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VIda N (cociOsl (<) ltustraçao dO fatO< de COIICentraçlo de t~ per fldr&~. Kt
FtCLIL• 8.23 Ensaio de Cadiga oom car~amento alternado, corpos-de·
pro"" com e sem entalhe.
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UtiliZe esses valores para cargas aXI8ÍS e de fle~lio
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0.9 0,8 0.7 0,6 q 0.5
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3,0
3.5
4,0
Raio do entalhe r (ín)
o
0,5
1,0
2,0 1,5 2.5 Raio do en1alhe r (mm)
FIGURA 8.24 Curvas de sensibilidade ao entalbe (baseadas na referência [9 J). Observe que: (1) r é o raio no ponto onde se origina a potencial trinca por fadiga, e (2) para r > 0,16 in, as curvas devem ser extrapoladas ou deve ser utilizado q "' 1.
cem uma sensibilidade nula ao entalhe. Esta é, de fato, uma con· dição favorável; caso contrário, mesmo um arranhão mínimo (com valores de K, extremamente altos), como o que normalmente seria produzido em uma superfície lisa polida, enfraqueceria de forma desastrosa a resistência à fadiga. A Figura 8.24 mostra um gráfico com as curvas de sensibilidade ao entalhe cm função do raio do entalhe para alguns materiais de uso comum. Observe que cm todos os casos a sensibilidade ao entalhe se aproxima de zero quando o raio do entalhe tende a zero. Note também que os resultados para os aços ilustram a tendência de os materiais mais duros c resistentes serem mais sensíveis ao entalhe. Isto significa que a mudança de um aço macio para um mais duro c resistente normalmente aumenta a resistência à fadiga de um componente, porém esse aumento não é tão maior quanto poderia ser esperado devido ao aumento da sensibilidade ao entalhe. Finalmente, a Figura 8.24 mostra que um determinado aço é ligeiramente mais sensível ao entalhe para carregamentos torcionais do que para cauregamentos axiais e de flexão. Por exemplo, um entalhe com raio de 0,04 in cm um componente de aço com dureza de 160 Bhn possui uma sensibilidade ao entalhe de cerca de 0,71 se o carregamento for axial ou de flexão, e cerca de 0,76 se a carga for de torção. A Figura 8.23 mostra que a influência do entalhe a 103 ciclos é consideravelmente menor do que a 106 ciclos. Algumas referências recomendam que a influência dos concentradores de tensão a l ()3 ciclos seja desprezada. Embora essa recomendação seja suportada por alguns dados, um estudo mais detalhado indica que esta recomendação só é válida para metais relativamente macios (aço, alumínio, magnésio e provavelmente outros); mas para as ligas relativamente duras e resistentes desses mesmos metais o efeito do entalhe a l 03 ciclos pode ser quase tão alto quanto a 106 ciclos (veja a referência [6], Figura 13.26). Existe uma dificuldade fundamental na análise dos efeitos provocados por um entalhe nas extremidades das curvas de baixo ciclo, como aquela mostrada na Figura 8.23c. Isto se deve ao fato de a tensão nominal calculada utilizada no gráfico não apre-
sentar uma boa correlação com as condições reais de carregamento impostas nas regiões próximas à raiz do entalhe, onde uma trinca por fadiga se inicia. A Figura 8.2 mostra a vista ampliada de uma região do entalhe em um corpo-de-prova, conforme ilustrado na Figura 8.23b. Quando ocorre um carregamento alternado suficiente para causar a falha por fadiga após l 03 ciclos, por exemplo, ocorrerá o escoamento plástico em uma pequena região na base do entalhe. Essa região contribui pouco para a rigidez do componente como um todo; assim, as deformações ocorrentes nessa região são determinadas quase que totalmente através da resistência elástica estável do maior volume de material fora dessa região. Isto significa que durante um ensaio de fadiga com carga máxima constante a deformação máxima ocorrente na região "vulnerável" permanecerá constante de ciclo a ciclo. A tensão real atuante nessa região pode apresentar grande variação com o tempo, dependendo da deformação por endurecimento ou da deformação por amolecimento do material. Assim, um estudo rigoroso da fadiga de baixo ciclo deve tratarda deformação local real, em vez da tensão local nominal calculada. Esse procedimento de "deformações cíclicas" está além dos objetivos deste livro. (Consulte outras bibliografias, como, por exemplo, a referência [3].) Para os objetivos aqui propostos, é recomendado que o fator de concentração de tensões por fadiga pleno K1 seja utilizado em todos os casos. Para as situações de vida relativamente curta, esta recomendação pode ser excessivamente conservadora (isto é, o efeito do concentrador de tensões pode ser significativamente menor que K1) . Uma outra questão poderia ser considerada neste contexto. É melhor tratar K1 como um fator de concentração de tensões ou como um fato r de redução da resistência? Os especialistas no assunto têm opiniões distintas, porém neste livro K1 será considerado umfator de concentração de tensões. Analisando a Figura 8.23, K1 poderia ser facilmente observado como umfator de redução da resistência, e um "limite de resistência à fadiga por entalhe" seria calculado como s;,cLCcCsC.1Cr/Kp Este cál-
Capítulo 8 • Fadiga 177
culo estaria correto, porém ele apresenta a desvantagem de levar à conclusão de que o material em si é enfraquecido pelo entalhe, o que, certamente, não é verdade. O entalhe apenas causou um aumento localizado das tensões. Além disso, quando se utiliza K1 como um multiplicador da tensão (em vez de um redutor da resistência) as curvas S- N e de resistência à fadiga para vida finita ficam independentes da geometria do entalhe, e as mesmas curvas podem ser utilizadas repetidamente para componentes com diversos concentradores de tensões. Finalmente, para a consideração das tensões residuais causadas pelos picos das cargas (conforme ilustrado na Figura 4.43) é necessário queK1 seja considerado um fator de concentração de tensões.
8.11 Efeito dos ConcentradoreiJ de TeR8ão no Carregamento Médio Superposto ao Alternado Foi mostrado nas Seções 4.14e4.l5 que os picos de cargas, que geram tensões elásticas calculadas superiores à resistência ao escoamento, produzem escoamento e propiciam o aparecimento
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de tensões residuais. Além disso, as tensões residuais sempre servem para diminuir as tensões reais quando o mesmo pico de carga é aplicado novamente. Para ilustrar o efeito das tensões residuais na vida por fadiga, onde tanto tensões médias quanto alternadas estão envolvidas, considere os exemplos desenvolvidos na Figura 4.43. Suponha que uma barra com entalhe submetida à tração seja fabricada de um aço com s. = 450 MPa e S,. = 300 MPa, e que suas dimensões e superfície sejam tais que as curvas estimadas para vida constante por fadiga sejam as mostradas na parte infe. rior da Figura 8.25. A parte superior da Figura 8.25 mostra uma flutuação da tensão no entalhe calculada sem considerar o escoamento. Os primeiros três ciclos correspondem ao carregamento e ao descarregamento envolvidos na Figura 4.43a. Os dois ciclos seguintes (linhas tracejadas) representam um aumento progressivo da carga até a correspondente à Figura 4.43b. Note que esses ciclos tracejados mostram uma tensão calculada de aproximadamente 7/6 S,. com base no comportamento elástico na raiz do entalhe. De forma similar, os três ciclos representados por linhas cheias em b na Figura 8.25 mostram as tensões flutuantes calculadas entre zero (quando a carga é removida) e 400 MPa, que corresponde a 4/3 S).. Esse processo continua no gráfico da
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TensOes calculadas
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01agrama de fadiga
para vida constante
"••· tr.aç!o (MPa)
s.
FlGLlt~ 8.25 Estimativa da vida por fadiga para aplicação alternada das tensões mostradas na J."igura 4.43. O materíal é um aço com 450 MPa e 300
MPa.
s. =
s, =
178
PAR'IT. I •
F\JNI)A\tiL\1'05
parte superior da Figura 8.25 até a condição mostrada na Figura 4.43d ser atingida. Nesse instante, a tensão calculada é nula quando a carga é retirada e igual a 2S1 quando é aplicada. O gráfico imediatamente abaixo deste, na Figura 8.25, representa a curva correspondente às tensões reais na raiz do entalhe. Ele é baseado na hipótese de que o material dúctil utilizado pode ser aproximado (na faixa de deformações limitadas envolvidas) por uma curva tensão-deformação idealizada (com uma região plástica plana), como a desenhada na Figura 4.42e. Não ocorre qualquer escoamento durante os três primeiros ciclos em a, porém na raiz do entalhe ocorrerá escoamento quando a tensão calculada for superior a 300 MPa durante o primeiro ciclo tracejado. Durante cada ciclo seguinte, o escoamento afetará um pouco mais o material toda vez que a carga se tomar maior do que seu valor anterior. Quando a carga está "ativa" durante um dos ciclos em b, a distribuição de tensões corresponde à linha cheia do desenho da esquerda na Figura 4.43. Quando a carga é "desativada", as tensões não são nulas, mas correspondem ao padrão de tensões residuais do desenho à direita na Figura 4.43. No entalhe, o valor dessas tensões varia de S1, quando a carga está aplicada, até a tensão residual de -Sj3, quando a carga é retirada. Esse processo continua, seguindo o gráfioo da "tensão real do entalhe" da Figura 8.25 até que a condição mostrada na Figura 4.43d seja atingida. Neste ponto, a tensão real na raiz do entalhe será S, quando a carga for aplicada e será igual a uma tensão residual de - S1 quando a carga for retirada. Na parte inferior da Figura 8.25 as tensões resultantes da "ativação e desativação" das cargas da Figura 4.43 são representadas em comparação com as resistências à fadiga do material. Os pontos a, b, c e d correspondem às tensões calcukuúls na raiz do entalhe (as quais, devido ao escoamento e às tensões residuais, têm pouca irnponãncia). Os pontos a', b', c' e d' correspondem às tensões reais (baseadas na curva tensão-deformação ideal), e são totalmente realfsticas. Note que em cada caso o escoamento reduziu a tensão média; ele não altera a tensão alternada. Com base no gráfico da Figura 8.25, as vidas estimadas pelo efeito de fadiga correspondentes à aplicação repetida de vários níveis de cargas trativas são de 105 ciclos para o carregamento no ponto a, talvez entre 1,5 X IO"'e2 X IO"'ciclos paraocarregamento no ponto b, cerca de 6 X 1()3 ciclos para c e cerca de 2,5 X J()l ciclos para d. Essas estimativas representam uma interpolação visual grosseira entre as linhas adjacentes de vida constante. A linha tracejada que passa pelo ponto c' ilustra um procedimento melhor. Essa linha é uma linha de Goodman correspondente a uma vida desconhecida. Todos os pontos sobre essa linha correspondem à mesma vida; em particular, o ponto c' corresponde à mesma vida estabelecida por uma tensão alternada completa de 280 MPa. Pode-se, agora, consultar a curva S- N e obter a vida correspondente a 280 MPa. Para manter em pauta as predições de vida na perspectiva apropriada, lembre-se de que essas predições são tipicamente muito grosseiras, exceto quando realizadas com base estatística - como foi ilustrado pela banda de dispersão da curva S- N na Figura 8.4c. Não se esqueça também das limitações do procedimento previamente mencionadas para as predições na faixa de baixos ciclos. Nesse exemplo, o fator de concentração de tensões de 2, originalmente utilizado na Figura 4.43, foi considerado como um fator de concentração de tensões por fadiga na Figura 8.25. Admitindo que o material tenha uma sensibilidade ao entalheq, cujo valor é menor que a unidade, o fator de concentração de tensões teórico K , deveria ser maior que 2. Essa predição de vida pode ser realizada de forma conveniente a partir dos diagramas de resistência à fadiga, na forma das
Figuras 8.17 até 8.19. Nesses diagramas, os pontos a, b, c e d se apóiam no eixo vertical (17... = 0), e os pontos b', c' ed' se apóiam na linha horizontal, 17mJ.• = s,. Inicialmente, pode-se achar um pouco estranha a aparência de pontos como b, c e d no gráfico 17,.-
Todas as tensões (tanto mMia quanto alternadas) são multiplicadas pelo fato r de concentração de tensão por fadiga Kft e uma correção é realizada no escoamento e nas tensões residuais resultantes se o pico de tensllo calculado exceder a resist2ncia do material ao escoamento. Algumas vezes esse procedimento é denominado método da tensão residual, devido ao reconhecimento de que ele propicia o desenvolvimento de tensões residuais. Um procedimento alternativo, utilizado em algumas situações, refere-se à aplicação do fator de concentração de tensões apenas à tensão alternada, não considerando as tensões residuais. Pode-se observar que cm alguns casos essa redução na tensão média pela não-aplicação do fator K1 pode se tornar idêntica à redução na tensão média obtida com o método da tensão residual, quando se considera o escoamento e a tensão residual. Urna vez que a tensão média não é multiplicada por um fator de ooncentração de tensões, esse procedimento alternativo é algumas vezes chamado de método da tensão média nominal. Apenas o método da tensão residual é recomendado neste texto para apredição da vida por fadiga.
8.3 De tel'lllinação do Diâmetro Necessário a um Eho SqJe lto à Torção MécUa e Alternada
PROBLRlJA REsoL VIDO
Um eixo deve transmitir um Iorque de 1000 N·m superposto a uma vibmção torcional que causa um torque alternado de 250 N·m. Um fator de segurança de 2 deve ser aplicado a ambos os carregamentos. O material a ser utilizado é uma liga de aço t.rutada termicamente com = 1,2 GPa e = 1,0 GPA (infelizmente, não existem resultados de ensaio disponíveis para S., e S1, ). O eixo deve possuir um ressalto com Dld = 1,2 e rld = 0,05 (conforme mostmdo na Figura 4.35). Um acabamento comercial de boa qualidade deve ser especificado. Qual é o diâmetro necessário para uma vida inftnita em relação à fadiga?
s.
s,
SOLUÇÃO
Conhecido: Um eixo comercial feito de aço com resistência ao escoamento e limite de resistência conhecidos, possuindo um ressalto com relações Dld e rld conhecidas, JranSmite um determinado torque uniforme superposto a um Iorque alternado com um fator de segurança 2 aplicado a ambos os torques (vej a a Figura 8.26). A Ser Determinado: Estime o dillmetro necessário, d, do eixo para uma vida infinita.
Capítulo 8 • Fadiga
D/Jal,2 rld• 0,05 FS • 2,0
Lc,a
S.•l.2GPa.S,.•l.OGPa
FlGtlllA 8.26 Eixo sujei!o à torção média e alternada. Hip6te~e•IDecisões:
1. O eixo é fabricado conforme especificado sob a ótica do filete critico e do acabamento superficial.
2. O dillme!ro do eixo será determinado na faixa de IOa 50 mm. Análise: 1. Construa o diagrama de resistência à fadiga mostrado na Figura 8.27. (Sendo requerida uma vida infinita, não há necessidade de uma curva S-N.) Pam o cálculo de um valor estimado para s•. admite-se que o dillmetro esteja entre IO e 50 mm. Caso esteja fora desla faixa, a solução deverá ser repetida com um valor mais apropriado para o fator Cc. 2. As tensões na miz do entalhe calculadas (isto é, sem considerar qualquer possibilidade de escoamento) são Tm
= ( 16T,.f1Td3) Kj
70
= ( 16T,j1Td 3)K f
Para se obter K1 a partir da Eq. 8.2, deve-se inicialmente determinar K, eq. Obtém-seK, = 1,57 a partir da Figura4.35c, porém a determinação de q a partir da Fígura 8.24 requer, novamente, uma hipótese relativa ao diâmetro final. Entretanto, esta condição apresenta alguma dificuldade quando a curva para carregamento torcional do aço com essa resistência (S. = 1,2 GPa = 174 ksi, ou muito próxima do topo da curva da figum) fornece q 0,95 pard r 2: 1,5mm, o que, nesse caso, corresponde a um diâ· metro d 2: 30 mm. Com o carregamento fornecido, a intuição (ou o cálculo subseqüenle) sinaliza que o eixo deverá possuir pelo menos esse dillmetro. A substituição desses valores, juntamente com os valores dados para a sobrecarga de projeto (carga nomi· na! multiplicada pelo fator de segurança), fornece
=
KJ
= I + (K
'Tm
= [(16 X 2 X 1000 :-i· m)lr.d3 )1,54 = 15.685fd3
70
= ((16 X 2 X 250
1 -
l )q = I + (1,57
1)0,95
= 1.54
•m)/7Td1 Jl.54 = 3922/ctl
e T/T. = 0,25.
179
3. Partindo-se da origem do gráfico da Figura 8.27 (que corresponde a considerar-se o diâmetro infinito) e movendo-se pam a direita ao longo da linha com inclinação de 0,25, pám-se, por tentativa, no ponto A. Ao não se permitir qualquer escoamento, as tensões nllo podem ser superiores a esse limite. No ponto A, -r. = 116MPaou0,116GPa. Assim,3922/d'= 0,116. Logo,d = 32,2mm. 4. Em diversas situações talvez possa ser permitida a ocorrência de um pequeno escoamento na região localizada do filete para a "sobrecarga de projeto". Assim sendo, o diâmelro pode ser ainda reduzido até que as tensões calculadas atinjam o ponto B do gráfico da Figuro1 8.27, uma vez que o escoamento e as tensões residuais trazem as tensões reais de volta ao ponto 8', que está à direita, sobre a linha de vida infinita. O escoamento não afeta a amplitude da tensão alternada, logo a equação para essa tensão pode ser igualada a 150 MPa, o que fornece um diâmetro d = 29,7mm. S. Antes de aceitar o resultado d = 32,3 mm ou d = 29,7 mm, é importante um reexame para se verificar se os valores de Cc e q estão consistentes com o diãme!ro finalmente escolhido. Neste caso particular há uma consistência nesses parâmetros. Comernário~:
1. Antes mesmo de iniciar a solução de um problema como este um engenheiro deve rever cuidadosamente o projeto, ficando atento ao filete crítico. É realmente necessário que o raio sej a tão pequeno? Se assim for, será o controle da qualidade, nos departamentos de produção e inspeção, responsáve l para que o componente não seja feito com uma simples "quina viva"? E o que se pode afirmar sobre controle do acabamento superficial? No que diz respeito à fadiga, uma alta qualidade de acabamento na regido do fi/ele é muito imponante. Os depanamentos de produção e inspeção estarão atentos a isso? Os outros 99,9% da superfície do eixo têm pouca importância, a menos que um acabamento de alta qualidade seja necessário por outras razões (como propiciar um bom acabamento superficial nas prox.i midades dos mancais ou prover uma tolerância apertada) . Se a qualidade de acabamento não for necessária nessas outras regiões do eixo, o custo pode ser diminufdo mudando-se pura uma máquina de acabamento superficia l comum. 2. Antes de deixar este exemplo, é interessante observar, na Figura 8.27, as tensões para a condição normal de operação (isto é, T~ = 1000 N·m e T. = 250 N·m). Se o ponto A é escolhido como o ponto que deve suponar a sobrecarga, então a operação normal envolve a operação no ponto N. (ponto médio entre Oe A). Se o ponto B' for selecionado como ponto de sobrecarga, a opemção normal deveria ser em N 0 , o ponto médio entre Oe 8 . Porém, se a máquina opera na condição de sobrecarga e, em seguida, opera normalmente, uma tensão residual representada por O' é envolvida. Com essa tensão residual presente, as tensões estarão em O' quando as cargas estiverem desativadas, em N~ quando a carga for normal e em 8 ' com a sobrecarga de projeto.
Adm•t•ndo que 10 mm< 41 < 50 mm
I
s. • s.c,c,c,c7cR = ";" (0.5ai(0.9X0.87Xl.OI
. · -· -·
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-2 Ttnslo IOttiOtlll
"'*'"' ""'
\,, • 0,8(1200) • 960 (MPa)
FtCUIIA 8.27 Diagrama de res'tstêncla à fadiga para o Problema Resol·
vido 8.3.
Estimativa do Fator a do Eixo de uma Esmerllhadeira
PROBU:.liA REsOLVIDO 8.4
de S
A Figura 8.28 refere-se ao eixo de acionamenlo do disco de uma esmerilhadeira. O eixo é fabricado de aço com = 900 MPa e S1 = 750 MPa. O carregamento mais severo ocorre quando um objeto é mantido próximo à periferia do disco (a um raio de 100 mm) com força suficiente para desenvolver um Iorque de atrito de 12 N·m (que se aproxima da capacidade de torque do motor). Admita um coeficiente de atrito de 0,6 entre o objeto e o disco. Qual é o fator de segurança e m relação a uma eventual falha por fadiga do eixo?
s.
180
PARTF. I •
F\JNI)A\ tiL\1'05
I SoLUÇÃO Conhecido: Um eixo com carregamento e geometria fornecidos é fabricado de um material com resistência ao escoamento e limite de resistência conhecidos. A Ser Detl!rminado: Determine o fator de segurança em relação a uma eventual falha por fadiga.
Pela Figura 8.24, as sensibilidades ao entalhe estimadas q são de 0,93 para torção e 0,91 para flexão e carga axial. Pela Eq. 8.2, os valores de K1 são estimados em 1,09, I ,25 e I ,25 pard cargas torcionais, axiais e de flexão, respectivamente. 4. As três componentes de tensão no ftlete são 16 T -r = - 1 K /ttl
nd
U tal
50 ....
u rbJ
, • 5 mm de rato, svperfiçte U$1nélda
D • 18 mm (re&•lo interna do mancai) J • 16 mm (d•Ametto do eixo)
I• 0,6 (entre o objeto 1 o dtiCO) 1" = 12 N • m (torq..edutrotol
s. • 900 MPt .~, •7~ M Pt
2.000) = 16(1 ( 1.09) n ( 16 )·1
16,3 MPa
p -200(4) = - Kj 1111 = ( 1.25) ~ 1.24 MPa A 1r(l 6 )2 32M 32(20.900) = K J1b1 = ( 1.25) - 65.0 MPa 1 13 1Tt 1T( 16)
S. Aplicando o procedimento específico para "cargas bidimensionais genéricas" na Figura 8. 16, constrói-se no gráfico da Figura 8.28 uma linha de Goodman que permite estimar a vida infinita para c argas de flexão . Em seguida, um "ponto de operação" que corresponde às tensões equivalemes média e alternada de flexão é marcado no diagrama. Das três componentes de tensão determi nadas, as tensões devidas às cargas de torção e axial são constantes para a condição de operação estacionária; a tensão de flexão é completamente alternada (a tensão de flexão em qualquer ponto sobre o filete oscila da tração para compressão para tração novamente dumnte cada volta do eixo). Utilizando-se o procedimento recomendado para determinar as tensões média e alternada equivalentes, tem-se
J~•' + (cr2, )
2
um rTc=-m ~ 2
+
- 1; 24 +
u .,.
=
J
( 16.3) 2
Vc?n + 3~ +
+
(
1,24 ) 2 - 15.7 MPa 2
Y(65,0)2 + O = 65.0 MPa
6. Desenhando-se uma linha que passa pela origem e pelo "ponto T.-
FtClliA 8.28 ProblemJI Resolvido 8.4 - disco de uma esmerilbadeira.
Hipótese: A esmerilhadeira necessita de um eixo com 50 mm de comprimento pam o acionamento do disco.
Análise: 1. A especificação do torque de 12 N·m requer que a força tangen-
de operação" verifica-se que todas as
cial F, seja de 120 N. Com um coeficiente de atrito de 0,6, esta força está associada a uma força normal F, de 200 N. 2. Essas duas componentes de força produzem as seguintes cargas no filete do eixo: Torque: T
= 12 N·m =
12.000 N·mm
Carga Axial: P = 200 N Flexão: No plano horizontal, M , = 120 N X 50 mm No plano vertical, M . = 200 N X 100 mm A resultante valeM =
JM! + M~
= 20.900N·mm
3. Pela Figura 4.35, os fatores de concentração de tensões para os carregamentos de torção, axial e flexão valem
x•., =
1, 10,
K,"' = 1,28,
x.., =
1,28
8.12 Predição da, Fula por Fadiga JHU"f" m~ Coso• de Carregamento. com v~ A.kat6rio Nas predições da vida de componentes carregados, discutidas anteriormente, o limite de resistência à fadiga foi determinado, na melhor das hipóteses, por um procedimento grosseiro. Esta questão é ilustrada pela banda de dispersão típica que indica uma relação de 7: I para a vida, conforme mostrado na
Capítulo 8 • Fadiga
Figura 8.4c. Para boa parte dos componentes mecânicos e estruturais sujeitos a ciclos de tensões cuja intensidade varia aleatoriamente (como as suspensões automotivas e os componentes estruturais de aviões), a predição da vida por fadiga é bem mais complexa. O procedimento aqui apresentado para tratar desta situação foi proposto por Palmg:ren, da Suécia, em 1924 e, independentemente, por Miner, dos EUA, em 1945. O procedimento é geralmente chamado de regra linear do dano cumulativo, com os nomes de Miner, P.almgren, ou ambos. Palmgren e Miner propuseram um conceito simples, porém muito lógico, de que se um componente é carregado de forma cíclica a um nível de tensão que causa a falha em 1OS ciclos, cada ciclo desse carregamento consome parte dos 1OS ciclos de vida do componente. Caso outros ciclos de tensão, correspondentes a uma vida de 10' ciclos, sejam interpostos, cada um desses ciclos consome uma parte desses 1O'' ciclos de vida, e assim por diante. Com base nesse conceito, a falha por fadiga é prevista quando 100% da vida for consumida. A regra de Palmgren ou Miner é expressa pela equação a seguir, na qual n 1, /1;! ...., n, representam o número de ciclos para os diversos níveis específicos de sobretensões, e N,, N2 , ... , Nk representam a vida (em ciclos) a esses níveis de sobretensões, obtidos a partir das curvas S- N apropriadas. Uma falha por fadiga será prevista quando j -k
ou
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L . . !.
(8.3)
181
80 ~
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1..---- 20
segundos representatt\105 do
ensaio---~
(a)
Gráfico tensao-tempo
IdO
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Curva S-N FiCL1lA 8.29 Problema ResoMdo 8.5 - predição da vida por fadiga, tensões alternadas.
j- 1 Nj
A utilização da regra linear do dano cumulativo é ilustrada pelos Problemas Resolvidos a seguir.
Predição de Vida por Fadiga- Tensões Completamente Alternadas com Variação Aleatória
PROBIDL\ RESOLVIDO 8 .5
Análise: Na Figura 8.29a existem oito ciclos de tensão acima do limite de resistência à fadiga de 60 ksi: cinc.o a 80 ksi, dois a 90 ksi e um a !00 ksi. A curva S- N mostra que cada ciclo a 80 ksi utiliza uma parte em I0' da vida, cada ciclo a 90 ksi utiliza uma parte em 3,8 X 10' e cada ciclo a I 00 ksi utiliza uma parte em I ,6 X I0' . Somandose essas frações de vida utilizadas, tem-se II I
-' 12
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N2
- ~
As tensões (incluindo o fator de concentração de tensões K1) no entalhe crítico de um componente flutuam aleatoriamente, conforme indicado na Figura 8.29a. As tensões podem ser devid as à flexão, à torção ou a cargas axiais - ou mesmo ser referentes às tensões de flexão equivalentes resultantes de um carregamento bidimensional. O gráfico mostrado representa o que se acredita ser uma operação típica de 20 segundos. O material é aço, e a curva S- N apropriada é fornecida na Figura 8.29b. Essa curva está corrigida pelos efeitos da carga, do gradiente e do acabamento superficial. Estime a vida por fadiga do componente. SOLUÇÃO
1
"3
5
2
N3
105
3.8 X 104
- ~ -
=
0.0001651
Pam a fração de vida consumida ser igual à unidade, o tempo de ensaio de 20 segundos deve ser multiplicado por 110,0001651 = 6059. Isto corresponde a 2019 minutos, ou seja, cerca de 30 a 35 horas.
Comentários: A regra linear do dano cumulativo pode ser facilmente estendida a problemas que envolvem tanto tensões médias quanto alternadas. O problema resolvido a seguir ilustra esse caso para tensões de flexão flutuantes.
Conhecido: O histórico da tensão em função do tempo, corrigido para concentração de tensões, carga, gradiente e acabamento superficial, é fornecido para um período de 20 segundos de ensaio de um componente de aç.o.
PROBLElUA RESOLVIDO
A Ser Determinado: Determine a vida por fadiga do componente.
A Figura 8.30a representa a flutuação da tensão no local crítico do entalhe de um componente durante um período de opemção típico de 6 segundos. As tensões de flexão representadas incluem o efeito de c.oncentração de tensões. O material do componente (Figura 8.30d) é uma ligadealumíniocomS, =480 MPa eS, = 410 MPa. A curvaSN para flexão é fornecida na Figura 8.30c. 'Esta curva está corrigida para o gradiente de tensão e acabamento superficial. Estime a vida do componente.
Esquemas e Dados Fornecidos: Veja a Figura 8.29. Hipóteses: 1. Os resultados para 20 segundos de um ensaio representativo para tensões se repetir-ao até a eventual falha do componente por fadiga. 2. A regra linear do dano cumulativo pode ser aplicada.
8.6 Predição de VIda por Fadiga -Tensões Flutuantes de Flexão com Variação Aleatória
182
PAliTE 1 •
Fl;XOA)ILVI'OS
r
6 secundos leP
,
Conhecido: São fornecidos o gráfico referente a um período de 6 s da variação da tensão em função do tempo, corrigido para concentra· ção de tensões, e a curva S-N para a resistência à flexão corrigida para o gradiente de tensão e acabamento supeificial. Ambos os gráficos referem-se a um componente fabricado com uma liga de alumínio.
30012001100 1-
I Sou :ç,\o
doensaiO
~
A Ser Determiraado: Determine a vida do componente. EsqiU!ma.s e Dado• Fonaecidos: Veja a Figura 8.30.
wl Gtthco te-tempo
Hi:pótesea: 1. A regra de Miner pode ser aplicada. 2. A operação referente ao periodo de 6 s é típica, isto é, a curva tensão versus tempo desse peóodo se repete até a ocorrência de uma falha. Análise: 1. O período de ensaio de 6 s inclui, na ordem, dois ciclos de flutu· ação com nível a. três ciclos de flutuação com nfvel b, dois ciclos com nível c, um ciclo com nível de um com nível b. Cada
uma dessas nuruações corresponde a uma combinação de rensões média e alternada, representadas por um ponto no gráfico da Figura 8.30b. Por exemplo, o ponto a consiste em uma tensão média u. = 50 MPa e uma tensão alternada u. = 100 MI'a. 2. Os pontos a até d indicados na Figura 8.30b são conectados por linhas retas até o ponto um= no eixo horizontal. Este traçado fornece uma famflia de quatro retas de Goodman, cada uma das quais corresponde a um valor de vida constante (porém ainda desconhecido). 3. As quatro retas de Goodman interceptam o eixo vertical nos pontos a' até d'. De acordo com o conceito de Goodman, os pontos a até d correspondem exatamente às mesmas vidas por fadiga que os pontos a' atéd'. Essas vidas são determinadas a partir da curva S-N mostmda na Figura 8.30c. Note que a vida correspondente às condições a e a' pode ser considerada infinita. 4. Adicionando-se as parcelas de vida consumidas pelos ciclos de sobrecarga b, c e d, tem-se
s.
4
6+
3.5 X 10 =
2
~+
2 X lu
I
2.5
Al
X l u-
0.000501 I Este resultado indica que a vida estimada corresponde a 1/ 0,00050 II ou 1996 períodos com 6 s de duração. Este tempo é equivalente a t 99,6 minutos, ou cerca de 3 horas e 20 minutos.
Comentários: o procedimento seria o mesmo para uma tensão flutuante de flexão equivaleme, calculada de acordo com as instruções pam "cargas bidimensionais gerais", mostrada na Figura 8.16 e ilustrada através do Problema Resolvido 8.4.
(.)
GrAflto ela curvaS N
Tensão de flex3o
I ~F~~
l
l'(t)
8.13 Efeito do#J 'IratomentOIJ SuperJ'fdo.ls na Ruutênda à Fadiga de um Componente
~·
liga de a umlne> s, s 410 MPa s. = 480 MPa (a')
FICUI\A 8.30 Predição da Yida por fadiga, tensões com variações alcatóri· as (Problema Resolvido 8.6).
Como as falhas por fadiga se originam em áreas localizadas de relativo enfraquecimento do material e geralmente situadas na superfície, as condições locais da superfície são de particular importância. A constante de superfície C5 já foi discutida para di versos tipos de operações de acabamento. Esta e as próximas duas seções se dedicam à discussão de diversos tratamentos
Capítulo 8 • Fadiga
\
I I
~-·-·-·1 ..
~.....
l.
......... ---
•
(c/)
Res1stência
- (c) Tensao total, (ti) + (h) (ti) Tensao dev1da ~ carea
E1xo de S1met"a do
I
ca
carregamento
Pmú
FIGLRA 8.3 1 Gradientes de tensão e de resistêndll, fortaledmento da super-
flcle de um componente com entalhe sujeito à carga axlal.
superficiais, dando especial importância às suas influências (1) na resistência da superfície, em comparação com a resistência do material no interior do componente, e (2) na tensão residual na superfície. Todas as três considerações sobre a superfície geometria (suavidade), resistência e tensões residuais - estão de alguma forma correlacionadas. Por exemplo, os valores bai • xos de C5 mostrados na Figura 8.13 para superfícies laminadas a quente e forjadas são devidos, em parte, à geometria e, em parte, à descarburação (e, portanto, enfraquecimento) da camada da superfície. As influências do fortalecimento da superfície e da geração de uma tensão residual de superfície favorável (oompressiva) são ilustradas na Figura 8.31. A curva a mostra o gradiente de tensões nas vizinhanças de um entalhe devido à carga de tra· ção. A curva b mostra o gradiente de tensões residuais desejável, gerando uma compressão na superfície da ranhura. A curva c mostra a tensão total, a superposição das curvas a e b. A curva d mostra um gradiente de resist€ncia desejável, resultante de um tratamento que causa o fortalecimento da superfície. Note que (1) o fortalecimento da superfície e as tensões residuais compressivas aumentaram significativamente a carga que o componente pode suportar, e (2) o ponto onde a falha poderia se originar foi deslocado para o ponto T abaixo da superfície, onde as curvas c e d são tangentes. Isso significa que a superfí· cie da ranhura poderia se deteriorar de alguma forma em serviço (por corrosão, por arranhões na superfície, etc.) sem que o componente reduzisse sua capacidade de suportar carga. Um benefício adicional para a resistência à fadiga que não fica evi • dente na Figura 8.31 é que as tensões residuais compressivas deslocam o "ponto de operação" no diagrama de tensões médias e alternadas (como os pontos a até d na Figura 8.30b) para a esquerda, o que aumenta a vida por fadiga.
18S
A comparação dos gradientes de resistência com os gradientes de tensào total fornece uma explicação imediata do fato de os componentes que apresentam gradientes de tensão referentes a cargas aplicadas abruptamente e superfícies mal acabadas (baixos valores de Cs) se beneficiarem mais dos tratamentos superficiais. Componentes sem entalhes sujeitos a carregamento axial se beneficiam muito pouco, a menos que tenham um acabamento superficial inicial de baixa qualidade. Componentes que possuam entalhes muito severos carregados em flexão ou torção se beneficiam mais. Como praticamente todos os componentes possuem regiões críticas com concentração de tensões, tratamentos de fortalecimento da superfície são geralmente muito efetivos. Por exemplo, a Figura 8.31 registra um aumento de cerca de 60% na tensão admissível causada pela combinação de um fortalecimento da superficie com tensões residuais. Para aplicações envolvendo cargas de flexão e de torção, não é incomum a capacidade de carga por fadiga ser pelo menos dobrada. As próximas duas seções discutem os processos de fortaleci· mento das superfícies. Também é importante estar atento aos processos que causam o enfraquecimento da superfície. A retifi· cação, por exemplo, se não for executada com os devidos cuidados e a velocidades baixas ou moderadas, pode causar tensões residuais de tração nocivas à superfície e mesmo produzir mi· núsculas trincas de superfície. A galvanização de cromo e níquel, mesmo sendo boa para a proteção da superfície e evitando o fenômeno da corrosão, pode reduzir significativamente o limite de resistência à fadiga dos componentes de aço pela absorção do gás hidrogênio. Esta fragilidade a que o material fica exposto é conhecida como fragiliulção pelo hidrogênio. Este dano pode ser minimizado tomando-se o cuidado especial de utilizar correntes de baixa densidade na galvanização e reaquecendo o componente (geralmente na faixa de 600" a 900"F) após a galvanização. Executada de forma apropriada, a eletrogalvanização de componentes de aço com metais leves, como cobre, cádmio, zinco, chumbo e estanho, causa pouco ou nenhum enfraquecimento em relação à fadiga. Existe relativamente pouca informação disponível sobre o efeito da eletrogalvanização e da anodização de metais não-ferrosos. Tanto efeitos benéficos quanto danosos têm s ido registrados na literatura específica. A soldagem e as operações de corte a fogo tendem a produzir tensões residuais de tração danosas à superfície, a menos que precauções especiais sejam tornadas, como um subseqüente tratamento térmico para o alf. vio das tensões. A relação a seguir, com alguns princípios básicos, pode auxiliar no posicionamento do tema tratamentos da supeiffcie para o fortalecimento por fadiga em uma perspectiva apropriada. O engenheiro dedicado ao projeto e ao desenvolvimento de componentes de máquinas e estruturas sujeitas a cargas dinâmi· cas deve
1. Procurar identificar todas as regiões de concentração de tensões onde as falhas por fadiga poderiam se iniciar. 2. Rever as possibilidades de modificação do projeto para reduzir as concentrações de tensões; isto é, mover os concentradores de tensão para regiões de tensões nominais menores. 3. Dar a devida atenção ao acabamento superficial (Cs) nessas
regiões. 4, Considerar o que pode ser feito na fabricação do componente para fortalecer a camada da superfície e propiciar uma tensão residual compressiva nos potenciais concentradores de tensões críticos.
184
8.14
P.urn: I • F~n.utFsros
~ntosSuper:J'fdahJ
Meeíinhos- J~nto de IriiJHido e Outros Os tratamentos superficiais mecânicos trabalham a frio a superfície do material, causando tensões residuais e, dependendo das propriedades do material, em geral fortalecem a superfície contra deformações. A geometria da superfície, sua lisura, é alterada - geralmente para melhor, a menos que a superfície seja polida inicialmente. O mais comum e versátil dos tratamentos com trabalho a frio é o jateamento de impacto. Ele possui ampla utilização nos projetes de molas, engrenagens, eixos, barras de ligação e muitos outros componentes de máquinas e estruturas. No jatcamento de impacto a superfície é bombardeada com grânulos de ferro ou aço com alta velocidade, descarregados de um vol ante girante ou de um bocal pneumático. O leve impacto resultante, ou efeito peened, tende a reduzir a espessura do componente e, portanto, aumentar a área da camada exposta. Como a resistência dessa área depende da superfície do material, a camada é submetida a uma compressão residual. A espessura da camada compressiva é, geralmente, inferior a um milímetro. As maiores lensões compressivas ocorrem ligeiramente abaixo da superfície e, em geral, são da ordem de metade da resistência ao escoamento. AI· gumas vezes são obtidas tensões residuais compressivas maiores carregando-se o componente em tração enquanto é submetido ao jateamento de impacto. Este processo é denominado
jateamento com deformação. Quando se trata de componentes de aço, o jateamento por impacto é mais efetivo com aço mais duro, pois sua resistência ao escoamento representa um percentual maior do limite de resistência. Isto significa que as tensões residuais resultantes são mais diffceis de serem "eliminadas" por subseqUentes tensões devidas ao carregamento que causam uma tensão total (carga superposta à tensão residual) superior à resistência ao escoamento. Em referência à relação i lustrada na Figura 8.6, com o jateamento por impacto, a resistência à fadiga aumenta paravalores significativamente maiores com o aumento da dureza. Os componentes usinados, fabricados com aço de resis1ência muito elevada (resistência à tração acima de 1400 MPa ou 200 ksi), são particularmente beneficiados. Um tratamento superficial mecânico relacionado é a laminação a frio. O componente geralmenle gira enquanto rolos o contornam, prensando-o contra a superfície a ser fortalecida, como os filetes de um eixo ou uma ranhura. Esta condição pode gerar tensões residuais compressivas até uma profundi.dade de um centímetro ou mais. A laminação a frio lem sido aplicada a componentes de todas as dimensões, incluindo os grandes pinos utilizados nas manivelas dos motores veiculares e eixos com diâmetros superiores a 400 mm. A laminação a frio é particularmente efetiva no aumento da resistência à fadiga de eixos montados sob pressão em cubos de rodas (isto ajuda a compensar os altos concentradores de tensão presentes nos eixos nas bordas do cubo). As vantagens do aumento da resistência à fadiga na laminação a frio são, algumas vezes, obtidas como subproduto de uma operação de laminação por rolos. Sob pressão suficiente, e com um material apropriado, roscas de parafusos, chavetas de eixos e mesmo engrenagens de dentes finos podem ser obtidas por laminação a frio. As propriedades do material, assim, refletem a severidade do trabalho a frio. Além disso, geralmente são criadas tensões residuais compressivas.
A cunhagem é outra operação de modelagem a frio que aumenta a resistência à fadiga. Um exemplo é a prensagem de um cone ou de uma esfera de grandes dimensões na superfície de um furo, deixando uma tensão residual compressiva na int.erseção vulnerável do furo e da superfície. Um outro exemplo são as ranhuras arredondadas prensadas a frio em um eixo de ambos os lados de um furo transversal. Na ausência de dados específicos, geralmente é usual e con-
servador considerar os efeitos do jateamento por impacto, ou outro tratamento com trabalho a frio, utilizando umfator de superffcie Cs igual à unidade, independentemente de um acabamento superficial anterior.
8.15
'~Ndamentos Térrtlkos
e
Químieo8 de Erulureeimento Super.f'ià.ol (Têmpera por I~, Corb~ e Outros) O objetivo dos tratamentos térmicos e químicos de endurecimento superficial é geralmente propiciar superfícies com maiores resistências ao desgaste; entretanto, eles também servem para aumentar a resistência à fadiga e, por esta razão, são aqui considerados. Os processos estritamente térmicos de têmpera por fogo e por indução de componentes de aço contendo uma quantidade suficienle de carbono produzem tensões residuais compressivas na superfície (devido a uma transformação de fase que tende a aumentar ligeiramente o volume da camada da superfície), bem como o fortalecimento da superfície. Conforme esperado, os maiores beneffcios são obtidos para os componentes com enta· lhe que possuem altos gradientes de tensões aplicadas. Em geral, nessas situações a resistência à fadiga pode ser mais do que dobrada. A carburação e a nitruração são exemplos de processos termoquímicos que adicionam carbono ou nitrogênio à camada da superfície juntamente com o tratamento térmico apropriado. A camada endurecida resultante (ou "carcaça"), juntamente com as tensões residuais compressivas, pode ser muito efeti va no aumento da resistência à fadiga. De fato, a nitruração tem sido capaz de fazer com que os componentes praticamente fiquem imunes ao enfraquecimento pelos concentradores de tensões comuns. Este ponto é ilustrado pela tabela a seguir, fornecida por Floe (Parte 2, Seção 8.6 da referência [5)). Limite de Resistência à Fadiga (ksl) Geometria Sem cotalbc Entalhe de meio cfrculo Entalhe ern v
Nltrurado
Não-11ltrurado
90 87 80
45 25
24
8.16 Cre~Jeimento da 1rinea por Fadigo No Capítulo 6 foram introduzidos os conceitos básicos da mecânica da fratura, e a falha foi definida quando o fator de intensidade de tensão, K, se toma superior ao fator de intensidade de tensão crítica, K, (por exemplo, para carregamento de tração, Modo I, a falha ocorre quando Kt é superior a K1j.
Capítulo 8 • Fadiga
185
.la : constante
I I
I I
: 6K (Ioe) I
I
I
I
~ EslagH)--...: :
11
I
Número de coclos. N
FICLliA 8.32 Dimensões da trinca versus número de ciclos
pan1
.ó.u cons-
tante.
: :.---
:
Es1~10
I
III
I I I
M (log)
FIGURA 8.34 Cn\fico de dcldN (log) versus 4K (log) com .ó.uCO
Considera-se agora o proresso de fadiga em que a trinca cresce sob o efeito das cargas alternadas. A Figura 8.32 representa um gráfico da evolução do crescimento da trinca desde um comprimento inicial c, até um comprimento crítico c
"a
ta de forma descontrolada e o rompimento do componente se toma iminente. As Figuras 8.33a e 8.33b mostram a relação de proporcionalidade entre a faixa de intensidade de tensão, llK = K...v. - K_ , e a faixa de tensão, tlu = u..,~u,.m, respectivamente. Neste caso, K,;;. = u'""'Y .J-rrr:, K.w. = u"""Y .J-rrr: e llK = tluY .J-rrr:. Lembre-se de que a vida limitada pela fadiga é altamente dependente das componentes média e alternada da tensão, isto é, da faixa e da intensidade da tensão, que é proporcional à faixa de intensidade de tensão. Para uma trinca inicial existente de dimensão c, e para um dado material, a inclinação dcldN depende da fai xa do fator de intensidade de tensão, llK = K,.,, K,.ro· Novamente, K, = u Y ,T.;;, A Figura 8.34 mostra um gráfico da taxa de propagação da trinca (crescimento da trinca) cm função de llK. A taxa de propagação ou de crescimento da trinca aumenta com os ciclos de carga alternada e é representada por ddáN, onde N é o número de ciclos e c é a dimensão da trinca Para um material específico, a faixa de intensidade da tensão, llK, está relacionada a de/ áN conforme mostrado por meio de uma curva sigmoidal constituída de três estágios. O estágio I, inicialiwção, mostra que o crescimento da trinca requer que a faixa de intensidade de tensão seja superior a um valor-limite. Um dos mecanismos responsáveis pelo crescimento inicial se relaciona à clivagem ao longo dos contornos dos grãos. O estágio n, propagação estável, mostra que a taxa de crescimento da trinca em função da faixa de intensidade da tensão é aproximadamente linear na escala loglog. Este importante estágio refere-se às trincas que crescem de modo estável. A curva para o estágio n pode ser descrita pela equação de Paris
l :!!
dc/áN = C M •
t f
K
'
ti
!!
'" ti 11
...'li
.... Tempo (u)
~ ~
t
..
~c:
~
Tempo (b)
FIGURA 8.33 (a) Intensidade da tensão em função do tempo para tensão Outuant~ constante, 4.u, onde K,.r. = u . r.n Y v' m, K .., , = l' \ 7rC e âK = .ó.uY v1TC. Note que todos os parâmetros K aumentam com a dimensão da 11
trinca. (b) Tensão (carga) versus tempo para tensão nutuante.
(8.4)
onde dcláN é a taxa de crescimento da trinca e C e o expoente n são constantes que dependem das propriedades do material, cujos valores podem ser encontrados na literatura. No estágio 11, para uma certa taxa de crescimento de trinca, (dcldN)•• existe uma correspondente faixa de intensidade de tensões llK,, tal que a constante C = (dcldN)j11K;.
186
PARTF. I •
F\JNI)A\tiL\1'05
O estágio III, instabilidade, começa quando a dimensão da trinca se aproxima da crítica e existe apenas uma pequena parcela da vida do componente. A instabilidade é catastrófica, uma vez que ela ocorre subitamente após o início do estágio III. Os estágios ll e lll podem ser representados por uma modificação empírica da Eq. 8.4, qual seja,
Esquenuu e Dado• Fornecido•:
u ---,r.=~~==!~~=====---~- a
u a u
~
a u
a
(8.5)
Note que na Eq. 8.5, se K....,. << K,, então o termo {1 - (K..J KJ.} tende a I, e a Eq. 8.5 representa o estágio ll. Se K-. tende a K"' então dcldN tende ao infinito e representa o estágio m. A integração da Eq. 8.5 fornece a vida do componente, AN12 ciclos, que decorre da duração do crescimento da trinca de c, até c2 • Na forma normalizada, onde a = clw, tem-se { (J.N,zlw)(ddd/'{)11 ) { Ó.IT V(1Tw)ló. K0 )"
1 1
(YVa)
11
da - (Ycr Va0 ,)-"(a2 - a,) (8.6)
onde a"' é a dimensão critica normalizada da trinca, correspondente a K,, e a2 s fl
PROBLE.~
Fadl
REsOLVIDO 8.7 Ciclos de Vida por
Dlll"llllte o Crescimento da Trinca
Uma barra longa com uma trinca de bordo é submetida a uma tensão axial conforme mostrado na Figum 8.35. A barrJ. é fabricada de um material que segue a equação de Paris com um expoente .n = 4 e possui uma taxa de crescimento de trinca (dcldN). de I mm/l()b ciclos, o jl!!e corresponde a uma faixa de intensidade de tensão DK. de SMPa v m. A largura w da barra é de 30 mm. O fator de configuração pode ser aproximado por Y = Yj(l - a) = 0,85/(1 - a), onde a = clw. Determine o número de ciclos necess6.rios para uma trinca de 6 mm crescer até 15 mm, se o componente está sujeito a uma tensão de tração uni axial com variação clclica de (a) O MPa até 40 MPa e de (b) 80 MPa até I 00 MPa.
SoLUÇÁO
u a a a a u a a
a
FlcllU 8.35 Problema Resalvldo 8.7- prcd.içio da \'Ida de uma barra longa com trinca de bordo e ~eita a uma tenslio tnniva com variação ddk:a.
Hipót&e.: 1. A barra é carregada por uma tenS<1o u normal à trinca. 2. O fator de configuração, Y, é preciso para a faixa de valores de a. 3. A intensidade da tensão ocorre em um nível inferior ao da resistência à fmtura do material. 4. A trinca cresce de forma estável.
Análise: 1. A Eq. 8.6 pode ser integrada e, em seguida, resolvida para a vida do componente que termina durante o crescimento da trinca. A Eq. 8.6 fica
I(ó.Nu hv)(dcltJN)11 il 6.11 V(1711')/t.K,.i"
~
1 2
(YVa)-" da - (Ycr
(8.6)
2. O fator de configuração, Y, é uma função das dimensões da trinca, uma vez que Y = Y(a) = Yj( l - a) = 0,85/(1 - a). Note que Y. = 0,85 é uma constante. 3. Seja a integral na Eq. 8.6 definida por I , ou seja,
I -
l
1
(YVa) • do
. I
4. Substituindo Y por sua expressão e integrando-se, tem-se
I =
=
1(1- a 1)4 Y,. Vã da
1 I y~
1 2
2 I - 4a -+ 6a
,f
= - I4 / [ --, I - -4 Y a· a
"
= 11 [ - -I Y;,
a
4ln
+ 6 - 4cr + cr·' ] da 1 3 ]2 a + 6a - 2al + -cr
3
S. Com os limites de integração a 1 30 = l/2 = 0,50, obtém·se
1
=6/30 = l/5 =0,20 e a,= !51
[I - - I - 4{ln0.5 - ln0.2) I = -I(0,85)4 0.20 0.50
Conhecido: Uma barra longa de geometria e propriedades do material conhecidas possui uma trinca de bordo que cresce de 6 mm até 15 mm, enquanto a barra fica sujeita a uma tensão de tração uniaxial com variação cíclica. A Ser DetermiMdo: Determine o número de ciclos necessários para a trinca crescer de 5 até 15 mm.
a 0 ,l-"(a2 - a d
+
6( lO3) - 2( 4I- ..i.) 25
+~G-~~)1 , = 1.+1-1
Capftulo 8 • Fadiga 6. Lembre-se de que
w = 30 mm = 0,03 m (largura da barra) (dcldN). =I mm/IO'ciclos(taxadecrescimentodatrincaoopooto o) 11K. = MPa , m (faixa de intensidade da tensão no ponto o) àu= (40MPa - OMPa) = 40MPa = (amplitude da tensão para o item (a)) n = 4 (Expoente da equação de Paris) 7. Substituindo I = 1,444 e os valores acima na Eq. (8.6), desprezando-se o último termo, tem-se
[(..lN,:!"w)(tlddN)0)[~u v:iTWt ó.K0 ]"
1 )(40 MPa Y 11'0,03 m) 5 MPaVm
= ( ..lN12 ) ( mm 30 mm 106 ciclos
=
4
= I
1,444
8. Resolvendo-separadN12 tem-sedN12 = 1,191 X 106 ciclos.
9. No item (b),Lla = 100 - 80 = 20 MPa. Como Llué reduzido à metade, dos 40 MPa referidos ao item (a) para 20 MPa do item (b), tem-sedN12 = (1,191 X IO"ciclos)(2'') = 19,05 X 106 ciclos.
Comentárioa: 1. Embora tenha sido possível o cálculo ex.ato da integr.U da Eq. (8.6), em geral este não é o caso. 2. Freqüentemente essa integral não pode ser realizada de modo direto, uma vez que Y varia com o comprimento da trinca. Conseqüentemente, o ciclo de vida é estimado por procedimentos de integração numérica utilizando-se diferentes valores de Y, mantidos constantes ao longo de um nllmero reduzido de pequenos incrementos de comprimento de trinca ou com a utilização de técnicas gráficas. 3. O comprimento crítico de trinca pode ser determinado calculando-se o resultado da expressão K ., = u,...Y ~=c.ruro . De fato, para K~c = 60 MPa , m, a,. = 0,840.
1 I
8.17 Proeedimento Geral para o Projeto de Componente. por Fadiga 8.17.1 Breve Revisão do Critério de Fadlga para os Casos Mais Simples Antes de apresentar um procedimento geral para o projeto de componentes por fadiga de alto ciclo no caso de carregamento combinado, envolvendo tanto tensões médias quanto tensões alternadas e aplicável a uma grande famllia de problemas de fadiga, faz-se uma breve revisão dos critérios de falha aplicáveis aos casos especfficos mais simples. 1. Em geral, no caso das cargas estáticas, para se prever o escoamento dos materiais dúcteis a teoria da energia de distorção máxima tem sido bastante satisfatória. Para carregamentos estáticos, u. -:1: Oe u. = O. Essa condição é um caso especial de tensão flutuante onde u. = O. O fator de segurança para escoamento será FS = Sj u ...
187
2. No caso de cargas a/remadas, para se prever a falha por fadiga dos mareriais dúcteis a teoria da energia de distorção máxima tem sido aplicada. Nas condições de carregamento completamente alternado, o diagrama S-N representa a resistência à fadiga em função dos ciclos de aplicação da carga Esta é uma condição especial de tensões flutuantes, onde u. = O. Para carregamentos completamente alternados, u. -:1: Oe a.. = O. O fator de segurança para falhas por fadiga será FS = S)u•. 3. No caso de carregamento combinado com tensões média e
a/remada, o diagrama de vida constante por fadiga representa a resistência do componente. Esse diagrama pode ser utilizado na predição de falha por fadiga dos materiais dúcteis. A teoria da energia de distorção é aplicada no cálculo de uma tensão alternada equi valente, a,., e uma tensão de flexão média equivalente, a,..,, a serem consideradas como gerad
8.17.2 Revisão dos Procedimentos de Análise da Fadiga Através de uma simples observação, o leitor pode reconhecer que a análise do fenômeno da fadiga envolve três etapas principais: 1. A representação da resistência à fadiga de um componente ou material, 2. A representação das tensões envolvidas, e 3. A análise da relação entre urna resistência e uma tensão para a determinação do fator de segurança, da estimativa da vida, etc. A resistência do componente seria representada por um diagrama convencional de resistência à fadiga para vida constante (curva am- a.) para cargas deflex/Jo. Esse diagrama seria adequado para o material, as dimensões, o acabamento superficial, a temperatura, a confiabilidade e a vida por fadiga envolvidos. A tensão seria representada por (L) uma tensão de flexão altercada equivalente determinada a partir da totalidade das cargas alternadas aplicadas utilizando a teoria da energia de distorção, e (2) uma tensão de flexão média equivalente a ser considerada como sendo a tensão principal de maior valor algébrico causada pelas componentes de carga média atuantes isoladamente. O fator Ajseria aplicado como um fator de concentração de tensões em cada componente da tensão alternada e cada componente da tensão média multiplicada pelo seu valor correspondente de K1
188
PAITrE
1 • FUi'iDA~IIL\TOS
A relação entre a resistência e a tensão para carregamento alternado e médio combinados para a predição da falha por fadiga de materiais dúcteis é implementada utilizando-se um procedimento empírico, verificado experimentalmente, que relaciona a resistência, representada pelo diagrama de vida constante por fadiga (linha de Goodman) com o estado de tensão, determinado pelo cálculo em separado das componentes de tensão alternada equivalente e média equivalente.
8.17.3 Revisão dos Procedimentos da Mecânica da Fratura O leitor certamente se lembra de que a aplicação dos conceitos da mecânica da fratura envolve três etapas principais: 1. A representação da resistência à fratura de um componente ou material, 2. A representação da intensidade de tensão (tensões) envolvidae 3. A observação da rele~ção entre a resistência à fratura e a intensidade de tensão para a determinação do fator de segurança, da estimativa da vida remanescente, da taxa de crescimento da trinca, etc. A resistência à fratura é computada com base no material, nas dimensões, nas condições da superfície, na temperatura, na coofiabilidade e na vida envolvida. O fator de intensidade de tensão deve ser compatível com o carregamento e a geometria do componente. Lembre-se de que para o crescimento de trinca no Modo I, o fato r de segurança referente a uma falha por fadiga por crescimento rápido da trinca (fratura) será FS = Kr)K1• Conhecidas a geometria e as propriedades do material, o ciclo de vida para fadiga por crescimento de trinca pode ser calculado a partir da Eq. 8.6. A vida útil de um componente é geralmente limitada pela inicialização e pelo subseqUente crescimento de trincas. Como uma trinca existente pode abrir subitamente sob certas circunstâncias e/ou condições em níveis de tensões menores do que a resistência ao escoamento, a mecânica da fratura deve ser utilizada na predição da falha quando as trincas conhecidas estiverem presentes devido a uma propagação súbita. Se uma trinca possuir dimensão suficiente, então o componente falhará a uma tensão muito menor do que aquela que causaria o escoamento de seu material. A mecânica da fratura deveria ser utilizada no projeto de componentes para predizer uma falha súbita causada pela propagação de uma trinca. Conforme discutido anteriormente, para se predizer uma falha súbita a intensidade da tensão atuante no componente pode ser calculada e comparada com a resistência à fratura do material. Isto é, o fator de intensidade de tensão, K1 = Yu .J;;;, é comparado com a resistência à fratura, K~e, do material para determinar se existe o perigo de uma falha por propagação de trinca. A mecânica da fratura também deveria ser utilizada na estimativa do fator de segurança corrente de um componente quando trincas macroscópicas estiverem presentes ou se trincas reais forem descobertas. lnspeções regulares de campo devem ser conduzidas para a identificação de trincas, especialmente se a experiência anterior indicar que as trincas representam um problema. A retirada de componentes críticos antes de uma trinca atingir seu comprimento crítico é essencial.
Uma parte importante de um programa de prevenção contra a falha é uma refinada técnica de avaliação não-destrutiva para detectar pequenas rachaduras. Obviamente, uma análise da viabilidade de detecção das dimensões da trinca deve ser apreciada. Nenhuma consideração sobre a inspeção de um componente irá prevenir uma falha se uma trinca presente no componente permanecer despercebida pelo processo que está sendo utilizado. Um procedimento seguro de detecção de falhas admite que as falhas existem nos componentes, mas exige que o componente não falhe antes de o defeito ser descoberto e reparado ou substituído. Uma trinca de dimensões críticas, descoberta em um importante componente, significa que a inspeção ocorreu a tempo e que o componente deve ser substituído ou reparado imediatamente. Se nenhum defeito de dimensões significativas for encontrado, o componente retoma ao serviço com um cálculo da mecânica da fratura utilizado para determinar o próximo intervalo de inspeção. Um procedimento de predição de falha segura requer a inspeção periódica de componentes críticos. Uma detecção de falhas com resolução suficientemente alta é requerida.
8.17.4 Uma Breve Comparação da Análise de Fadiga com os Métodos da Mecânica da Fratura A análise de fadiga de um componente é conduzida para evitar a falha de um elemento. Para o caso de tensões completamente alternadas a análise considera, basicamente, a sensibi !idade ao entalhe, a concentração de tensão e utiliza um diagrama S- N no projeto para ciclo de vida finito ou infmito. Utilizando a análise de fadiga pode-se calcular o fator de segurança, o ciclo de vida, a tensão, a geometria e a resistência necessárias ao componente. A teoria da mecânica da fratura também é utilizada para evitar a falha de um componente através da compreensão do processo de crescimento de uma trinca. Uma análise pela mecânica da fratura inclui os fatores que afetam o crescimento de urna trinca, de modo que seu comprimento possa ser mensurado e matematicamente relacionado à vida remanescente. O comprimento crítico da trinca onde ocorre o rápido avanço da trinca por fadiga também pode ser determinado. A mecânica da fratura pode predizer a segurança do componente, a vida remanescente do componente, a taxa de crescimento da trinca e a dimensão crítica da trinca. Até o presente nível de desenvolvimento, a análise da mecânica da fratura é menos precisa do que a análise convencional da segurança através da relação tensão-resistência. As constantes da mecânica da fratura são, tipicamente, menos disponíveis para o material dos componentes e modos de carregamento do que as constantes utilizadas na análise de fadiga tradicional. Conseqüentemente, a predição (1) da taxa de crescimento de trinca, (2) da vida remanescente por fadiga do componente c (3) do grau de segurança não pode ser vista com a mesma confiabilidade propiciada pelos fatores de segurança da análise de fadiga convencional.
8.17.5 Procedimento Geral de Análise daFadJga O procedimento geral de análise de fadiga apresentado neste capítulo oferece a solução para urna grande variedade de problemas de fadiga do mundo real. Consistentes com os problemas
Capítulo 8 • Fadiga 189 resolvidos apresentados neste capítulo, as três principais etapas utilizadas em um procedimento geral que trate das tensões média e alternada do projeto de componentes sujeitos à fadiga de alto ciclo para tensão/carga flutuante unidimensional ou bidimensional são: 1. Construa um diagrama de fadiga a vida constante (linha de Goodman) para o ciclo de vida desejado e para a resistência à fadiga corrigida (veja a Figura 8.16). 2a. Calcule as componentes de tensão média e alternada no(s) ponto(s) crítico(s), aplicando os fatores de concentração de tensão apropriados às componentes de tensão correspondentes. Os fatores de concentração de tensão para diferentes carregamentos (como carga axial versus flexão) podem ser aplicados à componente de tensão apropriada antes. de utilizá-la no cálculo da energia de distorção. 2b. Calcule a tensão de flexão alternada equivalente e a tensão de flexão média equivalente utilizando as Eqs. (a) e (b) na Figura 8.16. A teoria da energia de distorção é utilizada para transformar as tensões alternadas em uma tem;ão alternada equivalente (pseudo-unidimensional}. O círculo de Mohr é utilizado para calcular a tensão de flexão média equivalente, isto é, a tensão principal máxima é calculada pela superposição de todas as tensões estáticas (médias) existentes. 3. Indique as tensões de flexão média (tração) e alternada equivalente no diagrama de fadiga a vida constante para estabelecer o ponto de operação e, em seguida, calcule o fator de segurança (como exemplo, veja o Problema Resolvido 8.4).
Trh ~" 110'1101 de sobrecOtP de prOJetO p
"
8
c
s.
FlCl.liA 8.36 Três possíveis interpretações do rator de segurança en\'olven· do tensões mMia e alternada.
carga de projeto são mostrados. O ponto com a carga de operação corresponde à combinação das tensões média e alternada causadas pelas cargas operacionais. 1. Se as tensões alternada e média aumentam na mesma proporção durante a sobrecarga, o ponto P deve ser o ponto de sobrecarga de projeto, e o fator de segurança será calculado como FS
= OP/ON = OE/OD = 08/0A
2. Se apenas a componente de tensão alternada aumenta durante a sobrecarga, o ponto Q deve ser o ponto de sobrecarga de projeto, e o fator de segurança será FS = OF/OD
Para materiais frágeis, os autores deste livro recomendam o mesmo procedimento, exceto que a tensão alternada equivalente não deve ser estimada a partir da energia de distorção, mas sim a partir do diagrama u 1- u 2 apropriado para resistência à fadiga alternada (completamente alternada), onde a resistência torcional alternada, a menos que seja conhecida, é igual a 80% da resistência à fadiga por flexão alternada. Para as tensões média e alternada referente ao cisalhamento puro (tensão de torção sem as tensões de flexão ou axiais) atuantes em um componente, os autores deste livro recomendam o procedimento discutido no Problema Resolvido 8.3. Para os casos que envolvem a fadiga multiaxial com tensões média e alternada multidimensional com carregamento proporcional ou não-proporcional sob um estado de tensão complexo com deformações elásticas e plásticas, não existe um procedimento universal e aceitável. Neste caso, são necessárias pesquisas e/ou trabalhos experimentais.
8.17.6 Fatores de Segurança para Falhas por Fadiga A Figura 8.36 ilustra as regiões sob tração e sob compressão do diagrama de fadiga a vida constante e mostra como esse diagrama é utilizado na determinação dos fatores de segurança. O ponto N, o ponto de operação, identifica a combinação das tensões média e alternada equivalentes que representam o ponto crítico de um componente sujeito a tensões combinadas. Para o estado de tensão representado pelo ponto N, o fator de segurança depende de como esse estado (definido pelas componentes de tensão média e alternada equivalentes) varia quando o carregamento aumenta até causar urna falha em serviço. A Figura 8.36 indica três interpretações que podem ser aplicadas na determinação do fator de segurança no caso de tensões combinadas média e alternada. Três possíveis pontos de sobre-
3. Se apenas a componente de tensão média aumenta durante a sobrecarga, o ponto R deve ser o ponto de sobrecarga de projeto, e o fator de segurança será FS = OCIOA
Sem o conhecimento da natureza da sobrecarga, a interpretação 1 seria nonnalmente aplicada. Na Figura 8.36, a interpretação l fornece um fator de segurança FS = OPION - 2,0. Este cálculo pode ser interpretado como se as resistências do material (S., S, e S.) fossem divididas por 2,0 (e as cargas de operação se manteriam inalteradas), a operação ocorreria sobre a linha de Goodman. As equações para o FS fornecem o fator de segurança para vida infinita por fadiga, uma vez que o limite de resistência à fadiga corrigido, s •• está intrínseco na equação de FS. Para vida finita, a resistência à fadiga corrigida para um número finito de ciclos, Sp substituirias. na Figura 8.36. Os fatores de segurança podem ser estimados a partir da construção em escada do diagrama de fadiga para vida constante ou podem ser escritas equações analíticas para FS. Um procedimento gráfico ou analítico para o cálculo do fator de segurança também pode ser utilizado para os casos onde a tensão média equivalente é compressiva (isto é, para a metade esquerda do diagrama de fadiga para vida constante); neste caso, a linha de carga u,ju,. teria uma inclinação negativa.
ReferênelatJ I. Amcrican Soc•cty forTe'lmg and Mattnab. Achil!l·m~tnt
of Hígh Fotigue R~sisumct! in Mt>tals and Aliou (5)-mposium). American Society for Te~ing Material~. Philadelph.a. 1970.
190
PARTF. 1 •
Fu~O..HIFS!OS
2. Boyer, 11. E. (ed.). M etais Humlhoo~ No. /0: Failun! Anull·srs mui P!l'Vention. 8th ed., Amenc:an SocoCf} for Metal~. Metais Park. Ohio. 1975. 3. Fuchs. 11. 0 .. and R. I. Stcphcn<.. Mmrl Futir.:u<' m F..ngr· neering. 2nd ed.. WilC)'. :-lew York. 2000. 4. Ricc, R. C. (Cd.). Fmigttl! Oe.~IR" 1/tmdiH>~>Á, 3n.l cd.. Socie ty of Automotive Enginecrs. lnc .. Nc" Ym~ . 1997 5. Horgcr. O. J. (cd.). ASME Hm~tllmoA : M~wl< En11incer·
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8.10
Estime a rcsistencia à fadiga a lO' ciclos para flexão com rolaçloe tam· btm o limite de resistência à fadiga por flexão para eorpos-de·prova do ensaio de R. R. Moore fabricados de aços I040, 4140 e 92S5. cujos limites de resistência são de 100, 160 e 280 ksi, respectivamente.
Seção8.4 8.11
Quais seriam as respos!lls aos Problemas 8.5 e 8.6 se o carregamento fosse de llcxno nltcrnada. cm vez de Oexilo com rotação?
8.12
Quais seriam as resposta.~ aos Problemas 8.5 e 8.6 se o carregamento fosse de carga axial alternada ao invés de flexão com rotação'!
8.13
Quais seriam as resposta~ aos Problemas 8.7 c 8.8 se o carregamento fosse de llexno alternada, em vez de Oexào com rotação?
8.14
Quais seriam as resposw aos Problemas 8.7 e 8.8 se o carregamento fosse de carga axial alternada, em vez de Oexão com rolllçio?
Seção 8.5 8.15
Repita o Problema 8.5 para um carregamento torcional alternado.
8.16
Repita o Problema 8.6 para um carregamento torcional alternado.
8.17
Repita o Problema 8.7 para um carregamento torcional alternado.
8.18
Repita o Problema 8.8 para um carregamento torcional altcrnudo.
Seções 8.7 e 8.8 8.19
Estime a resistência à fadiga refereote a uma vida de 2 X lO' ciclos para uma barra com 2S mm de diâmetro sujeita a um cam:gamt.'lltO axial alternado. A barra t fabricada de um aço com s. = 950 MPa. S, • 68 kst e possui uma superfTcie laminada a quente.
8.20
Considere uma barra de aço com 3,5 in de diâmetro. tcndoSu • '17 k.
Problem.tJJJ Seção8.S 8.1P
Selccione uma liga forjada de titânio a partir do Apêndice C-16 cujo limite de resistência à fadiga por llcJtão com rotação pelo cnsaio-pa· drllo de R. R. Moore cm corpos-de-prova seja superior a 28 ksi e cuja resistencia ao escoamento seja superior u 50 ksi.
8.21
Uma barra de aço com IO mm de diâmetro possui s. - 1200 MPa, s, = 950 MPa. e suas superfícies possuem um acabamento fino. Esti· me a resistencia à fadiga por Oexilo para (I ) 10' ciclos ou mais c (2) 2 x I0' ciclos.
8.2P
A panir do Apêndice C-3a, selccionc um ferro fundido cinzento cujo limite de resistêocia à fadiga por lle•ão com rotação pelo ensaio-pa· drno de R. R. Moore cm corpos-de-prova esteja entre 95 e I lO MPa.
8.22
Estime u resistCncia à fadiga por flexão para 2 x H)' ciclos de um ei•o de aço com 0,5 in de dillmetro cujo material possui uma durc1.a Brinell de 375. A superllcic do ei•o é usinada.
8.3P
Sclccione um aço a partir do Apêodicc C·4a cujo limite de resistência à fadiga por ne.~o com rotação pelo ensaio-padrão de R. R. Moore em eorpos·de·prova seja superior a n ksi.
8.23
8 .4P
8.5
8.6
8.7
n
Selecione um aço cuja resistência à fadiga a lO' ciclos por flexão com IOiaÇiio pelo ensaio-padrão de R. R. Moore em corpos-de-prova seja superior a 130 ksi.
lti!s tipos de cam:gamento, qual t a resistência l fadiga corresponden·
teaumavidade(l) IO'ciclose(2)6 x lO" ciclos? [Resp. parcial: Para flexão 36,6 ksi, 55 ksi)
Estime o limill! de resistência à fadiga por flexão com rocaÇllo e também a resistência à fadiga a lO' ciclos pelo ensaio-padrJo de R. R. Moore em corpos-
8.24
Estime a resistência à fadiga para vida infinita por nex.no com rotação (esclareça se corresponde a IO' ou 5 x lO' ciclos) pelo ensaio-padrão de R. R. Moore em corpos-de-prova fabricados de (a) alurnfnio forjado corn S, = 250 MPa, (b) alumínio forjado com S, • 450 MPa, (c) alu· mfnio fundido de grau médio e (d) magnésio forjado de grau médio.
Seção8.9 8.25
Três corpos-de-prova de R. R. Moore silo fabricados de aço com limi· tes de resistência de 95, 185 c 240 ksi. Estime a resistência à fadiga a 10' ciclos para Oexão com rotação e também o limite de resistêocia à fadiga por fle•ão para cada um desses aços. Corpos-de-prova padronizados de R. R. Moore são fabricados de (a) alumínio f01jado com S. = 29 ksi. (b) alumínio fOtjado com S. = 73 ksi, (c) alumínio fundido de alto gnu e (cl) magntsio forjado de alto grau. Estime a resistência à fadiga para vida infinita por Ocxlo com rotaçio (esclareça se corresponde a 10' ou 5 X lO' ciclos) de cada um desses materiais.
8.9
Construa um gráfico cm coordenadas log-log com as curvas 5-N esti· 1nadas para (a) Oexllo, (b) cargas axiais e (e) cargas torciooais de uma barra de aço com I in de diâmetro c fabricada de um material com S. li O ksi e S, • ksi. As superfícies são usinadas. Para cada um dos
Estime o limite de resistência à fadiga e também a resistência à fadiga a IO' ciclos para um corpo-de-prova de aço padronizado de R. R. Mo· ore com durezas de 200, 350 e 500.
Repita o Problema 8.23 para uma barra com 20 mm de dillmctro c fa· bricada de um aço com S, = li 00 MPa e s, = 715 MPa, para superfí· cics (a) com acabamento fino e (b) usinadas.
Dctcnnine novamente as seis resistências à fadiga do Problema 8.23 para o caso de cargas flutuantes de zero até um máx.imo (cm vez de completamente alternadas). [Rcsp. parcial: Para Ocxilo, O a 56 ksi, Oa 74 ksi]
8.26
DelCtmine novamente as seis resistências à fadiga do Problema 8.24 para o caso de cargas flutuantes de uro até um máx.imo (em vez de completamente alternadas).
Seção8.10 8.27
Quando em uso, o eixo mostrado oa Figura P8.27 fica sujeito a uma torção completamente alternada. O eixo é usinado a partir de uma bar· ra de aço com dureza de 150 Bhn. Com um fator de segurança de 2,
Capítulo 8 • Fadiga estime o valor do torque alternado que pode ser apti~ sem causar uma eventual falha por fadiga.
Seção 8.11
(Resp.: 55,8 N·m]
8.31P
Projetcumcixodeeçoque transntitaumtorqucaltemadodc 18.62 N·m para uma vida inflllit.a.
8.32
Um eixo com entalhe sintilar ao mostrado na Figura 4.36 é usinado a pártir de um llÇO com I 80 Bhn e s, = 65 ksi. As dimensões sao D • 1,1 in, d - 1.0 in c r - 0,05 in. Um polimento comercial é aplicado apena.~ lt superllcic do entalhe. Com um fator de segurança de 2, e;time o valor dO torquc T máximo que pode ser aplicado para uma vida infinita quando a carga torcional Ouruante consiste em (a) uma torção complelamcnte alternada, com um torquc variando de -T a +T, (b) um torquc constante T superposto a um torque alternado de 2T.
8.33
A Figura P8.33 mostra uma viga engastada que opera como mola para um mecanismo de acoplamento. Quando aeoplado, a extremidade tivre
RaiO de 2 mm
Ra1o de 0,8 mm
FIGL'RA P8.27
8.28
191
JResp.: 1320 lb·in e 590 lb·in]
A Figura P8.28 mosua (I) uma barra sem entalhe e (2) uma barra com entalbe de mesma seção transversal mfnima. Ambas as barras foram usinadas a partir do aço normalizado AIS! IOSO. Para cada uma das barras. estime (a)ovalordaearga trativa estática Pquceausa uma fratura e (b) o valor da carga axial alternada -zp que colocaria as barras na iminência de uma eventual falba por fadiga (após cerca de I a 5 ntilbõcs de ciclos).
(Resp.: A falha é marginal.!
(Resp.: (a) 670 kN para ambas, (b) 199 kN e 87 kNJ
,. !
10
K1 " 1,7
,. 2.smm 12)
FIGURA 1'8.28
8.29
FIGlR.\ 1'8.33
8.34
E.~timc o momento fletor completamente alternado máximo que pode ser aplicado lls extremidades da placa mostrada na Figura 4.40 collsidcrando que ehl é usinada de wn aço AJS 14320, com S, - 140 ksi c s, = 90 ksL A placa rctangularpossui 0,5 indeespcssura,3 in delargum e possui um furo central de 0,5 in de dillmetro. Uma vida infinillt com 90% de conlíabitidade c wn f:uor de segurança de 2 são requeridos.
8.35
Um eixo de aço lruninado a frio com !55 Bbn possui 12 in de comprimento. 1,25 in de dillmetro e um furo tranSversal com 0,25 in de diametro (conrorme mostrado na Figura 4.37). As supcrffcics foram usinadas. Estime o fa1or de segurança em relação a uma vida infinita porfadigapara (a) um torque Outuanteentrc0c60lb·in, (b) um torquc completamente alternado de 30 lb·in c (c) um torque médio de 35 lb·fi superposto por um torque alternado de 25 lb·fL
8.36
Uma barra de scçilo n:tangular fabricada de um llÇO laminado a frio com 140 Bhn possui lO mm de espessura, 60 mm de largura e um furo ecntr.U com 12 mm de diâmetro (conforme mostrado na Figura 4.40). Estime a força trativa máxima que pode ser aplicada às extremidades fazendo com que a vida da barrn seja infinita com 90% de conlíabi Udadc c urn fator de segurança de I ,3: (a) se a força for cornpletnrnentc alternada c (b) se a força varia entre zero c um valor máximo.
Um eixo escalonado, conforme ilustrado na Figura 4.38,tcm as dimensões de D = 2 in, d = I in c r = 0,05 in. O eixo foi usinado de um aço corn as propriedades s, = 90 ksi c s, = 75 ksi. (a) Estime o Iorque estático T necessário para produzir um escoamento. (Nola: Para o carregamento estático de um material dúctil, ad•nila que o primeiro escoamento na raiz do entalhe não é significante; logo, ignore a concentração de ten.silo.) (b) Estime o valor do torque alternado, '!:.T, necessário para produzir uma eventual falha por fadiga. (Resp.: 8540 lb·in e 2280 lb·in]
8.30
O eixo ilustrado na Figura P8.30 gira a alia vclocidac:le, enquanto as cargas a ele impostas permanecem estáticas. O eixo 6 usinado de um aço AJSI 1040,temperado a IOOO"F c resfriado rapidamente a óleo. Se o carregamento é suficientemente alto para produ ar uma falba por fadiga (após cerca de lO' ciclos), onde a falha muito provavelmente ocorreria? (Mostre todos os cálculos c raciocfnios necessários, porém não faça cálculos desnecessários.)
(Rcsp.: 22 kN e 34 kNJ 8.37
Um eixo com 20 trun de diâmetro possui um furo transversal com 6 mm de diâmetro. O eixo é fabricado de um aço laminado a frio com S. = 550 M Pa e S, - 462 MPa. As superfícies nas vizinhanças do furo possuem acabamento usinado. Estime o fator de segurança em relação a uma vida inflllita por fadiga para (a) um torque flutuante entre Oe 100 N·m. (b) um torque completamente alternado de 50 N·m e (c) um torque m6diode60 N·m superposto por um torque altemadode40 N·m. (Resp.: 1,5: 1,9: 1,71
8.38
Para o cixo c o carregamento envolvidos no Problema 8.37. estime os
fatores de segur~~nça cm relação ao escoamento estático. (N01a: Para esses cálculos a conccntrllÇiiO de tensões é gcralmeotc desprezada. Por quê'!) FIGURA P8.30
(Rcsp.: 3,1: 6,3: 3.11
19 2 8.39
PARTE
1 • Fl;XOA)tLVI'OS
A Figura P8.39 mostra um rolete plano de ccm:nte eom passo de Y, in. similar aos utilizados nas eorrentes de bicicletas. Ele~ fabricado de aço arbono ltlllado termicamente com S, • 140 k.si c S, = 11O k.si. Todas as superfícies são comparáveis à categoria "usinada". Como a corrente não pode transmiúr uma compressão. o elo é carregado por traçllo a.tial repelida (a carga Ou tua entre Oe um valor máximo quando o elo passado lado frouxo para o Jadou:nsodacorrente) através de pinos que tr'.lnspassam os dois furos. Estime a força de traç;ilo máxima que poderia ser apücada para uma vida infinita contru fadiga. Considere um fator de segurança de 1,2.
8.42
8.43
Um eixo escaloaado. como o mostrado na Ftgura 4.35, ]lOSJ>'UÍ as dimensões D • lO mm. d = 8 mm e r= 0,8 mm. Ele é fabricado de um eixo com S. • 1200 MPa e é acabado com uma operaçlo de esmerilhamcnto. Durante o serviço, ele é carregado com um torquc que flutua de zero até um valor máximo. Estime a amplitude do torquc mãximo que propiciaria um fator de segurança de 1,3 em relação a uma vida de 75.000 ciclos contra fadiga. A regiAo critica de um componente de máquina possui a fonna de uma
barra como ada Figura4.3ScomH = 35 mm, h= 25 mm, b • 20mm e r = 2 mm. O material é aço com dureza de 160 Bhn. Todas as super· JTcies são usinadas. O componente é carregado por um momento de flc· xAo cíclico que oscila de zero até um valor máximo. Estime o valor do moment() fletor máximo que fornece uma vida infmita contra fadiga com 99% de confiabWdade (e um fatorde segurança de 1).
(Resp.: 229 lbJ
IResp.: 300 N·ml
8.44
Um eixo de scçio transversal maciço possui um adoçamento (coofonne mostrado na F'Jgura4.35)cnmD = 1 in,d = O,S incra scrdctenninado. OeixoUabricadodeum açocnms. = ISOk.sieS, = 120ksi. Todas as supcrf'ocies silo usinadas. Durante o serviço, o eixo fica sujeito a uma cazga torcional que flutua entre 82 e 123 lb·fL Estime o menor raio do lllctc que propiciaria uma vida infirtita (com fator de segurança • I). fResp.: Aproximadamente 0,040 in]
FIGURA P8.39 8.40
8.45
Um eixo de aço. utiUzado cm um redutor com engrcnngcns de dentes n:tos, está sujeito a um Iorque constante combinado com forças laterais que tendem sempre a flcti-lo para baixo na região oentral. Essa condição rc· sulta nas tensões calculadas de 80 MPa, devida à torçAo, c 60 MPa, devi· da à nexno. Entrelllnto, esses silo valores nominais e nao consideram a concentração de tensões causada por um adoçamento (confonne mos· !r'ado na Figuru 4.35), onde as dimensões são D = 36 mm, d • 30 mm e r = 3 mm. Todas as supcdícies silo usinadas e o aço possui resistências s. = 700 M Pa e S, • 550 MPa. A dureza do aço é de 200 Bhn. Estime o fator de segurança cooll'a fadiga em relação a uma vida infinita.
8.46
A Figura P8.46 mostra a região de uma bomba que é acionada por uma engrenagem com carga e velocidade unifonnes. O eixo é suponado por mancais montados na carcaça da bomba. O eixo é fabricado de um aço comS, • JOOOMPacS, = 800MPa. As componentes tangencial, a.tial e radial da força apücada à engrenagem são indicadas na figura. A su· pcrlrcic do liletc do eixo sofreu um tratamento de jateamcnto por impacto. que é considerado como equivalente a um acabamento supcrli· cial espelhado cm laboratório. Os fatores de conccnll'açAo de tensões por fadiga p1tra o ülctc foram determinados e silo mostrado• no dcsc· nbo. Estime o fator de segurança cm relação a uma eventual falha por fadiga na regiilo do filete.
A Figura P8.40 mostra um eixo e a tens§o llutuantc nominal (no centrO da scçilo de 50 mm) à qual ele é submetido. O eixo é f.abrieado de um aço com S, = 600 MPa e S = 400 MPa. Estime o fator de segurança cm relação a uma eventual falha por fadiga se (a) as teru.ões são de Oe· do e {b) as tensões são devidas a cargas de torçAo.
[Resp.: 1.91
FlGll tA P8•...0 8.41
A Figura P8.4J mostra um eixo de seçno circular c o pcrftl de Outua· çBo do torque a que ele é submetido. O material é um aço com S, = 162 ksi e S, = 138 ksi. Todas as supcrlrcies criticas silo rclificadas. Estime o fator de segurança para uma vida infinita contra fadiga em rclaçAo a (a) uma sobrecarga que aumenta tanto o torqu.e médio quanto o alternado do mesmo fatore (b) uma sobrecarga que aumenta apenas o torque alternado.
(Resp.: 1,91 EoliO MaCIÇO de
seçao cucular { FlexiO llt• 2.0 com 25 mm F1iete Torçlo A • 1.!1 1 A.>uai K1 • 1.8
~tro de
I ,2 •n
Doa metro de I ,O ln
7000 lb . '"
- - - 30001b · on
8.47 Tempo FlGLllA f'S/1.]
O dc....,nbo I da Figuru P8.47 mostra um eixo intermediário com eo· grenagem helicoidal (B). engrenagem côniea (D) e dois mancais de apoio (A e C). As cargas atuantes na engrenagem côníca são moSir'd· das. A• forças na engrenagem helicoidal podem ser determinadas a partir do equilíbrio de momentos cm relação ao eixo c das proporções l'ome·
Capítulo 8 • Fadiga cidas para as componentes da força atuante nessa engrenagem. As dimensões do eixo são fornecidas no desenho 2. Todos os filetes dos adoçamentos (nos pontos onde há uma variação oo diâmetro) têm um raio de 5 mm. Note que o eixo é projetado de modo que apenas o maocal A seja carregado axialmente. O eixo é fabricado de um aço temperadocom s. = 1069 MPaeS1 = 869 MPa. Todas as superflcies importantes sofreram um acabamento de esmerilhamento. (a) Desenhe os diagramas de cargas, de forças cisalhantcs c de momentos Oetores para o eixo nos planos xy e .xz. Desenhe também os diagramas que mostram a inLensidade da força axial e do torque ao longo do comprimento do eixo. (b) Nos pontos B, C e E do eixo, calcule as tensões equivalentes como preparação p11ra a determinação do fator de segurança contra a fadiga. (Nota: consulte a Figura 8.16.) (c) Para uma confiabilidadc de 99% (e admitindo um desvio-padrão u = 0,08S,), estime o fatordesegurança do eixo nos pontos H, C e E.
A!SJ com dureza de 200 Bhn. O carregamento é de torção completa-
mente alternada. Durante uma operação típica de 30 segundos, sob condições de sobrecarga, a tensão nominal (Tc/J) atuante na seção cujo diâmetro é de I in foi medida e registrada conforme mostrado na Figura P8.48. Estime a vida do eixo quando operando continuamente nessas condições. [Resp.: aproximadan1ente 43 horas]
Seção 8.16 8.49
[Resp.: (c) 5,0; 6,8 c 5,8, respectivamente]
B I
A
193
Forças atuando a um dilmetro de 500 mm
Uma barra de alumínio com diâmetro de I,Oin é sujeita a um carregamento axial alternado de 5000 N a 50 ciclos por segundo. Uma trinca circunferencial com 0,004 in de profundidade se estende radialmente para dentro a partir da superflcie externa. A carga axial é aplicada de fonna remota a partir da trinca. Estime a profundidade da trinca após 100 horas de operação, admitindo um expqente de Paris de 2,7 e uma faixa de intensidade de tensão de 1,5 ksi .Y in , correspondente a uma taxa de crescimento de 0,040 io/106 ciclos. O fator de configuração, Y, pode ser aproximado por Y = [1,12 + a(l ,30a- 0,88)]1(1 - 0,92a), onde a= dw c w é o raio da barra de seção circular. O fator de intensidade de teosão, K, = uY ,fm:, onde sé a tensão de tração unidimensional para a seção plena (veja a Figura P8.49).
c
I
D
" = 5.33 kN
FtCt:lt·\ P8.49
Forças atuando a um doa metro de 375 mm
11)
8.50 8
11
r-sso~
r-400-J L-450J-400
ehI : ',Á(I Doametro de 120 mm
E
[)
~
! : IdeOoamttro I 80 mm
Chavetll
1
de tensão. K11 é igua1 a uY ' ' 71C, onde ué a tensão de flexão máx..ima
para a seção plena (veja a Figura P8.50).
IKt• 1,6 para flexllo e torçllo: 1,0 par. caop axoal. todos na seçao da chavetll Utilize Cs = 1.0 ca
Um eixo de alumínio com diâmetro de 2,0 in gira a 3000 rpm e está sujeito a um momento fletor alternado de 1775 in·lb. Uma trinca com 0,004 in de profundidade se estende radialmente para dentro do eixo a partir da superffcie externa. O momento fletor alternado é aplicado remotamente a partir da trinca. Estime a profundidade da trinca após I00 horas de operação admitindo um exp,Q!lnle de Paris de 2,7 e uma faixa de intensidade de tensão de I ,5 ksi -J in, correspondente a uma taxa de ereseimento de 0,040 io/1 O' ciclos. O fator de configuração, Y, pode ser aproximado por Y= [1,12 + a(2,62a - 1,59)]/(l-0,70a),onde a = c/w e w é o raio da barr~ seção circular. O fator de intensidade
P8.47
Seção 8.12 8.48
FtCL1lA P8.50
Um eixo escalonado, conforme mostrado na Figura 4.35, tem as dimensões D = 2 in, d = I in e r = 0,1 in. Ele foi usinado de um aço
30
~ õl
~
u
1! ~
!
8.51
Um componente carregado axialmente é fabricado de um material que segue a equação de Paris com um índice n = 4 c uma taxa de crescimento de trinca de 0,04 io/1 o;,_correspondente a uma faixa de intensidade de tensão de 5,5 ksi ~ in . A largura do componente é de O, 75 in. O fator de configuração pode ser aproximado por Y = 0,85/( I - a), onde a = clw. Determine o número de ciclos necessários para uma trinca de 0,20 in crescer até 0,60 in, se o componente está sujeito a uma tensão de tração uni axial com variação cíclica de O até 6000 psi .
8.52
Repita o Problema 8.51 , desta vez considerando que a trinca de O,i1º in cresça até o comprimento crítico correspondente a K" =55 ksi v in.
8.53
Repita o Problema 8.51 , desta vez considerando que o componente está sujeito a uma tensão de tração axial com variação cíclica de 15.000 psi a 18.000 psi.
8.54
Deduza a Eq. 8.6 a partir da Eq. 8.5.
---
20
1-
10
o
l1
-10 - 20
-30 30 segundos
FIGCRA P8.48
I
CAPÍTULO
9
DaJWs em Superfíeies
Os capítulos anteriores trataram da ocorrência de danos no interior do cotpo de um componente (escoamento, fratura, deslocamentos excessivos e flambagem). Além desses, podem ocorrer diversos tipos de danos à supeiffcie de um componente, os quais o tornam impróprio para o uso. Para iniciar a discussão, a superfície pode ser corroída, tanto sob condições atmosféricas normais quanto específicas, geralmente mais corrosivas, como, por exemplo, ambientes como a água salgada. A corrosão superficial pode se combinar com a tensão estática ou de fadiga, produzindo uma ação mais destrutiva do que seria esperado pela consideração das ações da corrosão e das tensões separadamente. Altas velocidades relativas entre componentes sólidos e partículas líquidas podem causar a cavitação do líquido. Este fenômeno pode ser destrutivo para a superfície do componente. Quando dois elementos sólidos são prensados, um contra o outro, são produzidas tensões de cantata que necessitam de um tratamento especial. Quando os elementos estão em contato e deslizam entre si, podem ocorrer diversos tipos de deterioração, que são tratados sob um único título: o desgaste. A severidade do desgaste pode serreduzida pela utilização de um lubrificante (como um óleo, graxa, ou filme sólido) entre as superfícies em contato. A experiência mostra que as "falhas" dos componentes de máquinas ocorrem mais em virtude da deterioração da superfície do que pela quebra propriamente dita do componente. Em um automóvel, por exemplo, considere o dano superficial por corrosão ocorrente no sistema de exaustão, a ferrugem nos componentes do painel, o desgaste dos anéis de segmento do pistão, as juntas da suspensão e outras partes em contato sujeitas a atrito (sem mencionar elementos como o estofamento dos bancos e os tapetes de proteção do piso). Em geral, a importância dos custos envolvidos nos danos superficiais é subestimada. O órgão oficial de padronização dos EU A reportou ao Congresso que os custos anuais totais estimados, decorrentes de corrosão e desgaste nos EUA em 1978, foram de US$70 bilhões e US$20 bilhões, respectivamente [1].
tos dos casos de corrosão resultam de uma ação eletroquímica ou galvânica. Este é um fenômeno tão complexo que enseja uma disciplina específica sobre corrosão na engenharia. A Figura 9.1 mostra um eletrado de ferro quinúcamente puro em um eletrólito homogêneo (carregado de íons, como água doce, água salgada, atmosfera úmida, lama, etc.). Os íons de ferro Feh carregados entram na solução, deixando um excesso de elétrons (isto é, uma carga negativa) no eletrodo de ferro. Quando o potencial do eletrodo entra em equiltôrio não mais ocorrerá qualquer ação eletroquímica. Na Figura 9 .2, o eletrodo de ferro é revestido, porém não completamente, deixando o ferro exposto, conforme mostrado. Se, por exemplo, o revestimento for de estanho, ele tende a perder íons positivamente carregados, permanecendo uma correspondente carga negativa na cobertura de estanho. Ao mesmo tempo, a superfície de ferro exposta tende a perder íons positivos de ferro, deixando uma carga negativa no cotpo de ferro. A Tabela 9.1 mostra que o ferro (elemento n.• 17 da tabela) é mais ativo na série galvânica do que o estanho (n.• 14). Isto significa que o ferro possui uma tendência maior a se ionizar e desenvolve uma maior carga negativa (um eletrodo em potencial) no cotpo do metal. Assim, uma corrente elétrica fluirá no interior dos metais, com os elétrons caminhando do ferro (que se toma o anodo) para o revestimento de estanho (agora o catado). Um fluxo de íons através do eletrólito completa o circuito. Esse processo envolve uma descarga contínua de íons de ferro; assim, o ferro é carroldo. A corrente está no sentido de evitar uma descarga de íons de estanho; assim, o catado de estanho não se corrói. Este fenômeno é comumente observado nas latas de "estanho" enferrujadas, onde uma ruptura na cobertura de estanho faz com que o aço fique exposto à corrosão. Os íons de ferro descarregados no eletrólito normalmente se combinam com os íons hidroxilo e oxigênio e se precipitam como hidróxido férrico e óxido férrico, ou ferrugem. Embora a ordem relativa dos metais na série galvânica geralmente seja similar para muitos eletrólitos comumente encontra-
...
9.2
Eletrodo de ferro com excedente de elétrons
Corrosão: Fundamentos +
A corrosão é a degradação de um material (normalmente um metal) por reação química ou eletroquímica com seu meio. Mui-
Eletrólito
FlCUllA 9.1 Ferro e eletrótito em equih"brío, sem corrente Ouindo.
Capítulo 9 • Danos ern Superficies
195
Revest1mento, como estanho ou l!nco (catado ou anodo)
Ferro exposto (anodo ou catoclol
EtetrOiito
EletrOiito
FIGURA 9.2 Ferro revestido de forma incompleta, imerso em um e!etró!ito. A corrente flui continuamente - seu sentido depende do material de reves-
timento.
FIGURA 9.3 Dois e!etrodos, com terminais para conexões externas a um condutor ou a uma bateria.
dos, algumas exceções podem ocorrer. Um caso interessante pode ser registrado nessa mesma lata de "estanho". As di versas su bstâncias ácidas, álcali e orgânicas presentes nos alimentos enlatados propiciam eletrólitos nos quais as superfícies internas de aço da lata podem operar como catódicas em relação ao estanho e, portanto, serão protegidas. Além disso, os sais de estanho, que podem estar presentes em concentrações extremamente baixas, permitindo a corrosão do estanho, não são tóxicos. Assim, a placa de estanho é considerada ideal na manipulação de bebidas e alimentos. Suponha que, na Figura 9.2, o revestimento nã.o seja de es tanho, mas de zinco (o elemento n.• 9). A Tabela 9 . 1 indica
que em condições ambientais normais o zinco participará da solução (oxidante), e a orientação da corrente através do eletrólito será oposta à descarga de íons de ferro carregados positivamente. Assim, o ferro se torna catodo e não oxidante. A cobertura de zinco representa a prática comum de galvanização dos materiais ferrosos no sentido de protegêlos contra a corrosão. Muitos dos fenômenos da corrosão envolvem dois eletrodos metálicos em contato, como o ferro e o zinco, ou o ferro e o estanho, na Figura 9.2. O fenômeno eletroquímico fortemente relacionado à corrosão pode ser ilustrado com a Fígura 9.3, onde dois eletrodos (A e B) não estão diretamente em contato. Supo-
Tabela 9 .1 Séries Galvânicas: Carta de Compatibilidade quanto à Corrosão
Lfienda! X. NIO compoU,.I C - Compati.,.l P- Compltivel ..e Mo exposto com duas milhas de urn ocrpo
d•..,., ..f&ada
F CompatMI 1pen.u quando sofret um Klbamtnlet com no mfnlmo u:m3 cobertura de base 'Formas oplldw•"' folhas • p"""•301. 302. 321 o 347: tubu!at 304 o 321: l>il<•.. o l01jodos 302, 303,316, 321o 347; fundidos 302 o 347: • ""' 302.316. t E.s.ses maH!riiiiS devem sofrer wn acabamento com 1'10 minimo uma eober'tura de base.
Corrofdo ("atlvo•. mais ilncXhco)
o
Fonte: Extraído de C. F. Linlefield andE. C. Groshar~ "Galvanic Corrosion", Machine Design, 35: 243 (May 9, 1963).
196
PARTE }
•
Fui\'DAMF"\"fOS
L
I Anodo de
J magnés•o FlO de cobre isolado
magnésiO
(u) ReseJVatóno de Agua
(b) Tubulação enterrada
I 1;{6 j
~os de zinci"
(d) Navio (c) f etxe de molas
r--------~~+~-----,
9.3
Foos de cobre osolados
FlGLllA 9.5 Proteção catódica de um reservatório enterrado. A proteção é realizada impondo-se um diferencial de tensão que gera uma pequena corrente constante.
nha que esses eletrodos sejam zinco (n. • 19) e carbono (grafite) (n.• 2). A Tabela 9.1 indicaqueamaiorconcentração deelétrons será no zinco. (O zinco possui a maior tendência de perder íons positivos, o que o deixa com uma carga negativa relativamente ao carbono.) Se os terminais A e B forem conectados por um fio, os elétrons fluirão através do fio. Isto é o que ocorre em uma pilha de carbono e zinco. Considerando novamente a Figura 9.3, suponha que o eletrodo A seja o ferro (n.• 17) e o B seja o cobre (n.• 18), e que os dois terminais sejam conectados por uma bateria que impõe um fluxo de cargas positivas do cobre para o ferro, passando pelo eletrólito. Este processo é acompanhado pelos íons de cobre (positivos) movendo-se pela solução, oxidando o cobre à sua frente e, então, migrando para o eletrodo de ferro onde eles são depositados . Este é o processo denominado
eletrogalvaniwção. As Figuras 9.4 e 9.5 ilustram aplicações práticas dos princípios aqui fornecidos na supressão da corrosão. Na Figura 9.4, o fluxo natural da corrente galvânica é tal que o equip.amento a ser protegido é o catado, e as placas de zinco e magnésio são os anodos de sacriffcio. (Quando estes se tomam desgalvanizados, podem ser facilmente substituídos.) Na Figura 9.5, uma fonte de tensão externa direta força um fluxo de elétrons para o equipamento a ser protegido, tornando-o um catodo.
FlGlllA 9.4- Proteção catódica do aço através de anodos de sacrifício.
Corrosão: Heterogeneidade do Eletrodo e do Eletrólito
Na seção anterior foi admitido que os eletrodos e os eletrólitos eram homogêneos. Muitas situações de corrosão reais se afastam significativamente dessa condição "ideal", e esses desvios afetam substancialmente a natureza e a extensão da corrosão resultante. Por exemplo, o alumínio e o titânio expostos à atmosfera comum formam em suas superfícies um ftlme de óxido protetor (AI20 3 e Ti0 2) que isola eletricamente o cotpo do material. A densidade da corrente de corrosão é, portanto, quase nula. Isto explica por que o alumínio pode ser utilizado em barcos, apesar de sua posição na série galvânica (n.• 18 na Tabela 9.1). O ferro, o cromo, o níquel, o titânio e muitas de suas importantes ligas apresentam o fenômeno da passividade, o que significa que os fllmes isolantes de óxido são mantidos em determinados ambientes. Quando o metal está na condição ativa (sem o filme de óxido) as densidades da corrente de corrosão são, geralmente, da ordem de 104 a 1()6 vezes maiores do que aquelas do estado
passivo. Uma outra forma importante de heterogeneidade do eletrodo é a microestrutura do metal. Por exemplo, quando a perlita é cauterizada com um ácido suave, a microestrutura pode ser vista porque os constituintes ferrita e carboneto se tomam anodos e catodos de uma grande quantidade de minúsculas células galvânicas. Assim, o anodo se oxida, permitindo que seja distinguido visualmente. (A ferrita e o carboneto possuem potenciais elétricos muito próximos, e sua posição relativa na série galvânica depende do eletrólito utilizado.) Uma outra causa importante da ação galvânica local (e da oxidação) é a heterogeneidade do eletrólito. Um exemplo comum (e de custo exorbitante!) é a variação na composição da lama de água salgada depositada sob os veículos no norte dos Estados Unidos, que estabelece uma vigorosa ação galvânica localizada. Um outro exemplo é a corrosão de tubulações enterradas que passam através de camadas do solo com diferentes quantidades de sal. A Figura 9.6 ilustra dois exemplos nos quais uma gota do eletrólito (geralmente água) cria urna heterogeneidade no próprio
Capítulo 9 • Danos ern Superficies 197
~Partíc~las ferrugmosas
~
Partfculas ferruginosas
f
Aço
(o)
(/1)
A ferruaem se 1noe18 no centro da 11011
"Co
FIGURA 9.6 Corrosão causada pela redução de oxigênio do eletrólito no centro de uma gota ou poça estagnada.
eletrólito pela sua selagem em relação ao oxigênio da atmosfera, não permitindo que passe para o centro da gota. Tem-se, assim, um eletrólito heterogêneo, comparativamente ao eletrólito rico em oxigênio nas proximidades do bordo. A corrosão ocorre no interior da região com baixa quantidade de oxigênio. A Figura 9.6b ilustra a comumente denominada corrosão por fenda . Uma observação relacionada a este efeito que pode ser constatada pelo leitor é que as superfícies lisas tendem a oxidar mais lentamente do que as superfícies rugosas.
PROBIDL\ RESOLVIDO 9 .1 Comparação do Efeito da Corrosão Ocorrente em Placas Metálicas Rebitadas Placas metálicas com uma área total de exposição de I m2 são fixadas entre si através de rebites, cuja área total exposta é de 100 cm2 • O ambiente envolve umidade e a possibilidade da presença de sal. Considere dois casos: (i) as placas são de aço e os rebites de cobre, e (2) as placas são de cobre e os rebites de aço. (a) Pam cada caso, qual o metal que se oxidará? (b) Como estão relacionadas as taxas de corrosão nos dois casos? (c) Qual será a influência na taxa total de corrosão se o número de rebites for dobrado?
