PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA III
1
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
SOMESB Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
Presidente ♦ Vice-Presidente ♦ Superintendente Administrativo e Financeiro ♦ Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦
Gervásio Meneses de Oliveira William Oliveira Samuel Soares Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>> Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva
FTC - EaD Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância Diretor Geral ♦ Waldeck Ornelas Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy Diretor de Tecnologia ♦ Reinaldo de Oliveira Borba Diretor Administrativo e Financeiro ♦ André Portnoi Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa Gerente de Ensino ♦ Jane Freire Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Jean Carlo Nerone Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel
EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:
♦
PRODUÇÃO ACADÊMICA
♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire Autor (a) ♦ Nildete C. dos Reis e Letícia Machado dos Santos Supervisão ♦ Ana Paula Amorim Coordenação de Curso ♦ Letícia Machado ♦
PRODUÇÃO TÉCNICA
♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito, Ederson Paixão, Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior, Israel Dantas, Lucas do Vale, Marcus Bacelar e Yuri Fontes Editoração ♦ Fabio José Pereira Gonçalves Ilustração ♦ Fabio José Pereira Gonçalves, Francisco França Júnior, Cefas Gomes Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource
copyright
©
FTC EaD
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da FTC EaD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância. www.ftc.br/ead
2
Sumário
A EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE VALORES MORAIS
○
○
○
○
○
07
○
○
○
○
○
14
CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DE ENSINO
O Currículo e os Processos de Ensino e Aprendizagem Etapas de Planejamento Curricular
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (3º e 4º ciclos) de Ciências Naturais ○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
16
38
○
○
○
○
○
○
○
○
○
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA
Prática Pedagógica na Formação do Educador ○
Instrumentos de Pesquisa
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
A Educação na Formação de Valores Morais Atividade Orientada Glossário
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Referencias Bibliográficas
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
50
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
58
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
68
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
75
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
77
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
79
3
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
4
Apresentação da Disciplina Caro(a) graduando(a) Estamos iniciando os nossos estudos sobre alguns aspectos relacionados à práxis pedagógica, com a disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica III – PPP III, iniciando nossos trabalhos com os temas Currículo e Planejamento de Ensino que tem como objetivo geral promover o desenvolvimento da aprendizagem no contexto da pesquisa e prática pedagógica, evidenciando o planejamento curricular e a formação do educador, respaldado pelos princípios e fundamentos da educação e dos PCNs do Ensino Fundamental II de Ciências Naturais. Evidenciaremos o percurso sócio-histórico, no auge da industrialização, no início do século XX, até a pós-modernidade. Abordaremos, também, o estudo do desenvolvimento educacional dos processos ensino e aprendizagem, práticas educativas, principais teóricos, etapas do planejamento curricular e os fundamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental II (3º e 4º ciclos) de Ciências Naturais. Essa disciplina possui 36 horas e encontra-se formada por um bloco temático, intitulado “A educação na Formação de Valores Morais”, estando dividido em dois temas, em que cada tema será trabalhado em duas aulas, totalizando duas semanas. O primeiro tema intitula-se “Currículo e Planejamento de Ensino” e será desenvolvido a partir dos conteúdos “O currículo e os processos de ensino e aprendizagem”, “As Etapas do Planejamento Curricular” e “Fundamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (3º e 4º ciclos) de Ciências Naturais”. No segundo tema enfocaremos “A Pesquisa e a Prática Pedagógica” estudando os seguintes conteúdos: “A Prática Pedagógica na Formação do Educador”, “Os Instrumentos de Pesquisa” e “A EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE VALORES MORAIS”. Todo material didático dessa disciplina foi organizado com a finalidade de assegurar e potencializar o seu processo de ensino e aprendizagem, por isso leia todo material impresso e virtual, atentamente, todos os textos e realize as atividades propostas, a fim de obter aproveitamento excelente nesse módulo disciplinar. Lembre-se que trabalhamos com mídias complementares!. A vida nos proporciona desafios para enfrentarmos e vencermos os obstáculos e, assim, conquistarmos o sucesso. Para tanto, por maior que sejam os desafios, não desista dos seus objetivos. Desejamos muita compreensão, persistência e realização na continuidade dos seus estudos!
Profª. Nildete C. dos Reis e Profª. Letícia Machado dos Santos
5
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
6
A EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE VALORES MORAIS CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DE ENSINO Neste bloco temático abordaremos o currículo, dando ênfase à importância do mesmo no planejamento dos processos ensino e aprendizagem. Assim, o termo currículo surge no âmbito da literatura educacional no início do século XX, no auge da industrialização. Na atualidade ele vem assumindo lugar de destaque no conhecimento pedagógico, pois está sendo instrumento para o desenvolvimento do processo de permanência, transformação e renovação dos conhecimentos historicamente acumulados e para socializar crianças, jovens e adultos dentro de um contexto que engloba os valores tidos como desejáveis. ATENÇÃO! GUARD E ESSE CONC EI TO GUARDE CONCEI EIT CURRÍCULO: DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE PERMANÊNCIA, TRANSFORMAÇÃO E RENOVAÇÃO DOS CONHECIMENTOS HISTORICAMENTE ACUMULADOS.
Enquanto que na pós-modernidade ele está centrado na lógica, ou seja, prescrevendo ou antecipando os resultados de ensino. O currículo não fornece receitas prontas ou meios (atividades, matérias ou conteúdos) que devem ser utilizadas, mas sinalizam as necessidades dos novos tempos, trazendo a variedade de opções a heterogeneidade de abordagens e o predomínio de atividades sobre o discurso eloqüente. Numa perspectiva histórica, no final da Segunda Guerra e no início dos anos cinqüenta surge as preocupações pós-modernas quanto ao currículo. Este período é marcado por três fatos históricos: 1- Início da crise do capitalismo e do socialismo; 2- Transformações políticas, sociais, econômicas e culturais; 3- Expansão das tecnologias informacionais.
No campo epistemológico, o pós-modernismo nasce ligado aos seguintes questões: - Questionamento dos principais e pressupostos do pensamento social e político, estabelecidos e desenvolvidos a partir do iluminismo; - Desconfiança das certezas e afirmações categóricas; - Desconfiança das pretensões totalizantes do saber do pensamento moderno; - Críticas às categorias gerais e metas narrativas (explicações únicas e abrangentes); - Valorização do particular e da diferença;
7
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
- Crítica às noções de razão e nacionalidade de que se instituíram em sistemas que o primem e exploram; - Questionamento dos valores universais em detrimento dos valores construídos histórica e socialmente; - Desconfiança do poder emancipatório da ciência; - Abalo das certezas do método racional; - Rejeição de uma consciência unitária, homogênea, centrada; - E adoção de uma consciência parcial, fragmentada e incompleta;
No âmbito da pós-modernidade, com relação à perspectiva de organização de uma nova ciência, traz a necessidade de que seja: - não-determinista; - não-cartesiana; - transformativa; - aberta; - integração entre ciência e humanismo; - consideração do particular, do local, do contingente, da incerteza, da dúvida; - dissolução da rígida divisão categórica ou classificação em categorias que hierarquizam e subordinam. - o atual movimento deve ser visto como lenta transformação cultural; como uma mutação nas informações e práticas distintas da modernidade.
A pós-modernidade tem aceitação para com o efêmero, o temporal, o descontínuo, e revelam a impossibilidade de se trabalhar os problemas atuais só com a racionalidade. Não há metateorias/metanarrativas que lhe dêem um referencial legitimador.
A PÓS-MODERNIDADE DESENVOLVE UM PAPEL POSITIVO AO: - Permitir ao outra voz própria. - Atribuir direito do ser diferente. - Não se submeter à lógica geral que elimina a particularidade. - Concordar com a crítica aos desvios da modernidade. - Permitir a diversidade qualitativa. - Revelar uma natureza múltipla, complexa e instável. - Definir a ciência como obra de indivíduos inseridos no mundo. - Reconhecer o abalo das certezas. - Permitir múltiplas interpretações.
O currículo escolar tem ação direta ou indireta na formação e desenvolvimento do aluno. Assim, é fácil perceber que a ideologia, cultura e poder nele configuradas são determinantes no resultado educacional que se produzirá. A elaboração de um currículo é um processo social, no qual convivem lado a lado os fatores lógicos, epistemológicos, intelectuais e determinantes sociais como poder, interesses, conflitos simbólicos e culturais, propósitos de dominação dirigidos por fatores ligados à classe, raça, etnia e gênero.
8
Vale destacar que o currículo constitui o elemento central do projeto políticopedagógico, pois ele viabiliza o processo de ensino e aprendizagem. Contribuindo com esta análise Sacristán (1999,p.61) afirma que:
O CURRÍCULO É A LIGAÇÃO ENTRE A CULTURA E A SOCIEDADE EXTERIOR À ESCOLA E À EDUCAÇÃO; ENTRE O CONHECIMENTO E CULTURA HERDADOS E A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS; ENTRE A TEORIA (IDÉIAS, SUPOSIÇÕES E ASPIRAÇÕES) E A PRÁTICA POSSÍVEL, DADAS DETERMINADAS CONDIÇÕES.
Alguns estudos realizados sobre currículo a partir das décadas 1960 a 1970 destacam a existência de vários níveis de currículo: formal, real, oculto. Esses níveis servem para fazer a distinção de quanto o aluno aprendeu ou deixou de aprender, suas características vêm a seguir: CURRÍCULO FORMAL Refere-se ao currículo estabelecido pelos sistemas de ensino, é expresso em diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas ou disciplina de estudo. Este é o que traz prescritos institucionalmente os conjuntos de diretrizes como os Parâmetros Curriculares Nacionais. CURRÍCULO REAL É o currículo que se materializa dentro da sala de aula com professores e alunos a cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino. CURRÍCULO OCULTO É o termo usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos educadores. O currículo oculto representa tudo o que os educandos aprendem diariamente em meio às várias práticas, atitude, componentes, gestos, percepções, que vigoram no meio social e escolar. O currículo está oculto porque ele não aparece no planejamento do professor.
Currículo formal: diretrizes, objetivos e conteúdos das áreas.
Currículo real: acontece dentro da sala de aula com educadores e
educandos. Currículo oculto: práticas, atitudes,
comportamentos, gestos, percepções.
Portanto, o currículo não é um elemento neutro de transmissão do conhecimento social. Ele está imbricado em relações de poder e é expressão de equilíbrio de interesses e forças que atuam no sistema educativo em um dado momento, tendo em seu conteúdo e formas, a opção historicamente configurada de um determinado meio cultural, social, político e econômico. Segundo Moreira e Silva (1997), a origem do pensamento curricular no Brasil iniciou-se a partir dos anos 20 e 30 do século XX, TENDO COMO PARÂMETROS DIFERENTES TEORIAS, PRINCIPALMENTE A DOS ESTADOS UNIDOS, SOB A INFLUÊNCIA DAS IDÉIAS DE: JOHN DEWEY E KILPATRICK. ESTES CRITICAVAM O CURRÍCULO TRADICIONAL, ELITISTA, E DEFENDIAM IDÉIAS PROGRESSISTAS.
9
É relevante destacar que os conteúdos escolares no Brasil, até então, tinham uma forte ligação com a concepção jesuítica do período colonial em relação à educação, ou seja, reinava absolutamente o currículo tradicional na Pesquisa e Prática primeira metade do século XX. Pedagógica-III Contudo, as idéias sociológicas de Comte e Durkheim colaboraram para acentuar o caráter enciclopédico do currículo brasileiro, uma vez que este se tornou mais extenso na área da Geometria, Matemática e Português nas primeiras séries e enfatizava, ainda mais, a Educação Moral e Cívica, aliada indispensável para o caminho do progresso com ordem, próprio do positivismo da época. A partir da Primeira Guerra Mundial e das grandes crises econômicas no começo do século XX, que abalaram significativamente a sociedade ocidental moderna a educação passa a ser proposta como o mais poderoso instrumento de reconstrução social e bemestar coletivo. Nesse sentido, o indivíduo passa a ser visto como resultante de múltiplas influências do ambiente social. Questiona-se a possibilidade do ensino realizar-se somente na sala de aula, uma vez que o indivíduo é formado à semelhança de seus contemporâneos, e, consequentemente, a amplitude de desenvolvimento possível do indivíduo só pode ser dada pela sociedade. Os avanços e estudos das Ciências Humanas, principalmente em relação ao desenvolvimento psicobiológico, descrevem a criança como um ser em constante interação social. A escola é enfatizada como parte fundamental da comunidade e é a comunidade em si, assim como a sociedade, que deve ser o ambiente privilegiado e o campo de trabalho da escola. Todavia, a corrente européia norte-americana propunha que a escola primária não tivesse como objetivo primordial as matérias de ensino, mas os processos de desenvolvimento das crianças que deveriam ser estimuladas da melhor maneira possível. A escola deveria ser viva e ativa, ou seja, rica em atividades comuns à vida das crianças e realizadas em grupo, de forma socializada. No entanto, os europeus foram mais formalistas e menos radicais: por eles, a escola permaneceu um local separado da comunidade. Nela, organizaram os “Centros de Interesses”, isto é, escolhiam assuntos considerados de interesse da criança, para os quais eram propostos métodos e materiais de ensino especializado visando transformar a escola num local belo e atraente. Buscavam também aguçar os sentidos das crianças com exercícios adequados e planejados previamente. Entretanto, o Manifesto dos Pioneiros de 1932 representa um marco essencial na História da Educação, vez que, por intermédio dele, abriuse uma possibilidade de se discutir a educação numa perspectiva de Escola Pública, Gratuita e de Boa Qualidade, bem como a promoção de reformas educacionais.
10
Em 1920, Antonio de Sampaio Dória tentou acabar com o analfabetismo de São Paulo. Na Bahia, estudavam-se novas perspectivas em relação ao currículo, promovidas por Anísio Teixeira, ou seja, pela primeira vez, disciplinas escolares foram consideradas instrumentos de determinados fins. Assim, o currículo foi entendido como o intermédio entre a escola e a sociedade. A reforma de Anísio Teixeira, na Bahia, representou algumas das inovações que iriam mais tarde caracterizar a abordagem escolanovista do currículo e do ensino. Segundo Moreira (1990, p.68) “Anísio Teixeira defende o currículo centrado na criança e vê a educação como crescimento e, conseqüentemente, educação como vida”. Como Dewey, Teixeira define currículo como um conjunto de atividades em que as crianças se engajarão em sua vida escolar. Propõe também que o planejamento curricular deve centrar-se em atividades envolvendo projetos e problemas. A reforma de Minas Gerais, organizada por Francisco Campo e Maria Casassanta, redefiniu o papel da escola elementar. Enfatizou-se que as crianças não eram adultos em miniatura, isto é, tinham seus próprios interesses e precisavam ser respeitadas e estimuladas. Partindo destes pressupostos o currículo na perspectiva do Manifesto dos Pioneiros tem como finalidade desenvolver na criança as habilidades de observar, pensar, julgar, criar, decidir e agir. Na reforma do Distrito Federal, a interação entre escola e sociedade foi mais bem explorada do que nas ANÍSIO TEIXEIRA reformas anteriores, ou seja, a escola primária, nessa reforma, era permanente para fins sociais, em contato com a comunidade. As três reformas apresentadas trouxeram um importante rompimento com a escola tradicional. Assim, caro educando a nossa intenção é Brasília mostrar para você a necessidade de estar lendo, refletindo e buscando sedimentar conhecimentos que devem permear a sua ação de educador critico e reflexivo. VISÃO CRÍTICA DO CURRÍCULO Nos anos 70, os brasileiros foram influenciados por vários tipos de abordagens teóricas, às vezes até contraditórias. De um lado, chegam até nós tanto as correntes psicológicas, de cunho behaviorista, como a teoria do capital humano, de cunho funcionalista, proposta pelo economista T. W. Schultz, de Chicago que vinha ao encontro da preocupação, nos países desenvolvidos, com o gigantismo dos sistemas educacionais no pós-guerra, que oneravam cada vez mais os cofres públicos. De outro lado, apareceram na mesma época estudos críticos norte-americanos e europeus sobre o problema da desigualdade de oportunidades entre os indivíduos provenientes de diferentes classes sociais, ou seja, com distribuição desigual do conhecimento e com o controle social da transmissão cultural.
11
A superação do caráter técnico-prescritivo só ocorreu no fim da década de 60 e início dos anos 70, com uma abordagem mais critica das questões curriculares, denominada Libertadora, cujo precursor era Paulo Freire. Para Paulo Freire, citado por Moreira(1990) , a educação deveria Pesquisa e Prática Pedagógica-III conscientizar os oprimidos acerca da realidade social, capacitando-os a refletir sobre sua vida, suas responsabilidades e o papel que desempenham diante das injustiças sociais. Para que isso ocorra, propõe superar o currículo tradicional, abstrato, teórico e dissociado do cotidiano. A partir da década de 80, abordagens etnográficas, sociointeracionistas, interpretativas, que professam grande desconfiança, e até certo desprezo pelas análises macrossociológicas, fazem-se cada vez mais presentes, estimulando o aparecimento de vários estudos sobre o conteúdo escolar e o funcionamento interno das escolas, proporcionando, assim, uma leitura crítica e transformadora do currículo. Como podemos perceber, o discurso e a construção curricular no Brasil não se deu sob uma única ideologia, mas com influência de tendências, objetivos e interesses diferentes. Com esse resumo histórico, pode-se perceber a importância PAULO FREIRE (1921-1997) de não se desvincular o currículo da constituição histórica e social. Um currículo não surge do nada, mas de uma necessidade social e principalmente econômica. Para entendermos melhor as ideologias e concepções em relação ao currículo, recorremos ao texto de McNeil (2001 a,b.c.d). Nesse texto o autor classifica o currículo em quatro abordagens distintas, que foram sendo construídas ao longo do tempo, tendo como parâmetro todos os aspectos já citados. ABORDAGENS CURRICULARES 1- Currículo Acadêmico Dentre as várias orientações curriculares, é a que possui maior tradição histórica. Para adeptos dessa tendência, o núcleo da educação é o currículo, cujo elemento irredutível é o conhecimento. Nas disciplinas acadêmicas de natureza intelectual – como Língua e Literatura, Matemática, Ciências Naturais, Ciências Sociais e Belas–Artes se encontra o núcleo do conhecimento, o conteúdo principal ou a, matéria de ensino. Sua abordagem baseia-se, principalmente na estrutura do conhecimento, como patrimônio cultural, transmitindo às novas gerações. As disciplinas clássicas, verdades consagradas pela ciência, representam idéias e valores que resistiram ao tempo e às mudanças socioculturais. Portanto, são fundamentais à construção do conhecimento. Segundo McNeil (2001 c), a finalidade da educação, segundo o currículo acadêmico, é transmissão dos conhecimentos vistos pela humanidade como algo inquestionável e principalmente como uma verdade absoluta. À escola cabe desenvolver o raciocínio dos alunos para o uso das idéias e processos mais proveitosos ao seu progresso. 2- Currículo Humanístico Na ênfase humanista, segundo McNeil (2001 b) a atenção do conteúdo disciplinar se desloca para o indivíduo. O aluno é visto como um ser individual dotado de uma identidade pessoal que precisa ser descoberta, construída e ensinada; e o currículo tem a função de
12
propiciar experiências gratificantes, de modo a desenvolver sua consciência para a libertação e auto-realização. A educação é um meio de liberação, cujos processos, conduzidos pelos próprios alunos, estão relacionados aos ideais de crescimento, integridade e autonomia. A auto-realização constitui o cerne do currículo humanístico. Para consegui-la, o educando deverá vivenciar situações que lhe possibilitem descobrir e realizar sua individualidade, agindo, experimentando, errando, avaliando, reordenando e expressando. Tais situações ajudam os educandos a integrar emoções, pensamentos e ações. 3- Currículo Tecnológico Sob a perspectiva tecnológica, ainda segundo McNeil (2001 d), a educação consiste na transmissão de conhecimentos, comportamentos éticos, práticas sociais e habilidades que propiciem o controle social. O comportamento e o aprendizado são moldados pelo externo. Ou seja, ao professor, detentor do conhecimento, cabe planejar, programar e controlar o processo educativo; ao aluno, agente passivo, compete absorver a eficiência técnica, atingindo os objetivos propostos. O currículo tecnológico, concebido fundamentalmente no método, tem, como função, identificar meios eficientes, programas e materiais com a finalidade de alcançar resultados predeterminados. É expresso de variadas formas: levantamento de necessidades, plano escolar sob o enfoque sistêmico, instrução programada, seqüências instrucionais, ensino prescritivo individualmente e avaliação por desempenho. O desenvolvimento do sistema ensino-aprendizagem, segundo hierarquia de tarefas, constitui o eixo do planejamento do ensino, proposto em termos de uma linguagem objetiva, esquematizadora e concisa. 4- Currículo Reconstrucionista Social Conforme McNeil (2001 a) o reconstrucionismo social concebe o homem e o mundo de forma interativa. A sociedade injusta e alienada pode ser transformada à medida que o homem – inserido em um contexto, social, econômico, político e histórico – adquire, por meio da reflexão, consciência crítica par assumir-se sujeito de seu próprio destino. Por esse prisma, a educação é um agente social que promove a mudança. AA visão social de educação e currículo consiste em provocar no indivíduo atitudes de reflexão sobre si e sobre o contexto social em que está inserido. É um processo de promoção que objetiva a intervenção consciente e libertadora sobre si e a realidade, de modo a alterar a ordem social. Na perspectiva de reconstrução social, agrupam-se as posições que consideram o ensino uma atividade crítica, cujo processo de ensino-aprendizagem deva se constituir em uma prática social de posturas e opções de caráter ético que levem à emancipação do cidadão e à transformação da sociedade. Sob o norte de emancipação do indivíduo, o currículo deve confrontar e desafiar o educando perante os temas sociais e situações-problema vividos pela comunidade. Por conseguinte, não possuem objetivos e conteúdos universais, sua preocupação não reside na informação, e sim na formação de sujeitos históricos, cujo conhecimento é produzido pela articulação da reflexão e prática no processo de apreensão da realidade. Enfatizando as relações sociais, amplia seu âmbito de ação para além dos limites da sala de aula, introduzindo o educando em atividades na comunidade, incentivando a participação e cooperação.
