# ou seja# professores ainda em estado potencial# s,o contratados para assumir papel de professor reente* 6abe ao professor assumir o papel de pesquisador# e# quando em sala de aula# de aente inquietador* Ou seja# dei-ar de lado as verdades prontas e preestabelecidas e ir em busca das suas próprias peruntas# visando que os seus estudantes tomem papel ativo no processo de ensinoaprendiaem* Dei-em de ser asujeitados e se tornem sujeitos do con.ecimento*
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
+JPLJE!# %* "* 6* %* apud TEJR"KLE!# 6* 6* No!"#$%&'(% G(%%&)#%$ B(%*)$!)(%+ ,0 A"o* D!-o)* !,o 3auloQ 3ar/bola# 2009 )R+!"A* %inist&rio da Educaç,o* P%(!&(o* C'(()#'$%(!* N%#)o"%)*Q "ntroduç,o aos 3ar7metros 6urriculares Jacionais* )rasíliaQ %E6B!E$# 2001 )R+!"A* %inist&rio da Educaç,o* P%(!&(o* C'(()#'$%(!* N%#)o"%)*Q Aínua 3ortuuesa* )rasíliaQ %E6B!E$# 2001 $+R+6O# 6* +* No(% C'$&% B(%*)$!)(%Q desatando aluns nós* !,o 3auloQ 3ar/bola Editorial# 200C A")XJEO# '* 6* D)/&)#%* !,o 3auloQ 6orte# 1994 AO%)+RD"# Roseli $erreira* Fo(%o I")#)%$Q Lma observaç,o da pr/ticadocente por discurso de alunos estai/rios do curso de Aetra# 200H* Disponível em Y.ttpQBBZZZ*el*or*brBestudoslinuisticosBedicoesanterioresB4publicaestudos 200:Bsistema0:B1I02*pdf[ PR++FA"+# A* 6* G(%&)#% E"*)"o P$'(%$* 2a ed* !,o 3auloQ 6orte# 2004*