SOLUÇÃO Conhecido: Placas metálicas de área total exposta conhecida são fi. xadas entre si através de rebites cuja área total exposta é também conhecida. O ambiente envolve umidade e a possibilidade da presença de sal. Considere dois casos: (i) placas de aço com rebites de cobre e (2) placas de cobre com rebites de aço. A Ser Determinado:
a. Para cada caso, determine qual o metal que oxidaru. b. Compare as taxas de corrosão para os dois casos. c. Determine a influência do uso do dobro de rebites na taxa total de corrosão. Esquemas e Dados Fornecidos: Reb1tes
o
o
o o
cr
o_.. o
1--- Areatotal exposta de
100 cm2
Placas metálicas
1--- Area total exposta de 1 m2
o
Hipótese: O aço é comum e sem resistência à corrosão.
Análise:
a. Admitindo que o aço seja comum e sem resistência à corrosão, ele seria o mais ativo (anódico) e, portanto, oxidaria em ambos os casos (I) e (2). b. Como a densidade da corrente na superfície do rebite é I00 vezes maior que na superfície da placa devido ao efeito das áreas, a taxa de corrosão será maior se os rebites forem de aço. c. A duplicação do número de rebites de aço afetaria minimamente a taxa de corrosão de um rebite individualmente, pois a corrente associada a cada rebite permaneceria praticamente a mesma. A duplicação da quantidade de rebites de cobre praticamente dobraria a taxa de corrosão das placas de aço; novamente, porque a densidade da corrente em cada rebite permaneceria aproximadamente a mesma, dobrando, portanto, a densidade da corrente das placas. Comentários: Um importante fato r na corrosão galvánica é o efeito da área, ou a relação entre as áreas catódica e anódica. Uma relação de áreas desfavorável consiste em um grande catodo e um pequeno anodo. Para um dado flww de corrente, a densidade de correme para um pequeno eletrodo é maior do que para um grwule eletrodo. Quanto maior a densidade de corrente em uma área wr6dica, maior a taxa de corrosão. A corrosão da área anódica pode ser /00 ou 1000 vezes 1naior se o anodo e a área catódica tiverem dimensões iguais.
VejaMars G. Fontana, Corrosion Engineering, 3.' edição, McGrawHill, Nova Iorque, 1986.
9.4
Prvjeto para o Controle da Corrosã.o
Inicialmente, considere a seleção do material. Os materiais ordenados no sentido da extremidade inativa, ou "nobre", da série galvânica para o eletrólito envolvido desenvolvem potenciais elétricos menores ao enviar seus íons para a solução e, portanto, se oxidam mais lentamente. Esta não é a história completa, pois, conforme observado anteriormente a taxa com a qual os íons de um metal entram na solução pode ser significativamente reduzida por filmes de óxidos. Assim, o alumínio se oxida de forma extremamente lenta na água do mar, independentemente de sua posição na série galvânica. O mesmo ocorre com os aços inoxidáveis quando, sob determinadas condições ambientais, esses filmes mudam sua ação metálica de "ativa" para "passiva". As diferenças na microestrutura causadas por um tratamento térmico podem influenciar a intensidade da ação galvânica através da grande quantidade de células galvânicas de superfície. Alguns aços de baixa liga têm sido desenvolvidos pararesistir efetivamente à corrosão atmosférica pela formação de ftl. mes ferruginosos de proteção. Esses aços são utilizados principalmente nas construções de prédios. Após uma ação inicial do ambiente eles apresentam uma cor marrom-avermelhada (ferrugem) uniforme, e a ação gal vânica é praticamente interrompida. Como esses aços não precisam ser pintados, seu uso geralmente resulta em um custo significativamente maior, protegendo a vida da estrutura. O tratamento qufmico das superfícies metálicas pode produzir um flime superficial que oferece um certo grau de isolamento do metal-base em relação ao ambiente. Exemplos comuns são os revestimentos de fosfato sobre aço ("bonderização") e os revestimentos de óxidos sobre aço (nas cores marrom, preta ou azul). Em geral, a efetividade desses filmes é mínima, a menos
que sejam combinados com atrito com óleo ou cera (como as utilizadas nos tubos de canhão). As coberturas de fosfato sobre aço ajudam a propiciar uma boa aderência da tinta e diminuir a tendência à corrosão pelo rebaixamento do fUme de tinta nas regiões arranhadas e com outras descontinuidades. A anodização das ligas de alumínio produz um filme de óxido de alumínio estável que apresenta excelente resistência à corrosão e pode ser colorido em uma grande variedade de cores. (A experiência indica que o filme de óxido de proteção nos alumínios não-anodizados pode sair por atrito, produzindo uma mancha preta.) As superfícies metálicas podem ser isoladas de um possível contato com um eletrólito através de revestimentos não-porosos, como um esmalte de porcelana aplicado em banheira fixa ou um revestimento de borracha vulcanizada para placas de aço. As tintas comuns oferecem uma boa barreira contra a difusão da água e de oxigênio para uma superfície metálica, porém são permeáveis quando sofrem alguma extensão. Por esta razão e porque o filme de tinta pode trincar ou ser danificado de outra forma, é importante utilizar primeiro um protetor mais efetivo. Os pigmentos da primeira cobertura aplicados ao metal sem proteção devem ser efetivos inibidores da corrosão. Assim, qualquer quantidade de água que atinja a superfície do metal dissolve uma pequena quantidade do pigmento, tomando a água menos corrosiva. (A ação dos inibidores será discutida posteriormente, nesta seção.) Nos casos em que as considerações sobre aparência e peso não são rigorosas, algumas vezes é mais econômico construir um componente com dimensões maiores (mais pesado do que o necessário) para evitar uma futura corrosão do que para prover uma efetiva proteção contra corrosão. Além disso, o impacto do dano por corrosão pode em geral ser reduzido pelo projeto do equipamento, de modo que os componentes vulneráveis à corrosão possam ser facilmente substitufdos. A discussão precedente admite que apenas um único metal foi envolvido. Quando a corrosão de dois ou mais metais conectados por um eletrodo deve ser minimizada, os metais devem estar tão próximos quanto possfvel na série galvânica. Por exemplo, o cádmio é muito próximo do alumínio em diversas situações; assim, os parafusos revestidos de cádmio podem ser utilizados em contato direto com componentes de alumínio. Todavia, se uma arruela de cobre for introduzida, o alumínio normalmente será corroído rapidamente. De fato, verifica-se que o alumínio corrói rapidamente na água da chuva que teve contato prévio com calhas de cobre. Outros exemplos comuns de corrosão galvânica incluem a corrosão das portas de alumínio dos veículos em contato com uma estrutura de aço, quando exposta ao sal da pista nas áreas do norte dos EUA, ou ao sal presente no ar do litoral; uma tubulação de aço conectada a um tubo de alumínio; os parafusos de aço utilizados nos equipamentos de bronze da marinha e as soldas de chumbo-estanho nos fios de cobre. A Tabela 9.1 mostra a compatibilidade, em relação à corrosão galvânica, dos metais e ligas metálicas comumente utilizados, quando colocados juntos em algumas condições atmosféricas. O alumínio anodizado é compatível com todos os outros metais. A tabela admite que os dois metais possuem áreas expostas comparáveis. Caso um dos metais possua apenas uma pequena fração da superficie exposta de um segundo metal com o qual é normalmente compatível, ele pode sofrer um ataque galvânico. Além disso, quando ocorrem grandes diferenças de temperatura a ação termoelétrica pode representar um fator significativo. Quando a união de metais distintos se toma necessária, o circuito galvânico de corrosão pode, em geral, ser rompido utilizando-se um isolante elétrico, conforme mostrado na Figura 9.7.
r I
~
'1.
Parafuso e P'lfC
F
~~as de alumlnlo
J
I
J
Isolante elétnco flexfvel. nJo.pamso
FIG!:IIA 9.7 Isolante rompendo o circuito gaMl.nico entre o parafuso de aço e as placas de alumútío.
Algumas vezes as células galvânicas são projetadas deliberadamente em um componente ou sistema para estabelecer um anodo de sacriftcio que protege um metal catodo. Esta situação foi ilustrada pelo revestimento do aço pelo zinco (galvanização) em conexão com a Figura 9.2 e outros exemplos na Figura 9.4. Considerando apenas os EUA, milhares de toneladas de magnésio são utilizadas anualmente como eletrodos de sacrifício. A Figura 9.5 mostrou um procedimento alternativo para a proteção catódica de tubulações e reservatórios subterrâneos. O custo da energia elétrica externa consumida é, obviamente, um fator que limita a aplicação deste método. Um fator importante no projeto de componentes metálicos que devem resistir à corrosão é o efeito da área. Para minimizar a corrosão do anodo, sua superfície exposta deve ser grande em comparação à superficie do catodo. Essa condição resulta em uma baixa densidade de corrente no ano do e, portanto, uma pequena taxa de corrosão. O efeito da área é claramente ilustrado pelos exemplos mostrados na Figura 9.2. Nos locais onde o revestimento era zinco (como no aço galvanizado), a grande superfície de zinco resultou em uma pequena densidade de corrente e, conseqüentemente, em uma baixa taxa de corrosão. Onde o revestimento era estanho, a pequena área exposta de material ferroso resultou em uma rápida corrosão, conforme pode ser observado nas latas descartadas e enferrujadas de folha de flandres. O projeto para o controle da corrosão também requer atenção cuidadosa aos fatores relacionados ao eletrólito. O eletrólito pode ser um líquido no qual os eletrodos metálicos são totalmente imersos, ou sua função pode ser desempenhada pela exposição ao pulverizador ou à névoa, pela alternância entre molhar e secar pelo contato com a terra úmida, ou apenas pela umidade presente na atmosfera. É importante eliminar ou minimizar fendas onde a corrosão possa ocorrer, como mostrado na Figura 9.6b. Os componentes devem ser projetados de modo que a umidade possa ser drenada completamente, sem deixar líquidos residuais que facilitem a corrosão, conforme mostrado na Figura 9 .6a. Isto significa que o processo de corrosão nas juntas de topo soldadas e lisas é mais lento do que nas juntas sobrepostas aparafusadas ou rebitadas. As superfícies lisas tendem a sofrer menos corrosão do que as superfícies ásperas, uma vez que elas têm uma menor tendência de reter o líquido eletrólito. Fendas inevitáveis devem ser seladas, idealmente com borracha vulcanizada ou um processo equivalente. As superfícies propensas à retenção de depósitos de lama e sal (como nas superfícies inferiores dos automóveis nos EUA) devem ser projetadas de modo a facilitar a limpeza, pois a mistura heterogênea de terra e sal em contato com um metal pode causar a ação galvânica destrutiva. Os eletrólitos tendem a causar uma ação galvânica mínima quando estão estagnados. A agitação e os gradientes de temperatura tendem a remover a concentração de íons nas proximidades das superfícies do eletrodo, aumentando, assim, as correntes
Capítulo 9 • Danos ern Superficies
galvânicas. Portanto, os gradientes de temperatura! e as velocidades dos fluidos devem ser minimizados. A corrosão atmosférica tende a ser máxima nas condições de altas temperaturas e altas umidades. Por exemplo, as taxas de corrosão do aço estrutural nos locais de clima tropical são registradas como pelo menos duas vezes maiores do que as encontradas nos locais de clima temperado. Nos sistemas de resfriamento com recirculação, inibidores (produtos químicos adicionados ao líquido refrigerante em pequena concentração) são utilizados para tomar o líquido um eletrólito menos efetivo. Esses inibidores atuam promovendo a passivação (lembre-se da Seção 9.3) dos metais sujeitos à corrosão e, por outro lado, impedem o movimento de íons na região dos eletrodos. O inibidor deve ser apropriado ao líquido e aos metais envolvidos. Para mais informações, as referências [13) e [4] são particularmente sugeridas. As referências [2), [3), [8) e (14) também contêm informações úteis sobre corrosão.
199
A Figura 9.8a compara, de forma ordenada, a resistência ao ataque por corrosão de diversos materiais envolvidos por seis ambientes distintos. A faixa de ordenamento comparativo é estabelecida desde A (excelente) até D (ruim). A carta deve ser utilizada com cautela e apenas como um guia geral. O Apêndice C-19 fornece as classes e abreviações relacionadas à Figura 9 .8a.
9.S
lrifluêrreio dos Teri8Ões Estótiftu naCo~são
Quando uma superfície metálica fica sujeita a tensões estáticas de tração em um determinado ambiente corrosivo, esta ação combinada pode causar uma trinca e uma fratura frágeis que não seriam previstas com base na consideração desses dois fatores separadamente. Essas trincas são chamadas de trincas de tensãocorrosão, e são conhecidas pelos engenheiros pelo menos desde
,4aua
gasosa
Acidos fortes
Radiação U-V
Álcalis fortes
A EJ
D Ruom FIGURA 9.8a Ordenamento comparatho da capacidade dos materiais em resistir ao ataque corrosivo quando expostos a diversos ambientes. (Extraído de
M. F. Ashby, Malerú:ds Selection ln MechanicaJ Desígn, Pergamon Press, 1992.)
200
P.um 1 •
FllxDA}!E.vros
FlClllA 9.80 Trincas de tensã~HX~rrnsào em uma llimina transportadora de aço inoxlcblvel[Sal.
1895, quando foi observado o desenvolvimento de trincas de superffcie nas rodas de ferro dos vagões após períodos de exposição a uma atmosfera úmida. Essas rodas ficaram sujeitas a tensões residuais de tração porque foram montadas com um ajuste
com interferência. Embora a vulnerabilidade dos metais de engenharia às trincas por tensão-<:orrosão varie bastante, quase todos possuem um certo grau de sensibilidade a algum ambiente. A trinca por tensão-<:orrosão é um fenômeno complexo, ainda não plenamente compreendido. Os ambientes causadores de severa corrosão galvãnica de um metal não são necessariamente os mesmos associados a uma trinca do tipo tensão-<:orrosão do metal em questão. A resistência relativa dos materiais a uma corrosão galvânica comum em um ambiente específico não é a mesma resistência relativa desses materiais às trincas do tipo tensão-corrosão. Por exemplo, foram observadas trincas de tensão-<:orrosão em certos aços inoxidáveis que são completamente resistentes à corrosão quando livres de tensões. A tensão associada à trinca de tensão-<:orrosão é sempre de tração, e é igual à superposição das tensões residuais e de operação ocorrentes nos locais onde as trincas se iniciam e se propagam. (As tensões residuais são causadas pelo processamento e pela montagem dos componentes, quando aplicadas no sentido oposto ao das tensões de operação causadas pelas cargas aplicadas; veja as Seções 4.14 e 4.15.) Essa tensão total para a trinca de tensão-corrosão é, com freqüência, da ordem de 50 a 75% da resistência ao escoamento por tração. As tensões residuais, por si só, podem facilmente chegar a valores dessa ordem. As trincas de tensão-<:orrosão podem ocorrer após um período de tempo que varia desde alguns minutos até vários anos, dependendo do ambiente corrosivo e da tensão de tr ação atuante na superfície. As tentativas de se determinar os níveis de tensão abaixo do qual as trincas de tensão-<:orrosão jamais ocorreriam (de modo análogo ao "limite de resistência à fadiga'" para carregamentos por fadiga em materiais ferrosos) ainda não obtiveram sucesso. Entretanto, os engenheiros estão conseguindo um melhor entendimento das falhas por trinca de tensão-<:orrosão através de estudos onde são aplicados os conceitos da mecânica da fratura (veja as Seções 6.3 e 6.4). Quando ocorre uma trinca de tensão-<:orrosão, em geral existem múltiplas trincas se originando na superffcie, com a fratura resultando de uma única propagação de trinca normal à tensão de tração resultante. A aparência de uma falha típica é mostrada na Figura 9.8b. Um exemplo de trincas de tensão-<:orrosílo registrado já há algum tempo ocorreu em caldeiras de vapor rebitadas. A água alcalina da caldeira localizada nas fendas existentes no entorno
dos rebites entrou em contato com as superficies das placas da caldeira que estavam sujeitas à tração (devida à pressão interna da caldeira), sendo essas tensões aumentadas pela concentração de tensões. Algumas caldeiras explodiram. Caldeiras tubulares de aço doce operando com água contendo hidróxido de sódio também falharam devido à trinca de tensão-corrosão. Outros exemplos desse tipo de falha incluem peças de avião fabricadas de aço inoxidável expostas ao ambiente salino do litoral (em alguns casos, em combinação com elevadas temperaturas de operação); cubos ou aros prensados para o interior de um componente através de ajustes com grandes interferências; cabos utilizados em pontes, quimicamente incompatíveis com a atmosfera local; suportes de aço para sustentar pesadas cargas estáticas; e estojos de cartuchos de munição de latão. Trata-se de estojos cillndricos de repuxo profundo com tensões residuais de tração nas quinas vivas da parte inferior; a trinca ocorre após o armazenamento, antes de as cargas serem aplicadas. Os procedimentos relacionados a seguir reduzem a trinca por tensão-<:orrosão. 1. Troque o material por um mais resistente à tensão-<:orrosão para o meio envolvido. 2. Reduza a ação corrosiva como, por exemplo, propiciando uma proteção catódica, utilizando uma cobertura protetora sobre as superfícies vulneráveis ou tornando o ambiente menos corrosivo. 3. Atenue as tensões de tração pela redução dos ajustes por interferência utilizando seções maiores, recozendo o material (cuidado: cm algumas situações o recozimento pode tomar o material mais susceptível à trinca por tensão-corrosão) e aplicando um processo de jateamento de impacto ou martelamento das superficies vulneráveis.
O jateamento é de particular importância prática, por servir para superar as trações residuais prévias da superfície e estabelecer tensões residuais compressivas favoráveis (veja a Seçílo 8.14). Um resumo do desempenho de diversos metais e ligas em relação à sensibilidade da associação tensão-corrosão é fornecido na referência [5a).
9.6
I~nda da81eJuõe.. C~Ueos na CoM"'Mio
A ação combinada da corrosão e do carregamento de fadiga geralmente causa uma falha prematura que poderia ser esperada a partir da consideração desses dois efeitos separadamente. Este fenômeno é denominado fadiga por corrosão. Ele ocorre com muitos metais, porém de forma mais significativa com aqueles que possuem uma baixa resistência à corrosão. A fadiga por corrosão é uma ação complexa, ainda não totalmente compreendida. Uma explicação simplificada começa com alguns pontos iniciais de corrosão que servem como pontos de concentração de tensão. Os filmes protetores, formados como resultado da corrosão, são geralmente fracos e frágeis. Assim, eles se rompem pelo ciclo de deformação imposto. Essa roptura expõe o metal desprotegido, que é corroído rapidamente, formando um outrO filme, que também é rompido pela deformação cíclica, e assim por diante. Portanto, o ponto de corrosão inicial se toma uma trinca por fadiga que se propaga mais rapidamente do que poderia ser esperado pela consideração em separado da corrosão e do carregamento cfclico. Como também é esperado, as falhas de
Capítulo 9 • Danos em Superficies fadiga por corrosão apresentam uma descoloração da superfície de propagação da trinca, enquanto as superfícies das trincas na fadiga comum são livres de corrosão (como as superfícies descritas como "lisas e aveludadas" na Figura 8.1). A resistência à fadiga dos componentes sujeitos à corrosão depende do tempo decorrido, bem como da tensão cfclica e do ambiente corrosivo. A resistência à fadiga para um dado número de ciclos de tensão será, obviamente, maior se esses ciclos forem impostos rapidamente, sem deixar passar muilo tempo para que a corrosão ocorra. Os resultados de ensaios tendem a confirmar as seguintes generalizações: 1. As resistências à fadiga por corrosão não se correlacionam com as resistências à tração. Esta condição é parcialmente verdadeira, pois os metais mais resistentes possuem uma maior sensibilidade aos pontos de corrosão ("entalhes"). 2. Os aços de liga média possuem resistências à fadiga por corrosão apenas ligeiramente maiores do que os aços-carbono, e em nenhum caso a resistência à fadiga por corrosão é aumentada através de um tratamento térmico. 3. Os aços resistentes à corrosão, como aqueles que contêm cromo, possuem resistência à fadiga por corrosão maior do que os oulros aços. Uma boa resistência à corrosã
9.7
Dano por Ca:mtaçiio
A cavitação se caracteriza pela formação de bolhas de gás ou "cavidades" em um líquido que está se movendo em relação a uma superfície sólida em suas vizinhanças. As bolhas são formadas quando a pressão do líquido cai abaixo da pressão referente a seu vapor. Quando essas bolhas em seguida se rompem na superfície sólida ou próximo a ela, uma onda de pressão colide com a superfície e dá origem a tensões locais que podem ser suficientemente grandes para causar a deformação plástica de muitos metais. Geralmente, o dano no metal somente se toma evidente após o repetido bombardeamento por essas ondas de pressão, tanto como no caso do dano causado pela fadiga comum de um metal. A cavitação ocorre comumente nas hélices propulsoras de um navio, nas bombas centrífugas, nas pás das turbinas e em outras
201
superfícies onde se encontram líquidos com altas velocidades locais e altos gradientes de pressão estática. O dano resultante nas superfícies metálicas é, essencialmente, mecânico. Em ambientes corrosivos, entretanto, a cavitação pode produzir um dano repetitivo ou remover os filmes de óxidos protetores, aumentando assim a ação galvânica. A aparência de uma área de superfície danificada pela cavitação é rugosa, com mossas proximamente espaçadas. Nos casos mais severos, uma quantidade significativa de material é removida, dando à superfície uma textura porosa. Não sendo possfvel eliminar ou reduzir a cavitação pela alteração da composição do líquido, da velocidade, do padrão de escoamento ou da pressão estática, o meio mais efetivo de tratar o dano por cavitação é, usualmente, aumentar a dureza da superfície. O aço inoxidável geralmente é o material mais efeúvo disponível a um custo acessível. Os seguintes materiais são relacionados em ordem decrescente de resistência ao dano por cavitação: estelita (stellire)', aço inoxidável fundido 18-8, bronze-magnésio fundido, bronze-aço fundido, ferro fundido e alumínio. Esta lista foi extraída das referências (4) e [8), onde são também relacionados outros materiais.
9.8
Tip08 de DesgatJte
As seções anteriores deste capítulo trataram do dano superficial resultante do contato com os fluidos. As seções a seguir discutem o contato com um outro componente sólido. Em muitos casos o dano superficial resultante é classificado como "desgaste". Os tipos mais comuns de desgaste são os adesivos e os abrasivos, os quais são tratados nas próximas três seções. Um terceiro tipo é o desgaste do filme de corrosão, em que o filme superficial corrofdo é alternadamente removido por deslizamento e, em seguida, reformado. Um exemplo típico é o desgaste que pode ocorrer nas paredes dos cilindros e nos anéis dos pistões de um motor diesel queimando óleo com alto teor de enxofre. Um tipo importante de deterioração de superfície, algumas vezes elas· sificada iocorretamente como "desgaste", é afadiga de superflcie, discutida na Seção 9.14. Todas as fonnas de desgaste são fortemente influenciadas pela presença de um lubrificanze. As informações da Seção 13.1 sobre os tipos de lubrificantes e da Seção 13.14 sobre lubrificação de contorno são relevantes sobre o tema desgaste. A taxa de desgaste de um mancai sem lubrificação pode ser 10' vezes maior do que para um mancai com lubrificação de contorno. Nos componentes de máquinas tipicamente bem projetados, a taxa de desgaste inicial das superfícies em atrito durante a operação da máquina pode ser relativamente alta. Na medida em que os picos irregulares da superfície são desgastados, fazendo com que a área de contato aumente, a taxa de desgaste diminui até um pequeno valor constante. Após um determinado período de tempo, a taxa de desgaste pode novamente aumentar devido à contaminação do lubrificante ou a um aumento da temperatura da superfície. A referência [ l0] apresenta 33 artigos que tratam dos di versos aspectos do desgaste, e é uma excelente referência para estudos adicionais sobre o assunto.
'Man:a registrada da Union Carbidc Córporation.
9.9
De~~gtuJte Adesivo
Em uma escala microscópica, as superfícies metálicas deslizantes nunca são lisas . Embora a rugosidade da superfície possa ser de apenas algumas micropolegadas (ou alguns centésimos de milímetro), os picos (geralmente denominados "asperezas") e os vales são inevitáveis, conforme mostrado na Figura 9.9. Como a pressão de contato e o calor dissipado por atrito estão concentrados nas pequenas áreas localizadas de contato, ind!icadas pelas setas, as temperaturas e as pressões locais se tornam extremamente altas, fazendo com que as condições sejam favoráveis à soldagem nesses pontos. (As temperaturas locais instantâneas podem atingir o ponto de fusão do metal, porém com um gradiente tão alto que o componente permanece frio ao ser tocado.) Ao ocorrerem a fusão e a soldagem das aspe.r ezas da superfície (no local indicado pelas setas na Figura 9.9), a solda ou um dos dois metais nas proximidades da solda deve falhar por cisalhamento, permitindo a continuidade do movimento relativo das superfícies. Novas soldas (adesão) e correspondentes fraturas continuam a ocorrer, resul tando no fenômeno que é apropriadamente chamado de desgaste adesivo. Como odesgaste adesivo é, basicamente, umfen6meno de soldagem, os metais que se unem com facilidade por solda são mais susceptíveis. As partículas perdidas do metal e do óxido do metal resultante do desgaste adesivo causam mais desgaste da superfície por causa da abrasão. Se a soldagem das asperezas da superfície e o subseqüente rompimento causam a transferência de um metal para a superfície do outro, o desgaste resultante ou dano superficial é chamado de riscadura. Se a soldagem localizada das asperezas se tornar tão extensiva que as superfícies não deslizam mui to uma sobre a outra, a falha resultante é chamada de grimpamento. A Figura 9.10 mostra uma riscadura e um grimpamento severos dos pinhões diferenciais sobre seus eixos. (Esta unidade é utilizada nos diferenciais de automóveis para permitir que as duas rodas motrizes girem com rotações distintas quando o veículo realiza uma curva.) Talvez o melhor exemplo conhecido de grimpamento ocorra nos motores que operam continuamente (porém não por um longo tempo!) após a perda de seus fluidos de refrigeração, ou a interrupção no fornecimento de óleo. O pistão pode ficar preso às paredes do cilindro, o eixo de manivela pode ficar preso a seus mancais ou ambas as situações podem ocorrer. O desgaste adesivo severo é também chamado de galling (atrito acompanhado da remoção de partículas metálicas). O desgaste adesivo entre os anéis de um pistão e as paredes do cilindro é também conhecido como raspagem. Quando metais semelhantes são atritados entre si com pressão e velocidade suficientes, as condições se tornam ideais para a soldagem das asperezas, pois ambas as superfícies apresentam a mesma temperatura de fusão. Além disso, as ligações coesivas
-
FIGURA 9.10 Resultados da riscadura e do grimpamento em um díferencial. A ruptura do pinhão foí o resultado do grímpamento de seu eixo. (Extraído de C. Lípsoo, Ba.sic Cour11e ln Failure Analysis, Pentoo Puhlishlng, Cle~e laod, 1970.)
formadas são normalmente mais fortes do que as ligações adesivas ocorrentes na soldagem de asperezas de materiais distintos. Por essas razões, metais idênticos ou metalurgicamente similares normalmente não devem ser utilizados juntos sob condições semelhantes que causem problemas de desgaste. Os metais metalurgicamente semelhantes são referidos como "compatíveis". Os metais compatíveis são definidos como possuindo miscibilidade líquida completa e pelo menos l% de solubilidade sólida de um metal em outro à temperatura ambiente. A Figura 9.1 1 mostra o grau de compatibilidade de diversas combinações de metais. Em geral, quanto mais dura a superfície (mais precisamente, quanto maior a relação entre a dureza da superfície e o módulo de elasticidade), maior a resistência ao desgaste adesivo.
É muito comum o termo "desgaste" referir-se ao desgaste
abrasivo, que é devido ao atrito de partículas abrasivas sobre uma
FIGURA 9.9 Vista amplíada de duas superfícies nominalmente "Usas" em atrito.
superfície. Essas partículas são tipicamente pequenas e duras, e possuem quinas vivas - como grãos de areia ou partículas de metal ou óxido de metal que friccionam uma superfície metálica, desgastando-a. Exemplos comuns incluem o desgaste da madeira ou de um metal com areia ou lixa de esmeril ou com um
Capítulo 9 • Danos ern Superficies
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203
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FIG L'liA 9.11 Compatibilidade das dh·ersas combinações de m.etals. (Extraído de E. Rablnowicz, "Wear Coell'icients- Metais", Seção !V da referência (10].)
rebolo, o desgaste da sola de um sapato pela sua raspagem contra o cimento de uma calçada, o desgaste de uma lâmina de arado ou de uma sonda de perfuração da terra durante seu uso e a remoção de metal da superfície do mancai de sustentação de um eixo girante por partículas abrasivas estranhas presentes no lubrificante. Usualmente, quanto mais dura a superfície, maior sua resis tência ao desgaste abrasivo. As superfícies metálicas duras são obtidas através de tratamentos térmicos, endurecimento por chama ou indução, carburação, nitruração, galvanização, aplicação de revestimento por fogo e outros meios. Nem todos esses métodos são aplicáveis a situações severas, pois as superfícies endurecidas devem, algumas vezes, possuir pelo menos 3 mm de espessura para propiciar um tempo adequado de operação. É extremamente importante no projeto de uma máquina o uso apropriado de filtros de óleo, filtros de ar, guarda-pó, selagem de eixos e outros elementos de proteção para manter as partículas estranhas afastadas das superfícies metálicas em atrito. Algumas vezes, um dos elementos sujeitos ao atrito é fabricado de um material relativamente macio e é projetado para ser fácil e economicamente substituído. Por exemplo, as superfícies duras dos eixos girantes são protegidas pelo uso de mancais e buchas mais macias e de fácil substituição. Algumas vezes é desejável que o mancai seja suficientemente macio para permitir que as partículas abrasivas duras sejam completamente absorvidas, de modo que não se projetem para cima da superfície e a tu em como as partículas abrasivas de uma lixa. Esta é uma das razões de os mancais de babbitt macio serem utilizados nos eixos de manivelas dos motores dos automóveis.
9.11 Corrosão por Atrito (Fretting) A corrosão por atrito (frettillg) é classificada como uma forma de desgaste adesivo, porém geralmente abrange também elementos de desgaste abrasivo e desgaste por filme de corrosão. A corrosão por atrito ocorre quando superfícies pressionadas entre si são submetidas a um leve movimento relativo. Exemplos incluem encaixes por prensas (como no caso dos mancais fixados por prensagem em seus eixos) e conexões aparafusadas e rebitadas, onde as cargas flutuantes produzem um ligeiro movimento relativo. Outros exemplos são as interfaces dos feixes de molas e as pilhas de folhas metálicas transportadas por longas distâncias através de trens ou caminhões. O movimento relativo é tipicamente da ordem de 0,01 a 0,25 mm. O dano resultante pode ser uma mera descoloração das superfícies em contato (como ocorre com o transporte de chapas metálicas), a formação de mossas de superfície (o mais comum) ou o desgaste do material com uma profundidade de um milímetro (caso extremo). A rugosidade e as mossas causadas pela corrosão por atrito tornam a superfície mais vulnerável à falha por fadiga. A redução da resistência à fadiga é a conseqüência mais importante da cor-
rosão por atrito. Um conceito amplamente aceito é que o movimento oscilatório rompe a proteção natural dos fllmes da superfície, expondo os "picos" da superfície do metal de base que se soldam e, em seguida, se rompem pelo movimento relativo. Como amaioria dos materiais de uso na engenharia, os escombros da superfície assim formados se oxidam para formar partículas abrasivas poderosas que crescem e propiciam a continuidade do desgaste. Com as superfícies ferrosas o pó óxido é, algumas vezes,
204
PA11T~ l • FIJI\"I)A\IIL\IOS
chamado de "pó de cacau", devido à sua cor marrom. As partículas de óxido de magnésio e de alumínio possuem uma aparência negra. A resistência à corrosão por atrito varia bastante para os diferentes materiais. As ligas à base de cobalto com superfície endurecida estão entre as melhores. Em geral, aço sobre aço e ferro fundido sobre ferro fundido são bons, porém as interfaces nas quais um metal é o aço inoxidável ou titânio são pobres. O latão sobre aço tende a ser melhor do que o aço sobre aço. As contaminações do feiTO fundido com alumínio, magnésio, revestimento de cromo, revestimento de estanho ou plásticos são pobres. A geração de tensões residuais compressivas de supet:ftcie através de tratamentos térmicos ou de trabalho a frio tem-se mostrado particularmente efetiva no retardo da propagação de trincas de fadiga iniciadas pela corrosão por atrito. O aumento da dureza superficial resultante desses tratamentos provavelmente também é benéfico. Os lubrificantes com baixa viscosidade e alta tenacidade tendem a reduzir a intensidade da corrosão por atrito, sendo seu principal efeito, aparentemente, manter o oxigênio distante da interface ativa. Algumas vezes, a corrosão por atrito pode ser interrompida pelo aumento da pressão na interface das superfícies de modo a cessar o movimento relativo. Entretanto, se o movimento relativo continu ar o dano pela corrosão por atrito geralmente aumentará com a pressão maior. Detalhes adicionais referentes à corrosão por atrito ifretting) são fornecidos nas referências (4-6), [8), [lO) e [13).
onde 8 é a profundidade do desgaste, mm (ou in) té atempo, s K é o coeficiente de desgaste (adimensional) H é a dureza superficial, MPa (ksi)2 pé a pressão na interface das superffcies, MPa (ksi) v é a velocidade de deslizarn.ento, mm/s (inls) Para duas superfícies a e bem atrito, esta equação estabelece que a taxa de desgaste da superfície a é proporcional ao coeficiente de desgaste (para o material a quando em contato com o material b), inversamente proporcional à dureza da superfície de a e, admitindo um coeficiente de atrito constante, diretamente proporcional à taxa de trabalho por atrito. Para uma dada força compressiva total entre as superfícies, o volume de material gasto é independente da área de contato. Assim, uma outra forma da equação de desgaste, mais comumente utilizada, é K FS /1
(9.la)
onde W é o volume de material gasto, mml (in 3)
Fé a força compressiva entre as superfícies, N (quilolibra) S é a distãncia total de atrito, mm (in)
9.12 Proeedim.ento Analítieo do A"'~ do De.gute
A melhor forma de se obter os valores do coeficiente de desgaste K para aplicação em um projeto em particular é a partir de
Embora o projeto de componentes de máquinas do ponto de vista da resistência ao desgaste continue fortemente dependente de dados empíricos, alguns procedimentos analíticos estão atualmente disponíveis. A geralmente reconhecida "equação do desgaste", estabelecida na década de 1940, pode ser escrita como Taxa
d~: dc:\ga\lc -
ô- (K I
fi
)pv
(9.1)
ensaios experimentais realizados para a mesma combinação de materiais e operando, basicamente, sob as mesmas condições. Por exemplo, a obtenção das constantes de desgaste para o projeto de um "novo modelo" a partir dos dados obtidos de um "modelo antigo" similar. Além disso, a literatura fornece os valores de K
'Os valores das du=as Brinell, Vickcrs e Knopp csliio em kg/mm'. A conversão para MPa ou ksi ~ realizada multiplicando-se este valor por 9,81 ou 1.424, respectivamente.
MeteiS compatrvels Desgaste
adesivo
Parcialmente compatfvels Exc
Meta>s 1ncompatrvels
===~~==~==~"""- lub<1f.
NIIO-met111 sobre metaiS ou nlo-mei81S Desgaste
2 C()(J)CS
I Alta cone. 3
C()(J)CS
Ba1•a
I'------'-·.....::•b<=as"-.--;:::=~c~onc=.a:b:ras~.:.__ _ _ _..., Despste I Jub<~:',çao l.tlbnl1cado por atnto abras1vo
10-6 CoefiCiente de de,;gaste, K
FlGlllA 9.12 Esttmatlva dos oocllcie.ntes de desgaste para diversas situações de desliumento. (Extraldo de E. Rabinowicz, "Wear Coefficle.nts - MelAis", Seção IV da rd'erêocla [lOJ.
Capítulo 9 • Danos em Superfícies 205 para muitas combinações de materiais que foram obtidos sob as condições controladas de laboratórios. Quando se utilizam esses valores é importante que a temperatura aproximada da interface, os materiais e a lubrificação da aplicação específica correspondam àquelas utilizadas nos ensaios de laboratório. Para uma grande variedade de sistemas deslizantes, os coeficientes de desgaste ficam na faixa de 10- 1 a IQ- 8• A Figura 9.12 ilustra as faixas de valores tipicamente obtidas com várias combinações de compatibilidade de materiais (veja a Figura 9.11), lubrificação e modo de desgaste. Os valores de K correspondem ao mais macio dos dois metais em atrito. Os resultados dos ensaios para os coeficientes de desgaste mostram uma considerável dispersão, tipicamente sobre urna faixa de mais ou menos um fator de 4. Por exemplo, se o coeficiente de desgaste observado vale 100 unidades, o valor real de K pode variar de 25 a 400 unidades. Esta característica talvez seja esperada porque o desgaste adesivo tende a ser proporcional à quarta ou quinta potência do coeficiente de atrito, que isoladamente apresenta uma considerável dispersão. O Problema Resolvido apresentado a seguir ilustra o cálculo de K a partir de dados experimentais. PttOOLDL\ RESOLVIDO 9.2 Determinação dos Coeftcl entes de Des ste
Um mspositivo de ensaio de atrito caracterizado por um pino sobre um disco (Figura 9.13) envolve a extremidade de um pino de cobre de seçl!o circular não-lubrificada com dureza Vickers de 80, sendo pressionado com uma força de 20 N contra a superffcie de um msco de aço girante com dureza Brinell de 210. O conta to com atrito ocorre a um raio de 16 mm e o disco gira a 80 rpm. Após duas horas o pino e o disco são pesados. Constata-se que o desgaste adesivo causou uma perda no peso equivalente aos volumes de cobre e de aço correspondentes, respectivamente a 2,7 e 0,65 mm3 • Calcule os coeficientes de desgaste. SOLUÇÃO
Conhecido: Um pino cilíndrico tem sua extremidade pressionada contra a superffcie plana de um msco gir.mte. A Ser Determinado: Determine os coeficientes de desgaste.
DISCO de IÇO
com dureza Bnnell de 210
r• 16 mm
DISCO
C
~:: r
VOlume perdodo do d«o = 0.5!> mm 3
Oosco
r •Oh
Coof,auraçAo lniCIII
perdodo do pono • 2. 7 mml
t=2h
Conf,81Jraçlo l1nal
FICL'RA 9.1 3 Dl~posltivo de ensaio de desgaste consistindo em um pino sobre um disoo para o Problema Resolvido 9.2.
Comentário• : O volume de desgaste para o pino é calculado como v, = 7Td'Aj4, onde t:., é o desgaste linear do pino e d é o mâmetro do pmo. Se d = 4 mm. então, como v, = 2,7 mm', tem-se t:., = 0,21 mm. Considerando que a superffcie gasta do pino permanece plana,
o volume de desgaste paro~ o msco é de aproximadamente V4 = 'fr0d
ll4• Neste caso, t:.4 é a profunmdade de desgaste no disco e D é o mãmetro da trilha de desgaste. Com d = 4 mm, D = 32 mm e V4 = 0,65 mm1,tem-se t:.,, = 0,0016 mm. Note que a profundidade de desgaste no disco é menor que 11100 do desgaste linear do pino.
9.13 'lensões de Contato entre Sup~ietf
c....,..
Esq.unuu e Dados Fornecidos: Veja a Figura 9.13. Híp6tese: A Eq. 9.la é válida. Análise: 1. A distãncia total de atrito em duas horas vale
S
= 277(16)-mm rev
rev min X 80- . X 60X 2h mm h
= 9.65 X 105 mm 2. A dureza do pino, H= 9,81(80) = 785 MPa (cobre) A dureza do disco, H= 9,81(210) = 2060 MPa (aço) 3. Pela Eq. 9.la, o coeficiente de desgaste vale K - \VHIFS,
2.7(785) = t,IO x w-~ (para o cobre) 20(9.65 X tOS}
=
0.65(2060) 20(9,65 X tOS)
= 6,9-1
X 10-5
(para o aço)
O contato teórico entre superfícies curvas ocorre, em geral, em um ponto ou em uma linha (como uma esfera ou um cilindro e um plano, um par de dentes de engrenagens engrenadas, etc.). Quando corpos elásticos curvos são pressionados um contra o outro, são desenvolvidas áreas finitas de contato pelo fato de ocorrerem deformações. Entretanto, essas áreas são ti!o pequenas que as tensões compressivas correspondentes tendem a ser extremamente altas. No caso de componentes de máquinas como mancais de esferas, mancais de roletes, engrenagens e carnes e seguidores, essas tensões de contaro em qualquer ponto específico de uma superffcie são aplicadas ciclicamente (como ocorre em cada revolução de um mancai ou engrenagem), e assim as falhas por fadiga tendem a ser produzidas. Essas falhas são causadas por minúsculas trincas que se propagam, permitindo que pequenos pedaços do material se separem da superfície. Esse dano superficial, algumas vezes referido como "desgaste", é preferencialmente chamado de fadiga supeificial. Essas falhas serão discutidas com mais detalhes na seção seguinte. A presente seção oferece a fundamentação necessária para se considerar em mais detalhes as tensões causadas pela
206
pA11TE 1 •
Fui\'OAM F"\"fOS
:
(a)
FtGllt~ 9.14 Dístribuíção da pressão
Coes cohndros patalelas
Duas esferas
pressão superposta ao possível deslizamento entre os corpos elásticos curvos. A Figura 9.14 ilustra a área de contato e a correspondente distribuição de tensões entre duas esferas e entre dois cilindros, carregados com uma força F. Igualando-se o somatório das pressões sobre cada área de contato à força F, obtém-se uma expressão para a pressão máxima de contato. A pressão máxima de contato, p 0, atua sobre o eixo da carga. A área de contato é defmida pela dimensão a para as esferas e b e L para os cilindros. As equações para p0 , a e b podem ser simplificadas pela introdução da grandeza Â, que é uma função do módulo de elasticidade (E) e do coeficiente de Poisson (v) para os corpos 1 e 2 em contato.
(9.2) Para duas esferas,
(9.3)
li
= 0,908 .I
FA LIR,
+
UR1
(9.4)
Para uma esfera e uma placa plana, R 2 tende ao infinito; para uma esfera e um suporte esférico, R 2 é negativo. Para dois cilindros paralelos,
Po- 0.56-1
b= ll3 J '
(9.5)
F!:!..
l..( li R,
+
1/Ru
(9.6)
Para um cilindro e uma placa plana, R2 tende ao infmito; para um cilindro e uma ranhura cilíndrica, R2 é negativo.
de conta to.
Para outros casos de duas superfícies curvas prensadas uma contra a outra (como uma roda rolando sobre um trilho), veja as referências (6], [7], [11] e (12]. O valor da pressão de contato p0 é, obviamente, igual ao valor da tensão compressiva na supeifície, 0'. , atuante sobre o eixo da carga. A análise original das tensões de contato elásticas foi publicada em 1881 pelo alemão Heinrich Hertz, com 24 anos de idade. Em sua homenagem, as tensões atuantes nas superfícies de contato dos corpos curvos sob compressão são chamadas de tensões de conJato de Hertz. A dedução das Eqs. 9.2 até 9.6 admite que (1) o contato é livre de atrito; (2) os corpos em contato são elásticos, isotrópicos, homogêneos e lisos; e (3) os raios de curvatura R 1 e~ são muito grandes em comparação com as dimensões do contorno da superfície de contato. A Figura 9.15 mostra que a tensão compressiva direta 0', diminui abaixo da superfície. Ela também mostra os valores de 0', e O'y correspondentes. Essas tensões compressivas são uma conseqüência do coeficiente de Poisson - o material ao longo do eixo da carga que é comprimido na direção z tende a se expandir nas direções x e y. Todavia, o material nas vizinhanças não quer se mover para se acomodar a essa expansão, daí as tensões compressivas nas direções x e y. Devido à simetria do carregamento, pode ser mostrado que as tensões nas direções x, y e z, mostradas graficamente na Figura 9. 15, são as tensões principais. A Figura 9.16 mostra um círculo de Mohr para as tensões atuantes nos pontos sobre o eixo da carga a uma profundidade b abaixo da superfície para os dois cilindros paralelos. Note que o valor da tensão cisalhante máxima, T"'""' na Figura 9.16, está de acordo com o valor indicado na Figura 9.15b. Outros valores de Tmáx indicados nas Figuras 9.15a e b podem ser verificados da mesma forma. Todas as tensões consideradas anteriormente nesta seção estão ocorrendo ao longo do eixo da carga. A Figura 9.17 mostra uma importante tensão cisalhante que ocorre abaixo da superfície e deslocada do eixo da carga. Observe que se os cilindros girarem juntos nos sentidos indicados, qualquer ponto abaixo da superfície estará sob a ação das tensões mostradas primeiramente em A e, em seguida, em B. Esta é uma tensão cisalhante completamente alternada, e acredita-se que seja muito significante, juntamente com o início da fadiga por trinca nas camadas do material imediatamente abaixo da superfície. Essa tensão é máxima nos pontos abaixo da superfície a uma distância de aproximada-
9•
Capítulo
o
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I
I
o
-0,4p0
r\. r-- ~
1-eo; ~ mhoma de contato 4o
207
Tensllo
Tensllo
- 0.4Po
""' ,,
Danos ern Superficies
\
~l'flb
I
C..I ~esferl!S
5b
(distancoa u é defuuda na Fig. 9.13u) 6h
Po • pressão mâxuna
~---'"
j
dronlato
71
I
1 (b)
Oots ctllndros paralelos (a dostancia b é definida na Ftg. 9.1311)
mente 0,5b (a distância b é definida na Figura 9.14b). Como um ponto a essa profundidade rola através da zona de contato, os valores máximos dessa tensão cisalhante são atingidos a uma distância de aproximadamente b de ambos os lados do eixo da carga. A maioria dos elementos rolantes - dentes de engrenagens engrenados, um carne acionando um seguidor e alguns casos dos elementos rolantes nos mancais de esferas e de roletes - também tende a deslizar, mesmo que apenas ligeiramente. As forças de atrito resultantes produzem tensões normais tangenciais e cisalhantes que são superpostas com as tensões causadas pelo carregamento normal. Essas tensões tangenciais são ilustradas na Figura 9.18. Como qualquer ponto dado sobre a superfície rola pela zona de contato, as
FIGURA 9.15 Tensões elásticas abaixo da superficie, ao longo do eixo de carga (eixo z, x = Oey =O, para v= 0,3).
tensões tangenciais de cisalhamento variam de zero até um máximo e até zero novamente, enquanto as tensões normais variam de zero até uma tração, até uma compressão e até zero novamente. A presença de uma tensão de tração na superfície é sem dúvida importante na propagação das trincas de fadiga na superfície. Conclui-se esta seção com um resumo dos aspectos mais importantes das tensões associadas às superfícies curvas em contato. Inicialmente, as pressões máximas de contato e as áreas "aplainadas" de contato podem ser obtidas pelas equações clássicas de Heinrich Hertz. Abaixo da superfície e sobre o eixo da carga atua uma importante tensão cisalhante associada à expansão, pelo efeito de Poisson, do material comprimido ('Tmáx nas Figuras 9.15 e 9.16). Abaixo da superfície e de cada lado do eixo
' Q / T...... •0Jp
~
o
Um plano de tensllo cosalhanta m&xl ma
""'
1-'-
'
·- r-r - ""r-. -1-
-
\ t-
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1--1--1 t "•. -0.25t>o .I I I (
-
1- -
1-
FIGURA 9.16 Elemenw nas d.ireções principais e representação por círculo de Mohr para uma distância b abaixo da superficie, referente a dois cilindros sob o eixo de carga.
208
pA11TE 1 •
Fui\'OAM F"\"fOS
--·-- 1'
- 0,2r•o
r>o • pressao méx1ma de contato
=
- 0.3p0 '---~,--~--'---':---'---!--~--' - 41>
-h
FtctJRA 9. 17 Tensão clsalhlUlle na camada do material abaíxo da super· ffcie que se alterna quando ocorre o rolamento através da zona de con· talo. Os valores são representados graficamente para uma profundl· dade de O,Sb abaixo da superficíe e v 0,3. Os dois cilindros paralelos são normalmente carregados. (Nota: T,., apr esenta seu valor máximo a uma profundidade de O,Sb abaíxo da superffcie.) [Extraldo da refer ên· cia J. O. Smith e CblUlg Keng Liu, "Stresses Dueto TangentiallUld Normal Loads on an Elastlc Sotid witb Appticatlon to Some Contact St:ress P roblems", J, Appl. Mech. (Marcb de 1953).]
o
,,
21>
3/>
41>
D1slêncla I' do plano de ca~sa
. I j
Crllndro motnz
/
Sent1do da rotaçlio
,.....
a'r.'=fPo
101 101 1
Sent1do da romçao -
1
I----
<
Cilindro COrtt!€lldo (reage 11 rot11Çãa causando al&um deslizamento)
Po = presslo mâx.ma de contato
1 • coef1t1entt dt awto FtGL'RA 9.18 Tensões normaltangenclal e cisalbante causadas pelo deslí2amento com atrito entre dois cilindros paralelos. Os valores máximos ocorrem na superficie, no local indicado. Nota: O subscrito t indica que a tensão é devida a um car regamento tangencial (atrito).
Capítulo 9
da carga atua uma tensão cisalhante T,Y (Figura 9 .17). Esta tensão é particularmente importante durante a colagem dos componentes porque seu sentido é invenido quando qualquer ponto dado abaixo da superffcie rola, passando pela zona de contato. Algum deslizamento geralmente acompanha a colagem, e causa tanto uma tensão cisalhante superficial tangencial quanto uma tensão tangencial alternada de superffcie (Figura 9.18). Dois outros fatores muito importantes que afetam as tensões na região de contato são ( I) um aquecimento e uma expansão térmica, altamente localizados, causados pelo atrito de deslizamento, e (2) a distribuição hidrodinâmica da pressão do fUme de óleo que normalmente se situa na região de conta to. Por causa desses fatores, a pressão de contato de Hertz (p0 na Figura 9.14) não é por si só um indicador muito bom da severidade do carregamento de contato. PROB~IA REsoLVIDO
9.3 Tensões d e Contato e m uma Junta d e Esfera Articulada A junta articulada de esfera (Figum 9.1 9) na extremidade de um bmço oscilante possui uma superfrcie esférica de aço tempemdo com 10 mm de diâmetro e é ajustada ao assento esférico de um mancai de liga de bronze duro com lO, I mm de diâmetro. Qual é a tensão máxima de contato que resultará de uma carga aplicada de 2000 N? SOLUÇÁO
IConhecidc: Uma esfera de aço temperado de diâmetro conhecido exerce uma carga também conhecida contra um mancai de liga de bronze duro com assento esférico de diâmetro conhec ido.
A Ser Determinadc: Determine a tensão máxima de contato.
E•quenuu e Dado• Fornecidos:
• Da11os ent S uperficiea 209
2. Seja o corpo 2 o assento de bronze:
R2 = - 5.05 mm Ez = 110 Gpa (Apêndice C- I) 1•2 = 0.33 (Apêndice C- 1) 3. Pela Eq. 9.2
I -
vt
"l
1-
!:J. = - -- + - --= Et = 1.250
E2
x
10-l t
I - (0.33)2 I - (0.3)! .,. 110 X 109 207 X 109
m2/N
4. Pela Eq. 9.3, a pressão máxima de contato vale
Po - 0.578 -- 0,578
JF( l / R i I/R,)2 V ~2 • 1
1
2000( 1/0.005 i <1.25
2
1/ 0,?0505)
x ro- 11 r
213 MPa
Comentários: 1. Para muitas ligas de bronze duro, 213 MPa estariam abaixo da resistência ao escoamento. 2. Para este problema, se R1 = R 2, o contato seria altamente conforme (sem marcas de contato), e a teoria de Hertz não seria aplicável. 3. O efeito do raio da esfera, R,. e do módulo de elasticidade da esfera, E,, pode ser analisado calculando-se e representando-se graficamente a tensão máxima de oontato para valores do módulo de elasticidade E, do cobre, do ferro fundido e do aço para uma faixa de R, entre 5,00 e 5,04 mm. Conforme esperado, pam a esfem de aço carregada contra o assento esférico do mancai de liga de bronze duro a pressão máxima de contato entre a esfera e o assento é a maior para todos os valores de R,. Observa-se, também, que quando o r.üo R1 da esfera aumenta, a pressão de contato diminui.
I
Ma~ I de assento eslhoco
de ftta de bronze duro
FtGUilA 9.19a Junta esrérica do Problema Resolvido 9.3.
Hipót.elles: 1. As superfícies dos corpos não possuem atrito. 2. Os corpos são isotrópicos c homogêneos. 3. As superfícies são lisas e continuas . 4. Os raios de curvatum R, e R, são grandes em comparação com as dimensões das áreas de contato. S. A resistência ao escoamento por compressão do material mais fraco não é superada.
Análi&e: 1. Seja o corpo I a esfera de aço:
R 1 = 5mm E1 - 207 GPa (Apêndice C- 1) v 1 = 0.30 (Apêndice C-1)
AliO diMIOtt. 4 1 Cn'"')
FIGLRA 9.19b Tensão de contato cm runçllo do ralo da esrera para três diferentes materiais da esfera.
4. O contato entre a esferJ. e o assento se toma mais conforme quando a dimensão da esfera se aproxima da dimensão do assento esférico. Quando o ângulo de contato máximo entre a esfera e o assento é maior do que cerca de 15 graus, a análise de Hertz pam resolver o problema de oontato fornecerá um pequeno valor pam a pressão máxima de contato. A principal hipótese no desenvolvimento das equações de Hertz é que as dimensões da área projetada sejam pequenas quando comparadas aos raios de curvatum das superfícies em contato.
210
P ARTE 1
• FUi'iDA~IIL\TOS
am uma esfera de aço em contato com uma esfera de bronze R, 5 mm e R2 = 5,05 mm) , P• 7315 MPa. Evidentemente, ocorreria um escoamento localizado no ponto de contato da esera de bronze.
D =
=
~
~ ~
SOO r-----~----~----~----~----~
700~-----L------~----~------~----~
~~----~--~--~-c--~------~----~ 500~-----L~.,---~....,.
9.14 FalhatJ por Fadiga Superfi.eiol As falhas por fadiga superficial são uma conseqüência da aplicação repetida das cargas que produzem tensões nas superfícies de contato e abaixo delas, conforme descrito na seção anterior. As trincas iniciadas por essas tensões se propagam até as pequenas mossas da superfície do material se separarem, produzindo uma corrosão ou umafragmenração. A corrosão se origina com as trincas de superfície, e cada mossa apresenta uma área de superfície relativamente pequena. Afragmentação se origina com as trincas nas camadas do material abaixo da superfície, e os frag-
(/1)
FlCllL\ 9.20 falhas por fadiga superlldal. (a, Cortesia da American ~ .\tanufacturers Assodatioo. b, Cortesia do :Sew Departure. Hyan Beariog Dhislon, Geoerall\totors Corporation.)
150 E,.,....ens de óent~ retOf cm
a ta qualídade de fabfocaçlo, estrutura de aço tempetado, dureza k~~ ti~C~de~60~(6=30~B~hn~l----L------L~~~ 100 LR~~==
loS
106
107
108
V1da N (CiCIOS (log))
FIGUIA 9.21 Curvas S-N m(\dias para as tensi'les de oontato em roleres, mancais e engrenagens de dentes retas para 10% de probabilidade de ralha (7].
mentos se caracterizam por "flocos" finos da superfície do material. Esses tipos de falha ocorrem comumentc nos dentes de engrenagens, nos mancais de esferas c de roletes, nos carnes c seguidores e nas rodas metálicas rolantes sobre trilhos. Exemplos típicos são ilustrados na Figura 9.20. A Figura 9.21 mostra as curvas S- N típicas baseadas no cálculo das tensões elásticas de Hertz (p0 na Figura 9.14). Observe que o grau de deslizamento geralmente aumenta no sentido dos roletes paralelos (que não transmitem torque), representados pela linha superior, para os dentes das engrenagens de dentes retos, representados pela linha inferior. A tendência das superfícies em falhar por fadiga pode, obviamente, ser reduzida pela redução das cargas e pela diminuição do deslizamento. Uma melhor lubrificação auxilia, no mínimo, de três formas: ( 1) um atrito menor reduz a tensão cisalhante tangencial na superfície e também a tensão de tração mostrada na Figura 9.18; (2) um menor atrito, aliado ao aumento da transferência de calor, reduz as tensões térmicas; c (3) a presença de um bom filme lubrificante geralmente propicia uma distribuição mais favorável da pressão sobre a área de contato. Em geral, o aumento da dureza da superfície aumenta a resistência à fadiga superficial. Entretanto, o associado aumento da resistência reduz a habilidade das minúsculas imperfeições da superfície de se ajustarem pelo desgaste ou escoamento da superfície e, portanto, reduz as pressões de contato localizadas. Esta é parte da justificativa racional do que ocorre comumcnte na prática ao se fabricar uma das engrenagens de um par muito dura, com a outra relativamente mais macia para permitir uma acomodação das superfícies. A precisão geométrica de uma superfície ext.remamcnte lisa é altamente benéfica. Exceções ocorrem quando um deslizamento significativo está presente. Nesses casos, a porosidade da superfície, ou um padrão de minúsculas depressões em uma das superfícies em contato, pode auxiliar na forma de pequenos reservatórios que mantêm o lubrificante. As tensões residuais compressivas nas superfícies de contato aumentam a resistência contra falhas por fadiga superficial. Esta deve ser uma condição esperada e segue o padrão geral desse tipo de tensões, desencorajando a falha por fadiga e o dano superficial.
Capítulo 9 • Danos ern Superficies
9.15
Conside~es Finais
Conforme mencionado anteriormente, a corrosão e o desgaste representam, nos EUA, um custo estimado de aproximadamente $90 bilhões (1978). Além disso, a quantidade de componentes de máquinas que se desgastam é maior do que a dos que quebram. A redução dessa enorme carga econômica e ecológica representa um dos maiores desafios da engenharia moderna. A solução parece requerer (1 ) projetos que reduzam o dano superficial tanto quanto possível e (2) facilitem a substituição dos componentes de máquinas que são mais vulneráveis à deterioração superficial. Quase todas as pessoas já se depararam com situações em que uma máquina (como uma máquina de lavar roupas ou um refrigerador) foi descartada porque não era econômico substituir um ou dois componentes desgastados. Pode-se rever, brevemente, três aspectos determinantes em relação às superfícies dos componentes de máquinas.
Aspectos ecológicos e de saúde devem ser considerados no processo de escolha do material de revestimento e no processo de cobertura. Por exemplo, a presença de cádmio no corpo humano pode causar sérios danos. O uso de cádmio para revestir componentes de aço tem sido adotado extensivamente para propiciar uma melhor resistência à corrosão. (Mais de 1500 toneladas foram utilizadas com esse objetivo nos EUA em 1978, de acordo com o U.S. Bureau of Mines.) Grandes quantidades de fluidos com alta concentração de cádmio representam um subproduto da galvanização por cádmio. Eliminar esse resíduo sem poluir a água ou o solo é um problema. O desenvolvimento de processos seguros (e econômicos) para o revestimento com cádmio representa, assim, um importante desafio técnico e cientifico para a engenharia. Referê~ÜUJ I. Bcnncu, L. H. Ero11omics E.tfect.~ of Metal/ir Cormsion in the U.S.. a Report to Congress. Naúonal Bureau of Standards. March. 1978.
1. Uma superfície lisa é importante para a resistência à fadiga (lembre-se do fator de superfície C5 apresentado na Figura 8.13), para a resistência ao desgaste e, de alguma forma, para a resistência à corrosão. 2. A dureza atua no sentido de aumentar a resistência à fadiga (como em um aço, onde a resistênciaS~ em ksi é de aproximadamente 250 X H8 ), propiciar uma resistência ao desgaste e evitar um dano por cavitação. 3. A tensão residual de superficie é importante. As tensões residuais compressivas aumentam a resistência à fadiga, aumentam a resistência às trincas tensão-corrosão, à fadiga por corrosão e à fadiga superficial (pelas tensões d.e contato), e diminuem o dano à corrosão por atrito (jretting).
Um conceito importante no projeto moderno de muitos componentes de máquinas é a escolha de diferentes materiais para o interior e para a superficie. Se o material mais apropriado para a dimensão do componente não atender aos requisitos da superfície, um segundo material pode, geralmente, ser aplicado à superfície. Por exemplo, os componentes de aço podem ser revestidos (através de um processo de galvanização, revestimento mecânico, banho a quente, ligação por alta pressão e alta temperatura, aplicação de revestimento plástico através de chamas, etc.) com zinco, cádmio, cromo, níquel ou outros metais para propiciar a resistência à corrosão desejada. Os componentes metálicos macios, ou mesmo plásticos, podem ser revestidos com superfícies metálicas duras e polidas para obter resistência à abrasão e aparência. Para durezas extremas, carburetos de tungstênio e outros metais podem ser comercialmente aplicados através de diversos processos, dentre os quais aqueles que utilizam chamas. Para as aplicações que requerem um baixo atrito e desgaste, os revestimentos que incorporam fluoroplásticos (como o Teflon) são comumente utilizados. Outras coberturas plásticas são utilizadas para aplicações que requerem um alto coeficiente de atrito (como os freios, as embreagens e as correias). Os componentes cujas superfícies ficam sujeitas a um calor extremo podem ser revestidas com ligas especiais resistentes a altas temperaturas ou materiais cerâmicos. Algumas vezes o revestimento desejado pode ser incorporado a um material comum, como as tintas resistentes à corrosão com pigmentos de zinco ativo; ou revestimentos resistentes ao desgaste, consistindo em pequenas partículas de alumina e cerâmica em uma resina de epóxi. Assim, é quase sempre possível evitar os sérios danos associados à fabricação de componentes a partir de um único material.
211
2. Cocks. F. H. (ed.}, Manual of l11duslria/ Corrosion Standards ond CalllfTJI, American Society forTesting nnd Materiais. Philadelphia, 1973. 3. Colnngclo. V. J.. and F. A. Hciscr. A11alysis of Metal/urgicu/ Failures, 2nd e
6. JuvinaJ I. R. C.. Engineering Considerotions of Stress. Strain, and Strengt!J. McGraw-Hill. New York. 1967. 7. Lipson. C .. and R. C. Juvina ll , Homlbook of Stress wtd Strengr!J, Macmillan, New Yorb., 1963. 8. Lipson. C.. Wear Considerations i11 Design. Prenúce-Hall. Englewood Cliffs. N.J .. 1967. 9. McAdam. D. J., Jr.• "Corrosion Fatigue of Metal~ as Affected by Chemical Composition. Heat TrealmeoL and Cold Working," Tt·am. ASTM. 11 ( 1927). 10. Peterson, M. B., and W. O. Winer (ed.). WMr Comrol Hcmdbook. Tbe A.mericao Society of Mechanical Engineers. New York, 1980. li , Roark, R. .f ., and W. C. Young. Fnnnula.1 for Srrrn tmd SII'Oin. 5lh cd .• McGruw-Hill, Ncw York. 1975. 12. Timoshcnko, S.• nnd J. N. GoO
Problerrw.s Seções 9.2-9.4 9.IP
Acesse oendereço da Internet http: 1 / www . corros ion-doctors. org, c, na scç.ão "lnfonnation Modrdes.. selccione ..Corrosion Enviromnents
antl App/ications". Escolha um dos tópicos listados e faça um resumo das informações ali contidas. Inclua, quando possível, os custos, os tipos de materiais afetados, o tipo de corrosão que pode ser esperado e como interromper os efeitos da corrosão.
9.2P
Re·vG:ja o endereço da Internet ht tp : 1 / ww.,;. corrosionsource . com.
(a) Para cada caso, qual dos metais sofrerá a ação da corrosão'/ (b) Quais as taxas de corrosão nos dois casos? (c) Se fosse utilizado o dobro da quantidade de rebites, que influência isso teria na taxa total de corrosão'/ 9.10P
Algumas normas de instalações hidráulicas requerem que um isolante elétrico seja utilizado quando um tubo de cobre é conectado a wn tubo de aço. Com o au.u1io de um esquema simples, explique a razão física dessa exigência.
9.11P
O cabo de engate da traseira de uma pieape, cuja resistência à ruptura é de 4000 lb, é fabricado a partir de arames de aço-carbono trançados de 7 x 19. Para evitar a corrosão, o cabo com 5 mm de diâmetro é galvanizado e revestido com wn tubo contraído porcalor e resistemc ao tempo, fabrk ado de poliolefina cruzada. As cxtrenlidades do cabo de engate são seladas com epóxi durante a fabricação. Devido à sua geometria e à fixação específica da cxtrenúdadc, o cabo é flc>
(a) Quais os tipos de fenômeno de corrosão que podem ser identificado por observação visual'/ (b) Quais são os métodos de controle da corrosão sugeridos'! 9.3
Placas de alumínio são unidas firmemente. entre si com rebites de latão. As placas de alunúnio possuem uma área total exposta de I ,5 fl1, e os rebites possuem uma área total exposta de 2,5 in2• O ambiente envolve umidade e alguma salinidade. (a) Qual(is) o(s) metal(is) que irá(ão) se corroer'? (b) Se for utilizado o dobro da quantidade de rebites, que efeito isso terá na taxa total de corrosão'?
9.4
Placas metálicas quadradas com uma área total exposta de 10,75 fl' são frrmemcnte unidas entre si com rebites cuja área total exposta é de I5,5 in2• O ambiente envolve umidade c alguma salinidade. Considere dois casos: (I) placas de ferro com rebites de liga níquei-C()bre c (2) placas de liga níquel-cobre com rebites de ferro. (a) Para cada caso, qual o metal que irá se corroer'/ (b) Quais as taxas de corrosão nos dois casos'? (c) Se fosse. utilizada a metade da quantidade de rebites, que influên-
cia isso teria na taxa total de corrosão'?
9.5
Uma chapa de chumbo é rebitada com fechos especiais de broitZC. A área total exposta da chapa é 100 vezes maior que a dos fechos. O conj unto é exposto à água do mar. (a) Qual o metal que irá se corr()Cr'/ (b) Se fosse. utilizada a metade da quantidade de fechos, que influência isto teria na taxa total de corrosão'I (c) Como a corrosão poderia ser reduzida'!
9.6
Uma chapa metálica de aço galvanizado é firmemente unida a rebites de cobre. A chapa de aço galvanizado possui uma área de 1,2 fl' , e os rebites possuem uma área total exposta de 2 in' . O ambiente contém umidade e alguma salinidade. (a) Qual o metal que irá se corr()Cr/ (b) Se for utilizada a metade da quantidade de rebites, que efeito isso terá na taxa total de corrosão? (c) Como a corrosão poderia ser reduzida'?
9.7
FlGlllA P9.11P Seçiio transversal do cabo de engate traseiro- sete cabos de 19 arames.
9.12P
Um dispositivo mecânico é constituído de placas circul.ares de aço inoxidável AISJ 301 com uma área total exposta de I ,5 m1. Essas placas são aparafusadas entre si através de parafusos de cabeça de aço revestidos por cromo, cuja área total exposta é de I 10 cm1. O dispositivo contém umidade e a possibilidade de alguma sal!inidade (veja a Figura P9.7). (a) Qual o metal que irá se corr()Cr'/ (b) Se for utilizada a metade da quantidade de parafuS()S, que influência isto terá na taxa total de corrosão? (c) Como a corrosão poderia ser reduzida'!
A corrosão das superfícies de aço internas do cárter de um determinado motor é um problema. Alguém sugeriu a substituição do bujão de aço do dreno de óleo por outrO feito de magnésio. Vooê recomendou que o bujão de aço fosse mantido, porém que em sua superfície interna fosse inserida uma pequena barra de magnésio (veja a Figura P9.12P). Explique, brevemente, suas razões. Barra de onsetÇao Bujão do dreno
(magnésoo)
(aço)
Oleo
,/ Parafusos de cabeça de aço
revestido com aomo Área total exposta; 110 cm2
Placas de aço onox odáwl ~ 1 Área tola! t!lj)()Sta "' 1,5 m
FIGURA P9.12P Amboente
~trol
toco
9.13P FIGURA P9.7
9.8
(a) corrosão atmosférica em componentes estruturais, cantoneiras, juntas soldadas e tanques de armazenamento; (b) concentração de células de corrosão em recipientes líquidos, tubos e conc><ões de recipientes líquidos (por e>
Repita o Problema 9.7, desta vez utilizando parafusos de cabeça de tiLânio.
9.9
Placas metálicas com uma área total exposta de I m' são frrmemente. unidas através de rebites cuja área total exposta é de 100 cm' . O ambiente é úmido e possivelmente contém alguma salinidade .. Considere dois casos: (I) placas de aço com rebites de cobre e (2) placas de cobre com rebites de aço.
ilustre um projeto detalhado para reduzir a corrosão nos seguintes casos:
9.14P
Escreva um relatório intitulado Mecanismos de Corrosão tratando das seis causas básicas da corrosão: (I) dircta, (2) comple>
Capítulo ca, (4)cooccntnlda, (5) dezincificaçãoe (6) relaçllo entre tensão e corrosllo. Explique o que pode ser feito para superar ou minimizar o efeito de cads uma delas.
9 • Danos em Superficies 213
Placa de tn-amento
Seção 9.12 9.15
Um mecanismo de engate apresenta superficics de OÇD com I 00 e 300 Bhn unidas, atritando-se para trás e para a frente, ao longo de uma distância de 30 mm em cada instante de operação do engate. A lubrificaçllo é questionável (supostamente, as superfícies recebem uma gota de óleo uma vez por mês). A operação de engate é realiz.ada, em média, 30 vezes por dia, a cada dia (veja a Figura P9.15). Estime o volume de metal que será desgastado do componente de aço mais macio durante um ano de uso se a carga compressiva entre as super!Tcies t de 100 N.
I
FtGUIIA 1'9.23
9.24
30 ciClos por doa, todos os doas
J . ~">·•oo~. m~=r c 100 N
Enaate
fechado
(a) C41cule a pressão máJtima de contato e o comprimento de contato. (b) A que profundidade abaixo da superf'teie ocorre a tensllo cisalhante
100 N
t;;JO
Aço,
300 Bhn
máxima e qual é o seu valor? [Resp.: (a) 275 MPa, 0,058 mm; (b) 0,023 mm. 83 MPaJ 9-25
Repita o Problema 9.24 utilizando um pinhão de aço e wna engrenagem de ferro fundido.
9.26
Em urna d~tcnninada máquina de tração, o rolo ciliodrico de trnção, com diâmetro de I ,O in, é pré~egado contra um rolo cilíndrico de 3,0 in de diGmetro. Os rotos são de aço e possuem wna largura de I ,O in, e a pré-carga é de 50 lb. Os eixos dos cilindros são paralelos. Calcule a pressão máxima de contato e o comprimento de contato. Octermi· ne também o valor máximo da tensão cisalhante atuante nas camadas abaixo da superficie.
9:r7
l'lltência é tranSmitida entre dois rolos de aço pressionados mutuamente, ooofonnc mostnldona Figura 9.17. Ocam:gamentoé tal que a pn:ssliO máxima de COOtaiO é de 2 GPa e O comprimenlo de contaiO é de I mm. 0cone um tigeiro destiz.amenro. e o coeficiente de atrito foi estimaclo cm 0,3.
Enaate aberto
FIGURA 1'9.15 9.16
9.17
Considere o Problema 9.15, porém uúfu.c uma distlncia de atrito de 20 mm. Estime o volume de metal que será desgastado para cada uma das super!Tciesde aço em contato. Todas as demais condições sllo idênticas às do Problema 9.15. Reconsidere o Problema 9.15,portmestimeo volume de metal que será desgastado para cada uma das superficies de aço em contato, ambas de 300 Bhn. Todas as demais condições são idênticas às do Problema 9.15.
9.18
Repita o Problema Resolvido 9.2, desta vez utilizando um disco girante feito de liga de alumínio forjado 2014--T6 com durez.a Brinell de 135.
9.19
Repita o Problema Resolvido 9.2, desta vez utilizando um pino feito de liga de alumínio forjado 201 1-T3 com dureza Brincll de 95.
9.20
Um componente de aço com 550 Bhn se atrita para trás e para a frente ao longo de uma distância de 3 in no interior da ranhura de uma barra de ligaç~o de aço com 150 Bhn. A barra de ligação e o componente são os elementos de um mecarlismo do tipo tesoura. utilizado para elevare baixar a janela de um automóvel. As super!Tcies deslizantes não são lubrificadas. A janela deve operar uma ~a de 2000 vezes por ano. Estime o volume de metal que será desgaslado da barra de ligaçllo de aço mais macio durante um ano, coosiderando que a carga comprcssiva entre as superfieies é de 20 lb.
Seções 9.18 e 9.14 9.21
A junta esférica na extremidade de um braço oscilante possui uma su-
per!Tcie esférica de aço temperado de 10 mm de diGmctro ajustada ao assento esférico de um mancai de liga de bronze duro de 10,2 mm de diâmetro. Qual é a tensão máxima de contato rcsuha.ntc da aplicação de uma carga de 2000 N? 9.22P 9.23
Reconsidere o Problema 9.21, porém calcule c represe, te graficamente a tensllo máxima de contato para cargas na faixa de ISOO N a 2000 N. A Figura P9.23 mostra os componentes de um mecanismo de Geneva
utilizado, por exemplo, na seleção das ferramentas de uma máquina. Cada instante em que o braço motor realiza uma volta, a roda de Geneva (para o projeto ilustrado com quatro l'1lllhuras) gira de 90". O braço suporta um pino cilíndrico rolante de aço temperado que se ajusta às ranhuras da roda de Geneva_ O pino deve possuir um comprimento igual ao diâmetro. A roda é fabricada de uma liga de ferro fundido tratada termicamente (E = 140 GPa, v • 0,25). Para uma tensão de contato de projeto de 700 MPa, determine o menor diâmetro aceitável para o pino se o torque aplicado de sobrecarga ao braço, para efeito de projeto (torque normal multiplicado pelo fator de segurança}, é de 60 N·m.
Duas engrenagens de dentes retos de aço possuem uma largur• de 20 mm e um perfil de dentes com raio de curv&ura na linha de contato de 10 c 15 mm. Uma força de 250 t\ t traJJSrnitida entre elas.
(a) Qual é a máxima tens~o cisalhan!e completamente alternada, T.,. e a que dbtlncia_ de ambos os lados da linha de carga, ela ooorre7 (b) Qual é o valor máximo da tensão de tração alternada desenvolvida na supcrflcie'l (c) Qual é o valor máximo da tensão cisalbante desenvolvida na supcrflcic'l (d) f!xpliquc, brevemente, os tipos de deterioração superficial que podem ocom:r. [Resp.: (a) 0,46 GPa, 0,45 mm; (b) 1,2 GPa; (c) 0,6 GPa( 9.28
Um rolo de aço com comprimento de 20 mm e diâmetro de I5 mm está sujeito a urna carga de 150 N por milimetro axial, quando gira sobre a superficie interna de um anel de aço com diâmetro interno de 75 mm. Detennine o valor da pressão máxima de cootato e o comprimento da zooa de contato.
9.29
Um rolo cilíndrico com dillmetro de 15 mm é pré-carregado contra um rolo cillodrico de 75 mm de diâmetro na condição de elemento rnotrit. Os rolos sllo de aço e têm uma largura de 25 mm, e a força de pré-carga é de 200 N. Os eixos dos cilindros sllo paralelos. Calcule a pressllo máxima de contato, o comprimento c a área de contato. Octennine tarnbém o valor máximo da tensão de cisalbarnento atuante nas camadas abaixo da supcrficie (veja a Figura P9.29). 200 N
1 f
2!>-
7!>-
FJCUIIA 1'9.29
---~--------------
PARTE 2
APLICAÇOES
CAPÍTULO
10
Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potêrwio ...........~---------------------------------------------10.1
Intra~
Uma pessoa leiga provavelmente considera os elementos de fixação rosqueados (como parafusos, porcas e ferrolhos) como os componentes mais comuns e desinteressantes dos elementos de máquinas. Analisando mais profundamente, o engenheiro percebe que esses aparentemente simples componentes existem em surpreendente variedade e com detalhes de projeto que representanl notáveis capacidades inventivas. As implicações econômicas do projeto dos elementos de fixação, tanto rosqueados quanto não-rosqueados (como os rebites) são imensas. Por exemplo, a estrutura de um grande avião ajato possui aproximadamente 2,4 X 106 elementos de fixação, com um custo aproximado de US$750.000 em valores de 1978. As implicações associadas à segurança dos elementos de fixação utilizados nas máquinas particularmente nos veículos de transporte de pessoas - são óbvias. As considerações sobre a corrosão são geralmente críticas, em virtude dos materiais utilizados nesses elementos e nos elementos a serem fixados, o que dá origem ao potencial das células galvânicas. Muitos fixadores devem ser projetados para dispositivos simples e de baixo custo (geralmente automáticos). A facilidade de desmontagem também é, em geral, muito importante onde a manutenção e a substituição de componentes devem ser consideradas. Por outro lado, a dificuldade de desmontagem é, algumas vezes, importante no sentido de uma resistência ao vandalismo. Como requisito adicional, a facilidade de desmontagem para o descarte e a substituição de componentes e materiais tem-se tornado cada vez mais importante. (Tem
sido sugerido, de forma jocosa, que os elementos de fixação utilizados na indústria automoti va suportem, com segurança, todas as cargas operacionais e de impacto relacionadas à segurança. Todavia, devem serprojetados de modo que na condição da queda de um veículo de uma determinada altura todos esses elementos devam falhar, permitindo a classificação dos componentes para efeito de reciclagem! ) Em resumo, o problema do projeto de parafusos (e outros elementos de fixação) que sejam mais leves, de fabricação e uso mais baratos, menos susceptíveis à corrosão e que não se soltem quando sujeitos aos efeitos de vibrações se apresenta como um desafio sem fim ao engenheiro que trabalha nessa área. Além disso, todos os engenheiros estão envolvidos com a seleção e o uso dos elementos de fixação e, portanto, precisam conhecer as opções disponíveis e os fatores que norteiam sua seleção e uso. Os parafusos de potência com diversas configurações são também comumente encontrados nos componentes de máquinas. A engenharia envolvida em seu projeto tem grande relação com a engenharia e o projeto dos elementos de fixação rosqueados.
10.2 Form.a8, 'lerminologia. e Padrões de Ro8ca8 A Figura 10.1 ilustra o arranjo básico de uma rosca helicoidal enrolada no entorno de um cilindro, como as utilizadas nos elementos de fixação rosqueados, nos parafusos de potência e nos parafusos sem fm1 (um tipo de elemento que é utilizado nos sem-
úctremodade da rosca
(o)
(b}
Rosca (luerta (sentido hO<árío) ~nrca
Rosca esquerda {sentido antr·horâno) dupla
FIGURA 10.1 Roscas helicoidais de passop, annço L e ângulo de avanço A.
218
P ARTF.
2 • Aru r.AçOv.s
Ooametro de raiz
o.ametro
FIGURA 10.2 Geometría das roscas Unificada e ISO. A figura mostra o per-
ru básico da rosca externa.
fins e nos conjuntos engrenagem-sem-fun - veja o Capítulo 16). O passo, o avanyo, o ângulo de avanço e o sentido da rosca são definidos pela ilustrayão. Virtualmente, todos os p3!1'afusos possuem uma única rosca, porém os sem-fins e os parafusos de potência algumas vezes possuem roscas duplas, triplas e mesmo quádruplas. Todas as roscas são admitidas como sendo direitas (aperto no sentido horário); caso contrário deve haver uma indicação explícita. A Figura 10.2 mostra a geometria padronizada dos filetes de roscas utilizados nos elementos de fixação. Esse padrão é, basicamente, o mesmo tanto para as roscas Unificadas (séries em polegada) quanto para as roscas padrão ISO (International Standards Organization - roscas métricas). (As formas com que os detalhes da região da raiz podem variar de modo a reduzir a concentração de tensões são apresentadas na Seção 10. 12.) As dimensões padronizadas para os dois sistemas são fornecidas nas Tabelas 10.1 e 10.2. A Tabela 10.1 mostra tanto a série de roscas finas (UNF, Unified National Fine) quanto a série de roscas grossas (UNC, Unified National Coarse). A área sob tensão fornecida na tabela é baseada na média dos diâmetros de passo e da raiz. Esta é a área utilizada nos cálculos das tensões " PIA". Ela se aproxima da menor área de fratura possível, considerando a presença da rosca helicoidal. O Padrão Nacional Americano oficial em relação ao qual as informações da Tabela 10.1 foram consideradas é o ANSI (American National Standards Institute) Bl.l (1974), que é publicado pela ASME (American Society of Mechanical Engineers) e tem como responsáveis a ASME e a SAE (Society of Automotive Engineers). Esse padrão também define uma série de roscas extrafinas e oito séries de roscas de passo constante (cada uma das quais cobrindo uma faixa de dimensões com 4, 6, 8, 12, 16, 20,28 e 32 filetes por polegada). Entretanto, a grande maioria dos parafusos com roscas padronizadas em polegadas está em conformidade com as séries finas e grossas padronizadas listadas na Tabela 10.1. Uma das primeiras formas de roscas a serem utilizadas foi a rosca em V, que, basicamente, possui um perfil similar ao perfil moderno mostrado na Figura 10.2. A única diferença reside no fato de os lados inclinados de 60° se estenderem até os pontos angulosos na crista e na raiz da rosca. A crista com vértices aguçados tornava a rosca vulnerável a danos, e a raiz com quinas vivas causava uma forte concentração de tensões. Os padrões americanos anteriores (rosca Nacional Americana) e o primeiro padrão inglês (rosca Whitworth) modificaram a crista e a raiz
aguçada de modos ligeiramente distintos. Ambos os países, assim, concordaram com o padrão unificado, ilustrado na Figura 10.2. Mais recentemente, as principais nações do mundo concordaram em adotar a rosca ISO (sistema métrico). Diferentes aplicações requerem roscas com distintos graus de precisão e diferentes folgas entre os componentes rosqueados conjugados. Assim, as roscas dos parafusos são fabricadas para diferentes classes de ajustes. Para o caso de roscas unificadas, três classes são padronizadas, com a classe 1 representando o ajuste mais folgado e com as maiores tolerâncias e a classe 3 o ajuste mais apertado e com as menores tolerâncias. Obviamente, os componentes rosqueados da classe 3 são também os mais caros. As zonas de tolerância para porca e parafuso são ilustradas na Figura 10.3. Informações detalhadas sobre as dimensões, os ajustes e as tolerâncias para as diversas séries de roscas padronizadas em polegadas podem ser encontradas em ANSI Bl.l. A Figura 10.4 ilustra diversas formas de roscas padronizadas utilizadas nos parafusos de potência. As roscas Acme são as mais antigas, e ainda hoje são utilizadas. A rosca Acme rebaixada é, algumas vezes, utilizada por ser mais simples de ser tratada termicamente. A rosca quadrada fornece uma eficiência ligeiramente maior, porém raramente é utilizada devido às dificuldades no processo de fabricação para o ângulo de rosca de oo. Além disso, há uma perda na capacidade da rosca Acme de ser utilizada com uma porca bipartida (em um plano axial), as duas metades da qual podem ser movidas juntamente para compensar um eventual desgaste da rosca. O ângulo de rosca de 5° da rosca quadrada modificada supera parcialmente essa limitação. A rosca trapezoidal é, algumas vezes, utilizada para resistir a grandes forças axiais em um sentido (a carga é suportada pela face com o ângulo de rosca de 7°). As dimensões padronizadas são fornecidas na Tabela 10.3. Para os parafusos de potência com múltiplas roscas, deve-se observar que o número de roscas por polegada é definido como sendo o inverso do passo, e não como o inverso do avanço. Todas as roscas discutidas nessa seção circundam um cilindro, conforme ilustrado pela Figura 10.1. Outras roscas, como as utilizadas em tubulações e nos parafusos de madeira, circundam uma superfície cônica.
10.3 Parafusos de Potêneia Os parafusos de potência, algumas vezes denominados atuadores lineares ou parafusos de translação, são utilizados para converter o movimento de rotação, da porca ou do parafuso, em um movimento relativamente lento, linear, do componente acoplado ao eixo do parafuso. O objetivo de muitos dos parafusos de potência é a obtenção de um grande aproveitamento na operação de elevação de uma carga, como o obtido nos macacos mecânicos com parafuso, ou exercer forças de valor elevado, como nas prensas e nas máquinas de ensaio de tração, nos compactadores de lixo residenciais e nos tomos manuais do tipo C. O objetivo dos demais, como os parafusos dos micrômetros ou os parafusos de avanço dos tornos, é a obtenção de um posicionamento preciso para o componente com movimento axial. A Figura 10.5 mostra um esquema simplificado de três macacos mecânicos (acionados por parafuso) distintos suportando um determinado peso. Observe que, em cada caso, apenas os componentes mais escuros, aos quais é conectada uma alavanca, podem girar, e que um mancai axial de esferas transfere a força
Capítulo 10 a Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência
Tabela 10.1 Dimensões Básicas das Roscas Unificadas de Parafusos Roscas Grossas - UNC
Roscas Finas - UNF
Diâmetro
Bitola 0(0.060) 1(0.073) 2(0.086)
Diâmetro Maior, d (io)
0.0600 0.0730
Roscas por Polegada
Menor da Rosca E.xtema, d, {in)
Diúmetro
Menor da Ro=
Área sob
T eo.'ÕÕeS dt Tração, A, (in1 )
Roscas por Polegada
Externa, d, (in)
80 72
0.0447
0.0538
0.00263
0.0560
Área sob Tt osõcs de Tração, A, (in1 )
0.00180 0.00278
0.0860
64 56
0.0641
0.00370
64
0.0668
0.00394
3(0.099)
0.0990
48
0.0734
O.rol87
56
0.0771
0.00523
4(0.112)
0.1120
40
0.0813
0.()()6().~
-18
0.0864
0.00661
5(0.125)
0.1250
40
0.0943
0.00796
4-1
0.0971
0.00830
6(0.138)
0.1380
32
0.0997
0.00909
40
0.1073
0.01015 0.01474
8(0.164)
0.1640 0.1900
32 24
0.1257
10(0.1 90)
0.1389
0.0140 0.0175
36 32
0.1299 0.15 17
0.0200
12(0.216)
0.2160
24
0.1649
0.0242
28
0.1722
0.0258
4
I
0.2500
20
0.1887
0.0318
28
0.1062
0.0364
5
T6
0.3125
18
0.2443
0.0524
24
0.2614
3
8
0.3750
0.2983
0.0775
24
0.3239
0.0580 0.0878
16
0.4375
16 14
0.3499
0.1063
20
0. 1187
2
0.5000
13
0.4056
0.1419
20
03762 0.4387
9
16
0.5625
12
18
0.4943
0.203
8
li
0.4603 0.5135
0.182
0.6250 0.7500
0.226
18
0.5568
0.256
lO
0.462
16 14
0.6733 0.7874
0.373
9
0.6273 0.7387
0.334
0.8750 1.0000
0.8466 0.9497
0.606 0.763
12 12
0.8978 1.0228
0.663
0.969 1.155
12
1.1478
0.856 1.073
12
1.2728
1.3 15
1.405
12
1.3978
1.581
~ I
~ ~
4
7
il I! 8
1.1250
8 7
I !4
1.2500
7
1.0747
I 8J li
1.3750
2
6 6
1.1705
1.5000
13
1.7500
5
2 21
2.0000
41
2
1.7274
L'iO
2.2500
41
2!
2.5000 2.7500
4
1.9774 2.1933
3.25 .1,00
4
2.4433
.1.93
3 3! 4
3.0000
4
2.6933
3.2500
4
3!
4
3~
3.5000 3.7500
2.9433 3.1933
5.97 7. 10
4
3.4433
8.33 9.66
4
4.0000
4
3.6933
11.08
4
4
2~
1.2955 1.5046
2
0.1599
0.~09
1.90
Nota: Vej a os padrões ANSI BJ.J-1974 para mais detalhes. As roscas unificadas são especificadas como "
t in - 13 UNC", "1 in - 12 UNF".
219
220
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s
Tabela 10.2 Dimensões Básicas das Roscas Métricas Padrão ISO de Parafusos Roscas Finas
Roscas Grossas
Diâmetro ominai d (mm)
l>usso p (mm)
1
0.5
3,5 ~
0.6 0.7
5
0.8
6 7 8 lO
Dif•mclro Menor, d, (mm)
Árcnsob Tcnsüo.
At(nun 2)
2.39 2.76 3.14 4.02 4.77
20.1
~.77
28.9
Pnsso p (mm)
Árco sob Tcnsüo.
A, (mm2)
5.03 6.78 8.78 14.2
1.25
6.47
36.6
1.5
8.16
58.0
1.25
84.1
1.25
6.77 8.47 10.5 12.2
39.2 6 1.2
12
1.75
14
2
11.6
115
1.5
16
2
1.5 1.5
14.2 16,2
16,9
192 245
18.2
18.9
303
1.5 1.5
216 272
22
2.5 2.5 2.5
13.6 14.9
157
18
20.2
333
24
3
20.3
353
2
21.6
334
27 30 33 36 39
3
23.3
459
2
24.6
496
3.5
25.7
27.6
28.7 31,1
561 694
2
3.5 4
621 761
8 17
30.6 32,3
4
3-4.1
976
2 3 3
20
9.85
Dlômc1ro Menor, ti, (mm)
35.3
92,1 125 167
865 1030
Nota: as roscas m6tricas são identificadas pelo diâmetro e pelo passo como "M8 x 1,25".
__....- Zona de toleranc•a da t09Ca Perftl básico (coniO
lona de loletinc•a do parafuso FtGLllA 10.3 Zonas de tolerância para diversas classes de roscas unificadas. Nota: Cada classe- 1, 2 e 3- utiliza uma região das zonas mostradas.
(o) Acme
(b) Acme reth'IIXada
H-PI
R1 lj [ d,
J,
J
I_
J,
FIGURA 10.4 •' ormas das roscas utilizadas nos parafusos de potência. [Nota: Todas as roscas mostradas são externas (lsto é, no parafuso e não na rosca); d. é o diãmetro médio do contato na rosca e é aproximadamente igual a (d + d,)/2.]
J,
I
_J
(<-) Ouadlldl
(d) Quadrada mochf1cada
I<) Trape:Otdal
Tabela 10.3 Dimensões Padronizadas das Roscas de Parafusos de Potência R0501S por Polegada
Diâmetro Maior d (in) !
AcmeeAcme Rebaixada•
Quadrada e Quadrada 1\lndillc:ada
lO
,! 8
16 14 12
I
lO
8
•.i. 16
8 7
Trapezoidal'
i6
12
i6
'
10
I
2
lO
6t
~
8 6 6
5
4t
16 16 16 12
5
4
12
I!
5 5
3!2
lO
8 3
i
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8
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lO
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2
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Il
lO
• 2
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•
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3i
2
4
2
I!
•
, ~
J
•
i
6 6 6
4}
2
5
5
2
5
' Veja os padrões ANSI BI.S-1977 para mais detalhes. ' Veja os padrões ANSI B 1.9- 1973 para mais detalhes.
222
PAR1T.
2 •
APUCAÇ0f.S
~ F. • O
n(J co' ~ ~ co' a,. \ell ~~
q
O (a)
O somatório das forças axiais (forças verticais na vista inferior esquerda) fornece ~ F,,
= 0:
"' +
111.{ sen
>.. - coso,. CO\ ~)
O
ou (o)
11
(c)
(b)
FlGLI\A 10.5 Peso suportado por tr@s macacos mecânicos. Em cada macaco de parafuso ap~nas o compoo~t~ mais escuro pode girar.
axial do componente girante para o componente fuo. A concepção dos três macacos é basicamente a mesma. Assim, pode-se escolher o mostrado na Figura 1O.Sc para a determinação do torque, Fa, que deve ser aplicado à porca de modo a e levar o peso fornecido. O giro da porca, no caso da Figura 10.5c, obriga cada região de sua rosca a subir um plano inclinado. Pode-se representar este plano pelo desenvolvimento da região correspondente a uma volta da rosca do parafuso, conforme mostrado na parte inferior esquerda da Figura 10.6. Sendo desenvolvida a região correspondente a uma volta completa, pode-se desenhar um triângulo que ilustra a relação tg~
q= w
7Td,.
I
+ cos a11 sen ~ co~ a. CO'- ~ - f ~en 11 cos ~
(c)
Conforme observado, o torque correspondente à força q é q(d,/2). Como o pequeno bloco representa o segmento típico da rosca da porea, a integração ao longo de toda a superfície de contato da rosca resulta nas mesmas equações, exeeto pelas cargas q, w e n, que devem ser substituídas pelas cargas totais Q, W e N, que representam as forças totais nas direções tangencial, vertical e normal, respectivamente, atuantes na rosca. Assim, a equação para o torque necessário para elevar opesoWé
(16.1)
=-
(b)
Combinando-se as Eqs. a e b, tem-se
T = Q
L
= _ _ _ _11" .:...__ __ co~ cr,. cos >.. - f ~cn >..
d,.
2
=
Wd,.. I
co~ ~
+
co~
cos a. cos ~ -
2
a. o;en À
I
~n ~
(102) ·
Note que o torque Ttambém é igual aFana Figura 10.5c. Como o avanço L, em vez do ângulo de avanço A, tem geralmente um valor padronizado conhecido, uma forma mais adequada para a equação do Iorque é obtida dividindo-se o numerador e o denominador porcos A e, em seguida, substituindo-se tg À por Umi,.. Esta manipulação fornece
onde
A = ângulo de avanço L = avanço d., = diâmetro médio de contato da rosca Um segmento infinitesimal da rosca é representado na Figura 10.6 pelo pequeno bloco sujeito à açào da carga w (uma parcela da carga axial total W), da força normal n (mostrada na vista frontal abaixo e à esquerda), da força de atrito fn e da força tangencial q. Observe que a força q multiplicada por d./2 representa o torque aplicado ao segmento de rosca. O somatório das forças tangenciais atuantes no bloco (isto é, as forças horizontais na vista inferior esquerda) fornece
IVtl,,
2
f
r.d,. + L co~ a, rrd,. co~ a, - j1
Muitas das aplicações dos parafusos de potência requerem uma superfície de encosto ou anel de escora entre os componentes girantes e fuos. Na Figura 10.5 essa função é atendida pelo mancai axial de esferas com diâmetro d•. Em muitos casos, uma
•
A
===.i-.-·--y: J
(10.3)
~d.
~la4:1
FIGURA I 0.6 forças atuantes na rosca do parafuso.
SeçioA-A
(nom>al l rosca)
Capítulo 10 • Elementos de F>:roção R osqueados e Parafuao& d e Potência
simples arruela de encosto é utilizada. Se o coeficiente de atrito do anel de escora ou do mancai é/., então o torq ue adicional necessário para a superação desse atrito é Wf.J)2, 1 e o torquetotal necessário para elevar o peso W é
T
=
Wd,., f-rrd,., .,. L cos cr. IVfcd c 2 'TI'dm CO\ a. j1 ..._ 2
T=
+ L + -rrdnl - fl-
IVd,., f r.d,.,
2
IVJ..d,
2
lares de roscas quadradas. Entretanto, em todos os casos deve
. ._ 1\'f. de 2
Soçloaa
/
/
// ___\,__ ?
~.;
(10.4a)
haver a conscientização de que as equações mais gerais e completas propiciam um conhecimento mais profundo. A análise precedente correspondeu à elevação de uma carga ou ao ato de se girar um componente "contra a carga". A análise referente à descida da carga (ou o ato de se girar um componente "no mesmo sentido da carga") é exatamente análoga, exceto pela alteração dos sentidos das forças q efn (Figura 10.6), que devem ser invertidos. O torque total necessário para o abaixamento do peso W é IVd,. f-rrd,. L co~ cr. 2 TTd,. cos cr,. + fl.
"""- ......
/
Para a rosca Acme, cos cr. é tão próximo da unidade que a Eq. 10.4a geralmente pode ser utilizada sem um erro significativo, em particular quando se considera a inevitável. variação do coeficiente de atrito. Nesta seção serão deduzidas diversas outras equações, tanto para casos gerais quanto para casos particu-
T=
,~p \...-. •... .,
(10.4)
Para o caso particular da rosca quadrada, cos cr. = l, e a Eq. 10.4 pode ser simplificada para
223
F'!CUR~ 10.7 Comparaçlío entre os Gngulos de rC~~ca medidos em relaçlío aC6 planos axial e normal (a e a,).
fície especiais e revestimentos podem reduzir esses valores até a metade (veja a Seção 9.15).
10.3.2 Valores do .Ângulo de Rosca no Plano Normal A Figura 10.7 mostra o dngulo de rosca medido no plano nor-
mal (cr. , conforme utili.zado nas equações precedentes) e no plano axial (a, conforme usualmente definido e mostrado na Figura 10.4). Pela Figura 10.7 conclui-se que
(10.5) (10.6)
para o caso geral, e
Para pequenos ângulos de hélice, cos A é geral.mente considerado igual à unidade. (lO.Sa)
para o caso particular de rosca quadrada.
10.3.1 Valores dos Coeftclentes de Atrito Quando um mancai axial de esfera ou de rolete é utilizado, o coeficiente de atrito_t;, em geral, é suficientemente baixo, de modo que o atrito no colar pode ser desprezado, eliminando assim o segundo termo das equações precedentes. Geralmente, quando um colar axial plano é utilizado os valores de f e j , variam entre 0,08 e 0,20 sob condições normais de operação e lubrificação, e para os materiais dos componentes sendo de aço contra ferro fundido ou bronze. Essa faixa inclui o coeficiente de atrito no infcio e durante o movimento, sendo esse coeficiente na partida (atrito estático) cerca de um terço maior do que o existente durante o movimento. Tratamentos de super-
1 :-
10.3.3 Autotravamento Um parafuso autotravante é aquele que requer um torque positivo para abaixar a carga, caso contrário ele apresenta um atrito suficientemente baixo, permitindo que a carga abaixe sozinha sob o efeito de seu próprio peso; isto é, um torque de abaixamento externo negativo deve ser aplicado para manter a carga durante o abaixamento. Se o atrito no colar puder ser desprezado, a Eq. 10.5 mostra que um parafuso será autotravante se f 'i'
I. co~ a, -rrd,.
(10.7)
Para uma rosca quadrada, essa expressão é simplificada para OU
f
G'; I{!~
(10.7a)
Uma particular atenção deve ser dada à seguinte situação: mesmo que um parafuso seja autotravante sob condições estáticas, ele pode não o ser quando exposto a vibrações. Esta condição é particularmente importante para os parafusos de fixação que tendem a se soltar devido ao efeito de vibrações. (A Seção I0.8 trata de dispositivos de travamento especiais utilizados para
224
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s
10.3.4 Etlelêncla O trabalho de saída de um parafuso de potência (como nos macacos mecânicos, mostrados na Figura 10.5) para uma rotação do componente girante é igual ao produto da força pela distância, ou WL. O correspondente trabalho de entrada vale 27fT. A relação WLI27T'T representa a eficiência. A substituição de Texpresso pela Eq. 10.4, considerando o atrito do colar desprezível, fornece
L 7rdm cos an - fL Efictencta. e = 'TT'd.., 7T'/dm + I. COS a,. ._
.
~ 60
.. u
~
50
'!1 !I
w
40
(10.8) cos .... (l& ~.onde eos "• • 1cOlo ~ n, •J& I (la 14; COH) te
ou, para o caso da rosca quadrada,
e=
1- 7T'dm -
7rd, ;ifd,.
fL
+
L
(10.8a)
Sempre que possível é interessante comparar o procedimento de uma análise através de dois pontos de vista distintos, procurando-se chegar aos mesmos resultados. Desta forma, a Eq. lO. 8 pode ser deduzida pela defmição da eficiência como sendo a relação entre o torque necessário para a elevação da carga com f = O e o torque real requerido. Este simples exercício é recomendado ao leitor. A substituição da Eq. l 0.1 na Eq. 10.8 fornece, após algumas simplificações elementares,
e=
cos a 11 I.'OS
CX11
-
+f
[tg
>.
COtg h
(10.9)
esta expressão, para rosca quadrada, reduz-se a
e=
I - .( tg X I + .f cotg X
(10.9a)
A Figura 10.8 fornece um gráfico com as curvas de eficiência em função do coeficiente de atrito e do ângulo de avanço. É interessante observar que as curvas se comportam conforme esperado nos seguintes aspectos:
1. Quanto maior o coeficiente de atrito, menor é a eficiência. 2. A eficiência tende a zero quando o ângulo de avanço tende a zero, pois esta condição corresponde ao caso onde as forças de atrito realizam um grande trabalho para mover o " bloco" mostrado na Figura 10.6 no entorno da roscasern elevar significativamente a carga. 3. A eficiência tende novamente a zero quando o ângulo de avanço tende a 90°, e também diminui ligeiramente quando o ângulo de rosca a, é alterado de zero (rosca quadrada) para 14,5° (rosca Acme). Além disso, a eficiência também pode se aproximar de zero se o ângulo de rosca se aproximar de 90°. Isto ocorre porque quanto maior o ângulo entre a superfície da rosca e um plano perpendicular ao eixo do parafuso, maior deve ser a força normal de modo a propiciar uma dada força (ou para suportar um determinado peso). O aumento da força normal aumenta a correspondente força de atrito,
lO
FIGURA 10.8 Eficiência das roscas Acme no parafuso quando o atrito no colar é desprm•el. (Nota: Os •alores para roscas quadradas são até 1% maiores.)
pois, a relação entre elas é simplesmente o coeficiente de atrito. Para ilustrar essa condição, imagine que você empurre para baixo uma arruela plana, girando-a no sentido horário e anti -horário, contra uma superfície plana. Agora, troque a arruela plana por uma cônica e empurre-a para baixo com a mesma força, contra uma superfície cônica ajustada. Nesse caso, será mais difícil girar num e noutro sentido porque a "ação de cunha" aumenta a força normal e, portanto, a força de atrito. Finalmente, imagine que o ângulo do cone seja cada vez maior. Nesse caso, a ação de cunha pode ser tão grande que fica quase impossível girar a arruela.