13
O reconstrucionista acredita na capacidade do homem de conduzir seu próprio destino na direção desejada, e na formação de uma sociedade mais justa e equânime. Esse compromisso com ideais de libertação e transformação social lhe atribui certas dificuldades em uma sociedade Pesquisa e Prática Pedagógica-III hegemônica e dominadora. ENTÃO, MÃOS A OBRA! NUAR O ESTUDO CONTINUAR VAMOS CONTI REF LETI NDO SOBRE CURRÍCUL O E REFL TINDO CURRÍCULO PLAN EJ AMENT O. NEJ EJA TO
Por sua vez, o planejamento ajuda a alcançar a eficiência do currículo. Isto é, elaboramse planos, implanta-se um processo de planejamento a fim de que seja bem feito aquilo que se faz dentro dos limites previstos para aquela execução. O planejamento visa também à eficácia. Neste sentido, o planejamento deve alcançar não só que se façam bem às coisas que realmente importa fazer, porque são socialmente desejáveis (chamamos isso de eficácia). A eficácia é atingida quando se escolhem entre muitas ações possíveis aquelas que, executadas, levam à consecução de um fim previamente estabelecido e condizente com aquilo que se crê. Além destas finalidades do planejamento, podemos ressaltar uma das grandes funções que dá ao planejamento um status obrigatório em todas as atividades humanas: é a compreensão do processo de planejamento como um processo educativo. É evidente que esta finalidade só é alcançada quando o processo de planejamento é concebido como uma prática que sublinhe a participação, a democracia, a libertação. Então, o planejamento é uma tarefa vital, união entre vida e técnica para o bem estar do homem e da sociedade.
O CURRÍCULO APRENDIZAGEM
E
OS
PROCESSOS
DE
ENSINO
E
A pedagogia, o conhecimento e o currículo são assentados na lógica e no modo analítico e, para o ensino, são necessárias explicações claras. A forma de ensino é dialógica e prática, requer educadores reflexivos aos valores do intelecto e instigadores da capacidade crítica dos jovens, homens e mulheres leves, com uma dedicação especial. O educador fertiliza idéias que se desenvolvem internamente no processo reflexivo, utiliza-se da narração para estimular o educando a explorar as diversas possibilidades na experiência do dia-adia. O material didático é estruturado para encorajar a reflexão. O conhecimento é produzido continuamente por meio de ações reflexivas. O educador que tem o seu trabalho planejado em função de objetivos bem definidos deve lançar mão de recursos que, aguçando o interesse do educando, ajudem-no a formar conceitos sobre situações de vida, muitas vezes complexas ou distintas, no tempo e no espaço. O material didático concretiza idéias abstratas, completa a aprendizagem, de forma duradoura e com maior rendimento. O material variado serve ao educador e ao educando, um poderoso auxiliar no processo educativo. É preciso, entretanto, que o seu uso, hoje supervalorizado, esteja adequado a quem aprende, ao que se ensina e a quem se ensina; não deve, nunca, ser considerado um fim em si mesmo, por sua beleza ou pela novidade que apresenta.
14
O educando é participante no processo de criação, planejamento, execução e avaliação do conhecimento de forma investigativa. A avaliação é um recurso com função de assegurar a reflexão crítica, essencial para a transformação contínua da experiência. Não é baseada em notas, mas em metas, tem um papel construtivo. É mais uma etapa do diálogo da integração que desenvolve saberes intelectuais e sociais. O currículo pós-moderno está fundamentado em uma nova relação da teoria e da prática. São reflexões articuladas num momento histórico, nas variáveis, nos questionamentos e não nas explicações gerais, uniformes. Não é mais a afirmação do que é, mas a consideração do que pode ser. O alvo é a construção de um mundo provável. Nesse novo paradigma tudo é “relacional”. O currículo enfatiza e desenvolve o questionamento de um indivíduo único e privilegiado da história: homem, branco, europeu, adulto, cristão, ocidental. O homem pós-moderno é resultante das múltiplas culturas, por isso é multicultural. O homem cria cultura à medida que reflete seu contexto de vida e dá respostas aos desafios do mundo atual, cultivando e criando-a no ato de se relacionar, de criticar e de traduzir suas ações criadoras. É nesse movimento que encontramos a chave para a produção de conhecimento e da educação, pois o indivíduo se torna promovido e não ajustado à sociedade, passando a ser atraído por um mundo real onde ele é co-responsável e coparticipante em forma de co-administração. A EDUCAÇÃO É PROVOCADA A UMA ATITUDE DE REFLEXÃO COMPROMETIDA COM A AÇÃO. AÇÃO ESSA QUE SUPÕE DOMÍNIO EM RELAÇÃO ÀS CATEGORIAS DE: - Autoconhecimento; - Aprendizagem de habilidades básicas; - Bom nível de relacionamento interpessoal; - Competência para solucionar problemas; - Visão de contexto; - Ação inteligente.
A premissa fundamental dessa ação transformadora é a consideração do homem em sua totalidade, possibilitando-lhe a liberdade de desenvolver sua própria personalidade tanto no campo intelectual como no emocional. Tal posicionamento tem influenciado as formas de currículo, levando à conscientização de novas práticas escolares que dão importância à evolução pessoal, pois, o humanismo, que neste novo milênio, retorna com força total, requer este homem dando ênfase às habilidades e competências necessárias para a realização de sua cultura, como força integradora no amadurecimento de crenças e atitudes em torno de uma forma democrática de vida. SEGUNDO CALFEE (apud COLL, 2002) Uma pessoa educada é a que assimilou, que interiorizou, em suma, que aprendeu o conjunto de conceitos, explicações, habilidades, práticas e valores que caracterizem uma cultura determinada, sendo capaz de interagir de modo adaptado com o ambiente físico e social.
A importância do desenvolvimento educacional está nas ações pedagógicas diferentes que se modelam no currículo. Assim, um currículo adaptado ao homem pós-moderno contempla:
15
O currículo, educadores e educandos se mantêm abertos ao mundo/ sociedade a qual estão inseridos. Pesquisa e Prática Pedagógica-III
ETAPAS DO PLANEJAMENTO CURRICULAR
O planejamento consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando definição de necessidades a atender, objetivos a atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, tempo de execução e formas de avaliação. O processo e o exercício de planejar referem-se a uma antecipação da prática, de modo a prever e programar as ações e os resultados desejados, constituindo-se numa atividade necessária à tomada de decisões. As instituições e organizações sociais precisam formular objetivos, ter um plano de ação, meios de sua execução e critérios de avaliação da qualidade do trabalho que realizam. Sem planejamento, a gestão corre ao sabor das circunstâncias, as ações são improvisadas, os resultados não são avaliados. O planejamento se concretiza em planos projetos, tanto da escola e do currículo quanto do ensino. Um plano ou um projeto é um esboço, num esquema que representa uma idéia, um objetivo, uma meta, uma seqüência de ações que irão orientar a prática. A ação de planejar subordina-se à natureza da atividade realizada. No planejamento escolar, o que se planeja são as atividades de ensino e de aprendizagem, fortemente determinadas por uma intencionalidade educativa envolvendo objetivos, valores, atitudes, conteúdos, modos de agir dos educadores que atuam na escola. Um planejamento eficaz, ele precisa ser coletivo, ou seja, incluir a participação de todos os envolvidos dentro de suas funções e atribuições. Uma importante característica do planejamento é o caráter processual. O ato de planejar não se reduz à elaboração dos planos de trabalho, mas a uma atividade permanente de reflexão e ação. O planejamento é um processo contínuo de conhecimento e análise da realidade escolar em suas condições concretas, de busca de alternativas para a solução de problemas e de tomada de decisões, possibilitando a revisão.es, possibilitando a revis de decisvas para a soluçnente de reflexas por uma intencionalidade educativa envolvendo objetivos, v Faz-se necessário ressaltar que o planejamento educacional pode ser caracterizado como: Processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e “quais as maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo. (PARRA apud SANT’ANNA et al, 1995, p.14).
O caráter de processo indica que um plano prévio é um roteiro para a prática, ele antecipa mentalmente a prática, prevê os passos a seguir, mas não pode determinar rigidamente os resultados, pois estes vão se delineando no desenvolvimento do trabalho, implicando em permanente ação, reflexão e deliberação dos educadores sobre a prática em curso. Planejando e registrando o trabalho, os educadores podem curar uma memória que contribua não só para a sua prática em particular, mas para a possibilidade de troca de experiências com outros parceiros que também se encontram em sala de aula. A partir do registro do planejamento das ações futuras e de seus resultados é que poderemos criar a possibilidade de troca e de diálogo com outras experiências. Ao planejar
16
não só antecipamos as ações, mas também criamos permanência para a nossa prática/ palavra como educadores/autores. Apropriando-se do hábito de registro e sistematização de seu trabalho, o educador pode sair do anonimato e colocar a sua experiência acumulada a serviço da construção de uma pedagogia partilhada por um grupo maior de pessoas. Esse registro/memória de nossas ações é uma das formas do nosso trabalho. No decorrer da História, podemos constatar que o homem, através do seu pensamento (reflexão), desenvolve níveis cada vez mais aprimorados de discernimento, compreensão e julgamento da realidade, o que lhe favorece uma conduta comprometida com novas situações de vida. Sendo assim, pelo planejamento, o homem organiza e disciplina a ação, tornando-a mais responsável, partindo sempre por ações mais complexas, produtivas e eficazes. Dessa forma, o objetivo deste texto é explicitar o significado do planejamento em relação às implicações no contexto de sala de aula, pois as idéias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da prática de planejar parece ser a compreensão de conceitos e o uso coerente deles. Para tanto, segue uma seqüência de definições. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 SEGUNDO GANDIN (1993, p.18-19) 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo); 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é implantar um processo de intervenção na realidade; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é agir racionalmente; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é dar clareza e precisão à própria ação (de grupo, sobretudo); 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é explicitar os fundamentos de ação do grupo; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é pôr em ação um conjunto de técnicas para racionalizar a ação; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é realizar um conjunto de ações, propostas para aproximar uma realidade 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 de um ideal; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 - Planejar é realizar o que é importante (essencial) e, além disso, sobreviver [...]. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567
Nesta perspectiva, analisando as várias definições abordadas anteriormente sobre o conceito de planejamento, podemos constatar algumas pontuações comuns, entre eles: todo o planejamento possui teoria e prática, e este não é neutro, pois há um objetivo a alcançar e uma realidade a transformar. Assim, o ato de planejar exige uma tomada de decisão. o planejamento é um processo a ser construído, e esta característica parecer ser a mais importante, pois planejar não é algo estanque, mas uma ação contínua e globalizante.
Para Padilha (2000, p.30), o ato de planejar é sempre um processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações. PODE-SE REAFIRMAR TAMBÉM QUE PLANEJAR, EM SENTIDO AMPLO: É UM PROCESSO QUE “VISA DAR RESPOSTAS A UM PROBLEMA, ESTABELECENDO FINS E MEIOS QUE APONTEM PARA SUA SUPERAÇÃO, DE MODO A ATINGIR OBJETIVOS ANTES PREVISTOS, PENSANDO E PREVENDO NECESSARIAMENTE O FUTURO”, MAS CONSIDERANDO AS CONDIÇÕES DO PRESENTE, AS EXPERIÊNCIAS DO PASSADO, OS ASPECTOS CONTEXTUAIS E OS PRESSUPOSTOS FILOSÓFICO, CULTURAL, ECONÔMICO E POLÍTICO DE QUEM PLANEJA E COM QUEM SE PLANEJA (PADILHA, 1998, p.63).
17
Portanto, planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais Pesquisa e Prática Pedagógica-III apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação, pois planejar e avaliar andam juntas. Em se tratando de planejamento, não podemos nos esquecer do planejamento curricular, pois é através dele que reiniciamos o “processo de tomada de decisões, sobre a dinâmica da ação escolar”. E a previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno (VASCONCELOS, 1995, p.56). Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares. Sendo assim, o planejamento de ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta dos educadores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em constantes interações entre educador e educando e entre os próprios estudantes (PADILHA, 2000, p.33). Na opinião de Sant’Anna et al (1995, p.19), esse nível de planejamento trata do “processo de tomada de decisões bem informadas que visem à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de aprendizagem”.
Para refletir... Contribuindo com a reflexão Libânio (1991, p.221) afirma que: [...] o planejamento escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.
Registre nas linhas a seguir suas reflexões acerca deste posicionamento. Todo planejamento tem que ter um caráter político-social, isto é, necessita se preocupar em responder às questões “o que”, “quem”, “quando”, “onde”, “para que”, “para quem”, “como”, e também “quanto” planejar dessa forma; segundo Gandin (1993, p.55), “a preocupação central do planejamento é definir fins, buscar, conhecer visões globalizantes e de eficácia”. Assim, tendo como parâmetro às reflexões anteriores, ao elaborarmos um planejamento temos que levar em consideração os seguintes aspectos: político-socialeconômico-cultural educacional. Enfocando como base esses aspectos destacados, o próximo passo é a organização dos elementos constitutivos do planejamento de ensino, são eles do planejamento de ensino, são eles: objetivos (o que pretendemos alcançar) conteúdo (área do conhecimento) metodologia (o que faremos para alcançar os objetivos propostos)
18
avaliação (momento de reflexão de todo o processo) recursos (materiais físicos e humanos dos quais vamos precisar)
Atualmente, pesquisadores e profissionais da educação discutem a importância e a pertinência de se trabalhar o planejamento escolar pautado na Pedagogia de Projetos, pois através deste, poderemos construir projetos significativos para a sociedade, bem como formaremos sujeitos autônomos, criativos, transformadores e principalmente críticos, tendo assim uma visão contextualizada do conhecimento apreendido. Neste sentido, tendo como parâmetro à concepção da escola pautada na visão da pedagogia de projetos, continuaria a existir um currículo, porém este não seria uma matriz de disciplinas a serem ministradas nas diferentes séries, cujo objetivo é meramente disseminar informação, mas temas contextualizados, que os educandos deveriam desenvolver ao longo do seu tempo de escolaridade, e que iriam sendo desenvolvidas à medida que eles fossem participando de diversos projetos de aprendizagem de seu interesse.
SEGUNDO AURÉLIO (1987), O TERMO PROJETO É UMA IDÉIA QUE SE FORMA DE EXECUTAR OU REALIZAR ALGO, NO FUTURO: PLANO, INTENTO, DESÍGNIO. NESSE CONTEXTO, PODEMOS AFIRMAR QUE O OBJETIVO DE TODO E QUER PROJETO É EXECUTAR OU REALIZAR ALGO, NO FUTURO. CONTUDO, PARA QUE POSSAMOS EXECUTAR OU REALIZAR ESSE ALGO, EM GERAL FORMULÁRIOS, PRIMEIRO, UMA IDÉIA OU UM PLANO QUE EXPRIME O NOSSO INTENTO OU DESÍGNIO.
PROBLEMAS COMUNS NA IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS Nenhuma abordagem, por mais sofisticada, assegura o êxito de um projeto. Muitas vezes, um detalhe põe tudo a perder. Há problemas que devem ser evitados. 1. Objetivo(s) confuso(s) – um projeto com objetivos confusos tem alta probabilidade de fracasso. Não sabendo onde se deve chegar, não se chega a lugar algum. O objetivo confuso pode ter várias origens: a) o problema não foi estudado e entendido corretamente. Houve pressa em iniciar, sem clareza do problema. B) Coordenador e equipe não entendem o problema e fazem suposições incorretas sobre o resultado a ser alcançado, não soluciona o problema. 2. Execução confusa – as condições de execução tornam-se confusa nas situações a seguir: a) As regras de decisão são imprecisas; Não há políticas nem procedimentos para resolver problemas e conflitos. B) Autoridade e responsabilidade estão indefinidas; c) As atividades não são coerentes com o objetivo; isso pode ocorrer mesmo quando o problema e o objetivo são coerentes. D) A previsão de recursos é incoerente com as atividades. Podem ter sido subestimado ou superestimados. e) A atividade avança muito sem que pelo menos as intenções básicas do projeto estejam bem definidas. 3. Falhas na execução – O fato de ser muito bem planejado e organizado ainda não é garantia do sucesso de um projeto. Podem ocorrer falhas na execução. Uma das mais comuns é a seguinte: um detalhe vital não funciona e põe tudo a perder, simplesmente porque todo mundo achou que era importante demais, e que outra pessoa iria cuidar daquilo. 19
CONDIÇÕES PARA ÊXITO
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
A experiência mostra que as seguintes condições afetam positivamente a probabilidade de sucesso do projeto:
1. Definição do problema e/ou das intenções educativas – Projetos bem sucedidos, de forma geral, são definidos a partir do problema a ser resolvido e da clareza com que se define a solução do problema. O mais importante é definir com clareza o objetivo do projeto Uma vez decidida a realização de um projeto, deve-se discutir exaustivamente como o problema pode ser resolvido e as características do resultado final que definem o objetivo, ou objetivos, do projeto, Quanto mais se postergam essas discussões e definições, mais difícil se torna a implementação do projeto. 2. Envolvimento da equipe – Quanto mais o projeto representa um desafio para a equipe envolvida, sejam as equipes de alunos, ou mesmo de educadores responsáveis pelo seu desenvolvimento, maior é a probabilidade de que venha a ter sucesso. Projetos bem-sucedidos criam nas equipes e nas pessoas participantes uma sensação de propriedade: “Este é nosso projeto, o problema que temos de resolver”. 3. Planejamento – Projetos bem–sucedidos são muito bem planejados. Uma vez que estabelecidos os planos, no entanto, a equipe tem grande liberdade para executá-los. A probabilidade de o projeto ter sucesso aumenta se, durante sua implementação, houver um cronograma bem elaborado de providências e resultados, a partir do qual os participantes possam controlar o bom andamento dos trabalhos em direção ao objetivo estabelecido.
Outro fator que contribui para o sucesso de um projeto é procurar prever futuros problemas em sua implantação e se preparar com antecedência para resolvê-los, caso eles realmente aconteçam. Alguns projetos necessitam de recursos financeiros para sua implementação: nesse caso, é preciso haver um bom planejamento de custos, levando em conta quanto vai gastar e de onde saíra o dinheiro. A existência de um coordenador é também uma providência necessária para que um projeto seja bem implementado e atinja o objetivo definido. São inúmeras as atividades humanas nas quais, atualmente, a idéia de projeto está colocada como uma nova forma de organizar e realizar as atividades profissionais. Profissionais dotados de maior autonomia para tomar decisões, valorização do trabalho em grupo, desenvolvimento de vínculos de solidariedade e aprendizado constante são algumas das características incentivadas pela realização de projetos de trabalho. Em equipe que trabalha com vista a realizar um projeto, são importantes a solidariedade e o cuidado com a contribuição de cada um. A questão não é “quem manda em quem”, mas se o projeto está se tornando realidade. Portanto, Projeto é uma atividade organizada, que tem por objetivo resolver um problema, ou resolver uma seqüência de ações articuladas e com o propósito de atingir alguns objetivos bem definidos. Vejamos, então, a forma da elaboração de projeto de trabalho, destacando os seguintes procedimentos, apresentados abaixo.
20
CONTEÚDOS Tudo aquilo que o professor considerou necessário trabalhar com seus alunos para alcançar o objetivo previsto, deve atender às necessidades atuais de nossa sociedade com a finalidade de informar e desenvolver capacidades que possam transformar-se e adaptar-se às novas realidades deve está adequado ao nível de desenvolvimento do aluno, deve levar em conta os aspectos epistemológicos da disciplina, a possibilidade de articulação entre os conteúdos, evitando sobreposição e rupturas nele está contido não só os conceitos e fatos, mas também valores, normas, atitudes e procedimentos. O conteúdo deverá ser dividido em: fatos – informações necessárias para a construção de um conceito sobre o tema a ser estudado. conceitos – tudo aquilo que nos permite organizar a realidade, envolvendo a construção ativa das capacidades para operar com símbolos, idéias, imagens e representações, pressupõe o conhecimento dos fatos que estão envolvidos na construção do conceito, a aprendizagem do conceito ocorre por níveis de compreensão, o que si dá de forma gradual, necessitando de diferentes situações de aprendizagem que abordem um mesmo conceito, é graças à diversidade das atividades realizadas que os alunos notam as regularidades e produzem generalizações. Exemplo: para compreender o que vem a ser um texto narrativo é necessário que o aluno tenha contato com esse texto, use-o para contar o que desejar, conheça seu vocabulário, seus recursos lingüísticos, sua estrutura textual, sua função social. Esse processo se dá por meio de aproximações cada vez mais abrangentes, até chegar aos conceitos mais gerais. Aqueles que estão por trás dos conceitos específicos dão o nome de princípios. Em matemática temos o princípio de igualdade, em ciências o da reprodução.
Aprender fatos, conceitos e princípios equivale a entender seus significados e relacioná-los. PROCEDIMENTOS São conteúdos destinados ao desenvolvimento de capacidades que expressam um saber, fazer, sendo necessário tomar decisões e realizar uma série de ações de forma ordenada e não arbitrária: Saber escrever da direita para esquerda, de cima para baixo, Saber das espaços entre as palavras, Saber armar uma conta, fazer um resumo, um seminário, um cartaz, etc.
Os procedimentos se referem à atuação dos alunos, não devem ser confundidos com estratégias elaboradas pelos professores para que os alunos aprendam: na conta, para saber armá-la é necessário colocar um número sobre o outro respeitando o alinhamento das ordens, passar um traço abaixo dos números separando as parcelas do resultado para então iniciar a operação, a soma deverá ser iniciada pelas unidades.
Um procedimento envolve ações e decisões que se sucedem no tempo e em determinada ordem e envolvem o conhecimento do conceito. O procedimento não deve ser confundido com os conteúdos conceituais. Muitas vezes o aluno sabe armar uma conta de subtração, efetuar o cálculo, mas não sabe em que situações ela deve ser usada. Valores, normas e atitudes – atitudes envolvem comportamentos e princípios de valor como compartilhar informações, cooperar, respeitar e preservar o outro e a natureza, interessar-se pelo que está acontecendo a sua volta.
21
SITUAÇÃO COMUNICATIVA Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Situação onde aquilo que foi apreendido vai ser mostrado à sociedade. Como – quem – para quem – quando – o quê.
RECURSOS Todo material (aula prática/livros/atividades) previsto pelo professor que vai ser usado durante o projeto.
AVALIAÇÃO Avaliação do aluno Avaliação do projeto
APOIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Bloco de intervenções Canteiro (quando necessário)
ASPECTOS DIDÁTICOS DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO DE TRABALHO
22
O papel dos educadores, nesse contexto da pedagogia de projetos, é acompanhar a elaboração e a implementação dos projetos, procurando verificar, em cada um, quais competências e habilidades importantes o educando apresenta, ou poderia apresentar, desenvolvendo ao longo da elaboração, da implementação e da avaliação dos projetos de aprendizagem em que se envolvem. ASSIM, CABE AOS PESQUISADORES/EDUCADORES: 1- A FUNÇÃO DE AJUDAR OS EDUCANDOS A ENCONTRAR AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE SEUS PROJETOS; 2- OS ANTIGOS CONTEÚDOS DISCIPLINARES ENTRAM EM CENA, À MEDIDA QUE SE MOSTREM ÚTEIS OU RELEVANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO; 3- SEU APRENDIZADO, ASSIM, NÃO SE TORNA ALGO DESVINCULADO DA REALIDADE, QUE TEM QUE SER FEITO MESMO SEM SABER O PORQUÊ, MAS PASSA A SER ALGO QUE SERVE A UM PROPÓSITO CLARO E DEFINIDO.
Para refletir... “O ser humano é, naturalmente, um ser da invenção no mundo à razão de que faz a História. Nela, por isso mesmo, deve deixar suas marcas de sujeito não pegadas de objeto.” Paulo Freire, 1997, p.119
23
PROCESSOS EDUCATIVOS E DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Nesta perspectiva, um dos objetivos de pedagogia de projetos é permitir que a aprendizagem dos alunos tenha um ponto de ancoragem firme nos interesses e nas necessidades dos alunos, ou seja, na vida dele. As etapas de elaboração e aplicação de projeto podem ser concebidas a partir da proposta metodológica da problematização, segundo Berbel (1998, p.133). A metodologia da problematização permite provocar nos alunos, além da aquisição de conhecimentos, as associações destes com outros aspectos da vida em sociedade que interferem diretamente nas relações de trabalho, na produção utilização e disseminação dos conhecimentos teóricos e práticos e consequentemente na vida da população como um todo.
Portanto, ao trabalhar com a metodologia da problematização, estamos de modo consciente, desenvolvendo no educando o senso crítico de autonomia, responsabilidade e principalmente a percepção de se trabalhar de maneira conjunta à teoria e a prática.
24
Por sua vez, ao planejarmos os procedimentos da pedagogia de projetos, devemos ter como parâmetros as seguintes etapas: 1ª) Observação da realidade – realiza-se a observação do que ocorre na realidade, e com isso possibilita-se perceber os aspectos significativos dos problemas que estão presentes na parte selecionada para o estudo. Tomemos como exemplo a seguinte situação: vamos imaginar que ao observar a realidade de sala de aula, constatamos a existência de uma indisciplina incontrolável dos alunos. 2ª) Pontos-chave – é a etapa marcada pelo levantamento dos pontos-chaves, antecipados pela análise dos possíveis fatores associados ao problema selecionado e também de seus determinantes maiores, quais sejam: Fatores associados ao problema – muitas são as causas que podem estar associados à indisciplina em sala de aula. Assim, cabe ao educador, após fazer uma reflexão crítica e contextualizada de sua sala de aula, realizar um levantamento de alguns fatores que poderiam interferir no problema diagnosticado, tais como: a falta de estrutura familiar, a falta de limites, método inadequado do educador, dentre outros. Determinantes contextuais do problema - a conclusão de que a indisciplina em sala de aula pode ser um reflexo do descontentamento do educando, pois ele quer mostrar que não está gostando de algo. E essa situação ocorre muitas vezes por falta de uma política educacional mais séria que possa vir ao encontro de uma formação continuada dos educadores. Partindo dessa reflexão, elegemos os seguintes pontos-chave para o estudo: - A indisciplina da relação família–escola–aluno–professor–comunidade. - Políticas educacionais e formação do professor. - O repensar da prática pedagógica.Após elencarmos os pontos-chave teremos como meta obter subsídios para auxiliar o educador na compreensão e encaminhamento imediato de possíveis soluções para os problemas apresentados.
3ª) Teorização – busca-se sistematizar as informações técnicas, científicas, empíricas, oficiais e/ou outros, conforme natureza do problema. Trata-se, analisa-se e avalia-se as informações coletadas, buscando contribuições para uma possível resolução. Neste momento, o educador buscará bibliografias referentes aos pontos-chave levantados, para uma melhor compreensão da prática analisada. 4ª) Hipóteses de solução – consiste na apresentação de propostas para a solução do problema, de maneira a alterar o quadro existente. Todas as alternativas possíveis deverão ser explicitadas. Tomamos como exemplo o estar diante de uma problemática pensarmos em algumas hipóteses de solução:- realizar palestras para toda a comunidade escolar a respeito da indisciplina e suas conseqüências.- reivindicar aos governantes a elaboração de política educacional essa relação à formação continuada dos educadores.- realizar mudanças na metodologia utilizada pelo educador, destacando a importância de se trabalhar com pedagogia de projetos. 5ª) Aplicação da realidade – a aplicação das alternativas de intervenção na realidade, possibilita-nos assumir o compromisso de realizar determinadas ações concretas. Em vista disso, o próximo passo a ser concretizado refere-se à aplicabilidade das hipóteses de solução na sala investigada.
Assim, ao refletirmos sobre os passos da metodologia da problematização, podemos entender que, antes de elaborarmos um projeto, é necessária a observação da realidade. Após os educandos terem escolhido com o educador o problema em questão, verificarão quais são os pontos-chave do problema, questionando e refletindo sobre os aspectos a ele relacionados. Logo após, vem à etapa da teorização, sistematização das informações técnicas, científicas, mediante o uso de instrumentos de pesquisa. Em seguida, serão elaboradas as hipóteses de solução, quando serão registradas e analisadas todas as alternativas possíveis
25
“um novo momento de reflexão definirá esta última etapa, inclui novas ações dos estudantes e professores, agora sobre a realidade” (BERBEL, 1998, p.8). Pesquisa e Prática Neste contexto, para que todo o processo de elaboração do projeto Pedagógica-III possa atingir determinado objetivo, é imprescindível pensar e repensar na avaliação, pois a avaliação é parte essencial na composição do planejamento. Se o educador não tiver claro como irá avaliar seu educando, acabará fazendo apenas a verificação de conteúdos apreendidos, ou da sua aprendizagem. Nesta perspectiva, vale destacar decisões relativas ao planejamento de atividades, partindo do modelo curricular _ construtivista e aberto_ que é proposto na atual reforma do Sistema Educativo. Este deixa ao educador a liberdade, o privilégio e a responsabilidade de planejar as atividades concretas que proporá a seus alunos. Então, naturalmente, não seremos nós que roubaremos seu profissionalismo. Para isso, você deve tomar uma série de decisões, como, por exemplo: Decisões relativas ao plano de atividades 1º A escolha do tema de trabalho. 2º A escolha do tipo de texto. 3º A escolha da atividade concreta. 4º A decisão sobre a forma de agrupar os alunos na atividade. 5º A decisão sobre os procedimentos para ativar conhecimentos prévios. 6º A decisão sobre o processo de realização da atividade, os materiais, as intervenções do professor e os procedimentos de correção e aperfeiçoamento/ aprofundamento dos conteúdos que se fizerem necessários.
Essas decisões você toma a partir de critérios diversos. Critérios para tomar decisões · As características concretas do grupo de alunos. · Os objetivos educativos do professor em relação aos alunos. · O nível de conhecimentos prévios dos alunos em relação aos conteúdos/temas propostos. · As necessidades comunicativas que surgem na rotina cotidiana da aula, nos temas de estudos propostos, nas notícias da atualidade, nos interesses dos alunos, etc. · O nível de conhecimento prévio requerido a cada tipo de tema/ conteúdo. · As características concretas do tema/conteúdo a ser trabalhado. · As características concretas do tipo de atividade.
Alguns conselhos para serem considerados na escolha das atividades:
26
1. Se for possível, escolha uma atividade que permita aos alunos trabalhar com materiais reais: jornais, revistas, livros, cartazes, etc; 2. Escolha a atividade que oportunize o aluno a refletir mais. Lembre-se que o que motiva mais os estudantes é resolver um problema/ desafio; 3. Escolha a atividade que seja mais aberta, que permita que cada um responda de forma diferente, conforme suas possibilidades; 4. Escolha a atividade mais complexa e não a mais simples. Não subestime as possibilidades de seus estudantes; 5. Escolha a atividade que possam ser feitas entre dois ou três alunos. Lembre que o trabalho conjunto ajuda na aprendizagem; 6. Escolha a atividade que tenha sentido e projeção fora da aula: que trabalhem para alguém do exterior e para algo útil fora da aula.
Consequentemente, após a reflexão da importância do planejamento no cotidiano, percebemos que é impossível realizarmos algo sem antes planejar, pois o planejamento consiste em pensar, refletir, criar estratégias para que possamos intervir na realidade de maneira consistente e transformadora. Sendo assim, o planejamento pode ser estruturado da seguinte forma: 1) Plano de Curso 2) Plano de Unidade 3) Plano de Aula
1) PLANO DE CURSO – é a distribuição dos assuntos a serem estudados e dos objetivos a serem gradativamente alcançados em determinados períodos: anuais, semestrais, mensais e semanais. Organizado pelo educador, possibilita uma distribuição racional e equilibrada do trabalho por todo ano letivo. É de muita utilidade, desde que o educador compreenda que o plano é uma diretriz, um roteiro flexível, que precisa ser revisto periodicamente, para ajustamentos às possibilidades de realização. 2) PLANO DE UNIDADE – é um plano incluído no plano de curso; é o planejamento para um determinado período letivo: um a mais meses. Quando as atividades previstas para esse período estão relacionadas entre si e contribuem para que seja atingido um objetivo final determinado pelos educandos, sendo assuntos a estudar organizados por um tema geral, tem-se uma unidade de trabalho ou projeto. 3) PLANO DE AULA – é desenvolvido em cada dia de aula, planejando-se detalhadamente as atividades previstas. O plano diário é a seqüência do planejamento de todas as atividades de dia letivo.
As primeiras atividades de cada dia de aula são constituídas pelas rotinas de classe, palestra inicial/introdução e planejamento cooperativo de trabalho a ser desenvolvido com os educandos. As rotinas envolvem: a freqüência e a avaliação da freqüência da turma com os educandos; organização da sala, criando um ambiente adequado ao trabalho do dia. A palestra inicial/introdução é importante, para dar aos educandos a oportunidade de se expressar livremente e dirigir seus interesses para as atividades previstas pelo professor, sentindo a necessidade de desenvolvê-las. Através desse momento, o educador fez coincidir os objetivos dos educandos com seus próprios objetivos.
27
O PLANEJAMENTO COOPERATIVO CONSISTE EM:
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
LEVAR OS EDUCANDOS A ESTABELECER AS ATIVIDADES QUE SERÃO DESENVOLVIDAS NO DIA, DE ACORDO COM O QUE FORA PREVISTO PELO EDUCADOR. PLANEJAR COM OS ALUNOS CONTRIBUI PARA A FORMAÇÃO DE ATITUDES, COMO RESPONSABILIDADE, PERSISTÊNCIA, ORGANIZAÇÃO, DESENVOLVENDO O COMPORTAMENTO DEMOCRÁTICO. FAZ, TAMBÉM, COM QUE A TURMA FIQUE MAIS INTERESSADA NO TRABALHO QUE AJUDOU A PLANEJAR, CONHECENDO OS OBJETIVOS A ATINGIR, TENDO PROPÓSITOS DEFINIDOS.
O número de atividades diárias e a duração das mesmas variam de acordo as possibilidades da turma e do horário escolar. Ao fim de cada dia letivo, leva-se a turma a avaliar os resultados obtidos em relação as que fora previsto, verificando-se, então, se todos os objetivos forem atingidos, de modo geral, e se o trabalho levou cada educando a desenvolver-se quanto à aq1uisição de conhecimentos e habilidades e à formação de atitudes. Essa avaliação poderá ser feita através de discussão ou debate, de questionários orais ou escritos, fazendo-se com que o educando preencha fichas ou gráfico, individuais ou da turma. EXEMPLO DE ESQUEMAS DE FORMULÁRIOS E PLANEJAMENTO PLANO DE CURSO / PLANO DE UNIDADE / PLANO DE AULA
28
29
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
30
31
TRABALHANDO COM PROJETO DE INTERVENÇÃO E AS POSSÍVEIS ETAPAS O projeto é uma estratégia de trabalho em equipe, que favorece a articulação entre diferentes conteúdos da área do conhecimento e desses com os de outras áreas do conhecimento, na solução de um dado problema. Conceitos, procedimentos e valores aprendidos durante o desenvolvimento dos estudos das diferentes áreas podem ser aplicados e conectados, ao mesmo tempo em que novos conceitos, procedimentos e valores se desenvolvem. Todo projeto é desenhado como uma seqüência de etapas que conduzem ao produto desejado, todas elas compartilhadas com os alunos.
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Passos : 1. Definição do Tema Os temas podem ser desde os mais abrangentes ou gerais, até os mais específicos ou circunscritos a determinados fenômenos. Os temas podem ser tratados de forma a considerar conteúdos da área de História e Geografia e necessariamente serão utilizados conhecimentos das áreas de Língua Portuguesa e Matemática. 2. Escolha do Problema Uma questão toma a dimensão de um problema quando suscita a dúvida, estimula a solução e cria a necessidade de ir a busca de informações para concluir sobre a que melhor explica o tema em estudo. 3. Tratamento do Problema Ao planejar um projeto, o professor precisa delimitar o campo de investigação sobre o tema, abrangendo conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais pertinentes e possíveis, considerando as características do ciclo a que o projeto se destina. É necessário que o professor elabore e apresente aos alunos um roteiro contendo os aspectos a serem investigados, os procedimentos necessários, as atividades a serem realizadas e os materiais necessários. É importante, ainda, que se esclareçam às etapas da investigação e o modo de organização dos dados obtidos. 4. Objetivos Os objetivos devem ser apresentados aos alunos como norteadores das investigações que se farão. 5. Fechamento do Projeto Atividades de fechamento de um projeto devem ter como intenção: - Reunir e organizar os dados, interpretá-los e responder ao problema inicialmente proposto, articulando as soluções parciais encontradas no decorrer do processo.
6. Avaliação
32
- Organizar apresentações ao público interno e externo à classe. Dependendo do tema e do ciclo que realizou o projeto, as apresentações podem incluir elaboração de folhetos, jornal, cartazes, dramatizações, maquetes, exposições orais e seminários ou exposição de experimentos.
Existem várias avaliações envolvidas na execução de projetos: - Avaliações voltadas a dar acompanhamento aos grupos que realizam o projeto, que o professor realiza observando as contribuições individuais e resultados parciais dos grupos. Esse modo de avaliação permite que o professor detecte as dificuldades e ajude os alunos a superá-las; - Auto-avaliação durante o projeto; é um instrumento que permite ao professor e aos próprios alunos conhecerem as dificuldades e as aquisições individuais; - Avaliação final dos projetos sobre as apresentações feitas pelos grupos, quando se apreciam as aprendizagens de conteúdos realizadas; - Avaliação do processo e produtos dos projetos pelos educadores que participaram direta ou indiretamente, tendo em vista considerar quais aspectos alcançaram as intenções pretendidas e quais devem ser aperfeiçoados, as causas das dificuldades e como, de uma próxima vez, será possível prepará-las. Essa avaliação deve ser registrada, para que não se percam resultados (BRASIL, 2000). Exemplificando Projeto de Intervenção Projeto: Água Objetivo: Verificar a importância da água para a sobrevivência do planeta. O aluno deverá descobrir: . Se existe água nos seres vivos; . Características diferentes da água; . Propriedades da água; . Sua importância para a vida; . Sua importância para o meio ambiente. (Esses objetivos poderão ser ampliados de acordo o direcionamento do professor).
Etapa
1
O elemento mais importante para a sobrevivência dos seres vivos é a água. Vegetais ou animais submetidos a ambientes quentes e secos, sem água, morrem. Mas por quê?
33
Faça o teste: Coloque uma porção de pedrinhas (cascalho) e algumas folhas de Pesquisa e Prática Pedagógica-III alface sobre uma mesa e observe-as. Qual delas parece ter maior quantidade de água? Para confirmar essa hipótese, separe dez gramas de pedrinhas e dez gramas de folhas de alface, usando uma balança. Depois coloque cada amostra ao sol para secar, por cinco dias. Passado o tempo, verifique quantos gramas tem cada amostra. Anote os dados. Obs: Poderão ser encontrados dados diferentes de acordo com as condições de temperatura e de unidade, mas os alunos deverão concluir que os seres vivos certamente são constituídos de quantidade muito maior de água do que os seres não vivos.
Outra forma de testar a presença de água nos seres vivos é realizar o aquecimento, em tubos de ensaio, de amostras de vegetais como alface, tomate, melancia etc, e de seres brutos como pedrinhas. Os alunos verificarão que nos vegetais a quantidade de água liberada em forma de vapor é muito maior.