10.3.5 Superfície de Rolamento A Figura 10.9 mostra um parafuso com rolamento de esferas; o atrito de deslizamento entre o parafuso e a rosca da porca foi substituído pela superfície de rolamento entre as esferas e as estrias no parafuso e na porca. Esta configuração diminui drasticamente o atrito, e apresenta uma eficiência que pode chegar a 90% ou mais. Em virtude do pequeno atrito os parafusos com rolamento de esferas não são, em geral, autotravantes. Isso significa que um sistema de freio deve ser utilizado para manter uma carga em sua posição. Por outro lado, essa característica também indica que o parafuso é reversível, isto é, o movimento linear pode ser convertido em um movimento de rotação relativamente rápido nas aplicações em que essa conversão seja desejada. A operação é suave, sem os sobressaltos comumente observados nos parafusos de potência regulares (devido às diferenças entre os atritos estático e dinâmico). Normalmente, a capacidade de suportar carga dos parafusos com rolamento de esferas é maior do que a dos parafusos de potência regulares de mesmo diâmetro. As dimensões e os pesos
225
Capítulo 1O • Elementos de F>:roção Rosqueados e Parafuao& de Potência
FICL'RA 10.9 Conjunto do parafUso oom rolamento de esferas oom uma parte da rosca em corte para mostrar sua oonflguração Interna. (Cortesla de Saglnaw Steering Gear Oivision, Gent'ra1 :\1otors Corporallon.)
menores são, em geral, uma vantagem. Por outro lado, os problemas de flambagem (para os parafusos longos carregados sob compressão) e de velocidade crítica (parafusos sujeitos a altas velocidades de rotação) podem ser mais severos. A limpeza e uma película fma de lubrificante são importantes para os parafusos com rolamento de esferas. Quando operações secas são inevitáveis, a capacidade de carga será reduzida, podendo atingir uma diminuição de 90%. Os parafusos com rolamento de esferas são comumente utilizados no recolhimento do trem de aterrissagem dos aviões, nos atuadores de reversão do empuxo dos motores em aviões ajato, nos dispositivos automáticos de fechamento de portas, nos acionadores de antenas, nos mecanismos de ajuste das camas hospitalares, nos dispositivos de controle de máquinas e em numerosas outras aplicações. Os parafusos de potência também são encontrados nos dispositivos patenteados para o posicionamento de rolos na porca que faz o contato entre a superffcie da rosca do parafuso e uma linha de contato, em vez de um ponto de contato, como ocorre nos parafusos com rolamento de esferas. Essas porcas de acionamento dos rolos apresentam baixo atrito associado a uma significativa capacidade de suportar cargas. Assim, elas são utilizadas nos elevadores das torres de prospecção de petróleo, nos macacos mecânicos usados em construções e nas máquinas de mineração. PROBLE.~ RF.§OLVI:OO 10.1 Paraf'u.so de Potência com Ro8ca Acme
Um macaco mecânico com parafuso (Figur.1 10.10) de rosca Acme dupla de I in é utilizado para elevar uma carga de I 000 lb. Um colar de encosto plano com 1,5 in de diâmetro médio é também utilizado. Os coeficientes de atrito dinâmico são estil1Uidos em O, 12 e 0,09 para f e f., respectivamente. a. Determine o passo do parafuso, o avanço, a profundidade de rosca, o diíl.metro primitivo e o ângulo de hélice. b. Estime o Iorque de pnrtida para a operação de elevação e para o abaixamento dn carga. c. Estime a eficiência do macaco ao elevar a carga.
E!quei'RlU e Dado• Fonu!cido1:
Ptroluso de rooce Aeme dupla
---==~=---====.___
FICL'RA 10.10 Macaoo meclinloo de parafuso elevando uma carga sem
girar.
Hipóte•e•: 1. Os atritos de partida e dinâmico permanecem estacionários. 2. O atrito estático é aproximadamente um terço maior do que o atrito dinâmico.
Aná/Ue:
a. Pela Tabela 10.3, existem cinco roscas por polegada, logo p = 0,2 in.
Como a rosca é dupla, L = 2p, ou L = 0,4 in. Pela Figura I 0.4a, a profundidade da rosca = p/2. = 0,1 in. Pela Figura 10.4a, d. = d - pn = I in - 0,1 in = 0,9 in. Peta Eq. 10.1, À= tg 1 Uml. = tg ' 0,4111{0,9) = 8,05•. b. Na operação de partida, os coeficientes de atrito fornecidos são
aumentados de aproximadamente um terço, resultando em f = 0,16ei = 0,12. A Eq. 10.4a para a rosca quadrada poderia ser utilizada com suficiente precisão, porém será ilustrada a solução completa através da Eq. 10.4 para o caso geral. Inicialmente, determine a. pela Eq. I 0.6:
ex, =
a cos À)
= tg- 1{tg 1 4,5• co~s.o5•>
= 14.:16•
Em seguida, substituindo esse resultado na Eq. 10.4, tem-se
SOLUÇÃO
T= Conhecido: Um par.úuso de rosca Acme dupla e um colar de encosto, cada um com diâmetro e coeficiente de atrito dinâmico conhecidos, são utilizados para elevar uma determinada carga.
tg- 1(tg
IVd,.
2
f'rrd "'
+
L CO> a n
IV{, d,.
=--:-"'-----::"-+-Trd., cosa. - fl. 2
1000(0,9) 0. 1611(0,9)
+ 0,4 cos
14.36°
2 'TT(0.9)C0'> 14.36° - 0.16(0,4) : 141.3-90: T - 231.3lb·in.
I 000<0.12)( 1.5) + --.....,.~~~ 2
A Ser Determinado: a. Determine o passo do parafuso, o avanço, a profundidade de rosca, o diãmetro primitivo c o ângulo de hélice. b. Esúme o torque de partida para as operações de elevação e abaixamento da carga. c. Calcule a eficiência do macaco ao elevar a carga.
(Comentário: Em relação à Figura 10.10, esse Iorque corresponde a uma força de 19,3 lb aplicada à extremidade de uma alavanca de 12 in. Se a Eq. 10.4a for utilizada, a resposta será apenas ligeiramente menor: 228,8 lb· in). Para o abaixamento da carga, utilize a Eq. I 0.5:
226
P ARTf.
T
2 •
APUCAÇOES
de fixação rosqueados normalmente ficam sujeitos apenas a ten-
IVd,. f'rrd111 - L cos ex,. IVJ..d, +-2 '1Td111 COS CXn +/L 2
--
ICXJ0(0,9) 0, 16?T(0.9) - 0.4 cos 14,36 °
2
= 10.4 +
7T(0 ,9) cos 14.36° + 0.16(0 .4) 90: T = 100.4 1b · in
+ 90
(Comentário: A Eq. 10.5a fomoce um torque de 98,2lb·in.) c. Repetindo a substituição na Eq. 10.4, porém alterando os coeficientes de atrito para seus valores dinâmicos de O, 12 e 0,09, tem-se que para elevar a carga, uma ve-Lem movimento, o torque deve ser de 121,5 + 67,5 = 189 lb·in. Substituindo uma vez mais na Eq. 10.4, considerando-se agora os coeficientes de atrito como sendo nulos, tem-se que o torque para elevar a carga deve ser de 63,7 + O= 63,7lb·in. A eficiência é definida pela relaçilo entre o torque necessário ao sistema livre de atrito e o torque real, isto é,
7
t'
= 63 ' = 33 7iit 189 .
sões de tração. A área efetiva dos elementos rosqueados é a área sob tensão de tração A, (veja as Tabelas 10.1 e 10.2). Para os parafusos de potência, uma "área sob tensão de tração" similar
pode ser calculada, porém cm geral isso não é feito porque as tensões axiais raramente são críticas. Uma aproximação simples e conservadora para as tensões axiais atuantes nos parafusos de potência pode ser baseada no diâmetro menor ou da raiz d,. A distribuição das tensões axiais nas proximidades dos extremos da região carregada de um parafuso é bem irregular. Esta condição não é tratada neste momento porque as tensões axiais são bem pequenas nos parafusos de potência e os elementos rosqueados apresentam, em geral, uma ductilidade suficientemente alta, que propicia um escoamento localizado na raiz da rosca sem produzir um dano. Ao se considerar um carregamento de fadiga nos parafusos (Seção 10.11) , essa concentração de tensões será muito importante.
10.4.3 Torção Combinada com Carga Axial que o atrito no colar pudesse ser desprezado, a eficiência seria auCorrumtário1: Se um manca! axial de esferas fosse utilizado, de modo
mentada para 63,71121,5 = 52%. Este valor corresponderia à eficiência do parafuso em si e estaria de acordo com os val ores apresentados nas curvas mostradas na Figura 10.8.
10.4 Ten3Õe8 Estótü!as Attumtu 1108
A combinação das tensões devidas à torção e à carga axial pode ser tratada normalmente conforme apresentado nas Seções 4. 9 e 4.10, com a teoria da energia de distorção utilizada como critério de escoamento. No caso dos elementos de fixação rosqueados, é normal a ocorrência de algum escoamento na raiz da rosca durante o aperto inicial.
Parq(UMJ• Os conceitos apresentados nesta seção são aplicáveis igualmente aos parafusos de potência, analisados na seção anterior, e aos elementos de fixação rosqueados, a serem analisados na próxima seção. Pode-se considerar separadamente as diversas tensões às quais esses componentes estão sujeitos.
10.4.1 Torção Os parafusos de potência, durante sua operação, e os elementos de fLXação rosqueados durante o aperto ficam sujeitos a tensões cisalhantes de torção expressas por
Te
16T
r=-=-1 '"'~
(4.3, 4.4)
onde d é o diâmetro da raiz da rosca, d,, obtido pela Figura 10.4 (para parafusos de potência) ou pelas Tabelas I 0.1 e 10.2 (para os elementos de fixação rosqueados). Se o parafuso for vazado, então o termo cf' deve ser substituído por d~ - dJ na equação da tensão cisalhante, onde d1 representa o diâmetro interno. Quando o atrito no colar é desprezível, o torque transmitido ao longo do parafuso de potência é igual ao torque total aplicado. Nonnalmente, no caso dos elementos de fixação rosqueados o atrito no colar está presente e, nesta situação, é comum admitir-se que o torque equivalente transmitido ao longo da seção é aproximadamente igual à metade do torque aplicado pela chave de aperto.
10.4.2 Carga Anal Os parafusos de potência ficam sujeitos à atuação direta de tensões de tração e de compressão expressas por PIA; os elementos
10.4.4 TeD8ão (Compresslva) de Apolo na Rosca e Sua Distribuição entre as RosC88 em Contato A Figura 10.11 ilustra o "fluxo de força" através de um parafuso e uma porca utilizados para fixar dois componentes entre si. A compressão entre as roscas do parafuso e da porca ocorre para as roscas numeradas como 1, 2 e 3. Esse tipo de compressão direta é geralmente denominado compressão de apoio, e a área utilizada para o cálculo da tensão PIA é a área projetada, que para cada rosca vale (tfl- tJ1)14. O número de roscas em contato é igual a tlp, conforme pode ser observado pela figura. Assim, fT
(10.10)
O diâmetro d,é o diâmetro menor da parte interna da rosca. Para os elementos de fi xação rosqueados este pode ser aproximado ao diâmetro d,., que é tabulado na Tabela 10.1. Seus valores exatos são fornecidos pela norma ANSI B 1.1 - 1974, e por diversos manuais, porém em geral eles não são necessários porque as tensões no apoio das roscas raramente são críticas. A Eq. 10.10 fornece o valor médio da tensão de apoio. Essa tensão não é uniformemente distribuída devido a fatores como a flexão da rosca como "viga engastada" e às variações ocorrentes na geometria em decorrência dos processos de fabricação. Além disso, uma análise da Figura 10.11 revela dois importantes fatores que fazem com que a rosca 1 suporte uma carga maior do que a parcela a ela devida em função de uma distribuição uniforme: 1. A carga é distribufda entre as três roscas consideradas como elementos redUIIdanres para suponar a carga. O caminho
Capítulo 10 • Elementos de F"I.Z1IÇM Rosqueados e Parafusos de Potência
ticas, ao passo que, aproximadamente, corresponde às variações ocorridas no passo do parafuso. Essas porcas especiais são caras e têm sido utilizadas apenas em aplicações críticas envolvendo carregamentos por fadiga.
TOial; P
Componente de f1Xeç3o
Total • I'
Parafuso
I
A - I nha de fàturo por CIY ~lamento pera • ,_., d• porco
8 - hnha de fratura por CISIIhamento
.,_.dO
1*1 PlflfUSO
227
I I 1
d
10.4.5 Tensão Cisalhante nas Roscas e Espesslll"8 Necessária à Porca Em relação à Figura 10.11, se o material da porca for mais fraco do que o material do parafuso em relação ao cisalhamento (e este é geralmellle o caso), uma determinada sobrecarga poderá "espanar" as roscas da porca ao longo de sua superffcie cillndrica A. Se o material do parafuso for mais fraco em relação ao cisalhamento, a superffcie de falha passa a ser a superffcie B. Pela geometria da rosca mostrada na Figura 10.2, a área de cisalhamento é igual a mi(0,75t), onde d é o diâmetro da superffcie de fratura por cisalhamento envolvida. Pode-se determinar agora a espessura da porca (ou a profundidade do engate de um parafuso a um furo rosqueado) necessária para propiciar um equilfbrio entre a resistência à tração no parafuso e a resistência da rosca ao cisalhamento (não permitindo que esta "espane"), considerando que ambos os componentes (parafuso e porca ou furo rosqueado) sejam fabricados com o mesmo material. A força de tração do parafuso necessária para escoar toda a seção transversal da rosca é
FICUIA 10.11 Fluxo de rorças para um parafuso sob tração. 7r
,
F = A,S,. d )-SJ . ""-(0.9 ~
mais curto (e mais rígido) passa pela rosca de número l. Assim, ela suportará uma parcela maior da carga (veja a Seção 2.6). 2. A carga aplicada gera na região rosqueada do parafuso uma tração, enquanto a região acoplada correspondente da porca fica sujeita a uma compressão. As deformações resultantes aumentam ligeiramente o passo do parafuso e diminuem o passo da rosca. Isto tende a aliviar a pressão sobre as roscas
2e3. A superação dessa tendência e a conseqüente obtenção de uma distribuição mais uniforme das cargas entre as roscas em contato representam um problema importante, como será discutido quando se considerar o carregamento de fadiga nos parafusos (Seção 10.11). Este problema continua a desafiar a engenhosidade dos engenheiros dedicad05 ao projeto e ao desenvolvimento dos elementos de fixação. As três recomendações descritas a seguir têm sido utilizadas. 1. O material da rosca deve ser mais macio do que o do parafuso, de modo que a primeira rosca, com o maior -carregamento, se deforme (tanto elástica quanto plasticamente) e transfira, assim, uma maior carga para as demais roscas. Isso pode requerer o aumento do número de roscas em contato, de modo a se manter uma resistência apropriada. 2. A rosca da porca deve ser fabricada com um passo ligeiramente maior do que o da rosca do parafuso, de modo que os dois passos sejam teoricamente iguais após a carga ser aplicada. As folgas nas f05cas e a preçisão de fabricação devem, obviamente, ser compatíveis, de modo que a porca e o parafuso p05sam formar um conjunto acoplável. 3. A porca deve ser modificada conforme ilustrado na Figura I0.12. Neste caso, o carregamento da porca submete a região do topo das roscas à tração, causando, assim, variações elás-
onde d é o diâmetro maior da rosca. Com base na Figura l 0.11, a carga de tração no parafuso necessária para escoar toda a superffcie de falha da rosca da porca, baseada em uma distribuição parabólica de tensões, é F
7Td(0.75t)S,y "' '1Td(0.751)(0,58S1,)
onde t é a espessura da porca. Igualando-se as duas expressões precedentes para F, tem-se que a tração no parafuso e as resistências das roscas (evitando-se que espanem) são equilibradas quando a espessura da porca é de aproximadamente I
= 0.47d
(d)
Como geralmente as porcas são mais macias do que os parafusos, de modo a permitir um ligeiro escoamento da região su-
Componente de fll&Ç3o
F!GUR~ 10.12 Urna porca especial que propicia uma distribuição de carga mais unlromte entre as roscas cm contato.
228
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s
Su perfiCle·plloto do parafuso
FIGL'RA 10.13 Parafuso com superflcie-piloto.
perior da(s) roscas(s), distribuindo assim a carga de modo mais uniforme entre as roscas em contato (veja o ponto 1 no final da subseção precedente), a espessura-padrão das porcas é de aproximadamente 7/8 d.
10.4.6 Carregamento Transversal de Clsalhamento e AUnhamento Transversal Em algumas aplicações os parafusos ficam sujeitos a um carregamento transversal de cisalhamento, conforme ilustrado nas Figuras 4.3 e 4.4 e discutido na Seção 4.3. Geralmente, essas cargas de cisalhamento são transmitidas por atrito, sendo a capacidade de suportar essas cargas igual ao produto da tração atuante no parafuso pelo coeficiente de atrito da superfície a ser fixada. Para o duplo cisalhamento ilustrado na Figura 4.4, a capacidade de carga por atrito deve ser igual a duas vezes esse valor. Algumas vezes os parafusos são utilizados para alinhar precisamente as peças a serem unidas e, para isso, eles são fabricados com uma superfície-piloto como a mostrada na Figura 10.13.
10.4.7 Carregamento como Coluna dos Parafo.sos de Potência e os Detalhes de Projeto Correspondentes Os parafusos de potência longos, sujeitos à compressão, devem ser projetados considerando-se os efeitos deflambagem. Os conceitos apresentados nas Seções 5.10 até 5.14 podem ser empregados. Entretanto, antes dessa discussão é importante ter a certeza de que de fato é necessário submeter os parafusos à compressão. Geralmente, um simples reprojeto permite que os parafusos fiquem sujeitos apenas às cargas de tração. Por exemplo, a Figura 10.14a mostra uma prensa (que poderia representar um compactador de lixo doméstico) com os fusos sob compressão. A Figura 10.14b mostra um projeto alternativo com os fusos sob tração. A segunda disposição dos componentes é, obviamente, preferível. As duas prensas da Figura 10.14 são excelentes exemplos de uso do conceito de fluxo de forças descrito na Seção 2.4. Na prensa mostrada na Figura 10.14a as forças fluem da cabeça em movimento da prensa, através dos fusos, até os mancais axiais de esfera; em seguida, pelo topo, pelas laterais e pela parte inferior da estrutura e, fma!mente, pela superfície inferior do material que está sendo comprimido. Como todas as seções da estrutura ficam sujeitas ao carregamento, elas são representadas de forma mais espessa. Já a prensa mostrada na Figura 10.14b está sujeita a uma trajetória de carga mais curta desde a cabeça da prensa, passando pelos fusos até os mancais axiais de esfera e, em seguida, através da região inferior da estrutura até o material que está sendo comprimido. Como essas seções não ficam sujeitas a cargas significativas, as laterais e a região superior da estrutura podem ser bem mais leves (menos espessas). Sempre
lllatetial
a ser compnm•<1o
!ii) Ptrafusos SOb compresslo (soluçlo
POb
(b)
Perefu101 sob treçlo (soluçao me•s recomendavel)
FIGL'RA 10.14 Prensa com arranjo alternativo dos fnsos.
Capítulo lO • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência 229 que possfvel i desejável manter as trajetórías de cargas mais curtas e compactas. Uma outra vantagem da prensa esquematizada na Figura 10.14b é que a folga axial dos fusos é facilmente controlada, pois todos os quatro mancais axiais envolvem as superfícies do elemento inferior da estrutura. Ao contrário, a folga axial dos fusos na prensa da Figura 10.14a envolve as tolerâncias e as deformações do comprimento do fuso entre os mancais axiais e da altura da estrutura entre os mancais axiais. Os detalhes construtivos das prensas são, obviamente, mais complexos. Para o conjunto de componentes da prensa da Figura l0.14b, os mancais com os colares axiais contra os planos das arruelas axiais na superfície superior do componente inferior da estrutura devem ser removíveis dos fusos. Note que a única carga suportada por esses colares axiais é devida ao efeito gravitacional da cabeça da prensa quando não há material a ser comprimido.
A Figura 10.15 mostra quatro tipos básicos de fixação por rosca. Os parafusos são os tipos mais comuns de fixadores existentes, e a diferença entre eles está apenas na aplicação a que se destinam. Existem parafusos que são concebidos para serem utilizados com porcas, enquanto outros devem ser aparafusados em furos realizados nos componentes. Algumas vezes, os parafusos são fornecidos com uma arruela cativa (geralmente uma arruela de travamento) sob sua cabeça. Esses parafusos facilitam a montagem e eliminam a possibilidade de um parafuso ser instalado sem sua arruela específica. Um parafuso de retençãoérosqucado em ambas as extremidades e, geralmente, aparafusado permanentemente em um furo também
C..l Parafuso
Flcuu 10.15 Tipos bisíros de elementos de fixação rosqueados.
-i
14-0.65J
f'h~~-~
~.5J ~ .
(h) Cabeça
(<)Cabeça redonda
quadr~
EB<•I CabeÇa collnoroc:a com fenda
(a) Cabeç.t hexaptal com ac~lo por IOQI>tlt
14) Parafuso de rell!nçlo sem cabeça ()Ola ooquete hoJuotooll
(I) P~tafuso com gura
(ll Cabeça arredondada com ac"""'mentll por soquete Ptullops
FrCulA 10.16
AlgmL~ tipos wmuns
de cabeças de parafusos.
quadrada
2SO
P,um: 2 • Al'uCAçOES
(Pfug para soquetel
(CabeÇI de 5 lados)
IC~com
ac•oname.nto por furos) ltt)
(I>)
(r)
Parafuso convenc1onal que pode ser apertado, por6m nAo pode ser desaparefusado
Formatos especiais necessArios pare
Ca~s de 1peno 1n1C1al
apertar ou desaparafusar parafusos
FIGUJIA 10.17 Cabeças de parafusos com proteçiio de aclonameoto.
rosqueado. As roscas em suas duas extremidades podem ou não ser idênticas. Esse é o parafuso de menor dimensão e o de mais eomum utilização na fixação de eomponentes. Éeomumente utilizado quando se deseja um elemento rosqueado muito longo. Urna barra rosqueada geralmente pode ser adquirida em eomprimentos relativamente longos e, em seguida, cortada eonforme a necessidade. Gráficos com referências técnicas para parafusos de cabeça, porcas, parafusos de máquinas, parafusos de retenção, arruelas e ou tros estão disponíveis online em h t tp : I I www. arneri canfastener. com. Marcas de qualidade, propriedades mecânicas dos elementos de fixação de aços e a terminologia das roscas também são fornecidas. O endereço ht tp: I I www. machinedes ign. com apresenta as informações gerais para os elementos de fixação rosqueados, bem como para os métodos de fiXação e união. A Figura I 0.16 mostra alguns dos parafusos com cabeça mais comuns. Via de regra, um parafuso pode ser lixado através de uma porca ou através de um furo rosqueado em um dos elementos a serem fixados. Uma exceção a esta regra é o parafuso de cabeça guiada. Este tipo de parafuso é utilizado em materiais macios (particularmente madeira), de modo que uma guia quadrada sob a cabeça pode ser forçada para dentro do material do componente a ser fixado, evitando que o parafuso gire. Parafusos com cabeça hexagonal são geralmente utilizados na união de componentes de máquinas. Algumas vezes eles não podem ser usados devido ao espaço insuficiente para o acesso do soquete ou da chave de aperto sobre a cabeça. Nesses casos, a cabeça hexagonal é geralmente uma boa alternativa. Recentemente tem aumentado a necessidade de parafusos que restringem o uso por pessoas desautorizadas. A Figura 10.17 ilustra diversas soluções propostas que têm sido comercializadas. Uma infinidade de projetos de elementos de fixação rosqueados eontinua a aparecer. Alguns são particularmente projetados para uma aplicação específica. Outros reúnem características especfficas que interessam a um dos segmentos dos elementos de fixação comercializados. Não apenas a concepção de novos e melhores elementos de fixação rosqueados se torna um desafio natural, mas também sua utílização eom mais vantagens no projeto de um produto. Chow (2) fornece diversos exemplos de redução do custo de um produto através da seleção e da aplicação criteriosa dos elementos de fixação.
sistência (nas temperaturas de operação envolvidas), peso, resistência à corrosão, propriedades magnéticas, expectativa de vida e custo. Muitos dos elementos de fixação são fabricados de aços cujas especificações são padronizadas pela Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), conforme relações das Tabelas 10.4 e 10.5 (este não é o caso de muitos elementos de fiXação utilizados na indústria aeroespacial e outras situações altamente críticas). O avanço é realizado a frio para diâmetros de até '.4 in e a quente para dimensões maiores. As roscas são geralmente formadas por meio de laminação entre moldes que forçam o material a se formar a frio no contorno rosqueado das ranhuras dos moldes. As roscas assim formadas são mais resistentes à fadiga e ao impacto do que as cortadas devido ao trabalho a frio, às tensões residuais (compressivas) mais favoráveis na raiz da rosca e a uma estrutura de grãos mais favorável. Em virtude dessas vantagens, os parafusos de alta resistência devem possuir roscas laminadas. Além disso, uma maior resistência à fadiga será obtida se as roscas forem laminadas ap6s um tratamento térmico, de modo que o trabalho de endurecimento superficial resultante e as tensões residuais favoráveis não sejam perdidos. (Certamente, será mais barato formar as roscas por laminação antes do endurecimento superficial.) Os elementos de fixação também são fabricados de alumínio (as ligas mais comumente utilizadas são 2024-T4, 2lll-T3e 6061T6), latão, cobre, níquel, Monel (liga natural de cobre e níquel), Inconel (liga de níquel, cromo e ferro), aço inoxidável, titânio, berílio e diversos plásticos. Para muitas aplicações, o material do elemento de fixação deve ser eonsiderado em eonsonãncia com os problemas de potencial eorrosão associada ao ambiente e outros metais envolvidos (Scção 9.2). Além disso, revestimentos apropriados devem ser eonsiderados para a proteção contra eorrosão e para redução do atrito e desgaste da rosca (Seção 9.15).
10.6 Materiais e~ th Fob~ dos Elanento. th Fr.:c.o.çõo Os materiais utilizados na fabricação de parafusos e porcas são normalmente selecionados com base nas caracterfsticas de re-
10.7 Aperto do. Parafusos e Pré-carga Inicial Em muitas aplicações, os parafusos e os eonjuntos parafuso-porca devem ser previamente apertados de modo a produzir uma précarga inicial F, próxima à "carga de teste" plena, que é deftnida como a força de tração máxima que pode ser aplicada de modo a não produzir uma deformação permanente normalmente mensurável (Esta força é um poueo menor do que a força de tração que produz uma deformação permanente de 0,2% associada a um ensaio padronizado para se determinar a resistência ao escoamentoS,.) Com base nesse conceito, as pré-cargas iniciais são geralmente especificadas de acordo com a equação (16.11)
Tabela I 0.4 Características dos Aços Utilizados nos Parafusos com Dimensões em Polegadas Dureza do Carga de
Prova Grau SAE
2
Red,llÇ"dO
Núcleo, Rockwcll
Identificação do
Resistência à
Eloug~o.
Tra~o
Mínima
de Area, l\ liníma
d (in)
(Resistência)• SP (ksí)
Rcsíslêuda ao Escoamentoh S1 1ksí)
s. Cksi)
('li>)
(%)
Mfn
!até I {
33
36
60
18
870
8100
Nenhuma
JatéJ
55
57
74
35 35
880
81 00
Nenhuma
35
870
8100
Ncnhum:n
35
C25
35
Cl9
Dili metro
2
De ~aJé l !
33
36
60
18 18
5
}até I
gs
92 SI
120 105
14 14
Má):
Grau na
Cabeça do l'arafuso
Q
-o
g:o
...... 5
5.2
7
8
I
Delatél2
{-até
1
}até 1 ~
laté 1 ~
74
85
105
120
92
115
130
120
133
150
14
12
12
35
35
35
• A carga de prova (resistência) corresponde à carga axial aplicada que o parafuso deve suportar sem apresemar oma deformação permanente. • A resistência ao escoameoto corresponde a uma deformação permanente de 0,2% nos corpos de prova, medida oa máquina. Fome: NormaJ429k (1.979) da Sociedade dos Engeobeiros Automotivos (SAE).
C26
C28
C33
C34} C30
C36
C34
C39
Q Q
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3 ::
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232
PAR'I'E
2 a Ar u r.AçOv.s
Tabela 10.5 Características dos Aços Utilizados nos Parafusos com Dimensões em l'tlilúnetros Carga de OUimctro
Rf'dutiio
Ptovu
Rcsislêucia ao
Escoamcntob
Jtesistiinclo à Trnçüo S.
Elongnçüo, Mluimo
deÁ~,
{Jtcsislência)• SI' (Ml'a)
S1 (MJ>a)
(lltPa)
(%)
(%)
Mio
Más
22
35
ClasseSAE
d (mm)
4,6
5 até 36 1,6até 16 5 até 24
225
8.8 9.8
17a!é36
600 650
660
1.6até 16
10.9
6 até 36
830
940
12.9
1.6 até 36
970
11 00
4,8 5.8
Oureu1 do Núcleo, Roekwcll
240
400
Miníma
867
887
310
420
871
887
380
520
882
895
C34
12
35
C23 C27
I().lO
9
35
C33
C36 C39
1220
8
35
C38
C44
830 900
•A carga de prova (resislência) corresponde à carga axial aplicada que o parafuso deve suportar sem apresentar uma deformação permanente. ' A resistência ao escoamento corresponde a uma deformação pennancntc de 0,2 % nos corpos de prova, medida na máquina. Fonte: Norma J 1199 (1979) da Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE).
onde A, é a área referente à tensão de tração da rosca (Tabelas 10.1 e 10.2), SP é a "resistência de prova" do material (Tabelas 10.4 e 10.5) e K; é uma constante, usualmente especificada na faixa de 0,75 a 1,0. Para aplicações corriqueiras envolvendo carregamento estático pode-se adotar K1 ,. 0,9, ou
F; = 0,9A,S"
(lo.tla)
Em poucas palavras, o fundamento que justifica uma pré-carga tão alta é o seguinte:
I. Para as cargas que tendem a separar componentes rígidos (conforme mostrado na Figura 10.30) a carga no parafuso não pode ser muito aumentada sem que os componentes, na realidade, se separem, e quanto mais alta a tração inicial em um parafuso, menos possibilidade os componentes têm de se separar. 2. Para as cargas que tendem a cisalhar o parafuso (como o caso mostrado na Figura 10.31), quanto maior a pré-carga maiores as forças de atrito que resistem ao movimento relativo no cisalhamento.
Outras implicações das pré-cargas iniciais nos parafusos sujeitos a um carregamento de fadiga serão discutidas na Seção 10.11. Um outro ponto a ser considerado é que o aperto de um parafuso ou de uma porca impõe uma tensão torcional ao longo de seu corpo que se superpõe à tensão de tração inicial. No inicio de sua utilização, o parafuso "desaparafusa" ligeiramente, aliviando boa parte de toda carga de torção. Para ilustrar este ponto, a Figura 10.18 mostra as cargas aplicadas a um conjunto parafuso-porca durante a operação de aperto. Lembre-se de que as forças de atrito e os torques associados variam consideravelmente com o material, o acabamento, a limpeza, a lubrificação e assim por diante. Neste contexto admitese o caso ideal em que o eixo do parafuso é precisamente perpendicular a todas as superfícies de fixação, de modo que nenhuma flexão é imposta ao parafuso. A diferença entre os coeficientes de atrito estático e dinâmico apresenta um importante efeito. Suponha que o torque da chave T; seja progressivamente aumentado até o valor pleno especificado através da rotação cont(nua da porca. A força de fixação resultante F1 será maior do que se a rotação da porca for
s,
•.,., • 2 pela teotl~ da tando • mblma _.... TensOes com OS IOIQUIS apliCadOS
Circulas de MQI\r
FIGL'RA 10.18 Cargas e lensões atuanles nos parafusos devidas ao aperto irticial da porca. Pela condição de equilibrlo, !.M: Opara o conjunto parafusoporca mostrado, assim, r, : r, +r, + r, (onde r , é o Iorque aplicado à porca), 7'1 (Iorque de atrito na face da porca) : fP,r. (onde r. é o raio efetlvo da porca na face em que a toam as forças de atrito), r, (IOrque de atrito na cabeça do parafuso) s fF,r, (onde r, é o raio efetlvo na cabeça do parafuso na região em que atuam as forças de atrito) e r, é o Iorque aplicado à cabeça do parafuso para mantê-la fixa. Nok que r, : OsefF,r, > r, - r,.
Capítulo lO • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência 2SS
Traçlo d11et~. &alvanozado
--
Elongaçlo do parafuso FIGliiA 10.19 Força de tração oo parafuso em Cuoçiio da elongação, .uullaote do aperto pela ação de um Iorque venus uma lraçiio direta, e para peças que sofreram um banho de óxido venus superficles galvanizada.~ [5]. (Nota:
Atração di reta é prodU2lda por um carr~amento hidnlulioo, o.çsim, nenhuma tensão de torção é produzida.)
interrompida momentaneamente em um patamar correspondente a, por exemplo, 80% do torque pleno. Portanto, o maior valor do atrito estático pode ser tal que a aplicação subseqüente do torque pleno não cause uma rotação adicional da porca, o que tem como resultado uma força F, menor do que a desejada A Figura I0.18 também ilustra as tensões atuantes no parafuso, tanto inicialmente (quando o Iorque de aperto é aplicado) quanto finalmente (com o desaperto tendo aliviado todos os efeitos torcionais). Para maior clareza, um elemento com a indicação das tensões é mostrado no corpo do parafuso. As tensões referentes ao limite de escoamento seriam mais apropriadamente associadas à seção transversal no plano de uma rosca. Um ponto importante não destacado na Figura 10.18 é que a tensão devida à torção também depende do atrito entre as roscas do parafuso e da porca. Por exemplo, se esse atrito for considerável, um torque de fixação significativo T4 seria necessário para evitar a rotação do parafuso, e as tensões torcionais no parafuso poderiam ser tão grandes que o escoamento seria atingido para valores relativamente pequenos de F,. A Figura I0.19 ilustra as implicações da discussão anterior em termos (I) da pré-carga que pode ser aplicada a um determi • nado parafuso e (2) da elongação que pode ser atingida antes que uma sobrecarga de aperto frature o parafuso. A determinação precisa da carga de tração no parafuso gerada durante o aperto não é de fácil obtenção. Um dos procedimentos relativamente precisos é utilizar-se um parafuso especial com um furo axial, na superfície do qual um extensômetro elétrico por resistência é colado. Um outro método emprega um equipamento ultra-sônico para medir o comprimento do parafuso antes e depois do aperto. (fanto o alongamento real do parafuso quanto a introdução das tensões de tração aumentam o tempo necessário para um pulso ultra-sônico mover-se de uma das extremidades do parafuso até a outra e retomar.) Um procedimento há muito tempo utilizado para baixa taxa de produção de componentes críticos consiste na medida com um micrômetro do comprimento do parafuso antes de sua montagem e, em seguida, no aparafusamento da porca até que o parafuso se alongue na quantidade desejada. Obviamente, isto só pode ser realizado se am-
bas as extremidades do parafuso estiverem acessíveis. Um procedimento moderno disponível para operações automatizadas envolve o contínuo moniloramento da chave de torque e da rotação da porca. Quando um computador determina que a relação entre essas grandezas indica que o ponto de escoamento está sendo atingido, a chave é desativada Um método mais rudimentar, porém geralmente efetivo, consiste em assentar as superff. cies pelo aperto do parafuso ou da rosca bem firme e, em seguida, liberá-lo. Aperta-se, em seguida, novamente o parafuso ou a rosca com um dedo e gira-se (com uma chave) até um ângulo adicional predeterminado. O método mais comum de aperto de um parafuso até um nfvel desejado é, provavelmente, através do uso de uma chave de toeque. A precisão desse método por ser seriamente comprometida pela variação do aaito. O uso regular da chave de Iorque controla a tração inicial com uma precisão de j;30%; com um cuidado especial, j; 15% é uma percentagem considerada razoável. Uma equação que relaciona o torque de aperto à pré-carga pode ser obtida a partir da Eq. 10.4 reconhecendo-se que a carga W de um macaco mecânico por parafuso corresponde à força F, para um parafuso, e que o atrito do colar no macaco mecânico corresponde ao atrito na superfície plana da porca ou sob a cabeça do parafuso. Ao se utilizar o valor 0,15 para o coeficiente de atrito médio devido à rugosidade (para/ e!J, a Eq. 10.4 fornece, para roscas de parafusos padronizados, I = 0.21-,d
(10.12)
onde d é o diâmetro nominal maior da rosca. Lembre-se de que esta é apenas uma relação aproximada e depende das condições "médias" de atrito nas roscas. Uma forma simples de se apertar um parafuso ou uma porca é, certamente, escolher uma chave convencional e apertá-la até que se "sinta" a firmeza do aperto. Embora esse método jamais possa ser especificado para um elemento de fixação crítico, um engenheiro poderia ter alguma idéia de como um "componente mecânico simples" deveria ser fixado através de parafusos de diversas dimensões utilizando chaves comuns. Um estudo realizado na virada do século XX indicou que a força de aperto p
r, (lb) ""
16.000d (in)
(e)
Embora limitada, a Eq. (e) revela o importante fato de que a tendência natural é que o aperto referido à pré-carga aumenta apenas com a primeira potincia do diâmetro, enquanto a capacidade de suportar cargas de tração dos parafusos aumenta com o quadrado do diâmetro (e a capacidade de suportar cargas de torção aumenta com o cubo do diãn1etro). Isso significa que pequenos parafusos tendem a romper por torção e que os parafusos muito grandes tendem a ser apertados com cargas inferiores à que são capazes de suportar. Deve-se ter cautela quanto à perda da pré-carga inicial do parafuso durante sua operação. Quando componentes "rígidos" são unidos por parafusos, a deformação elástica dos componentes pode representar apenas um centésimo de millmetro, ou menos. Se o carregamento causar qualquer efeito de "creep" ou subseqüente achatamento de pontos altos sobre as superfícies, boa parte da pré-carga do parafuso será perdida. A pré-carga também pode ser perdida por desgaste ou corrosão das superfícies unidas ou pelo esmagamento de camadas da superfície. Ensaios experimentais têm mostrado que um ponto típico produz uma perda de 5% de pré-carga em poucos minutos e que diversos
234
P AliTE 2
•
ArUCAÇÕES
efeitos de relaxação resultam na perda de cerca de outros 5% em poucas semanas. A relaxação das tensões de longa duração é um problema no caso das juntas sujeitas a altas temperaturas, como nos motores a jato e nos rcatores nucleares. Essas aplicações requerem parafusos fabricados com ligas especiais para altas temperaturas. Devido a essas perdas de pré-carga inicial (e devido à possibilidade de afrouxamento da rosca), algumas vezes é necessário o reaperto periódico dos parafusos.
10.8
~uxamento
e 1Joo.wunento da
lu)
Topo ltehcoo~l
(h)
c-coonada)
Topo
podern ser externos. conrorrne a llustr&Çno, ou Internos.)
FICI.II.-\ I0.20 Tipos comuns de arruelas de retençAo.
RotJCa. Uma vantagem inerente aos elementos de ligação rosqueados (em comparação aos rebites, à soldagem ou à colagem) utilizados em muitas aplicações é que eles podem ser facilmente desacoplados sem qualquer dano. Uma desvantagem que tem preocupado os engenheiros desde os dias mais remotos é que às vezes a união fica frouxa e os componentes se separam sozinhos! O conceito que
sim, as roscas grossas tendem a se afrouxar mais facilmente do que as roscas finas. 2. Quanto maior o aperto inicial, maior a força de atrito a ser vencida para iniciar o afrouxamento. 3. As superffcies macias ou rugosas tendem a promover urna leve deformação plástica que diminui a força de aperto inicial e, assim, podem propiciar o afrouxamento.
explica o por quê das uniões rosqueadas se soltarem, um conceito
4. Os tratamentos superficiais e as condições que tendem a au-
muito simples, é fornecido nos próximos dois parágrafos. Na Figura 10.16 o aperto de uma porca (que é similar à elevação de uma carga por meio de um parafuso de potência) é representado pelo deslizamento de um pequeno bloco sobre um plano inclinado. Se o atrito for suficiente para evitar que o bloco deslize descendo o plano (movimento de retomo), a rosca é considerada autotravante. Todos os elementos de fixação rosqueados são projetados com um ângulo de hélice (A) suficientemente pequeno e um coeficiente de atrito (j) suficientemente alto para se tomar autotravante sob condições de carregamento estático. Entretanto, se ocorrer qualquer movimento relativo entre o parafuso e a rosca da porca (isto é, entre o plano inclinado e o bloco) a porca tende a desaparafusar a união (o bloco desliza, descendo o plano inclinado). Este movimento relativo é freqüentemente causado pelos efeitos de vibrações, porém ele pode ser decorrente de outras causas, como uma expansão térmica diferencial ou um ligeiro alongamento e uma contração da porca com as variações na carga axial do parafuso. Este efeito de alongamento e contração produz variações muito pequenas no diâmetro da rosca, e é devido à "ação de cunha" das roscas cônicas carregadas. Por exemplo, esse efeito não ocorre nos casos de rosca quadrada (veja a Figura l0.4c). Para se compreender como o movimento relativo tende a causar o afrouxamento da rosca, coloque um pequeno corpo rígido (como um lápis ou uma caneta) sobre um plano ligeiramente inclinado (como um livro) e dê um leve toque no bordo do plano em qualquer direção. Com o toque suficiente para causar um ligeiro movimento relativo, o pequeno corpo inevitavelmente desliza, descendo o plano. Uma analogia familiar aos motoristas dos países onde o inverno é rigoroso é a de um carro que se move na curva de uma pista coberta por gelo. Quando a tração é perdida, pelo acionamento dos freios ou pela aplicação de um torque muito alto às rodas de tração, o veículo desliza lateralmente para o acostamento da pista. Neste caso, o atrito entre a borracha do pneu e o gelo é suficiente para evitar o deslizamento lateral enquanto não houver movimento relativo, porém não é suficiente quando houver deslizamento em qualquer direção. São os seguintes os fatores que determinam se as roscas ficarão ou não frouxas:
mentar o coeficiente de atrito propiciam um aumento da resistência ao afrouxamento. O problema do afrouxamento da rosca tem resultado em numerosos e criativos projetes especiais e alterações de projetos, e continua desafiando os engenheiros na busca de soluções efetivas e de baixo custo. Apresenta-se, a seguir, um breve resumo das soluções mais comuns utilizadas atualmente. A Figura 10.20 mostra as familiares arruelas helicoidal e dentada de travamento. Elas trabalham sob o princípio do achatamento de uma saliência dura e de quinas vivas que tende a "morder'' as superffcies metálicas de fixação e resistir ao afrouxamento pela ação de "cunha". As porcas com fendas e castelo (Figura 10.21) são utilizadas com um pino ou grampo passante que se ajusta em entalhes diametralmente opostos e passa através de um furo realizado no parafuso. Este recurso propicia um travamento positivo, porém pode requerer um aperto ligeiramente superior ou inferior de modo a alinhar um par de fendas com o furo do parafuso. As contra porcas são, geralmente, de dois tipos - de giro livre e de torque dominante. A Figura 10.22 mostra três variedades de contraporcas livres de giro. Elas giram livremente até se ajustarem e, em seguida, produzem uma deformação, ao serem apertadas, que prendem as roscas do parafuso que se acoplam. As
(o)
(b)
1. Quanto maior o ângulo de hélice (isto é, maior a inclinação do plano inclinado), maior a tendência de afrouxamento. As-
FIGURA t0.2J Porcas com (a) fendas e (b) castelo. Cada porca é tamWm
mostrada acoplada a wn parafuso com um contra pino (ou grampo).
Capítulo 1O • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência
(u)
(b)
lt-)
Porca de •nserçao (0 M llon ~ido ê compnm1do quando a porQt é apertada, PfOPJCiando tanto a retenção quan1o o selagem.)
P!lfca com efeito mofa (0 topo da po
Porca de rosca simples lAs pontas apertam a rosca do parafuso Quando a porca é apertada. ~ tipo de porca é rapidamente aplicado e utilizado para cargas leves.>
235
FIGL"l!A 10.22 Exemplos de contraporcas U•re~ de giro.
Antes do aperto
Na condiçlo apertada e travada
Porca com elerto mola no topo IA parte superler d• po
PO
Porca distO
(n)
(/!)
(r-)
F!GOl~
10.23 Exemplos de contraporcas de torque dominante.(@, Cortesia de SPS Technologjes, lnc.)
arruelas de travamento mostradas na Figura 10.20 também representam dispositivos de travamento de roscas de "giro livre". Os endereços h ttp: I IWW\~ .mach inedes i gn.cornehttp: I I www. americanfastener. com apresentam informações adicionais sobre as porcas de travamento e os dispositivos de travamento. A Figura 10.23 ilustra algumas contraporcas de torque dominante. Essas porcas desenvolvem um torque de atrito tão logo as roscas estejam totalmente acopladas. Assim, elas. requerem a aplicação de uma torção até sua posição final assentada, e têm uma forte tendência de ficar nesta posição mesmo quando não apertadas. As porcas com torque dominante ou os elementos de fixação geralmente propiciam a melhor solução nos casos de aplicações críticas, particularmente quando altos níveis de vibrações são envolvidos. Algumas vezes duas porcas padronizadas (ou urna padronizada e uma contraporca fina) são utilizadas em conjunto para se obter urna ação de travamento. Inicialmente a porca padronizada extra, ou contraporca, é instalada e levemente apertada. Em seguida, a porca padronizada é instalada e apertada firmemente contra a porca extra. Um outro meio de se prover o travamento da rosca é cobrir as roscas em contato com um adesivo especial ou verniz, que também pode atuar como selador da rosca contra eventuais vazamentos de um fluido. Esses adesivos são disponíveis com diversas propriedades, dependendo da posterior desmontagem ser ou não importante. Algumas vezes o adesivo de cobertura está contido em uma pequena cápsula que é fixada às roscas durante sua fabricação. A cápsula se rompe durante a montagem e o adesivo flui sobre as superfícies das roscas.
Note que, essencialmente, todos os procedimentos de travamento das roscas apresentados podem ser aplicados aos parafusos e aos conjuntos porca-parafuso, indistintamente.
10.9 Pmoafuso sob~ SuJeito a Fort:a Externa de Separação da Unüio Os parafusos são tipicamente utilizados para manter componentes unidos em oposição às forças que tendem a separá-los ou a produzir um deslizamento relativo, afastando-os. Exemplos comuns são as barras de conexão rosqueadas, os parafusos de cabeça cilíndrica e outros. A Figura l 0.24a mostra o caso geral de dois componentes unidos por um parafuso e sujeitos a uma força externa F, que tende a separá-los. A Figura l0.24b mostra o diagrama de corpo livre de uma região desse conjunto. Nessa figura a porca foi apertada, porém a força externa ainda não foi aplicada. A força axial do parafuso FP e a força entre as duas placas Fc são iguais à força de aperto inicial F;. A Figura 10.24c mostra o diagrama de corpo livre dos mesmos componentes após a força externa F, ter sido aplicada. A condição de equilíbrio requer que uma ou ambas as situações possam ocorrer: (1) um aumento em FP e (2) uma diminuição de F,. As amplitudes relativas das variações em FP e Fr: dependem da rigidez relativa envolvida. Para facilitar a compreensão do leitor em relação à significância da rigidez relativa envolvida nas j untas aparafusadas, as Fi-
236
PARTE2
• Aru r.AçOF.s
F,
~- .
* F,
~ F,
(u)
(b)
Untilo completa
Otograma de COftlO h~ sem a carga externa
kl Otagrama de tori)O
hvre com a carga etrterna
FIGURA 10.24 Análise do diagrama de corpo líl'l"e de um parafuso sob carga de tração.
guras 10.25 e 10.26 ilustram dois casos extremos. A Figura 10.25a mostra a placa de fechamento aparafusada da extremidade de um vaso de pressão (ou o cabeçote aparafusado do bloco de cilindros de um compressor de pistões). A característica mais importante desse conjunto é a espessura da gaxeta de borracha, a qual é tão macia que, comparativamente, os demais componentes podem ser considerados como infinitamente rígidos. Quando a porca é apertada de modo a produzir a força inicial F ,, a gaxeta de borracha se comprime significativamente; o parafuso se alonga de uma quantidade desprezível. As Figuras 10.25b e 10.25c mostram os detalhes do parafuso e das superfícies uni-
das. Note a distância definida como g. Na condição de aperto inicial, FP = Fc = F;. A Figura 10.25d mostra a variação de FPe Fcquando a carga de separação F, é aplicada. A deformação elástica do parafuso causada por F, é tão pequena que a espessura da borracha da gaxeta não pode se deformar significati van1ente. Assim, a força de união Fc não diminui, e toda a carga F, é computada como aumento na tração do parafuso (reveja a Figura 10.24). A Figura 10.26 ilustra o extremo oposto na rigidez relativa. Os componentes unidos são representados por partes metálicas "rígidas", com superfícies de contato polidas e sem gaxeta entre elas. O parafuso possui uma região central de borracha. Neste caso o aperto inicial alonga o parafuso e não produz uma compressão significativa dos componentes acoplados. (A vedação do fluido é alcançada através de uma "gaxeta confinada" na forma de um 0 -ring - anel de retenção - de borracha. Antes de ser comprimida pela placa de cobertura, a seção transversal do 0 -ring era circular.) A Figura 10.26d mostra que, nesse caso, toda a força de separação é equilibrada pela diminuição da força de união, sem qualquer aumento na tração do parafuso. O único modo de se aumentar a tração no parafuso de borracha é aumentar seu comprimento, e isto não pode ocorrer sem uma força externa grande o suficiente para separar fisicamente as superfícies em contato. (Observe também que enquanto as superfícies permanecerem em contato, a efetividade da vedação do 0 -ring se mantém.)
o (FotÇa lu)
F, de separaçilo pc< pa~aluso)
lc)
(b)
(d)
FIGURA
10.25 forças F, e F, versus F, para cada parafuso utilizado na união de componentes maclos- parafusos rígidos.
Gaxeta "().ring"
O
F,
{ForÇ
(b)
(c)
(d)
FICL'RA 10.26 Forças F, e F, verstlS F, para cada parafuso utilizado na união de componentes rígidos· pararusos macios.
Capítulo 1O • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência
Os casos extremos ilustrados nas Figuras 10.25 e 10.26 são, quando muito, meras aproximações. Pode-se, agora, investigar o caso real em que tanto o parafuso quanto os componentes a serem unidos possuem rigidezes específicas. As uniões realizadas pelo aperto dos elementos de fixação tanto alongam o parafuso quanto comprimem os componentes a serem unidos. (Nas juntas sem gaxetas essas deformações podem facilmente se aproximar de milésimos de uma polegada. Para efeito de visualização pode ser útil um raciocínio em termos da maior deformação que estaria associada ao uso tanto da gaxeta de borracha da Figura 10.25 quanto do parafuso de borracha da Figura 10.26.) Quando a força externa F, é aplicada, o parafuso e os compo· nentes a serem unidos se deformam da mesma quantidade, 8 (isto é, a dimensão g aumenta de uma quantidade 8 para ambos). Pela Figura 10.24, a força de separação deve ser igual à soma do aumento na força do parafuso com a diminuição da força nos elementos a serem unidos, isto é,
237
1. Quando a carga externa é suficiente para anular a força de acoplamento (ponto A), a força do parafuso e a força externa devem ser iguais (lembre-se da Figura 10.24). Assim, a fi. gura mostra queFc =O e FP= F, para valores de F, além do definido pelo ponto A. (Esta não é uma faixa normalmente utilizada para F., pois a separação física das superfícies unidas raramente é uma condição aceitável.) 2. Quando a carga externa é alternadamente aplicada e removida, as flutuações de FPe de F, são convenientemente determinadas pela figura, conforme mostrado. (A Seção 10.1 1, sobre fadiga dos parafusos, apresenta algumas discussões complementares sobre este assunto.) O uso da Eq. 10.13 requer a determinação de kPe kc, ou, pelo menos, uma estimativa razoável de seus valores relativos. Considerando a equação básica para deformações axiais ( S = PUAE) e a definição de rigidez de uma mola (k = PIB), tem-se
(f)
k/1 =
A,E1 g
(10.14)
e
Por definição, (g)
onde a distância g representa o comprimento efetivo aproximado para ambos. As duas dificuldades que geralmente surgem na estimativa de kc são
onde kp e kc são as constantes elásticas das molas representativas do parafuso e dos componentes unidos, respectivamente. A substituição da Eq. g na Eq. ffornece
1. Os componentes a serem unidos podem consistir em um conjunto de peças de materiais distintos, representando " molas" em série. Nesse caso, utilize a fórmula para o cálculo da rigidez equivalente de molas em série:
1/k
(10.15)
Combinando as Eqs. g e h, obtém-se
t:J.Fc =
Volume de lútaçllo
k
c
1.
"P
+
Fe
r;
x.,.
elet•vo cOn~o
(i)
Assim, as equações para FPe Fcsão
F. = F.1 r
kc k
11
I k,
F.
c
(10.13)
As Eqs. 10.13 são representadas graficamente na Figura 10.27. Nesta figura também estão representados dois pontos adicionais dignos de comentários.
(Parafuso de cabeç
FIGURA 10.28 Procedimento para a estimath·a da área efetiva dos componentes a serem unidos (para o cálculo de k,). A área efetlva A, é aproxima-
damente igual à área média da seção cima-escuro. Assim,
"'[(
1l,.=4 Flutuações em FPe Fc correspondentes às flutuaçôes
em
f~
entre
os pontos
Oe C
~
., ~
-e/i
onde
d, • d (para pequenas folgas) l,Sd (para parafusos padronúados com cabeça hexagonal padronúa-
d,
=
da- veja a E'igura 10.16) d, =d, + g tg 30° = l,Sd + g tg ~· A substituição desses valores fornece A, =
~~ <5<1 ~ 6<1& cg ao• + I
tl
~o·)
., d= - O,rolldg • 0.0115g~ FOtça externa F,.
FIGURA 10.27 Relações entre as forças atuantes em uniões aparafusadas.
Nota: Se os elementos a serem fixados são macios, o uso de arruelas planas de aço com alta dureza aumenta o valor especifico de A,.
238
PARTE
2 • Arur.AçOv.s
2. A área da seção transversal efetiva dos componentes a serem unidos raramente é de fácil determinação. Esta condição é particularmente verdadeira se os componentes possuírem formas irregulares ou se eles se estendem de uma distância significativa em relação ao eixo do parafuso. Um procedimento empírico algumas vezes utilizado na estimativa de A, é ilustrado na Figura 10.28. Um procedimento experimental efetivo para a determinação das rigidezes kP e kc para uma dada união é utilizar um parafuso equipado com um extensômetro por resistência elétrica ou monitorar o comprimento do parafuso através de ultra-som. Esses procedimentos permitem uma medida direta de FP' tanto antes quanto depois de a força F, ser aplicada. Alguns manuais apresentam estimativas grosseiras da relação k/kp para diversos tipos gerais de uniões que utilizam ou não gaxetas. Para uma união "típica" sem gaxeta é comum considerar-se a rigidez kc como sendo o triplo de kP' porém para um projeto criterioso da união pode-se, na realidade, chegar à relação kc = 6kP'
cia, facilidade de manuseio e montagem, e custos. Mesmo no caso de aplicações de parafusos para cargas significativas e conhecidas algumas vezes são utilizados parafusos maiores do que o necessário porque uma dimensão menor " não daria uma boa impressão", e o custo adicional pelo uso de parafusos maiores seria mínimo. PROBLEtUA RESOLVIDO 10.2P Seleção de Paratbsos para a Fixação de um Mancal-
amento or Tração A Figura I 0.30 mostra um mancai de esferas alojado em sua caixa e suportando a extremidade de um eixo girante. O eixo aplica urna carga estática de 9 kN à caixa do mancai, conforme mostrddo. Selecione parafusos métricos (ISO) para a ftxação da caixa do mancai e especifique o torque de aperto mais apropriado.
Sowç,\o Conhecido: Uma carga de tração estática conhecida é aplicada a dois
10.10 Seleção de Parafusos paro Carregamento Estátko
parafusos métricos (ISO).
A Ser Det.Jnninado: Selecione os parafusos mais adequados e especifique o torque de aperto.
As principais cargas atuantes nos parafusos são de tração e de cisalhamento, ou uma combinação dessas duas. Entretanto, é comum observar-se também uma pequena carga de flexão em virtude de as superfícies dos componentes a serem unidos não estarem exatamente paralelas entre si e perpendiculares ao eixo do parafuso (Figura 10.29a), e porque, algumas vezes, os componentes a serem unidos apresentam alguma deformação (Figura 10.29b). Antes de se considerar alguns exemplos mais complexos é importante reconhecer que não é incomum o caso de os parafusos serem selecionados de forma arbitrária. Esta é a situação das aplicações não-críticas, cujas cargas são pequenas - por exemplo, a ftxação das placas de licença dos automóveis. Na maioria desses casos as dimensões obtidas pelo projeto seriam consideravelmente menores do que aquelas de fato utilizadas. A seleção é um assunto para análise baseada em fatores como aparên-
Esquemas e Dadoa Fonaecidos: 9kN
FlGiffiA 10.30 llloco de manca! tJXado por dois parafusos.
Decisões/Hipóteses: 1. A classe 5.8 para parafusos de aço, com custo relativamente baixo, é escolhida como material do parafuso.
2. A carga de 9 kN é distribuída igualmente entre os dois parafup
sos.
3. Os parafusos não sofrem qualquer efeito de flexão; isto é, a carga nesses elementos é de tração axial.
Análise do Projeto: 1. Qualquer classe de aço poderia ter sido utilizada, porém não há razão aparente para se especificar um aço de maior resistência e
(a)
(b)
flexlio no parafuso causada pelo não-paralelismo das superficies dos componentes a serem acoplados. (0 parafuso fletirâ quando a porca for apertada.)
Flexão no parafuso causada por deformaçlio dos componentes quando c.1rregados. (Observe a tendência de pc>Otamento em relação ao ponto A; neste caso, a fle>ão é reduZida se a d1mensão a for aumentada.)
FIGURA 10.29 Exemplos de flexão não prevista em parafusos.
mais caro. A classe 5.8 com uma resistência de prova de 380 MPa (Tabela I 0.5), foi escolhida. 2. A carga nominal para cada um dos dois parafusos éde4,5 kN. A Seção 6.12 indica que se a falha do parafuso não colocar em risco a vida humana, não causar outro dano ou implicar um custo alto, um fator de segurança de 2,5 seria razoável. Como nesse caso o custo de se utilizar um fator de segurança mais alto é inexpressivo e como a falha pode ter como conseqüência outros custos mais altos, deve-se utilizar o "julgamento de engenharia" e aumentar o fator de segurança para 4. Assim, a "sobrecarga de projeto" para cada parafuso deve ser de 4,5 kN X 4 = 18 kN. 3. Para o carregamento estático de um material dúctil, a concentração de tensões pode ser desprezada e a simples equação "a= PIA" pode ser utilizada, com a tensão a sendo igualada à
Capítulo 10 • Elementos de F"I.Z1IÇM Rosqueados e Parafusos de Potência resistência de prova quando P for igual à sobrecacga de projeto. Assim,
380 MPa =
18
.000N
A,
ou A, = 47.4 mm2
4. A Tabela 10.2 indica uma dimensão padronizada adequada de parafuso da classe 5.8 como sendo M lO X I ,5 (para a qual A, = 58,0 mm'). S. A pré-carga inicial pode ser razoavelmente definida pela Eq. IO.IIacomo
F;
= 0,9A S" = 1
0,9(58.0 mm2)(380 MPa) = 19.836 N
6. Este valor corresponde a um Iorque de aperto estimado (Eq. 10.12) de T = 0.2F,d
= 0,2(19,8 kN)( IO mm)= 39,6 !\ · m
239
nos de cisalhamento, conforme mostrado). As placas unidas são de aço e possuem superfícies limpas e secas. O parafuso deve ser apertado por uma chave de torção alé atingir sua carga de prova; isto é, F1 = S,.A, Qual é o valor da força F que a união é capaz de suportar? (Nota: E~te carregamento por duplo cisalhamento do parafuso é análogo àquele atuante no pino mostr.1do na Figura 2.14. Admite-se que o parafuso e as placas tenham resistências suficientes para evitar os oulros modos de falha discutidos em combinação com as Figurus 2. 14 e 2.15.) SOLUÇ,\O
Conhecido: Um determinado parafuso de aço une três placas também de aço e está sujeito a um cisalhamento duplo.
A Ser Detenninado: Determine a capacidade de carga da união. Eaquema.t e Dado.t Fornecidos:
Comentário~:
-
1. Na terceira etapa, a determinação da área necessária foi independente da relação de rigidezes k,Jkp e também independente da força de tração inicial F;. Independentemente dessas grandezas, a falha estática dos parafusos só ocorrerá quando a sobrecarga for suficiente para escoar toda a seção transversal do parafuso, com o bloco do manca! sendo empurrado no sentido de perder contato com a superfície de fixação (isto é, F, = 0). A força de trdçào inicial ótima corresponde, assim, ao maior valor que não escoe os parafusos o suficiente para danificá-los com sua retirada e sua recolocação por diversas vezes. Essa condição ofereoe a máxima proteção contra a separação de superffcies (F, = 0) e a máxima proteção contra o afrouxamento da rosca (por propiciar um atrito máximo entre as roscas). (Na próxima seção será mostrado que tanto a relação entre as rigidezes quanto a tr.lção inicial são fatores importantes na determinação das dimensões do pamfuso quando um carregamento de fadiga é envolvido.) 2. Observe que o procedimento para a obtenção de A, = 47,4 mm' foi baseado em um ligeiro escoamento de toda a seçào tr.lnsversal do parafuso quando a sobrecarga de projeto é alcançada. Com os parafusos M 10 x I ,5 (A, = 58,0 mm'). uma sobrecarga de projeto de 22 kN causaria um ligeiro escoamento. Uma pequena sobrecarga adicional produziria uma distorção nos parafusos, de modo que eles não poderiam ser reutilizados. Entretanto, seria necessária uma sobrecarga adicional significativamente maior para levar o material até sua resistência-limite e, conseqüentemente, fraturar os parafusos (relação S.JS, = 5201380 = I ,37, neste caso). Em algumas situações, a sobrecarga de projeto pode ser baseada na resistência-limite do material do parafuso, cm vez de na sua resistência de prova ou na resistência ao escoamento.
As resistências ao escoamento dos parafusos de aço de diversas classes foram analisadas por Fisher e Struik (5], que concluíram que uma aproximação razoável é
s.., : : : 0,62S, (veja a nota de roda[)(! 2)
(10.16)
10.3 Determinação da Capacidade de Carga por Cisalhamento de uma União Aparaf'u.sada PROBLE." L\ REsoLVIDO
A Figura 10.31 mostra um parafuso de aço ~ in- 13UNC classe 5 carregado por duplo cisalhamento (isto é, o parafuso possui dois pia' Para carregamento por cisalhamento dircto (c não toteional).
f
2
I
2
C,) ~to..,..,. 1)01 ~h
Flc~RA
....,..-. (/t)
kii'OftiCIO
elo tlfolO
~
fi !la 1)01 tosaltla,.,.,.!O
10.31 Parafuso~doe.mduploclsalhamento.
Hipóteae~:
1. O parafuso é apertado até atingir sua carga de prova; isto é, F1 =
S,_A,.
2. O parafuso falha quando sujeito ao carregamento de duplo cisalhamento. 3. O parafuso e as placas possuem resistência suficiente pard evitar qualquer ou IrO modo de falha. 4. A variação na chave de torção é, grosseiramente, de ±30%. S. Ocorre uma perda de I0% na tração inicial durante as primeiras semanas de operação (veja a Seção 10.7).
Atuílise: 1. Para o parafuso '1, in- 13UNC classe 5, a Tabela 10.1 fomeceA, = 0,1419 in' e a Tabela 10.2 mostraqueS, = 85 ksi. A pré-carga inicial especificada é F1 = S,A, = 85.000 psi X O, 1419 in' = 12.060 lb. Porém, com a variação da chave de torque, estimada grosseiramente cm ±30%, e com uma perda de I0% da pré-carga inicial durnntc as primeir'ds semanas de operação (veja a Seção IO. 7), um valor conservador de trabalho para F1é de aproximadamente 7600 lb. 2. A referência [5 J fornece um resumo (p. 78) dos coeficientes de atrito obtidos para placas aparafusadas. O coeficiente para aço semipolido é de aproximadamente 0,3, e para aço fundido ou injetado sob pressão é de aproximadamente 0,5. Diversos tipos de pinturas, revestimentos e outros tratamentos superficiais podem alterar o coeficiente significativamente, em geral diminuindo-o. No caso tratado neste problema será admitido um coeficiente de atrito de 0,4. Este valor resulta em uma força necessária para deslizar cada uma das duas interfaces de 76(X) lb X 0,4 = 3040 lb. Assim, o valor de F necessáóo pam superar o atrito é estimado como sendo da ordem de 6000 lb. 3. Embora geralmente seja desejável limitar a força aplicada F ao valor que pode ser transmitido por atrito, deve-se conhecer o
240
PARTE
2 • Arur.AçOv.s
maior valor da força que pode ser trdilsmitida através do parafuso. Para os dois planos de cisalhamento envolvidos essa força é igual a 2S,,A, onde A é a área do parafuso 110s planos de cisa/hamento - neste caso, m:0,5)2/4 = O, 196 in' . Considerando-se que a teoria da energia de distorção fornece uma boa estimativa da resistência ao escoamento por cisalhamen to para os metais dúcteis, tem-seS,,. = O,SS, = 0,58(92 ksi) = 53 ksi. Assim, para o escoamento dos dois planos de cisalhamento, F = 2(0, 196 in')(53.000 psi) = 2 1.000 lb. 4. A carga estimada de 21.000 lb faz com que o valor da tensão cisalhante atinja a resistência ao escoamento em todos os pontos da seção tmnsversal dos planos de cisalhamento, e um pequeno valor adicional dessa tensão provavelmente resultaria na perda de boa parte ou de todas as forças de fixação e atrito. Um aumento ainda maior desta carga causaria a falha total por c isalhamento, conforme indicado na Figura 10.3 l b. Esta carga de falha total é calculada da mesma forma que a carga calculada n a terceira etapa, exceto pela substituição de S" por Pela Eqj. 10.16, = 74 ksi; a correspondente carga estimada é F = 29.000 lb.
s.,.
s•.,
Hipóteses: 1. Os c.omponentes a serem fixados são rígidos e não se deformam com o c.a rregamento. 2. A carga tende a girar o suporte em relação a um eixo que passa pelo ponto A . 3. As cargas de cisalhamento são suportadas pelo e feito de atrito.
Análise: 1. Com as hipóteses de componentes rígidos unidos e cargas de cisalhamento suportadas pelo efeito do atrito, a excentricidade da carga aplicada não produz qualquer efeito no carregamento do parafuso. Com o suporte tendendo a girar em relação a um eixo que passa pelo ponto A, a deformação (e, portanto, a carga) imposta aos dois parafusos D é igual a quatro vezes aquela imposta ao parafuso E. Sejam F 0 e F 8 as forças de tmção suportadas pelos parafusos D e E. O somatório de momentos em relação ao ponto A parda sobrecarga de projeto de 24 kN(6) = 144 kN fornece
500(144) = IUUFe
Comentários: Observe que na Figura 10.3 1 a região rosqueada do parafuso não se estende até o plano de cisalhamento. Este fdto é importante para um parafuso carregado por cisalhamento. A extensão da rosca até o plano de cisalhamento é considerada de forma conservadora para a redução da área de cis alhamento a um círculo cujo diâmetro é igual ao diâmetro da rdiz da rosca; neste caso, A = m:0,4056)'/ 4 = 0,129 in2 , que c.orresponde a uma redução de 34% .
= 25F0
+ 400/'0 + 400/'0
+ 400F0 + 400F0
= 825FD
ou
F 0 = '07,27 kN 2. O aço da classe 9.8 possui uma resistência de prova de 650 MPa. Assim, a área sujeita à tensão de trdção requerida vale
PROBLDL\ REsOLVIDO 10.4 Seleção de ParafUsos para a Fixação de um Suporte, Admitindo que o Cf.salhamento s eja Suportado por Atrito A Figura 10.32 mostra um suporte carregado verticalmente fixado a um componente imóvel através de três pamfusos idênticos. E mbora a carga de 24 kN normalmente seja aplicada no centro d o suporte, os parafusos são selecionados supondo-se que a excentric.idade mostrada possa ocorrer. Devido às considerações sobre segurança, devem ser utilizados parafusos de aço SAE classe 9.8 e um fator de segurança mínimo de 6 (baseado na resistência de prova). De termine uma dimensão apropriada para o parafuso.
SOLUÇÃO Conhecido: Três parafusos de aço SAE classe 9.8 c.o m um fator de segurança especificado devem ser utilizados para fixar um suporte de geometria fornecida que suporta uma carga vertical conhecida. A Ser Determinado: Selecione os parafusos mais adequados e especifique o Iorque de aperto. Esquemas e Dados Fornecidos:
_ 87.270N _ J4 2 A, - l'í50MPa - I mm A Tabela 10.2indica que o tipo de rosca apropriado é M l6 X 2 .
Comentários: 1. Considerando a aparência e de modo a propiciar uma segurança adicional, um parafuso de maior dimensão deve ser selecionado. 2. Como no Problema Resolvido 10.2, a dimensão do parafuso é independente de kP, k, e F 1, exceto pelo fato de que a força F1 deve ser suficientemente alta para j ustificar a hipótese de que as forças cisalhantes são transmitidas pelo e feito do atrito. Com o coeficiente de atrito admitido como sendo de 0,4 e uma pré-carga (após c.onsidemr as variações no aperto e a relaxação inicial) de, no mínimo, O,Sss, A,. compare a força de atrito por cisalhamento disponível (utilizando parafusos de 16 mm) com a sobrecarga de cisalhamento aplicada: Força de atrito disponível = (3 pamfusos)(0,55 Srft,)F = 3 (0,55)(650 MPa)(l57,27 mm')(0,4) = 67.500N que representa a margem de segurança em relação à sobrecarga aplicada de 24 kN superposta à tendência de rotação t'llusada pela excentricidade da sobrecarga. O segundo efeito é tratado no Problema Resolvido 10.5.
PROBLEt\IA RESOL,'IDO 10.5 Seleção de Parafusos para a Fixação de um Suporte, Desprezando o Atrito e Admitindo que as Forças de Clsalhamento sejam Suportadas pelos Parafusos
F!GUR~
10.32 Suporte carregado verticalmente fixado por três parafusos.
Repita o Problema Resolvido 10.4, desta vez desprezando as forças de atrito.
Capítulo 10 • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potêm:ia
SOLCÇÁO Conhecido: Três parafusos de aço SAE classe 9.8 com um fator de segurança especificado devem ser utilizados para fixar um suporte de geometria fornecida que suporta uma carga vertical conhecida. A Ser Determinado: Determine a dimensão mais recomendada pam o parafuso. Esquemas e Dados Fornecidos: Veja o Problema Resolvido l 0.4 e a Figura I0.32. Hip6tese~:
. • . _ 1. As forças cisalhantes causadas pela carga verttcal excentnca sao suportadas completamente pelos parafusos. 2. A força vertical de cisalhamento é distribuída igualmente entre os três parafusos. 3. A força cisalhante tangencial suportada por cada parafuso é proporcional à sua distância do centro de gravidade do conjunto de parafusos.
241
to de parafusos da seção transversal Para os três parafusos de mesma dimensão, o centro de gravidade corresponde ao centróide da área triangular, conforme mostrado na Figura 10.33. Essa figura ilustra a carga original aplicada (vetar tracejado) substituída por uma carga igual equivalente aplicada no centr6ide (vetor contínuo) superposta ao torque, que é igual ao produto da força pela distância a que ela foi movida. Conforme admitido, cada parafuso suporta um terço da carga cisalhante vertical e uma força tangencial (em reluçllo à rotação em tomo do centro de gravidade) que é proporcional à sua distância ao centro de gravidade. Os cálculos indicados na figura mostram que esta força é de 37,l lcN pam cada um dos parafusos superiores. O vetor soma das duas forças cisalhantes é, obviamente, maior pam o pardfuso superior direito. Utilizando um cálculo simples, mrn.tra-se que V = 81,5 kN. 3. O parafuso superior direito é o parafuso mais solicitado, estando sujeito a uma tensão de tração, u = 87.270/A, e a uma tensão de cisalhamento, T = 81.500/A. Substituindo-se essas expressões na equação da energia de distorção tem-se uma tensão de tração equivalentede
Análile:
1. O fato de o atrito ter sido desprezado não produz qualquer efeito nas tensões atuantes no parafuso na região rosqueada, onde foi dada maior atenção no Problema Resolvido 10.4. Neste problema, a atenção é desviada para o plano de cisalhamento do parafuso (na interface entre o suporte e a placa imóvel). Este plano suporta a força de tmção de 87,27 kN, calculada no Problema Resolvido 10.4, superposta à força de cisalhamento calculada na segunda etapa a seguir. 2. A força de cisalhamento excêntrica aplicada de 24 kN(6) = 144 kN tende a deslocar o suporte para baixo e também fazê-lo girar no sentido horário em relação ao centro de gravidade do conjun-
A
4. Igualando-se essa tensão à tensão de prova, obtérn·se
l()().OOO = S = 650 MPa
A
fi
Portanto,
S. Finalmente,
Assim, é necessário um diâmetro nominal de 18 mm. ComenJáriot: Ao comparar esta solução com a do Problema Resolvido 10.4 observe que para esse caso particular o cisalhamento e a traçào atuantes no plano de cisalbamento do parafuso mostraram-se mais críticos do que a tração isolada atuante nas roscas.
10.11
48 -:.M •
o. 144 kN (150 mm) = F(!BO mm)+ F(!BO mm) +FI: mm) 1200 mm) Fa37,1 kN
FIGUIIA 10.33 Plano das rorçasclsalbantes e equlllbrio de momentos para o suporte da Hgura 10.32.
S~o
de Parafrulos para Carregamento de Fm:Uga: Fundamentos
A fadiga nos parafusos envolve uma tração flutuante geralmente acompanhada por uma pequena carga de flexão alternada (conforme ilustrado na Figura 10.29b).(Cargas alternadas de cisalbamento são geralmente suportadas pelas forças de atrito desenvolvidas na união ou por componentes separados, como os pinos de encaixe.) Esta seção envolve a aplicação dos princípios e conceitos do Capítulo 8 aos parafusos. Devido à pré-carga de aperto, é inerente aos parafusos estarem sujeitos a altas tensões médias. Além disso, concentradores de tensão estão sempre presentes nas raízes das roscas. Esses dois pontos são tratados nas Seções 8. 9 e 8.11.
242
PARTE
2 • Arur.AçOv.s
Tabela 10.6 Fatores de Concentração de Tensões K1 para Elementos Rosqucados de Aço (Valores Aproximados para Roscas Unificadas c ISO)
Dureza
GrauSAE (Roscas Uníficadas)
ClasseSAE (Roscas ISO)
xI ·
Roscas Laminadas
Roscas Cortadas
Abaixo de 200 Bhn (recozido) Abaixo de 200 Bhn (temperado)
2 e abaixo 4e acima
5.8e acima 8.8eacima
2,2
2,8 3,8
' Com superfícies comerciais de boa qualidade., utilize L$
= I
3,0
x·I
(em vez de um valor da Fig. 8.13) ao adotar esses valores de K1•
A Tabela 10.6 fornece os valores aproximados dos fatores de concentração de tensões por fadiga, Kft para os parafusos padronizados. Observe que (1) as roscas laminadas possuem valores mais baixos de K1 devido ao trabalho de endurecimento (têmpera) e às tensões residuais, e (2) as roscas temperadas possuem maiores valores de K1 devido às suas maiores sensibilidades ao entalhe. Para as roscas polidas de boa qualidade comercial esses valores podem ser utilizados com um fator de superfície C5 unitário. A Seção 10.4 e as Figuras 10.11 e 10.12 explicaram a tendência de boa parte da carga dos parafusos ser suportada pelas roscas mais próximas da face carregada da porca, e foi observado que o nível das tensões concentradas nessa região era influenciado pelo projeto da porca. Esta é uma das razões pelas quais os valores reais de K1 podem diferir daqueles fornecidos na Tabela 10.6.
é suportada pela diminuição da força de união; nenhuma parcela causará o aumento da carga no parafuso. Esta situação é ilustrada pelas curvas superiores da Figura 10.34a. Quando a força F, é liberada, o parafuso relaxa (encurtamento) suavemente, e essa relaxação é elástica. Assim, as correspondentes variações em FP e Fc são controladas pelas rigidezes elásticas k e kc. A relaxação elástica do parafuso é reversível, o que signiflca que a carga pode ser reaplicada sem que ocorra um novo escoamento. Quando a carga externa continua seu ciclo, o parafuso e as forças de união flutuam, conforme ilustrado pelas curvas do caso 2. Pode-se agora determinar a flutuação da tensão atuante no local crítico da raiz da rosca para os casos 1 e 2. Para o caso 1, a pré-carga inicial produz uma tensão na raiz da rosca de (T
1-i 10.000 N = -K1 = {3) = 51 7 MPa 0 A, 58.0 mm-
No início da aplicação da carga externa FP aumenta até 13 kN, com uma tensão elástica associada de 672 MPa atuante na rosca. Um pequeno escoamento reduz essa tensão para 660 MPa. A redução elástica na tensão quando FP é reduzida para 10 kN é de 155 MPa. Assim, a flutuação da tensão na raiz da rosca A Figura 10.34 representa uma análise da resistência à fadiga de corresponde à curva do caso 1 da Figura 10.34b. Esta é exalaum parafuso MIO X 1,5 fabricado de aço e com propriedades mente a mesma flutua.ção mostrada para o caso 2. Em ambos idênticas às listadas para o aço SAE classe 8.8 na Tabela 10.5. O os casos, a tensão máxima corresponde a SYe a tensão mínima parafuso é instalado em uma junta com kc = 2kp e está sujeito a resulta de uma relaxação elástica durante a remoção da carga. uma carga externa que flutua entre Oe 9 kN. As curvas do caso Assim, os dois casos são representados pelo mesmo ponto so1 na Figura 10.34a correspondem a uma pré-carga de 10 kN. bre o diagrama de tensão média versus tensão alternada (ponto (Note que essas curvas são similares àquelas da Figura 10.27.) 2 na Figura 10.34c). A única diferença entre eles é o maior A cada vez que a carga externa é aplicada a força no parafuso escoamento que ocorre durante o aperto e a aplicação do carreaumenta e a força de união diminui, com a soma dos dois efeitos gamento inicial no caso 2. sendo igual à carga externa de 9 kN. Quando a carga externa F, O ponto 2 da Figura 10.34c se aplica a qualquer valor de préé removida, a carga axial do parafuso FP e a força de união Fc carga entre 10 e 38,3 kN. Se a pré-carga exceder 12,8 kN, a tenretomam aos seus valores iniciais de 10 kN. são na raiz da rosca atinge o ponto 1 referente ao aperto inicial. As curvas do caso 2 correspondem a uma pré-carga inicial do O ponto 3 mostra que a tensão na raiz da rosca após o carregaparafuso igual à resistência ao escoamento (F; = SYA, = 600 X mento externo é descontinuada (isto é, a máquina é desligada). 58,0 = 38.280 N ""' 38,3 kN). Deve-se entender que esta força A diferença entre os pontos 1 e 3 é causada pelo escoamento do representa um valor extremo que jamais deveria ser especifica- parafuso durante aplicação da pré-carga inicial F,. Quando a do. (A pré-carga inicial mais alta a ser especificada deve ser igual máquina retorna à sua operação, o "ponto de operação" da raiz ao valor máximo da resistência de prova - cerca de 9% inferi- da rosca se move de 3 para 2. or, neste caso.) Seguindo-se os procedimentos fornecidos no O fator de segurança em relação à eventual falha por fadiga é Capítulo 8 (relembrando particularmente a Seção 8.. 11 e a Figu- de 139/73 = 1,9, porque uma sobrecarga até a falha aumentaria ra 8.27, e o tratamento das tensões de escoamento e residuais na a tensão alternada até 139 MPa (ponto 4) de modo a atingir a liSeção 4.14 e Figuras 4.42 e 4.43), utiliza-se a curva tensão-de- nha de Goodman de vida infinita. O ponto 4 corresponde a uma formação ideal da Figura 10.34b. Com o parafuso apertado até o carga externa flutuante de zero até 1,9 X 9 kN = 17,1 kN. Note limite de sua resistência ao escoamento, todo o material na se- que com a pré-carga do caso 1 esta sobrecarga não seria possíção transversal fica sujeito à tensão Sr. Isso significa que qual- vel, porque a força de união diminuiria para zero e os compoquer pequena elongação adicional não causa aumento na carga; nentes unidos se separariam (Fc = 10 - (2/3)(17 ,1) < 0). Com a isto é, o módulo de elasticidade efetivo correspondente a um pré-carga do caso 2, a união mantém uma alta força de fixação aumento da carga não é de 207 GPa, mas sim zero, e a rigidez com essa sobrecarga
10.11.1 Análise da Resistência à Fadiga dos Paralu.sos Sujeitos a Alta e Baixa Pré-carga Inicial
Capítulo 10 • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência 243
caso 2 -
F1 : 38,3 kN (parafuso apertado atê atrnglr a res
Parafuso escoa Jtvttlu•nu. sem qualquer aumento na carga ou na tens3o durante a pnme1ra aplicação de F,
~~~-~-:=3~~~·3-==-~-~-~~-.~ -----~~~~35,3
4 Parafuso apertado. a máquina ainda niO está ~rgada
I -h-
Mâqurna operando à carga nO( mal
++<>----
J
Máquina - desligada
Tempo IAIJ Flutuac;IO em fj, e F, caliS3da pela flutuaçiO em F, 900
800 700 600 1-+1-t- sr • 600
~
FlutuaçAo da tenslo na ratZ da rosca- Caso 2, F1; 35,3 kN
~ 500
505
b
i
400 300
12% elongaçao O~•. especlhcado paro a classe 8.8
200 < • 0.0032.
s,- 660 no curva
rdeoll~ada
Oeformaç&o. • {lt) Curva t
c.a,, real) do aço de parafu!O do classe 8.8
Operaçlo na sobteeMp na rml~nc.a de causar uma e.entuallalha pO( lad•ga 4
Tell$ào méch, "• (MPa}
1
Após o deslígamento prk;uga seauldo da opeqçto normal (<-) Dragrama de tensiO médra x tensiO alternada p;n representar as tensOes na raoz da rosca
FIGURA 10.34 Exemplo de um parafuso carregado por fadiga. Parafuso de aço MIO x 1,5 apertado por dois valores distintos de F,. As rigidezes elásticas são tais que k< 2k, (roscas laminadas, K1 3).
=
=
244
PAR1T.
2 •
APUCAÇ0 f.S
Parafuso de aço ~ •- 13 UNC.
rior devido às diferenças entre as curvas tensão-deformação real e a ideal (que foi assumida).
&~au
5 com roscas cori~IS Fatça externa flutuante dt O atá f,..,
10.11.2 Vantagell8 de uma Elevada Pré-carga por Tração no ParafUso Embora o aperto dos parafusos até o limite de resistência ao escoamento não deva ser especificado (principalmente por causa da possibilidade de se ultrapassar esse ponto durante a operação de aperto do parafuso), é desejável defmir esse aperto até o limite de resistência de prova (isto é, F; = S,A,), onde um controle suficientemente rigoroso sobre a operação de aperto possa ser mantido. As vantagens de se adotar esse nível de aperto são
I--H=2" ~
(a)
Modelo Slmpl1f1eado de componentes de miquona untdos por parafuso
,_
1. A carga dinâmica sobre o parafuso é reduzida porque a área efetiva dos componentes unidos é maior. (Quanto maior a précarga inicial, mais intimamente em contato permanecem as superfícies unidas durante o ciclo de carga, particularmente quando se considera o efeito da excentricidade da carga, conforme ilustrado na Figura 10.29b.) 2. Existe uma proteção máxima contra sobrecargas que possam causar a separação da união. 3. Existe uma proteção máxima contra o afrouxamento da rosca (veja a Seção 10.8).
F,
Tempo (b)
Força flutuante de separaç&o
É importante reconhecer que o pequeno escoamento na raiz da rosca, que ocorre quando os parafusos são apertados até o limite da carga de prova, não é prejudicial a qualquer material utilizado na fabricação de parafusos com ductilidade aceitável. Observe, por exemplo, que todos os aços listados nas Tabelas 10.4 e 10.5 possuem uma redução de área de 35%.
~·rr:u1.f
tempo
Ponto-hm1te para o easo u
/ PnODLD L\ REsOLVIDO 10.6
Importância da Pré-carga Inicial na Capacidade d e Carga por F adiga d e um ParafUso
A Figum 10.35a apresenta um modelo representativo da união de dois componentes de máquina através de um único (Y.li'!Úuso 1/1 in- 13 UNC gr.~u 5 com roscas cortadas e sujeita a uma força de separação que flutua entre zero e um valor F""'' Qual é o maior valor de F.,.. que propicia uma vida infinita por fadiga ao par.lfuso (a) se este não sofrer qualquer pré-carga e (b) se o parafuso for submetido a uma précarga inicial até o limite de sua carga de prova?
.... (ksl) (L)
o...,.,. de '-IO&J poq a
~,.
da ro.eo
F'lGlliA 10.35 Placas aparafusadas sujeitas à rorçade5<'paraçiio Outuant~.
SOLUÇÁO
Conhecido: Duas placas de espessuras definidas süo unidas uma à outra através de um determinado parafuso, e o conjunto é submetido a uma força de separação flutuante entre zero e F,,.,. O conj unto deve apresentar uma vida infinita (a) pam o caso de o parafuso não ser submetido a uma pré-carga e (b) para o caso de o pamfuso ser submetido a uma pré-carga até o limite de sua carga de prova. A. Ser Detenninado: Determine F,.,.. para os casos a e b.
3. A área efeti va dos componentes unidos pode ser aproximada conforme descrito pela Figum 10.28. Análue: 1. A Figum I 0.35c mostra a construção do diagrama uM·u,. Pam o caso a, as t1nicas tensões atuantes são devidas à carga flutuante, com
&quemtu e Dado! Fonuu:idos: Veja a Figura 10.35. B ip6teau: 1. As roscas do parafuso se estendem apenas ligeiramente acima da porca, e o corpo do pamfuso possui um diâmetro de 'h in ao longo de todo o seu comprimento. 2. As duas placas de aço usinadas possuem superflcies planas e suaves, e não existe qualquer gaxeta entre elas.
(As unidades silo libras e polegadas.) 2. Par" o limite de uma vida infinita por fadiga, tem-se, pela Figum J0.35cque
rr,
= if, = 37.000 psi
Capítulo 10 • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência Portanto, 13,39F,., = 37.000, ou (após os devidos arredondamentos),
FmáA
= 2760 lb
245
Afigura 10.35c mostra que este ponto está imediatamente abaixo da linha de vida infinita de Guodman (u. poderia chegar a 23 ksi). Portanto, a resposta para o caso b é (arredondando-se) F......, = 12.000 lb, ou 4,5 vezes o valor obtido para o caso a.
3. Para o caso b, a pré-carga inicial vale
10 •12
F; = S, A, = (85.000)(0, 14 19) = 12.060 lb 4. Admitindo-se que as superfícies das placas de aço são planas e polidas e que não há qualquer gaxeta entre elas, k" e k, são, simplesmente, proporcionais a A, e A, (veja a Eq. 10.14). Com a hipótese de que as roscas do parafuso se estendem apenas ligeiramente além da porca e que o c.orpo do parafuso possui um diâmetro de Y.z in ao longo de todo o comprimento,
Utilizando a Figura I 0.28 para estimar A,, tem-se
w ? Ac = J6(5d·
~
~ [ 5{!)2 +
=
= u9
~
+ 6dg tg 30° + g- tg- 300) 6{!)(2)(0,577)
+ (2)2(0,333)]
irr
Assim,
0,196 0, 196 + 1, 19
=o
4
.l
o que significa que apenas 14% da flutuação da carga externa são sentidos pelo parafuso (86% são utilizados na diminuição da pressão da união). 5. A carga alternada no parafuso é igual à metade do valor pico a pico da flutuação da carga, ou 0,07Fm"-' Assim, a tensão alternada no parafuso vale
Fa
CT a
0,07F.náx
= A'/! = O, 14 19
(3 ,8)
= 1,88Fmáx
6. Com F; = S.A, = 12.060 lb, as cargas externas um pouco acima desse valor não causarao a separação da união. Assim, F"''' = 12.060 lb é plenamente satisfatório se a tensão alternada no parafuso não causar uma falha por fadiga. Para Fm"- = 12.060 lb, U0
=
1,88Fmáx
=
1.88(12.060)
= 22.670 psi
Sel~o
de ParujluoiJ para Carregamento de Fadiga: Utilisan.do o8 Re8ulta.do8 de
Te8te8 E8peci.ai8 Os proredimentos apresentados nas seções preredentes indicaram que para qualquer aperto razoável do parafuso (causando um escoamento mínimo na raiz da rosca, porém não ultrapassando o limite da carga de prova), a capacidade de carga alternada é independente da pré-carga inicial. Os ensaios confirmam que isto geralmente é verdadeiro, a não ser que valores maiores da précarga provoquem um aumento significativo das rigidezes dos componentes a serem unidos [3, 4, 11]. Os pontos de interseção correspondentes às tensões alternadas para o limite de fadiga (ponto 4 do gráfico da Figura 10.34c) para diversos parafusos de aço indicam que a tensão alternada admissível não aumenta com o limite de resistência; ao contrário, ela permanece praticamente constante. Este fato também tem sido confirmado através de ensaios. Por exemplo, a Tabela 10.7, apresentada anteriormente, não faz qualquer distinção entre os aços com limites de resistência de 120 e 260 ksi. Independentemente dos pontos de verificação gerais discutidos antes, a determinação da carga alternada admissível para os parafusos através dos proredimentos utilizados na seção anterior é visivelmente muito grosseira. O ponto de interseção para o limite de fadiga (ponto 4 do gráfico da Figura l0.34c) é fortemente influenciado pelas pequenas variações no valor admitido para S,. (Observe que o uso de S" no lugar de Sy indicaria uma resistência à fadiga muito mais alta.) A hipótese de "quina viva" idealizada na curva tensão-deformação é de validade questionável nesse caso. Além disso, a linha de Goodman é admitida como válida para uma variação de tensão distante, extraída do único ponto de ensaio de fadiga (tensão média nula) utilizado como base. Analogamente, o uso de valores médios para K1 (Tabela 10.6) nem sempre reflete precisamente a influência do perfil da rosca, do acabamento e do tratamento superficial da rosca, além do projeto do componente rosqueado de união.
Tabela 10.7 Resistência à Fadiga dos Parafusos Apertados, s. Tensão Nomlnal Alternada• S. Material
Rosca Laminada
Acabamento
Rosca ISO
Ksl
MPa
Aços, = 120-260 ksi Aços. = 120-260 ksi AçoS, = 120-260 ksi AçoS, = 120-260 ksi AçoS, = 120-260 ksi Titânio s, = 160 ksi Titânio S, = 160 ksi
Antes do Trat. Ténnico Após o Trat. Térmico Após o Trat. T&mico Após o Trat. Térmico Após o Trat. T&mico
Fosfato c óleo Fosfato c óleo Revestimento de cádmio Fosfato e óleo Revestimento de cádmio
Padi'Jo Padrão Padrão Especial' Especial' Padrão EspeciaJ'
10 21 19 26 23 lO 14
69 145 131 179 158 69 96
• A tensão nominal alternada é definida como força alternada no parafuso/A,, 50% de probabilidade de falha, dimensões de parafuso até I in ou 25 mm [3, 4, 11].
•sps Technologies, lnc. Roscas "Assimétricas" (incorporam grandes raios da raiz). (O filete.sob a cabeça do parafuso deve ser laminado para tornar esta região tão resistente à fadiga quanto a rosca.)
246
PAR1T.
2 •
APUCAÇ0f.S
De modo a propiciar uma base bem mais precisa para o projeto de uniões críticas carregadas por fadiga e para uma seleção apropriada de parafusos de alta resistência, extensivos ensaios de fadiga de uniões aparafusadas têm sido realizados. Alguns dos resultados desses ensaios são relacionados na Tabela 10.7, que fornece as tensões nominais alternadas para o limite de fadiga de diversos parafusos quando apropriadamente instalados com as correspondentes porcas especificadas. Considerando o fato de que a capacidade de carga alternada admissível de um parafuso com limite de resistência de 120 ksi, apertado até a metade de sua carga de prova, é aproximadamente a mesma de um parafuso com resistência de 260 ksi apertado até o limite de sua carga de prova, pode-se ficar tentado a concluir que os dois são equivalentes para aplicações envolvendo fadiga. Este decididamente não é o caso. Na realidade, a chave do sucesso para o projeto de modernos elementos de fixação para aplicações críticas envolvendo fadiga é a maximização da précarga inicial (isto é, a utilização de parafusos de alta resistência, apertados com cargas muito próximas dos limites de suas resistências de prova). Conforme mencionado anteriormente, o au-
mento da pré-carga inicial ( l) geralmente aumenta a rigidez dos componentes da união (o que reduz a tensão flutuante do parafuso), (2) propicia uma maior segurança contra a separação da união e (3) aumenta a resistência ao afrouxamento da rosca. Além disso, o aumento da pré-carga inicial dos parafusos, que são relativamente pequenos, porém sujeitos a altas tensões, reduz a rigidez do parafuso (além de reduzir a tensão flutuante no parafuso). Os parafusos menores podem permitir a redução da dimensão e do peso dos componentes associados. PROBLEMA REsOLVIDO 10.7 Seleção dos Parafb80 8 para o Flange de um V a 8o d e Pre88i o
A União flnngeada mostrada na Figurd 10.36 envolve um cilindro com diâmetro interno de 250 mm, uma placa circular com parafusos localizados em um diâmetro de 350 mm e um medidor de pressão interna que indica uma flutuação rápida entre zero e 2,5 MPa. Doze pamfusos convencionais de aço classe 8.8 com roscas laminadas antes de serem tratadas termicamente devem ser utilizados. O cilindro é feito de ferro fundido (E= 100 GPa), e a placa circular é de alumínio (E= 70 GPa). Os detalhes construtivos são tais que a área efetiva de união, A,. pode ser admitida, de forma conservadora, como sendo igual a 5A, . As espessuras dos componentes de ferro fundido e de alurninio a serem unidos são idênticas. Determine a dimensão apropriada para os parafusos considerando uma vida infinita por fadiga e um fator de segurança de 2. Admita que após um determinado período de operação a pré-carga inicial possa diminuir para 0,55S,,A,.
P1ac:o de c~rtura de alumlnJO
350mm - + J
FIGU!A 10.36 t1ange aparafusado de vaso de prusão.
Hipótae~:
1. A carga é distribuída igualmente entre os 12 pardfusos. 2. A Tabela 10.7 relaciona a resistência à fadiga paro~ o material do p-i!rdfuso. 3. A tensão de 1ração do par.úuso é calculada utilizando a área sob tensão, que é baseada na média entre os diâmetros primitivo e de miz. 4. A pré-carga inicial pode ser da ordem de 0,55S,A, após um determinado período de operação.
Anãlue: 1. O valor total de F, na condição de sobrecarga de projeto (carga normal multiplicada pelo fator de segumnça) é
que, dividida entre os 12 parafusos, fornece 20,5 k.N por parafuso. 2. A rigidez k, é a resu ltante de duas "molas" em série (seja a "mola !"o ferro fundido e a "mola 2" o alumínio), para as quais a Eq. 10.15 pode ser aplicada:
Neste caso,
~ = A1E 1 = 5A,( I00) Lr g/2
1
e _ A2/::2 _
1..
2 -
Esquema8 e Dados FonuJcidos:
L2 -
5/\pOl g/2
Substituindo-se as expressões de k 1 e k,, tem-se
krk2 k, = .lq + k2 D-o~
= 412flp g
Eq. 10.14, tem-se
k = A 1 Ep = _AL .,C:._200~) I'
A Ser Determinado: Selecione uma dimensão apropriada par.t o parafuso.
'!ÇO classe 8.8
I
SOLUÇÃO
Conhecido: Uma placa de cobertura de alumínio fixada por pamfusos posicionados a um determinado diâmetro é unida a um cilindro de ferro fundido com um determinado diâmetro interno, onde um medidor de pressão interna indica uma flutuação de pressão entre valores conhecidos. Doze parafusos de aço da classe 8.8 com roscas laminadas unem uma área igual a cinco vezes a área da seção reta de um parafuso. Deseja-se uma vida infinita por fadiga com um fator de segurança de 2.
Patafuso de
F. • 70 GPa
~
que leva a
k,Jk,, = 2,06
~
Capitulo lO • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potêm:ia Pela Eq . i, o aumento na força do parafuso vale
il F, - . k " . F, = ( k 11 + kc
I
I
+ 2,06
) (20.500) ~ 6766 N
A força alternada é F. = 6.F/2 = 3383 N. 3. Podcm·se agora utilizar os dados de resistência à fadiga fornecidos na Tabela 10.7. Para o material desse parafuso a tabela fornece 69 MPa como valor-limite de fadiga da tensão alternada nomillal. O valor real da tensão nominal alternada é
Assim, o valor necessário de A, é 3383/69 = 49 mm'. 4. Pela Tabela 10.2, selecioneadimensão padronizada maior e mais próxima, isto é, MIO X 1,5 comA,= 58 mm'.
S. A menor força de união inicial é obtida como 0,55S,A, = (0,55)(0,600 GPa)(58,0 mrn2) = 19,2 kN. Como 33% da carga aplicada de 20,5 kN contribuem para a tração do par.tfuso, os 67% restantes (isto é, 13,7 kN) serao responsáveis pela diminuição da
força de união, mantendo-se, assim, urna força miníma de união de 5,5 kN . Comentário~:
Nesse problema, a relação entre o espaçamento dos parafusos e seu diâmetro é de 350.,./(12 X 10) = 9,16. Uma orientação empírica, algumas vezes utilizada, é que essa relação deve ser (a) menor que I O para que a pressão no flange seja mantida de forma adequada pelos parafusos e (b) maior que 5 para propiciar um espaçamento conveniente, permitindo a operação da chave de apeno.
-
O problema anterior foi baseado no uso de uma gaxeta 0 -ring cativa (Figura I0.36). Com uma gaxeta comum (como a mostrada na Figura 10.25, porém não tão espessa), 1. A rigidez do flange e o espaçamento entre parafusos suces-
sivos são mais críticos no ponto médio entre os parafusos, a efetividade da selagem é controlada por uma pressão de união mais baixa. 2. A rigidez dos componentes a serem unidos, k,, é muito menor, o que faz com que tensões alternadas muito maiores atoem nos parafusos. 3. A força de união F, deve ser mantida alta o suficiente para produzir a selagem quando a força F-. é aplicada, enquanto a gaxe.ta 0-ring cativa requer apenas que F, > O. (Por outro lado, a gaxeta 0-ring cativa é mais cara devido à necessidade da usinagem precisa da ranhura e porque o material maleável do 0-ring pode ser menos resistente ao calor, menos durável e sensível a um ataque químico.)
10.13 Aumentando a ResÜJtê~:ia à Fo.digadmJ Uniões~ Pode ser t1til, neste instante, relacionar as diversas formas pelas quais é possível aumentar a resistência à fadiga dos parafusos. 1. Altere as rigidezes para diminuir a parcela da carga externa que aumenta a força de tração no parafuso. a. Aumente k, utilizando materiais com módulo de elasticidade mais alto, superfícies planas e polidas (sem gaxetas entre elas) e placas com áreas maiores e mais espessas su-
247
jeitas à compressão. (Observe, pela Figura I 0.28, como o aumento do corpo pode aumentar A,..) b. Diminua k,. mantendo a força de união desejada com parafusos menores de maior resistência e utilizando toda a resistência do material através de um controle mais preciso da pré-carga. Um outro meio efetivo de reduzir k,, é diminuir a área do corpo, como nas Figuras 7.10b, 7.11 e 10.13. Do ponto de vista ideal, o corpo deve ser reduzido com um filete de raio bem maior, de modo que as tensões nesse filete fiquem bem próximas das mais altas tensões na raiz da rosca crítica. Certamente, a redução do módulo de elasticidade do material do parafuso também ajuda, se isso puder ser realizado sem a perda de resistência à fadiga do material. 2. Modifique a porea (ou outro componente rosqueado fêmea) para equiparar as cargas suportadas pelas diversas roscas em contato (Figura I 0.12) e assegure-se de que a quantidade de roscas em contato é adequada. 3. Reduza a concentração de tensão na raiz da rosca utilizando um raio maior na raiz. a. Uma norma desenvolvida pelo governo dos EUA para aviões militares, a norma MIL-B-7838, recomenda modifi· car o perfLI básico da rosca externa mostrada na Figura 10.2 utilizando um raio de ftlete de 0,144p na raiz da rosca Essa recomendação é adotada em alguns elementos de fixação industriais e em muitos parafusos sob tração utilizados na indt'Jstria aeroespacial, cuja resistência à tração é de até 180 ksi. b. A norma MTI.-S-8879 recomenda um raio de filete de 0,180p para os parafusos com resistência à tração de 180 ksi e superiores aplicados nas aeronaves espaciais. (Obviamente, esses materiais especiais para parafusos superamos apresentados na Tabela 10.4, referentes aos graus SAE. Os parafusos de aço de ultra-alta resistência possuem resistências à tração de 220 e 260 ksi.) c. Parafusos incomuns utilizados na indústria aeroespacial, fabricados de nióbio, tântalo, berílio e outros materiais altamente sensíveis ao entalhe, utilizam, algumas vezes, raios de filete de 0,224p e até mesmo 0,268p. Um fator limitante ao uso dos ftletes com raios muito grandes é a redução correspondente da profundidade da rosea. Entretanto, quando são encontrados problemas complexos de fadiga de parafusos é recomendado considerar filetes com raios de no mfnimo 0,144p. 4. Utilize um material com a maior resistência de prova possível de modo a obter a máxima pré-carga. S. Utilize procedimentos de aperto que assegurem valores de F1 tão próximos quanto possível de A~p· 6. Assegure-se de que as roscas sejam laminadas em vez de lapidadas ou usinadas, e que sejam laminadas após o tratamento térmico.l Quanto maior a resistência, mais importante será a realização do processo de laminação após a têmpera. Este fato tem sido constatado experimentalmente para resistências à tração da ordem de 300 ksi. 7. Após a redução da concentração de tensão e do fortalecimento da rosca tanto quanto possível, assegure-se de que o raio do fdete abaixo da cabeça do parafuso seja suficiente para evitar uma falha nesse ponto. Realize uma laminação afrio desse ftlete, se necessário (veja a Seção 8.14).
' Parafusos comuns !ralados terrnicamenle são laminados antes do tralamcnlo 1érmieo para reduúr cus10s.
24 8
P ARTf.
2 •
APUCAÇOES
8. Minimize a flexão do parafuso (Figura 10.29). 9. Proteja-se contra a perda parcial da pré-carga em serviço devida ao afrouxamento das roscas ou à deformação permanente do material. Reaperte os parafusos, quando necessário. Siga também todas as etapas para assegurar um aperto adequado quando os parafusos são substituídos após serem removidos para manutenção e substitua os parafusos antes que eles, inadvertidamente, escoem devido aos repetidos reapertos.
rigjdamc:nte fU
Um rruu:aco mec!nico é acionado por um parafuso com rosca Acme dupla de I in, sendo utilizado para elevar urna carga de 4000 N. Um colar wc.iaJ plano com diâmetro médio de 50 oun é utilizado. Os c« fi· cientes de atrito dinâmico são estimados como sendo de 0.12 e 0.09 parafeJ;, respectivamente. (a) Dclcnnine o passo, o avanço, a profundidade da rosca, o diamell'O
primitivo médio c o ângulo de hélice do parafuso. (b) Estime o Iorque de partida para elevar c para descer a carga. (c) Estime a eficiência do macaco durante a elevação da carga.