Etapa
2
Por que a água é tão importante para os seres vivos? O estudo de uma das propriedades da água vai ajudá-lo a aprofundar essa investigação, Peça aos alunos que providenciem com os colegas os seguintes materiais: Três copos americanos, um conta-gotas, uma colher (chá), detergente, água, álcool, óleo de cozinha, anilina, um canudo de refresco, sal e açúcar. Peça aos alunos que anotem no caderno as observações de cada experimento: a) Ponha água em dois copos, óleo em outro e álcool no terceiro. Coloque só até a metade. Acrescente cinco gotas de anilina em cada copo e verifique o que aconteceu com o corante em cada um dos líquidos. Que diferença você percebeu? b) Lave os copos usando detergente e enxágüe bem. Ponha água em dois copos até a metade. Coloque uma colher (chá) rasa de sal no primeiro copo e uma rasa de açúcar no segundo. Misture e observe. Aconteceu com o sal e o açúcar o mesmo que ocorreu com o corante? Por quê? c) Volte a lavar os copos e coloque a água em dois deles. Coloque o canudo em um dos copos e assopre-o. O que acontece com as bolhas de ar? No outro copo, adicione dez gotas de óleo e misture bem. Espere alguns minutos e observe o resultado. O que ocorreu? Por quê?
OBS.: A água dissolve muitas substâncias. A essa propriedade é dado o nome de solubilidade. Embora a água seja chamada de solvente universal, ela não é capaz de dissolver todas as substâncias.
34
Etapa
3
Um das características da água é que pode ser encontrada na natureza em diferentes estados físicos. Quais são esses estados? Pense e escreva, onde encontramos na natureza os diferentes estados físicos da água? a) Coloque um cubo de gelo num copo e observe. O que acontece? b) Faça o seguinte experimento: - Quebre alguns cubos de gelo em pedaços pequenos. Coloque-os numa vasilha. Adicione ao gelo picado duas colheres de sal, mexa bem. Dentro dessa mistura, coloque um copinho descartável com água até a metade. - Aguarde por dez minutos e observe. - O que aconteceu com a água que estava no copinho? - Á água do copinho representa, agora. Qual mudança de estado físico? - Como ocorre o ciclo da água na natureza? Pesquise.
Etapa
4
Quando você precisa de água, basta abrir uma torneira e lá está ela. Pronta para ser consumida! Você já pensou em quais os caminhos essa água percorre para chegar à sua casa? Por quantos processos ela passa para chegar limpa à sua casa? De onde a água é retirada? Faça uma pesquisa e descubra todo o caminho que a água percorre até chegar às torneiras das casas. Interdisciplinaridade: As disciplinas de Geografia e História poderão pedir que os alunos façam um desenho de um mapa ou uma maquete que demonstre todo o caminho da água, da fonte até a sua casa passando pela estação de tratamento. Para isso é necessária uma pesquisa da origem da água e seu percurso. Na disciplina de Arte, os alunos poderão desenhar e pintar paisagens em que aparece a água em diferentes estados físicos. E representar também por meio de desenhos o ciclo da água.
35
Etapa Pesquisa e Prática Pedagógica-III
5
A poluição é um dos grandes problemas do nosso planeta. Faça uma pesquisa sobre poluição dos rios, lagos e do solo. O que essa poluição pode causar às plantas e aos animais?
Para responder a essa questão, faça o seguinte experimento: Poluição do solo Consiga algumas sementes de feijão e plante-as em copinhos descartáveis com um pouco de terra. Numere os copinhos com os números de 1 a 3. Durante uma semana, dê o seguinte tratamento às sementes: regue o copo 1 com solução de vinagre e água; regue o copo 2 com detergente e água; regue o copo 3 somente com água. Quais sementes germinaram? Quais sementes se desenvolveram? A que conclusão você chega sobre a ação do vinagre e do detergente sobre as plantas? Poluição da água Consiga três ramos de uma planta aquática chamada elódea. Separe três copos, um com água, um com detergente e água e outro com vinagre e água. Dentro de cada copo mergulhe um ramo de elódea. Observe durante uma semana. Quais os produtos que representam os poluentes na nossa experiência? Por que são considerados poluentes? Após uma semana, quais ramos das plantas aquáticas sobreviveram? A que conclusão você chega? Interdisciplinaridade Na disciplina de Português, os alunos poderão criar histórias em quadrinhos sobre poluição da água; o lixo no meio ambiente; a importância da higiene na saúde das pessoas, utilizando gibis velhos, que poderão ser recortados e colados numa folha em branco. Esses gibis deverão ser expostos para que outras turmas possam também conhecer os problemas da poluição.
36
Etapa
6
O professor apresenta, nessa etapa, um esquema do corpo humano, mostrando como os nutrientes e o gás oxigênio são distribuídos por todo o corpo para garantir o crescimento e a manutenção da vida, mas várias substâncias tóxicas são produzidas e precisam ser mantidas. a) Observe a figura e leia com atenção a função de cada órgão e escreva o caminho que a água pode fazer por meio desses órgãos, para que eles exerçam cada um das funções; b) Explique como o transporte de água no corpo pode estar relacionado à propriedade de solubilidade da água. A água que está presente no sangue dissolve os gases, os nutrientes e as substâncias tóxicas, facilitando o transporte dessas substâncias pelo corpo. c) Explique sobre a eliminação de água pelo organismo, por exemplo, urina e transpiração.
A água auxilia na manutenção da temperatura do corpo. Com a evaporação da água que existe no suor, a temperatura do corpo diminui. Quando estamos suados e nos abanamos, temos a sensação de frescor. O que acontece é o esfriamento da pele por causa da evaporação. Podemos demonstrar também que as plantas transpiram: consiga um vaso de gerânio ou qualquer outra flor. Cubra com um saco plástico transparente toda a planta e amarre-o bem. Coloque o vaso ao sol por alguns minutos. Observe. O que você nota dentro do saco plástico? O que isso significa?
Etapa
7
Após realizar todas as etapas do Projeto, os alunos devem tirar suas conclusões sobre a importância da água para a sobrevivência dos seres vivos e do planeta, e colocálas no papel.
Para refletir... “O aluno aprende quando se torna sujeito da sua aprendizagem, quando a escola faz parte do seu projeto de vida.” Moacir Gadotti
37
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL( 3º E 4º CICLOS) DE CIÊNCIAS NATURAIS Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Os Parâmetros Curriculares Nacionais surge como proposta inicial nos anos de 95 e 96, depois de discussão entre docentes de universidades, técnicos de secretarias de educação, especialistas e educadores, além de encontros organizados pelas delegacias do MEC. Podem ser caracterizados como referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental, funcionando como um auxílio no planejamento das atividades a serem desenvolvidas na escola. O seu propósito, segundo o MEC (BRASIL, MEC 2000), é apontar metas de qualidade que ajudem o educando a enfrentar o mundo atual como um cidadão participativo, autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres. Sua função, ainda de acordo com o referido Ministério, é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, pesquisa, discussões. Funcionam como catalisadores de ações na busca de melhoria de vida de todos os educandos. A proposta, apesar de única para todo o território nacional, reveste-se de flexibilidade, e as decisões devem ser tomadas de acordo com as peculiaridades regionais e locais. Não são modelos impositivos e homogêneos, deve-se sempre observar a diversidade sociocultural e autonomia de educadores e equipes pedagógicas. Os princípios fundamentais dos PCN são a dignidade da pessoa humana; igualdade de direitos; participação e co-responsabilidade pela vida social. Trazem os seguintes temas transversais a serem trabalhados dentro das disciplinas curriculares:
ÉTICA: busca este tema fomentar reflexões sobre condutas humanas, valores de igualdade e equidade, relações nas escolas, visto que o currículo não é neutro e impermeável a valores; MEIO AMBIENTE: o tema traz informações sobre a natureza, as relações estabelecidas a partir dela, reflexões sobre os aspectos socioculturais do assunto, qualidade de vida; PLURALIDADE CULTURAL: cativa o respeito às diferenças, superação da discriminação e questões de cultura no Brasil; SAÚDE: aborda as condições de vida, higiene, o auto cuidado, direito e responsabilidade sobre a saúde de cada um; ORIENTAÇÃO SEXUAL: transmissão de informações, debate sobre crenças e tabus, também a responsabilidade e o prazer.
A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS é integrar áreas convencionais do conhecimento com a prática da cidadania,
38
visto que o conhecimento humano é muito importante, porém há também outras questões urgentes a serem desenvolvidas na escola. OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS TAMBÉM EXPLICAM a diferença entre desigualdade social, definindo-a como uma relação de dominação e exploração produzida no processo econômico e político; e a diferença cultural, cuja pior expressão é a discriminação. A desigualdade social e a discriminação, articuladas, produzem a chamada exclusão social. Essa exclusão acaba sendo definida como “impossibilidade de acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade e de participação na gestão coletiva do espaço público – pressuposto da democracia”. Na prática, afirmam os PCN, o Brasil é um país regido não por direitos, mas sim por privilégios que se assentam em discriminações e preconceitos de todos os tipos, produzindo e reproduzindo conseqüências como aumento constante da miséria, ignorância, evasão escolar, etc. OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS APRESENTAM DIFERENTES CONTRIBUIÇÕES, temas-chave, que podem balizar o trabalho com a interculturalidade: fundamentos éticos que visem à formação dos educandos para uma real democracia; conhecimentos jurídicos que reforcem os princípios expressos pela Constituição, bem como os deveres do Estado para com a educação; conhecimentos sociológicos, que analisam a formação dinâmica da sociedade, conhecimentos antropológicos, que analisam os diversos grupos sociais e sua constituição histórica; conhecimentos na área da linguagem e representações que permitem discutir com a ideologia e os diversos discursos interferem na formação de nossas representações sociais, conhecimentos psicológicos e pedagógicos, que permitem vislumbrar o quanto a identidade interfere no processo de construção da auto-estima e conseqüentemente interfere no desempenho do educando; conhecimentos populacionais, históricos e geográficos que analisam os movimentos migratórios e ocupacionais, bem como o comportamento atual das populações e que configuram a ocupação do espaço e acabam por interferir no processo de hibrismo cultural.
O REFERIDO DOCUMENTO CONCLUI QUE A INTERCULTURALIDADE DEVE SER ENSINADA, APRENDIDA, VIVIDA POR TODOS. ESTE TRABALHO DE CONSTRUÇÃO INICIA-SE PELA CONSTATAÇÃO DE QUE, SEM OUTRO, NÃO PODEMOS SABER QUEM SOMOS E, NO ENCONTRO E DIÁLOGO ENTRE ATORES DE DIFERENTES CULTURAS, PODE-SE CONSTRUIR UMA CULTURA HÍBRIDA MAIS RICA E HUMANA.
As áreas de conhecimento constituem importantes marcos estruturados de leitura e interpretação da realidade, essenciais para garantir a possibilidade de participação do cidadão na sociedade de uma forma autônoma. Ou seja, as diferentes áreas, os conteúdos selecionados em cada uma delas e o tratamento transversal de questões sociais constituem uma representação ampla e plural dos campos de conhecimento e de cultura de nosso tempo, cuja aquisição contribui para o desenvolvimento das capacidades expressas nos objetivos gerais. É conveniente esclarecer a escolha da denominação “áreas”. Na concepção da legislação complementar à Lei Federal nº 5.692/71, os termos “atividades”, áreas de estudo” e “disciplina” foram usados para definir o tratamento metodológico a ser dado aos conteúdos, em função das séries em que eram abordados. As atividades eram definidas como experiências vividas, as áreas de estudo eram constituídas pela integração de áreas afins e as disciplinas eram compreendidas como conhecimentos sistemáticos.
39
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, a opção do termo “área” deuse em função de que, no ensino fundamental, um tratamento disciplinar, entendido como preponderantemente lógico e formal, distancia-se das possibilidades de aprendizagem da grande maioria dos alunos. Além disso, Pesquisa e Prática Pedagógica-III parte-se de abordagens mais amplas em direção às mais específicas e particulares. O tratamento dos conteúdos deve integrar conhecimentos de diferentes disciplinas, que contribuem para a construção de instrumentos de compreensão e intervenção na realidade em que vivem os alunos.
As áreas de conhecimento abordadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais são: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências Naturais, Educação Física, Arte e Língua Estrangeira. Em todas, buscou-se evidenciar a dimensão social que a aprendizagem cumpre no percurso de construção da cidadania, elegendo, dessa forma, conteúdos que tenham relevância social e que sejam potencialmente significativos para o desenvolvimento de capacidades. PCN DE CIÊNCIAS NATURAIS: Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais corresponde a um documento oficial, da Secretaria de Educação Fundamental, do Ministério da Educação com a finalidade de fortalecer e subsidiar as ações daqueles que atuam em educação. O mesmo não tem como finalidade impor ou ditar as regras do trabalho docente e sim nortear as ações curriculares das escolas brasileiras. Neste material, que pode ser consultado, livremente, na seguinte página Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica - Orientações Gerais e Catálogo de Produtos, no seguinte endereço:
pode-se encontrar o texto integral deste material de apoio pedagógico. Os conteúdos apresentados estão estruturados em quatro eixos temáticos que são: · Terra e Universo; · Vida e Ambiente; · Ser Humano e Saúde; e · Tecnologia e Sociedade
Ao se trabalhar através da utilização dos eixos temáticos, como em qualquer trabalho docente, deve-se levar em conta aspectos como: a realidade em que se desenvolve o
40
trabalho, série, o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, sua idade, sua identidade cultural e social, conceitos, procedimentos e atitudes que devem permear o ensino de Ciências, fazendo com que o processo ensino e aprendizagem ocorram de forma significativa. Você acabou de estudar no tema anterior como planejar sua ação educativa. Agora verifique uma possibilidade de se trabalhar projeto utilizando os eixos temáticos especificados nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental. Observe que aqui já apresentamos uma outra forma de se sistematizar um projeto de ensino. O mesmo foi desenvolvido e aplicado no ano de 2003.
RECORTE TEMÁTICO: “São grandes os desafios a enfrentar quando se procura direcionar as ações para a melhoria de condições de vida no mundo. Um deles é relativo a mudança de atitudes na intenção com o patrimônio básico para a vida humana: o meio ambiente”. (PCN’s)
Os recursos naturais têm sua disponibilidade condicionada à gestão coerente desses recursos. Recursos naturais como ar, água e solo são indispensáveis a vida, portanto se as invenções humanas no ambiente, justificadas por questões econômicas forem feitas sem as premissas do desenvolvimento sustentável tais recursos podem ser esgotados. Desde a implantação do Pólo Petroquímico diversos tipos de rejeitos têm sido lançados no ambiente trazendo prejuízos que vão desde a saúde dos funcionários e população vizinhas até a poluição e conseqüente destruição de efluentes que recebem rejeitos de suas indústrias petroquímicas. Os rápidos recursos tecnológicos viabilizaram formas de produção de bens com conseqüências indesejáveis que se agravam com igual rapidez. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita demasiadamente intensa, a ponto de pôr em risco a sua renovabilidade. Sabe-se agora da necessidade de entender mais sobre os limites da renovabilidade de recursos tão básicos como a água, por exemplo. E recursos nãorenováveis, como o petróleo, ameaçam escassear. Frente a todos esse fatos surgem vários questionamentos: De que forma as interações sociedade/natureza podem se adequar às relações de mercado? Isto é possível? A Qual a dimensão do impacto sócio-ambiental causado pela implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari? Educação seria o elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental? De que forma?
41
JUSTIFICATIVA: A implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari/BA, em 1973, foi precedida de uma série de controvérsias quanto às conseqüências de seu Pesquisa e Prática Pedagógica-III funcionamento na região do recôncavo baiano. A geração de empregos e o comprometimento com uma política de preservação ambiental venceram os que se opunham. Desde lá questionamentos continuam sendo levados ainda que sejam pouco divulgados. Interesses econômicos e políticos se aliaram para responder a posicionamentos de entidades de preservação ambiental, sindicatos e à própria população. Esse projeto ao avaliar o impacto ambiental com todos os seus componentes ecológicos e sociais trará para a discussão muito mais que uma revisão de poluição ambiental, mas uma consciência de que desenvolvimento passa não apenas pelo desenvolvimento tecnológico, mas pelo uso coerente dos recursos naturais e, sobretudo pela construção e manutenção da qualidade de vida. OBJETIVOS GERAIS: Investigar as alterações de determinados ambientes como resultado de emissão de substâncias, partículas e outros materiais produzidos por agentes poluidores, compreendendo os processos de dispersão de poluentes no planeta e aspectos ligados à cultura e à economia para valorizar medidas de saneamento e de controle de poluição. Contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade sócio-ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade, local e global. Compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservação e manejo dos recursos naturais com os quais interagem, aplicando-os no dia-a-dia.
EMPREENDIMENTO: Durante o projeto, os alunos deverão produzir um relatório técnico de avaliação de impacto ambiental e transformar as principais informações numa reportagem com informações relevantes para a comunidade com elementos informativos relativos as mudanças ocorridas no ambiente da vida dos funcionários e da população da região desde a implantação do pólo até o momento atual. A depender dos resultados encontrados, como por exemplo; elementos de denúncia, também serão incluídos como os mais relevantes. Ainda, durante o projeto os alunos farão estudos de caso local e global sobre diversos problemas ambientais, seguindo de sua apresentação, além da elaboração de uma cartilha criativa com o problema trabalhado e suas soluções. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Conceituais:
Compreender as dimensões de um impacto sócio-ambiental; Explicar os conceitos básicos de química: matéria e energia; substâncias puras, misturas, combinações, molécula, átomo e íon; Diferenciar química orgânica de inorgânica;
42
Comparar as características das substâncias orgânicas e inorgânicas; Descrever as funções químicas orgânicas e inorgânicas relevantes para o problema; Explicar transformações químicas que ocorrem na natureza e em laboratório (reações e equações químicas); Identificar a produção de bens de consumo a partir de processos químicos; Relacionar os conhecimentos de química às características e aplicabilidade do petróleo e seus derivados; Descrever os processos de extração e processamento do petróleo; Reconhecer o funcionamento de uma indústria petroquímica; Diferenciar os rejeitos produzidos pelas indústrias do Pólo Petroquímico de Camaçari; Interpretar as conseqüências do acúmulo de rejeitos no ar, na água e no solo para comunidades e ecossistemas; Conhecer as medidas de preservação adotadas pelas empresas do Pólo Petroquímico; Relacionar o impacto ambiental a questões sociais como emprego, consumo e saúde; Caracterizar o desenvolvimento sustentável.
Procedimentais:
Ler, interpretar e discutir textos explicativos ou provocativos relacionados aos objetivos conceituais; Coletar informações sobre motivos e conseqüências da implantação do Pólo Petroquímico; Investigar os processos de extração e produção de energia e substâncias obtidas por diferentes tecnologias ou alternativas, sua transformação na indústria de produção de bens, valorizando a preservação dos recursos naturais; Aplicar os conhecimentos básicos adquiridos em visita a Refinaria Landulfo Alves e a uma das indústrias do Pólo Petroquímico de Camaçari na análise do impacto ambiental; Observar o funcionamento da CETREL avaliando a veracidade de suas medidas antipoluentes; Elaborar relatórios preliminares com as informações e avaliações de cada equipe; Redigir uma reportagem para divulgação dos principais resultados do projeto para a população; Realizar seminários para divulgação dos resultados do projeto;
Atitudinais: Perceber a necessidade de um crescimento tecnológico e econômico compatível com a manutenção da qualidade de vida; Ponderar que os avanços técnicos são, quase sempre conseqüência de procedimentos científicos de experimentação e análise; Criticar as atitudes governamentais frente à necessidade de um desenvolvimento sustentável; Preocupar-se frente à possibilidade do uso indevido dos recursos naturais produzirem seu esgotamento; Perceber a diferença entre “preservar o meio ambiente” e “conservar o meio ambiente”.
43
BLOCO DE CONTEÚDOS:
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Conceitos básicos de química (átomo, molécula, substância, corpo, objeto, misturas e combinações); Separação de misturas; Transformações químicas e físicas; Reagentes e produtos; Modelo atômico de Dalton, fundamentando nas reações químicas; Distinção entre química inorgânica e orgânica; Propriedades das funções inorgânicas; Substâncias orgânicas e suas propriedades; Processos químicos para obtenção de materiais de consumo; Petróleo como fonte de materiais de consumo; Extração e processamento do petróleo para retirada de seus derivados no Pólo Petroquímico de Camaçari; Características das substâncias derivadas do petróleo ou utilizadas em seu processamento e suas propriedades tóxicas; Dependência mundial do petróleo: fontes e materiais alternativos; Funcionamento de uma indústria petroquímica presente no Pólo Petroquímico de Camaçari; Rejeitos sólidos, líquidos e gasosos decorrente do processamento de petróleo; Processamento e destino dos rejeitos de petróleo nas indústrias do Pólo Petroquímico; Geração de emprego e impacto social a partir do estabelecimento do Pólo Petroquímico de Camaçari; Medidas de preservação ambiental; Avaliação de impacto social e ambiental e qualidade de vida; Importância da Educação Ambiental.