Referêneüu I. ANSI (American Nalional Standard> lnolilule) >landard> Bl. l-197-1. 81.5- 1977.81.9-1973. Amcricnn Society of Mcchanical Engineers. New York.
2. Chow. W. \V., Cost Reduction ;, Prod11ct
D~sign.
10.3
Van
(a) Qual é o valor do diAmetrO maior do parafuso? (b) Estime o torque requerido pelo parafuso pata elevar a carga. (c) Se o atrito no colar for eliminado, qual é o menor valor do coe fiei· enledc atrito da rosca que garante que o parafuso seja auloll'llvante7
Nos1rand Reinhold, !\ew York. I 978.
3.
Fm~ci,IOn, R. J., and F. R. Kull . "Prcloadmg for Op1imum Boh Efficiency,'' Assembly Et~gi11eeri11g (Aug. 1974).
4. Finkelswn, R. J., and P. W. Wallace. ''Adva11Ce~ in HíghPcrforrnance Mechanical Faslc ning." PUJlCr 80045 I. Socie ty of AuiOll\Otive Engineers. New York. f"cb. 25. 1980. 5. Fisher, J. W., and J. H. A. Slruik. Ct~üle rn Design Criteria for Bnlted and Ri•·eted Joilt/s. Wiley. New York, 1974.
6. Juvinall, R. C .. Engi11eeri11g
Cot~sidermiulls
[Resp. : (a) 1,125 in, (b) 4138 lb·in, (c) 0,08]
10.4
7. Maclrine Vesign. 19l:SO l'as1cnmg and Jouung Relerencc l~;uc. PenloniiPC. lnc .. Cleveland. Nov. 13, 1980. o~good.
c. c.. FaJigue Dtlign, Wilcy lntcrsc•cncc. Ncw
York. 1970. 9. Pnrrnley. R. O. (ed.). Stmulwrl Hwtdbonk of Ftt
Um parnfuso c
of Stress.
Straill, and Strength. McGraw-Hill. New York. 1%7.
8.
Um parafuso de potência com uma única rosca quadrada ~ utilizado pata elevar uma carga de 25.000 lb. O parafuso possui um di &metrO médio de I in e quatrO roscas por polegada. O diâmetrO médio do colar é de I,S in. O coeficiente de atrito é estimado em 0.1 tanto para a rosca quanto para o colar.
10.5
10. SAE (Society of Au1omo1ive Engi necrs) sltlndnr·ds J 429 ond J I 199. Society o f AuiOIIIOlÍ VC e ng inccrs. New York. 1979. 11. Walker, R. A.. ;md R. J. Finkel
Urn parafuso de potência com uma única rosca quadroda é utilizado para elevar uma carga de 12.500 lb. O parafuso possui um dinmctro médio de l in e quatro roscas por polegada. O diíimelro médio do colar é de 1,5 in. O coeficiente de atrito é estimado ern O, I, tanto para aros,· ca quanto para o colàr. (a) Qual é o valor do diâmetro maior do parafuso'/ (b) Estime o Iorque requerido pelo parafuso para elevar a carga. (c) Se o atrito no colar for eliminado, qual é o menor valor do cocfici· ente de atrito da rosca que garante que o parafuso seja aulotravantc? tResp.: (a) 1.125 in. (b) 20691b·in, (e) 0,08)
Problena.tU
10.6
Seção 10.3 10.1
Um macaco mec8nico é acionado por um parafuso com rosca Acme dupla de I in. O macaco é utilizado para elevar uma carga de 10.000 lb. Um colar wc.ial plano com diâmetro médio de 2,0 in é utilizado. Os cocficienles de atrito dinâmico são estimados como sendo de 0,13 e 0,10 para/e[., respectivamente. (Veja a Figura Pl0.6.)
Um sargento do tipo C especial utiliza urna rosca Acm
Bloco-
Rosco Acme 112 on d, • l1n
FtGL'llA PlO.l
FIGURA P 10.6
Capítulo 10 • Elementos de F"I.Z1IÇM R osqueados e Parafusos de Potência (a) Determine o passo, o avanço, a profundidade da rosca, o diimetro
primitivo mtclio e o ângulo de lu!lice do parafuso. (b) Estime o torque de partida para elevar e para descer a carga. (c) Estime a eficiência do macaeo durante a elevação da carga. 10.7
Um parafuso de potência com urna única rosca quadrada é utilizado para elevar uma carga de 13.750 lb. O parafuso possui um diil.metro médio de I in c quatro roscas por polegada. O diâmetro médio do colar é de 1,75 in. O coeficiente de atrito é estimado em O, I tanto pata a rosca quanto para o colar. (a) Qual é o valor do diâmetro maior do parafuso'! (b) Estime o torque requerido pelo parafuso para elevar a carga. (c) Se o atrito no colar for eliminado, qual é o menor valor do coeficiente de atrito da rosca que garante que o parafuso seja autotravante?
10.8
Um parafuso com rosca Acme dupla e diâmetro maior de 2 in é utilizado em um macaco mecânico que possui um colar axial plano oom diâmetro médio de 2,5 in. Os coeficienteS de atrito din!mico silo estimados em 0,10 para o colar e 0,11 para o parafuso. (a) Determine o passo, o a'·anço, a profundidade da rosca. o diâmetro primitivo mtclio e o ângulo de lu!liee do parafuso. (b) Estime o Iorque de partida pata elevar e para descer uma carga de 5000lb. (c) Se o parafuso eleva urna carga de 5000 lb numa velocidade de 4 fV min, qual é a rotação do parafuso em rpm'l Qual é a eficiência do
macaco nessa condição de regime estacionário'/ (d) O parafuso deixaria de ser autotravante se urn mancai axial de es-
feras (cujo atrito é desprezível) fosse utilizado no lugar do colar axial plano'/ 10.9
Seçóe810.4-l0.8 10.UP Analise os diversos tipos de contraporcas disponíveis comercialmente. Dê exemplos pata cada uma das seguintes classes: (1) pinos. chavetas. presilhas, cabos de segurança, (2) roscas deformadas. (3) elementos com efeito mola secundários, (4) interferência por atrito c (5) giro livre até o assentamento. 10.13
10.15P Analise os diversos tipos de contraporcas disponíveis comereialmen· te. Elabore uma lista de dez fatores que provavelmente seriam considerados na selcçio da classe da contraporca a ser utilizada. 10.16P Reveja o endereço da lnternethttp: //~-.-~. nutty. com ,e liste os diferentes tipos de (a) porcas, (b) parafusos e (c) arruela.~. Faça um comentário sobre como avaliar os produtos disponibilizados neste endereço. 10.17P Rcvejaocndercçohttp: t /'"""" .bolts cience. com. Veri fique a seção de infonm\çOes c reveja as informações relacionada.< à tecnologia de uniões aparafusadas. (a) É a vibraçlio a causa mais freqüente do afrouxamento do conjunto
Um macaco mecânico com acionamento por parafuso similar àqueles mostrados na Figura I 0.5 utiliza um único parafuso de rosca quadrada pata elevar urna carga de 50 kN. O parafuso possui um diâmetro maior de 36 mm e um passo de 6 mm. O diâmetro mtclio do colar axial é 80 mm. Os coeficientes de atrito dinâmicos silo eslimados em 0,15 para o parafuso e 0,12 para o colar.
parafuso-porca'! Em caso negativo, qual é a causa mais freqUente de afrouxamento?
(b) Quais silo as três causas mais comuns da ocorrência de movimento relati\'Oentre as roscas? (c) Pndem as arruelas convencionais de travamento do tipo mola ser utilizadas para eviw o autottavarnento quando os parafusos sem arruelas de travamento se afrouxarem devido 90 movimento relativo? (d) O que significa torquc dominante? (e) O que silo os indicadores diretos de tração?
(b) Estime o torque de partida para elevar e para abaixar a carga. (c) Estime a eficiência do macaco na elevação da carga. (d) Estime a potência necessária para acionar o parafuso a uma velocidade constante de urna volta por segundo. Um sargento comum do tipo C utiliza uma rosca Acme de 1/ 2 in e um colar cujo diâmetro médio é de 5/8 in. Estime a força que deve ser aplicada~ extremidade de uma alavanca de 5 in para desenvolver uma força de aperto de 200 lb. (Veja a Figura PIO. lO.)
Comente sobre como avaliar a integridade da infonnaçAo fornecida por um endere-ço da Internet.
Seção 10.9 10.18
J,.
w.n
Calcule os valores nominais das tensões de torção, axial, de apoio da rosca c cisalhantc na rosca sob as condições de partida para os parafusos de potência dos Problemas (a) 10.3, (b) 10.8. (c) 10.9. (d) 10.10 c (e) 10.11. Admitu., cm cada caso, que o comprimento de engajamento da rosca ;eja igual a 1,5 vez o diâmetro externo do parafuso.
10.14P Examine c esquematize diversos elementos de fixação utilizados cm máquinas de venda, computadores, dispositivos de televisores c outros itens que evitem ou resistam à remoção por pessoas nik>-autorizadas.
(a) Determine a profundidade da rosca e o &ngulo de béliee.
10.10
Sejam dois componentes unidos com um parafuso conforme mostrado na Figura I0.24. A rigidez do componente a ser fixado 6 seis vezes maior do que a rigidez do parafuso. O parafuso é pré-carregado até uma tração inicial de 1100 lb. A força externa atuante no sentido de separar a uniilo flutua entre Oe6000 lb. Construa um gráfico da força em funçio do tempo mostrando ltês ou mais flutuações da carga externa c as correspondentes curvas indicando as flutuações na carga total do parafuso e na força de uniilo da junta.
10.19
Repita o Problema 10.18, desta vez considenmdo k, = 3k,.
10.20
Suponha que o parafuso mostrado na Figura Pl0.20 seja fabricado de aço estirado a frio. O parafuso e as placas unidas silo do mesmo comprimento; as roscas se estendem até a pane imediatamente superior da porca. As placas de aço a serem unidas possuem rigidez k. seis vezes maior do que a rigidez k, do parafuso. A carga Ou tua continuamente entre Oe 8000 lb.
FlGlllA PIO.! O
10.11
Dois parafusos de potência idênticos com diâmetro maior de 3 in (rosca simples) oom roscas quadradas modificadas silo utilizados para elevar e abaixar a poi1ll de 50 ton da eclusa de uma barragem. A qualidade da consuuçiio e a manutenção (incluindo lubrificação) silo boas, resultando cm um coeficiente de atrito estimado em apenas O. I para os parafusos. O atrito no colar pode ser desprezado. pois silo utilizados mancais axiais de esferas. Admitindo que, em decorrência dos atritos na eclusa, cada parafuso possa aplicar uma força de elevação de 26ton, qual é a potência necessária para acionar cada parafuso quando a eclusa é elevada a uma velocidade de 3 fVmin7 Quais são as correspondentes velocidades de rotação dos parafusos'!
2-19
F, a O a 8.000 tb t,-~
F, FIGURA P 10.20
250
PARTE
2 •
Arur.AÇOF.S
(a) Determine o menor valor requerido para a pré.ea:rga inicial para evitar perdas na compressão das placas. (b) Determine a menor força Outuante atuante nas placas quando a précarga for de 8500 lb. 10.21
Repita o Problema 10.20, desta vez considerando f<. = 4k1..
10.22
A cabeça do cilindro de um compressor de ar do tipo pistão é mantida em seu lugar por dez parafusos. A rigidez total da junta é quatro vezes maior do que a rigidez total dos parafusos. Cada parafuso é apertado até uma pré-carga inicial de 5000 N. A força externa total atuante no sentido de separar a união Outua entre Oe 20.000 N. Admita que as dimensões dos parafusos e o material utilizado sejam tais que a carga em cada parafuso permaneça no regime elástico. Construa urn gráfico (força versus tempo) mostrando três ou quatro Ou tuaçõcs da carga externa, e as correspondentes curvas indicando as flutuações na carga total atuante nos parafusos e a força total de união da junta.
10.23 10.24
Repita o Problema 10.22 considerando que a força externa de separaçi!o da junta varie entre 10.000 e 20.000 N. Dois componentes de uma máquina são mantidos unidos por parafusos que são inicialmente apertados de forma a propiciar uma força de união inicial total de 10.000 N. As rigidezes elásticas são tais que k, = 2k, :
(a) Qual deveria ser a força externa de separação para. causar uma dintiouição da força de união para 1000 N (adntita que o parafuso permaneça no regime elástico)? (b) Se esta força de separação for aplicada e removida repetidamente. quais são os valores das forças média e alternada atuantes nos paral'usos'l 10.25
Sejam dois componentes unidos com um parafuso, conforme mostrado na Figura I0.24. O parafuso é apertado inicialmente de modo a propiciar uma força de união de 2000 lb. As rigidezes são tais que k, é cinco vezes maior do que kr
(a) Qual deveria ser a força externa de separação para.causar uma diminuição da força de urtião para 500 lb (admita que o parafuso permaneça no regime elástico)') (b) Se esta força de separação for aplicada c removida. repetidamente, quais são os valores das forças média e alternada atuantes nos parafusos'? 10.26
Repita o Problema 10.25, desta ' 'CZ considerando k,
10.27
Os desenhos I e 2 da Figura PI 0.27 são idênticos, exocto pelo posicionamento da arruela com efeito mola O parafuso e os componentes a serem unidos possuem rigidez "inrwita" em comparação com a rigidez da arruela. Em cada um dos casos o parafuso é apertado inicialmente com uma força de I0.000 N antes de as duas cargas de LOOO N serem aplicadas. (a) Desenhe o Bloco A corno um corpo livre em cquibbrio para ambos os arranjos. (b) Construa um gráfico da força do parafuso versus tempo, para ambos os arranjos, envolvendo repetidas aplicações e remoções das cargas externas de I000 N.
= 6k.,
FJct:RA P10.29P
Seção 10.10 10.30
(a) Qual é a dimensão da classe 5.8 de par.úusos de roscas métricas grossas necessária ulilizando um fator de segurança de 4 (baseado na resistência de prova)? (b) Qual é o menor número de roscas a serem engajadas para uma resis· tência ao cisalhamemo da rosca igual à resistência à tração do parafuso, se as roscas são fabricadas de um aço euja resistência ao escoamento e de prova são iguais a 70% daquela do aço do parafuso? 10.31P Repita o Problema Resolvido 10.2, desta vez considerando uma carga estática de 33 kN. 10.32 Repita o Problema Resolvido 10.3, desta vez utilizando um parafuso de aço de I in- 12 UNF grau 5. 10.33 Repila o Problema Resolvido 10.4, desta vez utilizando um fator de segurança de 10. 10.34 Repita o Problema Resolvido 10.5, desta vez utilizando um fator de segurança de 10. 10.35 Os parafusos que fixam um suporte a uma máquina industrial devem, cada um, suportar wna carga de tração estática de 4 kN. (a) Utilizando um fator de segurança de 5 (baseado na resistência de prova), qual é a dimensão necessária aos parafuso.< métricos da elas· se 5.8 rosca grossa'/ (b) Se as porcas são fabricadas de um aço com dois terços da resistência ao escoamento e da resistência de prova do aço do parafuso, qual é o menor número de roscas que devem ser engajadas para uma resistência ao cisalhamento da rosca igual à resistência à tração do parafuso? [Resp.: (a) M10 x 1,5, (b) 4,3] 10.36
10.37
IOOON
1000 N
Arruela com eh!lto mola
(1)
10.28
Construa os gráficos de F, e F, em função de F, para o Problema l0.27 e os desenhos I e 2 da Figura PJ0.27. 10.29P A Figura Pl0.29P mostra uma idéia para a redução da carga flutuante. atuante no parafuso de uma biela. Esta idéia funciona'/ Explique brevemente.
Qual é a dimensão de um parafuso UNF fabricado de um aço SAE grau 5 necessária para suportar uma carga de tração estática de 3000 lb com um fator de segurança 4 baseado na resistência de prova? Se o parafuso é utilizado com uma porca fabricada de um aço eorrespondeme às especificações do SAE grau 2, qual é o menor número de roscas que devem ser engajadas para uma resistência ao escoao>ento por cisalbamento da rosca igual à resistência ao escoan•ento por tração do parafuso'! Um parafuso SAE grau 5, UNF, suporta uma carga de tração estática de 2000 lb coro um fator de segurança de 5 baseado na resistência de prova. O parafuso é utilizado com um a porca de aço com as espocifieações SAE grau I. (a) Qual é a dimensão necessária ao parafuso? (b) Qual é o menor número de roscas que devem ser engajadas para uma resistência ao cisalhamcnto da rosca igual à resistência à tra-
(2)
FIGURA P 10.27
Dois componentes de uma máquina são mantidos unidos através de parafusos, cada um dos quais suportando uma carga de traçào estática de 3100 N.
10.38
ção do parafuso? Um redutor de engrenagens pesando 2000 lb é elevado através de urn parafuso de.aço com oU1aL (a) Considerando um fator de segurança de 10, qual seria a dimensão sclecionada de um parafuso de aço SAE grau 5'1 (b) Qual é o menor número de roscas a serem engajadas na carcaça do r<:dutor de engrenagens se o material da carcaça possui apenas 50% da resistência ao escoamento do aço do parafuso'/
Capítulo lO • Elementos de Fixação Rosqueados e Parafusos de Potência 10.39
A Figura Pl0.39 mosua um vaso de pressão fccbado atravts de uma placa de exuemidade com gaxeta. A pressão interna t suficientemente uniforme, de modo que o carregamento oos parafusos pode ser considerado estático. O fornecedor da gaxea recomenda u ma pres~o de uniilo da gaxeta de no mínimo 13 MPa (este valor inclui um fator de segurança adequado para a utilização) para assegurar que a junta seja à prova de vazamentos. Para simplificar o problema, você pode desprezar os furos dos parafusos ao calcular a área da gaxclll.
251
(a) Copie a figura c complete-a com as curvas da força atuante no pa· rafuso e da força de uniAo. (b) Após suportar uma experiência com as cargas precedeotcs. o para· fuso é removido da máquina. Construa um desa~bo simples mostrando a forma da curva de tensllo residual na seção de uma rosca do parafuso. 10.43
(a) Considerando que devam ser uliliz.ados parafuso~ de 12, 16 c 20 mrn de rosca grossa c fabricados de um aço SAE classe 8.8 ou 9.8 (os quais ~o sempre adequados), determine o número de parafusos necessários. (b) Considerando que a relação entre o espaçamento dos parafusos e o diâmetro dos parafusos não deve ser superior a lO, de modo a manter a pressão apropriada no Oange entre os parafus.os, e se essa relação n§o deve ser inferior a 5 para propiciar uma distftncia conveniente para as chaves de apertO padronizadas. quais das dimensões de parafusos fornecidas fornecem um espaçamento satisfatório?
Um parafuso UNF de I in grau 5 possui roscas laminadas. Ele é utili· zado para unir dois componentes rígidos, de modo que k, • 4k,. Considerando o tratruncnto dos componentes dúctcis contra a fadiga, fornecido no C;Jpftulo 8, admita que o material tenha uma curva tcnsílodcfomtaçílo ideal, apresentando uma "quina" no ponto referente ao li· mite de resistência ao escoamento (c não de resistência de prova). Existe uma força tendendo a separar os componentes que Outua rapidamente entre Oe 20.000 lb. Aspectos construtivos c de precisão na fabricação são tais que existe a possibilidade de uma leve flexão. Dois valores de prt-<:arga silo investigados: (I ) o valordaeargaque um mecânico normalmente poderia aplicar (Eq. c na Scção 10.7) e (2) o valor-limite teórico de A,S,(a) Construa um gráfico da força em função do tempo (como o mostrado na Figura 10.34a) mostrando aearga Outuanteex.tcma, a força a1uante no parafuso e a força flutuante de união para cada um dos dois valores de pré-carga. Iniciando o traçado do gráfico com o aperto inicial. mosue aproximadamente três ciclos de carga e conclua com a retirada da carga.
(b) Estime o fator de segurança correspondente a cada um dos valores de pré-<:arga inicial, onde a falha é considerada tanto por eventual fratum por fadign q11wlladcvida à abertura da união (a força de uni§o diminui até o valor nulo). [Resp.: (b) Aproximadamente 1,0 para o caso I e 2,0 p3!a o caso 21
FIGI:RA P10.39
10.44 [Resp.: (a) 13, 7 e 5; (b) 16 e 20 mm] 10.40
Repita o Problema 10.39,desta vezcoosiderandoqucapressi!ode união na gaxeta seja de IOMPa.
10.4lP Um motor industrial pesando 22 kJ\ de'·c ser provido com um olhal de aço para ser utilizado durante sua eventual elevação. (a) Qual deve ser a dimensão recomendada dentre os parafusos de aço da classe 8.87 Explique brevemente as premissas de sua escolha para o fator de segurança. (b) Se a carcaça na qual o parafuso é atarraxado possui apenas a metade da resistência ao escoamento do aço do parafuso, qual é o nú· mero mínimo de roscas que devem ser engajadas'/
Seção 10.11 10.42
Um parafuso, fabricado de um aço com a curva tensão-dcfonnação ideal, é inicialmente aperllldo até atingir o limite de sua resistência ao escoamento de 80 k.'l (isto é, F, = A,S,). As rigideus silo tais que k. = 3Ap. A Figura Pl0.42 mosua um gráfico daeargaem função do tempo que cobre o aperto inicial, a operação em carga baixa. a opemç§o em carga alta, a opcraçllo em carga baixa e, flnalmeolt, a situaçllo sem carga.
z
~
!
..-Carpatta
Um parafuso UNF de 3/4 in grau 7 possui roscas laminadas. Ele é uti· liz.ado em uma união que possui uma gaxeta macia. para a qual a rigidCl. dos componentes a serem unidos é igual a cerca da metade da rigi· dez do parafuso. A pr.s.earga inicial do parafuso corresponde a F, J6.000d, sendo d expresso em polegadas. Durante a operaçllo. existe uma força de separação externa que Outua enue Oe P. Pwa essa aplicação a Oexllo dos pararusos t desprezível. (a) Eslimc o valor mhimo de P que não causaria a eventual falha por
fadiga do parafuso. (b) Estime o valor má.ximo de P que não causaria a scparaçlo da junta. [Resp. : (a) Aproximadamente 5600 lb, (b) 36.000 lbj 10.45
A extremidade da biela do motor de um automóvel é fixada através de dois parafusos M8 x 1.25 da classe I0.9 com roscas laminadas. Os comprimentos do corpo c da região sem rosca podem ser considerados iguais u 16 mm. A extremidade da biela (o componente a ser fixado) possui U1lUl área efeli va de seção transversal de 250 mm1 por parafuso. Cada parafuso t apertado até uma pré-carga de 22 kN. A carga externa má.xima, dividida igualmente entre os parafusos. é de 18 kN. (a) Estime o torquc requerido para o apertO dos parafusos. (b) Qual t a carga total má.xima por parafuso durante a opcraçi!o? (c) A Figura PI0.4S mostraodiagramadecorpo li'"" para carga nula. Faça um par de diagramas de corpo livre similares para a condiçllo
22
22
22
22
22
22
40
20 Aperlo 1n1C1II
o FIGURA P10.42
FtCliiA P10.45
252
P ARTF.
2 • Arur.AçOv.s
em que a carga máxima de 18 kN está puxando para baixo e atuante no centro da extremidade da biela. (d) Qual é o fatorde segurança (fatorpelo qual a carga de 18 kN poderia ser multiplicada) por fadiga'/ Admita uma curva tensão-deformação ideal baseada em s,. [Resp.: (a) 35 N·m, (b) 23,5 kN, (d) aproximadamente 1,0] 10.46
Dois parafusos de grau 8.8 com roscas laminadas M20 X 2,5 são utilizados para fixar um bloco de manca! similar ao mostrado na Figura 10.30. Os parafusos são apenados inicialmente de acordo com a Eq. 10.11 a. A rigidez da junta é estimada como sendo igual ao triplo da rigidez do parafuso. A flexão do parafuso pode ser considerada desprezível. Durante a operação, a carga externa que tende a separar o bloco de mancai de seu apoio varia rapidamente entre Oe P. (a) Estime o valor máximo de P que não causaria a eventual falha por fadiga dos parafusos. (Admita uma curva tensão-deformação ideal baseada em s,.) (b) Indique em um diagrama de tensões médias vers11s ~ensões alternadas os pontos que representam as tensões atuantes na raiz da rosca: (1) imediatamente após o aperto inicial, (2) durante a operação com a carga de flutuação entre Oe P/2 (isto é, utilizando o seu valor de P e um fator de segurança de 2) e (3) com a máquina desligada após a operação com a carga de Oa P/2. [Resp.: (a) Aproximadamente 183 kN]
10.47
Duas placas de alumínio, que são partes da estrutura de um avião, são mantidas unidas através de um parafuso UNF de~ in grau 7. A área efetiva das placas de alumínio sob compressão é estimada como sendo igual a 12 vcLes a área da seção transversal do parafuso de aço. O parafuso é inicialmente.apertado a 90% de sua resistência de prova. Cargas decorrentes de rajadas de vento, variando de zero a P, tendem a afastar as placas (provocando uma flexão desprezível no parafuso). Com
um fator de segurança de 1,3, qual é o valor máximo de P que não causará a eventual falha por fadigado parafuso? Qual será a força de união remanescente quando esse valor de P estiver atuando?
Seção 10.12 10.48
Reveja suas soluções para os problemas listados a seguir e, à luz das infomtaçõcs fornecidas na Seçíío 10.12 e na Tabela 10.7, comente a provável precisão dos resultados relacionados à fadiga. Se os projetos anteriores tivessem sido realizados com base nesses recentes resultados, pareceria importante, agora, definir que as roscas dos parafusos devem ser laminadas após o tratamento térmico'/ (a) Problema 10.43 (b) Problema 10.44 (c)Problerna 10.45 (d) Problema 10.46 (e) Problema 10.47
10.49
Uma aplicação crítica requer a utilização do menor parafuso possível para resistir a uma força de separação dinâmica variando de Oa 100 kN. Estima-se que utilizando um parafuso de aço de resistência extraalta com s, = 1200 MPa e usando um cquipantenlo especial para controlar a pré-carga inicial até um valor máximo deA,ç,, uma relação de rigid<>LCS k/kp = 6 possa ser realizada. Qualquer das roscas de parafuso e acabamento listadas na Tabela I0.7 pode ser selecionada. Qual é a menor dimensão de parafuso méLrico que pode ser utilizada, considerando um fator de segurança de 1,3 em relação Aeventual falha por fadiga'/ Defina a rosca c o tipo de acabamento selccionado. Com este parafuso apertado conforme especificado, qual será a força de união que permanecerá (pelo menos inieialmcnte) quando a carga de I00 kN for aplicada'1
CAPÍTULO
11
Juntas Rebitados, Soldadas e Colados ...........~--------------------------------------------11.1
Intro~
Assim como no caso dos parafusos (Capítulo 10), existe uma grande variedade de rebites e, em geral, esses elementos apresentam uma notável simplicidade. O breve tratamento aqui apresentado tem como objetivo auxiliar o leitor na obtenção de alguma familiaridade na seleção dentre as opções disponíveis e no ganho de mais confiança na aplicação dos princípios básicos relacionados à análise do carregamento e das tensões sobre eles atuantes. Poder-se-ia questionar se é adequado ou não a inclusão de temas como uniões soldadas e coladas neste livro, uma vez que não são, na realidade, componentes de máquinas. Todavia, como o engenheiro se depara freqüentemente com a necessidade de escolher entre os elementos de fixação rosqueados (que são componentes de máquinas) e os não-rosqueados, e as alternativas de união por soldagem ou por colagem, torna-se conveniente tratar dessas possibilidades neste texto, pelo menos brevemente. Dependendo do espaço disponível, uma altemattiva de união que poderia ser adotada é o projeto dos componentes de modo que possam ser unidos através de um ajuste por encaixe. Essa união pode ser projetada para ser permanente ou para permitir uma desmontagem, quando necessário. Esse méto.do de união, bastante econômico e satisfatório, é apresentado com detalhes na referência (3]. O engenheiro envolvido com o projeto de equipamentos mecânicos deve se familiarizar com todas essas alternativas de união.
11.2
Rebite~~
Os rebites estruturais convencionais, ilustrados na Figura 11.1, são amplamente utilizados nos projetos de aviões, equipamentos de transporte e outros produtos que requerem uniões com resistência relativamente alta. Eles também são utilizados na construção de prédios, aquecedores, pontes e navios, porém nas últimas décadas o uso de soldas tem aumentado para essas apli· cações. Em decorrência das considerações vitais de segurança, o projeto de uniões rebitadas para essas últimas aplicações é regulado por normas de construção elaboradas por sociedades téc·
nicas como a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a AISC (American Institute of Steel Construction) e a ASME (American Society ofMechanical Engineers) . A Figura 2.19 ilustra uma junta rebitada típica. Uma análise do carregamento suportado pelas trajetórias de força redundantes é apresentada na Seção 2.6. A análise das tensões de tração e de cisalhamento transversal atuantes nos rebites é comparável com aquela utilizada para os parafusos na Seção 10.4. Os Problemas Resolvidos 10.3, 10.4 e 10.5 (Seção 10.10) também são aplicáveis aos rebites. Pré-cargas iniciais relativamente altas são aplicadas aos rebites durante sua instalação, deixando-os, por vezes, avermelhados pelo calor dissipado na operação. A força de tração se desenvolve sob resfriamento e contração térmica. Enquanto o desenvolvimento de modernos equipamentos de soldagem tem reduzido a importância dos rebites nas aplicações estruturais de grande porte, o desenvolvimento de modernas máquinas de rebitagem tem expandido de forma significativa seu uso na fixação de componentes menores em uma grande variedade de produtos industriais associados às áreas automotiva, de aparelhos eletrodomésticos, eletrônica, mobiliária, máquinas de escritório e outras. Os rebites têm, com freqüência, substituído os elementos rosqueados nessas aplicações, tendo em vista seu menor custo de instalação. Os rebites são mais baratos do que os parafusos, e as modernas máquinas de rebitagem a alta velocidade - algumas das quais produzindo mais de 1000 uniões por hora - propiciam a montagem de conjuntos a baixo custo. Os rebites também podem servir como eixo pivô (como no apoio de uma peça de madeira em um móvel), contatos elétricos, batentes e guias de encaixe. Comparativamente aos elementos de ftxação rosqueados, os rebites não são susceptíveis de um desaparafusamento involuntá-
Antes da fixação Após a fixaçao
'\..
FlGilllA 11.1 Rebite maciço convencional antes e depois de sua fixação.
254
PARTE
2 •
Arur.AÇOF.S
rio, porém em alguns casos eles impedem uma desmontagem e uma manutenção que seriam desejadas. Muitos .l eitores certamente já passaram pela experiência de desejar desmontar um aparelho elétrico para realizar um simples reparo (talvez o rompimento de um fio elétrico no interior da caixa de um relógio com alarme, ou da extremidade de uma corda de aço) e verificar que rebites foram utilizados na fixação dos componentes. Nesse caso, o aparelho geralmente é descartado e um novo deve ser comprado. Assim, apesar da economia inicial durante o processo de fabricação, essas aplicações de rebites. apresentam uma economia e um senso ecológico questionáveis. Por outro lado, a produção de um dispositivo elétrico de modo que não possa ser desmontado e acessado por um usuário leigo pode representar um bom quesito de segurança. Esta situação ilustra como uma decisão de engenharia aparentemente simples em geral requer a consideração em profundidade de diversos fatores. A melhor solução global pode exigir decisões imaginativas, novas metodologias de projeto visando a uma otimização dos custos, segurança e uma análise dos aspectos ecológicos! A fabricação dos rebites pode utilizar qualquer material dúctil: os mais comumente utilizados são o aço-carbono, o alumínio e o latão. Diversos revestimentos, pinturas e coberturas oxidantes
podem ser aplicados. Em geral, um rebite não propicia uma união tão forte quanto um parafuso do mesmo diâmetro. Da mesma forma que ocorre com os parafusos, deve-se ter muito cuidado com a seleção dos materiais a serem unidos devido à possibilidade das ações galvânicas. Os rebites industriais são de dois tipos básicos: tubular e cego. Cada um desses tipos pode se apresentar em diversas configurações. A Figura 11.2 mostra vários rebites tubulares. A configuração semitubular é a mais comum. A profundidade do furo em sua extremidade não excede a 112% do diâmetro do corpo. Os rebites autoperfurantes realizam seu próprio furo quando são instalados por uma máquina de rebitagem. Os rebites totalmente tubulares são em geral utilizados em couro, plásticos, madeira, telas ou outros materiais macios. Os rebites bipartidos ou com fendas podem ser utilizados para unir lâminas metálicas de baixa espessura. Os rebites metálicos perfurantes podem unir metais como aço e alumínio com dureza da ordem deRa 50 (aproximadamente 93 Bhn). Os rebites sob compressão possuem duas partes, confom1e mostrado. Os diâmetros são selecionados de
modo a propiciar um ajuste com interferência apropriado em cada interface. Os rebites de compressão podem ser utilizados em madeiras, plásticos frágeis ou outros materiais com baixo risco
Tub
Btfurcado
Metal·perlurante (o)
(b)
(d
Semttubular
Autoperfurante
Por compre.ssJo
FtGL'IlA 11.2 Tipos básicos de rebites tubulares [7j. (a) Semllubular. (b) Autoperfurantes. (c) Sob compressão.
JlDFl Lado de
Ir~
..ao-acessível
ntun: Un•oes em estruturas leves
Quina aguda
Montaeens de tubos e lonhas flu1das
FtGL'IlA 11.3 Aplicações típicas em que são utilizados rebites cegos (7].
Capítulo 11 • Juntas R ebitadas, Soldadas e Coladas O corpo tompe após
~
a rixação e a expansao do reb 1te
255
Informações mais detalhadas sobre os rebites estão disponíveis em outras referências, como, por exemplo, (4, 5 e 7].
Corpo retificado
): '//
ou esmenlhado
11.3 Proceaos de Soldagem
Rebite cego dê auto-encaixe
t ~
tl-~-----1 __\..,.~I Rebite cego puxado através de seu corpo
V
O corpo se rompe quando o rebite é e)4>andido e
puxado através de seu corpo
1L
Lado J cego v1rado
t A extremidade fechada queb
o corpo do rebele
eeeo
'------llffl-1- -
=u=
1[
Lado cego virado
~ Lado
A extremidade aberta quebra o
corpo do rebite cego
}
cego virado
Pino-gula do rebtte cego
ir
~
~lF/ Lado ceBO virado
FIGURA I lA Diversos tipos de rebites de expansão mecânica com o correspondente procedimento de Instalação [7].
de abertura de fendas durante sua instalação. Uma aplicação típica ocorre no ramo da cutelaria. As superfícies próximas e o ajuste com interferência das lâminas rebitadas não devem apresentar folgas onde partículas sujas possam se acumular. A Figura 11.3 mostra algumas situações em que rebites cegos, que requeiram acesso por apenas um dos lados da junta, são mais apropriados. A Figura 11.4 ilustra uma variedade de rebites cegos.
(o)
(b)
Os novos desenvolvimentos das técnicas e dos equipamentos de soldagem forneceram ao engenheiro diversas opções atrativas para a fixação de componentes, em substituição aos parafusos ou rebites, e para a fabricação de componentes. Relativamente aos processos de fundição e forjamento, os elementos de máquinas soldados geralmente podem ser fabricados a custos menores. Exemplos típicos são mostrados na Figura 11.5. Muitas das soldas industriais são realizadas por fusão, com o material das peças a serem unidas fundido em suas superfícies comuns. O calor é aplicado por um arco elétrico que passa entre um eletrodo e o componente, através de uma corrente elétrica de alta amperagem que passa pelo material a ser fundido. O calor pode também ser aplicado por meio de uma chama produzida pela queima de um gás. A soldagem por arco elétrico se apresenta de diversas formas, dependendo (1) de como o material a ser fundido (eletrodo consumível) é aplicado e (2) da forma com que o metal de solda em fusão é protegido dos efeitos da atmosfera:
1. A soldagem a arco com metal protegido (SMA W - Shielded metal are welding), também conhecida como soldagem por vareta, é o processo manual (não-automatizado) mais comum utilizado em reparos e na soldagem de grandes estruturas. O soldador alimenta com um eletrodo consumível a área de trabalho. O fluxo de cobertura do eletrodo libera um gás de proteção e também forma uma escória no entorno do metal de solda. Esse arco de solda é, em geral, utilizado com aços. 2. A soldagem a arco gás-metal (GMAW - Gas metal are welding), também conhecida como soldagem MIG (metalinert gas) é um processo em geral automático que produz soldas de alta qualidade a altas velocidades de soldagem utilizando diversos metais. O eletrodo consumível não é revestido. Ele se projeta de um bocal que libera um gás de proteção - argônio para o alumínio e outros metais não-ferrosos, e dióxido de carbono de baixo custo para aços. 3. A soldagem a arco gás-tungstênio (GTA W - Gas tungsten are welding), também conhecida como soldagem TIG (tungsten-inert gás), emprega um eletrodo de tungstênio nãoconsumível, com o material de enchimento algumas vezes alimentado separadamente. Um bocal circundando o eletrodo de tungstênio libera o gás hélio ou argônio como proteção. Esse processo é mais lento do que o GMAW, porém pode ser utilizado em metais mais nobres, tanto ferrosos quanto
Cd
FIGURA U.5 Componentes de máquinas fabricados pelo processo de soldagem por fusão: (a) volante, (b) alavanca de controle e (c) bloco de mancai.
256
P ARTF.
2 • Aru r.AçOv.s
não-ferrosos. O processo resulta em soldas de alta qualidade em metais não-ferrosos e não-similares, e pode ser totalmente automatizado.
4. A soldagem a arco com fluxo nucleado (FCA W - Flux-cored are welding) é similar à SMAW, exceto pelo fato de o fluxo ocorrer em um núcleo oco do eletrodo consumível, em vez de sobre sua superfície externa. Um gás de proteção (usualmente dióxido de carbono) algumas vezes é fornecido através de um bocal que circunda o eletrodo. O processo produz uma solda rápida e limpa em metais ferrosos.
5. A soldagem a arco submerso (SA W - Submerged are
welding) é realizada em regiões de trabalho planas. Uma linha de fluxo granular é depositada na região de trabalho, adiante do eletrodo consumível em movimento. O fluxo se funde para produzir uma camada de escória fundida protetora sob a qual é realizada a deposição da nova solda. O processo é comumente utilizado em seções espessas que requeiram uma certa profundidade de penetração da solda. Na soldagem por resistência, a corrente elétrica, que gera calor a urna taxa igual a PR, passa através da região de trabalho enquanto une firmemente as partes a serem soldadas. Nenhum fluxo ou proteção é utilizado, porém o processo pode ocorrer em um ambiente de vácuo ou de gás inerte. Em geral não é utilizado um material de preenchimento. A soldagem por resistência é especialmente indicada na produção em larga escala de soldas contínuas (como na costura das tubulações) ou nas soldas ponteadas de diversas ligas de aço e de alumínio. A espessura do material situa-se na faixa de 0,004 a 0,75 in. A soldagem a gás - usualmente realizada de forma manual, com um maçarico de oxiacetileno - é relativamente lenta, requer um maior aquecimento da região de trabalho e é utilizada com mais freqüência na realização de reparos. Um filete alimentador é geralmente utilizado, porém não é essencial. As soldagens por feixe a laser, arco de plasma,feixe de elétrons e escória elétrica são também processos de soldagem por
Tabela 11.1
fusão utilizados em pequena escala, em aplicações muito específicas. Os processos que não utilizam a fusão, ou soldagem no estado sólido, usam uma combinação de calor e pressão na união de componentes, porém a temperatura (exceto em locais rugosos) geralmente fica abaixo do ponto de fusão dos materiais. Um exemplo é a soldagem por inércia. A energia cinética armazenada em um volante é convertida, por atrito, em calor quando urna região conectada ao volante é forçada contra um componente estacionário. Em um segundo exemplo, a soldagem ultra-sõnica, os componentes são presos pelas garras de um dispositivo mecânico e a vibração induzida por um ruído a uma determinada freqüência u!tra-sônica produz sua união. Observe o paralelo existente entre esses processos e o grimpamento, discutido sob o tema desgaste dos adesivos na Seção 9.9. Diversos metais e ligas comumente disponíveis para os processos de soldagem a arco e a gás são relacionados na Tabela 11.1. Os termoplásticos podem ser soldados de forma muito similar aos metais. O calor pode ser aplicado por um gás quente, geralmente inerte, em conta to com placas metálicas aquecidas,
ou eletricamente, pelo aquecimento dielétrico e por indução. No aquecimento dielétrico filmes finos, largamente utilizados em embalagens, se rompem sob alta tensão e alta freqüência para produzir o calor necessário à fusão. No aquecimento por indução, as correntes de indução eletromagnética são geradas no metal inserido ou nos grãos metálicos depositados. As técnicas de soldagem por inércia (chamada de soldagem por rotação quando utilizada com materiais plásticos) e por ultra-som são aplicáveis aos termoplásticos. A fricção dos componentes a serem unidos através de freqüências ultra-sônicas (geralmente 120Hz) também é efetiva, com a união plena geralmente obtida após dois ou três segundos. Esta é a chamada soldagem por vibrações. A colagem (por solvente) de termoplásticos pode ser obtida quando os componentes são amaciados através de um revestimento por solvente e, em seguida, unidos por 10 a 30 segundos, tempo suficiente para as moléculas plásticas se mis-
Soldahilidade dos Metais de Uso Comum
Arco
Gás
Aço-carbono Baixo e médio carbono Alto carbono Aço ferramenta
B' B R
B R' R
Aço fundido, carbono comum Ligas de ferro fundido e ferro fundido cinzento
B R
B B
Ferro macio
R
R
Metal
Aços de baixa liga, alta resistência No-Cr-Mo e Ni-Mo Outros Aço inoxidável Cromo Cromo-níquel Alumfnio c ligas de alumfnio Puro comercial LigaAI-Mn Ligas Al-Mg-Mn e AI.Si-Mg Liga AI-Cu-Mg-Mn
R B
R B
B B
R B
B B B R
B B R X
' B -bom; comumente utilizado. ' X - não utilizado. ' R - razoável; ocasionalmente utilizado sob condições favoráveis.
Metal Liga de magnésio Cobre c ligas de cobre Cobre desoxidado Ponto, elctrolílica c lake Bronze comercial, bronze vermelho e latão de baixa liga Latão de mola, de alta liga, comum e comercial Metal Muntz, latão naval, bronze-magnésio
Arco
Gás
x•
B
R B
B R
R
B
R
B
R
B
Bronze fosfórico, broJU.io a e brooze de. sioo Bronze-alumínio Bronze-berílio Níquel e ligas de níquel
B B B B
B R
Chumbo
X
B
B
Capítulo 11 • Juntas R ebitadas, Soldadas e Coladas
turarem. Os componentes se unem definitivamente quando o solvente evapora.
11.4 Jrmta8 Soldada.8 SuJeit08 a Carregamento E8tátieo Axial e Ci.8alhamento Direto Geralmente os elementos soldados, como os mostrados na Figura 11.5, são fabricados a partir de componentes de aço-carbono mantidos em posição através de dispositivos de fixação durante a realização da soldagem. A resistência das juntas soldadas depende de diversos fatores, os quais devem ser devidamente controlados para que se possam obter soldas de alta qualidade. O calor envolvido no processo de soldagem pode causar alterações metalúrgicas na estrutura do metal nas vizinhanças da solda. Em decorrência dos gradientes térmicos, as tensões residuais (e os conseqüentes empenamentos dos componentes) podem introduzir expansões e contrações diferenciais, variações nas forças de fixação e variações na resistência ao escoamento com a temperatura. As tensões residuais e os problemas de empenamento são mais pronunciados na soldagem de componentes de espessura variável e formas irregulares. As providências que podem ser tomadas para controlar esses problemas incluem o aquecimento
(b)
(a)
257
das partes a uma temperatura uniforme antes da soldagem, com o cumprimento detalhado da "boa prática de soldagem" relacionada à aplicação envolvida, o que fornece aos componentes soldados um alívio de tensões a baixa temperatura por recozimento após a soldagem e aplicando-se um processo de shot-peening Qateamento por impacto) à área soldada após o resfriamento. Nos casos de soldagem aplicada à construção de prédios, pontes e vasos de pressão, a lei exige o uso de normas apropriadas (como a da referência ( l )). Geralmente, nas aplicações complexas, quando existem incertezas em relação ao processo de soldagem a ser utilizado, é recomendada a realização de testes de protótipos de juntas soldadas em laboratório. O conceito básico da soldagem por fusão é a fusão dos materiais que se unem, formando um único componente - idealmente, homogêneo. As propriedades das varetas de solda (material de preenchimento) devem, obviamente, ser compatíveis com as dos materiais a serem unidos. Sempre que possível, as análises de tensões e de resistência devem ser realizadas como se a peça como um todo fosse fabricada a partir de um único bloco do material. As especificações de resistência e ductibilidade do material do eletrodo de solda têm sido padronizadas pela American Welding Society (AWS) e pela American Society for Testing Materiais (ASTM). Por exemplo, os eletrodos (varetas) de soldagem das séries E60 e E70 são designados por E60XX e E70XX. Os números 60 e 70 indicam que as resistências à tra-
(<)
FIGURA 11.6 Representação de soldas de topo e por nuthuras: (a) junta de topo com abertura quadrada, (b) cltaofro simples em V, (c) cltanfro duplo em V e (ti) j unta de topo em ângulo.
I= 0,707
(u")
Cordlo de solde cOOc:a.o (conftauraçllo L __ _ _ _ __ , pouco utlhtade) (a)
(h)
(t)
(JJ
(r)
Carregamento paralelo
Carregamento transversal
Carregamento transversal
FIGURA 11.7 Filetes de solda.
258 P.urn: 2 • APucAçOr.s ção são de no mínimo 60 ou 70 ksi, respectivamente. Os últimos dois dfgitos (XX) indicam os detalhes do processo de soldagem. As resistências ao escoamento especfficas para os eletrodos das séries E60 e E70 são, aproximadamente, 12 ksi abaixo das resistências à tração, e a elongação mínima está entre 17 e 25%. Todas essas propriedades são aplicáveis ao material quando soldado. A Figura 11.6 mostra quatro variedades de soldas de topo com penetração total. Se essas soldas forem de boa qualidade, cada uma será tão resistente quanto as placas que estão sendo unidas, e sua eficiência (resistência da peça com a solda/resistência da peça como se fosse única) será de 100% (lembre-se de que essa análise é válida para carregamentos estáticos- e não para carregamentos por fadiga). As soldas por filetes, ilustradas na Figura 11.7, são geralmente classificadas de acordo com a direção do carregamento: carga para.Lela (Figura 11.1c) ou carga transversal (Figuras 11.7d e 11.7e). No caso do carregamento paralelo, ambas as placas exercem uma carga de cisalhamento sobre a solda. No caso de carregamento transversal, uma placa exerce uma carga de cisalhamento e a outra uma carga de tração (ou de compressão) sobre a solda. A dimensão da solda é definida pelo comprimento h (Figura 11.7a). Em geral, porém não necessariamente, as duas dimensões possuem o mesmo comprimento. A prática convencional da engenharia considera a tensão mais significante da solda como sendo a tensão cisalhante atuante na seção mais estreita, tanto para carregamento paralelo quanto transversal. O comprimento 1 (Figura 11.7a) é definido como a menor distância medida a partir da interseção das placas até (i) a linha reta que une as extremidades das duas regiões das peças em contato com a solda (Figura 11.7a') ou (2) até a superfreie do filete (Figura 11.1a "), a que for menor. Para o caso usual de uma solda convexa com dimensões iguais, 1 = O, 707h. A área utilizada para o cálculo das tensões é, assim, igual ao produto tL, onde L é o comprimento da solda. A Figura 11.7b mostra que para as soldas com superfícies convexas atingindo uma penetração significativa nos materiais das placas a área da seção de solda de alumínio, no caso real, pode ser significativamente maior do que tL. Embora as normas de s·o ldagem e a prática-padrão conservadora não dêem crédito a essa área adicional, não há razão para não se considerá-la no projeto dos componentes não-cobertos pelas normas, desde que a capacidade de carga extra calculada possa ser verificada através de ensaios e o processo de produção de soldagem seja suficientemente bem controlado para assegurar que todas as soldas realmente atinjam a área de seção aumentada. A dimensão h da solda deve ser compatfvel com a espessura das placas que vão ser soldadas. Por razões práticas, cm geral considera-se uma dimensão h de no mínimo 3 mm para placas com espessura inferior a 6 mm-e de no mínimo IS mm para placas com espessura acima de 150 mm.
ll.l Estim.adva da Resi stência Estádca de um Cordão d e Solda Carregado Paralelamente
PROBLEMA REsOLVIDO
As placas da Figura 11.7c possuem 12 mmdeespessuraesãode aço com S1 = 350 MPa. Elas são unidas através de um cordão de solda convexo ao longo dos ladosAB e CD, cada um dos quais com 50 mm de comprimento. A resistência ao escoamento do metal da solda é de 350 MPa. Qual é a carga estática F que pode ser suportada por um cordão de solda com dimensão h = 6 mm, considerando um fator de segurança de 3 (baseado na resistência ao escoamento)?
SoLUÇÃO
Conhecido: Duas placas estaticamente carregadas, com resistências conhecidas, são unidas por um cordão de solda cuja geometria e resistência são também conhecidas. A S er Detem 1irw.do: Determine a capacidade de carga estática das soldas carregadas paralelamente. Esquem aa e Dado• Fornecidos: Veja a Figur.1 11.7c. Hipóte1e: As placas cm si não falham, e a falha por cisalhamento ocorre na área útil da solda.
Análue: 1. A área útil total das duas soldas é A = (0,707)(6)(100) = 424 mm'. 2. Esta área útil total está sujeita a uma tensão cisalhante. Utilizando a teoria da energia de distorção, tem-se S.., = 0,5851 = 203 MPa 3. F = S,,N FS (203 )(424)13 = 28.700 N, ou 28, 7 kN.
=
Come~atárioa: Se a placa superior possuir uma áreii de seçào trans·
versai A = (40 mm)( 12 mm) = 480 mm' , então F = S /1. = (350 MPa)(480 mm') = 168 kN ; e acapacidadedecargada plaJa fica bem maior que a da solda.
ll.2 Estimadn da Resistência Estádca de um Cordão de Solda Carregado Transvenalmente
PROBLE.U A REsOLVIDO
Repita o Problema Resolvido 11.1, desta vez considerando as soldas nos lados AD e BC e tomando, assim, a junta soldada similar à mostrada na Figur.1 11.1d. SOLUÇlO
Co11hecido: Duas placas de resistências conhecidas e carregadas estaticamente são unidas por cordões de solda cujas geometrias e resistências são especificadas. A Ser Determil•ado: Determine a capacidade de carga estática das soldas sujeitas ao carregamento transversal. &quenuu e Dado• Fornecidos: Veja a Figura 11.1d. Hipótues: 1. A tensão critica atua na menor seção útil, definida pelo produto tL, que suporta toda a carga cisalhante F. 2. As placas em si não falham. Ar~áliae: As soldas são carregadas transversalmente, com a interfa-
ce horizontal da solda sendo carregada por cisalhamento e a interface vertical carregada por tração. Como a carga flui através do metal da solda (lembre-se dos conceitos apresentados na Seção 2.6), o carregamento ger.1 proporções distintas de tração e cisalhamento. Conforme admitido, a tensão crítica atua na menor seção 6til. defmida pelo produto tL, que supona toda a carga F na forma de carga cisalhante. Assim,
F - s..,. AIFs = 28.7 kN exatamente como no Problema Resolvido 11.1. Comentário~: Em virtude da hipótese adotada, deve•se enfatizar que a solução, nesse caso, é menos rigorosa que a do Problema 11 .1.
Capítulo 11 • Junta• Rebitad.u, Soldada• e Colada•
ll.S Junto.IJ Sol.dodas Sujeita.IJ o Conoeg~UJ~ento Estótieo de l1emo
259
comumente utilizadas para se obter resultados suficientemente precisos que possam ser utilizados em muitas (e não cm todas) aplicações da engenharia. As tensões atuantes nas soldas dos dispositivos mostrados nas Figuras 11.8 e 11.9 consistem na superposição dos seguintes efeitos:
e1brção As Figuras 11.8 e 11.9 ilustram dois exemplos do que, em geral, é conhecido como carregamento excêntrico. Na Figura 11.8 a carga está no plano do grupo de soldas, submetendo, portanto, a junta soldada à torção, bem como a um carregamento direto. Na Figura 11.9 a carga está fora do plano do grupo de soldas, produzindo, assim, uma flexão superposta a um carregamento direto. Observe que além da torção ou da flexão existe uma componente de carregamento direto atuante na solda, o que corresponde à situação da carga considerada na seção anterior. Os segmentos de solda BC na Figura 11.8 e, BC e AD na Figura 11.9 estão sujeitos a um carregamento paralelo; todos os demais segmentos de solda nas duas figuras estão carregados transversalmente. Uma análise rigorosa das tensões atuantes em diversas regiões de cada segmento soldado mostrado nas Figuras 11.8 e 11.9 seria uma tarefa muito complexa, envolvendo um estudo detalhado tanto da rigidez dos componentes que estão sendo unidos quanto da geometria da solda. Os vários segmentos incrementais da solda representam uma multiplicidade de fi. xações redundantes, cada uma das quais sustentando, dependendo de sua rigidez, uma parte da carga (reveja as Seções 2.5, 2.6 e 4.2 e, particularmente, a Figura 4.2). Os procedimentos descritos a seguir são baseados em hipóteses simplificadoras
1. Tensões cisalha.ntcs diretas, calculadas conforme discutido na seção anterior. Essas tensões são inicialmente admitidas como uniformemente distribuídas ao longo do comprimente de todas as soldas. 2. As tensões superpostas de torção, ou de flexão, ou ambas, são calculadas a partir das fórmulas clássicas 7' = Tr/J eu = Mcll. Os componentes a serem unidos são considerados como totalmente rígidos. Os valores de I e J para os padrões comuns de soldagem considerados para os diversos segmentos lineares podem ser calculados conforme sugerido na Figura ll.l O. O processo é ilustrado nos Problemas Resolvidos 11.3 e 11.4. PROBLEt\IA RESOLVIDO 11.3P Determinação da Dimensão da Solda Sqjeita a nm Carregamento
Excêntrico e m Seu Plano Determine a dimensão necessária à solda ilustrada na Figura II .Sa utilizando varetas E60 (S, = 345 MPa) e um fator de segurança de 2,5 baseado no escoamento.
y
X--r 150
L~ c
I
y
(u)
295.7
5600N•m
691.9 -,1
7(20)
131.4
-J-;-,-
69().()
(b)
(t)
Tensões torcionais
Superpos1çllo das tensOes CISIIhantes totttOniiS e duetas
FIGt;RA 11.8 Carregamento excêntrico no plano da soldll.
260
P ARTE
2 a
i\J>UCAÇ0 1•:S
692
SoLUÇÁO
2,5
Conhecido: Uma solda de configuração e resistência ao escoamento definidas, situando-se no plano da carga conhecida, é carregada de forma excêntrica.
345(0.5!!)
r ~ 8.65 mm
6. Pela relação geométrica mostrada na Figura 11.7a', tem-se
A Ser Determinado: Determine a dimensão da solda.
I 8,65 11 = - - = = 1223mm 0.707 0.707 .
Esquerruu e Dado• For-Mcido~: Veja a Figura 11.8.
7. A dimensão da solda seria normalmente especificada através de
Hipótuu: 1. O componente engastado em si não falha; isto é, a falha ocorrerá na área da solda. 2. As tensões cisalhantes diretas atuantes na solda podem ser calculadas como VIA, onde V é a força cisalhante de 20 kN e A é a área útil da solda, 2501 mm' . 3. A teoria da energia de distorção pode ser aplicada.
Análise: 1. A carga aplicada de 20 kN é equivalente a essa mesma carga atuante no centro de gravidade G do cordão de solda, superposta a um momento no sentido horário igual a (20.000)(300 - x) N·mm. Inicialmente, deve-se determinar as dimensões e ji que posicionam o centro de gravidade G. 2. Seja A, a área do segmento de solda ex, e y1 as coordenadas do centro de gravidade de qualquer segmento retilíneo de solda constituinte do grupo de soldas. Assim,
_
~A,x,
t """ - - -
~A
'
.i'
!A,y, ~A
x
Comenlários: É importante compreender a aproximàção reàlizada
"""
20 mm
+ ( 1501)(75) = 1001 + 1501
S 4 mm
no procedimento anteriormente descrito, que é utilizado convencionalmente por simplicidade. A dimensão crftica 1 é admitida como possuindo uma orientação a 45•, no cálculo do c isalhamento transversal e nas tensões axiais; porém, a mesma dimensão é adlllltida no plano do cordão de solda no cálculo das tensões torcionais. Após essas tensões serem somadas vetorialmente e um valor para 1 ser determinado, a resposta fmal para a dimensão h da solda assume novamente a dimensão 1 como estando em um plano a 45•. Embora não seja rigorosamente correto, esse procedimento conveniente é considerado justificado quando utilizado por um engenheiro que entende o que está fazendo e que interpreta os resultados de forma correspondente. Note que a mesma simplificação aparece ao se analisar as cargas de flexão, conforme ilustrado pelo próximo problema resolvido.
+ ( 1501)(0) 1001 + 1501
( 1001)(50) ( 1001)(0)
3. O momento polar de inércia do grupo de soldas em relação a G é igual à soma das contribuições realizadas por cada um dos segmentos da solda. A partir das relações desenvolvidas na Figura I 1.10, J = I.Clx + I,) para cada segmento de solda. Considerando apenas a solda lateral, tem-se
Par.t a solda na região superior, tem-se
1003r J = - - + 1001[452 - (50 - 20)2) = 375.8331 I )2 J = J,
+
um número inteiro em millmetros. A escolha entre urna solda de 12 mm (fornecendo um fator de segurança calculado de 2,45) e uma solda de 13 mm (calculada com o uso de um fator de segurança de 2,66) depende das circunstincias e do julgamento de engenharia. No caso aqui tratado pode-se estabelecer arbitrariamente a resposta final como h = 13 mm. 8. Embora apenas no ponto C seja necessária uma solda de I 3 mm, uma solda de mesma dimensão seria normalmente especificada para qualquer outra região. A solda pode ser especificada de forma distinta pam regiões distintas, apresentando saltos nas regiões onde o vetor soma das componentes de tensão seja relativamente pequeno.
J, = 852.0831
4. A Figura 11.8b mostra as tensões torcionais atuantes nas extremidades A e C da solda, que são as duas regiões onde as tensões combinadas de tOJ'ÇiiO e de cisalhamento direto são maiores. A tensão torcional resultante em cada um desses pontos vale Tr/J, onde T = (20.000)(280) N ·mm e J = 852,0831 mm' . O valor de r para cada ponto é igual à raiz quadmda da soma dos quadrados das dimensões dos triílngulos retil.ngulos, porém não há necessidade de calcular r, uma vez que apenas as componentes horizontal e vertical da tensão torcional são necessárias, conforme avaliado na própria figurJ. S. A Figura ll.Sc mostra o vetar soma da tensão torcional e da tensãocisalhante direta nos pontos A e C. A tensãocisalhante direta foi, obviamente, admitida como sendo simples mente VIA = 20.00012501 = 80/1 MPa. Nesse caso, o ponto C possui a maior tensão resultante de 697JI MPa. Igualando essa tensão à resistência ao cisalhamento por escoamento estimado (utilizando a teoria da energia de distorção) e aplicando o fator de segurança, tem-se
,..--
U.4P Determinação da Dimensão da Solda SqJelta a um Clll"l'egamento Excênerlco Fora de Seu Plano
PROBLE.llA REsoLVIDO
Determine a dimensão necessária à solda ilustrada na Figura I 1.9a utilizando varetas E60 (51 = 345 MPa) e um fator de segurança de 3. SOLUÇÁO
Conhecido: Uma solda de configuração e resistência ao escoamento definidas, situando-se fora do plano da carga conhecida, é carregada de forma excêntrica.
A Ser Deoorminado: Determine a dimensão da solda. Esquem.as e Dados Fom ecido!: Veja Figura 11.9. Decisões e Hipóteses: 1. No cálculo dos momentos de inércia dos segmentos lineares de 2. 3. 4. S.
solda, a largura efetiva da solda em seu plano é idêntica à dimensão 1 da área útil. Admite-se que a dimensiio 1 da área útil é muito pequena em comparação com as demais dimensões envolvidas. A tensão cisalbante transversal é avaliada pela simples expressão VIA, onde V é a força cisalbante e A é a área útil da solda. A tensiio cisalbante resultante atuante no plano da solda é obtida pela superposição das tensões cisalhantes transversal e de flexão. A teoria da energia de distorção é apliQvel na estimativa da resistência ao escoamento por cisalharnento do material da solda.
Capítulo 11 • }untns Rebitadas, Soldadas e Coladas
261
tensão cisalhante admissível Utilizando a teoria da energia de distorção para se estimar uma resistência ao escoamento por cisalhamento (ou a teoria da tensão cisalhante máxima, que é menos precisa porém mais conservadora) e aplicando o fator de segurança de 3, tem-se
I24 345(0 .58) -MPa. I •3
OU I
= 1.86 111111
S. Embora o plano da tensão cisalhante máxima calculado anteriormente nno corresponda ao plano de seção mínima a 45° ilustrado na Figurd 11.7a', é habitual utilizar a área plana a 45° (menor e, portanto, mais conservadora) para calcular a dimensão h necessária à solda.
l .l!6
I
Ir = - - = - - = 2 63 mm 0.707 0.707 • 6. Normalmente não é prático aplicar uma dimensão h, para a solda, menor que 1/8 in, ou 3 mm. Assim, a melhor resposta seria: utilize h = 3 mm.
8
Comentários: Na prática, o uso de uma solda mais larga do que a
26,3 •= /
I I
Tenslo resultanle •
124 1
(b) Tensões "" solda AB FtC~RA
11.9 Carregamento excênlrloo rora do plano da solda.
teoricamente necessária que em geral é acompanhado por uma soldagem salteada ao longo do comprimento. Neste caso, toda a solda da região CD poderia ser omitida. As tensões devidas à Oexão na região inferior do componente são compressivas, e podem ser suportadas diretamente pelo componente sem a necessidade de uma solda. A omissão da solda dessa região inferior teria como conseqUência uma tensão cisalhante direta um pouco maior sobre as outras três soldas, porém essa condição não resultaria em efeitos significativos.
6. A dimensão h necessária à solda é calculada utilizando a área útil a45•. 7. Por razões práticas, a menor dimensão h geralmente é de 3 mm para placas cuja espessura é inferior a 6 mm.
r
I
Vt
A náli1e: 1. O carregamento envolve um cisalhamento direto superposto à flexão, com o momento devido à flexão sendo de (10.000)(160)
N·mm.
G (CG de todo o IUUI'O de scldl$)
X
b
,y·-+--'-..;:-+.L.- - -- - x· c;· tCG desse seamento de SOlda>
2. O momento de inércia em relação ao eixo neutro de flexão X consiste na contribuição das duas soldas venicais e das duas soldas horizontais; isto é, fx = 21, + 21.. Considerando as dimensões mos tradas na Figura I 1.10, tem-se
I
~
~
/h "'
lx =
L 3t -
12
3
(l20) t =- = 144.000t 12
= 70t(60) 2 ~ 252.0001 2/,, + 2h = 792.000r Lta 2
3. A tensão de flexão (trativa) atuante na solda AB v ale
1.600.000(60) = 792.000r lx
Me
"= -
I2 1,2
= - ,-
V A
Momento de lnlrcw da seçilo rttangulilr em re/Qção aos eíxo• de sim etria do segmento de soldt~ X' e Y' (a dimensão 1 é admitida como sendo multo pequena em comparação com as demais dimensões): 11 •
MPa
e a tensão cisalhante transversal atuante em todas as soldas vale
T =-=
r
t
FIGURA 11.10 ~1omento de inércia dos segmentos Uneares de solda. (Por simplicidade é admitido que a largura efetlva da solda no plano da ngura seja idêntica à dimensão t da área útil, mostrada na Figura 11.7a' .)
-
1,·
'
ti I = 2
u
v"(t
l:'t., 1 ...
11
Momenlo de inircia da stçiW rttangultu em relafiio aos ei.rot X e Y que p
I 0.000 26.3 = - - MPa ( 120 + 120 + 70 + 70)1 1
4. A Figura 11.9b mostra a resultante das tensões cisalhantes transversal e devida à flexão como sendo igual a 124/t MPa. O procedimento convencional é observar essa resultante como uma tensão cisalhante atuante no plano da área útil da solda e igualá-la à
J . l.'r. .
11 " 11 - -lb: = L'• -
1,
1,
t
tu1
-
12 l..tn!
Ltb~
MomeliUJ polar de lnireia em rtlilçiW 11 um eixo perpendicular ao centro de gravidade do grupo dt soldas:
J
262
PARn: 2 • ArUCAÇÕES
Ttabela 11.2 Fatores de Concentração de Tensões Aproximados contra Fadiga, K/ Tipo dt Solda
K1
Solda de topo. com "reforço" não removido, carga.• trativas Base do filete de solda, carregamento transversal Extremidade do lilctc de solda, carregamento paralelo Junta soldada de topo T, com quinas vivas, cargas trativas
1,2 1,5 2,7 2,0
Análi.te: 1. Como o "reforço" não é retirado, ocorre urna concentração de ten· sões nas bordas do metal de solda, K, = 1;1. (Tabela 11.2). 2. Para uma superfície similar à foijada tem-se, pela Figura 8.13, C, = 0,55. 3. Conforme admitido, CG = 0,8, C, = 1,0 e c.= 1,0.
s. = s;c,.cc;Csc,c. =
(62 ksi)( l)(0,8)(0,55)(1,0)(1,0) = 13,6 ksi . 5. Pam a sobrecarga de projeto de 12.500 a 37.500, tem-se 4.
• Originalmente proposto por C. H. Jennings, "Wclding Design", Trans. ASME, 58: 497·509 ( 1936), c largamente utilizado desde cntllo.
K1 Pm Um =
A
K/ Pa
11.6
CoJUJide~
A
sobre Fadiga JUI8
Junto. Soldadas Quando as juntas soldadas são submetidas a um carregamento por fadiga, pequenos espaços vazios e inclusões que provocam pequenas variações na resistência estática representam pontos de concentração de tensões localizadas que reduzem a resistên· cia à fadiga. Além disso, o material da solda que ultrapassa o plano das superfícies das placas nas so ldas de topo (Figura 11.6), que é denominado "reforço", causa uma concentração de tensões óbvia nos bordos dos cordões de solda. Para um carre· gamenlo estático, esse material pode, de fato, representar um ligeiro "reforço", de modo a compensar os possíveis espaços vazios ou inclusões no metal de solda; porém, para um carre· gamento por fadiga a resistência é aumentada pela retificação ou esmerilhamento do "reforço" do cordão de solda nivelando a região de solda com as placas. Fatores de concentração de ten· são por fadiga aproximados, associados ao reforço da solda de topo e outras geometrias de soldas, são fornecidos na Tabela 11.2.
PUOBL&L\ REsOLVIDO ll.S Estimativa da Resistência à Fadiga de uma Solda d e Topo A carga de tração atuante em uma solda de topo (Figura 11.6a) flutua rapidamente entre 5000 e 15.000 lb. As placas possuem~ in de espessura, e o "reforço" da solda não é retirado. A solda é realizada com varetas da série E60, com s. = 62 ksi e 57 = 50 ksi Um fator de segurança de 2,5 deve ser utilizado. Qual é o comprimento (L) necessário para esta solda? SoLUÇÁ O
Conhecido: Duas placas de espessum definida soldadas de topo são sujeitas a uma carga de tmção que varia entre dois valores conhecidos. As resistências à tração e ao escoamento do material da solda são conhecidas. A Ser Determiruulo: Determine o comprimento necessário à solda. E1quema1 e Dado• For-Meitúm Veja a Figura 11.6a.
Hip6tue1: I. O metal de solda possui urna superfície rugosa comparável a uma superfície foijada. 2. O fator gradiente CGé igual a 0,8, C, vale 1,0 e CR é de 1,0 (Tabela 8.1). 3. Os cálculos serão realizados pam uma vida infinita (106 ciclos).
=
( 1,2)(25.000)
60.000 0.5L L 1t.2>< 12.500> __ Jo_.ooo_ 0.5L L
6. A curva u~· u. pode ser construída para este problema. 7. Pela Figura 11.11, u~ = 19.000 psi. Logo, 19.000 psi = 60.0001 L, ou L = 3,16in.
!
..·
"• 6õ 30 •• o< ti,._. Oll
"•(l)
FlctR.\ 11.11 Curva CT. ·u. pc~roo Problema ResoMdo li.S.
Comentário~: Este valor calculado de L pode ser arredondado para 3 ou 3 '1, in, dependendo das circunstâncias e da avaliação da engenharia.
11.7 Soldagem Forte (Bl"'.Sing) e Soldagem Branda (Soldering) A soldagem forte (braz.ing) e a soldagem branda (ou fraca) diferem da soldagem tratada antes, basicamente pelo fato de as temperaturas envolvidas no processo serem inferiores à do ponto de fusão das partes a serem unidas. O material de preenchimento na soldagem branda ou na soldagem forte atua como um adesivo de metal derretido que se solidifica imediatamente sob resfriamento. Assim, a soldagem forte e a soldagem branda podem ser classificadas como processos de colagem. O processo de soldagem forte começa com o aquecimento das peças até uma temperatura específica, superior a 840°F (450°C). Colocado em contato com as peças, o material de preenchimento se funde e flui pelo espayo entre as peças. A ação capilar torna o metal de preenchimento fundido muito efetivo; aberturas de 0,025 a 0,050 mm são normalmente recomendadas, porém algumas ligas especiais de material de preenchimento permitem aberturas dez vezes maiores do que essas. É importante que as superfícies sejam limpas inicialmente. Esse processo requer um material fundeme e uma atmosfera inerte. A soldagem fone é usualmente acompanhada pelo aquecimento das partes através de um maçarico ou um fomo. Os metais de preenchimento são, geralmente, ligas de cobre, prata ou niquei.
Capítulo 11 • Juntas Rebitadas, Soldadas e Coladas
Cuidados especiais devem ser tomados ao se utilizar o processo de soldagem forte em partes de alumínio, porque atemperatura do ponto de fusão do material de preenchimento (uma liga de alumínio-silicio) não é muito inferior às temperaturas das partes de alumínio. A soldagem forte possui várias vantagens: metais distintos, metais fundidos e forjados, e mesmo materiais não-metálicos (apropriadamente revestidos) e metálicos podem ser unidos através desse processo. Dispositivos complexos podem passar pelo processo de soldagem forte através de diversas etapas, utilizando materiais de preenchimento com temperaturas de fusão progressivamente mais baixas. As juntas assim obtidas requerem pouco ou nenhum acabamento. A soldagem fraca é similar à soldagem forte (brazing), exceto pelo fato de o metal de preenchimento possuir uma temperatura de fusão inferior a 840•F (4500C) e apresentar uma resistência relativamente baixa. Muitas dessas soldas são ligas de estanho-chumbo, porém as ligas com antimônio, zinco e alumínio também são utilizadas. Aproximadamente metade das aplicações desse processo de soldagem envolve partes elétricas e eletrônicas. Uma outra aplicação comum é a vedação das costuras nos radiadores através de protetores de estanho.
11.8 Ade8mo8 A fixação de partes metálicas através de colas adesivas representa um campo de aplicação em grande expansão, que influencia o projeto de produtos de praticamente todos os tipos. O endereço na Internet h ttp: I /\V\V\v. 3m. com/bon ding apresenta informações gerais e técnicas e dados sobre adesivos, fitas adesivas e elementos de fixação reutilizáveis. As vantagens dos adesivos são muitas. Diferentemente dos parafusos e rebites, necessitam de furos, que reduzem a resistência das partes. Não envolvem temperatura alta o suficiente para produzir empenamentos e tensões residuais, como no caso da soldagem. Quando a junta é carregada as tensões são distribuídas sobre uma grande área, resultando apenas em concentradores de tensões menores nos bordos do contato. Essa condição geralmente permite o uso de componentes mais finos, resultando em uma diminuição de peso. As colagens através de adesivos admitem superfícies externas lisas e contínuas com boa aparência, acabamento mais fácil e atrito fluido reduzido em aplicações que envolvem o escoamento de um liquido ou de um gás, como na asa de um avião ou nas pás da hélice de um helicóptero. Quase todos os materiais sólidos podem ser colados com um adesivo apropriado. Ao se colar metais distintos a camada de adesivo pode propiciar um isolamento efetivo contra correntes galvânicas (o princípio é ilustrado na Figura 9.7). Por outro lado, o adesivo pode se tornar um condutor elétrico, se assim for desejado. A flexibilidade do material adesivo pode ser trabalhada para acomodar a expansão devida a um diferencial térmico dos componentes a serem unidos. Essa flexibilidade também auxilia na absorção das cargas de impacto. Além disso, as colas podem produzir um amortecimento, reduzindo as vibrações e a transmissão de ruídos. As juntas coladas podem propiciar uma vedação efetiva contra vazamentos de qualquer liquido que não ataque o adesivo. Por outro lado, os adesivos são mais sensíveis à temperatura do que os elementos mecânicos de fixação. Muitos adesivos de uso comum são limitados a operar na faixa de 129° a 260°F. A resposta dos adesivos varia significativamente com a temperatura, e esta característica deve sempre ser considerada em sua
263
seleção para uma aplicação específica. A inspeção, a desmontagem e os reparos das juntas coladas podem não ser práticos, e a durabilidade de alguns adesivos é questionável. Talvez o fator mais motivador da difusão dos adesivos seja a redução do custo. Entretanto, o custo a ser considerado é o custo total da junta no contexto do componente, e esse custo pode ser maior ou menor do que o custo correspondente aos elementos mecânicos de fixação, dependendo de inúmeros fatores. Conforme observado anteriormente, a utilização de adesivos pode permitir a união de superfícies mais finas e leves. Os custos de usinagem podem ser reduzidos pela eliminação da necessidade de se realizar furos e propiciar uma faixa maior para as tolerâncias. Por exemplo, o "espaço de preenchimento" para alguns adesivos pode eliminar a necessidade de baixas tolerâncias no ajuste das prensas. O custo do adesivo em si pode ser maior ou menor do que o dos elementos mecânicos de fixação correspondentes. Um fator de custo geralmente superior nas juntas soldadas é a preparação da superfície. Uma limpeza excessiva é requerida com freqüência, embora recentes avanços na pesquisa dos adesivos tenham tornado possível uma relaxação do padrão de limpeza para algumas aplicações. A automação visando a uma alta produção pode ser mais cara com os adesivos, particularmente se a elaboração de misturas e um elevado tempo de cura forem necessários. Os adesivos funcionam como um componente de um sistema composto colado, com a interação entre o adesivo e os materiais colados influenciando as propriedades de ambos. Este fato, adicionado à grande variedade de adesivos no mercado, geralmente torna difícil a seleção do melhor adesivo para uma determinada aplicação. Na literatura técnica corrente especializada as informações dos fornecedores dos adesivos e os resultados de ensaios devem ser confiáveis. Os fatores de segurança e ambientais representam importantes considerações na indústria dos adesivos. Nos EUA as normas regulamentadoras no nível federal controlam o uso de certos adesivos à base de solventes que são inflamáveis e geram gases tóxicos. Alguns adesivos não são utilizados para certas aplicações pelo fato de emitirem um odor desagradável durante sua cura. O petróleo é a matéria-prima para muitos adesivos, e muitos esforços na pesquisa são direcionados para a obtenção de alternativas. Diversos tipos de adesivos requerem uma temperatura de cura na faixa de 95• a 26o•c, algumas vezes por diversas horas. Os aumentos no custo da energia aumentam a urgência da necessidade de desenvolvimento de adesivos equivalentes que requeiram um tempo de cura menor e uma temperatura de cura mais baixa. Quando possível, a união dos componentes deve ser projetada de modo que as juntas coladas sejam carregadas por cisalhamento, já que como todos os adesivos as colas apresentam um melhor desempenho quando carregadas dessa forma. A Figura 11.12 ilustra, de forma apropriada, alguns projetas representativos. As juntas com adesivos também podem ser carregadas por tração, porém os carregamentos de descasque e a clivagem devem ser evitados. Muitos adesivos utilizados na área estrutural ou na engenharia são termocurados, em oposição aos do tipo termoplásticos (amolecidos por calor), como o cimento de borracha, a cola utilizada em aviões e a fusão a quente. Os últimos são geralmente indicados para as aplicações em que as operações são leves e requerem uma baixa resistência. A resistência ao cisalhamento de alguns epóxis que curam sob a ação de calor é da ordem de 70 MPa, porém muitos adesivos estruturais possuem resistência ao cisalhamento na faixa de 25 a 40 MPa.
264
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s A retorada deste material redon a concentração de IEnsiO nos bol'dos colados
(u) Junta metálica sobreposta colada por Jde5NO
(<)Junta de madeira colada
FtCURA ll.l2 Exemplos dejo:ntas coladas projetadas para carregamentos por císalbamento.
Os epóxis, utilizados industrialmente desde a década de 1940, são os mais versáteis e os mais empregados dentre os adesivos estruturais. Os que envolvem duas partes curam à temperatura ambiente, porém necessitam de uma pré-mistura. Os epóxis de uma única parte não necessitam de mistura, porém requerem calor para sua cura, usualmente em tomo de l50°C por no mínimo uma hora. Os epóxis podem ser elaborados de modo a apresentar uma viscosidade suficiente para atender aos requisitos do espaço de preenchimento. O custo global das uniões por epóxis de alta resistência pode ser relativamente alto. Os ureranos são similares aos epóxis em relação à sua grande versatilidade, possuem resistência relativamente alta e são disponíveis tanto em duas partes com cura à temperatura ambiente quanto em uma única parte, requerendo aquecimento para cura. Eles possuem boa tenacidade, flexibilidade e resistência ao impacto. Os anaeróbicos são adesivos de uma única parte de fácil aplicação e cura na ausência de oxigênio. Eles são geralmente utilizados no travamento de roscas e nos elementos de máquinas, como na retenção de mancais e chavetas nos correspondentes eixos. A rápida cura usualmente restringe o uso dos adesivos anaeróbicos a conjuntos de componentes relativamente pequenos. Alguns dos adesivos acrflicos mais novos são tolerantes a superfícies sujas. Isso pode ser muito importante na produção em série de conjuntos sob condições industriais ordinárias desfavoráveis. Os cianoacri/atos são particularmente apropriados quando um tempo extremamente rápido se toma determinante. Talvez eles sejam os mais fáceis de serem aplicados e os de cura mais rápida dentre todos os adesivos industriais. De modo a facilitar a produção e reduzir custos, muitos dos adesivos de uma única parte usados na engenharia (com cura por calor) são disponíveis na forma de filmes, com revestimento removível. Eles são fornecidos em diversas espessuras e também em formas especiais. Alguns adesivos são disponíveis na forma de um pó que é mantido em um local previamente carregado eletrostaticamente e curado pelo calor. Algumas vezes, os adesivos são utilizados em combinação com os elementos de fixação mecânicos. A área de rápido desenvolvimento dos adesivos industriais modernos oferece uma ampla oportunidade para o caráter inventivo e criativo do engenheiro.
3. Chow, W. W.. Cost Reduction i11 Producr Design, Van Nostrnnd Rt!ínhold. >lew York, 1978.
4. Fishcr. J. \V., nnd J. I L A. Struí~. Guide to Design Criteria fur Holred mrd Ril•etrtl Joims. Wiley. N(w York, 1974.
5. Mw:llin~ Design. 1980 F:lSleníng and Joining Reference lssue. Penton/IPC, lnc.. Cleveland. Nov. I J. 1980. 6. Osgood, C. C .. Faugu~ Dvign. Wiley-Intem:íence. New York. 1970. 7. Pnrmlcy. R. O. (cd.), Sumtlard llwll/11()(1/.. of Fmte11i11g wrd Jaining, 3n:l ed .. M~-Gr-~w-1-lill. N
Problema8 Seção ll.4 11.1
F~ 33.000
AWSD. I.77. American We lding Society, Miami, Fia. 2. Aron~on, R. B .. "Adhesives are Getting Stronger in Many
Ways," Machine Design: 54-60 (Feb. 8. 1979).
tb
Vatetas de solda séroe E60 S1 • 50 ks1 (placas) FSe JJ)
ObseNaçlo' Existem duas soldas de 4 m. F• 33.000
lb FIGURA PH.J
11.2
Repita o Problema 11.1 , desta ' 'CZ utilizando varetas de solda da série E70.
11.3
Duas placas de aço de 17 mm com s, = 425 MPa são soldadas de topo utilizando varetas da série E70 c uma boa prática de soldagem. O comprimento da solda é de 90 mm Qual é a maior carga de tração que pode ser aplicada à união com um fato r de segurança de 4')
11.4
Duas placas de aço de 1/ 2 in com ~ = 52,5 ksi são soldadas de topo (conforme rnosLrado na Figura ll.o). Varetas da série E60 são utilizadas, c a boa prática de soldagem é seguida. Qual é a carga de tração que pode ser aplicada às placas por polegada de largura da placa soldada, com um fator de segurança de 3"1 [Resp.: 8000 lb]
Referên.cÜUI I. American Wc lding Society Structural We lding Codc,
As duas placas de aço com s, = 50 ksi rnosLradas oa Figura P11.1 são uoidas por filetes de soldas carregados Lransversalmeote. Cada uma das soldas possui 4 in de comprimeoto. Varetas de solda da série E60 são utilizadas, c a boa prática de soldagem é seguida. Qual é a menor dimensão h da solda a ser utilizada se uma força de 33.000 lb deve ser aplicada com um fator de segurança de 3,0?
Capítulo 11 • Juntas R ebitadas, Soldadas e Coladas 11.5
11.6
Estime a carga estática F que pode ser suportada pela junta mostrada na Figura 11.7c baseando-se no escoamento. As duas placas de aço de 7 mm de espessura (S, = 350 MPa) são unidas por um filete de solda convexo ao longo dos lados AB e CD. Cada solda possui 50 mm de comprimento. O metal de solda possui uma resistência ao escoamento de 350 MPa. Utilize. uma dimensão h de 5 mm para a solda e um fator de segurança de 3.
265
Seção ll.S 11.13
O suporte mostrado na Figura PJI.I3 deve sustentar uma carga total (igualmente distribuída entre os dois lados) de60 kl\1. Utilizando varetas de solda da série E60 e um fator de segurança de 3,0, qual a dimensão da solda a ser especificada'/
Duas placas de aço de 15 mm com s, = 400 MPa são soldadas de topo utilizando varetas da série E70 e a boa prática de soldagem. O comprimento da solda é de 90 mm. Qual é a carga de tração máxima que pode ser aplicada à junta com um fator de segurança de 3? (Veja a Figura Pll.6.)
Comprimento da solda: 90 mm Sy: 400 MPa FS • 3 Solda da série E70 Observlçao, toda P'ac:e _.,, dUft tolá elo 7S mm o U
FIGLllA Pll.6
11.7
Duas placas de aço de 3/8 in com s, = 50 ksi silo soldadas de topo (con-
11.14
FIGilllA P 11.13
O supone mostrado na Figura PI J.J4 sustenta uma carga de 4000 lb. O filete de solda se estende por todo o comprimento de 4 in cm ambos
forme mostrado na Figura 11.6). VaretaS da série E60 são utilizadas, e a boa prática de soldagem é seguida. Qual é a carga de tração que pode ser aplicada às placas por polegada de largura da placa soldada com um fator de segurança de 3?
os lados. Qual é a dimensão da solda necessária de modo a propiciar um fator de segurança de 3,0, se varetas da série E60 forem utilizadas'/
[Resp.: 6000 lb] 11.8
Estime a carga estática F que pode ser suponada pela junta mostrada na Figura 11.7c baseando-se no escoamento. As duas placas de aço de 8 mm de espessura (S1 = 350 MPa) são unidas por um filete de solda convexo ao longo dos lados AB e CD. Cada solda possui 50 mm de comprimento. O metal de solda possui uma resistência ao escoamento de 350 MPa. Utilize uma dimensão h de 5 mm para a solda e um fator de segurança de 3.
11.9
Duas placas de aço com s, = 50 ksi são unidas por filetes de solda de 3/8 in carregados paralelamente, confonne mostrado na Figura Pll.9. Varetas de solda da série E60 são utilizadas, e a boa prática de soldagem é seguida. Cada uma das soldas possui 3 in de comprimento. Qual é a maior carga de tração que pode ser aplicada, considerando um fator de segurança de 3'? [Resp.: 14.700 lb]
FIGURA P11.14
11.15
No Problema Resolvido 11.4, determine a dimensão necessária à solda se apenas o topo (AB) for soldado.
Seções ll.6-ll.8 11.16 Varetas de solda série E60 s,: 50 ksi (placas) h = 0,375 in
FS: 3,0
(a) Se o "reforço" da solda não for removido. (b} Se o excesso de material da solda for cuidadosamente retirado de modo que as superficics fiquem suaves e cootínuas.
Observaçào: Existem duas soldas de 3 in. F
FIGLllA Pll.9
11.10P Selecioneduas placas de aço com S1 =50 ksi que possam ser soldadas de topo (conforme mostrado na Figura 11.6) e projete um conjunto (uma junta) que possa transmitir uma carga de tração de 60Cl0 lb. 11.11P Selecione duas placas de aço com s, = 50 ksi que possam ser unidas através de filetes de.solda de 3/8 in canegados paralelamente (conforme mostrado na Figura 11.7c) e projete um conjunto (uma junta) que possa transmitir uma carga superior a 14.0Cl0 lb. 11.12
As duas placas de aço com s, = 400 MPa mostradas na Figura Pll.7d são unidas por filetes de soldas carregados transversalmente. Cada uma das soldas possui 100 mm de comprimento. Varetas de solda da série E70 sào utilizadas, e a boa prática de soldagem é seguida. Qual é a menor dimensão h da solda a ser utilizada se uma força de I 50 kN deve ser aplicada com um fator de segurança de 3,5'?
Duas placas de aço de 20 mm são unidas através de wna solda de topo. Tanto o material da placa quanto o do eletrodo correspondem às propriedades de resistênciaS, = 5()0 MPa e s, = 400 MPa. O carregamento imposto Outua rapidamente entre -20 e +60 kN. Estime o comprimento mx:essário à solda de modo a propiciar um fator de segurança de 2,5:
11.17l' Desenvolva uma ficha, a partir de outras referências, que apresente as propriedades e as aplicações dos adesivos de uso cm engenharia. Organize a ficha (tabela) de acordo com (a) o tipo químico, (b) a composição e as condições de cura, (c) a resistência, (d) asaplicaçõesc (e) as observações. 11.18P Desenvolva ou localize uma tabela a partir de outras referências que apresente as propriedades dos adesivos estruturais. Organize a tabela utilizando (a) o tipo quimico, (b} os materiais de ligaçào, (c) a habilidade de aplicação, (d) os requisitos decolagem, (e) a resistência da união para diversas condições e líquidos e (I} a resistência. 11.19
A colagem de alumínio por adesivos é um processo de união relativamente novo. Os rápidos dcsenvolvilllentos ocorridos oessa área têm resultado no uso de colagens por adesivo para juntas de alumínio com alumínio ou outros materiais. O resultado é fonemente dependente do projeto da junta, da escolha do adesivo, da preparação da supcrficie e do processo de colagem. Liste as vantagens e desvantagens das uniões através de adesivos.
CAPÍTU LO
12
Molas
12.1
lntro~
As molas são componentes elásticos que exercem forças, ou rorques, e absorvem energia, que em geral é armazenada e posteriormente liberada. As molas são usualmente, mas não necessariamente, fabricadas de metal. Os plásticos também podem ser utilizados quando as cargas são baius [3). Os materiais compostos modernos estão sendo introduzidos em algumas aplicações que requerem uma massa mínima para as molas. Os blocos de borracha geralmente trabalham como molas, e exemplos dessa aplicação são os pára-choques e os isoladores de vibrações de diversas máquinas, como nos motores elétricos e de combustão interna. As molas pneumáticas de diversos tipos apresentam a vantagem da compressibilidade elástica dos gases, como o ar comprimido nos "absorvedores de choques" dos automóveis e como o nitrogênio a alta pressão selado hermeticamente nas suspensões hidropneumáticas dos automóveis franceses da Citroen. Para as aplicações que requerem molas compactas, que desenvolvam forças muito grandes relacionadas a pequenas deformações, as molas hidráulicas têm-se mostrado efetivas. Elas trabalham com base na baixa compressibilidade dos líquidos, conforme indicado por seus módulos de compressibilidade elástica. Algumas vezes o custo de um produto pode ser reduzido considerando-se a elasticidade de outras partes, que originalmente
seriam admitidas como rígidas e adicionando-se uma mola separadamente [3). Este livro é dedicado às molas fabricadas de metais sólidos ou materiais compostos plásticos reforçados. Se o objetivo é uma absorção de energia com eficiência máxima (menor massa possível para a mola), a solução ideal é uma barra sem entalhe sujeita à tração, pois todo o material fica sujeito a tensões de mesmo nível (lembre-se do Capítulo 7). infelizmente, as barras sob tração de qualquer comprimento razoável são muito rígidas para muitas das aplicações das molas; assim, é necessário conformar o material da mola de modo que ele possa ser carregado sob torção ou flexão. (Lembrese do método de Castigliano apresentado nas Seções 5.8 e 5.9, onde foi constatado que os deslocamentos causados pelas tensões de tração e de cisalhamento transversal são geralmente desprezíveis em comparação com os deslocamentos causados pela flexão e pela torção.) As seções a seguir são dedicadas às molas de formas geométricas comuns que atendem a esse objetivo.
12.2 BarrotJ de Tof'\ÚO Talvez a mais simples de todas as formas de molas seja a barra de torção, ilustrada na Figura 12.1. Aplicações comuns incluem
..
ú
,,
(n)
(b)
Berra de torçJo com extremtdades suavtZides (utilizada nas suspensiles de automOveis. etc.)
Barra de seçlo ctrcular com extremtdades dObtadas o!)erando como barra de torçlo (utilizada no ca~ de automOvets • corno contrabalanço em poria-malas, etc.)
FtCURA 12.1 Barras de torção.
Capítulo 12 • Mola~
algumas molas da suspensão de veículos e as molas de contrabalanço utilizadas no capuz e porta-malas de vefculos, onde pequenas barras de torção são posicionadas próximo às articulações. As equações para o cálculo da tensão básica, do deslocamento angular e da rigidez da mola são Tr T "' -
O
J
TL = JG
(4.3)
(veja a Tabcln 5. 1)
JG K =L Para uma barra de seção transversal circular maciça de diâmetro d, essas equações ficam
32TL
O = 7rd~G K ~
(veja a Tabel a 5. 1)
(4.4)
7rd 4 G 32L
Lembre-se, da Eq. 3.14, de que o módulo de cisalhamento transversal pode ser calculado a partir da relação
+
Eq~ da TeiUáo e do De.~nto OeorTentetJ mu
Mola8 Belieoid.aü As Figuras 12.2a e c mostram molas helicoidais com ângulos de espira À relativamente pequenos, sujeitas a forças de compressão e de traçi!o, respectivamente. As correspondentes Figuras 12.2b e d mostram a parte superior dessas molas como corpos livres em equilibrio. Para cada uma dessas molas a força externa Fé aplicada (ou admitida como sendo aplicada) ao longo do eixo da espira. Na mola sob compressão essa condição é normalmente obtida enrolando-se as extremidades das espiras com passo nulo e, em seguida, retificando-se as extremidades tomando-as planas (ou contornando-se as extremidades das placas de acoplamento), de modo que a pressão aplicada pelas placas às extremidades seja basicamente distribuída de modo uniforme. Nas molas sob tração, os ganchos nas extremidades são formados para posicionar a carga na direção do eixo da mola. Observe nas Figuras 12.2b e d que independentemente de onde o plano de corte é realizado as condições de equilíbrio requerem que o fio fique sujeito a (l) uma força de cisalhamento transversal F e (2) a um torquc igual a FD/2. A força cisalhante tem menores conseqUências (maiores discussões serão apresentadas posteriormente). Um aspecto importante é que todo o comprimento do arame ativo da espira (isto é, o arame entre as espiras que tocam as extremidades das placas ou entre as extremidades dos ganchos)jica sujeito ao torque. Para molas fabricadas de um arame maciço, a tensão torcional resultante é Tr 16T 8FD r=-= --=--
1:.
G = --2(1
12.3
1
11)
7rd 3
(12.1)
7rd 3
F
F
F (h)
Recolo tuperoor di mola IOb eompressJo mowJda como um corpo livre em equ•hbf.o
(a)
Mola sob compresslo
(extremodades em esquadro e foxas) F JCWA 12.2
267
Molas helicoidais sujeitas à contpressão e à traçAo.
F
Wl Recolo wperoor da mola sob traçllo mostrJda como um corPO INre em equ•llbroo
268
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s
(a)
Barra de to<çilo reta
(b)
Barra de totção curva
onde D é o diâmetro médio da espira, definido como a média dos diâmetros interno e externo. Assim, uma mola helicoidal sob
compressão ou tração pode ser idealizada como uma barra de torção dobrada na forma de uma hélice. Além da tensão cisalhante básica representada pela Eq. 12.1, as superfícies internas de uma mola helicoidal estão sujeitas a duas componentes adicionais de tensão cisalhante: (1) uma tensão cisalhante transversal decorrente da força F aplicada em um plano de corte arbitrário, como os mostrados nas Figuras 12.2b e d. Na superfície interna da espira a orientação dessa tensão coincide com a da tensão torcional tanto para cargas de compressão quanto de tração da mola. (2) Ocorre um aumento na intensidade da tensão torcional devido à curvatura da mola helicoidal. O segundo efeito é ilustrado na Figura 12.3. Suponha que o torque transmitido através de uma barra de torção curva (Figura 12.3b) produza uma rotação de 1o entre os planos me n. Este ângulo de um grau é distribuído ao longo do pequeno segmento ab traçado na superfície interna da espira e ao longo do segmento cd, um pouco maior, traçado na superfície externa da espira. Esta condição dá origem ao gradiente de tensões mostrado. (Observe a semelhança com a configuração mostrada na Figura 4.9c para a flexão de vigas curvas.) A severidade desse efeito é obviamente maior para pequenos valores do fndice de mola C, definido como a relação entre o diâmetro médio da espira e o diâmetro do arame: D d
4C - I K" - 4C 4
(isto é, o efeito é maior para molas com diâmetros variáveis como, por exemplo, uma mola cônica). A primeira análise geral reconhecida sobre o cisalhamento transversal e os efeitos da curvatura foi publicada por A. M. Wahl, da Westinghouse Corp., no periódico Transactions ofthe American Society ofMechanical Engineers (maio-agosto de 1929). (Veja a referência [4 ), que é considerada padrão sobre molas.) Esta análise envolveu a dedução das equações para um fator, K,.(atualmente denominado fato r de Wah[), com o qual a tensão expressa pela Eq. 12.1 pode ser multiplicada de modo a fornecer a tensão cisalhante resultante total que atua na superfície interna da espira:
0,615
+ -C-
(12.3)
Quando o carregamento sobre a mola é essencialmente estático considera-se, em geral, que o primeiro termo da Eq. 12.3, que leva em conta os efeitos da curvatura, não deve ser utilizado pois basicamente ele representa um fator de concentração de tensões. (Conforme explicado na Seção 4.13, geralmente a concentração de tensões pode ser ignorada para o carregamento estático de materiais dúcteis.) Atribuindo-se um valor unitário a esse termo tem-se um fator de correção para cisalhamento transversal (apenas) de K.r= I
0.6 15 +-r
(a)
onde o subscritos representa um carregamento estático. A Eq. a pode, na realidade, ser deduzida como segue. Uma análise exata mostra que a tensão de cisalhamento transversal atuante em um elemento posicionado na superfície referente ao diâmetro interno da espira é de l ,23F/A. Somando-se essa tensão à tensão torcional nominal, tem-se
8FD
1.23F 7Td !4
.,. - - - + -2- m/)
(12.2)
C=-
FlGLllA12.3 Distribuição das IA!nsões torcionais em barras de torção retas e curvas. (Observe o aumento da tensão na superffcie interna da bar· ra curva.)
que reduz-se a
8FD .,. = -[ I 7Td3
1.23(0,5)1 + ---'-"-"'
c
_ SPD K . 7Td3
s
onde o coeficiente K, é defmido pela Eq. a. Após a ocorrência de algum escoamento (com a carga estática), a distribuição das tensões fica mais uniforme e o fator de 1,23 pode, assim, ser omitido. Nesta situação, tem-se
Capítulo 12 • Mola~
0.5 Ks = I + l
269
Admitindo que a influência do cisalhamento transversal no deslocamento é desprezfvel, apenas a carga torcional deve ser considerada. Pela Tabela 5.4,
(12.4)
_lt.
Na realidade, nas aplieações envolvendo carregamentos estáticos e temperaturas elevadas geralmente se admite que as tensões fieam sujeitas a uma redistribuição tal que a Eq. 12.1 pode ser utilizada sem qualquer correção. As diversas correções nas tensões descritas anteriormente para carregamentos estáticos podem levar a alguma confusão. Um ponto importante a ser relembrado é que ao se utilizar um dado referente à tensão admissível baseado em ensaios envolvendo cargas estáticas, atuantes em molas helicoidais fabricadas de materiais específicos, deve-se adotar o mesmo fator de correção definido com base nos resultados do ensaio. De acoroo com diversos especialistas (incluindo os autores das referências [ I) e [2)), é recomeiUÚ:Uio nesta situação que as
li -
.n
T (íJT/iJQ) GK' dx
onde Q = F e, para um arame de seção circular, K' = J = Trd'l 32. Sendo No número de espiras ativas (isto é, sem considerar o trecho de arame da extremidade que não participa do deslocamento porque está em contato com as placas de apoio), tem-se
Eqs. 12.3 e 12.4 sejam utilizadas nos carregamentos porfadiga e estáticos, respectivamente. Essas equações são aplicáveis às molas de geometria normal: C> 3 e À < 12°. Assim, para carregamentos por fadiga a equação para a tensão corrigida (isto é, incluindo o fator de Wahl completo) fica (12.7) 'df-V
T
!!>F
= --3 K,,. = --, CK., Trd Trd-
(12.5) A constante elástica da mola (também chamada de rigidez elástica - e com unidades de newtons por milímetro, libras por
A correspondente equação da tensão corrigida para carregamento
polegada, etc.) é geralmente representada por k, onde
estático é 8FD
T
8F
= -d 3 KS = -dlCK, 1T
(12.6)
1T
onde o fator K, é definido pela Eq. 12.4. Os valores de Kw, K,, KwC e K,C são representados graficamente na Figura 12.4. (O uso das duas últimas grandezas é ilustrado nos problemas resolvidos que se seguem.) O diagrama de corpo livre mostrado na Figura 12.2 não indica qualquer carregamento por flexão. Para os casos não-usuais em que o ângulo de espira À é maior que 15° e os deslocamentos de cada espira são maiores que D/4, as tensões de flexão devem ser consideradas (veja a referência [4], p. 102). Além disso, devese notar que o tratamento precedente das tensões em molas helicoidais tacitamente admitiu que dois fatores podem ser desprezados.
K,. t
~ OCS (correçJo devida apenas ao cisalhamento, utilizada para carregamentos estáticos)
A "
4< 4'
l6
I + 0,61!) (correç!les devodas ao C ctsaJhamento e à
4
curvatura. utilizada
pata carregamentos
14
por ladoga)
'<'
1. Excentricidade da Carga. Raramente é possfvel distribuir as • cargas sobre as extremidades da mola de modo que sua resultante seja exatamente coincidente com o eixo geométrico da mola. Qualquer excentricidade introduz flexão e altera o braço de momento torcional. Isso faz com que as tensões em um dos lados da mola sejam superiores às estabelecidas pelas equações anteriormente apresentadas. 2. Carregamento axial. A Fígura 12.2b indica que além da geração de urna tensão cisalhante transversal, uma pequena componente da força F provoea a compressão axial do arame da mola. No projeto de molas para aplieações especiais envolvendo valores de À relativamente altos esse fator pode demandar considerações adicionais. A dedução da equação do desloeamento de uma mola helicoidal é obtida de forma mais rápida utilizando o método de Castigliano (Seção 5.8), conforme descrito a seguir .
>t
..._. ::: A,
-
Fauuo prefet!Y!I,
rewemulades (,gs
-----FICUIA 12.4 t'aton:s de correção de tensões para molas helicoidais.
270
PAliTE
2 • Aru r.AçOv.s
ou k
dG
= -8NCJ.
(12.8)
A Figura 12.5 mostra uma mola helicoidal sob compressão com passo variável (onde o passo é a distância medida paralelamente ao eixo da mola desde um ponto sobre uma das espiras até o ponto correspondente sobre a espira adjacente). Quando essa mola é carregada, as espiras ativas próximas às extremidades se encostam primeiro, ficando "inativas" (assim como as espiras que estão em contato com as placas da extremidade). À medida que espiras sucessivas entram em contato, a mola vai se tornando cada vez mais rígida; o número N de espiras ativas diminui progressivamente, tendo como conseqüência um valor maior de k na Eq. 12.8. Esta condição pode ser desejável em algumas aplicações. Muitas das molas são helicoidais, porém nem todas. Algumas são cônicas, conforme mostrado na Figura 12.6. Com um ângulo de cone suficientemente acentuado, as espiras podem se tornar muito próximas e gerar um comprimento sólido igual ao diâmetro do arame. Como o torque aplicado à espira de menor diâmetro (FD/2) é menor do que o aplicado à espira de maior diâmetro, as tensões torcionais ao longo do comprimento do fio podem variar de forma correspondente. Isto significa que o arame é utilizado com uma eficiência menor do que no caso da mola helicoidal. Variando-se o passo de forma apro· priada ao longo do comprimento da mola pode-se conseguir uma situação em que todas as espiras se toquem simultaneamente, se assim for desejado. O deslocamento e a rigidez de uma mola cônica podem ser aproximados utilizando as Eqs. 12.7 e 12.8, onde o valor médio do diâmetro da espira média é utilizado para o parâmetro D.
12.4 Análise daiJ Tensõe& e da Resistêneia daiJ MolaJJ Helhoidais sob Compre88iio Ca.rreg~nto Estótko Muitas das molas helicoidais são fabricadas a partir de arames de seção transversal circular maciça. Apenas esse tipo de mola será tratado neste livro. Embora originalmente os arames para uso na fabricação de molas tenham sido manufaturados com determinados diâmetros padronizados (bitolas), atualmenteexistem disponíveis arames com qualquer dimensão desejada. (Os fabricantes de molas podem, todavia, manter em estoque certas dimensões "preferenciais".) O custo relativo e a resistência à tração mínima dos materiais dos arames de molas utilizados comumente são fornecidos na Tabela 12.1 e na Figura 12.7, respectivamente. (Observe a tendência de os arames de menor diâmetro possuírem maiores resistências. Para o arame duro trefilado essa tendência é maior porque o tratamento de endurecimento (têmpera) associado à trefilação do arame se estende por um percentual maior da seção transversal.) Esta é uma boa informação, porém para o projeto de molas os valores admissíveis da tensão cisalhante são necessários para serem utilizados com a Eq. 12.5. Com essas informações em mente o procedimento de projeto segue as etapas a seguir.
1. O conceito básico utilizado no projeto de molas sujeitas a um carregamento estático é evitar a deformação permanente, ou o encurtamento de longa duração (creep) da mola carregada (o que é bem ilustrado pelas molas de alguns carros antigos, que apresentam uma deformação permanente suficiente para baixar ligeiramente o veículo). A deformação permanente está diretamente relacionada aS, . - e apenas indiretamente a S•. Os valores experimentais dé S,1 raramente estão dispo· níveis. A Eq. 3.12 fornece, para um arame de mola "médio" com s. = 220 ksi, uma estimativa de Sy
=
I ,05S11
-
30 ksi
=
I ,05(220) - 30
= 20 I ksi
Para um aço como este, a relação para a energia de distorção estabelece que
S,y = 0.58.51
= 0.58(20 1) =
11 6 ksi
Portanto, S,y = (116/220)S. = 0,53S•. FIGURA 12.5 Mola helicoidal sob compressão rom passo variável.
Tabela 12.1 Custo Relativo" dos Arames de Mola Comuns de 2 mm (0,079 in) de Diâmetro &~pedllcação
\ FiGLllA
12.6 Mola rom espiras cônícas sob rompressão.
Material do Arame
ASTM
Aço patenteado c trefilado a frio Aço temperado em óleo Corda de aço Aço-carbono para mola de válvulas Aço cromo-silício para válvulas Aço inoxidável (Tipo 302) Bronze-fósforo Aço inoxidiivel (Tipo 63 1) Cebre-ben1io Liga X-750 de inconcl
A227 A229 A228 A230
' M~dia
A4(lJ
A313 (302) Bl59 A3 13 (631 )
Bl97
para material laminado c em depósito !2].
Custo Relativo 1,0 1,3 2,0 2,5
4,0 6,2 7,4 9,9 22,0 3 8,0
Capítulo 12 • Molas
271
Oíêmetlo dG arame (ln)
0,004
0020
0008
0040
0080
0200
0400
0800
450 3000~----~--~-f-4~~~+------+---+--r-~~~~-----4---4--+-~+-~~
I
'f.
i
2500 f----l---!l-~..::...lo:::--!--t-H-i-~---l---~-+--+-l--l--f-H-----f---I--+--!--!-H--1::1 350
A~~ ~ 13
i"'~~~ A228 corda ele aço (aço trefit~do a fno) -------~ ----~-~... [!:~ III
0
!
~ 2000
-1 ~ 1500 .g ~ ~
~
400
ASTMA22 9
~
ASTM A227
~t:::4-
.
II
AS'TM A230 ""'-' :-........; f":perad[lo em óleo)
(aç<>arbooojte
I
..._ ' ~ ::""-
"'uaa X-750 de ínconel (têmpeta de mota) ' 1000
1
.i 300!
~
ASTMA401 taçGCr-Si)
~>r- ~~ ....... i"'~....
~
I
'
ASTM A232 Caço
-
7
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I
-
~ Cr-Yal ++H-H ~ I I 200 g 250
~
ASTM A229
~aço-catbono temperado em óleol
~. ~
1
'-.. -. ASTM A.22.; ',. (aço-carbono llefllado a lt~o)
ASTM B159 / (brome-fósforo)
\
-
ASTMA313 (aço lnO>ndâwl 302)
!
150
~
100
50
OL-----~--~~~~~~------~~--~~~~~----~---L~--~~~0 1 2 3 4 5 6 7 891 2 3 4 5 6 7 891 2 3 4 5 6 7 891 0,10 1,0 10,0 100,0 Dl3metro dO atGme (mm) FlCL1lA 12.7 Valores mínimos da resl~tência
à tração para arames de diversos material~ e diâmetros [2].
2. A tensão mais severa para a qual a mola helicoidal sob compressão pode ser submetida corresponde a um carregamento até seu comprimento sólido (todas as espiras se tocando). Embora essa condição jamais deva ser atingida em serviço, ela pode ocorrer - intencionalmente ou acidentalmente quando a mola é instalada ou removida. Assim, tipicamente, a tensão r(calculada a partir daEq. 12.6, com a forçaF igual à carga necessária para tornar a mola sólida) deve ser menor que S" , ou, conforme discutido anteriormente, menor que aproximadamente 0,53S,. 3. A experiência (1] indica que ocorrerão menos de 2% de deformação permanente de longa duração nas molas projetadas com r, (onde o subscritos representa mola "sólida") igual a 0,45S. para molas fabricadas com materiais ferrosos, ou 0,35S. para materiais não-ferrosos e aço-mola inoxidável austenítico. 4. Dessa forma, os valores recomendados para a tensão na etapa 3 têm como conseqüência um fator de segurança para as molas de aço de aproximadamente 0,53Sj0,45S, = 1,18. Este fator pode parecer pequeno, porém ele reflete realmente a fllosofia do fator de segurança discutida na Seção 6.11. Por exemplo, foi estabelecido naquela seção que a seleção do fator de segurança é baseada em cinco fatores, três dos quais estão relacionados ao grau de incerteza do carregamento, ao grau de incerteza da resistência do material e às conseqüências de uma eventual falha. Para uma mola helicoidal sob compressão não existe, na realidade, incerteza relacionada ao carregamento; é impossível carregar-se a mola além do ponto correspondente ao seu comprimento sólido. As operações
de fabricação associadas à produção de molas de alta qualidade podem ser controladas de modo a propiciar um elevado grau de uniformidade da resistência ao escoamento das molas. Finalmente, as conseqüências de uma eventual falha (um pouco mais de 2% de deformação permanente) geralmente não são sérias. 5. As tensões atuantes nas molas são limitadas pela condição de "comprimento sólido". Se assim não fosse, as molas poderiam ser submetidas a tensões bem superiores àquelas correspondentes às suas cargas de trabalho, e a carga máxima de trabalho seria, assim, mais próxima da condição do comprimento sólido da mola. Neste caso seria apenas necessário estabelecer um curso de mola adicional (diferença no comprimento da mola entre as condições de carga máxima e de comprimento sólido) para permitir qualquer combinação possível de tolerância, expansão térmica diferencial e desgaste de componentes. Além disso, como nem todas as partes da mola atingem a condição de comprimento sólido exatamente para a mesma carga, a rigidez da mola começa a aumentar significativamente nas proxinúdades da condição de atingir a posição de "comprimento sólido" teórico. A recomendação usual é estabelecer um curso de mola adicio-
nal que seja igual a aproximadamente 10% do deslocamento total da mola na condição de carga máxima de operação. 6. Finalmente, as molas helicoidais sob compressão são candidatas ideais a se beneficiarem das tensões residuais favoráveis causadas pelo escoamento. Na Seção 4.15 foi estabelecido que "Uma sobrecarga que cause escoamento produz
tensões residuais que são favoráveis aos futuros carregamen-
272
PAliTE 2 • Arur.AçOF.s
tos no mesmo sentido e desfavoráveis aos futuros carregamentos no sentido oposto." As molas helicoidais sob compressão são carregadas apenas sob compressão. Assim, podemse aproveitar as tensões residuais favoráveis deformando-se inicialmente a mola além do desejado e, em seguida, provocando-se o escoamento de seu material até o comprimento desejado, aproximando-a de seu comprimento sólido. Essa operação, chamada plastificação, é amplamente utilizada. 7, De acordo com a referência [1), a utilização da vantagem máxima da plastificação prévia permite que os valores da tensão de projeto sejam aumentados dos 0,45S,. e 0,35S,., fornecidos na etapa 3, para 0,65S,. e 0,55S,.. Este aumento é, na realidade, maior do que o pode ser justificado teoricamente com base apenas nas tensões residuais, e, portanto, deve refletir também algum trabalho de endurecimento (fortalecimento por deformação) durante a plastificação. Resumindo esta discussão: para limitar a menos de 2% as deformações permanentes nas molas helicoidais sob compressão as tensões calculadas pela Eq. 12.6 (normalmente com a força F correspondente ao comprimento "sólido") devem ser
or,, ::i 0.4.)S11 (materiais rcrrosos - sem plo.~tificnçiio prévia) or,, :;; 0.35S11 (materiais não-rcrrosos c inoxidáveis aus1cnflicos - sem plasúlicação prévia) (U .9) or~
;§
0,65S11
(materiais rerroso~- com plastilicaçUo prévia)
or,
~
0,55S11
(materiais ni\o-lerrosos e inoxidáveis uuslenfticos - com pla~tificaçilo prévia)
12.5
Co~es
dos Extrern.idade8 dos Molas HelicoidaiiJ 8ob Compre88oo
As quatro configurações "padronizadas" usuais das molas helicoidais sob compressão são ilustradas na Figura 12.8, juntamente com as equações comurnente usadas no cálculo de seus compri· mentos sólidos, L,. Em todos os casos, N, é o número total de voltas e N é o número de espiras ativas (as espiras que torcem sob a ação do carregamento e, portanto, contribuem para a deformação calculada pela Eq. 12.7). Em todos os casos comuns
(u)
(<)
(h)
Tennlnol p;n o conl«no da oxtrom1dade da mola
FIGL'RA 12.9 Dispositivos especiais para a extremidade da~ espiras das molas.
envolvendo as placas de extremidade que fixam as molas em suas superfícies (isto é, nos casos diferentes dos mostrados nas Figu· ras 12.9b até d),
N,-= N + 2
(12.10)
A Eq. 12.10 é válida considerando a necessidade de ambas as placas de extremidade estarem em contato com praticamente uma espira completa, fazendo com que a orientação da carga resultante coincida com o eixo da mola. Para se obter urna pressão de contato essencialmente uniforme ao longo das espiras das extremidades necessita-se de placas de contorno (conforme a mostrada na Figura 12.9a) para todas as condições de extremidade, exceto para as extremidades esquadradas ou fixadas. A escolha entre (1) placas de contorno e (2) molas esquadradas e fixadas (com placas de extremidade planas) é geralmente realizada com base no custo. Alguns projetos de componentes de extremidade são ilustrados na Figura 12.9. Observe que todos esses, exceto o da Figura 12.9a, representam projetos especiais que permitem o ajuste do número de espiras ativas e que a mola seja carregada tanto por tração quanto por compressão. As equações fornecidas na Figura 12.8 para o comprimento sólido são as normalmente utilizadas, porém nas Figuras 12.8b e d o comprimento sólido depende da operação de retificação. Para molas com extremidades fixadas, as equações fornecem um comprimento sólido máximo associado à prática normal de retifica. Para as aplicações especiais, em que o espaço é limitado, as molas fixadas podem ser obtidas com um comprimento sólido de 1-., = (N, - 0,5)( 1.0 I d)
(b)
12.6 Análise de .Fla.mba.gem dos Molas Helreoidaú 8ob Compre88iio
(Q)
CbJ
L, : tN,+ llJ
L,:N,J
(c)
L, :
(N1 +
llJ
FIGURA 12.8 Extremídades de molas sob compressão e correspondentes equações para o comprimento sólido da mola. (Nota: As extremidades planificadas são circundadas por um íingulo de hélice nulo.)
As molas helicoidais carregadas sob compressão operam como se fossem colunas, e a possibilidade de flambagem deve ser considerada - particularmente nos casos em que a relação entre o comprimento livre e o diâmetro médio é alta. Nessa situação o tratamento de colunas apresentado no Capítulo 5 pode ser aplicado. A Figura 12.10 fornece os resultados para duas das condições de extremidade ilustradas na Figura 5.27. A curva A
Capítulo 12 • Mola!
273
PROBUlllA REsOLVIDO l2.lP Projeto de IODa !Uola Bellcoldal SuJeita a um Carregamento Estático
Uma mola helicoidal com extremidades esquadradas e fixadas deve suponar uma força de 60 lb, a um comprimento que não pode exceder a 2,5 in, e 105 lb a um comprimento que é 0,5 in menor. Ela deve se ajustar internamente a um furo com I ,5 in de diâmetro. O carregamento é, basicamente, estático. Determine um projeto satisfatório utilizando um arame ASTM 229 temperado a óleo, sem considerar deformações permanentes.
lnstt.lel
SoLUÇÃO
Conhecido: Uma mola helicoidal sob compressão deve suponar uma força de 60 lb a um comprimento de 2,5 in ou menos, e !05 1b a um comprimento que é 0,5 in menor.
0,1 li
A Ser Determinado: Determine uma geometria satisfatória para a mola.
A- as placas de extremidade slo restritas e paralelas (padrlo de ftambaaem como o mostrado na Fia. 5.27r ) B· uma das placas de extremidade 6 lovre para gorar (padrlo de flambaaem como o mostrado na Fog. 5.27b)
Esquemas e Dados Fornecido~: Os dados (ornecidos relativos à força e à deformação para a mola podem ser utilizados na construção da Figura 12.11.
FJGt:RA 12.10 Condlções de Oambagem para molas helicoidais sob compressão. (A flambagem ocorre nas regiões acima e ll direita das ".unas.)
Decisões: 1. Conforme recomendado naSeção 12.4,escolha um curso demola adicional que seja igual a 10% da defonnaçiio máxima de traba-
0,052 Relaçlo compnrMnlo lovreld•Ametto médoo, LlD
lho.
(placas de extremidade restritas e paralelas) representa a condição mais comum. Se a flambagem for caracterizada, a solução mais apropriada é a do reprojeto da mola. Caso contrário a mola pode suportar o carregamento e, para se prevenir contra uma eventual flambagem, coloca-se interna ou externamente um cilindro-guia com uma pequena folga O atrito e o desgaste sobre a mola, provocados pelo cilindro-guia, podem exigir alguma consideração.
12.7 Proeedilrreldo de ~jeto do.8 MolatJ Helleoidaü 80b Compreaã.o - Carregam.eldo Estátko Os dois requisitos básicos mais importantes para o projeto de uma mola helicoidal são o nível de tensão aceitável e a rigidez elástica desejáveL Para minimizar o peso, as dimensões e o custo geralmente as molas são projetadas para o maior nível de tensão que não resulte em uma significativa deformação permanente. Em geral, no projeto de molas o nível da tensão é considerado antes da rigidez porque o cálculo da tensão envolve os parâmetros De d, e não N. Também é comum que a exigência relativa ao nível da tensão possa ser satisfeita para diversas combinações de De d, e o objetivo é determinar aquela que melhor atenda aos requisitos do problema em particular. Com De d selecionados, mesmo que por tentativa, N é então determinado com base no requisito de rigidez. Finalmente, o comprimento livre da mola é determinado com base na dimensão que fornecerá o curso de mola adicional desejado. Se a mola resultante do projeto apresentar tendência à flambagem ou se ela não atender ao espaço disponível, uma outra combinação dos parâmetros D e d deve ser indicada. Se o projeto da mola tomá-la muito larga ou muito pesada, um material mais forte deve ser considerado.
2. Para evitar uma possível interferência, estabeleça a folga diametral comumente recomendada de 0,1 Dentre a mola e o diâmetro especificado de I ,5 in.
Hipóteles: 1. Não existem tensões residuais desfavoráveis. 2. Ambas as placas de extremidade estão em contato com praticamente uma espira do arame. 3. As cargas das placas de extremidade coincidem com o eixo da mola. Análue do Projeto: 1. A Figura 12.11 fornece uma representação conveniente para as informações disponíveis em relação à geometria e ao carregamento da mola. A rigidez desejável para a mola vale
k
= Fô = ~F ~ô
451b 0.5 in
-
.
90 lbltn
2. Com um curso de mola adicional de I0% da deformação máxima de trabalho, tem-se
Curso de mola adicional recomendado
1051b . 0.1 C)() - 0. 12 10 lh/in
3. Ponanto, a força na condição de comprimento sólido (isto é, a força máxima que deve ser resistida pela mola sem que haja uma deformação permanente) vale F-...\tul.o
= 105
+ 90(0. 12)
= 1161b
4. Pode-se, agora, determinar uma combinação desejável de D e d que satisfaça o requisito da tensão (Eq. 12.6). Neste problema, a ex.igênciadeque a mola seja ajustada a um furo de 1,5 in permite uma razoável estimativa inicial para D- talvez D = 1,25 in. Com essa decisão, D + d deve ser menor que 1,5 in, com uma folga diametral de aproximadamente O,JD. Observe a necessidade de uma folga razoável pelo fato de o diâmetro externo au-
274
PAmT. 2 •
APUCAÇOES
F,
FIGlM 12.11 Representação esquemática das Informa· ções fornecidas no Problema Resolvido U.l.
memar ligeiramente quando a mola é comprimida. Como uma pequena dimensão do arame seria suficiente para as cargas envolvidas, deve-se espernr que D fique na faixa de I a I ,25 in. S. Para resolver a Eq. 12.6 para d, deve-se tam~m determinar preliminarmente os valores de K, e -r..,..,. sendo ambos dependentes de d. Felizmente nenhuma dessas gr.wdezas varia muito nas faixas envolvidas, de modo que pode-se estimá-las s.em o risco de se atribuir valores discrepantes da realidade. a. K, = 1,05. (A Figum 12.4 mostra pouca variação em K, ao longo da faixa normal de C entre 6 e 12.) b. -r"'"'" = 101 ksi. [Para uma suposta esfera com diâmetro d = 0, 1 in, a Figura 12.7 mostra que S, é de aproximadamente 225 ksi. O correspondente valor aceitável má!cimo de -r.,u... (Eq. 12.9) é de 0,45S., ou 101 ksi.[ 6. A substituição dos valores anteriores na Eq. 12.6 fornece
7 'IÓIICb
~
101.000 =
SFsóhdo o
7Td
3
K,
8 (1 16X 1.25) 3 (1 ,051
7Trl
Essa combinação de D e d não apenas se adapta exatamente ao critério desejado para a tensão, mas também propicia uma folga um pouco maior do que a mínima desejada no furo de 1,5 in. 9. Pela Eq. 12.8,
o que fornece N = 6,38. 10. Pela Eq. 12.1O, N, = N + 2 = 6,38 + 2 = 8,38. Pela Figum 12.8, L, = N,d = 8,38(0,157) = 1,32 in. 11. Quando a força F..,;,, = 116 lb é libemda, a mola apresentará uma deformação de 116lbl(90 lblin) = 1,29 in. As.sirn, o comprimento livre da mola, L. vale L,+ 1,29 = 1,32 + 1,29 = 2,61 in. Além disso, quando c~gada com 60 lb, o comprimento da mola será igual a I ,94 in [2,61 in - 60 lb/(90 Jbfm)). Esse valor satisfaz plenamente ao requisito de comprimento máximo de 2,5 in a uma carga de 60 lb. 12. A flambagem 6 verificada para o caso cólico de a deformação aproximar-se da condição de comprimento sólido (isto é, quando 8 = 8, = 1.29 in),
ou
d
8, = 1.29 = 0.49 2.6 1
= 0 . 157 in
Lr Lr
7. As estimativas das etapas 3 e 4 foram adotadas de modo tão deliberado e robusto que forneceram uma solução não-satisfatória Um dillmetro de arame de 0,157 in possui uma resistência-limite de apenas 210 ksi, em vez do valor adotado de 225 ksi. Além dis so, os valores precedentes de d e D propiciam uma folga diametral relativa ao furo de 1,5 in de apenas 0,093 in, o que é menor do que o valor desejado deO,ID. Ao se manter o diãmetro d com 0 ,157 in e reduzir o diâmetro D de modo que o arame fique sujeito a um torque um pouco menor (e, ponanto, a uma tensão um pouco menor), consegue-se uma folga diametral um pouco maior. Assim, como segunda tentativa selecione d = 0,157 in e resolva o problema para o correspondente valor de D . Tanto .,."'""" quanto K, apresentarão valores diferentes dos anteriores, porém dessa vez eles representarão os valores "corretos" para essas grandezas, em vez de estimativas. 8. Para evitaraestimativadeK, utilize a segunda formada Eq. 12.6:
Uma análise da Figura 12.1O indica que esta mola está operando longe da região de flarnbagem, mesmo se uma das placas de extremidade estiver livre para girar. 13. A última siiUação analisada satisfaz os requisitos de tensão e rigidez da mola, e atende com segurança os critérios de flambagem e as limitações de espaço. (Ê óbvio que os requisitos poderiam também ser satisfeilos por projetes de molas que utilizassem ardmes um pouco mais espessos ou um pouco mais finos, ou mesmo arames com resistência à tração um pouco menor.) Assim, uma resposlll aparentemente satisfatória para esse problema é
d = 0. 157 in
HFsóhd•
T sófi
= - -,- CK'
0.45(210.000) -
7Td-
8( 11 6) 77(0. 157)2
Pela Figura 12.4, C = 7 ,3, e
O = Cd = 7,3 (0 , 157) = I. IS in
D
= 1. 15 in
N
= 6.38
L1 = 2.61 in
CK,
CK, = 7.89
2 .61
- = - = 2.27 o 1.15
Comentário~:
1. As informações precedentes permitem a um técnico desenhar ou fabricar a mola. 2. O problema não estará totalmente concluído sem se tmtar de um tema de vital importância: as tolerâncias. Por exemplo, pequenas variações no difimetro d resultam em gmndes variações na
Capítulo 12 • MolaJ
tensão e na deformação. A imposição de tolerâncias extremamente apertadas jXXIe agregar ao projeto um custo substancial desnecessário. t importante avisar o fabricante da mola sobre quaisquer dimensões críticas: por exemplo, nesse problema pode ser fundamental manter todas as molas com uma rigidez de 90 ± 4 lblin e, com o mesmo comprimento, ±0,002 in, quando carregada com 60 lb. TolerJncias menos rigorosas poderiam ser admitidas em todas as demais dimensões. O fabricante, portanto, deve ser capaz de utilizar arames com diâmetros ligeirame/lle variáveis, ajustando as demais dimensões, quando necessário, de modo a atender às especificações críticas.
3. Existem casos em que nenbuma restrição de espaço é imposta, e qualquer dimensão de arame pode ser selecionada. Esta situação completamente geral pode, teoricamente, ser satisfeita para uma faixa quase infinita de valores para D e d, porém os extremos dessa faixa não serão economicamente viáveis. A Figura 12.4 sugere que boas proporções geralmente requerem valores da relação Dld na faixa de 6 a 12 (todavia, a retificação das extremidades será dificultada se Dld for superior a cerca de 9). Assim, um bom procedimento seria selecionar um valor apropriado para C e, em seguida, utili2ar a segunda forma da Eq. 12.6 para se obter o diâmetro d. Esse procedimento requer uma estimativa de para se determinar o valor admissrvel de T_. Se o valor resultante de d não for consistente com o uma segunda tentativa será necessávalor estimado de ria, como foi o caso do problema resolvido.
~
s.
Pode ser útil observar que existem, em geral, três tipos de problemas durante a seleção de uma combinação satisfatória dos diâmetros D e d para satisfazer ao requisito da tensão.
1. As restrições de espaço impõem um li mite ao diâmetro D, como na situação em que a mola deve se ajustar ao interior de um furo ou externamente a uma barra de seção circular. Este caso foi ilustrado pelo Problema Resolvido 12.1. 2. A dimensão do arame é fixada, por exemplo, padroni2ando-se uma dimensão de arame para diversas molas similares. Este caso também é ilustrado pelo Problema Resolvido 12.1, se as etapas 4, 5, 6 e 7 forem omitidas e o diâmetro d = 0,157 in for dado.
275
s•.
12.8 Projeto de Mola8 Helkoidais aob Compreaiio com Carregamento por Fadiga Esta seção discute o projeto de molas helicoidais sob compressão sujeitas a um carregamento por fadiga. A Figura 12.12 mos-
80 70 ~-0.725. 60
::?~
.............. f<. 0.54.\
~
~ ~ 40
j
30
s•• ~ cLCsCc. _
-~ (0,58)(1)(~
~ li
a0,29s.
FrCulA 12.12 Curva S-N estimada para os arames de molas de seçiio transversal circular, d s lO mm, Cs 1 Qateado) com carregame.nto Ulrclonal altvnado.
20
tal
~
=
tft
0.8
Rta•lo de lllle
~
•·''•
J'\1\/V
FICIJIIA 12.13 Diagrama de fadiga para vida finita correspondeoteao gráfico da •'igura 12.12.
276
PAliTE 2 • Arur.AçOF.s
VIda onlm1ta
'...
/
/
/~
cem J8leamento
(862. 862) V1da 1nlín1ta sem tateamento
/ /"<--....... (linha de carga estthca)
/
/
,/~(Linha
1
I
/
1/
de carga, .nctínaç!o de 6001300 para o Problema Resotv•do 12.2)
Tm]n
FrGLliA 12.14 Fonna alternatiYa do diagrama de fadiga para vida finita (reimpressão da "região de interesse" da Figura 12.13).
trauma curva S-N generalizada, calculada de acordo com os procedimentos do Capítulo 8, para carregamento torcional alternado de arames de aço de seção circular com limite de resistência à tração S, com diâmetro qualquer não superior a 10 mm e um fator de superfície unitário (como o caso do arame jateado- veja a Seção 8.14). A Figura 12.13 mostra o correspondente diagrama de fadiga para vida finita. Como as molas helicoidais sob compressão são sempre carregadas por compressão flutuante (e as molas helicoidais sob tração carregadas por tração flutuante), essas molas normalmente não ficam sujeitas a tensões alternaiÚJs. No caso extremo, a carga (seja de tração ou de compressão) cai a zero e é, então, reaplicada no mesmo sentido. Assim, conforme mostrado na Figura 12.13, a região de interesse fica entre rj rm = O e rjrm= 1, onde rjr, é a relação entre as tensões cisalhantes alternada e média. Ao se trabalhar com molas helicoidais é comum se reconstruir a Figura 12.13 com suas informações, chegando-se à forma apresentada na Figura 12.14. Esta forma alternativa do diagrama de fadiga para vida finita contém apenas a "região de interesse" mostrada na Figura 12.13. Observe, por exemplo, que o ponto P da Figura 12. 13 corresponde a r .. = 0,215S. e r.= 0,215S. , enquanto na Figura 12.14 o ponto P possui as coordenadas '1",.1• = Oe T .,áx = 0,43S•.
80
:r 70 !!
f ..,• ~c
60
40
~
30
Os diagramas como o da Figura 12.14 são usualmente baseados nos testes reais de fadiga torcional, com o corpo de prova carregado por tensões que flutuam de zero até seu valor máximo (isto é, rjr, = 1). A Figura 12.15 mostra as curvas S-N baseadas na tensão flutuante de zero até um máximo. A região superior da curva é desenhada de acordo com os valores determinados na Figura 12.13. (Note que essa curva mostra valores para a tensão máxima mais altos do que os da Figura 12.12, porque a tensão flutuante cai apenas para zero, não alternando completamente o ciclo.) As curvas na região mais inferior da Figura 12.15 representam curvas S-N torcionais de zero até um máximo baseadas em dados experimentais, e são sugeridas para uso em projetes pelos principais fabricantes de molas (1]. Estas estão relacionadas à produção de molas cujo arame possui uma superfície polida, em vez de C, = 1, como na curva da região superior. Os fabricantes de molas normalmente apresentam os resultados das tensões nos projetes desse tipo em função do limite de resistência à tração (a despeito do fato de o carregamento envolvido ser torcional) porque o limite de resistência à tração é o mais fácil de ser obtido, e sua medida experimental da resistência do arame é a mais confiável. A Figura 12.16 é um diagrama de fadiga independente para vida finita obtido empiricamente, pertencente a muitos tipos de
--~ {;
---== -----------
_
·-
-
r
Nota· para llutuaç!o ~ tenslotorclonal de ze
----r. .
Arame jateado
~.---
Curva$ de ~ojeto III
---
I
65
;6 50
~
FIGURA 12.16 Ola grama de fadiga para vida infinita. Arame de mola de açocarbono pré-temperado ou Uga de aço de alta dureza, d s 5 mm (0,2 ln) .
<2:.._-curva CiiiLada (a partir da Ra. ll.l 4) /
(MPal
53--
k.
/ 43
-- ---- ----------
.. ---r----
~------ -----------
105 Vida, N (coe los)
FIGURA 12.15 Curvas S•.m..-N para arame de mola de aço de seção circular. Valores máximos calculados versus recomendados para efeito de projeto [1].
Capítulo 12 • Mola!
Tenslo
I I
I \
1
I
\.1
Tenslo
•caraa
1111*1'05t• • tenslo rHiduat
- - Sem pl8$1olaçto ---Com plaslofaçto
FICUIA 12.17 Flutuaçio da tensão em uma mola belieoidal (ou barra de tot9ío) com e sem uma plastineaçio prévia (deformações permanentes).
se tocam, em seguida as espiras 2 e 3 e, então, as espiras 3 e 4, etc.), até que a extremidade oposta seja atingida, onde a perturbação é "refletida" e retorna no sentido da extremidade deslocada, e assim por diante, até que a energia seja dissipada. Este fenômeno é chamado de pulso de mola, e faz com que as tensões locais se aproximem daquelas relativas ao "comprimento sólido" da mola. O pulso de mola também diminui a capacidade da mola de controlar o movimento do componente de máquina envolvido, como a válvula do motor. A freqüência natural do pulso de mola (que deve ser superior à do harmônico significativo mais alto do movimento envolvido - tipicamente próximo ao décimo terceiro) vale
ln arames de mola utilizados em motores. Ele representa os resultados reais de ensaios. Os valores de projeto devem ser ligeiramente inferiores. No projeto de molas helicoidais (ou barras de torção) sujeitas a um carregamento por fadiga, duas operações do processo de fabricação mencionadas antes são particularmente efetivas: o jateamento (veja as Seções 8.13 e 8.1 4 ) e a plastificação (veja os pontos 6 e 7 na Seção 12.4). Lembre-se de que a plastificação sempre introduz tensões residuais na superfície opostas àquelas causadas pela subseqü ente aplicação da carga no mesmo sentido da carga de plastificação. As correspondentes flutuações da tensão torcional atuante na mola helicoidal (ou barra de torção) com e sem a plastificação são mostradas na Figura 12.17. Pode-se mostrar que a tensão residual máxima teórica que pode ser introduzida pela plastificação (admitindo uma curva tensão-deformação ideal que despreze a possibilidade de alguma deformação por endurecimento) vale S,f3. O valor máximo prático é, na realidade, um pouco menor. O ganho de resistência à fadiga, representado pela flutuação com plastificação mostrada na Figura 12.17, fica realmente visível quando as flutuações da tensão são representadas nas Figuras 12.13, 12.14 e 12.16. O maior ganho de resistência por fadiga pode ser obtido utilizando-se ambos os processos: jateamento e plastificação. As molas utilizadas nas máquinas de alta rotação devem apresentar freqüências naturais de vibração bem superiores à freqüência do movimento que elas controlam. Por exemplo, o ciclo de encurtamento e elongação da mola da válvula de um motor convencional ocorre a cada duas voltas do motor. O movimento da válvula não é exatamente senoidal, e uma análise de Fourier desse movimento indica que suas amplitudes até o décimo terceiro harmônico são significativas. Assim, em um motor que gira a 5000 rpm o movimento fundamental da mola possui uma freqüência de 2500 ciclos por minuto (cpm), e o décimo terceiro harmônico ocorre a uma freqüência de 32.500 cpm, ou 542Hz. Quando uma mola helicoidal é comprimida e bruscamente liberada ela vibra longitudinalmente em sua própria freqüência natural até que a energia seja dissipada pelo efeito dissipativo. De modo similar, se uma mola helicoidal é fixada em uma de suas extremidades e se for imposta uma compressão suficientemente rápida à outra extremidade, a espira desta última extremidade é empurrada contra a espira adjacente antes de as espiras remanescentes terem tempo de responder se deslocando. Se, após uma compressão suficientemente rápida, a extremidade livre for, então, mantida fixa, a condição local de deslocamento excessivo se moverá progressivamente ao longo da mola (inicialmente, as espiras l e 2 praticamente
277
OC
Vklm
onde d~ G
k oc - 3 D N
(Eq. 12.8)
m oc (volume)/(mussu espedfic:l) ou m oc d 20Nr.1
Substituindo-se esses parâmetros, tem-se
OU
ln
+ VGtP DN
Para os aços-mola,
13.900 (/, em hcnz. de D cm
ND~
ln
353.000d ND2
polegada.' c N cm Ciclo') (12.ll)
(/. cm henz. d e D cm rn1hmctr~
e ,. em ciclo, I
(12.11a)
O projeto de molas com freqUências naturais suficientemente altas para máquinas de alta rotação requer tipicamente uma operação ao nível de tensão mais alto possível, aproveitando-se a vantagem da plastificação e do jateamento. Esta condição minimiza a necessidade de massa da mola, maximizando, portanto, sua freqüência natural, que é proporcional
a lJ.J;;;. PROBLDIA RESOLVIDO 12.2P Projeto de uma ltlola Hellcoldal S.Velta a um Carregamento por Fadiga
Um eixo de carnes gira a 650 rpm, fazendo com que o seguidor suba e desça (um ciclo) uma vez por volta (Figura 12.18). O segwdor é mantido em contato com o carne por meio de UllUl mola helicoidal sob compressão sujeita a uma força que varia entre 300 e 600 N quando o comprimento da mola varia dentro de UllUl faixa de 25 mm. As extremidades são esquadr.1das e fuadas. O material do arame de mola é o aço cromo-vanádio ASTM A232 jateado, cuja resistência à fadigaé representada na Figura 12.16. Uma plastificaçãodeve ser adotada. Determine uma combinação possfvel de d, D, N e L.,. Inclua na solução uma verificação contra a possibilidade de flarnbagem e contra o pulso de mola.
278 P.um: 2 •
AruCAçOES
SoLUÇÃO
Conhecido: Uma mola helicoidal sob compressão opera com uma força que varia entre valores mínimo e máximo fornecidos, enquanto o comprimento da mola varia dentro de uma faixa conhecida. A Ser Determillado: Determine uma geometria adequada para a mola. Esquema,& e Dados Fornecidos:
300 N
~
vel pulso de mola ou para um fator de segurança. A amplitude do possível pulso pode ser limitada fornecendo-se um curso de mola adicional mínimo -por exemplo, 10% da deformação máxima de trabalho. O peso da mola pode ser minimizado, tendo como conseqUência uma freqüência natural máxima, selecionando-se o menor fator de segurança possível -por exemplo, 1,1. (O uso da plastificação propiciará um fator de segurança ligeiramente maior.) Assim, pode-se adotar um valor de projeto para 'T,,., de 800 MPa divididos por I ,I (curso adicional para a possibiHdade de pulso) e divididos novamente por I, I (fator de segurança), ou seja, 661 MPa. 3. Na ausência de qualquer restrição ao diâmetro d, ao diâmetro extemo ou ao diâmetro interno, seleciona-se arbitrdriamente um fator de proporç4o para a mola de, por exemplo, C = I O. Esta é uma boa proporção do ponto de vista do fator de Wahl, porém a mola pode apresentar um custo extra devido às extremidades terem que ser fixadas. Assim, pela Eq. I 2.5,
d=
8(600)( I O)( 1,1-1) r.( ~ 5. 13 mm ) 661
""'
4. Na ausênciu de qualquer justificativa para seadotar um valor fracionário para ti, pode ser preferível arredondá-lo para d = 5,0 mm. 300 N
Assim, retomando-se à Eq. 12.5 e resolvendo-se para o valor de C que fornece uma tensão de 661 MPa (com uma carga de 600 N), e usando-se o valor d = 5,0 mm, tem-se
i7(661 )(5) 2 8(600) ;
10,82
Pela Figura 12.4, tem-se C= 9,4, D = Cd = 47 ,O mm. mm = 12 N/mm. 6. Pela Eq. 12.8,
S. k = 300 N/25
FIGURA 12.18 Esquema fis!co para o Problema Resolvido 12.2.
N Decisões: L Para minimizar os eventuais problemas de pulso de mola, projete esta mola de modo que as tensões sejam tão altas quanto possível. 2. Selecione o menor fator de segurança possível para que o peso da mola seja minimiUJdo. (A minimização do peso da mola permite que a freqüência natural seja maximizada.) 3. Selecione uma mola proporcional, C = 10. (Esta proporção é boa do ponto de vista do fator de Wahl, porém o custo da mola pode ser mais alto porque as extremidades devem ser lixadas.) 4. Conforme recomendado na Seção 12.4, escolha um curso de mola adicional que seja igual a I 0% da deformação máxima de trabalho. Hipóteses: 1. As placas de extremidade estão em contato com as extremidades da mola. 2. A força atuante na mola tem a direção do eixo da mola. Análise do Projeto: 1. Como a 650 rpm um rnilbão de ciclos de tensão são acumulados em 26 horas de operação, toma-se necessário um projeto para vida infmita por fadiga. As tensões devem ser tão altas quanto possível para minimizar a ocorrencia de problemas como pulso de mola. Independentemente do projeto da mola, a relação r..Jr""' será idêntica à relação entre as cargas máxima e mínima - isto é, 6001300. Uma linha com esta inclinação é desenhada na Figura 12.16, resultando em uma interseção em 'T.,., 800 MPa. 2. Como a Figura 12.16 representa os resultados de ensaios reais, esse valor de 'T,,., não traz qualquer compensação para um possí-
=
dG
SC)k
=
5(79.000) 8(9.4)~( 12)
= 4 _95
7. Pela Figura 12.8, L, = Nfl = (N + 2)d = (4,95 + 2)(5) = 34,75 mm.
Com 10% de curso adicional, F......, = l,lF""'
Lr
= 34,75 + 660112 =
= 660 N. Assim,
l$9.75 mm
8. Faça uma verificação da ocorrência de flambagem para determinar se a mola entra em contato com a barm (para o caso extremo de lJ = 8,):
LI = 89.75 D
47
= 1.91
660
8, LJ
Pela Figura 12. 1O. a mola C\ul bem di~tanle da conchçào de
fbmlxtgem
12 I 06 89.75 - '
9. Pela Eq. 12. 11a, a freqUência natural vale
=
{., =
353.000d 353.000(5) N02 "" (4.95)(47)2 = 161.4 Hz
Capítulo 12 • MolaJ 10. Resumindo os resultados,
2'79
1200 ------- ---------~-~---
d = Smm V = 47,0mm N = 4,95 Lr = 89,75 mm Comentários: 1. Para a mola e ntmr em ressonância com a freqUência fundamental de pulso f. = 161,4 Hz, o eixo de cumes deve girar a (161,4)(60) = 9684 rpm. Pard que o décimo terceiro harmônico corresponda a uma ressonância, o eixo deve girar a 9684113 = 745 rpm. Assim, a rotação de 650 rpm não resultará no pulso de mola (a menos que o contorno do carne seja extremamente irregular, produzindo significantes harmônicos acima do décimo terceiro). 2. Não deve ocorrer flambagem ou pulso de mola (porém, foi considerada uma tolerância para um possível pulso transiente repe~~o pela seleção apropriada do ctmo adicional e pela tensão de rojeto).
l +---
600
800
•..., ( MPa}
FIGURA 12.19 Diagrama de fadiga para o Problema Resolvido 12.3.
l 1 JtOBLDIA REsOLVIDO 12.3P Projeto de !Uola HeUcoldal S.Veita a Fadiga Repita o Problema Resolvido 12.2, desta vez utilizando no projeto da mola o arame de 5 mm de mesmo material, porém com as características de resistência indicadas nas Figuras 12.7 e 12.15.
Comentário~: FreqUentemente é desejável utilizar mais de um enfoque na solução dos problemas de engenharia (como foi mostrado no desenvolvimento dos Problemas Resolvidos 12.2 e 12.3), e o leitor deve estar consciente de que os resultados nem sempre coincidem tão bem como ocorreu nesse caso. (Esta é a hora em que o "julgamento de engenharia" se toma extremamente imponante!)
SOLCÇÁO Conhecido: Uma mola helicoidal sob compressão, fabricada com arame de 5 mm de diâmetro, opera com uma força flutuante conheci· da que provoca uma variação no comprimento da mola dentro de uma faixa de 25 mm.
A Ser Determitlado: Determine uma geometria satisfatória para a mola.
E•quemaa e Dados Fornecidos: Os dados e o esquema fornecidos são os mesmos apresentados no Problema Resolvido 12.2, exceto pelas propriedades de resistência, que são as indicadas nas Figuras 12.7 e 12.15, e não as fornecidas na Figura 12.16. Decisõu/Hipóteses: As mesmas do Problema Resolvido 12.2. Análise do Projeto: 1. Pela Figur-.112.7, S, = 1500 MPa para o material fornecido e as dimensões do ardffie. 2. Pela Figura 12.15, a tensão máxima de projeto recomendada pard vida infinita e flutuação da tensão entre zero c um máximo (ard· me jateado) é de 0,36S, = 540 MPa. 3. Pela Eq. 12.9, a resistência ao escoamento torcional efetiva associada a 2% de deformação permanente é de 0,65S, = 975 MPa. Aproximando-se So a 0,8S, = 1200 MPa, uma curva de resistência à fadiga torcional estimada para vida infinita é representada graficamente na Figura 12.19. 4. Para T..,/T.,.. = 600/300, a Figura 12.19 indica o valor-limite de T... como sendo de 750 MPa. Como a Figura 12.15 representa os valores m6ximos recomendados, pode ser conveniente reduzir ligeiramente este valor. Um "fator de segurança" adicional de 1,13 fornece o valor final a ser utilizado para efeito de projeto .,.""" = 661 MPa, exatamente como no Problema Resolvido 12.2. S. A utilização dessa tensão de projeto toma a solução idêntica à obtida para o Problema Resolvido 12.2.
12.9 Molu Helicoidais de ExtenMio Boa parte do tratamento das molas helicoidais sob compressão, apresentado anteriormente, é também aplicável às molas de elttensão (ilustradas nas Figuras l2.2ce 12.2d), porém alguns poucos pontos de diferença devem ser observados. Inicialmente, as molas de elttcnsão não possuem a "sobrecarga de parada" automática das molas de compressão. Uma sobrecarga estática pode alongar a mola a qualquer elttensão, levando-a a falhar. Algumas vezes, esta sobrecarga toma as molas vulneráveis a tensões eltcessivas durante sua instalação. Além disso, uma mola sob compressão pode continuar a propiciar uma "parada" que mantém as placas afastadas. Por essas razões, as molas sob compressão são geralmente preferíveis em relação às molas de extensão nas aplicações onde a segurança é crítica Neste sentido, algumas normas de segurança recomendam que as molas helicoidais utilizadas em certas aplicações sejam carregadas por compressão. Usualmente, durante o processo de enrolamento das molas de extensão é mantida uma tensão torcional no arame. Esta condição resulta cm espiras " pressionadas" umas contra as outras, conforme mostrado na Figura 12.20. Assim, a traçiio inicial é representada pela força externa aplicada à mola quando as espiras estão na iminência de se separarem. Os fabricantes de molas recomendam [I] que a tração inicial seja tal que a tensão resultante (calculada pela Eq. 12.6) seja
(12.12) Uma mola de extensão enrolada dessa forma não se deforma até que seja carregada com uma força superior à tração inicial. As-
280
PA11T~ 2 • AI'U('.Aç0F.~ F
12.10 Molo8 em Líimi.ruul (lndui.rulo os Feixes de Molo8)
t
Tensao de rtexao na SeçOo A: 6' •
161'/1 ( '• ) wdl 's
Ttnsao torelon~l na Seçao lJ, Ta
S//) ('•)
rrtt'
12
FIGURA 12.20 Mola de Extensão couvenclonal com gancho na extremidade.
sim, as equações para a tensão e para a rigidez desenvolvidas para as molas sob compressão são aplicáveis. As tensões críticas em uma mola de extensão geralmente ocorrem nos ganchos de extremidade. A F igura 12.20 mostra a localização e a equação para as tensões críticas de flexão e de torção ocorrentes no gancho. Observe que, em cada caso, o fator de concentração de tensão é igual à relação entre os raios médio e interno. Uma recomendação prática é fazer com que o raio r, seja superior a duas vezes o diãmetro do arame. Além disso, as tensões no gancho podem ser reduzidas pelo enrolamento das últimas espiras com um diãmetro D decrescente, conforme mostrado na Figura 12.21. Isso não reduz a concentração de tensão, porém torna menores as tensões nominais pela redução dos braços de momento de flexão e de torção. Dependendo dos detalhes do projeto, cada gancho de extremidade acrescenta tipicamente o equivalente a 0,1 a 0,5 espiras para o cálculo da deformação da mola.
r
t
As molas em lâminas (geralmente fabricadas na forma de feixe de molas) se apresentam, usualmente, como arranjos de vigas em balanço e simplesmente apoiadas. A configuração final dessas molas assume a forma de um quarto de elipse, metade de elipse ou ainda uma elipse completa, conforme mostrado na Figura 12.22. Essas são também chamadas de molas planas, embora apresentem alguma curvatura quando descarregadas (sendo a curvatura necessária para a configuração de elipse total). Observe que, em cada caso, o elemento básico é uma viga em balanço de comprimento L carregada por uma força F. A mola semi-elíptica comum pode ser idealizada como duas vigas em balanço que compartilham a carga em paralelo. A mola com a configuração de uma elipse completa é constituída de quatro vigas em balanço, arranjadas em um esquema série-paralelo. (A mola totalmente elfptica apresenta uma interessante analogia com a ponte de Wheatstone, com quatro resistores iguais em um arranjo série-paralelo.) Em função da simetria desses arranjos, torna-se necessária apenas a análise da tensão e da deformação de uma única viga em balanço ou de uma mola com o arranjo de um quarto de elipse, pois as mesmas equações podem, na realidade, ser adaptadas para atender aos outros dois tipos de mola. A Figura 12.23a mostra uma viga em balanço genérica de largura w e espessura 1, ambas variando com a coordenada x. Se as tensões de flexão forem consideradas uniformes ao longo do comprimento da viga de espessura constante, a largura deverá variar linearmente com x (Figura 12.23b). Para uma viga em balanço de tensão uniforme com largura constante, a espessura deve variar de forma parabólica com x (Figura l2.23c). A viga triangular mostrada na Figura 12.23b é o modelo básico para o projeto do feixe de molas. A viga parabólica mostrada na Figura 12.23c é o modelo básico para a análise da resistência à flexão da engrenagem de dentes retos (mais sobre esse assunto no Capítulo 15). Certamente, as vigas em balanço de igual resistência podem ser fabricadas variando-se tanto w quanto 1, de modo que a tensão, 6Fxlwf-, seja constante para todos os valores dex, e esse é o conceito por trás do projeto das molas de suspensão do tipo "feixe de molas" que tem sido utilizado nos automóveis. Para qualquer viga em balanço de igual resistência, as tensões de fie-
~==r 'f='l-1
2F
-r r=-'__.__
2F 2F
a•6FL
Ni' &: 6FL3
t.M' (ai Forma de um quarto de eiJpse Fiel~
12.21 Espiras da extremidade com diâmetro re-
dU%ido para diminuir as tensões no gancho.
a • 6FI. J,h2
&el2F/.3 Y.h' (d
Fonna de uma ehpse completa
(Vl&a em balanço simples)
Flct.-a• 12.22 Tipos blislcos de molas de lAminas ou reixe de molas.
Capítulo 12 • Molas
Me 1
6F.r
o:.-~~;-
n1 1
la)
Se ue 1 sao
Seu e "'slo
constantes. então a 1elaçlo .r/., deve w
cO
relação xlt 2 deve ser
constante.
constante.
(b)
(d
A espessura 1 t constant• e a lataul'l •
A latiUtl • · • constent• e a l$j)I!SSUra 1 va.rla perllbolicam&ntl eom o comprimento
varl,a hnurmentt com o compttmento
xão ao longo de seu comprimento são iguais àquelas ocorrentes na extremidade fixa, ou seja,
6FL bh·
(12.13)
u =--~
A Figura 12.24 mostra a aplicação das vigas triangulares de igual resistência, como a da Figura 12.23b, a uma mola constituída por uma série de lâminas de espessuras idênticas e arranja-
281
FIGURA 12.23 Viga em balanço de resistência cons-
tante.
das na forma de um feixe de molas. A placa triangular e a mola de múltiplas lâminas apresentam tensões e deslocamentos idênticos, e duas diferenças: ( 1) o atrito entre as lâminas propicia um amortecimento à mola com múltiplas lâminas, e (2) a mola com múlti· pias lâminas pode suportar a carga plena apenas em um sentido. (As lâminas tendem se separar quando carregadas em sentidos opostos, porém esta condição é parcialmente contornada com a utilização de grampos, conforme mostrado na Figura 12.25.) Em decorrência da variação da seção transversal, a dedução da equação para o cálculo do deslocamento do feixe de molas
F
L
lF
t h
h
"I:Sminas
r l I>
" (cr)
(h)
FIGt.'RA 12.24 Viga em balanço do tipo placa triangular e mola com múltiplas Jâmlnas equivalentes.
FIGt:RA 12.25 Mola semí-elíptlca de múltiplas lâminas Instalada no chassi de um camlnhl!o.
282
PARTE 2 • AI'UCAC0f:S
triangulares idealizado representa uma excelente aplicação do método de Castigliano (Seção 5.8). Sugere-se que o leitor utilize este método para verificar que
A Ser Dett!rminado: Estime o comprimento global da mola e a espessura de cada uma das lâminas. Esqtumttu e Dados Fornecidos:
FI} 6= -
F
2F
2EI
f • 10001 5000N
onde I = bh 3/!2 e E é o módulo de Young, ou
(12.14) A correspondente rigidez da mola vale
(a)
(12.15) As equações para o cálculo da tensão e da deformação para os três tipos básicos de feixe de molas são resumidas na Figura 12.22. Ao se aplicar as equações precedentes às molas reais, como a mola da suspensão de um caminhão ilustrada na Figura 12.25, diversos fatores adicionais devem ser considerados. 1. A região de fixação da extremidade da mola não pode ser uma quina viva, ao contrário, deve ser larga o suficiente para favorecer a fixação ao componente carregado e suportar as cargas de cisalhamento transversal. 2. A dedução das equações de deformações admitiu que estas são muito pequenas para influenciar significativamente ageometria. No caso das deformações serem superiores a cerca de 30% do comprimento da viga em balanço uma análise mais precisa geralmente será necessária. 3. Diferentemente das molas helicoidais, as molas constituídas por vigas são capazes de suportar tanto as cargas estruturais quanto as cargas normalmente atuantes nas molas. Por exemplo, a mola mostrada na Figura 12.25 está sujeita a um torque reativo em relação ao eixo da roda do veículo, às cargas laterais desenvolvidas durante as curvas e às cargas no sentido longitudinal do vefculo provenientes das ações de aceleração e frenagem. Cenamente, todas essas cargas devem ser consideradas durante o desenvolvimento do projeto da mola.
12.4P Projeto de um Feixe de iUolas Seml-elíptlco
PROBLEM A REsOLVIDO
Um feixe de molas semi-ellptico (Figura 12.26a) deve ser projetado pam vida infinita quando sujeito a uma sobrecarga de projeto (aplicada ao centro da mola) que varia entre 2000 e 10.000 N. A rigidez da mola deve ser de 30 N/mm. O material deve ser um aço jateado, com 7 mm de espessum e com as características de resistência representadas na Figum 12.26b (o tipo de carregamento, as dimensões e as condições de superflcie já estilo considerados na curva fornecida). Devem ser utilizadas cinco lâminas. Um parafuso centnli, usado para manter as lâminas unidas, causa um fator de ooncenlrdçãO de tensões por fadiga de 1,3. Utilizando as equações desta seção, estime o comprimento global necessário à mola e a espessura de cada urna das lâminas. SoLUÇÃO
Conhecido: Um feixe de molas semi~líptico está sujeito a urna força flutuante conhecida.
u,. (MPa) (b)
FtCI:IIA 12.26 (a) Feixe de molas e (b) diagrama de resistência à fadiga para o Problema Resohido 12.4.
Hipót&es: 1. Os pivõs nas extremidades aplicam uma carga uniforme ao longo da largura das extremidades da mola. 2. Não ocorre falha nas extremidades da mola. 3. A força central está alinhada, de modo que ela não induz urna torção na mola. 4. Os deslocamentos não alteram significativamente a geometria; isto é, eles são inferiores a 30% do comprimento da mola. Análise do Projeto: 1. Cada uma das metades da mola semi -elíplica se comporta como uma viga em balanço, suportando metade da carga total. Assim, FM = 3000 N e F. = 2000 N, onde F,. e F. são as componentes média e alternada da força. 2. A tensão alternada vale
ua
L 6(2000)/, 31 8L = 6F K = ( I 3) = bft2 r b(7)2 ·b 0
onde K1 é o fator de concentração de tensão por fadiga. Analogamente, a tensão média vale
3. A Figura 12.26b mostra que, para vida infinita e para essa relação de tensões, u. = 525 MPa. Logo,
525
= 3 18b 1'
ou b - 0.6 1L
Capítulo 12 • Mola~
Hipótae: O efeito do atrito na interface das lâminas é insignificante.
4. Como a mola é carregada em seu centro com uma força igual a 2F, sua rigidez k vale 2F/8 = EbhJI3LJ. Substituindo-se os valores conhecidos, tem-se
(200.000)(0,61 L)(7)3 30 ""' ..:....__ ___:_:3Lc.-,:3'---...:..:...~ • /1
0,6 1L - 0.6 1(682)
A.náiUe: 1. A placa trapezOidal é equivalente à superposição de uma placa triangular com uma placa ret.angular atuando em paralelo, cooforme indicado na Figura 12.27b. 2. As equações da deformação e da rigidez da mola, desenvolvidas na Figura 12.27, indicillll que o material adicional do trapézio aumema em 10% a rigidez da mola. 3. Ambas as molas s uportarão a mesma força com o mesmo nível de tensão de nexão na extremidade engastada da viga. Todavia, como a viga trapezoidal se deforma I 0% menos, ela artM<.enará /0% menos energia. (Lembre-se de que a energia absorvida é a integral da força multiplicada pela distância.) Este resultado é independente do fato de a mola trapezoidal ser mais pesada
ou L '- 682 mm
~
416 mm
S. O comprimento total é de 2L, ou 1364 mm. A largura de cada uma das cinco lâminas é igual a um quinto de 416 mm, ou seja, 83mm. Comentário~: Se a linha conservativa de Goodman para vida infinita por nexão for utilizada. em vez da curva de nexão para vida infinita fornecida na Figura 12.26b, será obtida uma tensão u. = 425 MPa; e, como conseqüência. b = 565 mm e L = 755 mm, ou 2L = 1510 mm e biS = 113 mm. Isto é, seria necessária uma mola maior.
-
28S
ComenUiriot: A placa trapezoidal absorve I 0% menos energia e possui um peso 20% maior que a placa triangular. I
PnOBLEMA R.EsoLVIDO 12.5 Capacidade de Armazenamento de Energia das Placa s Trapezofdals e Triangulares
12.11 Mola.s de 'lbrção
Em uma mola real a extremidade carregada de uma "placa triangular" deve ser alargada de modo a permitir que uma fixação seja realizada. Isto normalmente significa manter a lâmina principal com sua largura plena ao longo de seu comprimento, fornecendo uma mola correspondente a uma placa trapezoidal, como a mostrada na Figura 12.27b. Como a rigidez e a capacidade de armazenar energia da mola são alteradas quando o padrão trapezoidal mostrado na Figura 12.27b é utilizado em substituição ao padrão triangular original mostrado na Figura 12.27a?
SOLUÇÃO Conhecido: Uma mola de lâmina real é equivalente a uma placa trapezoidal, em vez de uma placa triangular.
As molas de torção são basicamente de dois tipos: helicoidais, mostrad as na Figura 12.28, e espirais, mostradas na Figura 12.29. A tensão preponderante em todas as molas de torção é a de flexão, com um momento fletor Fa sendo aplicado a cada uma das extremidades do arame. A análise das tensões atuantes em vigas curvas, desenvolvida na Seçào 4.6, é aplicável a esse tipo de mola. A maior tensão atua na superfície inlerna do arame e é igual a (4.10)
u, = K,Mc/1
onde o fator K, é fornecido na Figura 4 .11, para algumas seções transversais, e na Figura 12.30 para as seções circular e retangular usualmente utilizadas em molas. A substituição do produto Fa para o momento fletor e também das equações re-
A. Ser Determinado: Determine as variações na rigidez e na capacidade de armazenar energia da placa trapezoidal em comparação com a placa triangular. E1quemaa e Dado~ Fornecido~:
6111
la,_,.. aO.OIU
w C.l Soluç.to pofl ploco b~
11 1
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1 10
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FICLIIA
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.,.llt.II,•00482 w *t•10.1~
...
12.28 Mola de torção helicoidal.
n
li
...-do,._,.. R - - 12.5
FIGURA J 2.27 Comparação entre as rigidezes das molas triangular e trapezoidal para o Problema Resohido 12.5. Nota: o valor de k para a mola trapezoidal!\ cerca de 10% maior do que o da mota triangular.
FIC.LIIA 12-29 Mola de torção espiral.
284
P ARTf.
•
~
2 •
APUCAÇOES
sões de projeto para operação estática podem ser iguais a I 00% da resistência ao escoamento por tração do material. O deslocamento angular das vigas sujeitas a uma flexão pura vale
1.6
§
!!
ià
•
i,
1 .~
(} =
1,4
t- -:·ã
r-3 • ~
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~ ~
1.0 2
12
4 I nd'o:e de mola, C• 'J D ou "'i n
FIGlllA 12.30 t'alores de concentração de tensio para molas toreíonaís com arames de seçiio circular e retangular [4].
ferentes às propriedades geométricas das seções c ircular e retangular fornece
Ml. F.f
(caso 3 da Tabela 5. 1)
e esta equação pode ser aplicada diretamente tanto às molas de torção helicoidais quanto às espirais. Para as molas com um número relativamente alto de espiras, como as molas espirais utilizadas no acionamento de relógios e brinquedos e as molas helicoidais usadas para contrabalançar as portas de garagem e na abertura de janelas corrediças contra o sol, o deslocamento angular pode corresponder a várias voltas completas. As molas helicoidais longas, com muitas voltas, geralmente possuem uma barra central de supone. Em alguns casos, o atrito com a barra central e entre espiras adjacentes deve ser considerado. As molas espirais são geralmente fabricadas de arames finos com seção transversal retangular. Os arames quadrados ou retangulares também são mais eficientes quando utilizados nas molas de torção helicoidais, porém os arames de seção circular são utilizados com freqüência nas aplicações não-críticas, pois geralmente estão mais disponíveis e são mais econômicos.
l2.12 Mola8 Dü,er808 u, =
Ammc circular.
Arame rccangulur:
u1 =
6 .
32Fa rrd
\
K I.CIIC
6f'c1 K 11112
1,m
(12.16)
(12.17)
Para aplicações envolvendo fadiga, deve-se tomar cuidado no projeto das regiões de extremidade do arame e seu acoplamento com os componentes que transmitem o carregamento, uma vez que os pontos de concentração de tensões nas extremidades são regiões freqüentes de falha por fadiga. As tensões residuais merecem especial atenção no projeto das molas de torção. Lembre-se do que foi estabelecido na Seção 4.15: uma sobrecarga que cause escoamemo produz tensões
residuais que são favoráveis aosfuturos carregamenJos nomesmo semido e desfavoráveis aos futuros carregamentos no sentido oposto. O enrolamento das molas helicoidais espirais envolve, obviamente, o escoamento do material, e as tensões residuais resultantes são favoráveis aos subseqüemes carregamen10s que tendem a enrolar a mola ainda mais (e desfavoráveis às cargas que tendem a desenrolá-las). É extremamente importante manter este conceito em mente durante o projeto das molas de torção. Como as tensões residuais podem ser favoráveis, as ten-
( Bellev•lle
A grande variedade dos possíveis tipos e projet.o s de molas é limitada apenas pelo talento e pela imaginação do engenheiro. Novos projetos são regularmente submetidos aos órgãos oficiais de patentes. Embora o espaço deste livro não permita um tratamento detalhado dos demais tipos de molas, é importante lembrar que existem pelo menos cinco outros tipos que devem ser citados. Para mais informação consulte as referências [ I],
[2]e[4]. As arruelas de pressiio são fabricadas em grande variedade. Seis tipos representativos são mostrados na Figura 12.3 1. As arruelas Belleville, patenteadas na França por Julien BeUeviUe em 1867 e também conhecidas como molas de disco c6nico, são comumente utilizadas para suportar cargas muito altas com pequenas deformações. Variando-se a relação entre a altura do cone e a espessura do disco tem-se uma rigidez constante ou com diminuição progressiva, o que pode se tomar uma característica negativa. M últiplos discos idênticos podem ser utilizados em combinação para se obter as características desejadas, conforme mostrado na Figura 12.32. As molas volutas, ilustradas na Figura 12.33, são enroladas a partir de fitas metálicas relativamente finas, com cada espira encaixando-se de forma telescópica internamente à espira precedente. Elas possuem uma estabilidade lateral superior às mo-
) Ondultda
En!alhada
Com palhela
CuMdo
R811hurada ontemamenle (como as utilizadas nas embre<~&ens dos
FICUIIA 12.31 Típo,; de arruelas de pressão [ 1].
automóveiS)
Capítulo 12 • Mola~
Contcur~ •~parateta
285
12.34b mostra uma forma utilizada com as escovas de um motor elétrico. As molas de contrabalanço das janelas corrediças representam uma outra aplicação. Os motores de molas de esforço constante mostrados na Figura 12.34c acionam mecanismos reguladores de cãmeras cinematográficas, cabos retratares, e assim por diante.
Flr.tiRA 12.32 Combinações de arruelas llellevllle.
Referêneia8 I. A>~OCtatcd Spring Corporauon, "Oc~1gn Handboo~; A'· sociatcd Spring Corpor:uion, Bristol. Conn.. 1970.
2. Rnmc~ Group. lnc .. "Dcsign Handbool.." Rnmc\ Group, ln~ .• Bri~tol. Conn .. 1981. 3. Ch<>". W W.. Cost R~Juction in Prc>Jun Oélll/n. V311
Flct.ll.\ 12.33 Mola Voluta.
las helicoidais sob compressão, e o atrito entre espiras adjacentes propicia um amortecimento. As molas Garter são simplesmente molas helicoidais com as extremidades conectadas para formar um círculo. Elas são comumente utilizadas na vedação de óleos, onde exe rcem forças radiais para manter o elemento isolante firmemente contra um eixo. Outros usos incluem os anéis expansores em pistões e pequenas correias em motores. As formas de arame incluem uma grande variedade de componentes de molas fabricados pelo dobramento do arame em diversas formas. Esses componentes têm substituído as molas helicoidais sob compressão em muitas camas de molas, colchões e aplicações em mobiliário. Uma de suas vantagens é que podem ser moldadas planas com uma espessura mínima para uso nos assentos de um carro ou componentes de móveis. As molas de esforço constante, uma forma originalmente patenteada, são mostradas na Figura 12.34. Elas consistem em rolos com fitas pré-tensionadas que exercem uma força derestrição proximamente constante que resiste ao desenrolamento. A fita possui um raio de curvatura sem carga ou "natural" cerca de 10 a 20% menordoqueoraiodo tambor (Figura 12.34a). Suas características incluem uma grande capacidade de extensão e uma virtual ausência de atrito entre espiras. A Figura
N~U'3nd Reonhold. ~ew Yoô.. 1978. -1. Wahl, A. M .. M~tlwmwl Spmlf(S, :l.lcGrJ" -I h li. Yorl.. 1963 (tJm~m na edição origmal de 19+1).
~cw
ProblerruUJ
Seção 12.2 12.1P
Calcule a energia annaunada em uma barra de torção similar li mostrada na F'tgura 12.1a quando uma das extremidades da barra gira de 6SO em rclaç!o à ootra extremidade. O comprimento da rcgilo de interesse da barra de torção tde 50 in, e o diãmetro t de 0.312 in. Calcule também a tensilo cisalhante máxima
12.21'
Repita o Problema 12.1 P, desta vez considerando que a barra oom 45 in de comprimento e 0,250 in de diâmetro gire de 45° em rela~ à outra extremidade.
12.3
A Figura 12.1 b mostrou uma barra de torção utilizada como mola de contrabalanço para a tarnpa do porta-malas de um automóvel. O com· primento da barra é de 42,5 in e seu diâmetro~ de 0.312 in. Calcule a variação na tcns!lo cisalhante e no torque atuantes na barra quando uma de suas extremidades gira de 75• relativamente à ouua.
12.4
Uma mola de torção similar à mostroida na Figura 12.1b t utilizada como mola de contrabalanço da tampa do porta-malas de um automóvel. O comprimento da mola de torção t de 50 in e seu diâmetro é de 0,312 in. Calcule a variaçlo na tcnsãocisalbarue c no torquc atu·
(b)
Mota de ac1onamento das escovas nos motores etet"cos
tuJ Molas de extensao de lcfça constante
Tambor de saída Tembor de Tambor de Tambor de salda armazenamento ermazenamento lrl Duas conflgurtÇôts de acionamento por moles de fO<çe constanll!
FlCLllA 12.34 Molas de rorça constan te.
286
PARTE
2 • Arur.AçOv.s
antes na barra quando uma de suas extremidades gira de so· relativamente à outra.
12.5
A Figura Pl2.5 mostra o alçapão de um porão totalmente aberto. O alçapão pesa 60 lb, com seu centro de gravidade a 2 ft da articulação. Uma mola de torção, estendendo-se ao longo do eixo da articulação, opera como contrabalanço. Determine o comprimento e o diâmetro de uma barra de torção maciça de aço que contrabalance 80% do peso do alçapão quando fechado c propicie um torque de 6Ib·ft que mantenha o alçapão contra o batente mostrado. Utilize. uma tensão torcional máxima admissível de 50 ksi. Construa um gráfico mostrando o torque devido à gravidade, o torqucda mola e o torque líquido, todos em função do ângulo de abertura do alçapão.
!50 mm _ _ _ _.,.,
[Resp.: 115 in, 0,49 in]
Centro de grav•dade do a~apllo de 60 lb --'u---
/
..
Extremtdade fixada ao alçapllo Extremidade fixa
t
FrGL1lA
P 12.9
FIGURA Pl2.5 dor. A deformação total de trabalho da mola é x curso adicional de I0%. 12.6
Suponha que o alçapão do Problema 12.5 deva ser projetado para abrir apenas até 60' devido a problemas de espaço. Determine o comprimento e o diâmetro da barra de torção que contrabalance.80% do peso do alçapão quando fechado c propicie um torque líquido de 12 lb·ft para mantê-lo a 60' contra um batente quando aberto. Construa um gráfico mostrando o torque devido à gravidade, o torque da mola e o torque líquido, todos em função do ângulo de abertura do alçapão. [Rcsp.: 237 in, 0,49 in]
12.7
12.8
Repita os Problemas 12.5 c 12.6considcrando um peso de250 N para o alçapão, com seu centro de gravidade a 6(){) mm da articulação. O torquc da mola para posição aberta do alçapão referente. ao Problema 12.5 deve ser de 8 N·m; o torque líquido para a posição aberta do alçapão referente.ao Problema 12.6 deve ser de 16 N·m. A tensão torcional máxima admissível é de 350 MPa. A mola de torção de um automóvel, como a mostrada na Figura 12.lb, é utilizada como mola de contrabalanço para a tampa do porta-malas. O comprimento da barra de torção é de 45 in e seu diâmetro é de 0,312 in. Calcule a variação na tensão cisalhante e no torque atuantes na barra quando uma de suas extremidades gira de 70" relativamente à outra.
A Figura Pl2.9 ilustra um brinquedo que lança um "i!lseto" planador de 60 gramas (projétil) pela compressão de uma mola helicoidal que, em seguida, é liberada pelo acionamcnto de um gatilho•. Quando apontado para cima, o inscto planador apresenta um movimento ascendente de aproximadamente 8 m antes de começar a cair. A mola lançadora é feita de um arame de aço-carbono, com diâmetro de 1,1 mm. O diâmetro das espiras é D = IOmm. Calcule o número de espiras N da mola de modo que ela possa fornecer a energia necessária ao inseto plana-
ISO mm, com unt
12.10P Reveja o endereço da Internet ht tp, //www . indspring. com. (a) Relacione as especificações obrigatórias necessárias para a seleção de uma mola sob compressão. (b) Relacione outras informações ou dados importantes para a selcção de uma mola sob compressão. 12.11P Reveja o endereço da Internet ht tp , 1/www . l eeàspring . c om. Selecione unta mola sob compressão com um diâmetro externo de 0,102 in, um comprimento livre de I ,000 in e unt diâmetro de arame de 0,010 in. Quais são (a) o diâmetro do furo no interior do qual a mola deve trabalhar, (b) a carga relacionada ao comprimento sólido, (c) a rigidez da corda de aço, (d) a rigidez do aço inoxidável, (e) o comprimento sólido e (J) o número total de espiras'/ 12.12
O aço-carbono ASTM A229 temperado a óleo é utilizado oa fabrica-
ção de unta mola helicoidal. A mola~ enrolada com D = 50 mm, d = 10,0 mm c um passo (distância eotre os pontos correspondentes de espiras adjacentes) de 14 mm. Se a mola for comprimida até seu comprimento sólido, ela retomará a seu comprimento livre original quando a força for removida? 12.13
Uma mola helicoidal com D = 50 mm e d = 5,5 mm é enrolada com um passo (distância entre os pontos correspondentes de espiras adjacentes) de 10 mm. O material é um aço-carbono ASTM A227 trefilado a frio. Se a mola for comprimida até seu comprimento sólido, você espera que ela retome a seu comprimento livre original quando a força for removida?
12.14
A Figura Pl2.14 mostra uma mola helicoidal sob compressão que é carregada contra um suporte por meio de um parafuso e uma porca. Após a porca ter sido apertada até a posição mostrada, uma força externa Fé aplicada ao parafuso confomtc indicado c o deslocamento da mola é medido quando a força F aumenta. A figura mostra a curva força-deslocamento da mola. EsLabelcça de fonna clara e concisa o comportamento dessa curva referente aos poo10s A, B e C.
Seçõesl2.S-12.7 12.9
=
Capítulo 12 • Mola~
287
aço e possuem o mesmo compri· meoto quando carregadas e quando descanegadas. A mola externa possui D • 45 mm, d = 8 mm e N = 5; a mola mtema possui D • 2S mm, d • 5 mm e N - IO. Calcule o deslocamento e também a tensio máxima atuante cm cada mota. (Veja a Figura Pt2.18.)
Ambas as molas s!o fabricadas de
Força
t 12.19
Dua> molas hcliooidais concêntricas sob compressão fabricadas de aço
e pos>uindo o mesmo comprimento quando carregadas e quando descarregadas sno utilizadas para suportar uma carga estática de 3 kN. A mola externa possui D = 50 mm, d = 9 mm c N = 5; a mola interna possui D • 30 mm, d = 5 mm e N = JO. Determine o deslocamento c
c
a tensão máxima. muantcs cm cada mola. 12.20
O arame de moladecobrc-berilio ASTM 8197 com S. • 750 MPae T, s (0.35)(5.) • 262,5 MPa é utilizado na fabricação de urna mola de
espiras helicoidais. A mola~ enrolada com D = 50 mm. d • I0.0 mm e um passo (distancia entre os pontos correspondentes de espinls adja· ccntes) de 14 mm. Sendo a mola comprimida at~ seu comprimento sólido. ela retornaria att seu comprimento origÍllal livre quando a for· ça t removida? Flct.11A Pl2.14
12.21
12.15P As características experimentais de carga-deslocamento de uma mola sào, às vezes, necessárias para efeito de um projeto reallstico ou para que seu desempenho possa ser verificado através de equações teórico-empíricas antes da monll!gcm da mola em uma unidade de grande valor.
(a) Estime a carga estática ml!xima que pode ser aplicada à mola sem que ocornl mais de 2% de deformação plástica. (b) Qual é a rigidez dessa mola'! (c) Com que comprimento UYre a aplicação da carga determinada no item (a) resultará no comprimeoto sólido da mola"l (d) Seriam esperados problemas de Oambagem se uma das placa.~ de extremidade for livre para girar'/
(a) Ilustre os métodos para uma avaliação cxperimcn tal rápida dessa
caracterfstiea. (b) Faça urna pesquisa na Internet sobre dispositivos experimentais de testes precisos ou totalmente automáticos. Descreva os vários tipos existentes. 12.16
Uma mola espiral cõniea sob oompressào, como a ilustrada na Figura 12.6, um di· Ametro de espiras ativas que varia de 20 mm no topo até 45 mm em sua pane inferior. O passo (espaçanrn!O axial eotre os pontos carespoudeotcS de espiras adjacentes) é de 7 mm ao loogo do comprimento da mola. Existem quatrO espiras ativas. Uma força~ aplicada no sentido de com· primir a mola, e as tensões permanecem sempre no regime elástico.
[Resp.: 122 N. 3.22 N/mm. 61,9 mm, oàoJ
~fabricada de um arame de aço com diâmetro de 3 mm e possui
(a) Qual a espira que se desloca primeiro chegando a um passo nulo, durante o aumento da força? (b) Calcule a amplitude da força necessária para causar o destocamen· to mencionado no item a. (c) Suponha que a força seja aumentada até que toda a mola seja com· primida, atingindo seu comprimento sólido. Esquematize aproAi· madamente o perfil da curYa força-deslocamento dessa mola. 12.17
Repita o Problema 12.21 utilizando, desta vez, um arame com 4 mm de diAmctro e oito espiras ativas.
12.23
Uma mola helicoidal sob compressão com extremidades esquadradas e fixadas procisa exercer uma força mátima de trabalho de 1000 N e wna força de SOO N quando o comprimento da mola for 60 mm maior. Poucos ciclos eslJlrlo envolvidos, o que justifica a rcaliulçAo do projeto da mola com base em um carregaroento estático. Deverá ser utiliza· da uma corda de :rço com 5 mm de diâmetro. A mola deve sofrer um processo de plastificaçno. Dete.rmÍlle os valores adequados de D, N e Lr Verifique a possibilidade de fiarobageJtL
12.24
Uma mola helicoidal sob compressão. com extremidades esquadradas c lixadas. deve ser fabricada de aço com um processo de pla.ltilicaçno. O carregamento pode ser considerado estático. A força máxima de tra· balbo é de 90 lb. Uma força de 40 lb é necessária quando o oompri· mento da mola fica 1,5 in maior. Utilize o curso de mola adicional rc· comcndado e um aço com S, = 200 ksi. Para uma relaçil.o C • 8. de· termine os valores apropriados para D, d, N e Lr
Uma mola cônica sob compressão (Figura 12.6), com cinco espiras
ati vas, possui um passo constante de 7 mm ao longo de seu compri · mento. A mola~ fabricada de um arame de aço com 5 mm de diâmetrO e possui umdii!metrode espiras atiYasque varia de 2S mm no topo até 55 mm em sua parte mferior. Uma força~ aplicada no sentido de com· primir a mola, e as tensões permanecem sempre no regime elástico. (a) Qual a espira que se desloca primeiro, chegando a um passo nulo
[Rcsp.: D • 1,02 in. d = 0,128 in, N 12.25
durante o aumento da força? (b) Calcule a amplitude da força necessária para causar o deslocamen· to mencionado no item a.
(c) Suponha que a força seja aumentada até que toda a mola seja com· primida, atingindo seu comprimento sólido. Esquematize aproxi· madamente o perftl da curva força-deslocamento dessa mola. 12.18
12.26
! I I
o•• 45mm d0 • 8 mm N0 • 5
4.62 mi
Uma mola helicoidal sob compressão, ulili2.ada basicamente para ear· regamento eslático, possui d = 0,100 in,D = 0,625 Íll, N • 8 eexue· midades esquadrad~ c fixadas. Ela é fabricada com arame de aço ASTM A227 trefilado a frio.
Uma detcnninada máquina requer uma mola helicoidal sob compre.•· silo. com extremidades esquadradas e fixadas, para suportar UOUI carga essencialmente eslátiea de 500 lb. A rigidez da mola deve ser de 200 tbfrn. e a tensilO relacionada à earga de projeto deve ser de 80 ksi. O curso de mola adicional deve ser de O, IOin. As dimeruõcs das demais partes da !Mquina estabelecem que D deve ser igual a 3 in. Determine N,de L,. [Resp.: 5,0:0,370 in, 5,19 inl
D,• 25mm d1 •
= 10,92, L,=
(a) Calcule a rigidez da mola e seu comprimento sóUdo. (b) Estin1e a maior carga que pode ser aplicada à mola sem cnusar uma deformaçno permanente de 2%. (c) A que valor decornprimento livre acargadetenninada no item (b) levará a mola a seu comprimento sólido'!
Uma máquina utiliza um par de molas helicoidais concêntricas sob compressão para suportar umacargaessencialmcntcestáticadc 3,0kN.
F•3,0 kN
Uma mola heliooidal sob compressilo deve ser fabricada com um ara· me com dillmetrO de 2 mm, um diâmetrO externo de 19 mm. dez espiras ativas e extremidades fechadas e fixadas. O arame de mola de aço mais econümico deve ser utilizado e uma plastifieação, não deve ser utilia· da.
5 mm
N1 al0
Frc:t:IL\ P 12.18
12.27P Reveja o endereço da Internet ht tp: //ww·,;. acxesspring . com. (a) Relaciono os materiais comumente utilizados I!Ill molas ali relaci· onados. (b) Dentro os rnateriai~ listados, quais são citados como altamente sus· ccptlvci~ à fragilidade pela introdução de hidroge•tio'l
288
P AR1T.
2 •
APUCAÇ0f.S
totalmente sólida. Escolha um ewso de mola adiciooal apropriado e detetmine valores adequados pamN,de Lr (Veja a Figura Pl2.31.)
(c} Quais os processos estabelecidos como cauwlores da fragilidade pela introdução de hidrogênio?
[Resp. parcial: N • 2,39, d = 0,186 in, L: = 1,92 in)
Seção 12.8 12.28
12.29
Uma mola helicoidal com extremidades esquadradas e fixadas deve operar com uma carga que nutua entre 90 e 180 lb. Enquanto essa car· ga é aplicada, a deformação deve variar de I in. Deseja-se utilizar um arame de mola de aço disponível com cl = 0,200 in e resistência à fadi· gaconfonne mostrado na Figura 12.16 paro um aro~ me jnteado. Devem· se também utilizar uma plastificação e um curso de mola adicional de 14 in. As tensões residuais causadas pela plastificaçno não devem ser computadas. Considera-se que elas propiciem um fator de segurança tal que a pessibilidade de tensões superiores. tomando a mola totalmente sólida, pede ser descartada. Determine os valores apropriados para N, DeLr (Resp.: N = 11,6, D = 1,30 in, f..: = 4,97 io)
U.JZ
Uma mola helicoidal sob compressão foi submetida a uma nutuaçllo de carga entre 100 o 250 N. A resistência à fadiga do arame da mola corre>llOnde ~curva para arame jateado fornecida na Figura 12.16. A mola falhou em serviço após cerea de l 0' ciclos. Foi encontrada uma mola de subslituiçcro que era idêntica à mola original cm todos os •~· pc-ctos, com cxceção do comprimento livre, que era ligeiramente me· nor. Paro corrigir essa pequena diferença um técnico deformou a mola ligeiramente para aumentar seu comprimento livre até o valor exalo do comprimento livre da mola original. Mostre, per meio de um gráfico 7,...·7,.., o que >e espera para a vida da mola de substituição: que seja idêntica, menor ou maior do que a da mola original.
U .33
O disco de embreagem de um automóvel típico. similar ao mOStrado na Figura 18.2, c:slásujeitoa umaforçade acoplamento propiciada per seis molas helicoidais i~nticas sob compressão. Quando a embreagem é aooplada as molas devem se submeter a uma força de acoplamento
Uma máquina de produção automá!ica requer que uma mola helicoidal sob compressão manll:nba um seguidor em contato com um carne que gira eom rotação de até 1800 rpm. Quando instalada, a força na mola deve
de 1020 lb (170 lb per mola}. Quando a embreagem é desacoplada as molas ficam todas 0,10 in menores, e essa condição faz com que a for· ça de cada mola seja aumentada o ntínimo pessfvel, sendo que um au· mento de 25 lb é considerado satisfatório. O deslocamento adicional deve ser de 0.050 in. Com base nos cálculos preli01Ínares. foi selccio· nado um arame com 0,192 in de diâmetro. O material adotado deve ser jateado c possuir uma resistencia à fadiga correspendente à indicada na l"igura 12.16. Utilize um fator de segurança de 1,3 contra w11a even· tua! ralha per fadiga. Além disso, deve ser realizada uma plastificaçilo prévia, porém não considere esse efeito nos cálculos. Detennine uma combinação pessfvel de D , N . L, e Li'
variar entre 150 e 600 N, enquanto o comprimento da mola varia em uma faixa de lO mm. Existe dispenível um arame jatcado com 4,5 mm de diâmetro, que deve ser utilizado, para o qual a Figura 12.16 é aplicável. Um curso de mola adicional de 2,5 mm deve ser adotado. Procura-se basear o projeto limitando a tensão a 800 MPa quando a mola fica na condiçllo de comprimento sólido. As extremidades devem ser esquadradas c fixada•, e uma plastificação prévia 11CW deve ser considerada. (a) Determine os valores apropriados para D, N, L , e f.r (b) Determine a possibilidade de Oambagcm da mola, a pessibilidade de se encontrar problemas de pulso de mola c o fator de segurança aproximado durante sua operação normal. [Resp.: (a} D = 33,30 mm. N = 2,44, L, • 19,98 mm. L1 = 35,8 mm; (b) nllo haverá qualquer problema de flambagcm ou pulso de mola; o fator de segurança é de aproximadamente I, I I (c) Qual seria o fator de segurança aproximado da mola (em relação à falha per fadiga) se um processo de plastificação fosse utilizado, resultando em uma tensão toreional residual de 100 MPa? 12.30
12.31
A mola helicoidal utilizada em uma arma possui extremidades esquadradas e fixadas. Ela deve operar com uma carga que nu tua entre 3 e 9 lb, durante a aplicação da qual a defom1açilo varia de 2,5 in. De· vido a limitações de espaço, foi sclecionado um diQrnetro médio de espira de 0,625 in. O material utilizado na fabricação da mola é um arame de aço jateado correspendentc ao apresentado na Figura 12. 16. Os beneffcios de uma plastificação prévia espccflica não devem ser computados para efeito de cálculos. Considera-se que eles propiciem um fator de segurança tal que a eventualidade de ocorrencia de tensões superiores tomaria a mola totalmente sólida. Escolha um curso de mola adicional apropriado e determine valores adequados para N, d c L,. Uma mola helicoidal com extremidades e;quadradas e fixadas deve operar com uma carga que flutua entre 45 c 90 lb, durante a aplicação da qual a deformação deve variar de ~ in. Devido a limitações de es· paço foi selecionado um diâmetro médio de espira de 2 in. O material utilizado na fabricação da mola é um arame de aço jateado correspen· dente ao apresentado na Figura 12. 16. Os beneffeios de uma plastifieação prévia específica não devem ser computados para efeito de cálculos. Considera· se que eles propiciem um fator de segurança tal que a eventualidade de ocorrência de tensões superiores tomaria a mola
(Resp.: D • l,l5in,N=5, l,L, = 1.36io,I,=2,19in) U .34P Uma fO<Ça de 4,45 kN é necess.iria para aeoplar uma embreagem si mi· lar à mostrada na Figura 18.2. Esta força deve ser propiciada per nove molas idênticas igualmente espaçadas de fonna cin:ular na placa de pressão da embreagem. Por questões de lill1Ítaçiio de e;paço, o dil.me· tto externo das e;pims não pode ser superior a 40 mm c o comprimcn· to da mola, quando a embreagem é aeoplada, não pode exceder a 52 mm. A placa de pressão deve-se mover de 3 mm para desacoplar as superfi'cies de atrito, e deseja-se a menor rigide2. de mola pessfvel. Projete as molas. dctenninnndo uma combinação satisfatória de D. d, N, material do arame, tipo de extremidades, L, e L1 U .3S
Uma mola helicoidal sob compressão deve ser projctada para vida in· finita quando sujeita a uma carga que Outua entrc55 e 110 lb. Deve·se utilizar um arame deaço corn S, = 180 !
U.36
Uma mola helicoidal deve ser projetada para uso na suspensão de um trailer experimental. As especificações são as seguintes: carga estática de 3500 N per mola. rigidez de 40 N/mm per mola, !i01Ítador de curso a 150 mm (isto é, a compressão estática além da pesição de carga está· tica está limitada u 150 mm per um batente de borracha), rebatimento de 58 mm (isto 6, a extensão além da posição de carga estática é li mi· tada a 58 mm por um batente de borracha). Deseja-se um projeto para vida infinita, utilizando um fator de segurança de 1,3 aplicado apenas à carga máxima. (Um fato r de segurança de 1,0 é aplicado à carga mf· nima.} Um engenheiro metalúrgico do fabricante da mola avisou que paro a faixa de dimensões e acabanteoto superficial da mola a rcsistên· cia à fadiga pode ser representada per uma linha reta entre T.., • 600 MPa. T.,. • O c T,.., = 7... = 900 l\>1Pa. Detennioe uma combinação possfvcl de d, D c N.
U.37
Um m01or de automóvel requer uma mola para controlar o movimento de uma válvula sujeita às acelerações mostradas na Figura Pl2.37. (Nota: é occessária uma mola pam manter o seguidor em eontato com oeameapnoas durante as aceluações negativas.) O ponto critico para a mola é o "pento de inversilo de tendência da aceleração", correspoo· dendo, neste caso, a um valor de elevação de 0,201 io. A maior força atuante na mola ocorre na condição de elevação máxima da válvula (0,384 in), perém essa força é facilmente obtida perquc a mola ainda está comprimida. De fato, o problema será propiciar à mola uma Ire· qUência natural suficientemente alta sem torni\-la muito rfgida a ponto
F
FIGURA P l 2.31
Capítulo 12 • Mola~ de a força da mola na condição de total elevaçio da válvula causar altas tensões de conlato quando o motor girar lentamente. A mola da válvula deve satisfazer às seguintes especificações: I. Comprimento da mola quando a válvula estiver fechada: nAo superior a 1,50 in (devido às limi!ações de espaço).
2. Força na mola quando a válvula estiver fechada: no mfnimo 45 lb. 3. Força na mola quando a elevação da válvula for de 0,201 in ("ponto de inver.~Ao"): no minimo 70 lb. 4. Força na mola na coodição de elevação máxima da válvula de 0,384 in: no mfnirno 86 lb, porém não superior a 90 lb (para evitar tensões de contato com a carne de valor excessivo). S. Dillrnclro externo da mola: não superior a 1,65 in (devido às limitações de espaço). 6. Deslocamento adicional: 0,094 ín. 7. FreqUência natural: no mínimo tão ai!a quanto a freqUência do décimo terceiro barmônico a uma ro1ação do eixo de carnes de ISOO rpm (isto é, 390 Hz). Dev<>se utilizar tanto um arame de mola de alta qualidade para válvulas quanto a vantagem de ambos os processos: jateamento c plaslilieaçAo. Assim, pode-se admitir que a falha por fadiga não oeorrcnl se a tensão calculada com a mola na condiçAo de comprimento sólido for limitada a 800 MPa. As exlremidadcs devem ser fechadas e lixadas. Determine uma combinação apropriada de d, D, N e Lf
~·
forças de ioércia e manter o seguidor de rolete em coolato com o carne. Para se ajustar ao espaço disponivel. o diíimelrO ioleTOO da mola deve ser de, oo mínimo. 2S mm, e o diâmetro externo nilo superior a 50 mm. Determine uma combinação satisfatória de D, d, N. material, L, e L,Detennioe a freqUência natural da mola proposla. l2.39P Faça um levanlamcnto na Internet sobre os cálculos utilizados no projeto de molas sob compressAo. Seleeione um desses cálculos baseado nas seguintes caracterlsticas: (a) potencialmente utilizados, (b) de fácil utilização e (c) que apresentem resultados precisos e corretos. Paça, por escrito, uma descriçAo sucinta do procedimento de cálculo de molas.
Seção 12.9 l2.40P Uma mola helicoidal por ~ração, como a moslrada na Figura 12.20. é utilizada como componente de uma máquina de grande produção. Nenhuma dificuldade foi enconlrada até que um novo IOie de molas foi fornecido em conformidade com todas as especificaçócs. exccto pelo fato de o gancho ler sido formado de modo inadequado - veja a Figura Pl2.40P. O gancbo deformado faz com que a carga a ser aplicada fique mais próxima do lado externo da mola. ao invés de alinhada com o seu eixo geométrico. Quando essas molas são ulilizadas, observa-se que elas se dcfonnam pcnnanentemente à medida que a carga nonnal máxima é aplicada. Explique sucintamente esse fenômeno. F'
Rolaçao de 3600 rpm do motor Rotaçao de 1800 rpm do e1xo de cames
.. 1
289
I I
:o~~--+---~r----+~~~----
L
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A etevaçao da vAivula
6de0,384 '"
(pos1çl0 ma1s alta do carne) FlGt:RA
12.38
Pl2.37
No sistema carne-seguidor moslrado na Figura P 12.38 o carne gira a IOHz c transmite urna oscilação harmônica ou scnoidaJ ao seguidor. A elevação máxima do seguidor deve ser de 20 mm e o peso dos componentes oscilantes é estimado em 90 N. A função da mola é resistir às
FIGURA
Pl2.38
FlGlRA
P12.40P
l2.4lP A mola de traçAo utilizada em uma máquina deve exercer uma força essencialmente estática de 135 N. Ela deve ser enrolada corn urna Ira· ção inicial de 45 N c possuir uma rigidez de 11,0 kN/m. Determine urna combioaçilo satisfatória de D. d, N c do material do arame. Qual é o comprimento da regil\o espirada quando descarregada c quando a for· ça de 135 N é aplicada?
l2.42P A Figura Pl2.42P mostra o freio de uma cadeira de rodas cm sua posição rettalda, com uma mola de traçãoexereendo uma força de4 N. que mantém a alavanca contra o pino de parada. Quando a manivela é
FIGURA P12.42P
290
PARTE
2 • Arur.AçOv.s
movida no sentido horário o pivô A desce abaixo do eixo da mola (ficando, deste modo, "desalinhado" cm relação ao eixo da mola) c esta passa a atuar no sentido de manter a sapata do freio contra o pneu. A disponibilidade de espaço lilrlita o diâmetro externo da mola a 10 mm. Estime as dimensões necessárias fazendo a leitura cm escala do desenho. Determine uma combinação satisfatória para D , d, N, material do arame e comprimento livre da região espiralada da mola.
Seção 12.10 12.43
Um feixe de molas semi-clíptico similar ao mostrado na Figura 12.25 possui quatro lãtrlinas, cada umafabricadadcaçocom 0,1 x 2 in c tendo as propriedades s, = 180 ksi, S, = 160 ksi c S" = 80 ksi. A última figura inclui as corrcçõcs apropriadas para as dimensões e a qualidade da superfície. O fator de concentração de tensões K1 (que é devido à concentração de tensão nos grampos e no furo central) é de 1,3. Utilize o modelo simplificado de ''placa triangular". (a) Qual é o comprimento total necessário à mola para que ela possua uma rigidez de 75 lblin (isto é, 75 lb aplicadas na dircção do eixo da mola causam uma deformação de 1 in no centro)'! (b) Na condição de operação, a mola suportará uma carga estática (aplicada na dircção do eixo geométrico) P, supcrposta a uma carga dinâmica que varia de + P/2 a -P/2. Qual é o maior valor de P que propiciará uma vida infinita, com um fator de scg..rança de 1,3'!
(a) A carga se alterna quando o trailer transita cm urna pista acidentada. Estime a carga alternada, quando supe.rposta à condição da mola totalmente carregada, que tenderia a causar urna eventual falha por fadiga. (b) Qual seria a defomJação máJtima da mola quando carregada confomle descrito no item (a)'! (c) Qual é a energia absorvida pela mola ao se deformar da carga mírlima até a carga máJtima quando carregada conforme descrito no item (a)'! (d) Até que valor poderia a carga alternada ser aumentada se apenas 10·' ciclos de vida fossem requeridos'!
Seções 12.11-12.12 12.49P A Figura P 12.49P mostra um prendedor de cabelos ("rabo-de-cavalo")
com a forma de um peixe que utiliza uma mola de torção helicoidal para ajudar a fixar um rabo de cavalo de diâmetro inferior a 30 mm. Admita que a força exercida na ponta do prendedor quando fechado seja de aproximadamente 0,25 N. A mola possui D = 4 nun, d = 0,4 mm e cinco espiras. O prendedor deve apresentar urna abertura de no mínimo 70". Selecione um material para a mola c calcule o fator de segurança para urna mola de torção projetada para wna vida inftnita por fadiga.
[Rcsp.: 20,4 in, 130 lb] 12.44
12.45
A experiência com a mola projetada nos Problemas Resolvidos 12.4 e 12.5 indica que uma mola mais macia poderia ser desejada. Repita esses problemas resolvidos para uma rigidez de 20 N/mm. Uma liga de aço (S,, = 150 ksi, S1 = 100 ksi, S, = 70ksi) é utilizada na fabricação de um feixe de molas scmi-clíptico com cinco lâminas (cada uma com O, 1 in x 1,8 in). O fator K1 (devido à concentração de tensões nos grampos c no furo central) é de 1,2. Utilize.o modelo simplificado de "placa triangular".
Moi o hellcoodal
Dente
(a) Qual é o comprimento total necessário à mola de modo a se obter uma rigidez de 80 lblin (isto é, 80 lb aplicadas a() centro causam uma deformação (deslocamento) de 1 in no centro)'/ (b) Na condição de serviço, a mola suportará uma carga estática P (aplicada no centro) superposta a uma carga dinâmica que varia de +P a - P. Qual é o maior valor de P que pode ser aplicado de modo a garantir uma vida infinita com um fatorde segurança de 1,5'! 12.46
Um feixe de molas scmi-clíplico deve ser projetado de modo que apresente uma vida infmita contra fadiga quando a ele é aplicada uma sobrecarga (aplicada ao centro da mola) que varia entre 400 e 1200 N. O comprimento total da mola deve ser de 1 m. O aço a ser utilizado possui as propriedades: s, = 1200 MPa, s, = 1030 MPa e S" = 500 MPa. A última tensão se aplica às cargas de flexão alternada e é corrigida para dimensões e condições da superficic. A concentração de tensão no furo central é tal que K1 = 1,3. (a) Estime os valores apropriados de h c b para a mola obedecendo à proporção b = 50h. (b) Com base na aproJtimação trapezoidal similar à mostrada na Figura 12.27 b, qual será a dcfomJação no centro da mola quando uma carga de 1200 N for aplicada'!
12.47
Um feixe. de molas, na forma de uma elipse completa, opera nonnalmcntc com uma carga que flutua entre 100 c 200 lb, porém deve ser projetado para uma sobrecarga que flutua entre 100 c 300 lb. O comprimento total da mola é de 24 in, h= 0,1 in, K1 = 1,.3, e o aço a ser utilizado possui as propriedades: S, = 180 ksi, s, = 160 ksi eS, = 80 ksi (este valor corresponde à dimensão real c às condições de superfície). (a) Dctcnniltc a largura total b necessária. (b) Mostre através de um diagrama u. -cr. o "ponto de operação" para (1) a máquina desligada c a mola suportando apenas uma carga estática de 100 lb, (2) as cargas nomllllmentc aplicadas c (3) o projeto com as sobrecargas aplicadas. (c) Determine a rigidez da mola.
12.48
Um feixe de molas scmi-clíplico para uso em um trailcr leve deve ser fabricado de um aço com S, = 1200 MPa, S, = 1080 MPa c um lilrlite de fadiga totalmente corrigido de 550 MPa. A mola tem 1,2 m de comprimento e possui cinco lâminas com espessura de 5 mm c largura de 100 mm. O fator K1 = 1,4. Quando o trailcr é totalmente carregado, a carga estática aplicada ao centro da mola é de 3500 N.
Clt)
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---(h)
FIGURA P12.49P
U .SOP A Figura Pl2.50P mostra um prendedor cuja extremidade tem a forroa de uma boca cheia de dentes. O prendedor utiliza uma mola de torção helicoidal de aço que prende a extremidade de um tubo de pasta de dentes. Uma força de aperto F = 4,5 lb é suficiente para um rubo de pasta de dentes de fomlll regular(~ 2 in de largura). A boca do grampo possui aproJtimadaroente 1,25 in de comprimento c tem uma abertura de cerca de 45" quando aperra o tubo de pasta de dentes enrolado. Determine o diâmetro D da mola e o número N de espiras, e admita que o diâmetro (á) do arame urili, ado seja de 1 mm. Admita também que a mola possa ser fabricada em espiras completas. Se, por considerações
Capítulo 12 • Molas
(u) Y1sta
291
plana
(h) Vista lateral
- \ 1.25'" \-
sobre o limite de fadiga, nãO se exerce uma tensão su:perior a um.n = 9000 MPa à mola, constate que a configuração não cxceàe essa tensão para uma posição totalmente aberta de 7(1'. Se essa condição-limite para a tensão não for satisfeita, sugira unta forma de reduzir a tensão máxima sem alterar o projeto do grampo em sua essência. 12.51
A Figura Pl2.51 mostra um par de molas de torção de aço montadas simetricamente em um arranjo convencional para suportar o peso de uma porta suspensa de garagem residencial. O eixo com 25 mm de diíl.metro é suportado por uma estrutura fixa por meio de mancais (não mostrados) em cada uma de suas extremidades e cm seu centro. Dois cabos envolvidos no entorno das polias suportam o peso da porta. (0 diâmetro de I 10 nun é medido até o centro geométrico do cabo enrolado.) Cada mola possui D = 45 mm, d = 6 mm e 120 espiras. A extensão total dos cabos a partir da condição das molas descarregadas até a configuração de porta fechada é de 2,1 m. (a) Calcule a tensão de Oexão nominal atuante nas molas na condição de porta fechada. (b) Relacione importantes fatores que levariam a tensão máxima real a assumir um valor diferente do nominal. (c) Qual é a força de sustentação propiciada por cada cabo na condição de porta fechada? Ditm. de 110 mm
Cabos
l Cab
l 12.52
FIGURA P 12.50P
12.53
Os rolos de uma janela comum de proteção contra o sol possuem molas de torção de grande comprimento que trabalham sob o mesmo princípio do suporte de porta suspensa de garagem do Problema 12.51. Para um rolo com 33 mm de diâmetro, quantaS espiras de arame de aço de seção quadrada de 1,2 mm com D = 19 mm seriam nccessãrias para propiciar urna força de içamento dajanela de 14 N com a mola enroladaem 14 voltas? Qual seria o valor da tensão máxintadeOexãoatuantena mola'!
12.54
A barra de torção do Problema 12.5 é demasiadamente longa e deve ser substituída por uma mola de torção fabricada de aço com as mesmas propriedades físicas. Existe espaço disponível para uma mola com diâmetro exteruo de até 5 in. Determine uma combinação apropriada para os valores de d, D e N. Qual é o comprimento global da seção espirada da mola proposta'1Compare o peso da mola de torçíl.o com o da barra de torção.
12.55
Repita o Problema L2.54 substituindo a barra de torção descrita no Problema 12.6 por uma mola de torção.
12.561' A Figura Pl2.56P mostra um onduladorde cabelos clétrico que utiliza uma mola helicoidal de torç.ão para fixar e moldar o cabelo contra um cilindro aquecido. A mola helicoidal apresenta um ângulo de defomJação na posição fechada o~., = 52° c um ângulo máximo de defonnação na posiçíl.o aberta 6""" = 73•, confonne mostrado ua Figura P12.56P b. A mola possui D = 6 mm e d = I mm. Selccione um material para a mola, determine o número de espiras e calcule o fator de segurança de modo que o projeto da mola propicie uma vida infinita contra fadiga. Descreva suas decisões e elabore suas justificativas. 12.57P Projete um dispositivo de fortalecimento do tipo mostrado na Figura PI 2.57P. A força necessária para girar os pegadores da posição inicial sem carga até a posição retida é F,, e até a posição final é F,~,· A rotação inicial dos pegadores é li, e eles giram de 45" a partir da posição retida até a posição final. O diâmetro do arame de aço da mola é de o diíl.metro médio da espira da mola é D = 25 mm. Considere o uso de quatro voltas para as espiras da mola. Os cabos dos pegadores são moldados a partir de um tennoplástico utilizado em engenharia. Calcule a tensão de flexão nominal para a configur.1ção de força máxima, sclecione um material específico e calcule o fator de segurança para o projeto da mola de torção que propicie uma vida infinita contra fadiga. 12.58P Pesquise na Internet e relacione as vantagens das molas cilíndricas de nitrogênio comparativamente às molas com espiras. 12.S9P Reveja o endereço htt p: 1 hMw .mwspring. com. Liste as informações necessárias ao fabricante para produzir uma mola de torção.
FlGLl\A
Pl2.51
Resolva o Problema 12.51, desta vez utilizando os dados obtidos a partir de suas próprias medidas realizadas no suporte de uma porta suspensa de garagem similar.
12.60
Compare a capacidade de absorção de energia por unidade de peso ou de volume das molas de aço fabricadas na forma de barras de torção, molas helicoidais sob compressão, molas helicoidais sob tração, molas do tipo viga em balanço de placa retangular, molas do tipo viga em balanço de placa triangular e molas de torção. Admita um arame de seção circular maciça para todas as molas, cxeeto as do tipo viga em balanço.
292
P ARTf.
2 •
APUCAÇOES
Mola helicoidal
(p)
(/1)
F'IGLRA P12.S6P
lu)
(~)
FIGLRA P 12.57P
CAPÍTULO
13
Lubri.ficaçãn e Mancais Deslisantes
............
~--------------------------------------------------
13.1 Tipo8 de Lubri.fieante8 A palavra mancai, aplicada a uma máquina ou estrutura, referese a superfícies em contato através das quais uma carga é transmitida. Em geral, quando ocorre um movimento relativo entre as superfícies, é desejável minimizar-se o atrito e o desgaste. Qualquer substância interposta às superfícies que reduza o atrito e o desgaste é um lubrificante. Os lubrificantes geralmente são líquidos, podendo ainda ser sólidos, como grafite, TFE' ou o dissulfeto de molibdênio, ou gasosos, como ar comprimido. Os lubrificantes líquidos, basicamente os óleos, são caracterizados por sua viscosidade (veja a Seção 13.5), porém outras propriedades são também importantes. Os óleos lubrificantes possuem nomes que caracterizam essas propriedades. Os óleos modernos em geral contêm um ou mais aditivos elaborados de modo a propiciar ao óleo fluidez a baixas temperaturas - os baixos pontos de fluidez; apresentam menos variação da viscosidade com a temperatura - o índice de viscosidade aumenta; não produzem espuma quando agitados por máquinas de alta velocidade - os desespumantes; resistem à oxidação a altas temperaturas - os inibidores de oxidação; evitam a corrosão de superfícies metálicas - os inibidores de corrosão; minimizam a formação de borra nos motores e reduzem a taxa com que essa borra se deposita nas superfícies metálicas - os detergentes e dispersantes; e reduzem o atrito e o desgaste quando uma camada de lubrificante completa não pode ser mantida - os aditivos antidesgaste. As graxas são lubrificantes líquidos mais espessos, de modo a propiciar algumas propriedades não-disponíveis em um lubrificante líquido isolado. Elas geralmente são utilizadas onde se deseja que o lubrificante fique em uma determinada posição, particularmente nos locais em que uma lubrificação freqüente é de difícil acesso ou muito onerosa. Em geral, por permanecer em um determinado local para propiciar a lubrificação, a graxa também serve para evitar a entrada de produtos contaminadores através das superfícies dos mancais. Diferentemente dos óleos, as graxas não podem circular e, por conseqüência, atender às fun-
ções de refrigeração e limpeza. Exceto por esta característica, espera-se que as graxas apresentem todas as funções dos lubrificantes fluidos. Uma discussão detalhada dos lubrificantes é apresentada na referência [13].