INTERVENÇÕES DIDÁTICAS: As intervenções propostas neste projeto têm a intenção de criar boas situações de aprendizagem significativa para o aluno. A cada atividade estará vinculada aos objetivos e em cada etapa a seqüência das abordagens tende a favorecer a execução do empreendimento. Sendo este um relatório técnico acompanhando de uma reportagem simulando a codificação das informações para divulgação à população em geral, os conteúdos e procedimentos estão organizados de maneira a sugerir a organização do relatório. Além disso, as intervenções foram idealizadas com a preocupação de atender aos objetivos estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais para os temas transversais: Meio Ambiente, Saúde, Trabalho, Ética e Consumo. Durante o desenvolvimento deste trabalho teremos como eixo norteador uma reflexão ética, por envolver posicionamentos e concepções a respeito de suas causas e efeitos de sua dimensão histórica e política. Na primeira intervenção o projeto será apresentado e os combinados necessários para a sua execução serão acordados. Na segundo intervenção, partindo dos conhecimentos dos alunos o problema será analisado no ponto de vista químico com a discussão de conceitos e princípios químicos relevantes. Na terceira intervenção o foco é a indústria petroquímica com as implicações sociais de seu funcionamento e do uso de seus produtos.
44
Na quarta intervenção a ênfase é a avaliação do impacto sócio-ambiental propriamente dita através de discussões sobre os rejeitos produzidos pelo Pólo, seu tratamento e suas conseqüências ecológicas inclusive na saúde humana. A última intervenção trata da execução do empreendimento proposto. SEQÜÊNCIA DIDÁTICA:
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO:
Nota 1: Atividades durante o projeto (estudo de caso) = 2,0 Relatório sobre situações práticas (laboratório) = 3,0 1ª avaliação somativa = 5,0
Nota 2: Conclusão do projeto (cartilha e seminário) = 5,0 2ª avaliação somativa = 5,0
45
OBS.: A seqüência didática pode sofrer alterações a depender das necessidades dos alunos, assim como a proposta de avaliação e atividades desenvolvidas para o projeto, pois tudo será debatido com os alunos previamente, assim como os critérios adotados durante as avaliações do bimestre. Pesquisa e Prática Pedagógica-III
“Ensinar exige respeito à autonomia do ser educando, além de bom senso. ... Saber que devo respeito à autonomia, à dignidade e à identidade do educando e, na prática, procurar a coerência com este saber, me leva inapelavelmente à criação de algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira inautêntico, palavreado vazio e inoperante”. (FREIRE, Paulo. – Pedagogia da autonomia)
Um dos princípios que os PCN nos traz é a possibilidade de trabalhar de forma interdisciplinar, superando a visão dicotômica que o estudo disciplinar nos traz, alem de permitir a contextualização de vários temas estudados no ensino de ciências, como nos mostra o projeto acima. O projeto apresentado traz uma visão interdisciplinar do estudo de ciências? Onde? Como você melhoraria este trabalho para que o mesmo possa atingir a interdisciplinaridade e a contextualização indicada nos PCN de Ciências Naturais? OBJETIVOS GERAIS DE CIÊNCIAS NATURAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: “Os objetivos de Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. (...). O ensino de Ciências Naturais deverá então se organizar de forma que, ao final do ensino fundamental, os alunos tenham desenvolvido as seguintes capacidades:
· compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em sociedade, como agente de transformações do mundo em que vive, em relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente; · compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural; · identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas; · compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes; · formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar; · saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida; · saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para coleta, comparação entre explicações, organização, comunicação e discussão de fatos e informações; · valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento.” (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental de Ciências Naturais, 1998, p. 32-33)
46
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE CONTEÚDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS Como podemos notar no exemplo do projeto “Sociedade X Meio Ambiente = Impacto Ambiental!” houve uma seleção para os conteúdos que serão trabalhados para a série designada. Será que esta seleção ocorreu casualmente ou aleatoriamente? Ou será que houve uma intencionalidade? Os PCN nos orienta a realizar a escolha dos conteúdos levando-se em conta a complexidade das Ciências Naturais e da Tecnologia e a necessidade de aproximarmos os conteúdos científicos de forma a promover a compreensão dos fenômenos naturais para o desenvolvimento de várias capacidades cognitivas nos estudantes para o exercício da cidadania. Reconhecendo essas necessidades a Secretaria do Ensino Fundamental de ciências, destacou os seguintes critérios de seleção de conteúdos ao se trabalhar fazendo uso dos eixos temáticos: 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 · “os conteúdos devem favorecer a construção, pelos estudantes, 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 de uma visão de mundo como um todo formado por elementos 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 interrelacionados, entre os quais o ser humano, agente de transformação. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 Devem promover as relações entre diferentes fenômenos naturais e objetos 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 da tecnologia, entre si e reciprocamente, possibilitando a percepção de 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 um mundo em transformação e sua explicação científica permanentemente 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 reelaborada; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 · os conteúdos devem ser relevantes do ponto de vista social, 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 cultural e científico, permitindo ao estudante compreender, em seu 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 cotidiano, as relações entre o ser humano e a natureza mediadas pela 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 tecnologia, superando interpretações ingênuas sobre a realidade à sua 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 volta. Os temas transversais apontam conteúdos particularmente 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 apropriados para isso; 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 · os conteúdos devem se constituir em fatos, conceitos, 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 procedimentos, atitudes e valores a serem promovidos de forma compatível 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 com as possibilidades e necessidades de aprendizagem do estudante, de 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 maneira que ele possa operar com tais conteúdos e avançar efetivamente 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 nos seus conhecimentos. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567
Esses critérios, utilizados nas seleções dos conteúdos dos eixos temáticos, também serão úteis para o professor organizador de currículos e planos de ensino, ao decidir sobre que perspectivas, enfoques e assuntos trabalhar em sala de aula.” (PCN do Ensino Fundamental de Ciências Naturais, 1998, p. 35)
47
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
@
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
1
Realize uma pesquisa sobre definição de
currículo.
9 Qual o significado epistemológico da palavra planejamento?
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
2 Crie um texto, de aproximadamente 10 a 15 linhas, abordando o significado de mudança curricular para você.
10 Quais
os elementos constitutivos do
_______________________________________________________________ planejamento? Explique cada um deles. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ Entrevistar professores ou qualquer outro ______________________________________________________________________________________________________________________________ profissional da educação, indagando o que eles _______________________________________________________________
3
entendam por CURRÍCULO. Debater as entrevistas em sala de aula.
11
_______________________________________________________________ Agora que já sabemos sobre planejamento, ______________________________________________________________________________________________________________________________ elabore um planejamento de ensino. ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ Represente, por meio de um painel, as _______________________________________________________________
4
características do currículo formal, real e oculto.
5 Realize uma pesquisa biográfica dos seguintes autores: Dewey e Anísio Teixeira.
6 O que significou o Manifesto dos Pioneiros de 32 e quais as suas implicações na concepção de currículo?
12 Segundo as leituras e discussões realizadas acerca de projeto, apresente o conceito de projeto.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
13 O que significa pedagogia de projetos?
_______________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________ Crie uma situação-problema envolvendo os _ ______________________________________________________________________________________________________________________________ currículos: Acadêmico, Humanístico, Tecnológico e _______________________________________________________________ Reconstrucionista.
7
8 Escolha uma das abordagens citadas por McNeil 14 Qual o papel do educador no contexto da e produza um texto crítico e reflexivo sobre a abordagem escolhida.
48
pedagogia de projetos?
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
19 “Planejar o ensino é prever os objetivos a
______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ alcançar”. E você, o que pensa desta frase. Expresse aqui suas reflexões.
_______________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________ Você se lembra do quadro apresentado, durante _ _____________________________________________________________________________________________________________________________ a leitura/estudo deste módulo quanto ao planejamento. _ A proposta é que você sistematize a aprendizagem _______________________________________________________________
15
sobre o tema Etapas do Planejamento Curricular. Para tanto, preencha cada um dos itens abaixo, buscando responder de forma objetiva ao questionamento apresentado em parênteses. a) CABEÇALHO (identificação de um estabelecimento de ensino fictício), turma (do 3º ao 4º ciclos), professor(a), disciplina (preferencialmente Ciências Naturais), duração (15 a 30 dias) e tema (relacionado com o tema transversal do curso de Biologia, neste período – A educação na formação de valores morais). b) OBJETIVO(S) (o que pretendemos alcançar) c) CONTEÚDO(S) (da área de conhecimento escolhida)
20 CASTRO (1977; p.16), afirma também que o planejamento é uma “tentativa de antecipar e ordenar decisões que deverão ser tomadas, visando atingir algum conjunto de objetivos especificados”. Leia, análise e registre sua opinião sobre o mesmo (mínimo de dez linhas).
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
d) METODOLOGIA (o que faremos para alcançar os objetivos) e) AVALIAÇÃO (momento de reflexão de todo processo) f) RECURSOS (materiais físicos e humanos dos quais vai precisar)
16 Caro(a) graduando(a), agora que já está conhecedor dos caminhos de elaboração dos Planos de Curso, Unidade e de Aula, elabore os três tipos para uma turma do 3º ciclo do Ensino Fundamental, disciplina Ciências, II Unidade, explorando o tema – A química e a física do ar. Pense, reflita e capriche. Sucesso!!!
17 Elabore um projeto que tenha o seguinte enfoque: O estudo das plantas. Para tanto, o aluno deverá compreender: - diferentes tecnologias de cultivo das plantas - como as plantas se nutrem. - do que as plantas se nutrem. - qual a importância da luz para as plantas.
18 Você já deve ter observado que: “A elaboração do currículo é um trabalho cooperativo que envolve todos os que participam da escola”. Sendo assim, expresse suas reflexões.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
21 Leia o texto “Currículo dos animais”: CURRÍCULO DOS ANIMAIS Certa vez os animais resolveram preparar seus filhos para enfrentar as dificuldades do mundo e, para isso, organizaram uma escola. Adotaram um currículo prático, que constava de natação, corrida, escalagem e vôo. Para o ensino, todos os alunos deveriam cursar todas as matérias ao mesmo tempo: regime seriado. O pato, exímio em natação (melhor mesmo que seu professor), conseguiu notas regulares em vôo, mas era aluno fraco em corrida e escalagem. Para compensar esta fraqueza, ficava retido na escola o dia todo, fazendo exercícios extras. De tanto treinar a corrida, ficou com os pés terrivelmente esfolados e, por isso, não conseguia mais nadar como antes. Entretanto, como o sistema de promoção era a média aritmética das notas das várias disciplinas, ele conseguiu ser um aluno sofrível e ninguém se preocupou com o caso, exceto, naturalmente, o pobre pato. O coelho era o melhor aluno no curso de corrida, mas sofreu tremendamente, e acabou nervoso, de tanto tentar a natação. O esquilo subia árvores admiravelmente, conseguindo belas notas no curso de escalagem. Mas foi frustrado no do vôo, pois o professor o obrigava a voar de baixo para cima e ele insistia em usar os seus métodos, isto é, em subir na árvore e voar de lá para o chão. Em natação ele teve que se esforçar tanto que acabou por passar com a nota mínima em escalagem, saindo-se mediocremente em corrida. A águia foi uma criança problema severamente castigado desde o princípio do curso, porque usava métodos exclusivos dela para atravessar o rio ou subir nas árvores, o que era proibido, pois eles não estavam previstos no programa. No fim do ano, uma enguia anormal, que tinha nadadeiras, conseguiu a melhor média em todos os cursos, e foi a oradora de turma. Os ratos e cães de caça não entraram na escola, porque a administração recusou-se a incluir duas
49
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
matérias que eles julgavam importantes: “como escavar tocas” e “como escolher esconderijos”. Acabaram por abrir uma escola particular, junto com as marmotas, e desde o princípio obtiveram grande sucesso.
26 Sobre os PCN de Ciências Naturais, você o considera um norteador para as suas atividades docentes futuras? Justifique sua resposta.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ · Faça uma crítica do texto acima, _ _____________________________________________________________________________________________________________________________ estabelecendo relações entre o _ ______________________________________________________________ conhecimento de currículo estudado
e o currículo apresentado no texto.
27
_______________________________________________________________ Utilize as orientações para um trabalho com ______________________________________________________________________________________________________________________________ eixo temático e realize um plano de aula com as ______________________________________________________________________________________________________________________________ seguintes especificações: _______________________________________________________________
22 Criar um projeto utilizando os passos da metodologia da problematização: observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipóteses de solução, aplicação à realidade.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
23 Escreva um texto sobre a pedagogia de projetos e suas implicações na formação do ser humano.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
24 Qual o seu conceito de PCN? _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
25 Reflita sobre os problemas educacionais que sua comunidade enfrenta e como você poderia atuar para minimizá-los, utilizando os PCN. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________
50
· Voltado para a 7ª série; · Publico-alvo: adolescentes entre 12 e 14 anos; · Tema trabalhado: Sistema digestório.
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA
PRÁTICA PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR No momento atual em que a escola reaparece no cenário mundial como um dos espaços privilegiados de trabalho com o conhecimento e de formação do cidadão do terceiro milênio, é impossível desconsiderar que a atuação docente é, ao mesmo tempo, efeito e causa da realidade escolar. Portanto, “se é verdade que os professores não podem mudar sem uma transformação do sistema e das instituições em que trabalham, é verdade também que o ensino público e as escolas não podem mudar sem que melhore o desempenho desses profissionais”, pois deles depende a educação das camadas populares no interior da escola pública brasileira. Reconhecendo que a formação dos educadores é crucial para a melhoria do ensino oferecido nas escolas, a Lei nº 9.394/ 96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional – em seu artigo nº 61, inciso 1 estabelece que haja para essa formação” a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço”. A nova LDB estabelece em seu artigo 67, incisos I e V, o direito à educação continuada para todos os profissionais da educação:
”Art. 67 – os sistemas de ensino promoverão e valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público”. Inciso I – Aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim. Inciso V – Período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho.
A formação em serviço e o modo de operacionalizar seu desenvolvimento estão contemplados na legislação. Cabe aos Estados, Municípios e escolas organizaram-se para que os programas de formação dos docentes se reflitam na atuação dos educadores e na aprendizagem dos estudantes.
51
Apesar das intenções da legislação, ainda não se notam transformações significativas nos cursos de formação inicial de professores. Segundo vários estudos, a formação de professores no Brasil tem sido: Pesquisa e Prática Pedagógica-III
· Muito mecanicista em relação ao conhecimento e à forma de apropriação deste por parte dos professores; · Dicotômica quanto à relação teoria e prática; · Pouco preocupada em desenvolver as capacidades e habilidades reflexão, autonomia e cooperação, entre outras) necessárias para a formação do professor-cidadão e consequentemente para a formação do aluno-cidadão; · Um processo que desconsidera os contextos (regiões, necessidades, etc), onde e para quem se realiza.
Os dados demonstram que os educadores das escolas públicas brasileiras, em geral, tratam o conhecimento da mesma forma como aprenderam no seu processo de formação. O que permite deduzir que a formação de professores não tem dado conta de formar um profissional competente e comprometido com o sucesso escolar de todos os alunos. Além disso, há um consenso entre os estudiosos da área de que existem alguns conhecimentos que não podem ser ensinados nos cursos de formação inicial, seja nos de Ensino Médio ou nos de Ensino Superior. Esses conhecimentos – tais como transformar o conteúdo da cultura geral em conteúdos escolares; lidar com situações imprevistas; lidar com a disciplina dos alunos entre outros – são construídos no exercício da profissão -, afinal “o educador se educa também na prática da educação” (CUNHA, 1994). Mesmo que a formação inicial dos profissionais do ensino fosse de melhor qualidade, ela não seria suficiente, pois o desenvolvimento profissional é um processo que se dá durante toda a vida de trabalho. Além disso, existe também a necessidade de atualização constante diante do caráter altamente dinâmico do conhecimento e da própria constituição da sociedade contemporânea. Essa atualização se faz necessária para todos os profissionais de qualquer área, inclusive e, sobretudo para os da educação, que têm como instrumento e, ao mesmo tempo, matériaprima, o próprio conhecimento. No caso específico da educação, a formação em serviço de seus profissionais justifica-se como uma das formas de preencher as lacunas resultantes da formação inicial ineficiente; proporcionar atualização dos conhecimentos e, sobretudo fazer com que o exercício da profissão seja um espaço de desenvolvimento profissional que possibilite a produção de saberes para uma prática docente mais competente.
52
Assim, garantir formação em serviço é contribuir para a formação de profissionaiscidadãos que, coletivamente, sejam comprometidos e capazes de ajudar a escola e cumprir sua função social. Tarefa indispensável para a construção de uma sociedade fundada na justiça e na democracia. O papel dos professores define-se, fundamentalmente, pelas necessidades sociais a que o sistema educacional deve ser a resposta. Em muitos países, mas em especial no Brasil, a função social do professor parece ser evidente: um profissional capaz de contribuir para que a escola leve todos os estudantes a aprenderem. Isto implica conceber o professor como um sujeito capaz de produzir conhecimentos sobre sua própria profissão e capaz de construir competências que justifiquem sua profissão perante a sociedade. Para isso a profissionalização deve ser acompanhada de uma autonomia crescente. Neste contexto: A FORMAÇÃO É CONCEBIDA COMO UM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL, ONDE A FORMAÇÃO INICIAL E EM SERVIÇO CONSTITUEM UMA CADEIA COERENTE E CONTÍNUA DE DESENVOLVIMENTO DE UM CONJUNTO DE CONHECIMENTOS, COMPORTAMENTOS, HABILIDADES, ATITUDES E VALORES QUE VÃO CONSTITUINDO A ESPECIFICIDADE DO “SER EDUCADOR” E QUE ACONTECE DURANTE TODA A VIDA DE TRABALHO.
No quadro de um processo de profissionalização, mais do que difundir respostas e soluções, a formação prepara os educadores para interrogarem-se, para identificarem e resolverem problemas. Confere, portanto, competências metodológicas, não somente para ensinar, mas para refletir sobre a prática, num processo que é, ao mesmo tempo, individual e coletivo. Ao poder público cabe proporcionar as condições necessárias para que os profissionais do ensino construam, de fato, sua profissionalização, fazendo da escola o espaço de produção do seu trabalho com as novas gerações. Contribuindo assim, para que a maioria da população brasileira possa participar efetivamente da vida econômica, política e social do país, na direção da construção de uma sociedade mais justa e democrática. 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 O PROFESSOR EXERCE PAPEL FUNDAMENTAL NOSSA PROPOSTA DE 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 ENSINO E APRENDIZAGEM, TENDO CLAREZA NOS SEUS OBJETIVOS, 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 AJUDANDO O EDUCANDO A CONSTRUIR CONHECIMENTOS, FORNECENDO 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA QUE AMBOS POSSAM COMPARTILHAR 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 PRAZEROSAMENTE O TRABALHO PEDAGÓGICO. 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012
O papel do educador consiste em definir as prioridades que deseja trabalhar com o grupo específico, idealizar os meios que conduzem à realização do projeto; problematizar as questões e contribuir para organização do trabalho, buscando o envolvimento de todos os componentes nas definições de responsabilidades e no desenvolvimento de todo o trabalho, bem como intervir adequadamente, conforme seus objetivos como mediador entre o aluno e o conhecimento.