13.2 1ip08 de MmwaiiJ De~~lüsantes Diferentemente dos mancais com elementos rokmtes (Capítulo 14), onde esferas ou roletes são interpostos entre as superfícies deslizantes, os mancais deslizantes requerem o deslizamento direto do componente de sustentação da carga em seu suporte. O endereço da Internet h ttp: I /WW\~. mac h ined esign. com apresenta algumas informações gerais sobre mancais deslizantes, mancais com elementos rolantes e lubrificação. Os mancais deslizantes (também chamados de mancais planos) são de dois tipos: ( 1) mancais de munhão ou mancais de luva, que são cilíndricos e suportam cargas radiais (aquelas perpendiculares ao eixo), e (2) mancais axiais ou de encosto, que geralmente são planos e, no caso de eixos rotativas, suportam cargas na direção do eixo geométrico do eixo.
EIKO de maniVC!fa
Tampo do mancai prlnc•pal Tampo do mancai da biela
FJGUM 13.1 Mancais de encll\'ito e radiais de um eixo de manivelas. O eixo é suportado por dois mancais principais e se UJte à biela por meio do moncol ela biela. Todll\'i os três são mancais radiais (ou de buchas). Os flanges integra-
'Tetrafluoretilcno, como o Teflon da Du Pont.
dll\'i nos mancais principais (em geral chamados simplesmente de mancais) atuam como mancais axiais, que restringem o mo,imento axial do eixo.
294
PARTE
2 • Aru r.AçOv.s
A Figura 13.1 mostra um eixo de manivelas apoiado no bloco do motor por meio de dois mancais principais, cada qual consistindo de uma bucha cilíndrica e uma extremidade flangeada que trabalha como mancai axial. As regiões cilíndricas do eixo em contato com os mancais radiais são chamadas de munhão. As regiões planas posicionadas contra os mancais axiais são chamadas de superficies de encosto. Os mancais em si poderiam ser integrados ao bloco do motor ou ao cárter, todavia em geral são elementos de cascas finas que podem ser facilmente substituídos e que dispõem de superfícies de um material específico para esta utilização, como babbit ou bronze. Quando a carga radial sobre um mancai possui uma única direção, como nos mancais axiais de um vagão de carga, que suporta o peso do vagão, a superfície de apoio do mancai constitui-se apenas de uma parte da região no entorno da periferia (usualmente de 600 a 1800), resultando, assim, em um manca[ parcial. Neste livro apenas os mancais plenos mais comuns de 360• serão considerados. Quando as operações de montagem e desmontagem não exigem que um mancai seja fendido, a inserção do mancai pode ser feita como um pedaço de casca cilíndrica que é prensado no interior de um furo no bloco. Esta inserção de um mancai também é conhecida como embuchamento.
13.3 1ipo8 de Lubri~ A lubrificação geralmente é classificada de acordo com o grau com que o lubrificante separa as superfícies em deslizamento relativo. A Figura 13.2 ilustra três casos básicos.
1. Na lubrificação hidrodindmica as superfícies são completamente separadas pelo filme lubrificante. A carga que tende a aproximar as superfícies é suportada totalmente pela pressão do fluido gerada pelo movimento relativo das superfícies (como na rotação dos munhões). Neste caso o desgaste da superfície é evitado e as perdas por atrito são devidas apenas ao contato com o filme lubrificante. As espessuras típicas desses fllmes na região mais fina (representadas por hr) estão na faixa de 0,008 a 0,020 mm (0,0003 a 0,0008 in). Os valores típicos do coeficiente de atrito (f) estão na faixa de 0,002 a 0,010. 2. Na lubrificação de filme misto os picos da superfície ficam em contato de forma intermitente e ocorre um apoio parcialmente hidrodinâmico. Em um projeto bem elaborado, odesgaste da superfície pode ser suavizado. Os coeficientes de atrito geralmente ficam na faixa de 0,004 a 0,10. 3. Na lubrificação de conto mo a superfície de contato é contínua e extensiva, porém o lubrificante é continuamente " untado" nas superfícies e propicia um filme contínuo na superfície (que é renovado e absorvido), o qual reduz o atrito e o desgaste. Valores típicos de j estão na faixa de 0,05 a0,20.
(a) Hidrodinamica (superficies separadas)
(b) Filme mislo (contato local intermitente)
O tipo mais desejável de lubrificação é obviamente o hidrodinâmico, e este tipo de lubrificação é tratado com mais detalhe a partir da próxima seção. O filme misto e a lubrificação de contorno são discutidos mais adiante, na Seção 13.14. A separação completa das superfícies (conforme ilustrado na Figura 13.2a) também pode ser obtida pela lubrificação hidrostática. Um fluido altamente pressurizado, como ar, óleo ou água, é introduzido na área de carga do mancai. Como o fluido é pressurizado por meios externos, a completa separação das superfícies pode ser obtida havendo ou não movimento relati vo entre as superfícies. A principal vantagem é o atrito extremamente baixo durante todo o tempo, incluindo as operações de partida e de baixa velocidade. As desvantagens são o custo, as eventuais complicações e as dimensões da fonte externa de pressurização do fluido. A lubrificação hidrostática é utilizada apenas em aplicações especializadas. Informações adicionais são encontradas na referência (ll].
13.4 Coneeit08 Búreo8 da Lubri~ Hihodiníimiea A Figura 13 .3a mostra um mancai de munhão carregado em repouso. O espaço da folga no mancai é preenchido com óleo, porém a carga (W) comprime o filme de óleo na região inferior. Uma suave rotação do eixo no sentido horário fará com que óleo se movimente para a direita, conforme mostrado na Figura 13.3b. Uma rotação suave e contínua do eixo faz com que este fique nessa posição à medida que tenta "escalar" a parede da superfície do mancai. O resultado é a lubrificação do contorno. Se a velocidade de rotação do eixo for aumentada progressivamente, uma maior quantidade de óleo será aderida à superfície do mancai de munhão, que tentará entrar na zona de contato até que uma pressão suficientemente alta seja atingida à frente da zona de contato, provocando a "flutuação" do eixo, conforme mostrado na Figura 13 .3c. Quando isso ocorre, a alta pressão do fluxo de óleo conver3ente para a direita da posição de espessura mínima do filme (hr) move o eixo levemente para a esquerda do centro. Sob condições favoráveis, o equilíbrio é estabelecido com a separação completa das superfícies do eixo e do mancai. Esta condição caracteriza a lubrificação hidrodintimica, também conhecida como lubrificação por pelfcula espessa ou pelfcula completa. A excentricidade de equilíbrio do eixo no mancai é definida pela dimensão e, mostrada na Figura l3.3c. A Figura 13.4 ilustra a influência de três parâmetros básicos no tipo de lubrificação e no conseqüente coeficiente de atrito.
1. Viscosidade (J.L). Quanto maior a viscosidade, menor a velocidade de rotação necessária para a flutuação do munhão a uma determinada carga. O aumento na viscosidade além da necessária para estabelecer uma lubrificação de filme pleno ou hidrodinâmica produz um maior atrito no mancai pelo
(c) Contorno (contato local contrnuo e extensivo)
FlGL1lA 13.2 Três tipos básicos de lubrificação. As superfícies estão ampliadas.
Capítulo 13 • Lubrificação e Mancai& Deslisantu
295
11 (c)
(h)
a.... rOUIÇio
(lubrtfouçlo ct. contOttiO)
I
AlllrotiÇio
(fubrofiCIÇJo hodrod nl-1)
Lubrohcaçao de filme mosto
Lubrofocaçlo hrdrod~onA~m:oc~•;::::;::::::;::::::;:::::::;;...-
.--: ;;...--
fi'IIP
(voscosodede x rps
+
carga po< unoda
FIGUU 13.4 Cooficiente de atrito (e tipo de lubrificação) em runção davariável adlmenslonal J.UIIP (curva de Strlbeck).
aumento das forças cisalhantes necessárias para mover o f!lmedeóleo. 2. Velocídade de rotação (n)-2 Quanto mais alta a velocidade de rotação, menor será a viscosidade necessária para fazer "flutuar'' um munhão sujeito a uma determinada carga. Uma vez atingida a condição de lubrificação bidrod inâmica, um aumento na rotação produzirá mais atrito no manca! devido ao aumento da taxa com a qual o trabalho é realizado na distribuição do filme de óleo. 3. A carga unitária do mancai (P), que é definida como a carga W dividida pela área projetada do mancai (determinada pelo produto do diâmetro D pelo comprimento do manca! L). Quanto menor a carga unitária do mancai, menor a rotação e a viscosidade necessárias para fazer "flutuar" o munhão. Uma redução adicional na carga do mancai não produz uma redução correspondente na força de arrasto por atrito no mancai. Assim, o coeficiente de atrito do mancai, que é a relação entre a força de arrasto por atrito e a carga radial W, aumenta. Os valores numéricos para as curvas mostradas na Figura 13.4 dependem dos detalhes do projeto do manca! específico. Por ' Nos cálculos envolvidos na lubrificação a rotação n é expressa em rotações por segundo. (Isso é necessário para que haja eonsistCncia oom as unidades de viscosidade. que envolvem segundos.)
FICLJU 13.3 Lubrificação do mancai do munhão. As !olgas do mancai estão exageradas.
exemplo, quanto mais lisas as superfícies mais fino será o filme de óleo necessário para uma completa separação das irregularidades das superfícies e, portanto, menores os valores de p.n/P correspondentes ao ponto A. A folga ou o ajuste do munhão no mancai apresenta uma importante influência. Isto deve ser espc> rado quando se considera que o mecanismo para se atingir a pressão fluida hidrodinâmica para suportar o eixo requer que este gire excentricamente no manca!. Observe que a obtenção da lubrificação hidrodinâmica requer três condições: L Que o movimento relativo das superfícies seja separado. 2. A "ação de cunha", estabelecida pela excentricidade do eixo. 3. A presença de um fluido apropriado. O esporte de esqui aquático apresenta uma analogia interessante com a lubrificação de mancais hidrodinâmicos, na qual os três fatores para estabelecê-la são obtidos (I) pela velocidade de avanço do esquiador, (2) pelo efeito "cunha" formado pelas superfícies do esqui (dedos dos pés para cima e calcanhar para baixo) e (3) pela presença da água. Levando essa analogia um pouco além, observe que a curva de p,niP da Figura 13.4 também é aplicável a este caso. Por exemplo, se uma pessoa tenta esquiar com os pés descalços, a carga unitária P se toma muito alta. Para que o valor de pn/P necessário seja mantido, o produto da viscosidade pela velocidade deve ser mais alto de forma correspondente. Se fosse possível, o preenchimento do lago com um fluido mais viscoso poderia ajudar, porém a solução mais prática é aumentar a velocidade. Apenas com o entendimento do princípio da lubrificação hidrodinâmica apresentado até agora o leitor será capaz de entender por que os mancais de munhão são aplicados com muito sucesso nos mancais dos eixos de manivelas dos motores de combustão interna modernos, ao passo que eles não têm sido muito satisfatórios (sendo substituídos por mancais de rolamento) nos apoios dos eixos de vagões e locomotivas. O eixo de manivelas de um motor de combustão interno gira suavemente (produzindo a lubrificação de contorno) apenas na partida do motor - e, portanto, as cargas nos mancais são pequenas porque não há cargas de combustão. lão logo o motor dê a partida, o efeito da combustão aumenta significativamente as cargas nos mancaisporém, a rotação também aumenta o suficiente para estabelecer a lubrificação hidrodinâmica, mesmo com o carregamento mais alto. Além disso, o pico das cargas de combustão é de curta duração, e os efeitos inerciais c de compressão transientes evitam
296
PA11T~ 2 • At'U('.Aç0F.~
~h
u"' .E!!.
&• AG
oode c; 6 o módulo dt elastlcldlde transwrul (h)
""'
onde 11t 1 vi!Cosldllde absoluta (t)
Na conaoçao ~ tQu•lltwlo, o torqut prOduz um desloctmtnto t16~tlco, 6, no elemento llthdo
r
Ne condlçiO de equlllbrio, o torque r prOduz uma veloc•dade de fluxo lom•n11, U, no elemento fluido
que o filme de óleo seja tão comprimido quanto seria se o pico fosse constante. Por outro lado, os mancais dos eixos dos vagões devem suportar o peso total do vefculo quando parado ou se movimentando lentamente. Uma ocorrência comum quando os trens de carga utilizam mancais de munhão é a necessidade de duas locomotivas para dar a partida a um l!'elll que seria facilmente aciooado por uma única locomotiva que atingisse uma velocidade suficiente para estabelecer a lubrificação hidrodinâmica nos mancais.
FIGURA 13.5 Analogia entre o móchtlo de elasticidade transversal (de um sólido) e a viscosidade (de um Ouido).
A unidade de viscosidade no sistema inglês é libra·segundo por polegada ao quadrado, ou reyn (em homenagem a Osbome Reynolds, a quem o número de Reynolds também é devido). No sistema internacional de unidades (SI) a viscosidade é expressa em newton·segundos por metro quadrado, ou pascal·segundos. O fator de conversão entre os dois sistemas é o mesmo das tensões: (13.2)
A Figura 13.5 ilustra a analogia entre a viscosidade ~de um fluido (também chamada de viscosidade dinâmica ou viscosidade absoluta) c o módulo de elasticidade transversal G de um sólido. A Figura 13.5a mostra uma bucha de borracha colada entre um eixo fuw e um alojamento externo móvel. A aplicação de um Iorque Tao alojamento sujeita um elemento da bucha de borracha a um deslocamento fixo, conforme mostrado na Figura 13.5b. (Nota: Esse tipo de bucha de borracha é comurnente utilizado no pivô fixo de um feixe de molas, conforme mostrado na Figura 12.25.) Se o material entre o alojamento e o eixo concêntrico for um fluido newtoniano (como é o caso de muitos óleos lubrificantes), a condição de equilíbrio do elemento estabelecerá uma velocidade constante, conforme mostrado na Figura 13.5c. Este resultado é decorrente da aplicação da lei de Newton a fluidos viscosos. Esta lei estabelece um gradiente linear de velocidades ao longo da fina espessura do filme lubrificante, oom camadas moleculares de fluidos adjacentes às superfícies separadas tendo as mesmas velocidades que essas superfícies. Pela Figura 13.5c, a equação para a visoosidade (absoluta) pode ser expressa por Flr
AU
O reyn e o pascal· segundo são unidades muito grandes. As· sim, o microreyn (JLTCyn) e o milipascal·segundo (mPa·s) são mais comumcnte utilizados. A unidade métrica-padrão original, ainda com ampla utilização pela Literatura, é o poíse. 3 Definido de forma conveniente, um centipoise é igual a um milipascal·segundo (I cp = I mPa·s). A viscosidade de um fluido pode ser medida de diversas formas, incluindo o uso de um aparato padronizado baseado na Figura 13.5. De forma alternativa, a viscosidade de um líquido é algumas vezes determinada pela medição do tempo necessário para urna dada quantidade do líquido escoar através de uma abertura precisa pelo efeito da gravidade. No caso dos óleos lubrificantes, um dos instrumentos utilizados é o Viscosímetro Universal Saybolt, e as medições da viscosidade são designadas como segundos Saybolt, ou por qualquer das abreviações: SUS (Saybolt Universal Seconds), SSU (Saybolt Seconds Universal) e SUV (Saybolt Universal Viscosity). Uma rápida reflexão revela que essas medidas não representam viscosidades verdadeiras, urna vez que a intensidade da gravidade da Terra puxando o líquido
z. em ' 'ez ele /A. pata representar a viscosidade expressa em poises ou ocntipoises. Por c:onvtniência. a ICU'a gregap. c! empregada neste texto como sfmbolo paru a viscosidade c:m todas as unidaclcs. ' Algumas referências utilinun com freqUência
(13.1)
Capítulo 13 • Lubrificação e Mancais Desli::antes
para baixo é influenciada por sua massa específica. Assim, um líquido de alta massa específica flui através do viscosímetro mais rapidamente que um líquido de massa específica menor com a mesma viscosidade absoluta. A viscosidade medida por um viscosímetro do tipo Saybolt é conhecida como viscosidade cinemática, definida como a relação entre a viscosidade dividida pela massa específica: Ví~cosidade
cinemática =
viscos sdad~:
abso luta
(13.3)
Suas unidades são comprimento2/tempo, como, por exemplo, cm2/s, a qual é chamada de stoke e cuja abreviatura é St. As viscosidades absolutas podem ser obtidas a partir das medidas realizadas em um viscosímetro Saybolt (tempo S, em segundos) pelas equações f..l(mPa · s. ou cp) =
(0,22S - S180)P
(13.4)
e J.L{J.I
onde p é a massa específica em gramas por centímetro cúbico (que é numericamente igual à gravidade específica). Para os óleos derivados do petróleo a massa específica a 60•F (15,6"C) é de aproximadamente 0,89 g/cm3• Para outras temperaturas a massa específica vale p
= 0,!19
- 0,00063(vC -
15.6)
= 0,89 - 0,00035("F - 60)
massn especffica
180)
s
(13.5)
p
297
(13.6a) (13.6b)
onde p tem as unidades de gramas por centímetro cúbico. A Sociedade de Engenheiros Automotivos americana (SAE - Society ofAutomotive Engineers) classifica os óleos de acordo com suas viscosidades. As curvas de temperatura versus viscosidade para os óleos típicos classificados pela SAE são representadas na Figura 13.6. Um óleo especial pode possuir características tais que se afastem significativamente dessas curvas, já que as especificações SAE definem uma série contínua de bandas de viscosidade. Por exemplo, um óleo SAE 30 pode ser apenas um pouco mais viscoso do que o óleo SAE 20, "o mais espesso", ou apenas um pouco menos viscoso do que o óleo SAE 40, "o mais fino". Além disso, cada banda de viscosidade é especificada para apenas uma temperatura. Os óleos SAE 20, 30, 40 e 50 são especificados a lOOOC (212•F), enquanto os óleos SAE 5W, lOW e 20W são especificados a - 1s•c (O"F). Os óleos de múltiplos graus devem apresentar especificação de viscosidade para anlbas as temperaturas. Por exemplo, um óleo SAE lOW-40 deve
Tomperlluro I f)
80
100
120
140 160
180 200
220 240 260 280
IW 3 2
to2 5
3 2
lO
.
:.g
~
.
5
.l
4
I
3
j"
2
!
'5
I
!'!
.
l
~
>
1,0 0.9 0,7 0,6 0,5 0.4 0,3 Temperllun 1 Cl
FIGt;RA 13.6 Curvas de viscosidade ver$u$ temperatura para os óleos SAE graduados típicos.
298
PAR1T.
2 •
APUCAÇ0f.S
satisfazer às especificações de viscosidade do óleo IOWa - I 8
3. A Figura 13.6 estabelece com precisão suficiente as curvas de viscosidade versus temperatura para os óleos SAE numerados. Análi&e: 1. Pela Eq. I 3.6a,
p = 0,89 - 0,00063( I00 - 15,6) = 0,837 g/cm3
2. Pela Eq. 13.4,
°
18 Jo.837 58 8.08 mPa · s (ou 8,08 cp)
,.._ - [ (0,22)(58) -
3. Pela Eq. 13.5.
p. -
0, 145[(0.22)(58)-
18
5~]0.837
= 1, 17 p.reyn PnODLDIA REsOLVIDO 13.1 Viscosidade e 4. Pela Figura 13.6, a viscosidade a 10Ü"C está próxima da de um óleoSAE40.
Número SAE Um óleo de motor possui uma viscosidade cinemática a I OO'C correspondente a 58 s, quando determinada por meio de um viscosímetro Saybolt (Figura 13.7). Qual é a sua correspondente viscosidade absoluta em mi1ipascal ·segundos (ou centipoises) e em microreyns? Qual é o número SAE correspondente deste óleo?
Comentárioa: Uma revisão das hipóteses revela a natureza emp!rica da viscosidade do óleo em diferentes unidades.
-
SOLUÇÁO
Conhecida: A viscosidade cinemática Saybolt de um óleo de motor. A Ser Determinado: Determine a viscosidade absoluta e o número SAE correspondentes. Esquemas e Dados Fornecidos: Borde de excesso
no rec1p.ente
Vtscosfmetro Saybolt
Oleo
Rectpiente Viscosidade cinemâttea,
58 s a lOO"C
OrtfictO
FICLl\A 13.7 Viscoslme!ro SayboiL
Hip61eaee: 1. A Eq. 13.6a é suficientemente precisa para o cálculo da massa específica do óleo de motor. 2. As Eqs. 13.4 e 13.5 são suficientemente precisas para o cálculo das viscosidades absolutas nas unidades centipoise.~ e microreyns.
A variação da viscosidade com a temperatura nos óleos de móltiplos graus, como o SAE 1OW-40, é menor do que a dos óleos derivados de petróleo que possuem um único grau de utilização (como o SAE 40 ou o SAE lOW). A medida da variação da viscosidade com a temperatura é o índice de viscosidade (abreviado como / V). A primeira escala do índice de viscosidade utilizada de forma generalizada foi proposta em 1929 por Dean e Davis.• Naquela ocasião, a menor variação da viscosidade com a temperatura ocorreu nos óleos crus refmados na Pensilvânia, e a maior variação ooorreu nos óleos refinados do petróleo bruto da Costa do Golfo. Assim, para os óleos da Pensilvânia foi designado o valor 100 para o IV, e para os óleos da Costa do Golfo o valor O. Os outros óleos foram designados com valores intermediários. (Muitos leitores reconhecerão que este procedimento é similar à escala de octanagem das gasolinas, que é definida arbitrariamente entre os valores zero e 100 para os combustíveis hidrocarbonetos mais e menos propensos à detonação que eram conhecidos na época dessa definição.) Uma base atualizada para a escala do índice de viscosidade é fornecida na Especificação D2270 ANSUASTM. Os lubrificantes que não são derivados do petróleo possuem índices de viscosidade que variam dentro de uma ampla faixa de valores. Os óleos de silicone, por exemplo, apresentam uma variação relativamente pequena de sua viscosidade com a temperatura. Assim, seus Cndices de viscosidade ultrapassam significativamente o valor 100 estabelecido pela escala de Dean e Da-
'E. W. Dean andO. H. B. Davis. "Viscosity VariationsofOils WilhTemperature", Chem. Mel. Eng.. 3ó: 618·619 ( 1929).
Capítulo 13 • Lubrificação e Mancai& Deslisantu
vis. O índice de viscosidade dos óleos derivados de petróleo pode ser aumentado, como na produção dos óleos de mt11tiplos graus, utilizando-se aditivos que propiciem esse efeito. Todos os óleos lubrificantes ficam sujeitos ao aumento de suas viscosidades com a pressão. Como este efeito geralmente só é significativo para pressões superiores àquelas encontradas nos mancais deslizantes, ele não será tratado neste contexto. Entretanto, esse efeito é importante na lubrificação elastoidrodinârnica (veja a Seção 13.16).
13.7
Eq~
Se uma pequena carga radial W for aplicada ao eixo, a força de arrasto por atrito pode ser considerada igual ao produto JW, com o torque de atrito expresso como T1
= f \VR = fi DLP)R
(c)
onde Pé a carga radial por unidade de área projetada do mancai. A imposição da carga W fará, certamente, com que o eixo fi. que um pouco excêntrico em relação à sua base. Se esse efeito na Eq. b puder ser considerado desprezível, as Eqs. b e c podem ser igualadas, fornecendo
de Petro.J1para o Atrito
nosM~
I
A análise original do atrito viscoso por arrasto, que ocorre no que agora se conhece como mancai hidrodinâmico (Figura 13.8), é creditada a Petroff e foi publicada em 1883. Ela se aplica ao caso "ideal" simplificado, no qual se admite que não ocorre qualquer excentricidade entre as superfícies de apoio do mancai e o munhão e, portanto, não ocoiTe a "ação de cunha" e o filme de óleo não tem qualquer capacidade de suportar uma carga e, conseqUentemente, nenhum lubrificante flui na direção axial. Uma expressão para o torque de arrasto por atrito viscoso é deduzida, relativamente à Figura 13.5, considerando-se todo o filme de óleo cilíndrico como um "bloco líquido" sob a ação da força F. Resolvendo a equação dada na figura para F, tem-se
,..AV
F =-h
(a )
onde F = torque de atrito/raio do eixo = TtfR A = 2TrRL V = 2TrRn (onde n é expressa em voltas por segundo)
h=
299
J.l." R 1,r --
-
p c
(13.7)
Esta é a bem conhecida equação de Petroff. Ela oferece um meio simples e rápido de se obter uma estimativa razoável dos coeficientes de atrito em mancais levemente carregados. Procedimentos mais refinados serão apresentados na Seção 13.9. Observe que a equação de Petroff identifica dois parâmetros muito importantes do manca!. O significado de JJ.nfP foi discutido na Seção 13.4. A relação R/c é algumas vezes chamada de taxa de folga, e geralmente é da ordem de 500 a 1000. Sua importância será altamente evidenciada com o estudo da Seção 13.8. PROBU:.UA REsOLVIDO 13.2 Detel'lll.lnação do Atrito no ~lancal e da Perda de Potê ncia Um eixo de 100 mm de diâmetro é suponado por um mancai com 80 mm de comprimento com uma folga diametral de 0,10 mm (Figura 13.9). Ele é lubrificado por um óleo cuja viscosidade (na temperatura de operação) é de 50 mPa·s. O eixo gira a 600 rpm e supona uma carga radial de 5000 N. Estime o coeficiente de atrito do mancai e a perda de potência utilizando o procedimento de Petroff.
SoLUç,\o
c(
onde c= folga radial=
= diâmetro dosuporte do~cal - diârnetro doeixo)
Conhecido: Um eixo com diâmetro, velocidade de rotação e carga radial conhecidos é suponado por um mancallubrificado a óleo com comprimento e folga diametral especificados. A Ser Determi nado: Determine o coeficiente de atrito do mancai e
Substituindo e resolvendo para o torque de atrito, obtém-se
a perda de potencia.
Lquenuu e Dado• Fornecido~: (b)
5000 N
L=aomm--.1 FlGL11A 13.9 :\1ancal de deslizamento para o Problema Reselvldo 13.2.
Hipóte1e1: 1. Não existe excentricidade entre o mancai e o munhào, e não há FIGURA 13.8 Mancai de deslizamento descarregado utilizado para a análise de Petroff.
flW
300
PARTF.
2 •
A!'UCAÇOES
An4lile: 1. Com as hipóteses precedentes, a equação de Petroff toma-se apropriada. Pela Eq. 13.7,
Pa · s)( 10 rps) 50 mm r- 2.,-, (0.05_..:;.5000 x -- o.o1ss ;;.;:..:_ N , 0.05 rnm -
O, I X 0.08
1
/ m-
2. O torque de atrito T1 = f WD/2 = (0,0158)(5000 N)(O,I m)/2 = 3,95 N·m. Nota: ( I) O torque 7j poderia também ser obtido pela Eq. b. (2)
O mesmo valor calculado de T1 seria obtido utilizando qualquer valor de W, porém quanto maior a carga maior odesvio da hipótese de Petroff de excentricidade nula. 3. P01ência = 21TT1n = 21T(3,95 N·mXIOrps) = 2A8N·mls= 248W. Comentório1: em uma situação real poderia ser necessário verificar se ao dissipar 248 W a temperatura média do óleo no mancai conti1
~~~a a ser consistente com o valor da viscosidade utilizada nos cá!-
~
13.10).5 O furo de óleo foi realizado para testar o efeito da adição de um lubrificador nesse ponto. Tower ficou surpreso ao descobrir que quando o dispositivo de teste foi opemdo sem o lubrificador instalado, o óleo escoou para fora do furo! Ele tentou bloquear esse fluxo pela fixação de uma rolha e de bloqueadores de madeira no buraco, porém a pressão hidrodinâmica os forçou para fora. A essa altura Tower conectou um medidor de pressão ao furo de óleo e, cm seguida, realizou as medidas experimentais das pressões do filme de óleo em diversas regiões. Ele então descobriu que o somatório das pressões hidrodinâmicas locais, multiplicado pela área diferencial projetada do mancai, era igual à carga suportada pelo mancai. A análise teórica de Reynolds conduziu à sua equação fundamental da lubrificação hidrodinâmica. A dedução a seguir da equação de Reynolds é aplicável ao escoamento unidimensional entre placas planas. Esta análise também pode ser aplicada aos mancais com munhões, pois seus raios são muito grandes em comparação com a espessura do filme de óleo. O escoamento unidimensional admitido considera desprezível o vazamento lateral do mancai e é aproximadamente válido para mancais com
arelação UD maior que cerca de 1,5. A dedução se inicia com a
13.8 teoria do Lub~ Hidrodiniimha
equação de equilíbrio das forças atuantes na direção x do elemento fluido mostrado na Figura 13. 11.
A análise teórica da lubrificação hidrodinâmica está delineada no estudo de Osbome Reynolds, do labomtório de investigação
(a)
dos mancais utilizados em vias férreas na Inglaterra por Bcauchamp Tower durante os primeiros anos da década de 1880 (Figura que se reduz a Oroficto de entrtda dt ól.o
dp
iJT
dx
iJy
-=-
Meneei PIICIII dt b
(b)
Na Eq. 13.1 a quantidade FIA representa a tensão cisalhante ntuante na superfície superior do "bloco". Na Figura 13.1 1 esse "bloco" é reduzido às dimensões de um elemento diferencial de altura dy, velocidade u e gradiente de velocidade da base ao topo du. Fazendo-se essas substituições naEq. 13.1 tem-se r = ~J.(dul
'0. Reynolds, "On the Theory of Lubrication and lts Applications to Mr. F'lGtiU 13.10 Representação esquemática do experimento d e Beaucluun.p
Tower.
Bcaucbamp Tower's Experimcnts", PhiL Trans. Roy. Soe. (Londres), 177: 157· 234 (1886).
Lub
Fluxo do lubrohc.,tt
Coordel\ldH tenpnCIII a •
rtdtal•, lXIII•:
FICLR.~ 13.11 Pressão e forças 'Vi-sas atuantes em um elemento do lubrlfican· te. Por simplicidade, apenas a.~ compo· o entes na
Capítulo 13 • Lubrificação e llfancais DesiU:antes 301 dy), todavia nesse caso u varia tanto com x quanto com y c, por-
tanto, uma derivada parcial deve ser utilizada: iJII 'T = J.L iJy
(c)
De forma análoga, .,. varia tanto com x quanto com y c, portanto, a derivada parcial Hay é utilizada na Figura 13.11 e na Eq. a. Por outro lado, admite-se que a pressão não varie nas direções y e z e, portanto, a derivada total dpldx deve ser utilizada. A substituição da Eq. c na Eq. b fornece
Mantendo-se x constante e integrando-se duas vezes em relação ay, tem-se
termo, ilustrada por uma linha tracejada na Figura 13.12, e (2) uma distribuição parabólica superposta expressa pelo primeiro termo. O termo parabólico pode ser positivo ou negativo e, portanto, pode ser somado ou subtra!do da distribuição linear. Na seção onde a pressão é máxima, dpldx = Oe o gradiente de velocidade é linear. Seja Q1 o volume de lubrificante por unidade de tempo que escoa através da seção que contém o elemento da Figura 13.11. Para uma largura uni!ária na direção z, tem-se Uh 2
lf dp
(e)
12J.L dx
Para um lubrificante incompressível, a taxa de escoamento deve ser a mesma para todas as seções transversais, o que significa que dQI
I (dp -iJ11 =-y éJy J.L dx
-= 0
+c, )
dr
Assim, derivando-se a Eq. e, obtém-se e (d)
A hipótese de não-deslizamento entre o lubrificante e as superfícies do contorno fornece as condições de contorno necessárias para a determinação de C, e C2:
(13.9)
t~=Uemy=h
u =O em y =O,
Logo, , dp 2
ou
lÚ
A substituição desses valores na Eq. d fornece hy)
u
+ ")'
(13.8)
que é a equação representativa da variação da velocidade do filme lubrificante através de qualquer plano yz em função da coordenada y, do gradiente de pressão dp/dx e da velocidade U da superfície. Observe que essa distribuição de velocidade consiste em dois termos: (I) uma distribuição linear dada pelo segundo
Munhlo &~rante
Mancai estacoon•oo FlctRA 13.12 Gradiente de •·elocldade no lubrificantL
que é a clássica equação de Reynolds para escoamen1o unidimensional. Resumindo as hipóteses que foram consideradas: o fluido é newtoniano, incompressível, de viscosidade constante e não está sujeito a forças inerciais e gravitacionais; o fluido apresenta um escoamento laminar, sem qualquer deslizamento nas superfícies do contorno; o filme é tão fino que (I) a variação da pressão ao longo de sua espessura é desprezível e, (2) comparativamente, o raio do munhão pode ser considerado infinito. Quando o escoamento do fluido na direção zé incluído (isto é, escoamento axial e vazamento nas extremidades), um desenvolvimento similar fornecerá a equação de Reynolds para escoamenro bidimensional:
!lp) a.,
-ii (") -ilx
J.L
p) - 6U -ilh +ii- ("' - ilii: J.L ilz iiA
(13.10)
Os mancais modernos tendem a ser mais curtos do que os utilizados há algumas décadas. As relações entre o comprimento e o diâmetro (UD) estão geralmente na faixa de 0,25 a 0,75. Como conseqüência, o escoamento na direçãoz (e um vazamento nas extremidades) representa a maior parte de todo o escoamento. Para esses mancais curtos, Ocvirk L5) propôs que fosse desprezado o termo em x na equação de Reynolds, o que resultou na equação (13.11)
302 P.mm 2 •
A••ur.AçOF.~
1.0
o
0,9
0,1
0,8
0,2
0.7
0,3
0.6
0,4
-RI ..
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;: o ~
.. 'ª
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E E
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0.5
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i... j
0,4
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1.!
0,3
ii
>
0.2
0.8
0.1
0.9
l.O 6 Número caracterlstíco do mancai, S •
8 10
(~r 7
l'lGliiA 13.13 Carta para a vari>he1 espessura núnittta do filme !7].
DiferentementedasEqs.l3.9e 13.10,aEq.l3.ll poderealmente ser integrada e, assim, ser utiliz.ada para efeito de projeto e análise. O procedimento é geralmente conhecido como aproximação de Ocvirk para mancais curtos.
13.9 Carto.fh ProJeto para MIUU!GÜ Hidrodlnlin&kos As soluções da Eq. 13.9 foram inicialmente desenvolvidas na
primeira década do século XX. Embora apenas teoricamente apli· cáveis aos mancais "infLDitamente longos" (isto é, sem vazamento
nas extremidades), essas soluções davam resultados razoavelmente bons para mancais com relação UD superiores a cerca de 1,5. No outro extremo, a solução de Ocvirk para mancais curtos, baseada naEq. 13.11, é suficientemente precisaparamancaiscom relação UD.até cerca de 0,25, e geralmente é utilizada para fornecer aprox1mações razoáveis para mancais na faixa comumente encontrada de UD entre 0,25 e 0,75. As soluções numéricas da equação completa de Reynolds (13.1 O) foram reduzidas à forma de gráficos (cartas) por Raimondi e Boyd [7). Essas cartas oferecem soltações precisas para mancais de todas as proporções. Algumas cartas seJecionadas são reproduzidas nas Figuras 13.13 até 13.19. Outras cartas de Raimondi e Boyd se aplicam a mancais parciais (que se estendem apenas no entorno de 60•, 120° ou 1800 da circunferência do munhão) e a mancais axiais. Diversas grandezas fornecidas nas cartas aqui utilizadas são ilustradas na Figura 13.20. Todas as cartas de Raimondi e Boyd fornecem gráficos dos parâmetros adimensionais dos mancais em função do número caracrerlsricodo mancai (também adimensional), ou variável de Sonune~eld,S, onde
"~urnero ' •. do mancai. S = caractcn,ttco
(R)ZJ.I.Il c
p
Observe que o númeroS é igual ao produto do parâmetro previamente discutido, J.I.IÚP,6 pelo quadrado da taxa de folga, R/c. O eixo S, nas cartas, é logarítmico, exceto para uma região linear entre Oe 0,01. As Figuras 13.18 e 13.19 admitem que o lubrificante é fornecido ao manca! à pressão atmosférica e que a influência na taxa de escoamento de qualquer furo para entrada de óleo ou entalhes é desprezível. A viscosidade é admitida constante, e seu valor corresponde à temperatura média entre a do óleo que flui e a do manca!. Os valores de quaisquer das variáveis de desempenho do mancai representadas nas Figuras 13.14 até 13.19 podem ser determinados para qualquer relação UD superior a \4 utilizando-se a seguinte equação de interpolação fornecida por Raimondi e Boyd [7), y = _I
.
(LID)3
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[-!(I_ !::..)(I_2L)(I _4L)>· 8 D
D
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2~( 1 - ~)() - ~}~~~l
'Em que n t expresso em l018ÇCks por segundo.
(13.U)
Capítulo 13 • L ubrificação e Mancais Desli::antes
200
100
50 40
..
....., ~ 30 ~
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0,02
0,04
0,08 0,1
0,2
0,4 0,6 0,8 1,0
Número caracterlstlco do mancai, S
~ (~
2
ty
FIGURA 13.14 Carta para a Yar iável coeliclente de atrito [7].
-;;; "O 'õ
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Q; 0::
O, I
Nümero car&eteriSIICO do maocal,
s~ (f
r7
FIGGR-\ 13.15 Carta para a determinação da pressão máxima do filme [7).
4
6
8 10
303
304
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
o
0,01
0.02
0,04 0,06
0.1
0,4 0.6 0.8 1,0
0.2
2
4
6
8 lO
N~mero caracteti511CO do mancai. S • (~r y •Definido na FljjUtl 13.20
FIGURA 13.16 Car ta para a d eterminação da posição da espessura mínima do fdme, h• [7].
100 90
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80
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70
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60
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o
0.01
0.02
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0,4 Número e<~racterrstíco do mancai,
0,6 0.8 1.0
s ~ (~r ~I
• Oef1n1do na Figura 13.20
FIGURA 13.17 Carta para as posições de pressão máxima do fdme e término do filme [7].
Capítulo 13 • L ubrificação e Mancais Desli::antes
6
4
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2
o
0,02
0.04
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0,2
0,4 0.6 0,81.0
NUmero carac-teristtco do mancai. S =
2
(~r y
FJCURA 13.18 Carta para a variável nuxo (7].
1.0 0.9
0.8 0.7 t;:;IC~
li
.... ... ~
., ;
0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0.1
o FIGURA 13.19 Carta para a relação entre o nuxo lateral e o nuxo total (7).
6
8 lO
305
306 PAJm: 2 •
AruCAçOES
w
! •
~ 3000
rpm
FtCLliA 13.21 Mancai de desUzameoto para o Problema Resolvido 13.3.
11
2. O lubrificante i fornecido ao mancai à pressão atmosférica. 3. A influência de qualquer furo de entrada de óleo ou ranhuras no fluxo de óleo t desprezível 4. A viscosidade i admitida como constante e correspondente à média do fluxo de óleo que entra ou sai do manca!.
Pre$$10 m6dot do tolme • P • ~'
FICL liA I 3.20 Dlagr8Jlla p6lar da dlsti'lbulçã6 da pressAó dó filme tnostrand6 a notaçllo utlllutda.
Análise: 1. Pelos dados fornecidos, tem-se: D = 2 in, R = I in, L = I in, c= O,OO tS in,n = SO rps e W = 1000 lb.
w
1000
= LD = (I )(Z) = 500 psi 1.1. = I X lO 6 rcyn
2. P
onde y é a variável de desempenho desejada para qualquer relação UD superior a '>4 e y,.. y,, y., e y,. são os valores daquela variável para os mancais com relação UD de oo, I, Yz e '>4, respectivamente.
=
13.21)
SoUJÇÃO Cot~hocido: Um mancai lubrificado por óleo, possuindo comprimento, diâmetro e folga radial conhecidos, supona um eixo com rotação e carga radial também conhecidas.
A Ser Detemunado: Determine a espessurd mínima do filme de óleo, o coeficiente de atrito do mancai, a pressão máxima no filme de óleo, os ãngulos "'· e a taxa total de fluxo de óleo, a fração da taxa de fluxo que representa o fluxo de óleo recirculado e a fração do novo fluxo que deve ser introduzida para recompletar o óleo perdido por vazamento lateral.
e,..... e..,.
E1quenuu e Dado• Fornecidos: Veja a Figura 13.21. Hip6te1e11 I. As condições do mancai são de regime permanente, com uma carga radial de amplitude e direção fixas.
= O, IS
3. Utilize S O, 18 e UD = 0,5 como entrada em todas as canas e use as unidades de polegada, libra e segundos de forma consistente. Pela Figurd 13.13, hJc = 0,3, logo h,= 0,00045 in. (Note que esse mancai está na "faixa ótima" - mais informações sobre isso e sobre os valores aceitáveis de h0 podem ser encontm· das no Problema Resolvido 13.4, Seção 13.13.)
PROBLEMA REsOLVIDO 13.3 Mancai d e Desllzamento Lubrifteado or Óleo Um mancai de deslizamento (Figura de 2 in de diâmetro, I in de comprimento e 0,00 I 5 in de folga radial suporta uma carga fixa de I000 lb quando o eixo gira a 3000 rpm. Ele é lubrificado por óleo SAE 20, fornecido à pressão atmosférica. A tempera tu rd média estimada do filme de óleo é de 13Ü"F. Utilizando as canas de Raimondi-Boyd, estime a espessura mínima do filme de óleo, o coeficiente de atrito do mancai, a pressão máxima no filme de óleo, os ãngulos >, e..-.J>. e e,o. e a taxa total de escoamento através do mancai; a fração dessa taxa de escoamento que representa o fluxo de óleo recirculado; e a fração do novo fluxo que deve ser introduzido para recompletar o vazamento lateral.
10...,)(50) 500
Pela Figura 13.14, (R/c)/= 5,4, logo,f= 0,008. Pela Figura 13.15, Plp...., = 0,32, Jogo, p,., = 1562 psi. Pela Figurd 13.16, > = 40". Pela Figurd 13.17, 8, 0 = 54• e epmh = I 6, 9". Pela Figura 13.18, Q/RcnL = 5,15, logo, Q = 0,39 inl/s. Pela Figura 13.19, Q/ Q = 0,81, assim o vazamento lateral que deve ser recompletado por um "novo" óleo representa 81% do fluxo; os 19% remanescentes são circulados. Comentário~: ~ imponante lembrar que a análise aqui desenvolvida utilizando as canas de Raimondi e Boyd é aplicável apenas à operação em regime permanente com uma carga de amplitude e direção fixas. Os mancais sujeitos a cargas flutuantes rápidas (como nos mancais do eixo de manivelas dos motores à combustão) podem su· ponar muito mais os picos instantâneos de carga do que os indicados pela análise em regime permanente, uma vez que não há tempo suficiente para o filme de óleo ser comprimido antes de a carga ser reduzida. Esta ocorrência é algumas vezes chamada de fen6meno de es· magamenro do filme. Ele causa um aparente "enrijecimento" do fil. me de óleo quando é comprimido, ficando ainda mais fino. O efeito de compressão do filme é o mecanismo de lubrificação principal nos mancais de pino sujeitos a pulsos (mostrado na Figura 13.25), onde o movimento relativo é oscilatório ao longo de um pequeno ângulo.
-
Um problema algumas vezes encontrado nos mancais de alta velocidade sujeitos a cargas leves é uma instabilidade dínOmíca, que faz com que o centro do eixo orbite em relação ao centro geométrico do mancai. Esse "rodopio" do eixo pode iniciar uma
Capítulo 13 • Lubrificação e llfartcais Deslisarttes
307
Buche do meneei !metade supenorl
F IGURA 13.22 Mancais com anel lubrlticador. (Cortesia da Companhia Reli4nce Electric.)
vibração destrutiva, geralmenJe a uma freqüência. de cerca de metade da velocidade de rotação. Veja as referências [2), [11) e [12]. Uma forma de tratar este problema é apoiar o eixo em mancais com superjlcies inclinadas.' Esses mancais são freqüentemente utilizados em turbomáquinas.
13.10 ProiJimento do Lubrifieante A análise hidrodinâmica precedenJe admite que o óleo flui para o interior do mancai pelo menos tão rápido quanto ele vaza pelas extremidades. Os principais métodos de suprimento desse óleo são descritos brevemente a seguir. Veja a referência [4] e outras para informações adicionais .
Anel Lubrij icador O anellubrificador mostrado na Figura 13.22 é usualmente cerca de uma vez e meia a duas vezes maior que o diâmetro do munhão ao qual ele é fumemente seguro. Quando o eixo gira, o anel carrega óleo para a parte superior do eixo. Nele que a bucha do mancai deve possuir um entalhe no topo para permitir que esse óleo seja mantido sobre o munhão. Se a carga atuanle no mancai atua basicamente de cima para baixo, a remoção de parte da área da região superior do mancai não será prejudicial. A experiência tem mostrado que os anéis lubrificadores são muito efetivos. Colar Lubrif icador Um arranjo bem similar ao anterior utiliza um colar rígido fixado ao eixo. Esse colar é imerso em um reservatório de óleo em sua parle inferior e carrega óleo para a região superior, onde ele é lançado em um pequeno reservatório superior em cada um de seus lados. Dali o óleo flui por gravidade, através de furos, para a superficie do mancai.
Lubrif icafão de Esguicho Em algumas máquinas o óleo esguichado por componentes que se movimentam rapidamente pode ser canalizado para pequenos reservatórios acima do mancai. Além disso, pequenas "colheres de óleo" fixadas sobre os componentes giratórios também podem imergir no reservatório principal de óleo e captar o óleo que flui do interior dos mancais. Alguns leitores reconhecerão este como o método de lubrificação utilizado nos primeiros motores à combustão dos autom~ veis. Banho de Óleo O termo banho de óleo usualmenJe se refere ao óleo que está sendo suprido em virtude de o munhão estar parcialmente submerso no reservatório de óleo , como é o caso do mancai parcial utilizado em vias férreas mos trado na Figura 13.10. Deve-se tomar cuidado com a lubrificação por banho de óleo para evitar a geração de uma turbulência excessiva e o batimento de um volume significativo de óleo, causando perdas excessivas por atrito viscoso e a possibilidade de queima do lubrificante. Orifícios e Ranhuras de Óleo A Figura 13.23 mostra uma ranhura axial utilizada para distribuir o óleo na direção axial. O óleo entra na ranhura através de um oriffcio e flui por efeito da gravidade ou sob pressão. Em geral, essas ranhuras não podem ser realizadas nas áreas sujeitas ao carregamento, pois a pressão hidrodinâmica diminui para valores próximos de zero nas ranhuras. Essa caraclerísticaé ilustrada na Figura 13.24, onde a ranhura
-H._··--'-""-" -6-o;;.;;,...;;::;;=. ·~ }- -::::
' A Seç!io 13.15 apresen1a uma breve discussão sobre os mancais a.
de aço Mete"•' do mancel
.----------... ~,,- &se
l===::::::;=;:===to.:;,~c.., de 6leo
Ranhure u•al
FlCLliA 13.23 ~1ancal com entalhe axW.
308
PAJm: 2 • AruCAçOF.S
Em muitos motores de automóveis as passagens dos furos realizados na biela são eliminadas e os pinos são lubrificados por esguicho. Este processo é menos oneroso e tem-se provado totalmente efeti vo.
13.11 Dwipofdo de Calor e 'Jernperatura de Equilíbrio do n~nre de Óleo
Ftr.ulA 13.24 Mancai com ranhura circuolereoclal, mostrando seu eleito na dlstrlbu.lção da pressão.
circunferencial divide o manca! em duas metades, cada uma tendo uma relação UD um pouco menor do que a metade desta relação para o manca! sem a ranhura O desenvolvimento dos padrões de ranhuras para uma distribuição adequada do óleo sobre toda a área do mancai sem alterara distribuição da pressão hidrodinâmica pode ser o principal problema a ser resolvido em algumas aplicações.
Bomba de Óko O procedimento mais positivo de suprimemo de óleo é através de uma bomba. A Figura 13.25 mostra o sistema de lubrificação alimentado por pressão de um motor à combustão de pistões ou do mecanismo de um compressor. O óleo alimentado pela bomba preenche as ranhura~ circunferenciais dos mancais principais. Furos realizados no eixo de manivela conduzem o óleo dessas ranhuras para os mancais da biela. Ranhuras circunferenciais nos mancais da biela se ligam a furos raiados na biela que conduzem o lubrificante até os pinos pulsantes.
P~mdeclleo
no lnrer~e< do biela'
Sob condições de equilíbrio, a taxa com a qual o calor é gerado em um manca! é igual à taxa com a qual o calor é dissipado. É fundamental que a temperatura do filme de óleo na qual ocorre este equilíbrio seja satisfatória. As temperaturas na faixa de 71 <>C (160"F) são comumente utilizadas; em geral, temperaturas acima de 93"C até 121 "C (200"F até 250"F) não são satisfatórias devido à possível deterioração dos lubrificantes derivados de petróleo e ao dano de alguns materiais utilizados na fabricação de mancais. (Lembre-se, a temperatura máxima do filme de óleo pode ser significativamente mais alta que a temperatura média.) A potência de atrito absorvida por um mancai é realmente calculada a partir do torque de atrito e da rotação do eixo (veja as Eqs. 1.1 e 1.2). A parcela dessa potência (calor) dissipada pelo óleo é igual ao produto da taxa de fluxo (Q,) pelo aumento da temperatura do óleo (temperatura externa menos temperatura interna do manca!) e pelo calor especifico volumétrico cp (calor específico multiplicado pela massa específica). Para os óleos derivados do petróleo a temperaturas normais de operação dos mancais, os valores aproximados são MPa
cp - I ,J6--;;c
llO~ 2 in °F
O aumento da temperatura do óleo pode também ser estimado utilizando as cartas desenvolvidas por Raimondi e Boyd [7). A temperatura do óleo na condição de equilibrio térmico depende da efetividade eom a qual o calor é transferido para o ambiente externo. Para mancais autocontidos, como aqueles que utilizam um anellubrificador, um colar Jubrificador ou um banho de óleo, o cálculo da temperatura média do filme deóleoé usualmente um processo grosseiro, e dados experimentais relativos às condições reais de operação devem ser obtidos para aplicações específicas com uma análise crítica em relação a um possível superaquecimento. Para uma estimativa grosseira, aplica-se a equação 11 - CA(t,,
Ranhure corcunlerenc111 no meneei fl(oncrpal
1.,)
da qual H
I
~
mano~la
Onfo:oo possacem no e1xo de Ranhv,. e.•cunlerenc:tal no moncel do munl'olo da man•~la Renhura Clrtunfetenel31 no mancai proncopal ·se omo11d1. o mancai do p•no do postlo serj lub,frcado PC< esaulcho
FlGLRA 13.25 Passagens de óleo em um motor de pistão ou comprtlssor.
(13.13)
t,.
= '" + (.)\
(13.14)
onde H = é a taxa temporal de dissipação de calor (watts) C = é o coeficiente global de transferência de calor (watts por hora por metro quadrado por grau centígrado)
Capftulo 13 • Lubrificação e hlaru:ais Deslisante• 309 Tabela 13.1 Estimativas Aproximadas do Coeficiente de Transferência de Calor C para os .\lancais Autocontidos C, Wlm'·•C)IBtulh ·R' ·' F)J•
Típ
Ar calmo
Ci«ulaçilo Médía de Ar
Ar se Movimentando a SOO fpnt
Anclou colnrdcólco Reservatório de óleo
7,4( 1,3) 9,6 ( I ,7)
8,5 ( 1,5) 11,3 (2,0)
11,3(2,0) 17,O (3,0)
----
' 1 Btu é equivalente a 778 fHb.
A
= é a área da superfície exposta da base do mancai (metros quadrados)
r. = é a temperatura média do filme de óleo ("C) r. = é a temperatura do ar nas vizinhanças da base do mancai (•C)
Os valores de C para algumas condições representativas são fornecidas na Tabela 13.1. Os valores de A para os blocos de mancais com bucha de cascas separadas, como o mostrado na Figura 13.22, são algumas vezes estimados como 20 vezes a área projetada do mancai (isto é, 20DL). Novamente, o leitor deve ficar atento ao fato de que os valores de r. calculados a partir desses valores podem diferir consideravelmente dos reais experimentados por uma instalação específica.
13.12 Materiaü 00. ManeaüJ Com uma lubrificação por filme espesso, qualquer material com resistência compressiva suficiente e superfície suave poderia ser adequado para a fabricação de um mancai. O aço, por exemplo, poderia ser um bom material. Porém, durante a partida e a parada esses mancais ficam sujeitos a uma lubrificação porfilme fino, e o munhão (usualmente de aço) seria danificado, a menos que o material do mancai resista ao emperramento e à soldagem com o material do munhão. Além disso, quaisquer partículas estranhas maiores que ho que estejam presentes no óleo danificarão a superffcie do munhão, a não ser que elas possam ser envolvidas em um material relativamente macio do mancai. Assim, as seguintes propriedades são importantes para os materiais dos mancais. 1. Propriedades mecdnicas. Conformidade (baixo módulo de elasticidade) e deformabilidade (fluxo plástico) para aliviar as altas pressões locais causadas pelo desalinhamento e deformação do eixo; capacidade de ser embutido ou maciez ao entalhe, para permitir que pequenas partfculas estranhas fiquem seguramente envolvidas no material, protegendo, assim, o eixo; e baixa resist€nciaao cisalhamento, para facilitar o alisamento das asperezas da superfície. Ao mesmo tempo o material deve possuir resist€ncia compressivo e resist€ncia à fadiga suficiente para suportar a carga e resistir à flexão repetida que acompanha o carregamento cíclico (como nos mancais dos motores à combustão) - e os materiais dos mancais devem possuir essas propriedades nas temperaturas de operação da máquina. 2. Propriedades térmicas. Condutividade térmica para dissipar o calor das regiões localizadas de contato metal-metal durante a partida e do filme lubrificante durante a operação normal;
coeficiente de expansão térmica não muito diferente da do material do suporte do mancai e do munhão. 3. Propriedades metalúrgicas. Compatibilidade com o material do munhão em relação ao entalhe, à soldagem e ao emperramento. 4. Propriedades qufmicas. Resist€ncia à corrosão pelos ácidos que podem se formar durante a oxidação do lubrificante e por contaminações externas (como os gases de escapamento do motor à combustão). Os materiais mais comuns para os mancais são os babbitts, tanto à base de estanho (89% Sn, 8% Pb e 3% Cu) quanto à base de chumbo (75% Pb, 15% Sb e 10% Sn), e as ligas de cobre, principalmente cobre-chumbo, bronze-chumbo, estanho-bronze e alumínio-bronze. O alumfnio e a prata também são utilizados extensamente. Os babitts são insuperáveis em conformabilidade e na capacidade de ser embutidos, porém possuem resistência compressiva e à fadiga relativamente baixas, particularmente acima de cerca de 77•C (170•F). Os babbitts raramente podem ser utilizados acima de aproximadamente 121OC (2500F). Uma camada superficial metálica geralmente é aplicada a uma casca fina de aço. Com os mancais de babbitt a deformação de flexão da casca é independente da espessura do revestimento de babbitt; a resistência à fadiga é mais alta quando o revestimento de babbitt é muito fino - da ordem de 0,5 mm (0,020 in) para mancais convencionais e 0,13 mm (0,005 in) para os mancais principais e da biela nos motores automotivos, com os últimos apresentando uma resistência à fadiga muito alta. Algumas vezes, uma fina cobertura de babbitt (cerca de 0,025 mm, ou 0,001 ln) é adicionada aos mancais fabricados de outros materiais de modo a combinar a maior capacidade de suportar cargas desses materiais com as características de superfície mais desejáveis do babbitt. A borracha e outros elastômeros são bons materiais para os mancais em aplicações como eixos propulsores de navios que operam submersos. Esses mancais são usualmente estriados e retidos por uma casca metálica. O fluxo de água através do mancai permite que a areia e pequenas partículas sejam eliminadas com um dano mínimo.
13.13 Projeto de Marum. Hidrodinamieos O Problema Resolvido 13.3, na Seção 13.9, ilustrou a análise de um determinado mancai hidrodinâmico. O projeto de um mancai desse tipo requer procedimentos consideravelmente mais elaborados, que necessitam de todo o conhecimento apresentado neste capítulo, até este ponto, além de uma orientação empírica como a descrita a seguir. (Como no caso do projeto de muitos componentes de máquina, apenas o material básico pode ser incluído neste texto, existindo ainda muito a ser estudado na literatura específica referente ao projeto de mancais.) Carregamento unitário. A Tabela 13.2 resume os valores representativos comumente utilizados. Observe a influência dramática do fenômeno de esmagamento do filme, mencionado na conclusão da Seção 13.9. Como o pico das cargas aplicadas aos mancais de um motor é de curta duração, as correspondentes pressões atuantes nos mancais podem ser da ordem de dez vezes os valores utilizados nas aplicaç.ões em que as cargas são constantes.
310
PAI1TF. 2 • AI'UCAC0f:S
Tabela 13.2 Faixas de Carga Unitária Utilizadas nos
~1ancais
Taxa de folga (c!R, ou 2c/D). No caso de mancais de precisão com diâmetros de munhão entre 25 e 150 mm, a taxa d R é usualmente da ordem de 0,00 I. Para os mancais menos precisos, essa taxa tende a ser maior - até cerca de 0,002 para mancais de máquinas de uso geral e até 0,004 para máquinas cujas operações são grosseiras. Em qualquer projeto específico a taxa de folga situa•se em uma faixa de valores, dependendo das tolerãncias adotadas para o munhão e do diâmetro do mancai.
com Buchas na Prática Corrente Carga Unitária P ApUcação Cargas r~lativatMnle estacion4rios Motores el~tricos Twbinas a V3pOr Redutores de engn:nagens Bombas eentrfrugas Cargas com flutuaçõ~s rdpidas Motores a diesel Mancais prineipais Mancais das bielas Motores a gasolina utilizados nos automóveis
=IV..JW
MPa
psi
0,8-1,5 I,G-2,0 0,8-1.5 0,6-1,2
120-250 15G-300 120-250 IOG-180
6-12 8-15
90G-J700 ))5(}...2300
4-5 IG-15
60G-750 170G-2300
1. A menor espessura do ftlme de óleo deve ser suficiente para
Mancais principais Mancais das bielas
Relações UD dos mancais. Atualmente, as relações entre 0,25 e 0,75 são mais utilizadas, e nos casos de máquinas mais antigas a média dessa relação é próxima da unidade. Relações maiores (mancais maiores) correspondem a menos vazamento nas extremidades e a uma necessidade reduzida de fluxo de óleo; assim, relações maiores implicam o aumento da temperatura do óleo. Mancais menores são menos susceptíveis ao carregamento indesejável de bordo causado pela deformação e pelo desalinhamento do eixo. Em geral, o diâmetro do eixo é determinado pelos requisitos de resistência e deslocamentos, e o comprimento do mancai é determinado de modo a propiciar uma capacidade adequada ao mancai. Valores aceitáveis de ~Jo. A menor espessura do fLime de óleo aceitável, ho. depende do acabamento superficial. Diversas recomendações empfricas são encontradas na literatura. Por exemplo, Trumpler [12) sugere a relação ho ?. 0,0002
+ 0,()()0()4/)
ou
(h0 e D em polegadas)
(13.15) 2:
0.005 + 0,()()()().+1)
Listam-se a seguir alguns fatores importantes a serem considerados no projeto de um mancai com lubrificação hidrodinâmica.
(h" c IJ cm milímetros)
Esta equação seria utilizada com um fator de segmança apropriado aplicado à carga. Trumpler sugere FS = 2 para cargas estacionárias que possam ser calculadas com razoável precisão. Entretanto, a Eq. 13.15 é aplicável apenas a mancais que possuam uma superfície de munhão finamente polida, cuja rugosidade pico-vale não seja superior a 0,005 mm, ou 0,0002 in; que possua bons padrões de precisão geométrica- dimensões circunferenciais sem arredondamentos, sem conicidades axiais e sem ondulações, tanto circunferenciais quando axiais; e que atendam a bons padrões de limpeza do óleo. Para os mancais sujeitos a cargas de flutuação rápida (como nos mancais dos motores), os cálculos simplificados baseados na hipótese de que os picos de carga permanecem constantes podem fornecer valores calculados de ho da ordem de um terço dos valores reais. Este fato deve ser levado em conta ao se utilizar critérios empíricos como o expresso pela Eq. 13.15. Alguns cálculos mais realísticos para mancais desse tipo consideram o fenômeno de esmagamento do filme de óleo e estão fora do escopo deste livro.
garantir a lubrificação com um filme espesso. Utilize a Eq. 13.15 como referência e considere o acabamento superficial e a flutuação da carga. 2. O atrito deve ser tão baixo quanto possível, consistente com uma espessura adequada para o filme de óleo. Tente manter a operação do mancai na "região ótima" da Figura 13.13. 3. Assegure-se de que uma fonte adequada de óleo limpo e suficientemente resfriado esteja sempre disponível na entrada do mancai. Esta condição pode requerer uma alimentação forçada, a provisão de um resfriamento especial ou ambos. 4. Assegure-se de que a temperatura máxima do óleo é aceitável (geralmente abaixo da faixa de 93• até 121"C ou 2()()<> até 250"F). 5. Assegure-se de que o óleo admitido no mancai seja distribuído ao longo de todo o seu comprimento. Esta condição pode exigir que ranhuras sejam realizadas no mancai. Se assim for, as ranhuras devem situar-se longe das áreas onde o carregamento é mais alto. 6. Selecione um material disponível para a fabricação do mancai de modo a propiciar uma resistência suficiente na temperatura de operação, uma conformabilidade suficiente e uma resistência à corrosão adequada. 7. Verifique o projeto global relativo ao desalinhamento e às deformações do eixo. Se forem excessivos, mesmo um projeto de mancai adequado apresentará problemas. 8. Verifique as cargas do mancai e o tempo gasto durante a partida e a parada do sistema. As pressões desenvolvidas durante esses períodos deverão preferivelmente ser inferiores a 2 MPa, ou 300 psi. Se houver longos períodos de tempo com operações a baixa velocidade, os requisitos de lubrificação por filme fino devem ser considerados (Seção 13.14). 9. Assegure-se de que o projeto é satisfatório para todas as combinações razoavelmente previstas de folga e viscosidade do óleo. A folga durante a operação será influenciada pela expansão térmica e por eventuais desgastes. A temperatura do óleo e, portanto, a viscosidade são influenciadas por fatores térmicos (temperatura do ar ambiente, circulação de ar, etc.) e por possíveis alterações do óleo com o tempo. Além disso, o usuário pode alimentar o sistema com um óleo de grau mais leve ou mais pesado do que o especificado. PROBLE.~lA REsoLVIDO 13.4P Proje to de um Mancai Deslizante Lubrificado por Óleo
I I
Um mancai deslizante (Figura 13.26) de um rotor de turbina a vapor com giro de I 800 rpm supona uma carga gravitaCional constante de 17 kN. O diâmetro do munhão foi estabelecido como 150 mm, de
Capítulo 13 • L ubrificação e Mancais Desli::antes modo a propiciar uma rigidez suficiente ao eixo. Um sistema de lubrificação com alimentação forçada fornecerá óleo SAE 10, controlado para uma temperatura média de filme de 82''C. Determine uma combinação possível para o comprimento e a folga radial do mancai. Determine também os correspondentes valores do coeficiente de atrito, da perda de potência por atrito, da taxa de fluxo de óleo que vai para o mancai e que vem do mancai, e do aumento da temperatura do óleo através do mancai.
SOLUÇÃO Conhecido: Um mancai lubrificado a óleo de diâmetro fornecido s uporta o eixo do rotor de uma turbina a vapor com vel.o cidade e carga radial conhecidas. A Ser Determinado: Determine o comprimento e a folga radial do mancai. Estime também os valores c.orrespondentes do coeficiente de atrito, da perda de potência por atrito, das taxas de fluxo e do aumento de temperatura do óleo. Esquemas e Dados Fornecidos:
S
=
JJ..II p
(!!.)2 c
0,0:\7 _ (6,3
X
+ 0.00004( I50) = 0,0 11 mm
t
" ; 1800rpm
r-._____, c=?mm
f
=? Q, ; ?
1.-- L;? mm _..j
Potência perdida = ? Aumento da temperatura do óleo ; ?
FIGURA 13.26 Mancai de deslizamento do Problema Resolvido 13.4.
Decisões e Hipóteses: 1. A partir da faixa de I a 2 MPa para as cargas representativas dos
2. 3.
4. S. 6. 7.
2
Pode-se comparar este valor com a espessura mínima de filme calculada utilizando um fator de segurança de 2 aplicado à carga e adnútindo um "caso extremo" de c= 0,15 mm:
D; 150mm y : ·75mm·- ·
3
10- Pn · s)(30 rev/s) (75 mm ) 1,5 1 I X I 0 6 Pa c mm
Logo, c= 0,138 mm (c/R = 0,00184). Analogamente, paraS= 0,35 , c= 0,0448 mm (c!R= 0,00060). Observa-seque essas taxas de folga são da ordem de 0,00 I e, portanto, estão de acordo com as orientações fornecidas nesta seção. 3. Antes de se decidir sobre uma faixa de tolerância apropriada para a folga mdial, deve-se calcular e representar graficamente as funç.õ es h,, f, Q e Q., que dependem de c. Isto deve ser feito estendendo-se o valor de c para ambos os lados da faixa ótima. Os valores da Tabela 13.3 são representados graficamente na Figura 13.27. 4. A Figura 13.27 parece indicar uma boa opemção para o mancai em uma faixa de folga radial entre cerca de 0,04 e 0,15 mm, porém uma verificação deve ser feita com a Eq. J 3. J5:
Ir ii: 0.005
W; 17 kN
!
311
mancais com bucha unitária fornecida para os mancais de turbinas a vapor na Tabela 13.2, selecionearbitrariamenteacarga unitária P = 1,6 MPa. Os parametros do mancai são selecionados para a faixa ótima de operação. A condição de operação do mancai é a de regime estacionário com uma força mdial de amplitude e direção fixas. O Jubrific.ante é fornecido ao mancai na pressão atmosférica. A influência de qualquer furo de alimentação de óleo ou ranhum na taxa de fluxo é desprezível. A viscosidade é constante e corresponde à temperatura média entre o óleo que flui pam o mancai e o que flui do mancai. O calor total gerado no mancai é dissipado pelo ó leo.
A nálise do Projeto: 1. Baseado na decisão I , onde P = 1,6 MPa, L = 17.000 N/[(1,6 MPa)(150 mm)]= 70,83 mm. Arbitrariamente, arredonda-se este valor para cima, ou seja, L= 75 mm, o que fornece uma relação UD = \-2 para o uso conveniente das cartas de Reirnondi e Boyd. (Nota-se que a relação UD de \-2 é compatível com a prática corrente utilizada em mancais de turbinas.) Com L = 75 mm, ovalor de P pode ser calculado como 1,5 11 MPa. 2. AFigura 13. 13 mostra que paraUD = \-2 a f.tixaótimade operação está entreS = 0,037 e S = 0,35. A Figura 13.6 fornece a viscosidade do óleo SAE 10 a 82•C como sendo de 6,3 mPa·s. Substituindo os valores conhecidos (correspondentes aos contornos da região ótima) na equação de S tem-se
S = (6.3
X10- 3)(30) (_}J__)2 = 0,() 156
(1 ,51 1 X 106)(2) 0, 15
hr/c = 0.06,
ho = 0,009 mm
Este valor é menor que os 0,011 mm requeridos pela Eq. 13.1 5. Entretanto, a especificação inicial de uma tempemtura média de 82"C para o filme de óleo foi um tanto quanto irreal e utilizada apenas com o objetivo de simplificar o problema. A alta taxa de fluxo de óleo associada a c = 0,15 mm normalmente resultaria em uma temperatura do filme de óleo mais baixa (e, portanto, em viscosidades mais altas) do que a obtida para folgas de mancai menores. Entretanto, um gmu "mais pesado" de óleo poderia ser especificado quando o desgaste aumentar a folga do mancai. Um cálculo com o óleo SAE 20 (também a uma temperatura média do filme de 82•C) indica que a espessura mínima do filme com c = 0,15 e carga radial de duas vezes 17 kN seria de aproximadamente 0,012 mm. S. Até este ponto pode-se fazer um j ulgamento sobre as tolerâncias entre os diãmetros do munhão e do mancai. A especificação desses diãmetros de modo a se obter uma faixa de folgas mdiais entre 0,05 e 0,07 mm permitiria a ocorrência de um apreciável desgaste sem levar a opemção do mancai para fora da "região ótima". O aumento das tolerâncias para uma faixa de folga entre 0,05 e 0,09 mm pode favorecer uma fabricação mais econômica. TolerJncias iniciais ligeiramente maiores, como na faixa de 0,08 a O, J 1 mm, diminuiriam as perdas por atrito e fariam com que o mancai operasse a tempemturas mais baixas. 6. Retornando-se às curvas da taxa de fluxo de óleo da Fig ura 13.27, deve-se lembrar q ue estas admitem q ue o óleo está sempre disponível na entrada do manca! à pressão atmosférica; os fluxos calculados são gerados pelo próprio mancai. A bomba de óleo utilizada nesse sistema de alimentação forçada deve fornecer uma taxa de fluxo igual ao vazamento pelas laterais, Q... exatamen te para atender à demanda do mancai. O fornecimento de óleo ao mancai a pressões acima da atmosférica propiciará um aumento no fluxo. Como conseqüência, qualquer partícula de óleo em particular absorverá menos calor ao fluir através do mancai. Observe que a diferença entre duas das curvas de fluxo de óleo representa um fluxo circunfe.rencial ou recirculado, e esta diferença varia de forma insignificante com a folga.
312
PARTE
2 •
A PLIC.AÇOF.S
Tabela 13.3 Valores Relativos ao Problema Resolvido 13.4
c (mm)
1..,_ ~
"' E...; ·=-~ É "".,u. on ·-
-
·-
0:: 'O "'
!
'!_
P
<'
1,7 14
(),0 I 52
36.0 16.0
0.0096
0.0 188 0,0 190
0,428
0,47
0,0448
0,342
0.05
0.274 0.140
0,425 0,37
0, 15 0,18
IJ.Il (
f
0,762
0. 138
•S =
!!-rc c·
0,04
0.13
~
h o (mm)
0.76 0,59
0.09 0, 11
CJ)
llr/cb
0.02 0,03
0.07
y
Qd
s•
0 .085
0.26 0.195
0.0177
12.80()
0.37
21.800 31.600
0.56
12.200
4,65
0.68 0,72
2 1.500 26.100
0.76
31.700 52. 100
.1.8 4,3
4.700
10.0
0.0064 0.0053
8,7 7,3
0,0052 0,0049
4,8 4,95
36.300 41.800
4.4 3. 1
0.00-1 1 0,0037
5.25
62.000 82.800
0.84 0.88
72.800
0.0034
5.55 5,6
103.000
0.91 0.92
93.800 113.000
5.65 5,7 5,75
131.600
0.93 0.94 0,95
122.400
0 .0 185
o.o 182
0.057 0.041
0,15 0.12
0,0 156
2.3 1,9
0 .036 0,030 0,021
0.1 1
0.0 I 52
1.75
0.0032
0, 10 0,08
0,0 150 0 ,0 144
1,6 1,3
0.0032
c5 r mm
(mn1'1/s)
Q/Q'
RcnL
0.0 176 0,0 165
= (6.3 X 10-l Pa • >)(30 rev/s) 1,551 X Jo<' Pa hpeJa Figu1·a 13.13. c Pela Figura 13. 14. d l'eln Figura 13.18. • Pela Figura 13. 19.
Q,
Q
(mm 3/s)
0,0033
0.0031
5.45
122.900 144.300 174. 700
135.600 165.900
= 6.8544 X 10-> c2
c mm
ajuste mais acentuado. Para a faixa de folgas de interesse, isso ocorre para c = 0,04, e, nessa situação,
200
...~E
Torquc de atrito. T1 = W.fD/2 = ( !7.000 N)(0,0053)(0. l50 m)/2 6.76N · rn
~
I
Pela Eq. 1.2,
3
100
~
, . . Potencta de atnto
3
=
11
!I
~
• (>
r, totee ra
(1800)(6.76) 9549
=
1.27 kW
Hf Ar--Q,cp
Ar
= (taxa de calor) (
I
mxa de n uxo
)(
I ) calor especifico volumétrico
( N·m)( 21.5 s10 m )( 1.36m2 x•c
= 1270- s= 43.4"C A maior sensibilidade da taxa de fluxo de óleo com a folga radial sugere que o desgaste possa ser monitorado pela verificação da taxa de fluxo a uma fonte de pressão constante (ou pela verificação da pressão da fonte de suprimento através de uma bomba de óleo com taxa de fluxo constante.) 7. A potência perdida por atrito para qualquer folga de operação pode ser calculada utilizando os valores do coeficiente de atrito da Tabela 13.3 ou da Figura 13.27. Um ponto de particular importância é que a maior perda está relacionada ao mancai com
=
8. Conforme admitido, o calor de 1,27 kW gerado no mancai é dissipado pelo óleo, e este óleo é fornec-i do ao mancai à pressão atmosférica (conservadom em relação a um sistema com alimentação forçada). O aumento de temperatura do óleo ao fluir através do mancai será, então, determinado como
definido na Figura 13. 13
FIGURA 13.27 Problema Resolvido 13.4. Variação de h., f, Qe Q, com c (p., n, L, D e W mantidos constantes).
nT 9549
X
6
3
)
X 106 N
Para uma temperatura média de 82•C, o óleo teria que ser fornecido a aproximadamente60"C e sair do mancai a I03•C . Essa condição é parcialmente satisfatória. Se a folga radial for aumentada apenas ligeiramente- para 0,05 mm, por exemplo- a tempemtura máxima diminuirá significativamente devido à redução da perda por atrito combinada com o aumento na taxa de fluxo de óleo. Entretanto, para as taxas de fluxo de óleo pressurizado superiores à taxa de fluxo natural, o aumento da temperatum é mais baixo de forma correspondente.
Capítulo 13 • Lubrificação e Mancais Desli::antes 9. As características a seguir parecem representar uma solução razoavelmente boa. Comprimento do mancai = 75 mm. Folga radial = 0,05 a 0,07 mm. (O limite de 0,07 pode ser ligeiramente aumentado, dependendo das considerações sobre o custo de fabricação.) Potência perdida= 1,18 a 0,99 kW. (Observe que a potência perdida para diversas folgas é proporcional ao coeficiente de atri-
to.) Taxa de fluxo de óleo (Q,) = 31.700 a 52.100 mm'/s. Aumento da temperatum do óleo = 27,3 a 13,9•C. (Os cálculos relativamente rápidos são deixados para o leitor.)
Comentários: 1. Com a força da gmvidade do rotor carregando o mancai apenas em sua região inferior, o óleo deve ser admitido e distribuído pela parte superior. A distribuíção axial do óleo poderia ser completada por uma ranhura, conforme mostrado na Figura 13.23. Uma vez que toda a parte superior do mancai jamais será carregada, essa ranhum poderia ser bem larga, talvez abrangendo os 180• da parte superior. Esta condição produziria um mancai parcial de 180•, com a vantagem da redução do arrasto viscoso nessa parte. As curvas específicas de Raimondi e Boyd pam mancais parciais [7) seriam, então, aplicadas. 2. É especialmente importante que todas as passagens de óleo estejam limpas durante a montagem do mancai. Um filtro de óleo '!Propriado deve ser utilizado. 3. E desaconselhável para o mancai do rotor de uma turbina a vapor que sua carga em repouso e durante as operaç ões de partida e parada seja tão alta quanto a carga em regime. Entretanto, como esta carga está abaixo de 2 MPa e admitindo que nenhuma operação freqüente nem prolongada a baixa velocidade é prevista, esta seria uma situação aceitável. 4. Algumas turbinas de grande porte utilizam mancais hidros táticos para evitar a lubrificação de contorno durante as operações de partida e de parada. Em alguns casos a bomba de alta pressão utilizada para gerar a pressão hidrostática pode ser desligada durante a velocidade de operação, fazendo com que a lubrificação hidrodinâmica possa ocorrer. (Normalmente, uma bomba de baixa pressão poderia ser ligada com o objetivo de produzir uma fonte de óleo positiva, conforme especificado no problema resolvido.)
13.14
Lubri~
de Contorno e de
FUme Muto A Figura 13.2 mostrou uma representação conceituai das lubrificações de contorno e de filme misto. Suas correspondentes curvas defversus JJJI/P foram apresentadas na Figura 13.4. Mesmo com a lubrificação de contorno de superfícies extremamente lisas, o contato real se estende apenas ao longo de uma pequena fração da área total. Isso significa que em áreas de contato bem localizadas existem pressões muito altas e temperaturas instantâneas muito elevadas. Quando nessas áreas as superfícies metálicas ficam desprotegidas, o atrito é considerável e a superfície, em geral, pode ser destruída rapidamente. Felizmente, mesmo sob condições atmosféricas ordinárias, óxidos e outros filmes protetores se formam sobre as superfícies metálicas. A introdução de graxa, óleo, grafite, dissulfeto de molibdênio e outros permite que se forme um filme na superfície que propicia alguma "lubrificação". Esses filmes são relativamente fracos em relação ao cisalhamento; assim, os filmes sobre os picos da superfície e as asperezas tendem a romper por cisalhamento, com
313
novas camadas de filme se formando quando as antigas ficam gastas. Com a lubrificação por filme misto, apenas parte da carga é suportada pelos picos sólidos cobertos por ftlme; o equilíbrio é obtido hidrodinarnicamente. Os esforços da pesquisa continuada são direcionados ao desenvolvimento de novos lubrificantes - e novas combinações de materiais de superfície e lubrificantes - , resultando em um aumento da resistência ao revestimento adesivo (veja a Seção 9.9) e em uma redução do atrito. A lubrificação de contorno é geralmente obtida pela modificação do mancai. Exemplos comuns são os mancais de metais " sinterizados". Esses mancais são feitos pela compressão de um metal em pó (usualmente cobre e estanho, ou ferro fundido e cobre) na forma desejada, seguindo-se o aquecimento a uma temperatura entre os pontos de fusão dos dois metais. A matriz porosa resultante permite que o mancai seja impregnado de óleo "como uma esponja" , antes de ser colocado em operação. Durante o uso, o óleo flui pela superfície em resposta ao aquecimento e à pressão - em seguida ele retorna pela matriz porosa quando a máquina é desligada. U m outro exemplo é o
entalhe da superfície de um mancai rígido (não-poroso) para produzir um efeito de batidas, com os entalhes da superfície propiciando um espaço de armazenamento para lubrificantes sólidos ou semi-sólidos. Alguns materiais utilizados nos mancais, como grafite e diversos plásticos, os tomam autolubrificantes devido a seus naturalmente baixos coeficientes de atrito com superfícies metálicas lisas. Os plásticos, como náilon e TFE, com e sem aditivos e filtros, são amplamente utilizados para situações de cargas e velocidades moderadas. Duas limitações dos mancais de plástico merecem registro: ( l) o "fluxo frio'' ocorre para cargas pesadas, e (2) eles tendem a ficar mais aquecidos do que os mancais metálicos que geram o mesmo calor por atrito devido a suas baixas condutividades térmicas. Essas desvantagens são menos pronunciadas quando o material plástico do mancai está na forma de um revestimento colado fmo. Embora a lubrificação de contorno esteja geralmente associada aos mancais, o mesmo fenômeno ocorre com o movimento relativo das roscas de um parafuso, com o acoplamento dos dentes das engrenagens, com o deslizamento de um pistão em um cilindro e com as superfícies deslizantes de outros componentes de máquinas. Os mancais que se utilizam de metais porosos são geralmente projetados com base na disponibilidade do produto da pressão pela velocidade, ou fato r PV. Para um determinado coeficiente de atrito este fator é proporcional ao calor por atrito gerado por unidade de área do mancai. Um valor máximo de 50.000 (psi X fps) para PV é comumente aplicado a mancais com metais porosos. Para operações de longa duração com alto valor de PV ou para altas temperaturas, deve-se prever o uso de óleo adicional. O óleo pode ser aplicado a qualquer superfície, quando então será puxado ao interior por ação capilar. Um reservatório de graxa próximo ao mancai também pode ser efetivo. Nos casos em que uma longa vida é desejada sem qualquer provisão de lubrificante adicional, o valor de PV pode ser reduzido pelo menos à metade. A Tabela 13.4 fornece algumas recomendações detalhadas adicionais. Com exceção dos três primeiros materiais para mancais listados na tabela, eixos de aço temperados e polidos devem ser utilizados para resistir ao desgaste. Os valores tabulados são, algumas vezes, ligeiramente superiores, sacrificando a vida em operação do mancai. A Tabela 13.5 fornece as correspondentes recomendações de projeto para os mancais não-metálicos.
314
PARTF. 2 a Arur.AçOv.s
Tabela 13.4 Limites de Oji!eração dos ;\1ancais Metálicos Porosos com Lubrificação de Contorno [3] Carga P Dinâmica
CargaP Estática Material
PV
(ksi)
MPa
(ksi)
m/s
(fpm)
MPa •m/s
(ksi • fpm)
55
(8)
24 138 345 69 72
(3,5) (20) (50) (lO) (10,5) (4) (4)
14 5,5 28 55 21 17 7 14
(2) (0,8) (4) (8)
6.1 7,6 1.1 0.2 2.0 4.1 4.1 6.1
(1200) (1500) (225)
1.8 2. 1 1.2 2.6 1.0 1.2 1.8
(50) (60) (35) (75) (30) (35) (50) (50)
MPa
Bronze Bronze-chumbo Cobre-ferro Cobre-ferro temperável Ferro Bronze- ferro Chumbo-ferro Alumínio
v
28 28
(3)
(2.5) ( I)
(2)
(35)
(400) (800) (800) (1200)
1.8
Tabela 13.5 Limites de Oji!eração dos Mancais Não-metálicos com Lubrificação de Contorno [3] p
Material Fenólicos Náilon TFE TFE preenchido Textu ra de TFE Po1 icarbonato Acetal Carbono (grafite) Borracha Madeira
13.15
M~~~~eau
v
Temper atu ra
c
PV
MPa
(ksi)
o
(oF)
m/s
(fpm)
MPa •m/s
(ksi • fpm)
41 14 3.5 17 4 14 7 14 4 0.35 14
(6)
93 93 260 260 260 104 93 400
(200) (200) (500) (500) (500) (220) (200) (750) (150) (160)
13 3.0 0.25 5.1 0.76 5.1
(2500)
0.53 0.1 1
( 15)
0.035
(I l ( 10)
(2)
(0.5) (2.5) (60) ( I)
(2) (0,6) (0.05) (2)
66 71
de Empuxo ou. Axiai8
Todos os eixos girantes precisam ser posicionados axialmente. Por exemplo, o eixo de manivela mostrado na Figura 13.1 é posicionado axialmente através de superfícies axiais de encosto que são integradas aos mancais principais que suportam as cargas radiais. Algumas vezes a carga axial é suportada por "arruelas de encosto" planas separadas. Esses mancais de superfícies planas podem não permitir a "ação de cunha" necessária para a lubrificação hidrodinâmica. Todavia, se as cargas forem pequenas a lubrificação de contorno ou de filme misto será adequada. Quando as cargas axiais sobre o eixo forem maiores (como nos casos dos eixos verticais de peso significativo e dos eixos propulsores sujeitos a grandes cargas de empuxo), os mancais hidrodindmicos poderão ser utilizados (Figura 13..28). O óleo fornecido ao diâmetro interno da placa circular girante flui para fora por ação centrífuga através da interface do mancai. Quando o óleo é dragado circunferencialmente através do mancai, ele sofre uma ação de soldadura resultante da conicidade das pastilhas fixadas ao componente estacionário. Esta ação é análoga à da soldadura produzida pela excentricidade de um mancai de munhão (Figura 13.3).
3.0 13 20 lO
(600)
(50) ( 1000) (150) (1000) (600)
(2500)
0.35 0.88 0.1 1 0.1 1 0,53
(3)
(25) (3)
(3)
(15)
(4000)
(2000)
0.42
(12)
Conforme mostrado na Fígura 13.28, as pastilhas fixas podem possuir um ângulo de conicidade constante ou ser pivotadas e permitir que assumam seu próprio ângulo de inclinação ótimo, ou, ainda, podem ser parcialmente restritas, permitindo uma pequena variação no ângulo de inclinação. No caso de as pastilhas possuírem uma conicidade fixa, obviamente a carga poderá ser suportada hidrodinarnicamente apenas para uma única direção da rotação.
FIGURA 13.28 Mancai de encosto Incorporando pastilhas inclinadas tll
Capítulo 13 • Lubrificação e Ma11cais De.,iJsatltes
As referências [4] e [8) apresentam as cartas de Raimondi e Boyd para o projeto dos mancais de encosto ou axiais.
315
Problem.a..
;;;..;..;;.;;.;;.;.,;;.;.;;.;~----------------
Seção13.2 Lub~
13.16
Coosul1e o calálogo da Oodgc para mancais com buchas no ende"'Ç(l da Internet http: """"~ .dodge-pt.eOfll/llterat~U"e/eatalogs/ bearings_c:at4log. htlll e especifiQue umacaiudemancal biprutida montada através de dois parafusos com buchas de bronze para um eixo de aço com 4 in de diimecro. Especilique esce manca! utilizando a ol>meoclatura da Oodg.:.
13.1
Elaatoülrodinômü!a. Lubrificação elastoidrodiru2mica é o termo aplicado à lubrificação de superficies não-conforrnes fortemente carregadas, geralmente com um contato de rolamento parcial mínimo. O desenvolvimento teórico não é apresentado neste texto e leva em consideração as deformações elásticas das superfícies cm contato (conforme discutido na Seçã.o 9.13) c o aumento da viscosidade do lubrificante sujeito às pressões extremas envolvjdas. (Veja a referência [6), pp. 92-98 e 103-114.) A teoria elastoidrodinâmica é básica para qualquer estudo avançado do comportamento das superfícies curvas fortemente carregadas dos componentes de máquinas, corno, por exemplo, engrenagens, mancais de esferas, mancais de rolamento e carnes.
lResp.: P2B·BZSP-400] 13.2
Repita o Problema 13.1, desta vu ulilil4ndo uma bucha de bronze ri· gida para um eixo de 3,5 in.
13.3
Reveja o endereço da Internei hup: //""'". grainger. com . Realize uma pesquisa sobre blocos de m=is pldstiros. Localize um bloco de mancai com Oange, auto-alinhado. com um diâmetro interno (lO) de I ín. Relacione o fabricante, a descrição e o preço do mancai.
13.4
Revejaoeodcroçoda lntemct http: //"""'.grainger .com. Realize wna pesqui,;a sobre blcx:
Seção 13.5
Referêneüu
Decel'llline a massa cspccmca em gro1111a1 por centJmctro caíbico do óleo SAE 40 a 95"F.
13.5
I. Comcron, A .• fht' l'mtctple> oj Lltbm·míon, Walcy. Ncw Yorl.. I %6.
2. Gro-,, W. A.• Gm Film Luhric:tuiun. Wi léy. Nt!W Yorl., 1962. 3. " Mechonacal Dn,e,," Mudunc De.1ign Referenre lssue, Penconll PC Clc,dand. Junc 18. 1981. 4. O'Conncr, J J .. :llkl J. BO)d, Sumdurd 1/um/bool. of Lu· bncUJion EnginunttK. McGrnw-Hill, New York, I %8. 5. Oc\lli.. F. W.. "Shon-Bearing Approxima~ion for Full Joumal Beanng-." Tcchmcal Note 2808. ::-laL Ad\'isory Comm. rO<' Act'0113utio. Wa>hmgton. D.C •. 1952. Veja também G. B. DuBot' and F. \11 Ocvark. "'The Shon-Bearing Approxtma11on (O<" Piam Joumal Bcarings." Trans. ASME. 77: 117l-1171!( 1955)
Detennine o peso aprox.imado por polegada cábica do óleo de petróleo
13.6
a 185"P. 13.7
Determine o peso por polegada cábica do óleo SAE JO a ltíO'F.
13.8
Derennine a massa esped!ica cm grarnus porcentfmetro cúbico do óleo SAE20a60F.
13.9
Um óleo possui uma viscosidade de 100 mPa·s a 22"C c uma viscosidade de 3 mPa·s a IIS' C. A gravidade especffica a 35''C é de 0,880. Determine a viscosidade desse óleo em mPa·s a 60"C.
13.10
Um óleo possui uma viscosidade de 30mPa·s a llf'Ce uma viscosidade de 4 mPa·s a IOO'C. A gravidade cspec:lrlca a IS,6"C t de 0,870. Detenninc a viscosidade desse óleo em mPa·s a 80'C.
13.11
Detenninc a viscosidade cinemática a 80"C para o óloo do Problema 13.10.
13.12
A gravidade cspcc(fica de um óloo a 60'F é de 0,887. O óloo tem uma viscosidadede65 SUS a210 Feuma viscosidadedeSSOSUSa IOO'F. Estime a viscosidade desse óleo cm microreyns a 181YF.
13.13
Detcnnine a viscosidade cincmlitica a 180 F para o óleo do Problema 13.12.
ó. Pcccr..on. M B . and W. O Wincr (cd~.). \l'ear Control Hamli>tH>Á. AmcncJn '\<>c1ety of Mechanical Enginccr.,.
Ncw Yorl.. 1980. 7. Rai mondi, A. A.. and J. Boyd, "A Solucion for lhe Finite Journal Bcaring and hs Applicacion co An:~~lysis and De
New York. 1966. lJ.
\Vill~.
J. George. Llthncatíoll Fundammrals. Marcel
Dekker. New York. 1980.
Seção 13.'7 13.14
Um mancai de Pctroff de 100 mm de diâmetro e ISO mm de compri· rnento possui uma folga radial de 0.05 rmn. Ele gira a 1200 rpm e é lubrificado com óleo SAE IOa 17(l"F. Estime a potência perdida e o torquc de atrito.
13.15
Repita o Problema Resolvido 13.2, desta vez utilizando a viscosidade do óleo SAE IOo 40''C c wna folga radial de 0,075 mm.
13.16
Um mancai de munbão de 360' levemente carregado de 4 io de dilimetro e 6 in de comprimento operu com urna folga radial de 0,002 in
.,----. ..J=======~"(/ t
! E 2.;;:;; -- -- -
D• 4,0 ln
Oleo SAE lO T.,.. • 150 F
r.
900rpm
~L-----------~
c : 0.002 rn
l•6.0rn - -
FICL'RA P13.16
316
PARTE
2 • ArUCAÇÕES
e a uma velocidade de 900 rpm. O óleo SAE lO~ utilizado a 150'C. Detcnnine a perda de potência e o torque de atrito. (Veja a Figura Pl3.16.) 13.17
13.18
13.19
Um eixo com diãmetro de 3 in ~suportado por um mancai de 3 in de comprimento com uma folga diametrnl de 0,004 in. O mancai é lubrificado por um óleo que, na temperatura de operação, possui uma viscosidade de 5 p.reyn. O eixo gira a 1800 rpm e suporta uma carga radial de 1200 lb. Estime o coeficiente de atrito do mancai c a potência perdida utilizando o procedimento de Pctroff. Um mancai de deslizamento com 120 mm de difimcLro c 60 mm de comprimento possui uma folga diametral de 0,20 mm. O munhão gira a 3000 rpm c é lubrificado com óleo SAE 20 a uma temperatura média de 70"C. Utilizando a equação de Petroff. estime a potência perdida e o Iorque de atrito.
13.27P Um eixo gira a 1800 rpm e aplica uma carga radial de 2,0 kN a um mancai de dcSliUlmcnto. Urna n:lação UD = I é desejável. Deve-se utilizar o óleo SAE 30. A temperatura média do filme de óleo esperada é de 6S"C. Dc>eja-se, também, um mancai eom a' menores dimensões.
da ótima da Figura 13. 13. (c) O valor de c para o atrito mínimo satisfaz ao critério de Trumpler da espessura mínima aceitável para o filme de óleo?
Um manca! de deslizamento com L = I in, D • 2 in e uma folga diametral de0,002 in suponaumacarga de4(1() lbcnquanto gira a 1800 rpm. O óleo SAE 10 é utilizado com urna temperatura média do filme de 130"1'. Detennioe (a) a espessura mínima do filme de óleo, (b) o coeficiente de atrito, (c) a pressão máxima do filme, (d) o &ngulo entre a dircção da carga e a da posição de espessura mínima do filme, (e) o Angulo entre a direção da carga e a posição de extremidade do filme, (I) o !ngulo entre a direção da carga e a posição de prcssio máxima do filme, (g) a taxa de Ouxo cireunferenciallOial de óleo e (h) a taxa de Ouxo lateral ou de vazamento. Voc!reromendaria uma folga um pouco menor ou um pouco maior a ser utilizada neste manca!? Justifique. lb:pitao Problema 13.18, utilizando as carta.< em vezdacquaçãodel'elroff, e del~-rmine também a espessura mínima do filme de óleo, 1.., para (a) Uma carga de 500 N atuante no mancai. (b) Uma carga de 5000 N atuante no mancai.
Faça uma análise comparativa com os n:sultados obtidos para o Problema 13. 18. [Rcsp. : (a) 1,02 kW, 3,25 N·rn, 0,086 mm, (b) 1,26 kW, 4,0 N·m, 0,041 mmj
13.23
SeçõeslS.l()...IS.l3
O motor a combustão de um automóvel possui cinco mancais principais, eadaumeorn2,5 indediâmetroe I inderomprimento. A folga diametral
Seções 18.8 e 18.9
13.22
mancai na condição de atrito mínimo. no contorno da banda ótima, qual a folga radial e a viscosidade do óleo necessArias? Utilizando esses valores, qual seria o coeficiente de atrito e a perda de potência por atrito?
(a) Detenninc os valores de L e D . (h) Determine os valores de c correspondentes aos dois 1imítesda ban-
[Rcsp.: 0,56 hp)
13.21
Um maneal com L • 50 mm e D = 50 mm deve suportar uma carga radial de S kN. A velocidade de rotação é de 1200 rpm c a espessura mínima do filme de óleo ho deYc ser de 0.025 mm. Para a operaçiio do
[Resp.: 1,01 kW, 3,2 N·m)
~de0.0015 in. Utili2andoaequaçãode PetroiT,es1ime a polênciaperdida por mancai a3600 rpmquandooóleoSAE30 for utilliado. Considen: uma temperatura média de 18(}>F para o filme de óleo.
13.20
13.26
Repila o Problema 13.19 utilizando, desta vez, as cartas, em vez da equação de Petrorr. Detennine tam~ a espessura mfnima do mme de óleo para uma carga de I 00 lb por mancai. Um mancai com L= IOOmmeD = 200mm suporta uma carga radial de33.4 kN. Este mancai possui uma folga radial de0,100mmegira a 900 mm. Construa um gráfico da potencia de atrito c de ho em função da viscosidade utili2.ando os óleos SAE 10, 20, 30 c 40, todos a urna temperatura de 71"C.
13.24
Repita o Problema 13.23, desta vez utilizando apenas o óleo SAE 40. Neste caso, construa um gráfico para a potência de atrito e h, em função da folga radial utilizando os valon:s de 0,050, O, I00 c O, 150 rnm. Al6m disso, inclua os pontos correspondentes às folgas fornecendo os limites da "banda ótima" mostrada na Figura 13. 13.
13.25
Um mancai de deslizamento com D = I in c L • I in 6 utilizado para suportar o rotor de urna turbina que gira a 12.000 rpm. O óleo SAE 10 deve ser utilizado, e a temperatura média do lubrificante no mancai é estimadaemaproximadameore 148"1'. É utilizada wna faltragemdoóleo de excelente qualidade, e a rugosidade do munhão ~inferior a 32 p.in nns. Em dncorrencia desses fatores, a espessura mfnima do filme de óleo pode ser de apenas 0,0003 in.
13.28P Um mancai de dimen.sões mínimas, consistentes com os n:gistro!o da prática oom:nte, ~desejável para um carregamento estacionário. O óleo SAE 20 deve ser utilizado, e a temperatura média esperada p:trd o filme6dc 160"F. Uman:lação UD = I é desejável. O mancai de deslizamento deve ser projetado para suportar uma carga radial de ISOO lb a 1200 rprn.
(a) Determine os valores de L c D. (b) Determine os valores de c corn:spoodeotes aos dois lilniles da banda ólima da Figura 13.13. (c) O valor de c para o atrito mínimo satisfaz ao critério de Trumpler da espessura mínima aceitável para o filme de óleo? 13.29
Deve-se projetar um maneal de deslizamento para o eixo de um redutor de engrenagens que gira a 1200 rmp e aplica uma carga de 4.45 kN ao maneal. A relaçiio UD = I ~ desejável. O óleo SAE 20 deve ser utilizado, e a temperatura média esperada para o filme ~ de 60'C. O mancai deve possuir as menores dimensões possíveis, consistentes com os registros da pnitiea corrente. (a) Derennine os valon:s de L e D. (b) Detennine os valores de c correspondentes aos dois limites da banda ótima da Figura 13. 13. (c) O valor de,. para o atrito mínimo satisfaz ao critério de Trumplcr da espessura mínima aceitável para o filme de óleo'/ [Rcsp.: (a) 55 nun, (b) 0,()29 mm, 0,(147 mm)
13.30P Um mancai de deslizamento deve ser projetado para o eixo de um redutor de engrenagens que gira a 290 rpm e aplica uma carga radial de 953 lb ao mancai. (a) Determine uma combinação apropriada para L, D, material, lubri-
ficante e tcmpct8lura média do óleo (admila que essas características possam sercootroladas a uma temperatura razoavelmente definida por um resfriador de óleo externo). (h) Corutnla um gráfico de/. h,. tJ.T, Q e Q, para uma faixa de folgas radiais estendendo-se um pouco além de ambos os lados da banda ótima da Figura 13.13. Para isso, sugira uma faixa apropriada de folgas de produção, considerando que as tolerãncias sno tais que a folga máxima •cja 0,001 in maior do que a folga mfnima. 13.31P Um mancai com ancl lubrificador deve suportar uma carga radial estacionária de 4,5 kN quando o eixo girar a 660 rprn. Obviamente muitos projctos sao possíveis, porém sugira uma eornbinaçao razoável para D, 4,5kN
(a) Qual a folga diametral que fornecerá ao mancai sua maior capaci-
dade de carga? (h) Utilizando essa folga, qual a carga máxima que pode ser suportada?
(c) Com essa folgaeessacarga, qual será a perda de potência por atrito no mancai? [Rcsp.: (a) 0,(1011 in, (b) 1360 lb, (c) 0,7 hpJ
FlCURA Pl3.31P
Capítulo 13 • Lubrificação e Mancais Desli::antes
317
L, c, material do mancai, acabamento superficial c óleo lubrificante. (Veja a Figura PI3.13P.)
13.32P Sugira uma combinação razoável para O, L, c, material do mancai, aca· bamento superficial e óleo lubrificante para um mancai com anel lubrificador que suporte uma carga estacionária de 1500 lb quando o eixo gira a 600 rpm. 13.33P Projete um mancai com anellubrificador que suporte um eixo que gira a 500 rpm e aplique uma carga estacionária de 2000 lb. Especifique D , L, c, material do mancai, acabamento superficial e óleo lubrificante a serem utilizados. 13.34P Repita o Problema 13.33P, desta vez adotando uma carga de 4000 lb. 13.35P A Figura PI3.35P, que não está desenhada em escala, mostra uma roda dentada de quatro vias para correntes que gira sobre um eixo estacionário, suportado por dois mancais de superficies deslizantes internas à roda dentada. A corrente transmite 3,7 kW de potênci.a a uma velocidade de4 m/s, e o diâmetro da roda dentada é de 122,3 mm. A distância entre os bordos internos do suporte do eixo da roda dentada é de 115 mm. (a) Dctennine uma combinação satisfatória para o comprimento, o di· ãmetro c o material do mancai.
FIGUIIA PJ3.35P
(b) Que outras considerações, além das já adotadas no item (a), podem influenciar a decisão f'wal sobre o diâmetro c o comprimento do mancal'l 13.36P Repita o Problema 13.35P, desta vez considerando que acorrente tranS· mite uma potência de 5,0 kW a uma velocidade de 3 m/s e que o diâ· metro da roda dentada seja de 120 mm.
CAPÍTULO
14
Mancais de Elementos Rolantes
........
~----------------------------------
14.1 CompiU"ff,Çfio entre 08 Di..,ersoa
Meio. A.lterna.ti,.,oa para o Apoio de Elxoa GlrontetJ Uma breve revisão sobre os mancais deslizantes (Capítulo 13) pode ser útil, como base para a introdução dos mancais com elementos rolantes. Os mancais mais simples são os planos sem lubrificação ou mancais deslizantes - como ocorria em tempos passados, com as rodas de madeira dos carros que eram montadas diretamente sobre os eixos também de madeira. Menores atritos e vidas mais longas foram obtidos pela adição de um lubrificante, como óleo animal ou vegetal. Nas máquinas modernas que utilizam mancais deslizantes os eixos de aço são suportados por superffcies de mancais fabricados de um material compatível com menores desgastes, eomo bronze ou TFE' (veja as Seções 9.9 e 9.10). Óleo ou graxa é utilizada em aplicações comuns envolvendo baixas velocidades- rodas dos cortadores de grama, carrinhos de jardim, velocípedes de crianças - , porém o lubrificante não separa completamente as superfícies. Por outro lado, os mancais deslizantes utilizados nas manivelas dos motores a combustão recebem uma lubrificação hidrodinâmica durante sua operação normal; isto é, o ftlme de óleo separa completamente as superffcies. Nos mancais com elementos rolantes o eixo e os componentes mais externos são separados por esferas ou roletes e, assim, o atrito por deslizamento é substitufdo pelo atrito de rolamento. Alguns exemplos são mostrados nas Figuras 14.1 a 14.1 O. Como as áreas de conta to são pequenas e as tensões altas (Seção 9.13), as partes carregadas dos mancais com elementos rolantes são feitas, normalmente, de materiais duros de alta resistência, superior àquela do eixo e do componente mais externo. Essas partes incluem os anéis interno e externo e as esferas ou roletes. Um componente adicional do mancai é, geralmente, um retentor ou separador, que mantém as esferas ou os roletes sempre com um mesmo espaçamento entre si. Tanto os mancais de deslizamento quanto aqueles com elementos rolantes têm suas aplicações específicas nas máquinas modernas. A principal vantagem dos mancais com elementos
'Tctrafluoretilcno, como o Tcflon da Du Pont.
rolantes é o baixo atrito de partida Os mancais deslizantes apenas podem atingir a condição de baixo atrito com uma lubrificação de filme total (separação completa das superffcies). Esta condição requer a lubrificação hidrostática, com seu custoso sistema auxiliar de fornecimento de fluido externo, ou a lubrificação hidrodinâmica, com a qual não se pode conseguir um baixo atrito durante a partida. Os mancais de rolamento são ideais para as aplicações que envolvem altas cargas na operação de partida. Por exemplo, o uso de mancais de rolamento para suportar os eixos de vagões ferroviários elimina a necessidade de uma locomotiva extra para dar a partida em um trem relativamente longo. Por outro lado, os mancais com filme fluido são muito recomendáveis para as condições de altas velocidades de rotação com sobrecargas de impacto e de curta duração. Quanto maior a rotação, mais efetiva a ação hidrodinâmica de bombeamento. Além disso, o filme fluido amortecerá efetivamente o impacto, desde que sua duração não seja suficientemente longa, permitindo que a carga de impacto comprima o filme e o expulse do mancai. As altas velocidades de rotação geralmente são desvantajosas para os mancais com elementos rolantes devido à rápida acumulação dos ciclos de fadiga e à alta força centrífuga atuante sobre os elementos rolantes (veja a Seção 9.14, Falhas por Fadiga Superficial). Os mancais com elementos rolantes ocupam um espaço radial maior no entorno do eixo, enquanto os mancais de deslizamento simples usualmente requerem um maior espaço axial. Os mancais com elementos rolantes geram e transmitem uma certa quantidade de ruído, enquanto os mancais com filme fluido em geral não geram ruído e podem absorver ruídos de outras fontes. Os mancais deslizantes são menos onerosos do que os mancais de esferas ou roletes nas aplicações simples, que exigem um mínimo de lubrificação. Quando os mancais deslizantes precisam de um sistema de lubrificação forçada, o custo global dos mancais com elementos rolantes pode ser menor. Uma outra vantagem dos mancais de esferas ou de roletes é que eles podem ser "pré-carregados"; os elementos do mancai são ajustados por compressão entre si, em vez de operarem com uma pequena folga. Esta caracterfstica é importante nas aplicações que exigem o posicionamento preciso do componente girante. Os mancais com elementos girantes também são conhecidos como mancais "antifrieção". Esta designação talvez não seja apropriada, uma vez que nesses mancais nem sempre é produzido um atrito menor do que o dos mancais de filme fluído. Na condição de operação com cargas normais, os mancais com ele-
Capítulo 14 • Mancais de Elementos Rola11tes
319
Pista do anel externo externo
~-- En<:osto do anel
_...,--=--=' (o)
Fabncação e nomençlatura
2
3
4
(I>)
Etapas de montasem
(c)
Geometna da superflc:ie de çonlato FlGLllA 14.1 Mancai radial de esferas (tipo sulco profundo ou "Coorad"). (Cortesia da New Corporatioo.)
Oepartur~Hyatt
llearing Oívlsíon, General Motors
320
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
(,)
(h)
PIOpOfÇ6es relotwn dos monc:o•s com dllmetlol lntemo5 ld
PTOj>O<ÇOes relatiVOS dos manc:..ls
com dlamettos wernos 1dtntlcc>$
FIGUM 14.2 Proporções relativas dos mancais de diferentes séries.
Entalhe
(t~)
Tipo entalhe de ench1mento
(&) T1po
(r) Carreira dupla
(J) Auto-alinhado internamente
conuno onautar
(•) Aut
(/) Escora ou a•ial
FlGLllA 14-.3 Tipos representativos de mancais de esferas, em complementação ao do tipo sulco profundo mostrado na fígura 14.1. (b
Hoover-NSK llearing Company, c, Cortesia da New Departure-Hyatt Bearing Dh'ision, General Motors Corporation.)
ef, Cortesia da
Capítulo 14 • Mancais de Elementos Rola11tes
Uma blindagem
Ovas blindagens
Um Selo
Dois selos
Blindagem
e selo
321
Anel de pressl!o
Anel de
Anel de
Anel de
Anel de
Anel de
pressaG e uma
pr~o
pressaG
e duas
e um selo
pressilo e dois selos
blindagem
blindagens
pressilo, blindagem e selo
FIGURA 14.4 Mancais com vedação e blindagem. (Cortesia da New Departure-Hyau Bearitlg Dívlslon, General Motors Corporation.)
mentos rolantes (sem selagem) possuem coeficientes de atrito entre 0,001 e 0,002. O endereço da Internet http: I / www. rnachinedesign . com apresenta informações gerais sobre os mancais deslizantes, os mancais com elementos girantes e sobre lubrificação.
14.2 Hutória dos Moftftl.u de Rolam.ento O primeiro registro da utilização dos mancais de rolamento em substituição aos mancais deslizantes com atrito vem dos trabalhadores egípcios da construção, quando precisavam mover pesados blocos de pedra, provavelmente antes do ano 200 a.C. (1]; possivelmente também os assírios usaram tais mancais, em cerca de 650 a.C. Acredita-se que algumas carruagens de rodas ainda mais antigas utilizaram mancais grosseiros de roletes fabricados a partir de barras redondas. Acredita-se que por volta de 1500 Leonardo da Vinci tenha inventado os modernos mancais de esferas e de roletes, e a ele é também atribuído seu parcial desenvolvimento. Alguns poucos mancais de esferas e de roletes foram construídos na França no século XVill. O construtor de uma carruagem com mancais de rolamento, em 171 O, afirmou que seus mancais permitiriam a um cavalo realizar o trabalho que, de outra forma, só poderia ser realizado por dois cavalos.
Todavia, foi somente após a invenção do processo de Bessemer para o aço, em 1856, que um material apropriado para os mancais com elementos rolantes se tornou economicamente viável. Durante os anos subseqüentes do século XIX os mancais de esferas para uso em bicicletas foram desenvolvidos rapidamente na Europa.
14.3 Tipos deMIUiftiÜJ de Elementos Rolantes Os mancais com elementos rolantes podem ser de esferas ou de roletes. Em geral, os mancais de esferas são capazes de operar com velocidades mais altas e os mancais de roletes podem suportar cargas maiores. A maioria dos mancais com elementos rolantes pode ser classificada em uma das três categorias: ( 1) radiais, para suportar cargas que se posicionam principalmente na direção radial; (2) de encosto ou de contato axial, para suportar cargas que estejam principalmente na direção axial, e (3) de contato angular, para suportar cargas axiais e radiais combinadas. As Figuras 14.1, 14.2 e 14.3 ilustram os mancais de esferas com essas características. Na Figura 14.3/ é mostrado um mancai de encosto ou axial; as Figuras 14.3b e 14.3c mostram mancais de contato angular; e as Figuras 14.1 e 14.2 e as outras partes da Figura 14.3 ilustram os mancais radiais.
322
PAR'I'E
2 • Aru r.AçOv.s
Os mancais de roletes também são classificados pela configuração do rolete segundo os quatro tipos mostrados nas Figuras 14.6 até 14.9, quais sejam, (1) cilfndricos, (2) esféricos, (3) c{)nicos e (4) de agulha. Os mancais de agulha podem ser observados como um caso especial dos mancais de rolamento cilíndricos, nos quais os roletes têm uma relação entre o comprimento e o diâmetro igual a quatro ou mais. A Figura 14.1a ilustra os detalhes construtivos e a nomenclatura de um mancai radial de esferas típico com pista profunda, ou do tipo Conrad. A Figura 14.1b ilustra as etapas de montagem dos principais componentes, e a Figura 14.lc ilustra o contato entre a esfera e uma pista. Observe que as curvaturas da esfera e da pista resultam em um problema mais complexo para a análise das tensões de contato do que as esferas, os cilindros e as placas planas consideradas na Seção 9.13. Os mancais de esferas são produzidos em várias proporções de modo a acomodar diversos níveis de carregamento, conforme mostrado na Figura 14.2. Embora recomendado principalmente para cargas radiais, toma-se óbvio, pela sua construção, que esses mancais também poderão suportar um certo valor de carga axial. A Figura 14.3a mostra um mancai radial de esferas com entalhes ou ranhuras de carregamento no encosto das pistas. Esses mancais podem ser montados com suas pistas concêntricas e, portanto, contêm uma quantidade de esferas maior do que os mancais do tipo sulco profundo. Esta característica propicia ao mancai um aumento de 20 a 40% em sua capacidade de carga radial em decorrência da brusca redução da capacidade de carga axial. Além disso, esses mancais toleram apenas 3' de desalinhamente angular, ou seja, um valor bem inferior aos 15' correspondentes aos mancais do tipo sulco profundo. Os mancais de contato angular, como o mostrado na Figura 14.3b, possuem uma significativa capacidade de suportar cargas axiais em apenas um sentido. Eles geralmente são instalados aos pares, cada um suportando cargas em um sentido. O mancai de esferas de pista dupla, mostrado na Figura 14.3c, incorpora um par de mancais de contato angular em uma única unidade. As Figuras 14.3d e e mostram os mancais auto-alinhados, projetados para tolerar um significativo desalinhamento angular do eixo. Como regra geral, os mancais de esferas não são separáveis; isto é, as duas pistas, as esferas e o separador (retentor) são montados formando uma única unidade. Esta característica os toma suficientemente herméticos através dos encostos e dos selos e viabiliza a lubrificação autocontida através de graxas. Diversos tipos de blindagens e selos são mostrados na Figura 14.4. As blindagens são elementos similares a arruelas finas e sem atrito, firmemente ajustadas, que protegem o mancai contra qualquer partícula estranha, mesmo as de pequenas dimensões, e ajudam a reter o lubrificante. Os selos apresentam um contato de superfícies com atrito e, portanto, oferecem uma maior retenção do lubrificante e proteção contra contaminações. Dentre as principais desvantagens do selo está a introdução de algum atrito por arrasto e o fato de ficarem sujeitos ao desgaste. Geralmente são utilizados selos em separado, para que possam propiciar uma selagem mais efetiva devida ao espaço maior para os elementos de selagem. Através de selos apropriados, tanto integrados ao mancai quanto em separado, a lubrificação do mancai por graxa aumenta sua vida durante a etapa de montagem. Os mancais de esferas convencionais possuem um grupo de anéis (pistas). Nas aplicações com requisitos relativamente modestos de capacidade de carga, vida e ruído os mancais de esferas sem isolamento e de menor custo são geralmente utilizados. Esses mancais possuem anéis produzidos em máquinas de parafuso automáticas, e são temperados e não isolados.
Em contraste com os mancais de esferas, os mancais de roletes são usualmente fabricados de modo que os anéis (pistas) possam ser separados. Os roletes e os retentores podem ou não ser montados permanentemente com um dos anéis. Esta condição sugere o uso de selos e blindagens integradas, onde a instalação dos anéis é facilitada pelo uso de fortes ajustes obtidos por prensas comumente utilizadas. As dimensões padronizadas geralmente permitem o uso de mancais de roletes com anéis produzidos por diferentes fabricantes. Um ou ambos os anéis são geralmente produzidos de forma integrada com o eixo de acoplamento, com a caixa do mancai ou com ambos. A Figura 14.5 ilustra quatro tipos básicos de mancais de roletes cilíndricos. A Figura 14.5a mostra um anel sem flanges; nessa configuração nenhuma carga axial pode ser suportada. Na Figura l4.5b o anel interno possui um flangeque permite a aplicação de pequenas cargas axiais em um dos sentidos. Na Figura l4.5c o anel interno possui um flange integrado em um dos lados e um flange removível no outro lado, de modo que uma pequena carga axial pode ser aplicada em ambos os sentidos. Algumas vezes o flange removível é solidário ao anel externo, o que torna este anel separável. Para aliviar a concentração de carga nas extremidades dos roletes estes em geral são levemente arredondados, com os diâmetros nas extremidades sendo reduzidos tipicamente de cerca de 0,004 mm. Os mancais de roletes cilíndricos possuem, usualmente, um separador ou retentor para manter os roletes em suas posições, porém eles podem ser montados sem um retentor e com um complemento pleno de roletes, conforme ilustrado para os mancais de agulha da Figura 14.9. A Figura 14.5d ilustra um mancai axial de roletes.
(III Posicionador em um
sent1do
(Jl
Ccl Posicionador nos dois sentidos
Encosto ou 31031
FIGURA 14.5 Mancais com roletes cilíndricos. (Cortesia da Hoover-NSK Hearing Compaoy.)
Capítulo 14 • Mancais de Elementos Rola11tes
A Figura 14.6 mostra três tipos de mancais de coletes esféricos. O mancal do tipo pista única possui uma pequena capacidade de carga axial, porém os mancais de pista dupla podem suportar cargas axiais de até 30% de sua capacidade de carga radial. Os mancais de roletes esféricos com resistência .à carga axial por contato angular podem suportar altas cargas rodais em um dos sentidos. Os mancais de roletes cônicos mais representativos são mostrados na Figura 14.7. Os detalhes de sua geometria são ilustrados na Figura 14.8. Observe que quando as geratrizes das superfícies cônicas dos roletes e das pistas são estendidas elas se interceptam em um ápice comum na linha de centro de rotação. Os mancais de rodas e outras aplicações geralmente uti-
323
lizam um par de mancais de roletes cônicos de pista única. Os mancais do tipo pista dupla e quatro pistas de roletes são utilizados simplesmente para substituir um par de mancais de roletes de pista única ou suportar cargas mais pesadas. O espaço deste livro não permite discussões adicionais sobre os mancais de roletes cônicos. A seleção e os procedimentos de análise geralmente são similares àqueles apresentados neste capítulo para outros tipos de mancais. Informações detalhadas estão disponíveis nos catálogos dos fabricantes e em outras referências. Devido à sua geometria, os mancais de agulha (Figura 14.9) possuem, para um dado espaço radial, a maior capacidade de carga dentre todos os mancais com elementos rolantes.
(b) Pista dupla convexa
(c) Encosto ou axial
FICUll~ 11,6 Mancais de roletes esféricos. (a, Cortesia da McGUJ Manufacturing Company,lnc., Bearing Division, Valparaiso,lndlana; b e c, Cortesia da lloover-NSK Bearing Company.)
(,) PISia s•mple
(b) Pista dupla
(c) Quatro p•stas
FIGURA 14.7 Mancais de roletes côoicos. (Cortesia da Tbe Torriogton Compaoy.)
324
PAR'I'E
2 • Aru r.AçOv.s
w) Mancai adaptador
FIGL1lA
14.8 Geometria do mancai rom rolete côniro.
I~)
!11) CoPO externo com ~parador
ContuniD com blceo da montagem
(h) Com complemento
pleno para aviaçao
(r l Mancai ll&nf!Oado (<)Copo externo com complemento pleno FIGURA 14.9
Company.)
(ri)
Encosto
Mancaís com roletes de agulha. (Cortesia da T'be Torrlngron
fiGURA 14.10 Exemplos de mancaís especiaís. (a, g e h, Cortesia da New Departure-.EiyaU llearlng Dlvision, General Motors Cor porallon; IJ e c, Cor·
tesia da RellanceElootric Company;f, Cortesia da The Torríngton Company;
i ej, Cortesia da Thompson Industries, lnc.)
·+· (d)
Roldana mtermedtãria (mancai n.»-hxo)
V1
Seauldor
de""""'""" moral de oaulha
(,cJ Mancai nUegrado ao euco
(h) ConJunto Integrado, most.m com uma polia para c.one~a em V
(•1 Embuch-amento com esferas
FIGURA 14.10 (Continuação)
(Jl MMcal com cadela de 10letes com recrrculaçlo
326
P AliTE 2
•
ArUCAÇÕES
Os mancais de elementos rolantes estão disponíveis em uma reza na faixa de 58 a 65 Rockwell C. Tratamentos térmicos esgrande variedade de formas especiais para serem utilizados em peciais são, algumas vezes, utilizados para produzir tensões rediversas aplicações. Os detalhes são descritos na literatura pu- siduais favoráveis nas superffcies de contato. Os componentes blicada pelos diversos fabricantes. Alguns exemplos represen- dos mancais de roletes são geralmente fabricados com liga de aço tativos são ilustrados na Figura 14.1 O. O mancai adaptador (parte carburada. As tensões residuais compressivas de superffcie se a) pode ser montado economicamente em eixos de aço comerci- tomam típicas com a carburação. A limpeza do aço é de extrema ais sem a usinagem de uma sede para o mancai. O suporte de importância e, por essa razão, nas proximidades de toda pista de mancai (parte b) é um arranjo utilizado para suportar um eixo aço dos mancais existe um neutralizador de gases a vácuo. rotativo paralelo a uma superfície plana. O mancai flangeado O projeto dos anéis para uma rigidez desejada é muito impor(parte c) é capaz de suportar um eixo rotativo perpendicular a tante. A deformação dos anéis e das esferas (ou roletes), a rotauma superffcie plana. O mancai de disco intermedidrio (parte d) ção e as características do lubrificante se combinam para deterpossui um mancai de esferas não-fixo mais econômico, fabrica- minar a distribuição das tensões locais na área de contato. Essas do com a dimensão da pista mais externa em cujo contorno é especificidades exigem do engenheiro de mancais um conheciacomodada uma correia. O mancai com e.xtremidiule em barra mento pertinente da área da elastoidrodinâmica (Seção 13.16). (parte e) é utilizado nos controles de aviões e em aplicações de As tolerâncias de fabricação são extremamente críticas. No máquinas e mecanismos diversos. O mancai de agulha com se- caso de mancais de esferas, a ABEC (Annular Bearing Engineguidor de carne (parte/) possui um anel externo pesado para ers' Committee) da AFBMA (Anti-Friction Bearing Manufacsuportar altas forças de contato induzidas pelo seguidor de carne. turers Associarion) estabeleceu quatro níveis principais de preO mancai com eixo integrado (parte g) é utilizado nas bombas cisão, designados por ABEC I, 5, 7 e 9. ABEC I é o nível-pad'água de veículos automotivos, nos cortadores de grama, nas drão e é adequado para a maioria das aplicações rotineiras. Os serras e em outras aplicações. O conjunto integrado mancai-fuso demais níveis referem-se a tolerâncias progressivamente mais (parte h) representa um desenvolvimento relativamente novo para fmas (apertadas). Por exemplo, as tolerâncias referentes aos romontagens de rodas, polias, engrenagens intermediárias e simi- lamentos com diâmetro interno de 35 e 50 mm estão na faixa de lares. Os mancais com buchas de esferas (parte i) e com cadeia +0,0000 in a - 0,0005 in para ABEC nível! até +0,00000 in a de roletes (parte J) ilustram aplicações menos convencionais de - 0,000 lO in para ABEC nível9. As tolerâncias referentes a oumancais de rolamentos. O leitor deve também se lembrar do tras dimensões são comparáveis. Analogamcnte, o comitê de enconjunto parafuso-manca! de esferas mostrado na Figura 10.10. genheiros de mancais de rolamento com roletes da AFBMA estabeleceu os padrões RBEC de 1 a 5 para os mancais com roletes cilíndricos. (Para auxiliar na percepção de quão pequenas são 14.4 Projeto do.M~ de essas tolerâncias, compare-as com a espessura do papel deste Rolo.mento livro, determinada de forma conveniente pela medida da espessura de 100 folhas, ou 200 páginas.) Para informações detalhadas relacionadas ao projeto dos mancais O projeto detalhado dos mancais de elementos rolantes representa de elementos rolantes, consulte as referências (I), (3) e (4]. um sofisticado esforço de engenharia, muito especializado para merecer um tratamento extensivo no contexto deste livro. Por outro lado, a seleção e o uso desses mancais interessam a todos os engenheiros envolvidos com máquinas de uma forma geral. 14.S Montagem do8 Mancoú de Rolamento Por esta razão, a presente seção tem o objetivo de destacar alguns dos fundamentos do projeto de mancais de mo
Capítulo 14 a Mancais de Elementos Rola11tes
14.6
FIGURA 14.11 Dímensões do eixo e do alojamento do rolamento.
tagem por ajuste com interferência é facilitada pelo aquecimento externo do componente ou pelo resfriamento da parte interna do componente, acondicionando-o em gelo seco (dióxido de carbono solidificado). Qualquer aquecimento a que seja submetido o manca! não deve ser suficiente para danificar o aço ou qualquer lubrificante previamente utilizado. Informações detalhadas sobre os ajustes utilizados em mancais são fornecidas na literatura dos fabricantes de mancais e nas normas ANSI e AFBMA. Em algumas situações os adesivos (veja a Seção 11.8) são utilizados juntamente com tolerâncias ligeiramente reduzidas nas dimensões do eixo e do diâmetro interno do rolamento, particularmente nas aplicações em que a precisão não é um fator determinante.
327
"lnfo~es de Catálogo" para os Marreais de Rolamento
Os catálogos dos fabricantes de mancais os identificam por um número e fornecem as informações dimensionais completas, uma lista ordenada com as capacidades de carga e os detalhes dimensionais relativos à montagem, à lubrificação e à operação. As dimensões relativas às séries mais comuns de mancais radiais de esferas, mancais angulares de esferas e mancais de roletes cilíndricos são fornecidas na Tabela 14. 1 e ilustradas na Figura 14.1 1. Para os mancais desse tipo com diâmetro interno de 20 mm e superiores, o diâmetro interno é igual a cinco vezes os últimos dois dígitos referentes ao número do manca!. Por exemplo, o n• LOS é um mancai da série extraleve com um diâmetro interno de 40 mm, o n• 316 é da série média, com um diâmetro interno de 80 mm, e assim por diante. Os números dos mancais reais são acompanhados de letras e números adicionais de modo a fornecer mais informações. Muitas variedades de mancais também estão disponíveis com especificações em polegadas. A Tabela 14.2 lista, de forma ordenada, as capacidades de carga, C. Esses valores correspondem à carga radial constante que 90% de um grupo de mancais presumivelmente idênticos podem suportar ao longo de 9 X 107 revoluções (o correspondente a 3000 horas a urna rotação de operação de 500 rpm) sem que se estabeleça urna falha por fadiga superficial do tipo ilustrado na Figura 9.20b. Atenção: as capacidades de carga orde-nadas fornecidas por diferentes fabricantes de mancais não são sempre comparáveis diretamente. A base para esse ordenamento deve sempre ser verificada.
Tabela 14.1 Dimensões dos Mancais Manwis de Roletes
Manalis de Esfuns
Nd.mero Oiiimclro
r•
ds
d,
OE
r'
ds
d,
(n1m)
(mmI
(rum)
(uun)
(mm)
(mm)
(n1m)
1).30 0.6-1
12.7
9
13.8
2:\.4 26.7
li
0.6J
14.8
~1.2
8
0.10
lO 12
0.6-1 J.02
14.5 16.2 17.7
25A 28.4 32.0
l2
9
35 42
li
17.5 19.0
29.2 31.2
13
0.30 0.6-1 ).02
21.2
36.6
lO 12 14
0.30 0.64 1.02
19.8 22.4 23.6
32.3
LO
12 14
0.6-1 0.6-1 1.02
20.8 20.8 22.9
32.0
41.1
35 40 47
12 14 15
0.64 1.02 1.02
23.9 25.9 27.7
42 47 52
12 14 15
0.64 1.02 1.02
24.4
41.7 45.2
25.9
36.8 42.7
25.9
46.2
12 15 17
0.64 1.02 1.02
29.0 10.5 33.0
42.9 46.7 54.9
47
52 62
12 15 17
0.6-1 1.02 1.02
29.2 JO.S 3 1.5
43A 47.0 55.9
13 16 19
1.02 1,02 1.02
34.8
49.3 SS,4 64.8
9 16 19
0.38 1.02 1.52
36. 1
38.'1
47 62 72
33.3
3().8
43,9 56.4 64,0
OE
(rum)
(mm)
300
lO lO lO
26 30 )5
LOI 201 301
12 12 12
28 32 37
L02
302
IS 15 15
L03 203 303
17 17 17
35
U)l
20 20 20
42 47
l.OO 200
202
2().1
40 47
L05 20!1 305
25
52 47 52
25
62
L06
30
206 306
30 30
55 62
3().1
25
..
(mm)
lntt.ruo
do Maucal
72
(n>m)
8
34.8 ~8.1
"'
37.8
36~1
41.4
(colllinua)
328
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
Tabela 14.1 Dimensões dos Mancais (continuação) 1\'lan cal~ d e Esfrras Número Diâmetrc) - - - - - - - - - - - - - -
do
Mnncalç de Rolctcs
Interno
DE
w
r•
ds
d 11
DE
(mm)
(mm)
(mm)
(m m)
(111111)
(mm)
(mm)
L07 207 307
35 35 35
62 72 80
14 17 21
1.02 1.02 1.52
40.1 42.4 45.2
56.1 65.0 70.4
72 80
LOS
40 40 40
68 80 90
15 18 2.1
1.02 1.02 1.52
45.2 48.0 50.8
62.0 72.4 80.0
68
208 308 L09 209
45
45
1.52
50.8 52.8 57.2
68.6 77.5
45
16 19 25
1.02 1.02
109
75 85 100
L IO 210 310
50 50 50
80
16 20 27
1.02 1.02 2.03
57.7 64.3
90 100 120
18 21 29
1,02 1.52 2.03
65.0
~lancol
Lli
90 110
88.9
r'
ds
(mm)
(rnm)
(mnr)
lO 17 21
0.64 1.02 1.52
39.4 4 1.7 43.7
50.8 65.3 7 1,4
90
15 18 23
1,02 1.52 1.52
45.7 47,2 49.0
62.7 72.9 8 1.3
75 85 1()0
16 19 25
1.02 1.52
2.03
50.8 52.8 55.9
69.3 78.2 90.4
0.64 1.52 2.03
54. 1 57.7 6 1,0
gu
62,0 64.0
29
1.52 2.03 2.()3
66.5
83.6 9 1.4 108.7
1.52 2.03 2.54
67, 1 69.3 72.9
88.6 101.3 117,9
72.1 77.0 78.7
93.7 110.0 127.0
55
80
w (nuu)
72
12
20
96.5
90 11 0
69,8
83.1 90.2 106.2
90 100 120
95 110
55.6
73.7 82.3
27 18 21
1111
C.S. I 99. 1
211 311
55 55 55
L12 212 312
60
95
60 60
110 130
18 22 31
1.02 1.52 2.03
66.8 70.6 75,4
87.9 99.3 11 5.6
130
18 22 31
L l3 213 313
65
100 120 140
18 23 33
1,02 1.52 2.03
71,9 76.5 81.3
92.7 108.7 125.0
100 120 140
18 23 33
1.52 2.54 2.54
L l4 214 314
70 70
2.54 3.18
Indisponível 81.8 115.6 84.3 135.6
L IS
25 37
2,54 3.18
Indisponível 85.6 120.1 90.4 145.8
22
2.03 2.54 3,18
65 65
61.7
110
20
70
125 150
24 35
1.02 1.52 2.03
77.7 81.0 86.9
102.1 I 14.0 134.4
11 0 125 150
20 24 35
75 75 75
115
130 160
20 25 37
1.02 1,52 2.03
82.3 86,1 92.7
107.2 118,9 143.8
115 130 160
20
215 315
Ll6 2 16 3 16
80 80 80
Ll7
85
2 17 3 17 Ll8 2 18 3 18 L19 2 19 3 19
85 85
170 200 240 180
22 26 39 22 28 41 24 30 43 24 32 45 24 34 47 26 36 49 28 38 50 28
2 1$
4()
1.02 2.03 2.03 1.02 2.03 2.54 1.52 2.03 2.54 1.52 2.03 2.54 1.52 2.03 2.54 2.03 2.03 2.54 2.03 2.03 2.54 2.03 2.03
88,1 93,2 98.6 93.2 99.1 105.7 99.6 104.4 I 11.3 104.4 110.2 117.3 109.5 11 6.1 122.9 116.1 12 1.9 128.8 122.7 127.8 134.4 IJ2.6 118.2
116.3 126.7 152.9 121.4 135.6 160.8 129.0 145.5 170.2 134.1 154.9 179.3 139.2 164. 1 194. 1 146.8 173.5 203.5 156.5 182.6 218.2 166.6 197,1
125 140 170 130 150 180 140 160 190 145 170 200 150 180 215 160 190 225 170 200 240 IRO 215 260 200 230 280
L20
220 320 L21 221 321 L22 222 322 l.24 224 324 L26 226 326
90 90 90 95
95 95 100 100 100 105 105 105
110 110 110 120 120 120 130 1:10 130
125 140 170 130 150 180 140 160 190 145 170 200 150 180 2 15 160 190 22.~
lndl;p
200 230 280
33 40 58
2,03 2.54 M5
143,8 149.9 160.0
185,4 2 10.1 253.0
26 39 22 28 41 24 30 43
24 32 45 24 34 47 26 36 49 28 38
50
2,03
3.18 3,96 3.18 3.96 3.18 3.96 2.54 3,96 4.75 3.96 4.75
2.54 3.96 4.75
28 ~o
4.75
55
6,35
33
3.18 4.75 6.35
40
58
88.4 11 7.6 91.2 129.3 96.0 154A 93.5 122.7 98.0 139.2 102.9 164.3 lndisp
Capítulo 14 a Mancais de Elementos Rola11tes
329
Tabela 14.1 Dimensões dos ll'lancais (continuação) Mnnc11ls de ~:S rerns Número Diâmetro do Inte rno Mancai (mm)
L28 228 328 L30 230 L32 232 L36 236 L40 240 L44 244 L48 248
140 140 140 150 150 160 160 180 180 200 200 220 220 240 240
Muncu l~ de
DE
,.,
r'
tis
(mm)
(nun)
(mm)
(mm)
195.3 228.6
210 250 300
164.3 173.0 175.8
209.8 2-17.6 223.0
225 210
196.8
261.6
33 42 62 35 -15 38 48 46 52 SI 58 56
DE
w
r'
(mm)
(mm)
(mm)
tis (mm)
IIII (111111)
2.03 2.54
153.7 161.5
2.03 2.54 2.03
46 2.03 Indisponível
2 10 250 225 270 240 280
33 42 Indisponível 35 45 38 Indisponível
llolct<'S
lndisp<»t!vel Indisponível lndispon!vel
2-10 290 280
320 310 360 340 400 360 440
65 56
n
4.75 7.92 3.96 6.35 6.35 4.75 6.35
1.92 9.52 9.52
IIII (mm)
Indisponível 161-) 232.4 172.0 271.3 164.3 2 12.3 174.2 251.0 Indisponível 185.7 269.5 199.6 262.9 207.5 298.2 Indisponível 334.5 232.4 Indisponível 256.0 372. 1 Indisponível 279.4 408.4
•Raio máximo do filete no eixo e no alojamento que suavi,ará o raio na quina do mancai.
I 4.7 Seleçiio de MIUiftiÜ A seleção de um mancai para uma aplicação específica envolve a definição do tipo de mancai, do nível de precisão (usualmente ABEC 1), do lubrificante, do isolamento (isto é, aberto, blindado ou selado) e da carga básica a ser suportada. Freqüentemente, circunstâncias especiais devem também ser consideradas. Por exemplo, se o mancai for submetido a uma grande carga quando estacionário, sua capacidade de carga estática (fornecida nos catálogos dos fabricantes de mancais) não deverá ser ultrapassada; caso contrário as esferas ou roletes irão danificar lig:eiramente os anéis. Este fenômeno é identificado através de mossas, uma vez que os danos se assemelham a marcas produzidas por um dispositivo de teste de dureza Brinell. Esses danos produzirão ruídos nos subseqüentes giros. (Se o ruído não for prejudicial ou indesejável, a capacidade de carga estática poderá, em geral, ser excedida de um fator de até 3.) É interessante notar que um dano extremamente pequeno desse tipo durante a rotação não é prejudicial, porque deixa as superfícies do anel suaves e anulares. Uma outra consideração especial é a velocidade máxima. Essa limitação está relacionada à velocidade linear da superfície, e não à velocidade de rotação; assim, os pequenos mancais podem operar a rotações mais altas do que os mancais maiores. A lubrificação é especialmente importante nas aplicações em que os mancais são submetidos a grandes rotações, sendo a melhor lubrificação a que utiliza uma névoa de óleo fino ou um spray. Este procedimento propicia o filme lubrificante necessário e retira o atrito por calor com um mínimo de perda por turbilhonamento do lubrificante. Para os mancais de esferas, os separadores não-metálicos permitem altas velocidades. Um mancai de esferas de pista única de precisão ABEC I com separadores não-metálicos e lubrificação por névoa de óleo pode operar a velocidades da superfície do anel interno de até
75 m/s e possui uma vida de 3000 horas enquanto suporta um terço de sua capacidade de carga. Esta condição altera o valor de DN (diâmetro interno em milímetros multiplicado pela rotação em rpm) de cerca de 1,25 X 106• Para gotejamento de óleo ou lubrificação por borrifo este valor é reduzido de cerca de um terço, e para lubrificação por graxa de cerca de dois terços. Diante das condições mais favoráveis, os mancais com roletes podem operar com valores de DN de até cerca de 450.000. Para aplicações que envolvam rotações extremas é aconselhável consultar o fabricante do mancal. Durante o processo de seleção de um mancai deve-se atentar para eventuais desalinhamentos, bem como analisar a necessidade de selos e o tipo de lubrificação a ser utilizado. Se temperaturas extremas forem envolvidas, o fabricante do mancai deve ser consultado. A dimensão do mancai selecionado para uma determinada aplicação geralmente é influenciada pela dimensão necessária ao eixo (decorrente das considerações de resistência e rigidez) e pela disponibilidade de espaço. Além disso, o mancai deve ter uma taxa de carga suficientemente alta para propiciar uma combinação aceitável de vida e confiabilidade. Os principais fatores que influenciam os requisitos associados ao carregamento são discutidos a seguir.
14.7.1 Requisitos de VIda As aplicações envolvendo mancais usualmente requerem vidas distintas daquelas utilizadas nos manuais. Palmgren [4] determinou que a vida de um mancai de esferas varia com o inverso de aproximadamente a terceira potência da carga. Os estudos mais recentes têm indicado que esse expoente varia entre 3 e 4 para vários mancais de rolamento. Muitos fabricantes adotam o expoente de Palmgren como sendo igual a 3 para mancais de esfe-
330
PARTE
2 • Aru r.AçOF.s Tabela 14.2 Capacidade de Carga dos Mancais, C, para uma Vida de 90 x 10• Revoluções com 90% de Confiabilidade Radial de E.•fems, a= 0°
Angular de Esferus. a = 25°
Roleles
Diâmetro ln1en1o
1,. ()()
XII
200 11
.100 rued
1,.00 XII
200 li
med
1000 XII
1200 li
1300 med
( mm)
( kN)
(kN)
( kN)
! kNJ
(kNJ
( kN)
( k.'l)
( k N)
(kN)
lO
1,02
1.42
1.90
1.02
1.10
1.88
12
1.12
1.42
2.46
1.10
1.54
2.05
1.66
2.85
3.$5
2.11
3.80
4.90 6.20
15
1.22
1.56
3.05
1.28
17
1.32
2.70
3.75
1.36
300
20
2.25
3.35
5.30
2.20
l.20 3.05
5.80
3.30
4.40
25
2.45
3.65
5.90
2.65
3.25
1.20
3.70
5.50
30
3.35
5.40
8.80
3.60
6.00
8.80
2..10'
8.30
10.0
35
4.20
8.50
10.6
us
3.10'
9.30
13.1
40
4.50
9.40
12.6
L"' 9.90
11.0
4.95
13.2
7.20
11.1
16.5
45
5.80
9. 10
14.8
6.30
16.4
7.40
12.2
20.9
50
6.10
55
8.20
12.0
60
8.70
13.6
20.0
65
9.10
16.0
22.0
9.70
10..1
15.8
6.60
11.0
19.2
18.0
9,00
13.6
21.5
11.3
9.70 10.2
5.10'
8.50
12.5
2<1.5
14.9
27.1
16A
24.0
12.0
18.9
32.5
19.2
26.5
12.2
21.1
38.3
70
11.6
17.0
24.5
13.4
19.2
29.5
23.6
44.0
75
12.2
17.0
25.5
13.8
20.0
32.5
23.6
45.4
80
14.2
18.4
28.0
16.6
22-~
'5.5
173
26.2
51.6
85 90 95
15.0
22.5
30.0
17.2
26.5
38.5
18.0
30.7
SS.l
17.2
25.0
32.5
20,0
28.0
37.4
65.8
18.0
27.5
18.0
21.0
31.0
41.5 45_,
100
18.0
30.5
40.5
21.5
105
21.0
32.0
43.5
24.5
37.5
110
23.5
35.0
46.0
27.5
41.0
120
24.5
28.5
44.5
130
29.5
37.5 4 1,0
33.5
48.0
140
30.5
47.5
35.0
56.0
150
34.5
39.0
62.0
47.0
54.0
34.5
55.0 71.0
44.0
65.8
20.9
48.0
72.9
49.8
84.5
29.4
54.3
85.4
61.4
100.1
48.9
69.4
120.1
nA
131.2
5&.7
83.6
97.9
140.1
160 ISO
IlM
200
162,4
220
211.3
240
258.0
'Os mancais da série 1000 (Xll) oão estão dispooívcis com essas dimensões. As capacidades mostradas correspondem à série 190() (XXII). Fonte: New Departurc-Hyau Bearing Divisioo, General Motors Corporalion.
ras, e utilizam 10/3 para mancais de coletes. Seguindo as recomendações de outros fabricantes, este livro utilizará o expoente de 10/3 para ambos os tipos de mancais. Assim, (14.la)
ou (14.l b)
onde C é a capacidade de carga do mancai (conforme Tabela 14.2) e c."' é o valor necessário de C para a aplicação específica LR é a vida correspondente à capacidade (isto é, 9 X 107 revoluções) F, é a carga radial envolvida na aplicação específica L é a vida correspondente à carga radial F, ou a vida requerida pela aplicação
Capítulo 14 • Mancais de Elementos Rola11tes
Assim, duplicando-se a carga atuante sobre o mancai reduz-se sua vida de um fator de aproximadamente 10. Os catálogos de diferentes fabricantes utilizam diferentes valores de LR. Alguns utilizam LR= 106 revoluções. Um cálculo rápido mostra que os valores apresentados na Tabela 14.2 devem ser multiplicados por 3,86 para serem comparáveis com as capacidades de carga baseadas em uma vida de 106 revoluções.
14.7.2 Requisitos de Conft.abllidade Os ensaios mostram que a vida média dos mancais com elementos rolantes (mancais de esferas, em particular) é cerca de cinco vezes maior que a vida referente ao padrão de 10% de falha por fadiga. A vida-padrão é geralmente designada como vida L10 (algumas vezes como vida B 1d) . Como esta vida corresponde a 10% de falhas, ela também indica que esta é a vida para a qual 90% das unidades não apresentarão falha, e corresponde a 90% de confiabilidade. Assim, a vida para uma confiabilidade de 50% é cerca de cinco vezes maior que a vida para 90% de confiabilidade.
331
Muitos projetos exigem uma confiabilidade superior a 90%. A distribuição para a vida por fadiga de um grupo de componentes presumivelmente idênticos não corresponde à curva de distribuição normal, discutida naSeção 6.14e ilustrada na Figura 6.18. Em vez disso, as vidas por fadiga possuem uma característica de distribuição deslocada, conforme mostrado na Figura 14.12. Em geral, essa característica corresponde à fórmula matemática proposta pelo sueco W. Weibull, conhecida como distribuição de Weibull. Utilizando a equação geral de Weibull juntamente com extensivos dados experimentais, a AFBMA formulou os recomendados fatores de confiabilidade para ajuste da vida, K, mostrados graficamente na Figura 14.13. Esses fatores são aplicáveis tanto a mancais de esferas quanto deroletes. A vida do mancai para qualquer confiabilidade fornecida (superior a 90%) é, portanto, igual ao produto K,LR. Incorporando-se esse fator à Eq. 14.1, tem-se
L=
K,L~CIF,Y33
(14.2a) (14.2b)
14.7.8 lnf1nênela do Carregamento Axial
Vida
FIGURA 14.12 Padrão de distribuição para a vida porfadiga de um mancai.
1.0
:.:.' 0.9
...
·;; "' "'~"'
0,8
'
"{,....,
'
a = ~
Q
0,5
"' '!!
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Pnna O <. F!F,
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0.35. P,
F,
,.....,
0,6
!.!
.."'"'
o• (mancais ··adiais de esferas)
I
0,7
.2.
"'o
Os mancais de roletes cilíndricos são muito limitados em sua capacidade de carga axial porque as cargas axiais produzem um atrito por deslizamento nas extremidades dos roletes. Mesmo assim, quando esses mancais são apropriadamente alinhados, carregados radialmente e lubrificados com óleo podem suportar cargas radiais de até 20% de suas capacidades de carga radial. Esta condição permite que os mancais com roletes cilíndricos suportem eixos submetidos a uma pequena carga axial, como as geradas pelas engrenagens de dentes retos ou pelas rodas dentadas acionadas por correntes. Os mancais com roletes cónicos podem, obviamente, suportar tanto cargas axiais significativas quanto as cargas radiais. Para os mancais de esferas qualquer combinação de cargas radiais (F.) e axiais (F,) resulta em aproximadamente a mesma vida que o manca! teria na condição de uma única carga equivalente radial pura, F.. calculada a partir das equações que se seguem. O ângulo da carga a é definido na Figura 14.3b. Os mancais radiais possuem um ângulo de carga nulo. Os valores padronizados de a para mancais angulares de esferas são 15°, 25" e 35°. O espaço deste livro permite apenas a inclusão do tratamento dos mancais angulares de esferas de 25°.
'"
Pam 0,35 < F,IF, < 10,
F,= F{ I+ 1.115(~- 0.35) ~
1\.
0.3
"
0,2
(14.3)2
\ ParaF!F, > 10.
0,1
F,
=
1, 176F,
"-
o
90 91
92
93 94 95 96 97 98 Conftabtlldade r(%)
FIGURA 14.13 fator de conf'lllbllidade Kr
99 100
'Doouzido a partir da referência "Ball Bcaring General catalog" (BC-7, 1980), Ncw Deparrore-Hyau Bcarings Division. General Motors COIJlOratioo, Sanduslcy. Ohio.
332
a =
PARTI:
2
8
ÁI'U('.Aç0F.~
~ ..,.(mancais
angulares d e esferas)
Par;• O "'- F,JF, < 0.68.
Tabela 14.4 Vida Repr esentativa de um Maneal para Efeito de Projeto
Ft - F,
VIda para Efeito de Projeto (mllbares de horas)
Tipo de Aplicação
ParJ 0,68 < F,JF, < 10.
F,[ I + 0.870( ~ 0,68) j
F, -
Par:• F,JF,
10.
F,
(14.4)2
0,911F,
14.'1.4 Carregamento por Impacto A capacidade de carga-padrão para os mancais estái relacionada à condição de carga sem impacto. Esta condição desejável pode prevalecer para algumas aplicações (como os rolamentos utilizados nos motores e nos eixos dos rotores dos ventiladores elétricos acionados por correia), porém outras podem apresentar variados grous de carregamento por impacto. Este carregamento tem como efeito o aumento da carga nominal de umfator de aplicação K•. A experiência com a indústria específica é a melhor referência. A Tabela 14.3 fornece diversos valores para os casos mais representativos. Tabela 14.3 Fatores de Aplicação K. T ipo de Aplicação
Carga unifonnc. sem ompacto Engn:nagcm l flli'OCIO IC\e lmpauo uouclcmcko Impacto fone
Instrumentos c dispositivos de uso não-habitual Máquinas utilüadas de forma intermitente, nas quais a interrupção da o peração tem pouca imponãneia Máquinas utitiudas de forma inlcrmilente, nas quais a confiabilidade é de grande imponâneia Máquinas para 8 horas de operação, porém não para todos os dias Máquinas para 8 horas de operação, todos os dias de ttabalho Máquinas de operação continua por 24 horas Máquinas de operação continua por 24 horas em que a confiabilidade é de extrema importâocia
)IJ:Incal dt Roletes
1.11 1.0-l _, 1,2- 1...~
1.0 1.0 UH.I 1.1 - I .S
15-2.0 2.0-3.0
4-8 8-14
14-20 2(}...30 5()..6()
100-200
ocorre com a roda de um trailer, que gira no entorno de uma árvore fixa). Como resultado da mais recente evidência, isso nem sempre é feito. Se ambos os anéis giram, a rotação relativa entre os dois é utilizada na realização do cálculo pam avaliação da vida. Muitas aplicações envolvem cargas que variam com o tempo. Nesses casos, a regra do dano acumulado linear de Palmgrenl (Seção 8.12) é aplicável. PROBLE.l L\ REsoL VIDO
MaiiC'81 de E.\fu-as
0, 1 ~,5
~lancal
l4.1P Seleç.ão d e um
de Esferu
Selecione um mancai de esferas para uma máquina industrial destinada a operar continuamente durante um turno (oito horas por dia) a 1800 rpm. As cargas radiais e axiais são de 1,2 e 1,5 kN, respectivamente, com impacto leve a moderado.
1.5-2.0 SOLUÇÃO
14.'1.5 Resumo
Conlu!tido: Um mancai de esferas opera durante oito hord.S por dia, cinco dias por semana e deve suponar cargas radial e axial constantes.
Substituindo-se F, por F, e acrescentando-se o fator K •• modifica-se a Eq. 14.2, que passa a ser expressa como
A Ser Determinado: Selecione um mancai de esferas apropriado. Esquemtu e Dado•
L = K,LR(CIF,K.)l.Jl
(14.Sa)
c..., = F )<.(U K,LR)
(14.Sb)
0•3
Quando as equações precedentes são utilizadas, a questão é: qual a vida L necessária? A Tabela 14.4 pode ser utilizada como referência, na ausência de informações mais específicas. (É interessante notar que a vida útil de um mancai nas aplicações industriais em que o ruído não é um fator importante pode se estendersignificativamentealém da aparição da primeira pequena área de dano por fadiga superficial. que é o critério de falha adotado nos ensaios padronizados.) Os fabricantes de mancais reduzem formalmente a vida dos mancais quando o anel externo gira relativamente à carga (como
Fornecido~:
Mancal1adoal
Maneal angulao
f 1 • 1.5 kN, I, • 1,2 kN
Impacto leve • modet.00 O• to horas 1)01 dtl de QPe
'Deduzido a panir da refen:ncia "Ball Bcating Geoera1 Calalog" (BC-7. 1980),1\ew
Oepanure-Hyan Bcatings Division. Geoera1 Moun Oxporatioo. Sandusky, Ohio.
'O nome da regra foi dado em ~ma Atvid l'alrq;rcn. awrda rdcr€ncia [4).
Capítu lo 14 • Mancais de Elementos Rolante•
Decúõu e Hipótuu: 1. Deseja-se um projeto conservador para suponar impactos médi· os a moderados. 2. Deseja-se um projeto conservador quanto à vida para uma ope· ração contínua de oito horas por dia. 3. ~ exigida uma confiabilidade de 90%. 4. Deve ser selecionado tanto um mancai radial (a = 0°) quanto um mancai angular (a = 25°). S. A vida do mancai de esferas varia inversnmente com a potência de 10/3 da carga (a Eq. 14.5b é suficientemente precisa).
333
A Ser DetennitUJdo: Determine (a) a vida do mancai para 90% de confiabilidade e (b) a confiabilidade do mancai para 30.000 horas de vida. Esquema• e Dado•
Fornecido~:
Caw" 90'Xo <1t conlt~bllidade
CISO 11: vida dt 30.000 hOIIS
Mancai radial de contato N.' 211 C• l 2,0 kN
Análúe do Projeto: 1. Pelas Eqs. 14.3 e 14.4, as cargas radiais equivalentes pardos mancais radial e angular para F / F, = I ,25 são, respectivamente,
F{t+
1, 115(;, - 0.35) ]
=
1.2[ 1 I
1,1 15(
=
2,4 kN
(mancai radial)
F, -
21 mm
::~
F,= F,[1 + 0,870( ~ 1.2[I .._ 0.87( : :~ = 1,8 kN
r--\·--'-1.....1.-,.. f' , • 1,2 kN F, • 1.5 kN --r- - ' Impacto leve a modtrldO K.•1,5
FlCLIIA 14.15 Mancai radial de cootato.
0.35) ]
0.68)
Hipóte1es: 1. A vida do mancai de esferas varia inversamente com a potência de 1013 da carga (a Eq. 14.5a é suficientemente precisa). 2. O fator de aplicação é K. = 1,5 para um impacto leve a mode· rado. 3. A vida associada ao projeto é de 30.000 horas.
J
0.68)]
Análi1e: 1. Pela Eq. 14.5a,
(mancai angular) L
2. Pela Tabela 14.3, escolha X. = 1,5. Pela Tabela 14 .4 escolha(de forma conservadora) 30.000 horas de vida. A vida em revoluções vale L = 180 rpm X 30.000 h X 60 min/h = 3240 X lO" rev. 3. Para um padrão de 90% de confiabilidade (K, l } e para L, 90 X lO" rev (para uso com a Tabela 14.2), a Eq. 14.5b fornece
=
Cnec = (2,4)( I ,5)(3240190)0•3
=
10.55 kl'\
=(
1,8)( 1.5)(3240190)0·3 = 7.91 kN
=
(mancai angular)
Comentário~: Seodo os outros fatores idênticos, a seleção final poderia ser definida com base no custo total da instalaçii.o, incluindo o eixo e a caixa do mancai. A dimensão do eixo seria suficiente pard limitar o desalinhamento do mancai a não mais que 15'.
PnOOlDL\ REsOLVIDO 14.2 Vida e
Con.Oahllldade do Jtlaneal de Esfe.r as Suponha que o mancai radial decontato 211 (C = 12,0 kN) seja selecionado para a aplicação do Problema Resolvido 14.1. (a) Estime a vida desse mancai com 90% de confiabilidade. (b) Estime sua confi· abilidade para 30.000 horas de vida. (Veja a Figura 14.15.)
Sou;ç..\o
O mancai radial de contato 2 11 é selec.ionado para a Problema Resolvido 14.1.
= (1)(9() X lcf')CI:!,O/:l,6J'·JJ = 4959 X 1011 rcv = 4.5.920 h 2. Pela Eq. 14.5a, 3240 X I 0 1' ~ K,.(90 X 106 )( 12,0/3,6P·JJ
K, = 0,65
(mancai radial)
4. Pela Tabela 14.2 (com o número do rolamento para um dado diâmetro interno eséóeobtidos pela Tabela 14.1), as escolhas apropriadas seriam os mancais radiais Ll4, 21 1 e 307 e os mancais de contato angular L ll, 200 e 306.
r-:, I~;~~~~d:o
= K, I,R{CJF, K,.)133
Pela Figura 14.1 3, a confiabilidade é estimada em aproximadamente95%. Comentário~: Para uma confiahilidade de 90%, a vida do mancai é de 45.920 horas. Porém, para uma confiabilidade de 95% a vida do mancai é de 30.000 horas.
PUOBL&lL\ R ESOLVIDO 14.3 Dano Cumulativo
Um mancai radial de esferas de contato N.• 207 suporta um eixo que gira a I 000 rpm. Uma carga radial varia de modo que em 50, 30 e 20% do tempo a carga é de 3, 5 e 7 kN, respectivamente. As cargas são uniformes, de modo que K. = l. Estime a vida B 10 e a vida média do mancai. (Veja a Figura 14.16.) SoLUÇÃO
Conhecido: Um mancai radial de esferas de contato supona uma carga radial de 3, 5 e 7 kN por, respectivamente, 50, 30 e 20% do tempo. A Ser Determinado: Determine a vida 8 10 e a vida média. Esquema• e Dado•
Fornecido~:
334
PARTF.
2 •
A!'UCAÇOES
F,
K.
U..-J-,,..---.--.J
~
1.0 (carreaamento un•forme)
Tempo
FlGliU 14.16 Mancai radial de contato suJeito a uma auga variável.
Hipótuu: l. A regra de Palmgren ou Miner (regra do dano acumulado linear) é adequada ao problema. 2. A Eq. 14.5 é apropriada para a situação apresentada. 3. Seja X igual à vida B,..
Análile:
1. Pela Tabela 14.2, para o mancai radial de comato N.•207 tem-se C = 8,5 kN (com L, = 90 X lO' e 90% de confiabilidade). 2 . A Eq . 14.5a é L = K,L,(C/F )(J'·". Tem-se F, = F,. K. = 1,0, e para 90% de confiabilidade K, = 1,0. Assim, L = L.(CIF,}'·". 3. Com C= 8,5, L. = 90 X 10' rev e a equação precedente, tem-
se: a. Para F, = 3 kN que L= 2887 X 10' rev b. Para F, = 5 kN que L = 526,8 X 10' rev c. Para F, = 7 kN que L= 171,8 X 10' rev 4. Pela Eq. 8.3, para k = 3,
aos carregamentos axiais. As Figuras 14.17 e 14.18 mostram duas construções típicas. Mesmo imaginando-se que aparentemente não haja cargas axiais atuantes sobre o conjunto girante, é necessário assegurar que os efeitos da gravidade, de vibrações e outros não produz.em movimentos axiais. O princípio que normalmente é aplicado é que o carregamento axial em cada um dos sentidos deve ser suportado por um e apenas um dos mancais. Na Figura 14.17 o mancai da esquerda suporta as forças axiais direcionadas para a esquerda e o mancai da direita suporta as forças direcionadas para a direita. Nenhum dos mancais é montado no sentido de ser capaz de absorver as cargas axiais no sentido oposto. Na Figura 14.18 o mancai da esquerda suporta a força axial em ambos os sentidos. O mancai
S. Para X minutos de operação, tem-se n 1 = 500X rev, n., = 300X rev e n3 = 200X rev. 6. Pelaparte3,N1 = 2887 X 10'rev,N2 = 526,8 X IO'reveN, = 171 ,8 X IO'rev. 7. Substituindo na equação do item 4 , tem-se
500X 2887 X 106
e X
I~
+
300X 526.8 X 106
•..,
+
200X = 6 171.8 Y 10
~6 .
- - = :>44, mmouX=874lh
1.9068
- •-
FlGLRA 14.17 Mancais montados de modo que cada um suporta uma carga axial em um Wúco sentido.
8. A vida média é igual a aproximadamente cinco vezes a vida B,., isto é, 43.703 horas. Comentário~: A relação geral que estabelece que a vida média é igual a aproximadamente cinco vezes a vida B,0 foi baseada em dados experimentais obtidos a partir do e nsaio de vida de diversos mancais.
14.8 Montagem dos Manea.U paro Resutir Aclequodamente u Corg08 Axiai8 A literatura produzida pelos fabricantes de mancais contém muitas informações e ilustrações referentes à aplicação apropriada de seus produtos. Será ilustrado, neste texto, apenas o princípio básico da montagem apropriada dos mancais em relação
FIGURA 1<1.18 )tancais Instalados de modo que o mancai da esquerda suporta cargas axlals cm arnbllc'l os sentidllc'l.
Capftulo 14 • Mancai.! de Elemento~ Rolatl1e~
da direita é livre para deslizar em ambos os sentidos em relação à caixa; assim, ele não pode suportar cargas axiais. Observe que na Figura 14.17 são utilizados espa.çadores para permitir que a liberdade axial de movimento do eixo seja ajustada para um valor desejado - o suficiente para que sob qualquer condição de expansão devida a um diferencial térmico o eixo possa se alongar sem que haj a uma liberdade axial negativa e o carregamento sobre o mancai se tome severo. Esta condição explica porque, em geral, não é aconselhável projetar o sistema de apoio do eixo utilizando dois mancais que suportem a carga axial no mesmo sentido. Para componentes "absolutamente ógidos" essa condição requer que a distância entre os mancais na direção do eixo seja exatamente a mesma existente entre os mancais na caixa. Mesmo que o custo de fabricação decorrente da precisão satisfaça esse requisito, a expansão térmica diferencial durante a operação gerará uma pequena interferência, que acaba solicitando os mancais.
14.8
Um maoc:&l de esferas radial deeontatON."208 suporta uma c:arga com· binada de 200 lb radial com outra de 150 lb axial a 1200 !]ltD. O man· cal es~ sujeito a um carregamento estacionmo. Detctmioe a vida do mancai em horas para uma eooflabilidade de 90'k.
14.9
Qual deve ser a variaçio no carregamento de um mancai de esferas radial de oontato de modo que sua expectativa de vida seja dobrada? E para que a vida seja triplicada? (Veja a Figura Pl4.9.)
2L, FtCLll~
14.10 I. Harris . Tcdric A., Rolling /Je11ring Annlysis, 3rd cd .. Wilcy, NewYork, 1991. 2. " Mcchnnical Drives," Machine Desígn RejeiT'nce lssue, Penton/IPC, lnc. Clevelund. June 29. 1978.
Alguns fabricantes de mancais produzem suas unidades com base na vida de lO" revoluções. Se todos os demais fatores forem os mesmos, por que fatora.~ cargas desses mancais devem ser multiplicadas quando comparadas com as cargas apresentadas na Tabela 14.2'1
14.11
Dctcmtinc a carga radial que pode ser suportada pelo mancal de esferas radial de contato N.• 204 para uma vida L 10 de 5000 horas a 1800 !]lm.
14.U
Um maoc:&l de esferas radial de eontatO N."204 suporta uma carga com· binada de 200 lb radial eom outra de 150 lb axial a 1200 !JltD. O man· cal es~ sujeito a um carregamento estaeiom!rio. Detcnnine a vida do maoc:&l em horas para uma eonftabilidade de 90'k.
14.13
Um mancai de esferas radial deeontato N.• 204 é utilitado em uma apli· caçlio considerada leve a moderada em relação a um cam:garnento de impacto. O eixo gira a 3500 rpm e o mancai está >Ujeito a uma carga radial de I000 N c a uma carga axial de 250 N. Estime a vida do man· cal cm horas para uma confiabilidadede90%. (Veja a Figura Pl4. 13.)
4. P:llmgren. AAid. Boi/ wul Roller Beori11g Engineering. SKF lndUSlries. lnc .. Philadelphta. 1959. 5. Standards of lhe Anti-Fricuon Bcaring Ma nufacturers A~..ociatJOO. Arhngton, Virgínia.
P l4.9
[Resp.: 0.2591
3. Mon on. Hudson T., Ami-Fricrion 8eorings. Hud son T. Mon on. Ann Arbor. Mich. 1965.
335
ProblerrttU
[Rcsp. : 6200 horas I
Seções 14.3-14.4 14.1P
14.2
Mancai de esferM radlll N • 204 F, • 1000 N, l~• 250 N
Do ponto de vista de um engenheiro meellnico, interessado em mancais com elementos rolantes, elabore um relatório revendo o endereço da lntemet http : //www. t hr.ke...; .eo:m.. Discuta seu conteúdo, sua utilidade, a facilidade de utilitação e a clarcta do sitt.
Cooftablltdade de 90'Jo carregametllO de 1mpact0 leve
a moderado V1daL=? h
Repita o Problema 14.1P, desta vezeoosultando o endereço http , lf ....-..w. rbcbear inqs. c o:n.
14.3
www . nt.n . c a.
14.4
FtGLll~
Repita o Problema 14.1P, desta vez consultando o endereço http' 11 Repita o Problema 14.1P, desta vez consultando o endereço h t tp' 11
14.14
O endereço da Internet ht tp, tlw-""'. uspto. gov fornece um banco de dados de patentes apresentadas nos Estados Unidos ( U.S. Patent & Trademark 0/fice), incluindo imagens desde 1790 c textos com-
14.15
Um mancai de esferas radial N. • 2 11 possui uma vida L 10 de 5000 ho· ras. Estime a vida L10 que seria obtida se esse mancai fosse substituído por (a) um mancai de esreras radial LI I, (b) um mancai de esferas radial311 e(c)urnrnancal deroletcs 1211.
14.16
A aplicação cspecflica de um mancai propicia uma vida de 15000 horas para urna eonfiabilidade de 90%. Qual é a eorn:spondcntc expecta· tiva de vida para uma conliabilidade de 50% e 99'k?
14.17
Um manca! de esferas radial de eontato N." '1JJ1 suporta um eixo que gira a 1800 rpm. A carga radial varia de modo que durante 60. 30 e !O% do tempo a carga é de 3, Se 7 kN, respectivamente. Aswgas sio unifonnes. de modo que K, = I. Estime a vida Lu, e a vida média do
pletos desde 1976. (a) Pesquise os resumos das patentes utilizando a palavra "bcaring" (mancai) e registre os códigos numéricos das patentes encontradas pela ferramenta de pesquisa. (b) Identifique o objetivo da patente 6.749.34 1. 14.6P
Pesquise o endereço da Internet llttp' " "'" "·uopto. gov e imprima o resumo e a ilustração de uma patente "intctessante" relacionada a um mancai com elementos rolantes cerlimioos.
A aplicação especrflca de um mancai propicia uma vida de 5000 horas
para uma confiabilidade de 90%. Qual é a correspondente expectativa de vida para uma confiabilidade de 50% e 99%'1
~~~ .rexno rd.com.
14.5
P l4.13
mancai.
Seção 14.7 14.7
Determine a carga radial que pode ser suportada pelo mancai de esferas radial de contato N.' 204 para uma vida L,0 de 50()() hora.~ a 900 !Jlm.
14.18
Um mancai de esferas radial de cootato N.• 312 é carregado unitormemeote (sc.m impacto) da seguinte forma: SS% do tempo com urna carga de 7 kN a 18()() rpm, 25% do tempo com uma carga de 14 kN a 1200 !]l!ll, 20% dotcmpocom uma carga de 18 kN a 800rpm. Estime a vida
336
PARTf.
2 •
APUCAÇ0f.S
do mancai para uma coofiabilidade de 90'Jó. Calcule a contribuição ao dano acumulado para cada carga.
idênticos da série 200 para as extremidades A e B, considerando que o eixo gire a 350 rpm.
[Resp.: 6400 horas, 13%, 39%, 48%) 14.19
Em uma dada aplicação, um IJllllle8l de esferas mdial N.' 212 possui uma vida L10 de 6000 horas. Qual seria a expectativa de vida dos próximos mancais de maior dimensão (N.' 213 e N.' 312) utilizados nesta mesma aplicação? [Rcsp.: 10.3!Xl horas, 21.700 horas)
14.201' Um mancai suporta um eixo que gira a 100 rpm c cstd sujeito a uma e.arga radial de 3 kN e uma carga axial de I lu\1. O eixo é um componente de uma máquina que opera com um carregamento na fronteira entre um impacto "leve" e um "moderado". A vida requerida é de 5000 horas, com apenas 2% de probabilidade de falha. Selceione um mancai de esferas da série 200 para essa aplicação: (a) Utilizando um mancai radial de contato.
(b) Utilizando um mancai angular de eootato.
[Resp.: (a) N.• 208, (b) N.• 208] 14.211' Repita o Problema 14.20P com a carga axial aumentada para (a) 1,5 k.N. (b) 3,0 kN. 14.12
A Figura Pl4.22 mostra dois mancais suportando um eixo e uma engrenagem que giram a 1000 rpm. O mancai da esquerda suporta uma
carga radial de 5 kN e uma carga axial de I kN. O carregamento está na fronteira entre um impacto "leve'' c um "moderado... A vida requerida é de 5000 horas, com uma probabilidade de apenas 2% de falha.
Sclecione um mancai de esferas radial de contato da série 200 para o mancai da esquerda.
FIGURA Pl4.22
FlCLllA Pl4..23P 14.24P A Figura PI4.24P mostra uma roda dentada cm balanço acionoda por uma corrente de roletcs que aplica uma força de 1200 lb, conforme indicado. Sclccionc mancais de esferas id~nticos da série 200 para os apoios A e a. O eixo gira a 350 rpm.
!
6001b
FlCliL\ P14..24P 14.131' A Figura P 14.13P mostra um rolo de impn:ssão acionado por uma engrenagem na qual uma força de 1;1. kN t aplicada. A superflcie inferior do rolo está em contato com um rolo similar que aplica um carregamento uniforme (para cima) de 4 N/mm. Seleeione mancais de esferas
'
6001b
14.251' Repita o Problema 14.24P, desta vez considerando que o eixo gire a 275 rpm.
CAPÍTULO
15
Engrenagens de Dentes Retos
--15.1
Intro~
e Breve Hutórieo
As engrenagens, definidas como componentes dentados que transmitem movimento de rotação de um eixo para outro, estão entre os mais antigos dispositivos e invenções do homem. Sabese que por volta do ano de 2600 a.C. os chineses utilizaram uma carruagem provida de uma série complexa de engrenagens como as ilustradas na Figura 15.1. Aristóteles, no século 4 a.C., escreveu sobre as engrenagens como se fossem elementos muito comuns. No século 15 d.C. Leonardo da Vinci projetou urna grande quantidade de dispositivos incorporando muitos tipos de engrenagens. Entre as diversas formas de transmissão de potência mecãnica (incluindo principalmente as engrenagens, as correias e as correntes), as engrenagens geralmente são as mais robustas e duráveis. Sua eficiência na transmissão de potência chega a ser da ordem de 98%. Por outro lado, as engrenagens, em geral, são mais caras do que as correntes e as correias. Como se poderia esperar, os custos de fabricação das engrenagens aumentam significativamente com o aumento da precisão - conforme exigido pela combinação das altas velocidades e altas cargas, e baixos níveis de ruído. (Os padrões de tolerância para diversos níveis de precisão de fabricação foram estabelecidos pela associação norte-americana AGMA - American Gear Manufacturers Association.)
Flcuu 15.2 Engrenagens de dentes retos.
As engrenagens de dentes reros representam o tipo mais simples e mais comum de engrenagens. Conforme mostrado na Figura 15.2, elas são utilizadas para transferir o movimento entre eixos paralelos e possuem dentes que são paralelos aos eixos. A maior parte do estudo aqui apresentado sobre as engrenagens de dentes retos será dedicada à geometria e à nomenclatura das engrenagens (Seções 15.2 e 15.3), à análise de forças atuantes nas engrenagens (Seção 15.4), à resistência à flexão dos dentes das engrenagens (Seção 15.8) e à durabilidade das superfícies dos dentes das engrenagens (Seções 15.9 e 15.10). O engenheiro seriamente envolvido com o tema das engrenagens de diversos tipos deve consultar as normas pertinentes da AGMA, bem como outras literaturas atualizadas sobre engrenagens. O endereço da Internet http: I /www. machinedesi gn. com/ apresenta informações gerais sobre acionamentos por engrenagens, formas de dentes de engrenagens e caixas de engrenagens (caixas de transmissão). O site http: 1 /www. powertr ansmission . com fornece os endereços de fabricantes de engrenagens e de acionamentos por engrenagens.
15.2 Geometria. e Nomenelaturo Enarenaeens em ancuiO rtto
("'IJeNCMS poralelas
FICLRA 15.1 Engrenagens pri.milivas.
A exigência básica para a geometria dos dentes das engrenagens é que propiciem uma relação de velocidades angulares que seja exatamente constante. Por exemplo, a relação de velocidades angulares entre uma engrenagem de 20 dentes e outra de40 dentes deve ser precisamente igual a dois, qualquer que seja a posição
338
PAR'I'E
2 • Aru r.AçOv.s
das engrenagens. Ela não deve ser, por exemplo, 1,99 quando um dado par de dentes iniciar o contato e 2,0 I quando eles deixarem o contato. Evidentemente, as imprecisões do processo de fabricação e as deformações causarão ligeiros desvios na relação develocidades, porém os perfis aceitáveis para a geometria dos dentes são baseados em curvas teóricas que atendem a esse critério. A ação de um par de dentes de engrenagem que satisfaça a essa exigência é denominada ação conjugada de dentes de engrenagens, e está ilustrada na Figura 15.3. A lei fundamental da ação conjugada de dentes de engrenagem estabelece que
Quando as engrenagens giram, a linha normal comum às superficies no ponto de contato deve sempre interceptar a linha que une os centros geométricos em um mesmo ponto P, chamado de ponto primitivo.
Cireunfetênc•• de base
+ FIG L'!IA 15.4 Geração de uma eYolventea partir de sua circunferencía de base..
ferência de base, porém não pode existir uma evolvente do lado A lei da ação conjugada de dentes de engrenagens pode ser atendida por diversas formas de dentes, porém a única de importância significativa é a evolvente de uma circunferência. (Sua última concorrente foi a forma cicloidal, utilizada nas engrenagens da transmissão do Ford Modelo T.) Uma evolvente (de circunferência) é a curva gerada por qualquer ponto sobre uma linha tensa quando desenrolada de uma circunferência, chamada circunferência de base. A geração de duas evolventes é mostrada na Figura 15.4. As linhas pontilhadas mostram como a evolvente poderia corresponder às partes mais externas do lado direito dos dentes adjacentes de uma engrenagem. De forma análoga, as evolventes geradas quando se desenrola uma linha enrolada no sentido anti-horário no entorno da circunferência de base poderiam formar a parte mais externa do lado esquerdo dos dentes. Observe que, em cada ponto, a evolvente é perpendicular à linha tensa. E importante notar que uma evolvente pode ser desenvolvida tão distante quanto desejável para fora da circun-
interno de sua circunferência de base. A compreensão do acoplamento de um par de dentes evolventes de engrenagens pode ser obtida a partir do estudo (1) do acionamento por atrito, (2) do acionamento por correia e, finalmente, (3) do acionamento através de dentes evolventes de engrenagem. A Figura 15.5 mostra duas circunferências primitivas. Imagine que elas representem dois cilindros pressionados um contra o outro. Se não houver deslizamento, a rotação de um dos cilindros (circunferência primitiva) causará a rotação do outro a urna velocidade angular inversamente proporcional à relação de seus diâmetros. Em qualquer par de engrenagens engrenadas, a menor das duas é chamada de pinhão e a maior de engrenagem (ou coroa). O termo "engrenagem" é utilizado, no sentido geral, para indicar qualquer desses elementos e também no sentido específico para indicar o maior dos dois. Uma pequena confusão, talvez, mas a vida às vezes é assim! Utilizando o subscrito p e c para representar o pinhão e a coroa, respectivamente, tem-se
(15.1)
~Engrenagem conduzida
I Ii _____1
Engrenagem motn.t
onde w é a velocidade angular, d é o diâmetro primitivo e o sinal negativo indica que os dois cilindros (engrenagens) giram em sentidos opostos. A distância entre centros vale
I I
(15.1a) onde r é o raio da circunferência primitiva. Linha de união dos centros
Normal comum (às superffcies dos dentes no POnto de contato)
ttFIGURA 15.3 Ação conjugada de dentes de engrenagem.
FI CURA 15.5 Engrenagens de atrito com diâmetro d girando a velocidades angulares w..
Capftulo 15 • Engrenagens de Dente~ Relo~
FIGLRA 15.6 Aclonamento por correia incorporado às en~nagens por
alrito.
De modo a se transmitir mais torque do que é possível com as engrenagens com atrito apenas, incorpora-se agora uma correia de acionamento operando entre polias, representadas pelas círcunfer2ncias de base, conforme ilustrado na Figura 15.6. Se o pinhão girar no sentido anti-horário, a correia fará com que a engrenagem gire obedecendo à relação expressa pela Eq. 15.1. Na terminologia das engrenagens, o ângulo c1> é chamado de ân· guio de pressão. A partir de urna semelhança de triângulos observa-se que as circunferências de base apresentam a mesma re· lação que as circunferências primitivas; assim, as relações develocidades referentes aos acionamentos por atrito e por correia são idênticas. Na Figura 15.7 a correia é cortada em um ponto c, e as duas extremidades são utilizadas para gerar os perfis evolventais de e fg para o pinhão e para a coroa, respectivamente. Fica, assim, esclarecido por que c1> é chamado de ângulo de pressão: desprezando-se o atrito por deslizamento, a força do dente de uma evolvente, empurrando o outro, ocorre sempre a um ângulo igual ao ângulo de pressão. Uma comparação das Figuras 15.7 e 15.3 mostra que o perfil evolvente de fato satisfaz à lei fundamental
SS9
da ação conjugada dos dentes de urna engrenagem. A propósito, a evolvente é apenas um perfil geométrico que atende ao estai» tecido nessa lei e que mantém um ângulo de pressão constante quando as engrenagens giram. Observe que a ação conjugada da evolvente só pode ocorrer externamente às circunferências de base. Na Figura 15.7, os perfis evolventes conjugados só podem ser desenhados pelo "corte da correia" em um ponto entre a c b. A Figura 15.8 mostra o desenvolvimento continuado do dente de uma engrenagem. Os perfis das evolventes são estendidos para fora, além das circunferências primitivas, por uma distância denominada adendo. A circunferência mais externa é usualmente denominada círcunfer2ncia de adendo. Analogamente, os perfis dos dentes são estendidos para dentro da circunferência primitiva de uma distância denominada dedendo. Obviamente, essa parte da evolvente apenas pode ser estendida até a circunferência de base. A parte do perfil entre as circunferências de base e do dedendo (raiz) não pode participar da ação conjugada da evolvente, pois deve propiciar uma folga que permita o movimento da ponta do dente durante o giro da engrenagem. Esta parte do perfil do dente usualmente é desenhada como uma linha reta radial, porém sua forma real (que depende do processo de fabri· cação) geralmente é a de uma trocóide. Um fJ.lete na base do dente ajusta o perfil à circunferência do dedendo (raiz). Esse filete é importante para reduzir a concentração de tensão por flexão.
•
r, C~tcunferêntla
Jl
/
/J
I
-~o-,-
En111eneaem (coroa) FtGURA 15.7 Corte da correia em c para gerar os ~rlls evo.lventais conju· gados.
FIGl'RA 15.8 Oe~nvolvi.mento e nomenclatura dos dentes de engrenagens e•·olventals. Nota: O diagrama mostra o caso especial de adendo mbimo para a engrenagem sem que haja interferência; o adendo do pinbilo é bem pr6xlmo do limite teórico.
340
PAITrE
2 •
Al'LICAÇOl·:S
FlGliiA 15.9 Nomenclatura dos dentes de
engrenagem.
Um ponto importante a ser ressaltado é que o "diâmetro" (sem um adjetivo de qualificação) de uma engrenagem refere-se sempre ao seu diâmetro primitivo. Ao se desejar referenciar outros diâmetros (base, raiz, externo, etc.) deve-se sempre especificálos. De forma análoga, d, sem subscrito, refere-se ao diâmetro primitivo. Os diâmetros primitivos de um pinhão e de uma engrenagem (coroa) são diferenciados pelos subscritos p e c; assim, dPe d, são seus súnbolos. A Figura 15.8 mostra o dedendo da engrenagem se estendendo exatamente até o ponto a de tangência. (O adendo do pinhão se estende até o ponto arbitrário c, que é próximo ao ponto b de tangência.) Esse adendo da engrenagem representa o máximo teórico sem que seja atingida urna ''interferência", que será discutida na próxima seçào. Os pares de engrenagens de proporções padronizadas geralmente possuem dedendos menores (como o pinhão na Figura 15.8). Por razões práticas, os dedendos dos pares de engrenagens não devem se estender muito além dos pontos de tangência. A Figura 15.8 mostra a posição de um par de dentes engrenados quando entram em conta to e quando perdem o contato. Observe os correspondentes llngulos de aproximação e de afastamento tanto para o pinhão quanto para a engrenagem (medidos em relação aos pontos sobre as circunferências primitivas). A linha nn (Figura 15.8) é chamada de linha de ação ( desprezando-se o atrito, a força de interação entre os dentes engrenados atua sempre ao longo dessa linha). A rrajetória de contato (lugar geométrico de todos os pontos de contato entlre os dentes) é um segmento dessa linha. Na Figura 15.8 a trajetória de contato é representada pelo segmento de linha ac. Uma nomenclatura adicional relacionada ao dente de engrenagem completo é mostrada oa Figura 15.9. As regiões de face e flanco da superfície do dente são separadas pelo cilindro primitivo (o qual contém a circunferência primitiva). Observe, em particular, o passo circular, designado por p e medido empolegadas (unidades inglesas) ou mil(metros (unidades SI). Se N é o número de dentes da engrenagem (ou do pinhão) e d é o diâmetro primitivo, então p
I'
(15.2)
Os índices mais utilizados para a dimensão do dente da engrenagem são o passo diametral P (utilizado apenas nas unidades inglesas) e o módulo m (utilizado apenas nas unidades métricas ou do SI). O passo diametral é definido como o número de dentes por polegada do diâmetro primitivo: p
p
p
d
(15.3)
O módulo m, que é basicamente o inverso de P, é definido como o diâmetro primitivo emmilfmerros dividido pelo número de dentes (quantidade de millmetros de diâmetro primitivo por dente): d
tiJ
= -,
III
.v
(15.4)
O leitor pode verificar, facilmente, que pP
7r
(p cm
polegada~
c P cm dcmc~ por polegada)
(15.5)
p/m - -rr lp cm
mtllmctro~
cm cm m r Hmctro~ por dente) (15.6)
III
= 25.4/P
(15.7)
Trabalhando-se com unidades inglesas, a palavra "passo", sem um adjetivo qualificador, significa passo diametral (uma "engrenagem de passo 12" refere. se a uma engrenagem com 12 dentes por polegada de diâmetro primitivo), enquanto nas unidades do SI "passo" significa passo circular(uma "engrenagem de passo = 3,14 mm" refere-se a uma engrenagem que tenha um passo circular de 3,14 mm). As engrenagens são comumente fabricadas para um valor inteiro de passo diametral (unidades inglesas) ou valores padronizados do módulo (unidades do SI). A Figura 15.10 mostra as dimensões reais dos dentes das engrenagens para diversos
Capftulo 15 • Engrenagens de Dente~ Reto~
MI
FIGLIIA 15.11 Pinhão e cremaJbeira evolventals.
Quanto maior a largura da face, mais difícil será a fabricação e a montagem das engrenagens de modo que o contato seja uniforme ao longo de toda a largura da face. As engrenagens fabricadas de acordo com os sistemas de padronização são intercambiáveis e, geralmente, disponíveis nos FIGURA 15.10 Dimensões reais dos dentes de engrenageM para diversos estoques. Por outro lado, as engrenagens produzidas em larga passos dlamclrals. Nola: Em geral as engrenagens de passo fino possuem escala, utilizadas em uma aplicação particular (como a caixa de P il:: 20 e as engrenagens de passo grosso possuem P < 20. (Cortesia da Uourn transmissão de um automóvel), saem desses padrões de modo a & Kocb Machine Tool Company.) serem otimizadas para a aplicação específica. A tendência atual é a de se aumentar a utilização de engrenagens especiais, uma vez que os modernos equipamentos de corte das engrenagens repassos diametrais padronizados. Nas unidades do SI os valores duzem os custos envolvidos e os recursos dos computadores modemos minimizam o tempo necessário ao projeto de engenhapadronizados comumente utilizados são ria A Figura 15.11 mostra um pinhão em contato com uma cre0,2 a 1,0 com incrementos de 0,1 malheira, que pode ser idealizada como um segmento de engre1,0 a 4,0 com incrementos de 0,25 nagem de diâmetro infinito. A Figura 15.12 mostra um pinhão 4,0 a 5,0 com incrementos de 0,5 em contato com uma engrenagem interna. A engrenagem interna é também chamada de coroa circular, ou engrenagem anel, e O ângu lo de pressão mais utilizado, tanto no sistema inglês é comumente utilizada nos trens de planetárias da transmissão quanto no SI, é o de 20•. Nos EUA o ângulo de 25• também é automática de um automóvel (veja a Seção 15.13). Os di!l.metros padronizado, e 14,5" foi por algum tempo, no passado, um valor das engrenagens internas são considerados negativos; assim, a padronizado alternativo. Eq. 15.1 indica que o pinhão e a engrenagem interna giram no Em todos os sistemas, o adendo padronhado vale 1/P (em mesmo sentido. polegadas) ou m (em milimetros), e o dedendo padronizado é 1,25 Uma vantagem importante da forma da evolvente sobre tovez maior do que o adendo.' Um sistema de padronização mais das as demais é que ela propicia a ação conjugada teoricamente antigo, utilizado nos EUA, adotava um ângulo de 11Y' em uma perfeita. mesmo quando a distância entre os centros dos eixos engrenagem de dentes rebaixados, para o qual o adendo foi en- não está exatamente correta. Este fato pode ser verificado revencurtado para 0,8/P. (Embora as engrenagens de 14,5" e as engre- do-se o desenvolvimento básico dos perfis evolventais ilustranagens de dentes rebaixados de 20" não sejam mais considera- dos nas Figuras 15.6 e 15.7. Se os eixos das duas engrenagens das como padrão, ainda são realizadas substituições nesses sistemas.) O raio do filete (na raiz do dente) é, geralmente, de 0,35/ P (em unidades inglesas) ou m/3 (em unidades do SI). A largura da face, b (defmida na Figura 15 .9), não é padronizada, porém geralmente 9
14
-
(a)
ou 9m
<
h
<
14m
(b)
' Para as engrenagens de passo fino com P e:; 20, o dcdendo padroniz.ado é de (1,20/P) + 0,002 in.
FIGURA 15.12 Pinb§o c engrenagem interna evolventais. Observe que am-
bos giram no mesmo sentido.
342
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
A fresagem dos dentes das engrenagens é um processo de engenharia altamente desenvolvido, envolvendo arte e ciência. Dois dos diversos procedimentos utilizados são mostrados nas Figuras 15.13 e 15.14.
15.3 Interferência e Rasão de Contato
FtGLllA 15.13 Geração de wna e.tgrenagem rom wna fresadora capaz de fabricar dentes externos e internos. (Para ínformações adicionaís veja o endereço da Internet http: //www.liebhe=.com/gt/enl}. (Cortesia da Gleason-Prauter Mascbinenfabrik GmblL)
engrenadas forem afastados, a ação conjugada continua com um ângulo de pressão aumentado. Obviamente, a folga (menor distância entre as superfícies sem contato de dentes adjacentes) aumenta quando a distância entre centros é aumentada. Em alguns casos aproveita-se essa característica para ajustar a distância entre os centros dos eixos, objetivando uma fo]ga desejada (Alguma folga é sempre necessária para propiciar um espaço para um filme de óleo sujeito a várias condições de expansão e contração térmicas, porém uma folga excessiva aumenta o ruído e o carregamenJo por impacto quando um torque alternado é aplicado.) Uma segunda vantagem básica do sistema evolvental é que a geometria do dente para uma cremalheira é uma linha reta. Este fato facilita o processo de corte e a geração dos dentes das engrenagens.
Ocorrerá interferência sempre que uma das circunferências de adendo se prolongar além dos pontos a e b de tangência (Figuras 15.6 a 15.8), que são chamados de pontos de interferência. Nesta situação as engrenagens acopladas ficam impedidas de girar. Na Figura 15.15 ambos os círculos de adendo se excedem além dos pontos de interferência; assim, essas engrenagens não podem ope· rar sem que sejam realizadas algumas modificações. A correção preferencial é a remoção das pontas dos dentes com interferência, indicadas na figura pelas regiões sombreadas. De uma forma alternativa, os flancos dos dentes das engrenagens acopladas podem ser rebaixados, de modo a criar um espaço para o movimento da ponta interferente do dente, porém esta solução enfraquece o dente. Não é permitido em qualquer dos casos a ocorrência do contato das extremidades sombreadas, uma vez que a ação conjugada da evolvente não é possível além dos pontos de interferência. Quando os dentes são gerados por uma fresa de corte, como esquematicamente mostrado na Figura 15.14, eles serão automaticamente rebaixados caso apresentem interferência com os dentes da fresa. Esse rebaixamento ocorre com pinhões padronizados de 20• com menos de 18 dentes e com pinhões padronizados de 25• com menos de 12 dentes. Por esta razão, os pinhões com menos dentes do que esses valores não são geralmente utilizados nas proporções de dentes padronizados. Pela Figura 15.15 ou 15.8,
r. = r+ a onde
r. = é o raio da circunferência de adendo r é o raio da circunferência primitiva a = é a dimensão do adendo Pode-se também obter a equação para o raio máximo possível para a circunferência de adendo sem que ocorra interferência, (15.8)
onde r a(máx)
= é o raio máximo da circunferência de adendo sem in-
r1,
= é o raio da circunferência de base do mesmo elemen-
terferência, do pinhão ou da engrenagem
O c•hndro metàhco da~e,.m
i:!_~e /
~
A cremalhetra de corte"' move na d•reçl!o pe
FtGL"RA 15.14 Corte de dentes rom wna cnmalbeira C()rtadora.
to c = é a distância entre os centros, 0 102 4> = é o ângulo de pressão (valor real, e não nominal) Uma análise da Eq. 15.8 e seu desenvolvimento indica que (1) a interferência envolve mais as pontas dos dentes das coroas do que as pontas dos dentes dos pinhões, e (2) a interferência ocorre com mais freqüência nos pinhões com um pequeno número de dentes, nas coroas com um grande número de dentes e nos pequenos ângulos de pressão. Obviamente é necessário que os perfis dos dentes sejam proporcionais, de modo que um segundo par de dentes entre em con-
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes R etos
343
I
~\0-1 Engrenagem conduZIOa
Circunferência de base
I '\
'\.
(Esta parte do perfil ~é urna e"
. " I ', " · 'J.... ',',, ·-.........:::
""'
',,
/ /
lnterfeiMc:•a no flanco do enarenoeem motr.z du,.,te • tptOximaç&o
(EstJ pe11e do perltl
nao é uma evolventall
Engrenagem motr.z
FtGL'RA 15.15 Interferência de engrenagens de dentes rews (elímlllada ~la remoção das pontas sombreadas dos dentes).
tato antes de o primeiro par perder o contato. O número médio de dentes em contato quando as engrenagens giram acopladas é a chamada razão de contato (RC), a qual é calculada a partir da seguinte equação (1),
RC =
Vr~p - r~" + Vr~.,
- r~ -
c scn cfJ
--~----~-------------------
(15.9)
Pb
PROBLE.~IA RESOLVIDO 15.1P Engrenamento de
Pinhão e Coroa de Dentes Retos
onde r"~' e r"' =
são os raios de adendo do pinhão e da coroa que se engrenam r bp e rbc = são os raios das circunferências de base do pinhão e da coroa que se engrenam O passo de base pb vale
(15.10) onde N é o número de dentes e d• é o diâmetro da circunferência de base. Da Figura 15.7,
d• = d cos cfJ,
Em geral, quanto maior a razão de contato, mais suave e silenciosa será a operação das engrenagens. Uma razão de contato de 2 ou mais significa que pelo menos dois pares de dentes estarão, teoricamente, em contato durante todo o tempo. (Se eles estarão ou não em contato depende da precis.ã o da fabricação, da rigidez dos dentes e da carga aplicada.)
r.
=
r cos cfJ,
e P• = p cos cP
(15.11)
O passo de base é similar ao passo circular, exceto pelo fato de que ele representa um arco na circunferência de base, e não um arco na circunferência primitiva. Ele é ilustrado na Figura 15.4.
Dois eixos paralelos com distância entre centros de 4 in devem ser conectados através de e ngrenagens de dentes retos com passo de 6 e ângulo de pressão de 20", propiciando uma relação de transmissão de velocidades de - 3,0. (a) Determine os diâmetros primitivos e o número de dentes do pinhão e da coroa. (b) Determine se haverá interferência quando os dentes padronizados com profundidade plena forem utilizados. (c) Determine a razão de contato. ( Veja a Figura 15.16 .) SOLUÇÃO
Conhecido: Engrenagens de dentes retos com passo, ângulo de pressão e distância entre centros conhecidos são acopladas para propiciar uma relação de velocidades também conhecida. A Ser Determinado: a. Determine os diâmetros primitivos (d, e dJ e os números de dentes (N, e N,).
344
PAR'I'E
2 • Aru r.AçOv.s
b. Determine a possibilidade de interferência com dentes padroni-
c.
zados de profundidade plena. Calcule a razão de contato (RC).
Esquemas e Dados FonuJcidos:
2. Se fosse imperioso o uso de dentes padronizados na solução deste problema resolvido, poder-se-ia (a) ter aumentado o passo diametral (resultando, portanto, em mais dentes no pinhão- e isso retira o peso da influência de se utilizar mais dentes na coroa), ou (b) aumentado o ângulo de pressão para 25" (o que seria mais do que suficiente para eliminar a interferência).
+-I' ; 6 dentes/in
; 20 °
.,,,
15.4 Análise de Forças em Engrenagem
"'c =-3.0
FlGt:IlA 15.16 Engrenagens de dentes retosdo Problema I«sohido lS.lP.
Decisões e Hipóteses: 1. Caso haja interferência em função do uso de dentes padronizados de engrenagem com profundidade plena, adendos desiguais deverao ser selecionados para as engrenagens. 2. Os dentes das engrenagens deverao possuir perfis evolventais padronizados. 3. As duas engrenagens serão localizadas em suas distâncias de centro teóricas, c= (d,, + d,)/2, onde d, = N/ P e d, = NjP; isto é, as engrenagens se engrenarão em suas circunferências primiti-
Notou-se, nas Figuras 15.7 e 15.8, que alinha ab era sempre normal às superfícies dos dentes em contato e que (desprezando-se o atrito por deslizamento) esta era a linha de ação das forças de interação entre os dentes engrenados. A força entre os dentes engrenados pode ser decomposta no ponto primitivo (P, nas Figuras 15.15 e 15.17) em duas componentes.
1. Componente tangencial F ~a qual, quando multiplicada pela velocidade linear na circunferência primitiva, fornece a potência transmitida. 2. Componente radial F" que não realiza trabalho, mas tende a afastar as engrenagens. A Figura 15.17 ilustra a relação existente entre essas duas componentes, que pode ser escrita como
vas.
(15.12)
A nálise do Projeto: 1. No caso em questão tem-se r, + r, = c = 4 in ; r; r, = - relação de velocidades = 3; logo, r, = 1 in e r, = 3 in ou d, = 2 in e d, = 6 in. 2. O termo "engrenagens c.om passo de 6" significa que P = 6 den3.
4.
S.
tes por polegada de diâmetro primitivo; assim, N, = 12 e N, = 36. Para se utilizar a Eq. 15.8 na verificação da oc.orrência de interferência, determinam-se inicialmente os raios de base do pinhão e da coroa. Pela Eq. 15.11, r• = 1 in(cos 20") e r"' = 3 in(cos 2Ü"). A substituição desses vafores na Eq. 15.8 fornece ra(núx) = 1,660 in pam o pinhão e 3, 133 in pam a coroa. O limite do mio externo da coroa é equivalente a um adendo de apenas 0,133 in, enquanto um dente padronizado de profundidade plena possui um adendo de l/P = 0,167 in. Certamente o uso de dentes padronizados causaria uma interferência. Pode-se, assim, utilizar adendos desiguais (não-padronizados), escolhendo-se de forma arbitrária a = O060 in p ara a coroa e a, = 0,290 in ~am o pinhão. (0 r;zoável selecionar o adendo máximo pam a maior razão de contato, limitando, ao mesmo tempo, o adendo da coroa a uma condição segura longe da interferência e forçando o adendo do pinhão a manter uma largum adequada no topo. Esta largum é indicada por 10 na Figum 15.9, e seu valor mínimo aceitável é, algumas vezes, c.onsidemdo como 0,25/P.) A substituição dos valores calculados na Eq. 15. lll fomecep. = ('11'16) cos 20• = 0,492 in. A substituição na Eq. 15.9 [com r,. = l ,290in, r~ = 1 in (cos20"), r" = 3,060 in er.., = 3 in (cos 20°)] fornece Rc = 1,43, que é um valor rdZOável.
é
6.
Comentários: 1. Se após as e ngrenagens serem montadas a distância entre centros se tom ar ligeiramente maior do que a distância teórica calculada de 4,0 in, isto significará que os diâmetros calculados , d, e d" são menores do que os diâmetros primitivos da e ngrenagem e do pinhão reais, e que a folga é maior do que a inicialmente calculada.
Para analisar a relação entre as componentes de força atuantes na engrenagem e as correspondentes potência e velocidade
O prnhlo motnz gue no sentrdo horêno
-~
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Clrcu.nrertncie
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.
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p
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'
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\
\
pnmlttva
/ \...,~ . _./
.
FIGURA 15.17 Força F atuante nos dentes das engrenagens, decomposta no ponto diametral. O pinbão motriz e a engrenagem conduzida são mostrados separadamente.
345
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes R etos
de rotação do eixo, observa-se que a velocidade linear na circunferência primitiva V, em pés por minuto, é igual a V= 7Tdnll2
(15.13)
onde d é o diâmetro primitivo em polegadas da engrenagem que gira a nrpm. A potência transmitida, em hp, é
W=
F, V/33 .000
C.I
(15.14)
onde a força F,é expressa em libras e a velocidade V em pés por minuto. Em unidades do SI,
v= 7Tdn/60.000
Ns 12 dent.. l plnhlo de l!illradol
1' ·3
(15.13a)
onde d é expresso em milímetros, nem rpm e V em metros por segundo. A potência transmitida em watts (yV) é
I
Força resullanto (opllcode pelo cn•o 6 tlliiA!-1• (1313 • 4781 I
w=FV I
.f2• ~ lb
(15.14a)
onde a força F, é expressa em newtons.
Forças Atuantes nas ens de Dentes Retos
PROBIDL\ REsOLVIDO 15.2
E
A Figura 15.18a mostra três engrenagens com P = 3 e cJ> = 20•. A engrenagem a é a motriz, ou de entrada do movimento, ou ainda o pinhão. Ela gira no sentido an ti-horário a 600 rpm e transmite 25 hp à engrenagem in termediária b. A engrenagem de saída c é fixada a um eixo que aciona uma máquina. Não existe qualq uer componente fixado ao eixo in termediário, e a perda por atrito n os mancais e nas eng ren agens pode ser desp rezada. Determin e a força resultante aplicada pela engrenagem intermediária a se u eixo. SOLUÇÃO
Conhecido: Três engrenagens de dentes retos com passos diametntis, número de dentes e ãngulos de pressão especificados se acoplam para transmitir 25 hp da engrenagem de entrada à engrenagem de saída através de uma engrenagem intermediária. A rotação d.a engrenagem de e ntrada com seu sentido é conhecida. A Ser Determinado: Determine a força resultante da engrenagem intermediária sobre seu eixo.
Esquemas e Dados Fornecidos: Veja a Figura 15.18. Hipóteses: 1. A engrenagem intermediária e seu eixo têm a função de transmitir a potência da engrenagem de entrada para a engrenagem de saída. Não há torque atuante no eixo intermediário. 2. A perda por atrito nos mancais e nas engrenagens é desprezível. 3. As engrenagens se engrenam nas circunferências primitivas. 4. Os dentes das engrenagens possuem perfis evolventais padronizados. S. Os eixos das engrenagens a, b e c são paralelos.
Análise: 1. A aplicação da Eq. 15.3 à engrenagem a fornece d" = N"/P = ( 12 dentcs)/{3 dentes por polegada) = 4 in
"''
F!GliRA 15.18 Forças atuantes na engrenagem do Problema Resolvido 15.2. (a) Disposição das engrenagens. (b) Forças atuantes na engrenagem
Intermediária b.
2. Todas as três engrenagens possuem a mesma velocidade linear na circunferência primitiva. Aplicando-se a Eq. 15. 13 à e ngrenagem a, tem-se
1rd0 1111
7T(4 in )(600 rpm)
12
12
V = -- =
= 628.28 flfmin
3. Aplicando-se a Eq. 15. 14 à engrenagem a e explicitando-se F,, obtém-se
F,
=
33.000(25 hp) 628.28 fpm = l JlJib
Esta é a força borizontal da e ngrenagem b aplicada à engrenagem a, orientada para a direita. A Figura 15. 18b mostra a força horizontal e oposta de a aplicada à b, designada por H••• e atuante para a esquerda. 4. Pela Eq. 15.12, a correspondente força radial no dente da e ngrenageméF, = v.. = ( 1313)(tg200) = 478 lb. S. As forças H,. e v,. são mostradas com a orientação apropriada na Figura 15.18b. (Lembre-se de que estas são as forças de atuação da engrenagem c sobre a engrenagem b.) Uma vez que o
346
PAR'T'F.
2 •
ÁI'UCAC0f:S
eixo de apoio da engrenagem intermediária b não sofre a ação de qualquer torque, o equiUbrio de momentos em relação a seu eixo de rotação estabelece que v..,= 13131b. Pela Eq. 15.12, H., = (1313)(tg 20'>) = 478 lb. 6. Asforçastotaissobreodentedaengrenagembsãode 1313 +478 = 1791 lb, tanto na direção vertical quanto na direção horizontal, resultando em uma soma vetorial de 179 / 2 =2533 lb atuante a 45•. Esta é a c:uga resultante aplicada pela engrenagem intermediária a seu eixo. menlário.: A força igual e oposta aplicada pelo eixo à engreoamtermediária é indicada na Figura 15.18b, onde esta engrenaé mostrada como um corpo livre em equih'brio.
15.5
Re~~ÜJtêneia. do
Dente de uma
Engrenagem Após a análise da geometria da engrenagem e das forças nela atuantes, esta seção se dedica agora à quantificação da potência ou torque que um dado par de engrenagens irá transmitir sem que ocorra uma falha no dente. A Figura 15.19 mostra um padrão fotoelástico das tensões atuantes em um dente de engrenagem. Os detalhes desse procedimento experimental de análise das tensões estão além do escopo deste livro. A observação que aqui merece destaque é que as maiores tensões ocorrem nas regiões onde as linhas (franjas) se agrupam, ficando mais próximas. Esta condição ocorre em duas regiões: ( 1) nas proximidades do ponto de contato com a engrenagem acoplada, onde atua a força F, e (2) no ftlete da base do dente. As próximas três seções tratam da fadiga por flexão na base do dente e envolvem os princípios da análise de fadiga apresentados no Capítulo 8. As duas seções posteriores são dedicadas à durabilidade da superfície e utilizam as informações sobre corrosão e riscaduras (arranhões) apresentadas no Capítulo 9. Alguns dos princípios de lubrificação cobertos no Capítulo 13 também estão envolvidos. Como será observado, a capacidade de carga e o modo de falha de um par de engrenagens são afetados pela velocidade de rotação. No geral, o estudo da capacidade de carga de uma engrenagem oferece uma excelente oportunidade de se aplicar boa parte do material básico visto nos capítulos anteriores.
15.6 Análise dmJ 1eJI8Õe~~ de Fiemo Atuante~~ em um Dente de Engrenagem (Etp14fáo de Le.eu) A primeira análise reconhecida das tensões atuantes nos dentes das engrenagens foi apresentada no Clube de Engenheiros da Fúadélfia em 1892, por Wilfred Lewis. Esta análise ainda é considerada como base para o estudo das tensões de flexão atuantes nos dentes das engrenagens. A Figura 15.20 mostra um dente carregado idealizado como uma viga engastada, sujeita a uma força resultante F atuante em sua e,;tremidade. O Sr. Lewis estabeleceu as seguintes hipóteses simplificadoras: I. A carga total é aplicada no topo de um único dente. Esta é, obviamente, a condição mais severa, e é apropriada para
dentes com precisão "simples". Para engrenagens de alta precisão, entretanto, a carga total nunca é aplicada no topo de um único dente. Com uma razão de contato necessariamente superior à unidade, cada novo par de dentes entra em contato enquanto o par anterior ainda está engrenado. Após o ponto de conlato se mover para baixo de uma certa distância do topo, o dente anterior deixa o engrenamento e o novo par passa a suportar toda a carga (a menos que, certamente, a razão de contato seja maior do que 2). Esta é a situação ilustrada na Figura 15.19. Assim, em se tratando de engrenagens de precisao (não-disponíveis à época do Sr. Lewis) deve-se considerar que os dentes suportam apenas uma parte da carga em seu topo, e a carga total em um ponto da face do dente onde o braço de momento de flexão é menor. 2. A componente radial, F~ é desprez.(vel. Esta é uma hipótese conservadora, uma vez que F, gera uma tensão compressiva que deve ser subtraída da tensão de tração da flexão atuante no ponto a da Figura 15.20. (O fato de que ela se sotna à tensão de compressão da flexão no filete oposto é de pouca importância, uma vez que as falhas por fadiga sempre se iniciam nas regiões sob tração.) 3. A carga é unifonnemente distribufda ao longo de toda a largura da face do dente. Esta é uma hipótese não-conservadora, e pode ser determinante na falha de engrenagens de dentes largos e eixos desalinhados ou deformados. 4. As forças devidas ao atrito por deslizamento são desprez.fveis.
'I
FICL'RA 15.19 Padrão rotot'listico du tensões atuantes no dente de uma engrenagem de denles ~loS- (De T. J, Dolan e E. L. Broghammec A Stwly ofStrosses in G~ar Tooth FiUm, Proc-14,. Eastern Photoelasticity éont~ PE Deeember d e 1941.)
FICL'R.~ 15.20 Tensões d e Oexáo aluanles no dente de uma engrenagem de dentes retos (comparação com uma par1ibola de tensão constante).
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes R etos
347
S. A concenJração de tensão no filete do dente é desprezlvel.
p = r,fP
(15.5, mod)
Os fatores de concentração de tensões eram desconhecidos na época do Sr. Lewis, porém sabe-se atualmente que são importantes. Estes fatores serão considerados posteriormente.
y = Y/r,
(g)
Continuando o desenvolvimento da equação de Lewis, observa-se, pela Figura 15.20, que o dente da engrenagem é, em toda a sua extensão, mais forte do que a parábola de resistência constante a ele inscrita (lembre-se da Figura l2.23c), exceto para a seção em a, onde os perfis da parábola e do dente se tangenciam. No ponto a, Me
(}'= -
óF,h
= --
ll
ou - = 4x
(d)
h
A substituição da Eq. d na Eq. c fornece u =
6F,
(e)
4bx
(f)
2.x/3,
e substituindo-o na Eq. e, tem-se fT
(15.16)
Ou ainda, utilizando-se unidades do SI, tem-se F,
u = --
(15.16a)
onde Y é o fator de forma de Lewis baseado no passo diametral ou no módulo. Tanto Yquanto y são função da forma do dente (e não das dimensões) e, portanto, variam com o número de dentes da engrenagem. Os valores de Y para os sistemas de dentes padronizados são fornecidos na Figura 15.21. Para engrenagens
não-padronizadas, o fator pode ser obtido através de um esque-
Definindo-se o fato r de forma de Lewis y como v =
bY
mbY
Pelas relações de semelhança entre triângulos, tem-se 1/2 h - = X 1/2'
F, f'
u --
(c)
bi 2
/
na Eq. 15.14 e obtém-se uma forma alternativa da equação de Lewis.
ma gráfico do dente ou por computação digital. Observe que a equação de Lewis indica que as tensões de flexão atuantes no dente variam (1) diretamente com a carga F, (2) com o inverso da largura do dente, (3) com o inverso da dimensão p do dente, 1/P, ou me (4) com o inverso do fator de forma do dente, Y ou y.
15.7 Análise Detalluula, do
F, =bpy
Re~~utê~ia à
(15.15)
que é a equação básica de Lewis expressa em função do passo circular. Como as engrenagens geralmente são fabricadas com valores padronizados do passo diametral, substitui-se
Flexão do Dente de
IUfUJ. Engrenagem: Co~itos Bá8reos
Além dos quatro fatores básicos incluídos na equação de Lewis, os procedimentos modernos de projeto de uma engrenagem con-
0.60
~-~
0,55
~$
0,50
,_
'
~ 0.45
.. 2..
lll"
~ 0,40
E
't>
l; ~
.