53
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
AO ALUNO CABE OPINAR E DEFINIR QUESTÕES RELACIONADAS AO TIPO DE PROJETO QUE DESEJA DESENVOLVER E AS RAZÕES QUE TEM PARA REALIZÁ-LO. DEVE, TAMBÉM, DEFINIR VÁRIAS AÇÕES JUNTAMENTE COM O PROFESSOR, TAIS COMO: · PROPOR, DISCUTIR E DECIDIR AS ATIVIDADES E A MANEIRA DE REALIZÁ-LAS; · ORGANIZAR O TEMPO E ESPAÇO PARA EXECUÇÃO DAS MESMAS; · DETERMINAR AS DIFERENTES ETAPAS DO PROJETO; · ENVOLVER-SE NA EXECUÇÃO DE TODAS AS SUAS FASES OU PASSOS;
Nesse exercício de tomada de consciência e de decisões o estudante atua como sujeito do próprio processo de construção e reconstrução de seu conhecimento. Os Parâmetros Curriculares Nacionais têm tido grande repercussão nas idéias e nas práticas dos nossos educadores pelo país afora, criando espaços de reflexão sobre as próprias práticas. Mas as mudanças irão levar ainda alguns anos para se amargarem e serem assumidas pelos educadores e pelas instituições como um todo. Consideramos imprescindíveis que, enquanto educadores, neste momento da nossa história, nos detenhamos e reflitamos a respeito de empreender o caminho do auto desenvolvimento das nossas potencialidades e da nossa auto-expressão. Estamos passando por uma mudança de paradigmas, por uma fase em que os saberes não são mais exclusividade de quem ensina. A informação está hoje acessível, fácil e rápida, por meios eletrônicos, e se processa de forma avassaladora fora dos muros da escola. Diante do exposto, a função do educador é o de oferecer instrumentos ao seu aluno para que ele possa encontrar o caminho para a expressão de o seu verdadeiro ser e por procurar, dentro de si e no mundo externo, as informações necessárias para o seu crescimento. O educador é um alavancador de novos rumos, motivador para a mudança, autoconhecimento, autotransformação e reformulação de valores. O papel do educador é o de facilitar e orientar o processo de desenvolvimento do(s) outro(s), colocar questionamento(s) que provoquem e desequilibrem seu(s) interlocutor(es), em prol da transformação. Este processo de transformação não é um acontecimento instantâneo e, para cada indivíduo; ocorre a partir de eventos ou fatos muito particulares, a partir de um desconforto, de um sentimento de que as coisas não estão certas ao jeito que estão: aquela roupa não mais cai bem neste corpo como está começando a mudar. Vamos então, agora, fazer um paralelo com o processo que se estabelece a partir do momento que sentimos que aquela velha fórmula que dava conta do nosso trabalho como educadores não estão mais sendo bem sucedidos para atingirmos nossos objetivos. Alguma coisa mudou dentro de nós e no mesmo entorno que nos fez sentir um incômodo, certo desconforto e nos impulsiona a repensarmos nossos valores, nossas atitudes, nosso comportamento, nossa essência. Assim, no âmbito educacional, precisamos, para mudar, nos desvencilhar de idéias preconcebidas de formas viciadas de relacionamento, e reconstrução, novos caminhos, outras possibilidades; ou seja, os novos paradigmas que irão servir de noite para o meu novo comportamento, minha nova postura: o estilo que irei adotar.
54
NESTA PERSPECTIVA, UMA PROPOSTA E UMA REFLEXÃO A RESPEITO DE COMO DEVERIA SER A POSTURA DO EDUCADOR, FACILITADOR DO PROCESSO DE APRENDER DO OUTRO, PODE SER: · ELE OUVE, OBSERVA E RECONSIDERA O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO SEU ALUNO/ EDUCANDO/APRENDIZ. · REFLETE A RESPEITO DA SUA PRÓPRIA PRÁTICA, RECRIANDO-A EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES DO(S) SEU(S) INTEROCUTOR(ES), ISTO É, AVALIA O SEU PROCESSO E POSTURA. · RECONSTRÓI JUNTO COM O(S) OUTRO(S) OS SABERES. · É FLEXÍVEL E ABERTO PARA AS MUDANÇAS. · TRABALHA A PARTIR DOS CONFLITOS, PROCURANDO CAMINHOS PARA RESOLVÊ-LOS. · UTILIZA O ERRO COMO ALAVANCA E DESAFIO PARA NOVOS DESAFIOS E APRENDIZAGEM. · O SEU MAIOR OBJETIVO É FORMAR, PROPICIAR A ABERTURA DE CANAIS NO OUTRO E OFERECER FERRAMENTAS PARA QUE O OUTRO POSSA SER ELE MESMO, SE DESCOBRIR, SE EXPRESSAR.
A formação do educador deve ser entendida como um processo dinâmico, contínuo e permanente, tendo com base um conhecimento cada vez melhor do educando, conhecimentos psicopedagógicos que o ajudem a compreender melhor as técnicas e destrezas que lhe permitirão uma boa e correta atuação educativa, conhecimentos metodológicos que possibilitem conduzir satisfatoriamente as aprendizagens dos discentes e conhecimentos sociais para adequar melhor a realidade educativa ao contexto sociocultural. Pesquisas demonstram que, ao longo do processo histórico, a formação de professores sofreu profunda e constante tensão, que tem origem no confronto entre sua institucionalidade e sua práxis. E que se desdobra em outras tensões:
Necessidade de preservar valores e urgência em transformá-los; Importância de reagir a modismos e, ao mesmo tempo, revolucionar o conservadorismo; Apelo a uma ordem que possa sustentar e fundamentar a ação e a necessidade de um planejamento organizado, capaz de fecundar a criatividade; Obediência aos estatutos e regimentos e a sensibilidade às aspirações inovadoras da comunidade; Verticalidade hierárquica e a horizontalidade representativa; Importância de se concentrar as decisões e o oportuno convite à difusão do poder; entre o momento em que é importante o professor se identificar com o aluno, fazendo-se ele mesmo um aluno.
Por tudo isso, é imprescindível o pensar e o repensar sobre a formação do educador. A ressonância das transformações ocorridas na humanidade determina a urgência e a profundidade de revisões e reformulações no campo educativo, para atender às novas demandas da contemporaneidade, principalmente no que concerne à criação de sujeitos plurais, competentes, críticos, criativos e comprometidos com um novo mundo. O novo educador necessita de uma nova leitura do mundo e da condição humana. Os instrumentos dessa nova leitura não são os mecanismos analíticos e reducionistas da lógica clássica. A racionalidade é complementada ou substituída pela intuição e o sentimento. Começam-se então a questionar, em educação, diversos elementos dialeticamente contrapostos. Dentre
55
eles, destaca-se a própria objetividade da formação do conhecimento, com a qual se confronta. Ou seja, o sujeito cognitivo passa a ser entendido não apenas como um sujeito racional, mas também como um sujeito psicológico, social, político, isto é, relacional, haja vista que é fruto do processo entre subjetividade Pesquisa e Prática Pedagógica-III e objetividade. Ou seja, o homem é um ser social e faz parte das relações sociais. Sendo assim, a escola tem que ser um lugar de criação, de produção de saber, pois, como outras instituições, não serve apenas para reproduzir o modelo de pensamento que perpassa toda a sociedade, mas também para produzir transformações. Assim, o Professor “necessita superar a visão restrita do mundo e compreender a complexa realidade, ao mesmo tempo resgatar a centralidade do homem na realidade e na produção de conhecimento, de modo a permitir, ao mesmo tempo, uma melhor compreensão da realidade e do homem como um ser determinante e determinado” (LUCK, 1995.p.60). Faz-se necessário ressaltar que um dos grandes desafios do professor no século XXI é a consciência do saber-fazer em sala de aula, pois, segundo Menezes, o professor necessita “compreender seu papel e de seu aluno, sabendo situar no plano social geral do conteúdo específico de cada curso. Isso é parte importante do processo pedagógico, da qual o professor raramente está consciente, porque ele está diante de um desafio para o qual não está preparado. É preciso prepará-lo”. (MENEZES, 1987, p.119). 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 E COMO PREPARÁ-LO? MUITAS VEZES NOS PERGUNTAMOS: FARÁ 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 SENTIDO CONTINUAR A INSCREVER O AGIR EDUCATIVO NO REGISTRO 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 EPISTEMOLÓGICO QUE AUTORIZOU A PROCURA DESENFREADA DE 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 CERTEZAS EM EDUCAÇÃO? TERÁ CHEGADO O MOMENTO DE FAZER LUTO 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 DAS CERTEZAS EM EDUCAÇÃO? 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567
Todas essas questões buscam respostas práticas para amenizar conflitos, os desafios e as incertezas do trabalho docente. Vimos de um passado social feito de certezas conflitantes entre si, ou seja, certezas relacionadas com a ciência, com a ética ou com sistemas sociais e vivemos em um presente caracterizado por um grande questionamento da possibilidade intrínseca de se possuir certezas. Segundo Barbosa (1998, p.217), “vivemos o fim das certezas”. Perrenoud (1993,p.124) contribui afirmando que “o educador deve fazer o luto das certezas didáticas, pois o terreno das práticas educativas é bem mais incerto do que fazia supor o cristalino positivismo das sua análises”. Assim, o educador não quer danificar o sentido humano da sua prática docente deve estar disponível aceitar as incertezas. Contudo, a disponibilidade para aceitar incertezas não depende apenas da boa vontade do educador. Depende fundamentalmente da inscrição do seu agir em novo registro epistemológico, isto é, em nova instância paradigmática. Portanto, a nova perspectiva de relacionamento entre a prática e a teoria apresenta novos desafios ao educador. Se o quadro do registro epistemológico do taylorismo e do behaviorismo o educador devia ser dócil executor das estratégias elaboradas pelos teóricos da educação, no quadro da nova instância paradigmática o educador é chamado a ser autor das estratégias que deve seguir na prática, especialmente quando essa prática envolve situações de incerteza quanto a pessoas e ambientes. Assim a tarefa do educador torna-se mais exigente e mais comprometida com o processo de condução da prática, pois o contexto social em que vivemos, ao anunciar o fim das certezas, cria condições favoráveis a essa mudança.
56
O educador se define e exprime nesses termos procura responder ao desafio de encontrar formas de ação que sejam expressão de aspirações verdadeiramente educativas. A sua atenção está concentrada na realização efetiva de certos valores educativos nas transações com os educandos. Para o professor consciente, a sua identidade como profissional resume-se aos esforços despendidos na concretização dessa tarefa. Quando o papel do professor é especificado nos termos de intelectual crítico, o entendimento da prática profissional reveste-se com outros significados. Agora, nesse contexto de incertezas, a função do educador não é, propriamente, promover e desenvolver uma ação com sentido moral, mas levar a cabo uma ação com significado social, político e reflexivo. Assim, neste início de milênio caracterizado pelas incertezas, os grandes desafios da formação do professor estão no plano ético-político, teórico-epistemológico e da ação prática do educador. No plano ético-político é imprescindível que o professor seja formado numa perspectiva unilateral e dentro de uma concepção de que as pessoas vêm em primeiro lugar. A tarefa é afirmar os valores de efetiva igualdade, qualidade para todos, solidariedade e da necessária ampliação da esfera pública democrática em contraposição à liberdade e qualidade para poucos, reguladas pelo mercado, e das perspectivas do individualismo e do privativismo. No que se refere ao plano teórico-epistemológico, é imprescindível que a formação do educador vá além da formação técnica e científica. Ou seja, que esteja atrelada a uma perspectiva de projeto social democrático e solidário. Sem uma base teórica e epistemológica, a formação se reduz ao adestramento. Atrofia a possibilidade de analisar as relações sociais e os processos de poder e dominação; e não capacita à percepção de que os processos de produção do conhecimento científico e de ensino-aprendizagem se desenvolvem a partir de determinações e mediações do plano histórico, social e cultural. No plano dos processos de ensino, o educador pode – mediante capacitação teórica e epistemológica – apreender os saberes presentes no senso comum do aluno (e que foram construídos a partir de suas práticas sociais, lúdicas e culturais mais amplas). O educador poderá organizar r e programar, técnica e didaticamente, os diferentes conteúdos e praticas de ensino. Quanto ao plano da ação prática, o desafio central do educador é potenciar essa experiência da ação cotidiana, para que ela não se reduza à repetição mecânica, ao ativismo pedagógico ou ao voluntarismo político. A formação e profissionalização do educador na perspectiva da práxis têm, pois, com precondições a efetivação de um processo educativo centrado em um projeto explícito e consciente com base nas dimensões ética, política, teórica e epistemológica anteriormente relacionadas.
57
Para refletir...
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
“Mudança – a verdadeira mudança nasce de dentro para fora. Nasce da poda das folhas de atitudes e comportamentos com técnicas éticas de conserto rápido de personalidade. Nasce do golpear-se a raiz, a estrutura do nosso pensamento, os paradigmas fundamentais e essenciais que definem o nosso caráter e criam as lentes através das quais enxergamos o mundo”. Stephen Covey
INSTRUMENTOS DE PESQUISA Este conteúdo pretende aprofundar o tema, com o objetivo de levar você a uma reflexão teórica e prática, de forma clara quanto à necessidade de um bom preparo do pesquisador para escolher com eficiência os instrumentos adequados para coleta de dados e análise dos mesmos. Portanto, enfatizaremos as pesquisas qualitativas e quantitativas, são normas diferentes de se obter novos conhecimentos, uma vez que possuem uma sistemática bem diferenciada nos procedimentos que devem ser utilizados. A escolha de uma delas dependerá da natureza do problema que se pretende estudar. (OLIVEIRA, 1997; VIANNA, 2001). Até a metade do século XX, predominavam investigações que buscavam explicar os fatos educacionais por meio dos números, sob a égide da estatística: demanda de alunos matriculados, aprovados, retidos, médias obtidas e demais elementos passíveis de mensuração. Esse tipo de pesquisa é denominado pesquisa quantitativa. (RICHARDSON et al., 1999). O número fornece parâmetros para analisar e classificar sistemas educacionais, todavia nem sempre dá respostas sobre a lógica do seu processo interno. Sabe-se que, a vida está em constante movimento, todos os seres estão em processo contínuo (e complexo) de interações, que a estatística, por si só, não é capaz de captar. Além disso, a pesquisa quantitativa é estática como uma “fotografia”, uma vez que mostra com precisão a freqüência, duração e intensidade de fatos concretos observados, num momento determinado. (ANDRÉ, 2001; LÜDKE; ANDRÉ, 1986; RICHARDSON et al., 1999). Esse tipo de pesquisa requer uma amostra ampla, exigindo um grupo de controle e um grupo experimental, para que se possam estabelecer comparações entre resultados obtidos. Os dados podem ser coletados a partir de questionário ou formulários. As entrevistas, todavia, apresentarão aspectos diferenciados para o pesquisador das entrevistas que são realizadas a fim de coletar dados para pesquisas qualitativas, visto que sua relação com os sujeitos da pesquisa será, na maioria das situações, distante, circunscrita e de curta duração, segundo Vianna (2001, p.122). Os procedimentos para elaborar o instrumento de pesquisa e realizar uma entrevista por esse tipo de pesquisa são os mesmos empregados para uma pesquisa qualitativa, os quais serão evidenciados na pesquisa qualitativa.
58
A PESQUISA QUALITATIVA CARACTERIZA-SE PELA “TENTATIVA DE UMA COMPREENSÃO DETALHADA DOS SIGNIFICADOS E CARACTERÍSTICAS SITUACIONAIS APRESENTADAS PELOS ENTREVISTADOS”, DIFERINDO DA QUANTITATIVA, POIS NÃO EMPREGA ANÁLISES ESTATÍSTICAS COMO BASE PARA IDENTIFICAR UM PROBLEMA, PORQUE SEM OBJETIVO “NÃO É NUMERAR OU MEDIR UNIDADES OU CATEGORIAS HOMOGÊNEAS”. (RICHARDSON ET AL., 1999, P.90).
Segundo Ludke e André (1986) existem cinco características básicas que envolvem a pesquisa qualitativa e que foram definidas por Bogdan e Biklen em 1982 e as quais serão mencionadas aqui. A relação direta do pesquisador com o ambiente onde está ocorrendo o fenômeno – significa que o pesquisador deve descrever todos os aspectos que são inerentes e, portanto, são relevantes ao tema proposto, pode-se afirmar que esta seria outra característica da pesquisa qualitativa, que também foi deslocada por Bogdan e Biklen apud Ludke e André (1986). Outro aspecto que chama atenção nas pesquisas qualitativas é a grande preocupação com o processo que está sendo investigado, este é mais enfatizado pelos pesquisadores do que os resultados que serão colocados. Assim, se o tema estudado é a indisciplina escolar, o pesquisador deverá vivenciar todo o cotidiano escolar para que possa visualizar em quais condições ela se manifesta (LUDKE, ANDRÉ, 1986). A PESQUISA QUALITATIVA DESCREVE E ANALISA TODO O PROCESSO ENVOLVIDO NO FENÔMENO QUE ESTA SENDO INVESTIGADO, O QUE SÓ CONFIRME A IMPORTÂNCIA DESSE TIPO DE PESQUISA PARA A ÁREA DE EDUCAÇÃO.
Contudo, observa-se que o processo indutivo tem se mostrado como uma tendência na análise dos dados das pesquisas qualitativas (BOGDAN; BIKLEN, apud LÜDKE; ANDRÉ, 1986). Isso porque os pesquisadores não partem somente de hipóteses pré-estabelecidas, geralmente seu foco de interesse é bastante amplo no início da pesquisa, entretanto vai sendo delimitado em seu decorrer, o que exige experiências do pesquisador para realizála. Outro aspecto que vem sendo destacado é que “o significado que as pessoas dão às coisas e a sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador” ao desenvolver uma pesquisa qualitativa, de acordo com Bogdan e Biklen citados por Lüdke e André (1986, p.12). E isso deve ser encarado de uma forma bastante racional pelo pesquisador, procurando maneiras adequadas para confirmar ou não a perspectiva dos participantes (LÜDKE; ANDRÉ, 1986). É conveniente ressaltar que os dois instrumentos têm vantagens e desvantagens e que também devem ser avaliados todos os aspectos positivos e negativos de cada um antes de se decidir, levando em consideração que, pelo fato de o questionário ser enviado à população de estudo pelo correio, por exemplo, e ser respondido sem a sua presença, você poderá economizar seu tempo, todavia Lakatos e Marcondes (2001) afirmam que o número de questionários que retornam é em torno de 25% do que foi enviado, o número de respostas em branco é alto, pode haver dificuldade de compreensão das perguntas; uma questão pode influenciar a resposta de outra pelo fato de o entrevistado ter acesso a todas
59
as questões simultaneamente, o questionário pode não ser respondido pela pessoa que foi escolhida para compor a sua população de estudo etc. Pesquisa e Prática Pedagógica-III
O uso do formulário eliminaria alguns desses problemas, visto que o pesquisador pode esclarecer as dúvidas das questões que não estejam muito claras, pode ajustar a maneira de proceder às perguntas de acordo com a capacidade de compreensão do entrevistado ou de acordo com as necessidades, entre outras vantagens. O entrevistado pode sofrer, porém, a influência da presença do pesquisador, o que poderia gerar dados que não condizem com a realidade; o entrevistado tem menos tempo para pensar na resposta; e para o pesquisador é necessário um gasto maior de tempo porque a entrevista tem quer ser individual (LAKATOS; MARCONDES, 2001). Critérios que devem ser seguidos na elaboração do instrumento de pesquisa: Além dos cuidados que foram mencionados, o pesquisador deve seguir algumas regras básicas para elaborar qualquer um dos instrumentos, para que não incorra em erros – de acordo com alguns autores (LAKATOS; MARCONI, 2001; MARCONI; LAKATOS, 1990; OLIVEIRA, 1997; RICHARDSON et al., 1999) – e essas regras estão descritas na seqüência abaixo: 1- Antes de iniciar a elaboração do seu instrumento de pesquisa, você já deverá ter conhecimento teórico suficiente sobre seu assunto e sobre os métodos que utilizará; 2- As perguntas devem ser elaboradas de maneira que atenda a todos os objetivos propostos no projeto de pesquisa; 3- A linguagem empregada nas questões deve ser adequada ao tipo de população que será entrevistada. Procurar não empregar palavras que não fazem parte do cotidiano do entrevistado; 4- É essencial não fazer perguntas que insinuem as respostas ou que sejam embaraçosas e que, por isso, poderão causar constrangimento ao entrevistado; 5- Devem-se evitar palavras ou frases que podem confundir o entrevistado. Por exemplo: se perguntar qual é a sua renda? O entrevistado ficará na dúvida se responde sobre a sua renda bruta ou a líquida e se inclui a renda de todos os membros da família. Portanto, deverá reformulá-la da
60
seguinte maneira: Indique a categoria que melhor apresenta a renda líquida total de sua família; 6- Evitar a formulação de duas perguntas em um exemplo: os alunos considerados superdotados deveriam ser colocados em grupos separados dos outros alunos e em escolas especiais? O entrevistado pode concordar com a separação em grupos separados para que haja uma atenção especial aos superdotados, porém não concorda com escolas especiais; 7- Evitar questões negativas, pois elas podem conduzir a respostas erradas; 8- A extensão do instrumento deve ser limitada, para que a entrevista não se torne muito cansativa para o entrevistado. Portanto, sugere-se que o número de questões empregadas no instrumento seja adequado para que a entrevista não ultrapasse meia hora; 9- Devem-se ordenar as perguntas em uma seqüência dinâmica, para facilitar a interação entre o entrevistador e o entrevistado. As primeiras perguntas devem ser feitas para esclarecer os itens sociodemográficos como idade, sexo, estado civil, etc. Em seguida incluir perguntas genéricas, mas que já conduzam ao problema que está sendo estudado. Depois disso podem ser incluídas questões mais complexas sobre o assunto e finalizar com perguntas mais fáceis; 10- Deve-se submeter o instrumento a um pré-teste com a finalidade de verificar se as questões estão adequadas aos objetivos propostos; se são de fácil compreensão pela futura população de estudo e se o vocabulário está adequado. Esse pré-teste deve ser feito com pessoas que não farão parte de sua população de estudo, todavia devem ter as características semelhantes ao grupo.
:: OBSERVAÇÃO A técnica de observação é um dos mais significativos e ricos instrumentos de coleta de dados nas ciências, contudo os resultados obtidos dependerão muito da imparcialidade do entrevistador, pois esse não deve influenciar as pessoas com suas opiniões, da precisão do trabalho efetuado pelo pesquisador; como também da boa educação e da cultura desse pesquisador. Portanto, para que o trabalho tenha validade científica, a observação deve ser controlada e sistematizada e isso implica em um planejamento cuidadoso da pesquisa e uma preparação rigorosa do observador, além do tempo que será destinado à observação, segundo Lüdke e André (1986). Esses autores ressaltam que o tempo de observação depende do problema e dos objetivos propostos, e que muitos estudos qualitativos já publicados utilizaram entre seis semanas e três anos observação. Por isso, a elaboração do projeto de pesquisa antes de iniciar a coleta de dados é fundamental porque, durante sua preparação, o pesquisador terá a oportunidade de obter conhecimento teórico sobre o tema e sua delimitação. Dessa maneira, os objetivos, a metodologia, bem como a definição do tempo para executar a pesquisa já estarão estabelecidos. Também consideramos de grande valor para o pesquisador a elaboração de um roteiro especificando aquilo que deverá ser observado por ele no momento em que estiver
61
diante de sua população de estudo. Esse roteiro se baseará na situaçãoproblema da sua pesquisa, contudo, você deverá estar atento a todos os Pesquisa e Prática critérios que são estabelecidos por uma pesquisa qualitativa, especialmente, Pedagógica-III como já discutido, ao que não é o objeto de estudo, porém pode ser relevante à pesquisa. A OBSERVAÇÃO PODE DAR-SE, EM DIFERENTES NÍVEIS, PORÉM OS MAIS USADOS PELOS PESQUISADORES SÃO COMO: observador não participante observador participante observador participante e ativo
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1- OBSERVADOR NÃO-PARTICIPANTE 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 Não se revela nem identifica sua intenção para o grupo que será o 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 objeto de estudo, portanto atua como um expectador atendo (RICHARDSON 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 et al. 1999). Ele permanece anônimo ou escondido na sua condição de 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 observador. Por exemplo, como matricular-se em um determinado curso que 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 se deseja avaliar para conhecer o sistema por dentro, entretanto dão ênfase à 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 falta de ética que isso implica e também ao fato de que se observa somente 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 pela ética do aluno. 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 OBSERVADOR PARTICIPANTE 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 Não é apenas um espectador do fato que está sendo estudado, ele 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 deverá revelar-se e revelar também sua intenção, no entanto não deve interferir 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 no ambiente que está sendo objeto de investigação. Nesse caso, há a 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 desvantagem de o grupo modificar sua conduta em razão da presença do 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 observador. Mesmo contra sua vontade, ele pode inibir manifestações que 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 poderiam ser de grande valia para o estudo (VIANNA, 2001). 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 OBSERVADOR PARTICIPANTE E ATIVO 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 Revela sua intenção e sua forma de participante com o grupo, e isso 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 se dá em comum acordo. A intervenção do observador pode conduzir o grupo 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 a produzir resultantes ou manifestações que interessam tanto ao grupo quanto 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 ao observador. Segundo Thidlent (1997, p.21) há um caráter participativo e de 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 intervenção com o objetivo de “produzir novas informações, estruturar 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 conhecimentos e delinear ações”. O uso desse tipo de observação se justifica 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 todas as vezes que “houver problemas sociais que mereçam investigação e 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 formulação de ações coletivas, com objetivos de consciência e 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 comprometimento na busca de solução” (THIOLLENT, 1997, p.29). 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345
:: ENTREVISTA A entrevista é uma técnica de grande valia na coleta de dados, pois estabelece uma interação entre entrevistado e entrevistador, permitindo a este se aprofundar na conversação para coletar maior número de informações ou de esclarecimentos. A entrevista pode ser fundamentalmente de dois tipos: padronizada ou estruturada e despadronizada ou não estruturada (LAKATOS; MARCONDES, 2001).
62
Padronizada ou estruturada Uma entrevista padronizada segue um roteiro com perguntas predeterminado, normalmente direcionado a um grupo de pessoas previamente selecionadas. O instrumento, chamado de formulário, é construído com perguntas fechadas, ou seja, as respostas já são descritas e serão apenas selecionadas pelo entrevistado. O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas de maneira que possam ser comparadas. As vantagens desse tipo de instrumento se devem ao fato de o entrevistador obter com rapidez as respostas durante a entrevista e a tabulação dos resultados obtidos ser bastante simples. As razões que implicam desvantagens residem no fato de o pesquisador não ser livre para adaptar suas perguntas a determinadas situações, portanto não pode elaborar outros tipos de perguntas, mas o que ele percebeu que poderiam contribuir com a pesquisa e além de condicionar a resposta do entrevistado (MANZINI, 1990/1991). Despadronizada ou não estruturada Quando opta por uma entrevista despadronizada, o pesquisador é livre para fazer as perguntas que considerarem pertinentes e adequadas durante o decorrer da entrevista, embora elaborar um roteiro com perguntas abertas sobre aspectos que não podem ser deixados de mencionar durante a entrevista pode auxiliar e favorecer o pesquisador. Esse tipo de entrevista favorece a coleta de dados porque permite aproveitamento das falas do entrevistado. Nesse caso, é importante que o entrevistador tenha tempo para efetuar as anotações rapidamente. O ideal é o uso de um gravador para não correr o risco de esquecer ou não ter tempo suficiente para anotar aspectos imprescindíveis para o esclarecimento do problema, porém, para o seu uso, é necessário que haja o consentimento do entrevistado. Para realizar uma entrevista, o instrumento utilizado é o formulário, uma vez que o pesquisador está diante do entrevistado coletando seus dados. É fundamental que - sejam seguidas algumas regras para elaborá-lo e alguns critérios também devem ser respeitados
63
durante a entrevista, para não comprometer a coleta de dados e, consequentemente, o resultado da pesquisa. Pesquisa e Prática Pedagógica-III
:: ABORDAGEM ETNOGRÁFICA 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 A ETNOGRAFIA É O ESTUDO DA CULTURA DE UM POVO, DE 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 UM GRUPO, DE UMA COMUNIDADE, DE UMA TRIBO, DO MEIO ONDE 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 AS PESSOAS VIVEM O SEU DIA-A-DIA, CUJO COMPORTAMENTO 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 MUITAS VEZES TEM MAIS SIGNIFICADO QUE OS FATOS QUE OS 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 ORIGINARAM (LUDKE; ANDRÉ, 1986). 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123
No trabalho etnográfico em que a observação é participante, o pesquisador interage com o informante, partilhando experiências culturais (como tipos de alimentação, jogos, crenças). Ele se insere no contexto que vai analisar, para captar os significados dos fenômenos que ali ocorrem e explicá-los de tal forma que quem os lê possa “interpretar aquilo que ocorre no grupo estudado tão apropriadamente como se fosse um membro daquele grupo” (LUDKE; ANDRÉ, 1986. p.14). Na observação não-participante, o pesquisador se mantém próximo aos seus informantes, olhando, ouvindo, anotando, todavia não participa das ações (RICHARDSON et al., 1999). Há alguns critérios importantes para realizar um trabalho etnográfico. Os especialistas da área da pesquisa escolar sugerem que, para bem compreender os sistemas, convenções, regras e costumes, o pesquisador permaneça pelo menos um ano imerso na realidade a ser pesquisada. Aconselham também que realize o trabalho de campo pessoalmente e que procure conhecer outras realidades contrastantes com a que vai observar. O contraste, nesse caso, pode estar representado pela escolha de uma escola diferente daquela onde o professor atua (VIANNA, 2001). Obedecendo a esses critérios, o investigador realizará um trabalho de acordo com os moldes a que se propõe a etnografia, tanto para investigar elementos mais complexos, como também para trabalhar questões mais simples por meio de micro análises, ou micro etnografia, que permitem a investigação em um espaço menor e em um tempo mais curto (ANDRÉ, 2001). A conduta do pesquisador precisa se moldar a algumas características essenciais, conforme recomendam Ludke e André (1986). Uma delas é que o pesquisador deve ser capaz de conviver com as diferenças; de se autocomandar; de inspirar confiança; de ser comprometido, sensível, maduro e consistente; e de ser
64
discreto, não tratando levianamente de assuntos confidenciais. Os autores ensinam ainda que o pesquisador deva, desde os contatos iniciais, procurar ser aceito pela população de estudo, deve decidir o grau de envolvimento que terá nas atividades, além de tomar cuidado em não ter identificação com nenhum grupo particular. Sendo assim, o pesquisador precisa de um bom conteúdo teórico para distinguir, entre a variedade de fenômenos que se apresentam aqueles que realmente são os mais importantes, ou os que mais se identificam com o objeto de estudo, delimitando seu campo de ação e não se tornar extenso demais, de modo que a seqüência do trabalho fuja ao seu controle. E saber que, de acordo com o enfoque qualitativo, ele possui grande liberdade para realizar seu estudo, desde que se enquadre dentro da perspectiva teórica e metodológica, cujos limites são fixados pelas exigências de um trabalho científico (LUDKE; ANDRÉ, 1986).
O pesquisador atento e crítico não se prendem à mera descrição do objeto pesquisado, busca compreender essencialmente:
a) os padrões de interação que codificam as relações de poder e dominação em contextos bem específicos (sala de aula, fábrica, associações, movimentos etc.), já que há códigos que não são explícitos na relação entre os que interagem. Nos grupos organizados existem os padrões de poder e dominação reconhecidos socialmente, tal como a autoridade de um chefe, de um diretor, do professor, e também os que são implícitos, tal como as atitudes de comum acordo entre alguns membros de uma comunidade, os arranjos que privilegiam e são mantidos de forma subentendida, o tráfico de influência etc.; b) como as práticas discursivas são ordenadas, distribuídas e controladas. Isso requer do pesquisador a observação criteriosa de quem tem as vozes: os que discursam, os porta-vozes, o representante, e como estes têm o controle da oportunidade de expressão dos demais; c) como os significados sociais são sancionados e reproduzidos de forma a favorecer padrões sociais dominantes, legitimar certas afirmações de verdade, assim no exemplo que lemos no texto introdutório de Graham Vulliamy, sobre a transmissão lingüística e musical de uma escola inglesa; d) como se dá o acesso à informação aos participantes. O pesquisador deve compreender as vias de passagem e o modo como circulam as informações e orientações que importam aos professores, aos alunos.
65
A pesquisa etnográfica evidencia a coleta de dados com supremacia. Dessa forma, a coleta de dados é denominada de trabalho de campo, já que Pesquisa e Prática Pedagógica-III é o momento em que o pesquisador vai buscar seus dados junto à sua população. E a etapa fundamental da pesquisa, pois se não for feita com critérios, usando de muita seriedade, a pesquisa terá sido em vão. POR ISSO, SEGUEM ALGUNS CONSELHOS GERAIS QUE LHE SERÃO ÚTEIS PARA REALIZAR ESSA ETAPA:
1- Não se esqueça de seguir os procedimentos já apresentados para optar pelo método adequado ao seu tipo de pesquisa e também para a elaboração do instrumento. 2- Você deverá estar bastante seguro sobre quais dados deverá coletar. Não vá para o local de estudo se ainda estiver com alguma dúvida sobre o que deve fazer ou o que observar. Releia o material bibliográfico selecionado, seu projeto de pesquisa e, principalmente, converse com seu orientador.
Procedimentos para a coleta de dados utilizando a técnica de observação: Para a técnica de observação, Lüdke e André (1986, p.30-31) resumiram várias sugestões com base na experiência de alguns autores e que serão transcritas aqui com a finalidade de facilitar sua coleta de dados se optar pelo uso dessa técnica.
1- Ao descrever os sujeitos, destaque a aparência física, seu modo de vestir, de falar, de agir, bem como outras características que considerar essenciais para analisar seus dados. 2- Anote os depoimentos utilizando literalmente as palavras dos sujeitos, também os gestos que foram feitos durante o depoimento. Isso será valioso para a análise, a interpretação e a apresentação dos resultados. 3- Faça uma descrição detalhada do local onde está sendo feita a observação. Inclua, por exemplo, a disposição dos móveis, o tamanho do ambiente, os cartazes que estão afixados, os materiais de classes que são utilizados. Se for permitido fotografe, ou filme tudo, se não for, esquematize. 4- Descreva os eventos especiais que estão ocorrendo durante o período de observação, ressaltando as pessoas que estavam envolvidas, como aconteceu o envolvimento etc. 5- O seu comportamento durante o período de observação também deve ser descrito, como, por exemplo, suas ações, suas atitudes, seus diálogos, suas impressões, suas surpresas, suas decepções, suas dúvidas, suas préconcepções, entre outros, pois o observador é o principal instrumento de pesquisa e tudo isso poderá ser de grande valia para a conclusão da pesquisa.
66
Procedimentos para a coleta de dados utilizando a técnica de entrevista:
1- Inicialmente você deverá ter um diálogo respeitoso, criando um ambiente de cordialidade e estimulando a confiança do entrevistado e deve se utilizar de todas as regras para demonstrar uma boa educação; 2- Explique o objetivo e a natureza do trabalho e como foram escolhidos os entrevistados; 3- Ao perguntar, leia exatamente o que está escrito na questão, pois, se tentar perguntar com suas palavras, poderá propiciar outra interpretação, comprometendo a resposta; 4- Siga exatamente a ordem das questões que você estabeleceu no instrumento; 5- Não influencie o entrevistado com suas opiniões, visto que o que interessa para a pesquisa é a opinião do entrevistado; 6- Procure deixar o entrevistado à vontade para que possa interromper, pedir esclarecimentos e até mesmo criticar o tipo de pergunta; 7- Faça a transcrição exata das palavras utilizadas pelo entrevistado; 8- Quando não entender a resposta ou esquecer algum detalhe a que o entrevistado se referiu, pergunte novamente; 9- Quando o entrevistado se recusar a responder determinada pergunta, não insista, anote na resposta recusou-se a responder; 10- Não discuta com o entrevistado, não dê conselhos nem faça considerações moralistas; 11- Anote as respostas rapidamente e de forma legível, para que não tenha dúvida na hora de analisar os dados; 12- Procure não prolongar a entrevista mais tempo do que o necessário, porém não apresse o entrevistado se quiser falar. Dê tempo necessário para que ele conclua suas respostas; 13- Não entreviste mais de uma pessoa ao mesmo tempo; 14- Não permita que um entrevistado ouça ou leia as respostas de outro entrevistado.
:: ESTUDO DE CASO O que caracteriza um estudo de caso é um estudo profundo, exaustivo e detalhado, para que se obtenha o maior número de informações sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas. Nesse caso não se permitem generalizações, sendo assim os resultados obtidos só têm validade para aquela população que foi estudada. Os estudos de casos são úteis para identificar um problema educacional e entender a dinâmica da prática educativa e isto, por si só, é mais relevante que encontrar diferenças significativas entre um grupo controle e um grupo experimental, porque será possível, a partir dos resultados obtidos, propor
67
modificações que possam resolver o problema que está ocorrendo, de acordo com Lüdke apud André (2001). Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Condições para realizar um estudo de caso:
André (2001, p. 52-53) sintetiza as condições que devem nortear a escolha do uso do estudo de caso na área de educação, tomando como base as experiências de outros autores: 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 1- O uso do estudo de caso deve ser restrito a busca de um 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 conhecimento particular, portanto não são mostradas diferenças 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 individuais. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 2- Quando se busca o conhecimento profundo e a complexidade 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 de um caso em particular. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 3- Quando o pesquisador estiver mais interessado no que está 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 ocorrendo e como está ocorrendo o problema de que nos resultados 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 propriamente ditos. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 4- Quando se busca descobrir novas hipóteses teóricas, novas 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 relações, novos conceitos sobre um determinado fenômeno. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 5- Quando se quer retratar o dinamismo de uma situação numa 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 forma muito próxima do seu acontecer natural. 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123
A EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE VALORES MORAIS O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos. Vivemos numa era marcada pela competição e pela excelência, em progressos científicos e avanços tecnológicos, os quais definem exigências novas para os educandos que ingressarão no mundo do trabalho. Tal demanda impõe um currículo que oriente o trabalho cotidianamente realizado pelos professores e especialistas em educação. Diante disso, é que vamos refletir sobre a formação de valores na educação. A educação desempenha um papel primordial, pretendendo que cada indivíduo tome consciência desses interesses universalizáveis por meio de diálogos que ajudem a encontrar o mais intimamente humano de nós. É POSSÍVEL UMA EDUCAÇÃO EM VALORES? PODE-SE ENSINAR A VIRTUDE? PODE-SE EDUCAR EM FUNÇÃO DO CORRETO, DO TRABALHO HONESTO, DO BEM, DAQUILO QUE SE DEVE FAZER. QUEM PODE OU DEVE EDUCAR EM VALORES?
Sem dúvida, muitos âmbitos da sociedade têm essa possibilidade, a começar pelos grandes meios de comunicação, capazes de criar modas e modos de vida e pensamento. Mas, possivelmente, a obrigação estrita (não diluída no que chamamos “sociedade e “socialização”) seja dos pais e educadores (os professores-educadores, para distingui-los de outros que também possam desempenhar esse papel, em seus diferentes âmbitos).
68
O educador tem, nesse sentido, um papel irrenunciável. Papel que não se deve confundir com o pessoal e próximo dos pais, ou o terapêutico do psicólogo, mas que deve ficar no terreno da reflexão crítica que busca o nível da universalização, dos princípios, do juízo moral e da autonomia. ENTÃO, EM QUE VAL ORES EDUCAR? VALORES
Muitos acreditam que o que se deve fazer é transmitir habilidades técnicas para que o indivíduo possa se defender na vida, e a estas poderíamos acrescentar algumas habilidades sociais que permitam adquirir boas relações e contactos rentáveis. Esse tipo de habilidades bastaria para alcançar, em última instância, o bem-estar, o fim mais elevado que se persegue nas sociedades atuais. Por isso, estabelecer em que valores se deve educar exige um esforço de responsabilidade, posto que leva pais e educadores a se perguntarem se não será mais rentável educar seus filhos e alunos nos valores específicos das habilidades mencionadas e não em valores morais. Diz Lipman que:
NÃO DEVEMOS “IGNORAR AS RECOMENDAÇÕES DOS AUTORES TRADICIONAIS EM ÉTICA QUANDO BUSCAMOS MODOS DE MELHORAR A EDUCAÇÃO EM VALORES NA ESCOLA” (FILOSOFIA EM EL AULA: 311).
Todas as teorias éticas têm seu lugar, cada uma deu mais relevância a um aspecto ou outro do moral. Algumas dão prioridade ao conceito chave de felicidade, outras ao de dever, etc. Nós, - segundo Adela Cortina em Ética aplicada y democracia radical, cap. 13 , ao falarmos de educação moral, lançaremos mão de quatro perspectivas diferentes que têm algo a dizer a respeito e que convém tê-las em conta: a) moral é capacidade para enfrentar a vida diante da “desmoralização” (tradição de Ortega e Aranguren). Entende-se o moral neste nível como a formação do caráter individual, que leva os indivíduos a adotar perante a vida um elevado estado de ânimo.
Assim, caro(a) educando(a) pode – se concluir que...
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 “EDUCAÇÃO MORAL” SIGNIFICA, NESTE PRIMEIRO SENTIDO, AJUDAR A MODELAR O 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 CARÁTER, DE MODO A QUE A PESSOA SE SINTA EM FORMA, AFEIÇOADA A SEUS PROJETOS DE 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 AUTO-REALIZAÇÃO, CAPAZ DE LEVÁ-LOS A CABO, CONSCIENTE DE QUE PARA ISSO PRECISA 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 CONTAR COM OUTROS IGUALMENTE ESTIMÁVEIS E ACALENTADOS. 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
69
Nesse nível, tudo o que se faça no terreno da auto-estima é pouco, sem esquecer que o estímulo da auto-estima é acompanhado pela hetero-estima. É importante não esquecer que entre um altruísmo mal entendido, que exige do indivíduo o esquecimento de si mesmo, e um egoísmo exacerbado, que Pesquisa e Prática Pedagógica-III leva ao desprezo dos demais, encontra-se o saudável meio termo de uma auto-estima em que o indivíduo se sente de moral elevado. A T AREF A EDUCA TIVA CONSTI TUI A TAREF AREFA EDUCATIVA CONSTITUI E T OQUE D A AL TURA MORAL D E DE TOQUE DA ALTURA DE PEDRA D UMA SOCI ED AD E. SOCIED EDAD ADE.
O sistema educacional deve oferecer aos estudantes razões para “esperar”. E isso se consegue em parte permitindo que tenham a experiência do em que consiste viver num contexto de respeito mútuo, de diálogo disciplinado, de indagação cooperativa, livre de arbitrariedades e manipulações. Não nos esqueçamos de que o moral requer como o esporte, treinamento, porque o estar em forma não se improvisa; b) moral é busca da felicidade, ponderação prudente do que convém a uma pessoa, não apenas num dado momento de sua biografia, mas no conjunto de sua vida. (Visão aristotélica, utilitanista da moral. Moral como dimensão dos projetos de vida boa). Entende-se por moral aquele âmbito humano que nos conduz à felicidade.
O problema de fundo que palpita nessa perspectiva é que, ainda que todos os homens busquem a felicidade, nem todos a entendem da mesma maneira. Aqui se estabelece uma distinção entre felicidade e dever, uma distinção que tem revelado história diferente para cada um desses conceitos, porque o dever exige que qualquer um o cumpra; tem exigência de universalidade, enquanto “a felicidade” é o modo peculiar de auto-realização de cada pessoa, que depende de sua constituição natural, de sua biografia e de seu contexto social, fato pelo qual não nos atreveríamos a universalizá-la. O que me faz feliz não tem por que fazer feliz a todos; o dever moral é, pelo contrário, o que todos deveríamos cumprir. Por isso, ter em conta na educação moral o desejo de felicidade dos homens é imprescindível, mas tudo claro que o educador não tem direito de inculcar como universalizável seu modo de ser feliz. Aqui não cabe mais do que o convite e o conselho: comunicar as próprias experiências e narrar experiências alheias e, sobretudo, ensinar a deliberar bem, isto é, trata-se de oferecer as bases para que cada pessoa desenvolva sua capacidade de eleição entre os diversos modelos de auto-realização que vá conhecendo e, a partir daí, construa o seu próprio modelo. A intuição-chave que as éticas da felicidade incorporam à educação moral é que não se buscam as normas por si mesmas, mas porque elas fazem sentido na busca do bem dos seres humanos; c) moral como conjunto de valores próprios de uma comunidade. Hoje o comunitarismo nos recorda que num tempo a moral consistiu no desenvolvimento de capacidades em uma comunidade em que os indivíduos constroem sua identidade e desenvolvem um senso de pertença como um tipo de hábito que se pode chamar virtudes, e que a perda de dimensão comunitária engendra apenas indivíduos sem raízes. É hora, pois, acreditem, de reconstruir comunidades em que os homens aprendam a ser morais. 70
No campo da educação moral é mister acolher a voz da comunidade e lembrar que nós nos socializamos e aprendemos a viver valores no âmbito de uma comunidade, que se nutre culturalmente no entrelaçamento de tradições e se constitui por meio de costumes, normas legais e instituições, que compõem seu ethos. A educação exige valorizar a dimensão comunitária e enraizar as crianças no húmus das tradições de sua comunidade concreta; d) moral como capacidade de universalização. Uma sociedade democrática, que não se contenta com uma solidariedade comunitária, mas que avança para a solidariedade universalista daqueles que, na hora de decidir sobre normas comuns, são capazes de se pôr no lugar de qualquer outro, precisa de uma educação que, além de ter em conta a dimensão comunitária das pessoas e de seu projeto pessoal, tenha também em conta a capacidade de universalização.
Este é o quarto nível da educação moral, que supõe que a educação deve se preocupar em capacitar as crianças para distinguir entre normas comunitárias, convencionais, e princípios universalistas, que nos permitem criticar até mesmo as normas comunitárias, porque se trata de princípios que se referem a todo ser humano enquanto tal. Assim, nosso legado moral, supõe que o reconhecimento de que todos os homens são igualmente valiosos, não pode se perder, como seres humanos, da mesma maneira que somos obrigados a transmitir os avanços técnico-científicos, também somos obrigados a deixar em herança, por meio da educação, pelo menos três legados: “O PROFUNDO RESPEITO PELO MÍNIMO DE JUSTIÇA E PELOS VALORES QUE A FAZEM NECESSÁRIA, O AFÃ DE DESENVOLVER E EXERCITAR A AUTONOMIA PESSOAL E O DESEJO DE AUTO-REALIZAÇÃO PESSOAL” (CORTINA: 218).
Assumir o diálogo tem sérias implicações para a moral em geral, e muito concretamente para a educação moral. Supõe que os sujeitos assumam o que Adela Cortina chamou de “ethos dialógico” (Cortina: 220-221), que se poderia caracterizar como a atitude de quem: - sabe que para chegar a se pronunciar sobre o correto necessita ter conhecimento das necessidades, interesses e argumentações dos demais afetados por uma norma, fato pelo qual está aberto ao diálogo intersubjetivo e ao intra-subjetivo; - está consciente de que deve obter a máxima informação possível, não apenas por meio do diálogo, mas também pelo estudo e pela investigação; - está disposto a informar sobre suas necessidades e interesses aos demais interessados e a respaldar suas propostas com argumentos; - pensa tomar sua decisão com “boa vontade”, isto é, com a vontade de satisfazer interesses universalizáveis e só se deixar convencer pela força do melhor argumento; - está decidido a tomar responsavelmente a decisão, porque sabe que só ele pode decidir sobre o que considera moralmente correto.
O diálogo transparente permite descobrir os interesses universalizáveis, que são o fundamento do mundo moral. Esse diálogo incorpora necessariamente alguns valores sem
71
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
os quais seria impossível descobrir tais interesses universalizáveis que nos permitem decidir sobre o que é justo ou injusto. Valores são condições de possibilidade de um diálogo construtivo, pilares capazes de sustentar o edifício de uma sociedade autenticamente democrática.
@
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
1 Que estilo quer adotar no ensino das Ciências 6 Quais são as características do professor reflexivo? _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Naturais, adequando às suas necessidades, interesses e gostos (filosofia)?
2 O que é essencial para você e seus valores e o
7 Construa um painel de idéias e imagens, representando a educação no século XXI.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Comente a seguinte frase: que considera superficial no ensino e aprendizagem das Ciências Naturais (Justificativa)?
8
profissional (seus objetivos)?
“A postura do professor é unilateral, no sentido de não ser flexível, utilizando e repetindo velhas fórmulas, receitas e clichês, sem atentar para as necessidades daqueles a quem ele se dirige”.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
3 O que pretende nesta nova fase da sua vida
4 Como você organizará o ambiente e materiais que 9 Elabore um texto relacionando a frase descrita vai utilizar na sala de aula (metodologia)?
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
abaixo à postura de um educador transformador: “O ambiente é um sistema vivo, em transformação”.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
5 O que significa um novo olhar em relação à 10 Os PCN sugerem situações didáticas para o educação? _______________________________________________________________ desenvolvimento das aulas de Ciências Naturais. ______________________________________________________________________________________________________________________________ Quais são essas situações? Como você avalia essas situações didáticas propostas? ______________________________________________________________________________________________________________________________
72
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
16 Elabore um projeto de pesquisa qualitativa
11 Identifique as diferenças complementares entre as seguintes pesquisas qualitativas: estudo de caso e etnografia. Será necessário constar, no mínimo, cinco diferenças, que não poderão ser repetidas. Como diferenças, poderão ser consideradas vantagens e/ou desvantagens da pesquisa.
(estudo de caso ou etnográfico, conforme estudos realizados no módulo), sendo que na pesquisa deverá haver: tema, situação-problema, objetivos propostos, metodologia (que tipo de pesquisa e instrumentos utilizados na pesquisa), dados.
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ Elabore um projeto de pesquisa quantitativa ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ (estudo sobre número de alunos em salas de aulas
17
12 Relacionar quais as situações diferentes que ocorrem nos dois tipos de pesquisa, mencionadas nos textos, quanto a sua metodologia e as suas etapas.
de escolas particulares correlacionada com as escolas públicas, por exemplo), sendo que a pesquisa deverá conter: tema, situação-problema, hipóteses, objetivos propostos, metodologia (que tipo de pesquisa e instrumentos utilizados na pesquisa), dados e como serão analisados os dados (tratamento estatístico).
18
_______________________________________________________________ Elabore um formulário para realizar uma ______________________________________________________________________________________________________________________________ entrevista estruturada. Segui os critérios descritos no ______________________________________________________________________________________________________________________________ módulo para elaboração do instrumento de pesquisa. _______________________________________________________________
13 Quais os tipos de instrumentos que foram utilizados nos textos referentes às pesquisas qualitativas?
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
14 Identifique as diferenças entre as seguintes pesquisas qualitativas: estudo de caso e estratégia. Será necessário constar, no mínimo, cinco diferenças, que não poderão ser repetidas. Como diferenças, poderão ser consideradas vantagens e/ou desvantagens da pesquisa.
19 Agora, caro(a) graduando(a) realize algumas reflexões, colocando suas idéias e compreensões quanto às questões abaixo relacionadas. a) Devemos educar em valores? Justifique sua resposta. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) O que entende por educação moral? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) Quem deve educar em valores? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ d) Em que valores educar? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ e) Como educar em valores? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
20
Leia, reflita e apresente suas idéias quanto a _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ esta frase: ______________________________________________________________________________________________________________________________ “Sem dúvida, é impossível uma geração _______________________________________________________________ espontânea de valores, pois a sociedade já se
15 Quais os tipos de instrumentos que foram utilizados nos textos referentes às pesquisas qualitativas?
_______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________
encarrega de transmitir aqueles que lhe interessam”. _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
73
Atividade
Orientada
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Caro (a) graduando (a), Esta atividade está dando continuidade a mais uma das disciplinas da matriz curricular do curso de Licenciatura em Biologia da FTC EaD e tem como proposta fazer com que os conhecimentos construídos ao longo dos nossos estudos nas diversas disciplinas comuns e específicas, assim como das PPP I, PPPII e agora PPP III, sirvam para que se entenda que a ação da docência não ocorre de forma desarticulada e sim de maneira integrada com todos os conhecimentos prévios e aqueles construídos em sala de aula, fazendo com que nos tornemos um ser integral, e que em nossa conduta profissional devemos levar em conta os valores morais, estéticos e éticos de forma efetiva e significativa. Nossa proposta de trabalho consta de 03 (três) etapas, sendo utilizado, também como um instrumento avaliativo do processo ensino/aprendizagem, devendo ser desenvolvida no decorrer da disciplina, sob assistência e orientação do tutor, no ambiente de tutoria, constituindo uma atividade obrigatória. Esperamos que você, GRADUANDO, aproveite o máximo!
Etapa
1
Roteiro de análise dos PCN – Equipe (VALOR = 3,0) Esta primeira etapa consiste em um conhecimento e aprofundamento de estudo dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Fundamental do 3º e 4º ciclo de Ciências Naturais. Para tanto, os discentes deverão formar equipes para a pesquisa e realização do roteiro de análise dos PCN. Este roteiro estará disponibilizado no Fórum de discussão do ambiente virtual do curso de Biologia. OBS.: A equipe deverá apresentar seu roteiro preenchido, após pesquisa, para o tutor dentro do prazo estabelecido por nossa equipe pedagógica de PPP III.
Etapa
2
Análise documental dos planejamentos docentes – Equipe (VALOR = 3,0) Esta etapa deverá ser realizada com a mesma equipe da etapa anterior e consiste em uma visita a uma instituição de ensino fundamental (5ª a 8ª série), 74
particular ou pública e durante o AC verificar a existência dos planos de curso, unidade e aula do professor que ministra aula na disciplina Ciências. Nesta etapa o graduando deverá seguir procedimentos e desenvolver atitudes como solicitar cópias dos referidos documentos para posterior análise de acordo com as orientações de nossa equipe pedagógica de PPP III.
Etapa
3
Elaboração de um Pré-Projeto de intervenção – Equipe (VALOR = 4,0) Esta etapa consiste na elaboração de um pré-projeto de Intervenção que o grupo deverá elaborar após ter observado uma ou duas aulas da disciplina Ciências. Esta observação terá uma orientação prévia de nossa equipe pedagógica de PPP III. Vale lembrar que a proposta deste pré-projeto de intervenção deverá levar em conta:
o tema transversal do período do curso de Biologia “A educação na formação de valores morais”; as orientações dos PCN do Ensino Fundamental do 3º e 4º ciclos; As observações realizadas em sala de aula de uma turma do Ensino Fundamental do 3º e 4º ciclos; e os documentos analisados durante ida a unidade escolar.
Esperamos que o desenvolvimento destas atividades torne o processo de ensino/ aprendizagem mais significativo, interessante, real e vivo. Afinal, a Biologia transcende a si mesma e faz com que o estudante possa entendê-la como um elemento integrador e transformador do mundo, muito mais que um mero tema discutido e debatido em uma sala de aula.
Desejamos discernimento, iniciativa, participação e bom senso!
Um forte abraço, Profª. Nildete C. dos Reis e Profª. Letícia Machado.
75
Glossário
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
COMPETÊNCIA – conjunto de conhecimentos, habilidades e valores que um indivíduo desenvolve ao longo de sua vida e o capacita a agir de modo pertinente em determinada situação (Philipe Perrenoud). CONHECIMENTO – relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e deseja conhecer algo e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. EDUCAÇÃO – processo formativo que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações das sociedades civis e nas manifestações culturais (BRASIL, LDB, n 9.394, de 20/12/96). ÉGIDE – escudo; amparo; proteção; defesa. ESCOLANOVISTA - grupo de pensadores que defendiam que “é dever do Estado tornar a educação obrigatória, pública, gratuita” (Moreira, 1990, p. 47). HETEROGENEIDADE – movimento, ato ou efeito de diferente natureza, composto de partes de diferente natureza. HOMOGÊNEA – ato ou efeito de um corpo, cujas as partes todas são da mesma natureza; partes que estão solidamente ligadas. HIBRIDISMO – sistema resultante do cruzamento de espécies/ideologias diferentes; que se afasta das leis naturais. IDEOLOGIA – conceitos e valores particulares de um grupo social passados a todos com se fossem universais. METANARRATIVA – marco de exposição de fatos; baliza o modo de narrar. METATEORIA – referencial do conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou ciência. PLANEJAR – processo político pedagógico que implica diagnosticar uma situação e tomar decisões em função de um determinado fim. PLANEJAMENTO CURRICULAR – é um dos níveis do planejamento escolar. Diz respeito a toda vida escolar, já que por currículo não se entende
76
apenas o conteúdo das áreas de conhecimento da escola, mas a própria dinâmica da ação escolar, integrando todos os elementos que interagem para a consecução de seus fins e objetivos. PLANEJAMENTO NA ESCOLA – é um processo permanente que implica ainda a avaliação constante de seu desenvolvimento. PROJETO – o termo deriva do latim projectu, particípio passado do verbo projiceri, que significa lançar para adiante. É intenção, pretensão, doutrina, filosofia, diretriz, idéia ou concepção de um produto ou serviço; é esboço ou proposta, é desenho para orientar uma construção, é empreendimento com investimento; é atividade organizada com o objetivo de resolver um problema; é um tipo de organização temporária, criada para realizar uma atividade finita. PARAMETROS – conjunto de considerações presentes em um documento com a finalidade de explicitar a filosofia e os princípios educacionais inspiradores de dispositivos legais que passaram a nortear o sistema de ensino no país. PARAMETROS CURRICULARES – conjunto de considerações que buscam auxiliar e orientar os docentes na elaboração dos currículos apropriados aos educandos nas escolas.
77
Referências
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
Bibliográficas ABRANOVICH, Fanny. O professor não duvide! Dúvida? São Paulo: Gente, 1998. ANDRÉ, M.E.D.A. Etnografia da prática escolar. 6. ed. Campinas: Papirus, 2001. ALENCAR, Eunice S. Como desenvolver o potencial criador: um guia para a liberação da criatividade em sala e aula. Petrópolis: Vozes, 1990. ARANHA, M. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989. BACHELARD, G. Aformação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1966. BARBOSA, M. Ação educativa perante o fim das certezas: oportunidade para mudar de registro epiistemológico? Ver. Portuguesa de Educação, Minho, v. 10, n. 2, p. 45-58, 1998. BERBEL, Neusi Aparecida (Org.). Questões de ensino na Universidade. Conversas com quem gosta de aprender para ensinar. Londrina: Ed. UEL, 1998. BERBEL, Neusi Aparecida Navas. Metodologia do ensino no superior: realidade e significado. Campinas: Papirus, 1994. BIZZO, Nélio. Ciência fácil ou difícil. São Paulo: ATICA, 2000, http://www.brazcubas.br/ professores/alice/download/texto Is 3.docAcesso em: 31maio2004. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: 5ª a 8ª série. Brasília, 1998. 8v. BRASIL. Sendo. Lei nº 9.394, de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 2001. CAMPOS, M. C. C. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, 1999. CEDES. Educação Continuada. Cadernos Cedes, nº 36. Campinas, S.P. Cedes, Papirus, 1995. CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. Campinas/São Paulo, Papirus, 1994. DELIZOICOV,D.; ANGOTTI, J. A. P. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 2000. ENRICONE, Délcia et al. Valores do processo educativo. Porto Alegre: Sagra, 1992. FERNANDES, Florestan. O Desafio Educacional. São Paulo. Cortez, 1989. GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loyola, 1993. GARCIA, Carlos Marcelo. A formação de professores: novas perspectivas baseadas na investigação sobre o pensamento do professor, in: NÓVOA, A. Os professores e a sua formação e Lisboa, Dom Quixote, 1992, pp.51-76. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.
78
LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Metodologia de trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4 ed. Ver. E ampl. São Paulo: Atlas, 2001. LUCK, H. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teóricos- metodológicos. Petrópolis: Vozes, 1995. LUDKE, M.; ANDRÉ, M.E. D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MENEZES, D. A. de C. O coordenador pedagógico e os professores: um relacionamento difícil? 1987,163 p. Dissertação ( Mestrado em Educação) Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas. MOREIRA, A.F. Currículos e Programas no Brasil. Campinas: Papirus, 1990. __________; SILVA, T.T. da. (Org.). Currículo, Cultura e Sociedade. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1997. ___________, F.B. Currículo, utopia e pós-modernidade. In: ENCONTRO “PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA”, 2. 1996, São Paulo. Anéis... São Paulo: FEUSP/USP, p.17-33. OLIVEIRA, N. R. de. Ciências descobrindo o ambiente. Belo Horizonte: Formato, 1991, v. 3. PADILHA, Paulo R. Pedagogia da participação: relações interculturais na escola. Projeto de Pesquisa de doutorado. São Paulo. FE-USP, 2000.
______. A metodologia da problematização no ensino superior e sua contribuição para o plano da práxis. Semina: Ci. Soc. Hum., Londrina, V.17, p.7-17, nov. 1996. Edição Especial. PERRENOUD, Phippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Lisboa, Dom Quixote, 1993. RICHARDSON, R.J. et al. Pesquisa Social. 3 ed. Ver. E ampl. São Paulo: Atlas,; 1999. RUIZ, Á. J. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1996. SANTO, A.E. Delineamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Loyola, 1992. SANTOS, Milton. O professor como intelectual na sociedade contemporânea. In: Anais da IX Euclipe. Águas de Lindóia. V. III, 1998. SANT’ANNA, F.M. et al. Planejamento de ensino e avaliação. II. Ed. Porto Alegre: Sagra/DC Luzzatto, 1995. TORRES, Rosa M. Tendências na Formação Docente nos anos 90. In: Novas políticas educacionais: críticas e perspectivas. São Paulo: PUC-SP, 1998. WANNA, I.O.A. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático de produção científica. São Paulo, 2001. VASCONCELOS, Celso dos S. Para onde vai o professor? Resgate de professor como sujeito de transformação. 2ª ed. São Paulo. Libertad, 1996. VIANNA, I.O.A. Metodologia do Trabalho Científico: um enfoque didático de produção científica. São Paulo, 2001. ZABALA, Antoni (Org.) Como trabalhar os conteúdos procedimentais em sala de aula. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
79
Anotações Pesquisa e Prática Pedagógica-III
80
Anotações
81
Anotações Pesquisa e Prática Pedagógica-III
82
Anotações
83
Pesquisa e Prática Pedagógica-III
FTC - EaD Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead
84