035 0,30
,_o·
--
~~ ijt~\~ --
•" -== '/.(;)-
,._
=-=
.~-
a>"\
-
0.25
-
0.20 15
17
20
24
30 35 40 4550 60 80 125 275 1
Núm
(ctenal tle•lll)
15.21 Valores do fator de forma de Lewis Ypara engrenagens de dentes retos padron'aadas (carga aplicada na ponta do dente).
348
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
sideram diversos fatores adicionais que influenciam as tensões de flexão atuantes nos dentes. 1. Velocidade na circunfer€ncia primitiva. Quanto maior a velocidade linear do dente da engrenagem (medida nas circunferências primitivas), maior o impacto de dentes sucessivos ao entrarem em contato. Esses impactos ocorrem porque os perfis dos dentes jamais podem ser fabricados de forma absolutamente perfeita; e, mesmo se assim fosse, as deformações são inevitáveis; as cargas operacionais causam um ligeiro impacto quando cada novo par de dentes fica engrenado. 2. Precisão de fabricação. Este também é um importante fator que influencia o carregamento de impacto. Além disso, aprecisão de fabricação é o fator determinante para se avaliar se a carga é de fato distribuída entre os dentes quando dois ou mais pares de dentes estão, teoricamente, em contato. (Veja a primeira hipótese na Seção 15.6.) 3. Razão de contato. Para as engrenagens de precisão, com razão de contato superior a 1 ( 1 < RC < 2), a carga transmitida está distribuída entre dois pares de dentes quando um novo dente entra em contato em sua ponta. Quando o ponto de contato
....
!!' o
o
....
!!' o
4. S. 6. 7.
se move, descendo a face do novo dente, os dentes acoplados adiante perdem o contato no ponto mais alto do contato de um único par de dentes. Assim, existem duas condições de carregamento a serem consideradas: (a) a sustentação de parte da carga (geralmente admitida como sendo a metade) na ponta do dente e (b) a sustentação de toda a carga no ponto decontato mais alto de um único par de dentes. Para as engrenagens com razão de contato superior a dois (2 < RC < 3), deve-se considerar uma divisão por três da carga no contato na ponta do dente e uma divisão por dois no ponto mais alto do contato quando dois pares de dentes estão em contato. Concentração de tensão na base dos dentes, conforme mencionado na hipótese 5 da Seção 15.6. Nfvel do carregamento de impacto envolvido na aplicação. (Esta condição é similar ao "fator de aplicação" fornecido para mancais de esferas na Seção 14.7.4.) Precisão e rigidez de montagem. (Veja a hipótese 3 na Seção 15.6.) Momento de inércia das engrenagens e dos componentes girantes solidários às engrenagens. Ligeiras imperfeições no dente tendem a causar acelerações e desacelerações angula-
LI revotuçlol
t
F
I
Tempo Engrenagens motriz e cOO
-.I
Nota:
o
\.~.!\·+·!\. __~_)
F.~F
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L
Yempo
Engrenagem mottiz
Engrenagem ontermediaria
Engrenagem conduZida
~I revolução _..j
Engrenagem 1ntermed•ána (n)
carga Hutuante
Res.slênc•a à fad1ga 40% major para o carregamento de wo ao máx•mo (motriZ e cooduzoda)
o (b)
Tensão flutuante
FtGLltA 15.22 Cargas e tensões flutuantes nas engrenagens motriz, conduzida e intermediária.
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes Retos
res momentâneas dos componentes girantes. Se as inércias de rotação forem pequenas, os componentes estarão sujeitos à aceleração sem a presença das correspondentes cargas impostas aos dentes. Com grandes inércias, os componentes em rotação tendem a resistir fortemente à aceleração, fazendo com que grandes cargas atuem momentaneamente nos dentes. Uma elasticidade torcional significativa entre o dente da engrenagem e o elemento com a maior inércia tende a isolar os dentes de um efeito inerciai nocivo. (Em algui!JS casos, esta situação se enquadra em uma área de grande interesse para uma análise dinâmica.) O problema de fadiga por flexão de um dente de engrenagem requer uma avaliação (a) das tensões flutuantes atuantes no filete do dente e (b) da resistência à fadiga do material neste local especfjico. Até aqui apenas as tensões têm sido consideradas; serão analisados agora os aspectos da resistência do problema. Geralmente a propriedade de resistência mais importante é a resistência à fadiga por flexão, representada pelo limite de resistência àfadiga. Pela Eq. 8.1,
S,
= s:cLCcCsCrCR
que, para componentes de aço, usualmente é expressa por
Muitos dentes de engrenagem são carregados apenas em um dos sentidos. Entretanto, os dentes das engrenagens intermediárias (Figuras 15.18 e 15.22a) e os pinhões das planetárias (Figura 15.30, descritos na Seção 15.13) são carregados em ambos os sentidos. Embora do ponto de vista ideal se tenha uma tendência de construir o diagrama de tensões alternadas para cada caso em particular, a Figura l5.22b apresenta o embasamento para uma generalização no tratamento desse problema:
Para a condição de vida infinita, o pico das tensões deve estar abaixo do limite de resistência à fadiga por flexão alternada para uma engrenagem intermediária, porém o pico das tensões pode ser 40% maior para a engrenagem motriz ou para a engrenagem conduzida. Para uma confiabilidade diferente de 50%, os cálculos da resistência à flexão das engrenagens são geralmente baseados na hipótese de que a resistência à fadiga por flexão do dente apresenta uma distribuição normal (lembre-se das Figuras 6.18 a 6.20), com um desvio-padrão de cerca de 8% do limite de resistência à fadiga nominal. Se os dentes da engrenagem operam a temperaturas elevadas, deve-se utilizar as propriedades de fadiga do material para as temperaturas envolvidas.
15.8 Análue Deta.lluula. da Re~~utência
à flexão do Dente de
uma Engrenagem: Procedimento
Recomendado Um engenheiro seriamente comprometido com o projeto e a análise de engrenagens deve consultar as normas atualizadas da Associação dos Fabricantes de Engrenagens dos Estados Unidos (American Gear Manufacturers Association) e a literatura mais
349
relevante sobre o assunto. Os procedimentos aqui fornecidos são representativos da prática corrente em engenharia. Na ausência de informações mais específicas, os fatores que afetam as tensões de flexão dos dentes das engrenagens podem ser considerados pela representação da equação de Lewis na seguinte forma,
(15.17)
onde J = é ofato r geométrico da engrenagem de dentes retos da Fi-
gura 15.23. Estefator incorpora ofator deforma de Lewis Y e também umfator de concentração de tensão basea-
do em um filete do dente com raio de 0,35/P. Observe que os valores são fornecidos para carga não-compartilhada (engrenagens de baixa precisão) e também para carga compartilhada (engrenagens de alta precisão). No caso da carga compartilhada o fator J depende do núme-
rode dentes da engrenagem de acoplamento para esse con· trole da razão de contato, que, por conseqüência, determina o ponto mais alto do contato com um único dente. K . = é o fato r dinllmico ou de velocidade, que indica a severidade do impacto quando pares sucessivos de dentes são engrenados. Ele é uma função da velocidade na circunferência primitiva e da precisão de fabricação. A Figura 15.24 fornece algumas curvas representativas dos processos de fabricação de engrenagens. K0 = é o fato r de sobrecarga, que reflete o nível de não-uniformidade dos torques de carga e motriz. Na ausência de melhores informações os valores fornecidos na Tabela 15.1 devem ser utilizados como base para uma estimativa grosseira. K., = é ofato r de montagem, que reflete a precisão do alinhamento das engrenagens durante o engrenamento. A Tabela 15.2 é utilizada como base para urna estimativa grosseira. A tensão de fadiga efetiva da Eq. 15.17 deve ser comparada com a correspondente resistência à fadiga. Para vida inftnita, o limite de resistência à fadiga apropriado é estimado a partir da equação
(15.18)
onde
s: = é o limite de resistência à fadiga padronizado por R. R.
Moore CL = é o fator de carga (igual a 1,O para cargas de flexão) Cc = é o fator gradiente (igual a 1,0 para P > 5 e 0,85 para p
s 5)
Cs = é o fator de superfície da Figura 8.13. Certiftque-se de que se trata da superfície no filete, onde uma trinca por fadiga normalmente se iniciaria. (Na ausência de informações específicas, admita que esse fator corresponde a uma superfície usinada.) k, = é o fator de confiabilidade, CR, determinado pela Figura 6.19. Por conveniência, os valores correspondentes ao desvio-padrão de 8% para o limite de resistência à fadiga são fornecidos na Tabela 15.3.
0.60
11~
I
0,55
dostnbu.çlo de "..~;:.... ""k~ n carpl
.:,;
... 0,45
ª
~
0.40
i.9
0.35
e'>~pl,...
oó~
~~ ..&~~
-
p _......,-_
~
/
0.20 0.15 12
-
17
20
24
-~ I
30
-,
-
i-- f-Io-
35
15
~~ Víl
~~
,.;......::::~
~ 0.30 0,25
l
:..0'~ 35 dentes ccom
I
0.50
Carga aplicada no ponlll ma1s 85 alto óo contoto 50 de um par de
1-
I i
TI
IT
' 60
45 40 50
Ca
125 80
275-
Numero de dentes N Cul Dentes de profundidade plena com ln&UIO de pressJo de 20
Carga aplicada 1000
0,60
'~~~ ~~
0.55
(\'i.efl~ " -:;. ~~~--)...!--~ ée<>~r::,..!:::~v I I I I I ~"~~ ~!/':: ~~P
0,50
-..
... 0,45
tª 0,40 f.
0.35
9
t1. 0.30
~t~~~~~
.......,
w1f! :
~
~----~---- ~I
U--ríí II
Carga~·· ponta óo dente (sem dcstnbu.çlo da catiJ)
I
0.20 0,15 12
carga)
I I I
I
0.25
no pontll ma1s ~til óo contato 50 de um par de } 25 dentes (com 17 dos111bu.çlo da
85
}5 15
17
20
24
30
45 60 40 50 80
1~5 I
FtC~RA 15.23 fator geométrico J para eng,renagens de dentes retos padronizadas (baseado em um raio do mete do dente de 0,35/P). (Da referência AGMA /nforiTUltion Sheet225.01; veja também AGMA 908-889.)
275-
Número de dentes N (h) Dentes de profund1dade plena com ••IIUio de presslo de 25"
VeiOcodade na c.rc:unltltftc•• pr1m1t•va CMI
o
10
20
30
FICLIIA 15.24 Fator de velocidade K,. (Nota: esta figura, de uma rorma bastante grosseira, tem como objetivo a consideração dos erellos dos erros de espaçamento e no perfil dos dentes, riglde:t dos dentes e velocidade, inércias e rlglde~ das partes girantes.)
711
2000 Velocidade ~ c•rcunlettncla pr1m1tova Cltlm1nl • Um1ti>das 1 cerca de 350 Blln
I:
11., - \ /
11:
k,
Nota: V
~tá em
+ v1' i8
711 I
D:
11.,
VI
i8
pés por minuto.
1200 - I 121MI f~MI
1:.: " '
I~MI
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes Retos
b = 1,25 in. Estime a potência máxima que as engrenagens podem transmitir continuamente com apenas I% de chance de ocorrer uma falha de fadiga por flexão de um dente.
Tabela 15.1 Fator de Correção por Sobrecarga K,J Máquina Conduzida l'' onte de Potência Uniforme Impacto leve. Impacto médio
Uniforme
Impacto Moderado
Impacto .Forte
I ,00 1,25 1,50
1,25 1,50 1,75
1,75 2,00 2,25
Tabela 15.2 Fatores de Correção de
Caracteri'sticas do Suporte
SOLUÇlO Conhecido: Um pinhão de aço com dureza, passo diametral, núme-
K.,
ro de dentes, largura de face e velocidade de rotação conhecidos, tendo dentes com ãngulo de pressão de 20" e profundidade plena, aciona uma coroa com dureza de 290 Bhn a 860 rpm com apenas I% de chance de ocorrência de uma falha de fadiga por flexão do dente.
Largura da face (ín)
A Ser Determinado: Determine a potência máxima que as engre-
~1ont:gem
Oaté2
Montagens precisas, pequenas folgas nos
351
I ,3
6
9 acimadel6
1,4 1,5
1,8
1,7 1,8
2,2
nagens podem transmitir continuamente.
&quemase Dado! Fornecidos:
mancais, deflexões mínimas, engrenagens precisas Montagens pouco rigidas, engrenagens I,6 pouco precisas, contato ao longo de toda a face Precisão e montagem de forma que o eontato não ocorra em toda a largura da face
Ponhao P=
Motu elétríco a
17201Pm
Acima de2,2
NP
lO
=18 (dentes)
Dentes com profundodade plena e ãniulo de pressa
Com!oa de
Tabela 15.3 Fator k, de Correção pela Confiabilid ade, com Base na Figura 6.19 com um Desvio-Padrão Admitido de 8% Confiabilidade (%) Fator k,
50 1,000
90 0,897
99,9
99 0,814
0,753
99,99 0,702
99,999 0,659
ac10namento do transportador
(envolve um carregpnre<~tn
de ompacto LOrtoonal moderado) • 860 rpm
Coroa Aço com dureza de 290 Bhn (a fabflcaçlo do ponhao e da CO(Oa ca
FIGURA 15.25 Dados do Problema Resolvido 15.3.
k, = é o fator de temperatura, C7 • Para engrenagens de aço considere k, = 1,O se a temperatura (geralmente estima-
da com base na temperatura do lubrificante) for menor que 1600F. Caso contrário, e na ausência de melhores informações, utilize kI
-
620 460 +
r
(para T
>
160°F)
(15.19)
K,.,,= é ofatordetensãomédia. De acordo coma Seção 15.7, utilize 1,0 para engrenagens intermediárias (sujeitas à flexão nos dois sentidos) e 1,4 para engrenagens de entrada e de saída (flexão em um único sentido). O fator de segurança para fadiga por flexão pode ser considerado como a relação entre a resistência à fadiga (Eq. 15.18) e a tensão defadiga (Eq. 15.17). Seu valor numérico deve ser selecionado de acordo com a Seção 6.12. Uma vez que os fatores K. , K,. e k, foram considerados separadamente, o "fator de segurança" necessário não dever ser tão alto quanto seria de outra forma. Tipicamente, um fatorde segurança de 1,5 pode ser escolhido, juntamente com um fator de confiabilidade correspondente a 99,9%.
P ROBIDL\ REsOLVIDO 15.3 Capacidade de Transmissão de Potên cia em Relação .à Falha de F a or Flexão d e um Dente A Figura 15.25 mostra uma aplicação específica de um par de engrenagens de dentes retos, cada engrenagem com uma largura de fac.e
Hipótese!: 1. Os dentes das engrenagens possuem uma superfície usinada. 2. A temperatura da área dos filetes dos dentes das engrenagens é menor que J 60UF.
3. As engrenagens giram em um único sentido (e, ponanto, ficam sujeitas à flexão em um único modo). 4. A carga transmitida é aplicada na ponta do dente da coroa (não há distribuição da carga). 5. A qualidade de fabricação do pinhão e da coroa corresponde à curva D da Figura 15.24. 6. A correia de acionamento do transponador envolve um choque torcional moderado. 7. As características do conjunto incluem baixa rigidez de montagem, engrenagens pouco precisas e contato ao longo de toda a face do dente. 8. As engrenagens falham unicamente por fadiga de flexão dos dentes (não ocorre qualquer falha por fadiga superficial). 9. Não será necessário qualquer fator de segurança. São considerados separadamente os fatores de sobrecarga K., de montagem Km e de confiabilidade k,. 10. As engrenagens são montadas pam se engrenar ao longo das circunferências primitivas. 11. As larguras das faces dos dentes das engrenagens são idênticas. 12. O limite de resis tência à fadiga do material pode ser aproximado por 250 (Bhn) psL 13. As hipóteses inerentes à equação de Lewis modificada são razoáveis. Os dados do fator J são precisos. Os dados dos gráficos e das tabelas pard a obtenção de c•. C, e k, são confiáveis. O fator de velocidade K, o fator de sobrecarga K, e o fator de montagem K~ dos dados disponíveis são razoavelmente precisos. 14. O material das engrenagens é homogêneo, isotrópico e completamente elástico. 15. As tensões térmicas e residuais são desprezíveis.
AnólüJe: 1. A resistênciaàfadiga por flexão é estimada a panirda Eq. 15.18 como
xão dos dentes, vários outros modos podem ocorrer, como desgaste, riscaduras, corrosão s uperficial e desbastes. Esses modos de falha são discutidos na próxima seção.
onde
s: = 290/4 = 72,5 ksi (coroa)
= 33014 = 82,5 ksi (pinhão)
c. = I (para cargas de flexllo)
CG= I (umavezqueP> 5) C, = 0,68 (pinhão) (pela Figura 8.13, superfícies usinadas)
Os dentes das engrenagens são vulneráveis aos di versos tipos de danos superficiais discutidos no Capítulo 9. Exatamente como ocorreu no caso dos mancais com elementos rolantes (Capítulo 14), os dentes das engrenagens ficam sujeitos às tensões de conta.to de Henz, e a lubrificação geralmente é elastoidrodí111imica s. s. (Seção 13.16). O carregamento excessivo e a interrupção na lubrificação podem causar várias combinações de abrasão, cor2. A tensão de fadiga por flexão é estimada pela Eq. 15.17 como rosão e riscaduras. Nesta e na próxima seção ficará evidente que a durabilidade da superfície de um dente de engrenagem é um assunto mais complexo do que sua capacidade de suportar a fadiga por flexão. As seções anteriores trataram da determinação da força F o11de compressi va atuante entre os dentes das engrenagens, c observou-se que as superfícies que entram em contato são cilíndricas P = I Oe b = I,25 (dados) J = 0,235 (pinhão) (para N = 18, sem qualquer distribui- por natureza e os perfis são evolventais. Nenhum comentário foi ção de carga em decorrência da precisão de fabrica- feito sobre a velocidade de atrito entre as superfícies em contação inadequada) to. A Figura 15.26a mostra o mesmo par de dentes de engrena= 0,28 (coroa) (para N = 36, que é necessário para pro- gens conjugadas da Figura 15.3, com os vetores indicativos das piciar a relação de velocidades desejada) velocidades, v, e V"' respectivamente, dos pontos dos dentes do O fator dinâmico K. envolve uma velocidade na circunferência pinhão e da coroa instantaneamente em contato. Essas velocidades são tangenciais em relação a seus centros de rotação. Se os primitiva. V, calculada po.r dentes não se separam e nem se esmagam, as componentes V,. e V"' normais à superfície devem ser idênticas. Esta condição tem 'TTdt• 11 t• como conseqüência uma diferença entre as componemes tangenv-12 ciais à superfície (V,. e V..). A velocidade de deslizamento é a 1r( l8 de111es/IO dentes por polegada)(l720 rpm) diferença entre V,. e Vct· = -A Figura 15.26b mostra que quando o contato entre os dentes 12 engrenados ocorre no ponto primitivo P (ou seja, sobre a linha "" SII fpm que une os centros das engrenagens), a velocidade de deslizaroemo é nula e o movimento relativo entre os dentes é de rolaAssim. tem-se mento puro. Para o contato em todos os demais pontos, o movimento relativo é o de rolamento combinado com deslizamento, K,. 1.611 (pela r:igurn 15.24) com a velocidade de deslizamento sendo diretamente proporciK0 • 1,25(pelu Tahe la 15. 1) onal à distância entre o ponto de contato e o ponto primitivo. A velocidade máxima de deslizamento ocorre com o contato na K.., = 1.6 (pela Tabela 15.2) ponta do dente. Isto significa que os dentes com adcndos longos (como mostrado na Figura 15.8) possuem velocidades máximas Portanto, de deslizamento maiores do que as correspondentes engrenagens u ""
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes Retos
353
Co!'oa
(conduzida)
\t I
j_ Tangente /
comum
/
f-rangente comum
Pmhao (moira) (u)
Posição genérica de contato velocidade de deslizamento conforme mdkada
(b)
Dentes em contato no ponto primitivo- nao
FIGURA 15.26 Velocidade de desliza-
ocorre deslizamento
mento entre os dentes das engrenagens.
e estendendo-se os dedos das duas mãos, "engrenando-os" como se fossem dentes de engrenagem e, em seguida, girando as mãos. Serão considerados brevemente, agora, os três 1tipos básicos de deterioração de superfície que ocorrem nos dentes das engrenagens.
1. Desgaste abrasivo (tratado na Seção 9.1 0), causado pela presença de partículas estranhas, como no caso de engrenagens que não são protegidas por um alojamento, aquelas que são protegidas e que foram montadas na presença de partículas abrasivas e aquelas que são lubrificadas por uma fonte de óleo sem uma filtragem adequada. 2. Riscaduras (uma forma de desgaste adesivo, descrita na Seção 9.9) que ocorrem geralmente com altas velocidades, quando a ação da lubrificação elastoidrodinâmica não é adequada (Seção 13.16) ou, possivelmente em alguns casos, quando as lubrificações de contorno e de filme misto (Seção 13.14) são inadequadas. Essas condições causam um alto coeficiente de atrito por deslizamento que, juntamente com o elevado carregamento do dente e as altas velocidades de deslizamento, produz uma elevada taxa de geração de calor nas regiões localizadas do contato. Como conseqüência tem-se temperaturas e pressões que causam a soldagem e o rompimento do material. A riscadura pode geralmente ser evitada direcionando-se o fluxo de um lubrificante próprio (pararesfriamento) aos dentes, quando eles se engrenam. O lubrificante apropriado em geral é aquele suficientemente resistente às pressões extremas que ocorrem durante a lubrificação hidrodinâmica. O acabamento superficial também é importante, e deve ser da ordem de 20 micropolegadas quando a riscadura é um fator a ser considerado. A possibilidade de um movimento suave das engrenagens durante um período
inicial de carga moderada aumentará suas resistências à riscadura. 3. Corrosão superficial e corrosão subsuperficial, que são, respectivamente, falhas por fadiga de superfície e subsuperfície, produzem tensões complexas na zona de contato. Essas falhas foram discutidas na Seção 9.14. Com os devidos cuidados, as engrenagens não falham em decorrência de um desgaste abrasivo. Com uma lubrificação e um resfriamento adequados elas não falharão devido à riscadura. Se o melhor trocador de calor disponível puder ser utilizado, mas um lubrificante adequado não puder ser encontrado, então as cargas e as velocidades devem ser reduzidas, materiais mais resistentes à riscadura devem ser utilizados ou as engrenagens devem ser fabricadas com uma largura maior. Diferentemente da riscadura, que não é dependente do tempo e ocorre no início da vida em operação, se ocorrer, a corrosão superficial é típica das falhas por fadiga, pois ela ocorre apenas após a acumulação de um número suficiente de ciclos de carga. Além disso, como as curvas S-N das tensões de contato não se estabilizam antes de 1()6 ou 107 ciclos, mesmo nos componentes de aço, esse tipo de falha de superfície deve ser considerado em cada projeto de engrenagem. De uma forma geral, tem sido observada uma boa correlação entre a falha por fadiga superficial nas engrenagens de dentes retos e a tensão superficial elástica calculada (tensão de Hertz). Da mesma forma que a equação de Lewis serve de base para uma análise da resistência à flexão do dente de uma engrenagem, a tensão de Hertz (Eq. 9.5) representa uma referência para a análise da durabilidade da superfície do dente de uma engrenagem. O trabalho clássico de adaptação da equação de Hertz para análise dos dentes das engrenagens de dentes retos foi elabora-
354
PARTI:
2
8
ÁI'U('.Aç0F.~
do por Earle Buckingham [I). Buck:ingham observou que a corrosão superficial do dente de uma engrenagem ocorre predominantemente nas vizinhanças da circunferência primitiva onde, em decorrência da velocidade de deslizamento nula. o filme de óleo (elastoidrodinãmico) é interrompido. Assim, ele tratou um par de dentes de engrenagem como dois cilindros de raios iguais aos raios de curvatura das evolventais que se engrenam no ponto primitivo. Pela geometria básica da evolvental, esses raios valem
do dente em um segundo fator, I , comurnente chamado de faro r
geomérrico: Cp = 0,564
,
(15.22)
-vc
I - vi,2
E,,
F.,.
(15.23)
(15.20) (Reporte-se à Figura 15.7 e imagine que a correia possa ser cortada em P para a geração do perfil evolvental.) Para adaptar a Eq. 9.5 (e a Eq. 9.2) à utilização conveniente na análise das engrenagens de dentes retos, proceda às substituições a seguir.
Neste caso, R é a relação entre os diâmetros da engrenagem e da coroa, (h)
Notação Equivale.rrte para Grandeza da Eq. 9.5
Engrenagens de Dentes Retos
F
F (que é igual a F ;cos
Po
CTu b
L R,
nas são considerados negativos, R é negativo para um pinhão e urna engrenagem interna (Figura 15.12). A substituição de CP e I na Eq. 15.21 e a introdução dos fatores K"' K. e K,., que foram utilizados na análise de fadiga por flexão, fornecem
(d,, sen c/>)12 (d, sen cf>)/2
R,
Observe que R é positivo para um par de engrenagens externas (Figura 15.2). Uma vez que os diâmetros das engrenagens inter-
Essas substituições fornecem, para a tensão de fadiga superficial (Hertz), F,l21(d1, scn t/1)
+ 2/(d, scn t/1) I
,,2 + -1-"~) .. _-
l - v b cos 1/>( - . -
E/,
cr 11
c,.Ji~:1 ~o., K. K.,
(15.24)
(15.21)
E,
onde b é a largura de face da engrenagem. Di versas relações fundamentais ficam evidentes a partirdessa equação. Devido ao aumento da área de contato com a carga, a tensão aumenta apenas com a raiz quadrada da carga F, (ou com a raiz quadrada da carga por polegada de largura da face, F/b). De forma similar, a área de contato aumenta (e a tensão diminui) com a diminuição do módulo de elasticidade, EPe E,. Entretanto, as engrenagens maiores possuem raios de curvatura maiores e, portanto, tensões menores. Da mesma forma que as tensões de flexão do dente, as tensões de conta to são influenciadas pela precisão de fabricação, pela velocidade no círculo primitivo, pelo carregamento de impacto, pelo desalinhamento e pelo deslocamento do eixo e pelo momento de inércia e elasticidade torcional dos componentes conectados e girantes. Analogamente, a resistência à fadiga superficial do material é afetada pela confiabilidade requerida e, possivelmente, pelos extremos de temperatura.
15.10 Análue do Fadiga Super.ficiol do• Den.tetJ dotJ Engrenagem Procedlmento Recomendado A Eq. 15.21 se toma mais utilizável quando (1) são combinados os termos relacionados às propriedades elásticas dos materiais em um único fator, C,., comumente chamado de coeficiente e/ásrico, e (2) são combinados os termos relacionados à geometria
Note que I é urna constante adimensional rapidamente calculada pela Eq. 15.23, enquanto C, possui unidades de ,ikSi ou ~MPa, dependendo do sistema de unidades utilizado. Por conveniência, os valores de C, são fornecidos nas Tabelas 15.4a e 15.4b.
Tabela 15.4a Valores do Coeficiente Elástico C, para Engrenagens de Dentes Retos cm ~psi (Valores Arredondados) Material da Coroa Material do Pinhiio
(v = 0,30 em Todos os Casos)
Aço
Aço, E= 30.000 ksi Ferro fundido, E= 19.000 ksi Alumínio·bronzc, E= 17.500 ksi Estaoho·bronze, E= 16 .000 ksi
2300 2000 1950 1900
FeiTo Alumlnlo· Fundido Bronze 2000 1800 180() 1750
Estanhcr Bronze
1950 1800 1750 1700
1900 1750 1700 1650
Tabela 15.4b Valores do Coeficiente Elástico c. para Engrenagens de Dentes Retos cm ,IMPa (Valorcs Convertidos da Tabela l5.4a) Material da Coroa
ferro
Mate.rial do P inhão (v = 0,30 em Todos os Casos)
Aço
Fundido
Alumlnlo· Bronz.e
Estanhcr Bronze
Aço, E = 207 GPa Faro fundido. E = 131 GPa AIUIIIÍIJÍO-bronze, E = 121 GPa EstanJto.bronze, E = li O GPa
191 166 162 158
166 149 149 145
162 149 145 141
158 145 141 137
Capftulo 15 • Engrenagens de Dente~ Relo~
Tabela 15.5 Resistência à Fadiga Superficial S.., para Uso em Engrenagens Metálicas de Den~ Retos (Ciclo de Vida de 10', 99% de Confiabilidade, Temperatura < 250"F) Material
s~ (MPa)
S,.(ksl)
Aço
0,4 (Bhn)-10 ksi
Ferro nodular Ferro fundido, classe 20 ela.~ se 30
0,95[0,4 (Bhn) - 10 ksi] 55 70
classe 40 Eslallho-bronze
8()
28 (Bhn)- 69 MPa 0,95 128 (!lhn)-69 MPa]
379
30
482 551 207
65
448
AGMA2C ( 11% de estanho)
Alumínio-bronze (ASTM B I
(Liga 9C-H.T.}
Confonne verificado nas Seções 9.13 e 9.14, o estado de tensão real no ponto de contato é influenciado por diversos fatores não considerados na equação de Hertz (Eqs. 9.5, 15.21 e 15.24). Esses fatores incluem tensões térmicas, variação na distribuição da pressão devida à presença do lubrificante, tensões devidas ao atrito por deslizamento e assim por diante. Por esta razão, as tensões calculadas através da Eq. 15.24 devem ser comparadas com a resistência das curvas S-N para fadiga superficial obtidas experimentalmente a partir de ensaios em que esses fatores adicionais são, pelo menos grosseiramente, comparáveis iJqueles da situação em estudo. Assim, a curva de resistência à fadiga superficial para engrenagens de dentes retos mostrada na Figura 9.21 é, agora, apropriada para uso, enquanto as demais curvas na mesma figura não o são. Na ausência de informações sobre a resistência à fadiga superficial mais diretamente pertinentes à aplicação espccffica em consideração, a Tabela 15.5 fornece alguns valores representativos. Confonne observado na Seção 9.14, geralmente é desejável que um dos componentes em contato seja mais duro do que o outro. No caso das engrenagens de aço o pinhão é fabricado invariavelmente com maior dureza (se forem diferentes), porque seus dentes ficam sujeitos a um número maior de ciclos de fadiga e porque geralmente a fabricação de componentes menores com maior dureza é mais econômica. Tipicamente, a diferença na dureza varia na faixa de 30 Bhn para engrenagens na faixa de 200 Bhn até cerca de 100 Bhn para a faixa de SOO Bhn e 2 Rockwell C para a faixa de 60 Rc. Para as diferenças na dureza que não excedam a esses valores tem sido verificado que a dureza média pode ser utilizada para verificação tanto do pinhão quanto da coroa.
2.0 1,8 1,6 1.4 1,2
c..,
.
1.0 0.8 0.6
I I
- -
Para as engrenagens de aço endurecidas superficialmente a dureza utilizada com a Tabela 15.5 é a dureza superficial, mas a profundidade do material endurecido deve se estender até o pico das tensões cisalhantes, mostrado nas Figuras 9.15b e 9.19. Este pico normalmente situa-se a uma profundidade de no mínimo I mm, ou 0,040 in. Para os ciclos de vida por fadiga diferentes de 107 multiplique os valores de (da Tabela 15.5) pelo fator de vida, CLI• mostrado na Figura 15.27. Este fator apresenta um comportamento similar à fonna média da curva S-N de fadiga superficial para o aço. O leitor alerta perceberá uma discrepância (na inclinação) entre a forma dessa curva e a da curva S-N para engrenagens de aço mostrada na Figura 9.21. Nenhuma consideração foi feita para correlacionar essas curvas tomando-as consistentes, pois isso encobriria a importante observação sobre a vida de um componente que foi publicada com base nos dados da resistência dos materiais. Estudos independentes apresentando generalizações de diferentes conjuntos de dados estão, provavelmente, sujeitos a alguma variação e devem ser utilizados com a devida cautela. Quando possfvel, é sempre melhor obter-se bons dados de ensaios que se aplicam estritamente ao caso em questão. A propósito, a curva da Figura 9.18 é mais alta do que a normalmente obtida para as engrenagens de aço. Os dados de confiabilidade são escassos, porém como guia aproximado deve ser utilizado um fator de confiabilidade apropriado, CR, como o fornecido na Tabela 15.6 (conforme ocorreu na Eq. 15.25). Quando as temperaturas da superffcie do dente da engrenagem são altas (acima de cerca de 12Ü"C, ou 2500F), deve-se determinar a resistência à fadiga superficial apropriada do material e a temperatura dos dentes da engrenagem. (Não foi inclufdo na Eq. 15.25 um fator de correção de temperatura para a resistência à fadiga superficial.) Aplicando-se as infonnações fornecidas sobre a resistência à fadiga superficial, a equação resultante para a resistência à fadiga superficial, que deve ser comparada com a tensão de fadiga de superfície do dente da engrenagem expressa pela Eq. 15.24, fica
s,.
(15.25)
Tabela 15.6 Fator de Confiabilidade CR Confiabilldade (%}
50 99
99,9
-- -
10 11
V•da em relaçlo ê fad•aa superf1cial (ciclos)
355
c. 1.25 1,00 0,&0
FICt'RA 15.27 ValoresdeC,,1 paraengrenagetL~deaço
(fom1a genérica da curva S-N de fadiga superficial).
356
PARTE
2 • ArUCAÇÕES
De acordo com a filosofia apresentada na Seção 6.12, o fator de segurança, definido como um multiplicador de F. necessário para igualar u H aSH, pode ser pequeno. Muitos dos fatores freqUentemente incluidos no "fator de segurança" já estão considerados nos fatores multiplicadores das Eqs. 15.24 e 15.25. Além disso, as conseqüências da falha são atenuadas pelo fato de que os danos por corrosão superficial se desenvolvem lentamente e fornecem um alerta na forma de um ruído gradualmente crescente. Entretanto, a extensão do dano por fadiga superficial caracterizando uma "falha" é arbitrária, e as engrenagens ainda continuaram a operar por algum tempo após sua "vida" referente ao limite de resistência à fadiga superficial ter sido ultrapassada. Dessa forma, fatores de segurança de 1, 1 até 1,5 são, em geral, apropriados.
15. O limite de resistência à fadiga superficial e os dados disponiveis para o fator de vida são suficientemente precisos. Os fatores de velocidade K, de sobrecarga K. e de montagem K,. obtidos a partir de dados disponiveis são razoavelmente precisos.
Análi.!e: I. A resistência i\ fadiga superficial é estimada a partir da Eq. 15.25 como
onde S1, = 114 ksi Ipela Tabela 15.5 para aço, S., = 0,4 (Bhn)-
lO ksi = 0,4 (330) - 10 = 122 ksi) C.., = 0.81pela Figura 15.27, vida = (1720)(60)(40X50X5) = 1,03 X JOI'ciclos) c .= I (pela Tabela 15.6 para 99% de confiabilidade) s, = (122)(0,8XI) = 97,6 ksi
PROBLE.~IA REsoLVIDO 15.4 Capacidade de 'Jioansml88ão de Potêncla Relaclonada à Falha do Dente or Fa a Su erftclal
2. A tensão de fadiga superficial (Hertz) é estimada a partir da Eq.
Estime a potência máxima que as engrenagens do Problema Resolvido 15.3 podem transmitir, com apenas I% de chance de falha por fadiga superficial, durante 5 anos de 40 homs semanais e 50 semanas por uno de operação.
15.24 como
F.
CTH
SOLUÇÃO
C, = 2300 "'psi (pela Tabela 15.4) b = 1,25 in, d, = 1,8 in, K. = 1,68, K. = 1,25 e K. = 1,6 (os mesmos valores do Problema Resolvido 15.3) I =
sen
uu = 2300J(
Esquemaa e Dados FonuJcidos: Veja a Figum 15.2:5.
Hip6te8es: L As temperdtur.ls das superfícies dos dentes das engrenagens estão abaixo de 120"C (250"F). 2. O limite de resistência à fadiga superficial pode ser calculado a partir da dureza superficial - veja a Tabela 15.5. 3. A tensão de fadiga superficial é máxima no ponto primitivo. 4. A qualidade de fabricação do pinhão e da coroa corresponde à curva D da Figura 15.24. S. A engrenagem de saída fica sujeita a um impacto torcional moderado. 6. As características do suporte incluem uma baixa rigidez de montagem, engrenagens pouco precisas e contato ao longo de toda a face do dente. 7. Nilo há necessidade de qualquer fator de segurança. 8. Os perfis dos dentes das engrenagens silo evolventais padronizados. As superfícies de contato no ponto primitivo podem ser aproximadas por cilindros. 9. As engrenagens são montadas de modo a se engrenarem nas circunferências primitivas. 10. Os efeitos de falha superficial por desgaste abrasivo e riscadums são eliminados por proteção e lubrificação - apenas as considerações sobre corrosão superficial são necessárias. 11. As tensões causadas pelo atrito por deslizamento podem serdesprezadas. 12. A distribuição da pressão de contato não é afetada pelo lubrificante. 13. As tensões térmicas e as tensões residuais podem ser desprezadas. 14. Os materiais das engrenagens são homogêneos, isotrópicos e elasticamente lineares.
p
onde
Cortlt«ido: O pinhão de aço do Problema Resolvido 15.3, com dureza de 330 Bhn, passo diametral, número de dentes e velocidade de rotação conhecidos, e dentes de profundidade plena com ângulo de pressão de 20", aciona uma coroa de aço com 290 Bhn a 860 rpm com apenas I% de chance de falha por fadiga superficial durante um determinado período de tempo. A Ser Detenninado: Estime a potência máxima que as engrenagens podem transmitir.
1 = CI' -bd -K I c Ko Km
R
- - = O, 107 (pela Eq. 15.23) R+ I
1,25)(1~)(0.107) (1.68)(1.25)( 1,6) = 8592VF,
3. Igualando-se a resistência à fadiga superficial e a tensão de fadiga de superflcie, tem-se
8592
VF,
97.600 psi
ou F, = 129 Ib
(Esse valor se aplica a ambas as superfícies dos dentes engrenados.) 4. A potência correspondente é W= F,V = (129 lbXSII fpm) = 104,620 ft-lblmin, 3,2 hp. Comentário~: Esta potência se compam com uma potência limitada pela fadiga por flexão de aproximadamente 14 hp e ilustra a situação usual das engrenagens de aço serem mais resistentes em relação à fadiga por flexão. Embora boa parte dos 14 bp de capacidade fornecida pela fadiga por flexão seja obviamente desperdiçada, um excesso moderado de capacidade de flexão é desejável porque as falhas de fadiga por flexão silo repentinas e totais, enquanto as falhas de superfície são graduais e causam um aumento do nivel de ruído, alertando sobre a deteriordção da engrenagem.
-
15.11
Pro~ntos de Projeto
das
Engrenageru de Dentes Retos Os Problemas Resolvidos 15.3 e 15.4 ilustram a análise da capacidade estimada de um par de engrenagens específico. Como
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes R etos 357 geralmente é o caso de componentes de máquinas, é mais desafiadora a tarefa de projetar um par de engrenagens adequado (supostamente próximo do ótimo) para uma dada aplicação. Antes de ilustrar esse procedimento com um problema resolvido, é preciso fazer algumas observações gerais.
1. O aumento da dureza da superfície das engrenagens de aço aumenta consideravelmente o limite de resistência à fadiga superficial. A Tabela 15.5 indica que ao duplicar-se a dureza a resistência à fadiga superficial é mais do que duplicada (tensão de Hertz admissível); a Eq. 15.24 mostra que a duplicação da tensão ad!missível de Hertz faz com que a capacidade de carga F, seja quadru-
plicada. 2. O aumento da dureza do aço também aumenta a resistência à fadiga por flexão, porém esse aumento é bem menor. Por exemplo, ao duplicar-se a dureza o limite de resistência à fadiga básico, S~, não é duplicado (observe a região plana das curvas na Figura 8.6). Além disso, a duplicação da dureza reduz significativamente o fator Cs (veja a Figura 8.13). Um fator adicional a ser considerado para as engrenagens cujas superfícies dos dentes foram endurecidas é que o endurecimento do material pode efetivamente aumentar a resistência à fadiga superficial, ainda que seja muito pouco profundo para contribuir de forma significativa para a resistência à fadiga por flexão (lembre-se da Figura 8.3 e da discussão a ela associada na Seção 8.13). 3. O aumento da dimensão do dente (utilizando um passo maior) aumenta a resistência à flexão mais do que a resistência superficial. Este fato, aliado aos pontos 1 e 2, se correlaciona a duas observações. (a) Ocorrerá uma equivalência entre a resistência à flexão e a resistência superficial tipicamente na faixa de P = 8 para engrenagens de aço de alta dureza (acima de 500 Bhn, ou 50Rc), com os dentes grossos falhando por fadiga superficial e os dentes finos falhando devido à fadiga por flexão. (b) Com os dentes de aço progressivamente mais macios, a fadiga superficial se toma crítica para os passos progressivamente mais finos. Outros materiais possuem propriedades que resultam em diferentes características para a resistência do dente de uma engrenagem. Informações adicionais sobre os materiais utilizados na fabricação de engrenagens serão fornecidas na próxima seção. 4. Em geral, quanto mais duro o material, mais oneroso é o processo de fabricação da engrenagem. Por outro lado, as engrenagens mais duras podem ser menores e ainda realizar a mesma operação. E, sendo as engrenagens menores, seu alojamento e outros componentes a elas associados podem também ser menores e mais leves. Além disso, se as engrenagens forem menores, as velocidades na circunferência primitiva serão menores, reduzindo o carregamento dinâmico e as velocidades de arrasto. Assim, o custo global freqüentemente pode ser reduzido pelo uso de engrenagens de maior dureza. 5. Ao se desejar engrenagens de menores dimensões (para quaisquer materiais e aplicações de engrenagens), é mais aconselhável partir para a escolha do número mínimo de dentes aceitável para o pinhão (geralmente, 18 dentes para os pinhões com ângulo de pressão de 20° e 12 dentes para os pinhões com ângulo de pressão de 25°), e, em seguida, determinar o passo (ou o módulo) necessário.
PROBLEtliA RESOLVIDO 1 5.51' Projeto d e um Redutor Constituído de um Trem de Engrenagens de Dentes Retos Utilizando um sistema de engrenagens padronizadas, projete um par de engrenagens de dentes retos para conectar um motor de I 00 hp a 3600 rpm a um eixo de carga a 900 rpm. O carregamento de impacto do motor e da máquina conduzida é desprezível. A distância entre centros deve ser a menor possível. Deseja-se uma vida de 5 anos a 2000 horas/ano de operação, mas a potência plena será transmitida apenas durante cerca de 10% do tempo, com a metade da potência sendo trans mitida durante os demais 90% do tempo. A probabilidade de falha durante os 5 anos não deve ser superior a 10%. SOLUÇ..\0
Conhecido: Um par de engrenagens de dentes retos deve transmitir potência de um motor, cuja potência e rotação são conhecidas, ao eixo de uma máquina que gira a 900 rpm. A potência total é transmitida durante I0% do tempo e metade da potência é transmitida durante 90% do tempo. A probabilidade de falha não deve ser superior a 10% quando as engrenagens estiverem operando 2000 horas/ano durante 5 anos. A distância entre centros deve ser a menor possível. (Veja a Figura 15.28.) A Ser Detenninado: Determine a geometria do trem de engrenagens.
& querruJS e Dados Fornecidos: carregamento de ompacto desprezivel Vida: 5 anos a 2000 hcnslano Potência plena: 10% do tempo Meia potência: 90% do tempo Falha em 5 anos: probabilidade máxima de 10%
FIGURA 15.28 1'rem de engrenagens de dentes retos com uma única redução.
Decisões: 1. Escolha engrenagens de aço temperado correspondentes às curvas de engrenagens de dentes retas da Figura 9.21, a qual indica
2.
3.
4. S.
uma probabilidade de 10% de falha. O material da engrenagem de aço será selecionado de forma a propiciar uma resistência relativamente alta a um custo relativamente baixo. O pinhão e a coroa serão usinados e , em seguida, polidos. De acordo com a boa prática corrente, especifique um procedimento de endurecimento do material que propicie tensões compressivas nas superfícies dos dentes da coroa. Especifique altas durezas superficiais de 660 Bhn e 600 Bhn, respectivamente, para o pinhão e para a coroa de modo a obter a menor distância entre centros e uma dureza do dente do pinhão que exceda a dureza do dente da coroa em I 0%. Para essas durezas (que são muito altas para um processo de usinagem normal), especifique um acabamento polido e uma fabricação de precisão correspondentes à média das curvas A e B da Figura 15.24. Escolha a forma mais comum de dentes evolventais com profundidade plena e ângulo de pressão de 20". Escolha 18 dentes como o número mínimo possível de dentes para o pinhão, de modo evitar interferência.
358
PAR'T'F. 2 • AI'UCAC0f:S
6. Para a menor distância entre centros (isto é, os menores diâmetros das engrenagens), escolha, por tentativa, uma largum b no máximo da faixa normal, 14/P. 7. Escolha um fator de segurança de 1,25 contrd falhas por fadiga superficial. 8. Será utilizado um valor nominal para a largura da face. 9. Será selecionado um passo diametral padronizado .
3. Escolha, por tentativas, o passo padronizado de 7, calcule o valor correspondente de V, refine a estimativa de K. e calcule o valor de b necessário para "equilibrar'' u 11 e S11• (Note que se fosse escolhido o valor P = 8, b deveria ser superior a 14/P para "equilibrar" u 8 e Sll')
7Tdp 11 p
V= -
Hipó~:
1. A regm do dano acumulado de Palmgren-Miner é aplicável. 2. O acabamento de superfície polida corresponderá à média das cur-
3. 4.
5. 6.
7.
vas A e 8 da Figura I 5.24, e K. = 1,4. As características do supone são de montagem precisa, pequenas folgas nos mancais, deflexões mínimas e engrenagens precisas. A curva de engrenagem de dentes retos da Figura 9.21 representa, aproximadamente, a mais alta resistência de contato que pode ser obtida para as engrenagens de aço, e esta curva é urna representação gráfica de s/1 = s ,.cuc. para uma probabilidade de 10% de falha versus o número de ciclos que constituem a vida da engrenagem de dentes retos. Não há uma distribuição da carga entre os dentes das engrenagens. No caso-limite , a resistência à fadiga do material do núcleo deve ser igual às tensões de fadiga por flexão na superfície. Abaixo da superfície C, vale I. O material do núcleo, um aço, possui s; = 250 (Bhn).
Análise do Projeto: 1. A vida total requerida = 3600 rev/rnin X 60 rninlh X 2000 h/ ano X S anos = 2,16 X lO~ revoluções do pinhão . Apenas 2,16 X I 0' ciclos referem-se à potência plena. Observando-se a curva para engrenagem de dentes retos da Figur.s. 9.21, nota-se que se as tensões para 2 X IO' ciclos de potência plena estão sobre a curva, as tensões para 50% da potência corresponderão a mais de I 0 10 ciclos de vida. Considerando a regm do dano acumulado de Palmgren-Miner (Seçào 8.12) e reconhecendo o caráter aproximado da solução aqui apresentada, parece justificável o projeto ser baseado apenas nos ciclos de carga plena, ignorando-se os ciclos de meia carga. 2. Antecipando-se que a fadiga superficial provavelmente será mais crítica do que a fadiga por flexão, resolve-se para o valor de P que "equilibre" as tensões u 11 e S11 com um pequeno fator de segurança, FS, de, por exemplo, I ,25:
uH (pela
&j. 15.24 ) - SH (pela Eq. 15.25)
- 12
=
7T( 18/7)(3600)
12
= 24 24 fpm
Pela Figura 15.24, K. = 1,5, e ?
_Joo
J(
195 X 1)( 1.25) _ b( > <1.5)(1)( 1,3) 165.000 128
•sn)(o.
esta relação fornece b = 1,96 in. Arredonda-se, assim, pam b = 2 in. Para este valor de b, Km = 1,3 é satisfatório. Observe tambémqueb permaneceu igual a 14/P porque adiminuiçãode Pde 7,21 para 7 aumentou o valor de K. de 1,4 para 1,5. 4. Verificação da razão de contato, utilizando a Eq. 15.9. Os raios primitivos são r1, = 9n e ' • = 36n. O adenda, a= l/P; e, portanto, ' • = LOn e r"= 37n. Distância entre centros, c = rp + r, = 4Sn. Pela Eq. 15. 11, '•P = (9n) cos 20<, r,..= (36n) cos 20". Pela Eq. 15.1O, ph = 77(18f7)(cos 20•)/1 8 = 0,422 in. Substituindo-se na Eq. 15.9, tem-se RC = 1,67. Esta configuração é satisfatória, porém ela indica que um único par de dentes supona a carga nas vizinhanças da linha primitiva, o nde é mais provável que ocorra a corrosão superficial. Assim, não pode have.r compartilhamento da carga de fadiga superficial, apesar da precisão da fabricação. (1\ote que não foi admitida qualquer distribuição de carga nos cálculos precedentes.) 5. No projeto das engrenagens necessita-se propiciar urna resistência adequada à fadiga por flexão. Considerações detalhadas da fadiga por Oexão do dente da engrenagem para as engrenagens com núcleos temperados devem incluir uma análise dos gmdientes de tensões e da resistência, conforme representado na Figura 8.29. Como foi antecipada no problema a necessidade de atender a essa exigência, pode-se, conforme foi estabelecido, adotar a hipótese conservadora de que a resistência à fadiga do material do núcleo (Eq. 15.18) deve ser igual às tensões de fadiga por flexão na superfície (Eq. 15.17):
F,(SF) bd I K , KoK,. - SroCL,CR p
Alguns poucos cálculos auxiliares são necessários:
V = 7Td.(3600 rpm)/12 = 942d, = 942(18/P) = 16.960/P K.... 1,4 (Esse valor representa uma estimativa grosseim da Km=
F, = I = S,,CuC• =
Figura I 5.24, e deve ser confirmado ou modificado após P ser determinado.) 1,3 (Esse valor deve ser aumentado se b > 2 n .) I 00 hp (33.000)/V = l9SP [(sen 20" cos 20•)/2](4/5) = 0,128 165.000 psi (diretamente da Figum9.21)
Substituindo-se esses valores na expressão acima, tem-se
I ( ~
23
195 P )(I.25) ( 14/ P )( I8/P)(0.1 28) ( l.4)(l)( l.3)- 165·000
Logo,
P
= 7.21 dentes/m
A precisão da fabricação ocorre em uma região não muito clara em relação à distribuição da carga.l'rovavelmeme haverá pelo menos uma distribuição parcial da carga, o que conduz a um valor de 1 intermediário entre as curvas de "carga distribuída" e de "carga não-dis tribuída" (isto é, 1 entre os valores 0,235 e 0,32). Todavia, uma vez que foi admitido, de forma conservadora, que essa dis tribuição não ocorre. não haverá a nec.e ssidade de se considerar novamente esta condição. Lembre-se de que no cálculo do valor de C, considerou-se a resistência à fadiga sob a s uperfície, onde a rugosidade da superfície poderia não ser envolvida: S~( l )( I )( I )(0.897)( I )(1.4 )
1365(71
= - - -( 1.5)(1 )(1,3) 2(0 .235)
Desta equação obtém-ses; = 31.600 psi, o que requer uma dureza (para o núcleo) de 126 Bhn, um valor que será atendido ou até mesmo superado por qualquer aço selecionado para satisfazer às exigências da superfície do material temperd.do.
Capitulo 15 • Engrenagens de Dentes Reto• 6. Em resumo, o projeto proposto apresenta dentes d e profundidade plena com ângulo de pressão de 20", fabricação de precisão com acabamento polido (entre as curvas A e 8 da Figura 15.24) para o aço do corpo endurecido, superffcie temperada a 660 Bbn e 600 Bbn, respectivamente para o pinhão e a coroa, e com dureza do m1cleo de, pelo menos, 126 Bhn. O projeto também estabeleceP = 1,N. = 18,N, =72 eb = 2in(D, = 2,57 in, D, = I 0,29 in e c = 6,43 in). Conforme decidido, será especificado um procedimento de endurecimento do material do corpo da engrenagem que propicie tensões residuais compressivas na superflcie. Comentário~: Este problema resolvido representa apenas uma das inúmeras situações e procedimentos encontrados na prática do projeto de engrenagens de dentes retas. O importante para o leitor é ter uma compreensão nítida dos conceitos básicos e entender como estes podem ser adaptados a urna situação específica. Sabe-se que é necessária urna grande quantidade de dados empfricos para complementar os fundamentos teóricos. É sempre importante pesquisar sobre os melhores e mais relevantes dados empfricos para uso direto em qualquer situação específica. Os livros, como este, podem incluir apenas exemplos de informações empíricas. Valores melhores pam uso no dia-a-dia são geralmente obtidos nos arquivos das empresas, na literatura técnica especializada atualizada e nas publicações periódicas da AGMA.
859
dição promove uma efetiva distribuição da carga entre os dentes em contato simultâneo, porém resulta em uma substancial histerese por aquecimento se as engrenagens operarem com altas rotações. Como os materiais não-metálicos possuem baixa condutividade térmica, a provisão de um resfriamento especial pode ser necessária. Além disso, esses materiais possuem coeficientes de expansão térmica relativamente altos e, assim, podem requerer a instalação com folgas maiores do que as das engrenagens metálicas. Freqüentemente os plásticos básicos utilizados na fabricação de engrenagens são produzidos com enchimentos, como as fibras de vidro, para aumento da resistência; e com lubrificantes, como o Teflon, para reduzir o atrito e o desgaste. As engrenagens não-metálicas são geralmente engrenadas a pinhões de ferro fundido ou aço. Para uma melhor resistência ao desgaste, a dureza do pinhão metálico de engrenarnento deve ser de no mínimo 300 Bhn. Os procedimentos de projeto para as engrenagens fabricadas de plástico são similares àqueles das engrenagens metálicas, porém ainda sem confiabilidade. Portanto, os testes em protótipos são neste caso mais importantes do que para as engrenagens metálicas.
15.13 '&eJU de EngrenageJU 15.12 Materiais das Engreno.geJU O material menos oneroso para fabricação de engrenagens é geralmente o ferro fundido comum, AS1M (ou AGMA) da classe 20. Os ferros fundidos das classes 30, 40, 50 e 60 são progressivamente mais resistentes e mais caros. As engrenagens de ferro fundido possuem tipicamente uma resis tência à fadiga superficial maior do que a resistência à fadiga por flexão. S ua absorção de energia interna tende a tomá-las mais silenciosas do que as engrenagens de aço. As engrenagens de ferro fundido nodular possuem uma resistência à flexão significativamente maior, juntamente com uma boa durabilidade de superffcie. Geralmente, uma boa combinação é obtida engrenando-se um pinhão de aço a uma coroa de ferro fundido. As engrenagens de aço não-tratadas termicamente são relativamente baratas, porém possuem baixo limite de resistência à fadiga superficial. As engrenagens de aço tratadas termicamente devem ser projetadas para resistir à distorção; portanto, as ligas de aço e resfriamento rápido a óleo são usualmente preferíveis. Para durezas superiores a 250 Bhn até 350 Bhn a usinagem deve geralmente ser realizada antes da têmpera. Será obtida uma maior precisão do perfil se as superfície s forem polidas após o tratamento térmico, como ocorre na retificação. (Todavia, sendo realizada a retificação deve-se tomar o cuidado de evitar as tensões residuais de tração na superfície.) As engrenagens que passam por um processo de têmpera em geral possuem de 0,35 a 0,6% de carbono. Usualmente, as engrenagens cuja superfície ou o corpo é endurecido pas.sam por um processo de têmpera por fogo, têmpera por indução , carburação ou nitruração. Dentre os metais não-ferrosos, os bronzes são mais freqüentemente utilizados na fabricação de engrenagens. As engrenagens não-metálicas fabricadas de acetal, náilon e outros plásticos são geralmente mais silenciosas, duráveis, de preços razoáveis e podem freqüentemente operar sob cargas leves sem lubrificação. Seus dentes se deformam mais facilmente do que os correspondentes das engrenagens metálicas. Esta con-
A razão de velocidades (ou "relação de transmissão") de um único par de engrenagens de dentes rotos exumas é expressa peJa simples equação
N..
(15.26}
N,, (uma versão expandida da Eq. 15.1), onde w e n são velocidades de rotação em radianos por segundo e rpm, respectivamente, d representa o diâmetro primitivo eN é o número de dentes. O sinal negativo indica que um pinhão e uma coroa comuns (ambos com dentes externos) giram em sentidos opostos. Caso a coroa possua dentes internos (como na Figura 15.12}, seu diâmetro será negativo e os componentes giram no mesmo sentido. Em muitas aplicações o pinhão é motriz e a coroa é conduzida, o que propicia uma relação de redução (redução na velocidade, porém aumento no torque). Isso ocorre porque as fontes de potência (motores a combustão, motores elétricos, turbinas, etc.) geralmente possuem um giro relativamente alto, de modo a fornecer uma grande potência a partir de uma dada unidade. A máquina sendo conduzida geralmente gira mais lentamente. (Existem exceções, por exemplo, os motores a combustão dos superearregadores e os grandes compressores centrífugos para refrigeração e ar condicionado.)
Pa Motor
lenu..,•l
~ cjC
r,
'7
M6Quona con
lllidl)
~ o»
.,
P2
FlCllU t5.29 Trem de engrenagens com dupla redução.
360
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
A Figura 15.29 mostra um trem de engrenagens com dupla redução envolvendo um eixo intermediário b, um eixo de entrada a e um eixo de saída c. A razão de velocidades global é Wa
=
lt)0 (l)b
= _ dr l ( - dc2 )
dpl
Wb w<
Wc
dc tdc2
Nc 1Nc2
d,td1,2
Npt Ntr1
= -,-- - - =
(15.27)
dp2
Observe que se os dois pares de engrenagens possuírem a mesma distância entre centros os eixos de entrada e de saída podem ficar perfeitamente alinhados, o que pode propiciar uma fabricação econômica para a caixa de transmissão. A Figura 15.29 e a Eq. 15.27 podem ser estendidas a três, quatro ou qualquer número de pares de engrenagens, com arelação global sendo o produto das relações dos pares individuais. Exemplos farniliares são os trens de engrenagens presentes nos odômetros, nas lavadoras e nos relógios mecânicos. A análise dos trens de engrenagens planetárias (ou epicfclicas) é mais complexa, porque algumas das engrenagens giram em relação a eixos que também estão girando. A Figura. 15 .30a ilustra um trem planetário típico, constituído de uma engrenagem solar S no centro, circundada por planetárias P que giram livremente sobre eixos montados no braço A (também chan1ado de "condutor"). Também engrenada às planetárias existe uma coroa circular R de dentes internos. A Figura 15 .30b representa um
esquema simplificado em que apenas uma única planetária é mostrada. Os trens de engrenagens reais são constituídos de duas ou mais planetárias, igualmente espaçadas, para equilibrar as forças da solar, da coroa circulare do braço. A divisão da carga ente as múltiplas planetárias aumenta, de forma correspondente, a capacidade de torque e de potência do trem. Ao se analisar as razões de velocidades do trem de planetárias pode ser mais conveniente a referência ao esquema de uma única planetária (Figura 15.30b). Aos três elementos, S, A e R, normalmente são designadas três funções: entrada, saída e componente de reação fixa. Serão examinados, agora, três arranjos alternativos. (1 ) Com o braço A como componente de reação, tem-se um único trem de engrenagens (todos os três eixos são fixos), e os elementos S e R giram em sentidos opostos, gerando um sistema de inversão de movimento. Com a coroa circular R mantida fixa, S e A giram no mesmo sentido, porém com diferentes velocidades. (3) Com a solar S fixa, R e A também giram no mesmo sentido, porém com razão de velocidades diferente do caso em que R é mantida fixa. Independentemente do arranjo escolhido pode-se instalar uma embreagem que permita a qualquer dos dois elementos S, A e R serem acoplados entre si. Isto faz com que todo o trem de p lanetárias gire como um único componente e forneça um acionamento direto (razão de transmissão = 1) entre entrada e saída. As transmissões automáticas dos automóveis utilizam combinações de trens de engrenagens planetárias, com uma embreagem para acionamento direto e com freios ou embreagem de uma única via para manter diversos elementos fixos, de modo a se obter as diferentes relações. Apresentam-se, agora, três métodos para a determinação da razão de transmissão das planetárias ilustradas pelo trem mostrado na Figura 15.30, com R como saída, A como entrada e S como componente fixo de reação. Visando simplificar a notação, as letras R, S e P podem representar tanto os diânletros quanto os números de dentes no anel, na solar e nas planetárias, respectivamente.
1. Análise das forças no corpo livre. A Figura 15.31 mostra uma vista explodida dos três elementos. Utilizando a notação fornecida, obtém-se o raio do braço como sendo igual a
S+ P
(a)
(b)
Com IJês planetárias (contíguraç~o tipica)
Com uma única planetária (apenas para a~losel
FtGllllA 15.30 Trem de engrenagens típico com planetárias.
IR
~entrada: Jl ~saida
e S ~elemento fíxol
--- = 2
s +
R+S
--4
(conforme mostrado).Iniciando-se com o torque de entrada T; aplicado à coroa circular, indicam-se as cargas atuantes de
FIGt:RA 15.31 Relação de torques (ín•ersa da relação de velocidades) determínada pelos diagramas de corpo li..-e.
Capítulo 15 • EngrenagMI de Dentei Re1o1
361
racterizam a entrada, a saída e as funções de reação. Um deles será o braço. Designe os outros dois por X e Y. Assim, ovalor do trem será Wx
WX -
W 11
Wy
Wy -
WJI
e=-=
(R •
entr~;
A • salda e S a elemenlo furo)
FIGLRA 15.32 Razão de velocidades determinada pêlo diagrama de •·etores velocidade.
cada componente colocando-as em equilíbrio. Com isso, conclui-se que Wf
w,
T0
= T,- =
e
WR- WA
WSJA -
O arranjo da Figura 15.31, com a engrenagem solarSfixa, é, talvez, o trem de planetárias mais comumente utilizado. Dependendo das dimensões relativas das engrenagens, o valor da razão determinada pela Eq. 15.28 pode ser qualquer um entre I e 2. Com a coroa circulat R como entrada e o braço A como saída, esse trem é geralmente utilizado como um redutor de engrenagens, como no motor de acionamento em aviões. A configuração com o braço A como entrada e a coroa circulat R como saída é utilizada como base para a marcha rápida de alguns automóveis convencionais. Talvez a aplicação mais familiat de todas as configurações seja o cubo da bicicleta de 3 velocidades SturmeyArcher, que se desloca entre (I) a engrenagem de baixa, conectada como na engrenagem de redução de um avião, (2) a engre-
nagem intermediária, com todas as partes girando como um úni·
S +R
(i)
2. Análise do vetor velocidade. A Figura 15.32 mostra um vetar velocidade V atbitrário, indicado no ponto de engrenamento entre R e P. A velocidade linear é nula no ponto de engrenamento de S com P, pois a engrenagem solar está fixa. As velocidades angulares de R e de A são determinadas através das relações entre as velocidades lineares e os correspondentes raios. Esta análise leva, novamente, à Eq. i. 3 . Equação genérica do trem de planetárias. Na Figura 15.30 (sem qualquer dos elementos necessariamente mantido fiXo), a velocidade angulat da coroa circular em relação ao braço e a da engrenagem solat em relação ao braço são, por defuúção, WRJA -
(15.29)
co conjunto de ação direta, c (3) a engrenagem de alta, conectada como na configuração de matcha rápida de um automóvel um arranjo muito inventivo - veja http: I /www .sturmeya r cher . com/layou t l .htm . Na Figura 15.31 foi admitido que a carga é dividida igualmente entre todas as planetárias. Na realidade, esta condição só ocorrerá se (I) os componentes forem fabricados com uma precisão
WS- WJI
que permite escrever
--=
WRJJI
WR
WÇ/A
Wç- WA
WJI
G)
A Eq. j é verdadeira para qualquer velocidade angular do braço, inclusive zero. Com o braço fixo, a relação de velocidades angulares é calculada pela Eq. 15.27, e o resultado é conhecido como o valor do trem, e. Assim, WRfA
ws!A
=
WR
ws
=e= (-§_)(+!:..)= _§_R P R
(k)
Combinando-se j e k, tem-se
e=
S
WR -
--R = Ws-
WA
FIGURA 15.33 Análise geom~lrica comparativa entre duas e quatro planetárias igualmente espaç>~das para uma solar com 20 dentes e uma coroa circular com 70 dentes.
(15.28)
WA
onde R e S, novamente, representam os diâmetros primitivos ou os números de dentes da coroa circular e da solar. Aplicando-se a Eq. 15.28 à Figura 15.30 com S sendo o elemento fixo, obtém-se uma vez mais a Eq. i. Para adaptar a Eq. 15.28 a um trem de planetárias complexo identificam-se, inicialmente, os três elementos que ca-
1. As plllnetárias possuem (70 - 20)12 • 25 dentes. Como o n6me.ro de
dentes das engrenagens planetárias ~ um número ímpar, a solar e a coroa circular dtvtm ser alinhadal com um dente da solar oposto a um espaço entre dentes da coroa circular, conrorme mostrado nas posíções superior e inferior. 2. Com a solar e a coroa circular apropriadamente indexadas para as planetárias nas partes superior t inferior, as duas plaMtárlas lllterais nàD poderão ser aeopllldal. 3. Condusiio: Ouas planetárias igualmente espaçadas poderão ser utlli%adas; quatro oão.
362
PAtfrE 2 • Al'LtCAÇOl·:S
suficientemente alta ou (2) algumas características construtivas especiais forem empregadas para igualar o carregamento automaticamente. Existem dois fatores básicos que controlam a quantidade e o espaçamento das planetárias empregadas. (I) A quantidade máxima de planetárias é limitada ao espaço disponível- isto é, as pontas dos dentes de qualquer planetária devem estar afastadas daquelas das planetárias adjacentes. (2) Os dentes de cada planetária devem se alinhar simultaneamente aos dentes das engrenagens solar e coroa circular. A Figura 15.33 mostra um exemplo em que a segunda condição é satisfeita para duas planetárias igualmente espaçadas, mas não para quatro. (O leitor é convidado a prosseguir este estudo e mostrar que com a geometria e a quantidade de dentes utilizadas na Figura 15.33 uma condição necessária para a possibilidade de um arranjo eqüidistante com n engrenagens planetárias é que (S + R)ln i, onde i é um número inteiro e n é o número de engrenagens planetárias igualmente espaçadas - veja a referência [8].)
=
15.6
Urna engrt:nagem de 20 dente; com passo diametral de 6 engrena-se com outra de 55 dentes. Determine o valor da distância entre centros padronizada.
15.7
Detcnnine a espessura do denle de uma engrenagem de dentes retos com passo diamcual de 6. medido ao longo da cireunfeli'ftcia primitiva.
15.8
Duas engrenagens de uma caixa de engrenagens com rulio de 3: I e com passo diametral de 4 sAo montadas a urna distância entre centrOS de 6 in. Determine a quantidade de dentes cm cada engrenagem.
15.9
Um par de engn:nagens de dentes rotos. com distJncia entre centrOS de 168 mm. possui uma rullode rcduçiode velocidadesde3:1. Conside· ntndo um módulo de 4 mm. quais são os ndmeros de dentes e os diã· metrOS primitivos das duas engrenagens?
15.10
Um piobào de 20 dentes com passo diametral de 8 gira a 2000 rpm e aciona uma engrenagem a 1000 cpm. Quais >iio o número de dentes da coroa, a distância entre centrOS teórica e o passo circular? [Resp.: 40 dentes, 3.75 in, m'8 inl
15.11
Urna razào de velocidade de 4: I dev~ ser atribufda a um par de engre· nagens de dentes rctos com wna distância entro centros de 7,5 in. Uti· lizando um passo diametral de 8, quais são as quantidades de dentes e os diâmetros primitivos das duas engrenagens'/
15.12
Um pinhão de 24 dentes possui wn módulo de 2 mm, gira a 2400 rpm c aciona uma coroa a HOO cprn. Dctcnnine a quantidade de dentes da coroa, o passo circular c a disLância teórica entre centros.
15. 13
Comece com o arranjo de wn par de engrenagens de dentes retos com razào de velocidades de 4: I. distância entre centros de lO in. passo diametral de 5 c dentes de profundidade plena com ângulo de pressão de 20'. Inclua apenas os seguintes it~ns no desenho e estabeleça seus oornes com clareza.
I. Buckinghnnt, Enrl~. tlnaf.wica/ Me('!wnics of Cetmo. McOnow-Hi ll , Ncw Yot·~. 1949. 2. Dudlcy. O. W. (cd.). Gear flwulbooJ. , McGraw-Hill. :>lew Yor~ . 1962. 3. Dudlc:y. W. W.. Tlw F.wlittllllll nf tlrr Gr11r Art. Americnn Gear Manufactun:n. A\'>Ociation. Wa~hington. D.C .. 1969. 4. Kcllcy. O. K., "Dc"gn ol Plltnctary Gc~rTm.n,," Chaptcr9
or Dt'HJ(fl Pmc titP \
f>thiPIIJ(t'r illr All/11//ltl/1(' Tm n.IIIIÍ \ ·
(a) Circunferências primitiva> (parciais). (b) Circunferências de base (parciais). (c) Ângulo de pressão. (d) Adendo (para o pinhio e para a coroa). (e) Dedendo (apenas para o pinhilo). 15.14
·' ""''· Soctc:ty of Automouve Englllc:c:r,, New York, 1973. 5. "1981 Mc:chnnical Drive:~ Refc:rc:ncc: lssue; · Machi11e Desíxn. Penton/IPC. CIC\eland. June 18, 1981. 6. Mcrriu. H. E.. Ct!ar Enginuri11g, Pitman Publishing. Mar-hfic:ld. Ma.s, .. 197 1. 7. Standard' of thc Amcrican Gear ManufaciUrcr.. AssociaLion. Alnandna. Vn.
(a) Indique a cireunfetencia primitiva. a cireunferoncia de adendo, a cireunfetencia de dcdcndo e a cireunferoncia de base da coroa. (b) Caso ocorra interferência. indique a área de um ou de ambos os adcndos que deve ser retirada para eliminá·la. (c) Indique a trajetória do eontato utiliLaDdo uma linha mais grossa e contínua que se estenda exatamente pelo comprimento da uajetó·
ria de contato, e niio mais que isso. (Admita que qualquer interfe· rência possa ser eliminada pela rcduçiio nc:cessllria do adcndo.) (d) Faça o esquema cuidadoso dos perfis de um par de dentes engrena· dos ao final do contato. Indique os lingulos de afa~tamento para o pinhão e para a coroa.
8. Simionescu. P. A .. "A Unificd Approach to the A>~mbly Conc.huon of F.ptcyclic Gear-." ASME Joumo/ o.fMeclzanim l Dt•Si!111. 120: 4411-452 ( 1998). 15.15
Seções 15.2 e 15.3 Duas cngrcoag~ns com módulo de 2 mm sno montadas a uma distân· cia entre centros de 130 mm ~m uma caixa de engrenagens com redu· ç.ão de 4: I. Determine o n6mero de dentes cm cada engrenagem.
15.2
Calcule a espessura rm.'
15.3
Urna engrenagem de 32 dentes com um passo diametral de 8 se cngraza com outra de 65 dentes. Determine o valor da distância entre centros padronizada.
15.4
Determine a espessura de uma engrenagem de dentes retos com um passo diametral de 8, medido ao longo da circunferência primiti,•a.
15.5
Duas engrenagens em uma caiJta de engrenagens com razio de 2: I e com passo diametral de 6 ~ montadas a uma distância entre centrOS de S in. Determine o oúmero de dentes em cada engrenagem.
Os diâmetros das circunferências de base de um par de engrenagens evolventais são de 60 e 120 mm. (a) Se a distância entro c~ntro> é de 120 rnm, qual é o ângulo de p.rcs, são'/ (b) Se a distância entre centros for reduzida para 100 mm, qual será o ângulo de pressão'/ (c) Qual é a razào entre os diâmetros primitivos paro cada uma das duas distâncias entre centros?
ProbleiiUJij
15.1
O passo diametral de um par de cngrcnage.ns padronizadas de dentes re· tos, de profundidade plena e llngulo de pres!oâo de 20', vale 4. O pinMo possui 24 dente> c gira no sentido h
[Resp.: (a) 0,7227 rad, (b) 0.45 10 rndl 15.16
Para uma engrenagem com um diâmetro externo de 3.000 in, dentes evolventais de profundidade plena com passo diametral de 20 e um ângulo de pressão de 20", determine o diâmetro primitivo, o passo cir· cular. o adcndo, o dedendo c a quantidade de dentes da engrenagem.
15.17
Um pinhão de 18 dentes com um lingulo de pressão de 29' se engrena com wna coroa de 36 dentes. A distância entro centros~ de lO in. O pinhão possui dentes rebaixados. A coroa pos~ui den~ evolventais de profundidade plena. Determine a ruiio de contato (n6mero de dentes em contato) e o passo diametral.
15.18
Um piobào de 11 dentes se engrena com uma coroa de 84 dentes. Os dentes da coroa cvolvcntal silo de profundidade plena. têm um lingulo de prcssilo de 20' e um passo diamettal de 32. Oetennine o arco de apro-
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes Retos ximação, o arco de afastamento, o arco de ação, o passo de base e a razão de.contato. Calcule também o adendo, o dedendo, o passo circular, a espessura dos dentes e o diâmetro de base para o pinhão e para a coroa. 15.19
Considerando ainda o problema precedente, se a distância entre centros é aumentada de0,125 in,quais serão os novos valores para a razão de contato e para o ângulo de pressão'?
15.20
Duas engrenagens de dentes retos engrenadas, com módulos de 6 mm e ângulos de pressão de 0,35 rad, possuem 30 c 60 demcs. (a) Faça um desenho em verdadeira grandeza da região de contato dos dentes, mostrando (e atribuindo os nomes) ( 1) ambas as circunferências primitivas, (2)arnbas as circunferências de base, (3) ambas as circunferências de raiz, (4) ambas as circunferências externas, (5) o ângulo de pressão, (6) o comprimento da trajetória de contato, (7) ambos os ângulos de aproximação c (8) ambos os ângulos de afastamento. (b) Utilizando os valores indicados em seu desenho, detennine ou calcule os valores numéricos para ( 1) o comprimento da trajctória de contato, (2) os ângulos de aproximação, (3) os ângulos de afastamento c (4) a razão de contato.
15.21
(a) Detcnnine a rotação dos eixos b e c cm rpm, os diâmetros primitivos do pinhão e da coroa, e o passo circular. (b) Detcnnine o Iorque suportado porcada um dos eixos"· b c c: (i) admitindo 100% de eficiência de engrenamcnto e (ii) admitindo 95% de eficiência de engrenamento para cada par de engrenagens . (c) Para o caso de 100% de eficiência de cngrenamento, detennine as cargas radiais aplicadas aos mancais A c B e esquematize um diagrama de corpo livre para o eixo intermediário cm equilíbrio. (Nota: este problema ilustra um projeto de máquina utilizando unidades do Sl, exceto para os dentes das engrenagens, que são dimensionados em polegadas.) [Resp. parcial: (b) r, =23,88 N·m, r, =71,64 N·m para 100% de eíiciência; r. =22,69 N·m, r, =64,65 N·m para 95% de eficiência] 15-24 15.25
Um par de engrenagens padronizadas de dentes retos com ângulo de pressão de 20" c distância entre centros de 10 in possui uma razão de velocidades de 4,0. O pinhão tem 20 dentes.
O pinhão de 18 dentes mostrado na Figura Pl5.25 está sendo acionado
a 800 rpm por um motor que desenvolve um torque de 20 lb·in. Asco-
[Resp. parcial: a carga radial no maneal B é de 35, 17 lb]
as circunferências primitivas, o ângulo de. pressão, o adendo e o dedendo. Dê nome a cada uma dessas entidades cm seu desenho. (c) Mostre em seu desenho os raios máximos do adendo no li1nite de interferência, ru:.mto: e r11p.mb:. Meça, em seu desenho, seus valores numéricos. Ocorrerá interferência com os dentes nas proporções padronizadas'/ (d) Meça, no desenho, o comprimento da trajctória de contato para os dentes nas proporções padronizadas e, a partir dele, calcule a razão de contato.
Utilizando as equações apresentadas na Seção 15.3, calcule r,,.,, e a razão de contato para as engrenagens do Problema 15.21.
Resolva o Problema 15.23 considerando que o pinhão possua 21 dentes c que a coroa tenha 62 dentes.
roas propiciam uma dupla redução na ''clocidade, com a saída ocorrendo em uma engrenagem de 36 dentes. Tanto as engrenagens com passo de 6 quanto as engrenagens com passo de 9 possuem ângulo de pressão de 25' . Desprezando a pequena perda por atrito nas engrenagens e nos mancais, dctennine as cargas radiais aplicadas aos mancais A e B do eixo intcrmedillrio. Esquematize.o diagrama de corpo livre do eixo intcnnediário em equilíbrio.
(a) Detennine P, p e P, . (b) Faça um desenho em verdadeira grandeza mostrando parcialmente
15.22
363
r,..m "
Seção 15.4 15.23
A Figura Pl5.23 mostra um redutor de engrenagens de dois estágios. Pares idênticos de engrenagens são utilizados. (Esta condição faz com que os eixos " de entrada e c de saída sejam colincares, o que facilita a fabricação da caixa de engrenagens.) O eixo b, chamado eixo intennediário, gira livremente apoiado nos mancais A c B, e fica sujeito apenas à ação das forças impostas pelos dentes das engrenagens.
c
Acoplado a um motor que
fornece um torque de 20 lb·m
FtCUllA Pl5.25 Motor de I kW a 1200 rpm acoplado
15.26
Resolva o Problema 15.25 considerando que o pinhão acionado pelo motor tenha 20 dentes.
15.27
Um pinhão de 18 dentes, com passo diametral de 6, gira a 1800 rpm e aciona uma coroa de 36 dentes a 900 rpm em um redutor de velocidade por engrenagens. O pinhilo e a coroa, com dentes cvolventais de profundidade plena c ãngulo de pressão de 20•, são fixados através de chavetas aos ei xos que, por sua vez, são simplesmente apoiados nos mancais. Os mancais de cada eixo distam 2,0 in do centro das engrenagens. Se as engrenagens transmitem uma potência de 0,5 bp, quais são as forças atuantes no pinhão, na coroa c nos eixos•!
15.28
A Figura Pl5.28 mostra uma máquina sendo acionada por engrenagens através de um motor. A utilização de uma engrenagem intennediária faz com que os eixos de entrada c de saída girem no mesmo sentido c aumenta o espaçamento entre eles. Para engrenagens idênticas com ângulo de pressão de 25', qual é o carregamento relativo nos seis mancais mostrados'/
a este ei.xo
mm
FIGURA Pl5.23
364 P,um: 2 •
Al'uCAÇOES
15.31
Um par de cnpenugcns acopladas possui dentes de profundidade pie· llngulo de prc.'iSi!o de '1lF e passo diamc:ual de 8. Tanto o pi· nbão quanto a coroa sllo fabricados de aço tratado tennicamente a 350 Bhn, e ambos possuem uma largura de Cace de 1.0 in. Os dentes são eorwlos pela operação de uma fresadora de engrenagens de alta quali· dade. O pinhão possui 20 dentes e gira a 1100 rpm. Ele é montado na cr.trcmidadc do eixo de salda de um motor clélrico e aciona uma coroa de 40 dentes, que é posicionada cntrc os mancais do eixo precisamente montado de um soprador. A vida estimada para o projeto corresponde a 5 anos de 6() horas/semana e 50 semanas/ano de operação. Utilitan· do wna confiabilidadc de 99% c um rator de segurança de 1.5. estime a pot~ncia, em hp, que pode ser transmiúda baseando-se apenas nn fadiga por nexno.
na oom
[Rcsp.: Aproximadamente 11,7 bp] 15.32
Para que valor a dureza da coroado Problema 15.31 poderia ser redu· z.ida sem tomar seus denteS mais fracos do que os do pinbao em rela· ção à fadiga por Oexi!o? [Resp.: 274 Bhn[
F tCL"R\ Pl5.28
15.29
15.33
Um redutor constitufdo por engrenagens de dentes retos possui um pinhão de 18 dentes aeionado por um motor elétrico que gira a ISOO rpm e uma corroa de 36 demos que move uma carga sujeita a um "im· pacto moderado". Deseja-se uma 'ida de lO' revoluções para o pi· nhão, c a carga transmitida, F,, é de 100 lb (este valor inclui um fator de scguranÇB de 2). As condições siio tais que K. '"' I,8 c k, " I. Propõe-se que sejam utiliwdas engrenagens padroniwdas com dentes de profundidade plena e ~ngulo de pressão de 20', com os dentes do pi· nhão e da coroa sendo cortados por um processo de corte de baixo custo e qualidade média a parúrde um aço com 235 Bhn paro Ctcoroa c 260 Bhn para o pinh~o. O passo diametral deve ser de IOc a largura da Cace de 1.0 in. Esúme a confiabilidade em relação à ralha de fadi· ga por Oexi!o.
15.34
A unidade de acionamcnto awúliar de um grande motor de avilo en· volve um par de engrenagens de dentes retos idênúeas. com dentes de profundidade plena e lngulo de pressão de 2fJ'. As engrenagens possu· em 60 dente> e giram a 5000 rpm. O passo diametral é de 12 e a largura da Cace é de 1,0 in. As engrenagens são fabricadas de uma liga de aço, os corpos das engrenagens são temperados a 62Rc (680 Bhn). Embora o corpo se estenda além do filete, decidiu-se, de modo conservador, uti· üzar uma dureza de 500 Bhn para o núcleo no cálculo da resistência ii fadiga por ncxao. Os perfis dos dentes são polidos com urna ope.raçno dcrctmca rina, propiciando um grau de precisão que justifica o uso da curva A da Figura 15.24 e a hipótese de que os dentes companilharn a carga. O c.,lt'l'egamento envolve apcoas um impacto muito suave, justi· ficando o uso dcurn fator K. = I ,1. Estime a potência, cm bp, que pode ser transmitida com 99% de confiabilidade com base na fadiga por Oe· xi!o do dente.
15.35
Modifique a unidade de acionamento awtiliar do Problema 15.34 de modo a passar a uúli.tar três engrenagens de denteS retos. com dentes de profundidade plena e ângulo de pressilo de 2(]>, onde uma das en· grcnagens seja intennr:diária. Todas as demais condições sllo mantidas. Responda l mesma questão.
A Figura Pl5.29 mos1ra um motor ci~Lrico acionando uma máquina por meio de três engrenagens de dentes rctos com 16. 32 c 24 dentes. As engrenagens possuem P = 8 c
carga radial suportada por cada mancai. (b) Determine as cargas nos mancais para o sentido oposto ao de rota-
ção do motor. (c) Explique, sueinramenre, porque as respostas aos itcnsaebsllodistintas. [Resp. parcial: (a) 2891b e 96lb sobre A e B. n:speetivamente]
MolOI I
1700 rpm Torque da IOOib·ln
Seções 15.9 e 15.10 15.36
O pinhão de 20 dentes do Problema 15.20 gira a 210 rprn. Determine, gralicamcnte, a velocidade de de!Jizamento entre os dentes (a) no in!· cio do contuto. (b) no ponto primitivo e (c) no t~nnino do contatO. De· senhe os vetores em uma escala que permita uma medida suficiente· mente precisa.
15.37
Para as engre.nagens do Problema 15.31, estime a potência, cm hp, que pode ser transmitida com base nn dwabilidadc da superficic.
FICL'RA PJ5.29
Seçõe8 15.5-15.8 15.30
Suponha que as engrenagens mostradas na Figura Pl5.28 sejam ide-nucas, cada wna com diãme1r0de 8 in, 80 dentes e ângulo de pressão de 25•. Admita que seu acabamento e sua preeislo com:spoodam ao melhor que possa ser obtido comercialmente através de uma fresa cortadora. (a) Qual das engrenagens é mais vulnerável a urna ralha de fadiga por Oexão do dente? Por quê? (b) Se o motor gira a 1000 rpm. dctennine os valores apropriados de V, P. p, K.,. c J.
[Resp.: Aproximadamente 3,2 bp[ 15.38
Repita o Problema 15.31, desta ve-L estimando a potência. em hp. que pode ser transmitida com base na dwabilidadc supetficial c na fadiga por Oexào, considerando que o pinhão foi tratado tennicamente a 400 Bbn.
15.39
Para que valor pode a dureza da engrenagem do Problema 15.31 ser
redoz.ida sem que os dentes da coroa fiquc:m mais fracos do que os dentes do pinhão, baseo.ndo-se na fadiga superficial? 15.40
Estime a confiabilidade das engrenagens do Problema I5.33 em rela· ção ii durabilidade da superfície.
Capítulo 15 • Engrenagens de Dentes Retos 15.41
Estime a potência, em hp, que pode ser transmitida pelas engrenagens do Problema 15.34 para 109 ciclos com confiabilidade de 90% baseando-se na fadiga superficial.
15.42
Para o redutor de engrenagens de dois estágios da Figunt P15.23, utilize dois pares de engrenagens idênticos. Compare as resistências relativas das engrenagens para operação nas posições de aha e baixa velocidade admitindo uma vida de I 01 ciclos para a engrenagem de alta velocidade. Considere tanto a fadiga por flexão quanto a durabilidade superficial.
365
Marcha lenta I L)
Seção 15.11
Marcha neutra (Nl
15.43P Um rodutorde engrenagens de dois estágios utilizando conjuntos idênticos de pinhões e coroas para os estágios de alta e baixa velocidades (similar à FiguraPI5.23) deve ser utilizado entre um motor de 10 hp a 2700 rpm e uma carga a 300 rpm. A distância entre centros deve ser de 8 in. O motor envolve um "impacto leve'' e a máquina conduzida um "impacto moderado". Os eixos e seus acessórios correspondem aos da boa prática de uma indústria comum, porém não à da prática industrial de "alta precisão''. Projete as engrenagens para uma vida de 10' ciclos com 99% de confiabilidade e um fator de segurança de 1,2. Dctennine uma combinação apropriada de passo diametral, largura de face, nível de precisão de fabricação e material.
Móllcha alta
(H)
15.44P Projete um par de engrenagens padronizadas de dentes rctos para transmitir 60 hp de um motor a 5200 rpm a uma máquina a 1300 rpm. Deve ser utilizado um fator de segurança de 1,2 combinado com uma confiabilidade de 99% e uma vida de I0' revoluções para o pinhão a plena carga (com os ciclos remanescentes de carga mais baixa sendo desprezados). É importante a minimização das dimensões e do peso. Utilize engrenagens de liga de aço de corpo temperado a 660 Bhn (para o pinhão) e 600 Bhn (para a coroa), e utilize.a Tabela 15.5 para estimar a resistência à fadiga superficial. Especifique uma combinação apropriada para o passo diametral, número de dentes, distãocia entre centros, largura da face e nível de precisão de fabricação.
Seção 15.18 15.45
15.46
15.47
O trem de planetárias simples mostrado nas Figuras 15.30 até 15.32 é utilizado na unidade de marcha alta de um automóvel. Quando esta marcha não está engrenada os elementos do trem giram como se fossem uma única unidade rígida, propiciando uma relação de transmissão de I: I. Com a marcha alta engrenada, a solar se toma fixa, o braço passa a ser a entrada e a coroa circular passa a ser a saída (isto é, os elementos de entrada e saída são o inver.w dos mostrados nas Figuras 15.31 e 15.32). Um projeto específico da marcha alta estabelece um aumento de 1,43 na velocidade (c uma conseqüente redução no 'Iorque) e.utiliza planetárias com 20 dentes. (a) Quantos dentes são necessários às demais engrenagens'/ (b) Poderiam ser utilizadas quatro planetárias igualmente espaçadas? (c) Poderiam ser utilizadas !rês planetárias iguahnente espaçadas? Um engenheiro, não familiarizado com o funcionamernto das engrenagens planetárias, está tendo grande dificuldade em determinar uma combinação dos números de dentes que serão capazes de fornecer a uma unidade similar às mostradas nas Figuras 15.31e 15.32 uma relação de transmissão de 2,0. Explique brevemente por que teoricamente isso é impossível. A Figura Pl5.47 representa, esquematicamente, um cubo convencional de bicicleta de !rês velocidades. A roda dentada I é acionada pela corrente. O elemento 2 gira sempre com a roda dentada e desliza axialmente para uma das três posições (lenta, neutra e alta) quando o controle de mudança de marcha é aluado. A engrenagem solar 6 é permanentemente fua e serve como elemento de reação. As lingüetas de ajuste 3 (fixada à coroa circular 5) e 9 (fuada ao braço 8) representam, cada uma, um conjunto de elementos arranjados circunfercncialmentc que funcionam como mostrado na Figura 15.30b. Pequenas molas de torção mantêm as pontas das lingüetas contra os entalhes na superfície interna do cubo 4 (o elemento ao qual as rodas raiadas estão fixadas). As lingüetas permitem que o cubo 4 gire mais rápido (mo sentido horário ou para a frente) do que o elemento ao qual elas es.Lão fixadas, porém nunca mais lento; assim, elas operam como uma embreagem de 11m único sentido. As pontas das lingüetas 9 sempre se ajustam à superfície interna do cubo, porém na marcha lenta o elemento deslizante 2 desengata a lingüeta 3 empurrando-as, conforme mostrado na Figura 15.30b. A operação nas três marchas é descrita a seguir.
(b)
FlGUR.I Pl5.47
Mt.rcha lenta. O elemento 2 está na posição L, onde ele ( I) desengata as lingüetas 3 e (2) aciona a coroa circular 5. Oelemento de saída é o braço, que aciona o cubo através da lingüeta 9. Marclw neutra. O elemento 2 está na posição N, onde ele continua a acionar a coroa circular, porém libera as lingüctas 3, as quais acionam o cubo na velocidade da roda dentada. (As lingüetas 9 permanecem engatadas, porém "sobregiram", causando um ruído quando as lingüetas passam sobre os entalhes do cubo). Marclw alta. O elemento 2 se move para fora do engate com a co-
roa circular c engata com os pinos projetados das planetárias, que são pane do braço 8. As lingüetas 3 acionam o cubo com a velocidade da coroa circular, e as lingüctas 9 ficam com um "sobrcgiro". Compreendida esta descrição, responda: (a) Considerando que a solar c cada uma das quatro planetárias possui wn diâmetro primitivo de 5/8 in e 25 dentes, quantos dentes deve possuir a coroa circular c qual é o passo diametral das engrenagens'/ (b) Qual é a relação entre a rotação da roda da bicicleta e a rotação da roda dentada para cada uma das !rês marchas'! Determine essas relações utilizando pelo menos dois dos três métodos fornecidos no lCXlO.
(c) Explique, sucintamente, o que acontece quando a bicicleta se move Uvremente por gravidade cm qualquer marcha. 15.48
Um trem de planetárias similar ao mostrado na Figura 15.32 possui uma banda de freio que mantém a coroa circular fixa. A solar é acionada no sentido horário a 800 rpm com umtorque de 16 N·m. O braço aciona uma máquina. As engrenagens possuem um módulo m de 2,0 (mm/ dente) e um ãngulo de pressão
366
PAliTE 2
•
ArUCAÇÕES
Pl 001 dentes)
(a) Qual é o valor do passo circular p? (b) Esquematize cada elemento do trem como um corpo livre em equillbrio (despreze as cargas devidas à gr.tvidadc). (c) Qual é o valor do torque de saída? (d) Qual é o valor da rotação do braço em rpm? Ele gira no sentido horário ou aoti-horário'/ (e) Qual é o valor da velocidade na circunferência primitiva a ser utilizada na detenninação do fator de velocidade para cada uma das engrenagens? (Sugestão: A velocidade deve scrdetcnninada cm relação ao elemento em questão. Por exemplo, a velocidade da circunferência primitiva correspondente ao pinhão e à coroa de uma caixa de redução simples do motor de um aviilo, quando o avião está realizando uma manobra de rolagem, é a velocidade cm relação à sua estrutura, e não cm relação ao solo.) (f) Quais são as cargas radiais nominais impostas aos mancais de apoio de cada uma das engrenagens? (g) Qual é o torque a ser aplicado pelo freio para manter a coroa circular fixa? 15.49
A Figura P 15.49 mostra um trem de planetárias com planetárias du-
plas, duas solares e nenhuma coroa circular. As planetárias PI eP2 são fabricadas a partir de um único pedaço de metal e possuem 40 e 32 dentes, respectivamente. A solar SI é o elemento de entrada e possui 30 dentes. A soar S2 é fixa. Todas as engrenagens possuem o mesmo passo. Qual é o movimento do braço para cada revolução no sentido horário de SI?
FlGlliA
15.53
Pl5.52
A Figura PI 5.53 é uma representação esquemática da transmissão utilizada no veículo Ford Modelo T. Em comum com as modernas ltll!lsmissücs automáticas. engrenagens planetárias foram utilizadas. O contrOla é realizado através de dois pedais. O pedal de mnrcha lenta é aplicado à banda de freio para manter a solar S3 fixa. O pedal de r6 6 aplicado à bandn de freio que mantém a solar S2 fixa. A liberação de ambos os pedais aciona dirctamcnte uma embreagem pllra a marcha alta. (A depressão parcial do pedal de marcha lenta propicia uma açAo neutra. A atuaçAo do freio manual também depressiona o pedal de marcha lenta para a posição neutra - uma característica apreciada na partida do motor pela manivela manual!) Determine a relação de ttansmis•ão para as marchas lenta e de ré. (Observe a relação substaneialmcnte maior da relação da marcha de ré. Isso significa que para uma ladeira muito íngreme para a matclta lenta, o veículo sempre pode ser reposicionado e subir a ladeira de~!) [Resp.:
+2,75, -4.00] P3 133 dentes)
PI 127 dentes)
FIGURA P 15.49
15.50
Resolva o Problema 15.49 considerando que PI, P2 c SI possuem 30, 24 c 28 dentes, respectivamente.
15.5 I
Resolva o Problema 15.49 considerando que PI, P2 c SI possuem 36, 30 e 32 dentes, respectivamente.
15.52
A Figura P15.52representa um trem de engrenagens muito criativo para a obtenção de uma grande taxa de redução em um pequeno espaço fisico. Ele é similar ao mostrado na Figura Pl5.49, a diferença está no fato de o braço ser o elemento motriz e os diâmetros das duas solares e os diAmetros das duas planetárias (que silo fabricados a partir de um mesmo pedaço de material) serem muito próximos. Inicialmente, observe que se esses pares de engrenagens tivessem cxatamente o mesmo dillmetro a velocidade de saída seria nula. Se os passos de SI e PJ forem ligeiramente superiores aos passos de S2 e P2, as distâncias entre centros serilo as mesmas para os números de dentes mostrados. Determine o módulo e o sinal da relação de transmissão do trem de engrenagens. (Resp.:
+ 0,01971
FtGl'RA
Pl5.53
CAPÍTULO
16
Engrenagens Helicoidais, Cônicas e Sem-Fim
..........
~-------------------------------------------
16.1
Irrtro~
O tratamento aqui apresentado sobre os principais tipos de engrenagens que não são de dentes retos será relativamente breve. Os princípios básicos e as diversas equações do capítulo anterior são também aplicáveis a esses tipos de engrenagens. Uma engrenagem helicoidal (Figura 16.1a) pode ser idealizada como uma engrenagem comum de dentes retos usinada a partir de um conjunto de lâminas finas, cada uma das quais é ligeiramente girada em relação a suas vizinhas (Figura 16.1b). Quando a potência é transmitida por um par de engrenagens helicoidais, ambos os eixos ficam sujeitos a uma carga axial. Este efeito pode ser eliminado pelo uso de engrenagens helicoidais duplas (também conhecidas por espinha de peixe (Figura 16.1c)), porém esta configuração aumenta significativamente os custos de fabricação e montagem. Quando as engrenagens helicoidais (ou espinha de peixe) giram, o contato de cada dente ocorre primeiro em um de seus lados e aumenta gradativamente ao longo do dente com o prosseguimento da rotação. Assim, os dentes se engrenam progressivamente, o que torna a operação mais suave e silenciosa do que a operação das engrenagens de dentes retos. O engrenamento gradual também resulta em um fator dinãmico, K ,. mais baixo e, geralmente, permite rotações mais altas. As engrenagens helicoidais são geralmente aplicadas nas transmissões dos veículos de passeio, para os quais um movimento silencioso é uma prioridade. Embora as engrenagens helicoidais usualmente operem com eixos paralelos, elas podem ser fabricadas para transmitir movimento entre eixos não-paralelos, que não se interceptam (Figura 16.1d). Nesse caso elas são chamadas de engrenagens helicoidais cruzadas (denominadas no passado engrenagens "espirais"). Como as engrenagens helicoidais cruzadas teoricamente possuem ponto de contato, elas apenas podem suportar cargas leves. Uma aplicação comum dessas engrenagens é no acionamento do distribuidor e da bomba de óleo do eixo de carnes nos motores dos automóveis.
As engrenagens ct5nicas (Figura 16.2) possuem, normalmente, dentes semelhantes aos das engrenagens comuns de dentes retos; a diferença é que as superfícies dos dentes são fabricadas sobre elementos cônicos. Os dentes podem serretos (Figuras 16.2a e 16.2b) ou espirais (Figura 16.2c). Os dentes espirais se engrenam gradualmente (partindo de um dos lados, como nas engrenagens helicoidais comuns), uma característica que permite um funcionamento mais suave e silencioso. Com exceção das engrenagens hipoidais (Figura 16.2e), as engrenagens cônicas são montadas sobre eixos que se interceptam. Os eixos são em geral, porém não necessariamente, perpendiculares. A Figura 16.2d mostra o caso extremo de eixos não-perpendiculares. Os eixos que não se interceptam, uma característica das engrenagens hipoidais, são desejáveis nas aplicações dos eixos frontais dos automóveis, uma vez que permitem ao eixo motriz ser montado mais baixo, resultando em um piso, um teto e um centro de gravidade mais baixos. Um sem-fim e o conjunto sem-fim e coroa (Figura 16.3) se caracterizam, essencialmente, por um parafuso engrenado a uma engrenagem helicoidal especial. Como um parafuso, o sem-fim possui uma ou mais roscas (conforme ilustrado na Figura 10.1). Como será discutido na Seção 16.11, a análise das forças atuantes em um sem-fim é basicamente a mesma referente a um parafuso (Figura 10.6). São duas as características de uma transmissão por sem-fun: altas relações de velocidades (até cerca de 300, ou mais) e altas velocidades de deslizamento. As altas velocidades de deslizamento significam que a geração de calor e a eficiência na transmissão de potência são mais críticas do que nos outros tipos de engrenagens. Consulte a referência (3] para outras variações desses tipos básicos de engrenagens . O endereço da Internet ht tp: / 1\vww. mach inedesign. com apresenta informações gerais sobre engrenagens de acionamento, formas de dentes de engrenagens e caixas de engrenagens. O site ht tp: I 1 www. powertransrnission.corn fornece endereços de fornecedores de engrenagens e acionamentos por engrenagens.
368
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
(,) Montagem em eixos paralelos (o tipo ma•s comum). A.s enwenagens possuem hélices em senhdos opostos
(b) A laminação da engrenagem de dentes retos
com movimento de giro aproxima-se de uma engrenagem hel•coldal quando a lamlnaçao tende a uma espessura nula
(d) Quando mont11das sobre e®S
nJo.paralelos, el~ slo engrelll!&ens hehco1d1.s cruzMills. a usualmente
possuem o mesmo sentido (d A engrenagem helicoidal dupla ou espmha de peiXe pode, ou
não, possu11 um espaço central, dependendo do pnx:ecltmento de fabtocaçto
FIG1111A 16.1 Tipos de engrenagens beliooidais. (a, d, Cortesia da Boston Gear. c, Cortesia da Horsburgh & Scott)
Capítulo 16 • Engrenagens Helicoidais, Cónicas e Sem-Fim
(a) Engrenagens cOnicas de dentes retos
(b) Engrenagens cOn1cas de dentes retos Caso especial de engrenagens cOmcas (relação 1: 1)
(r) Engrenagens cOnicas espirais
~\(lllf~
-......
~ 7,~)}\~'V:q
(J)
Engrenagens cOnicas montadas sobre eixos não-perpendiCulares
<•> Engrenagens hipóides FIGUM 16.2 Tipos de engrenagens clinlcas. (a, c, d, e, Cort~ia da Gleason Machine Dh>lsion. b, Cortesia da Horsburgb & Scott)
369
370
PAliTE 2 • Arur.AçOF.s
res de 1/1 não são padronizados, porém em geral estão na faixa entre 15° e 30°. Valores mais baixos fornecem menores cargas axiais, porém valores maiores tendem a gerar operações mais suaves. As engrenagens helicoidais são de hélice à direita ou à esquerda, com definição idêntica à utilizada para as roscas dos parafusos (veja a Figura 10.1). Na Figura 16.1a o pinhão é direito e a coroa é esquerda. Observe que as engrenagens helicoidais engrenadas (em eixos paralelos) devem possuir o mesmo dngulo de hélice, porém em lados opostos. A Figura 16.4 mostra que o passo circular (p) e o ângulo de pressão ( t/>) são medidos no plano de rotação, como nas engrenagens de dentes retos. Novas grandezas para o passo circular e para o ângulo de pressão, medidas cm um plano normal aos dentes, são mostradas na figura como p, e >,. Por simples geometria, tem-se
P11 = P cos 1/1
(a) Assentamento S>mptes
(16.1)
No próximo item será mostrado que lg
cPn =
tg c/J co~ "'
(16.2)
Dependendo do método utilizado para o corte dos dentes, os valores de 4> ou 4>, podem ser padronizados. Os valores padronizados para o adendo e o dedendo são 1/P. e 1,25/P,, respectivamente (em polegadas), porém engrenagens especiais com adendo e dedendo não-padronizados são comuns. Uma vez que o produto do passo circular pelo passo diametral é 7T tanto para o plano normal quanto para o plano rotacional, tem-se
P. = Picos 1/1 (11) Assentamento duplo
(16.3)
O diâmetro primitivo de uma engrenagem helicoidal é
FIGURA 16.3 Sem-run e conjunto engrenagem e sem-run. (a, Cortesia da Horsburgh & Scott. b, Cortesia da Ex-CeU-0 Corporation, Cone Drive Operations.)
16.2 Geometria e Nomenclaturu dmJ
d = NIP = NI(P11 cos lj1)
Note que o passo axial p. é definido na Figura 16.4 como a distância entre os pontos correspondentes de dentes adjacentes medida na superfície primitiva na direção axial. Assim,
Errgrenageru HelkoidoÚJ As engrenagens de dentes rctos, tratadas no capítulo precedente, são simplesmente engrenagens helicoidais com um ângulo de hélice nulo. A Figura 16.4 mostra uma parte de uma.cremalheira helicoidal (com ângulo de hélice não-nulo). O ângulo de hélice, 1/J, é sempre medido na superfície cilíndrica primitiva. Os valo-
(16.4)
P11 = pltg lj1
(16.5)
Para se obter a operação de dentes adjacentes, b 2: p,. Na prática, é usualmente considerado desejável b 2: 1,15p., c, em muitos casos, b 2: 2p•. Desprezando-se o atrito por deslizamento, a carga resultante entre os dentes engrenados é sempre perpendicular à superfície
SeçaoNN
7cxt ~)).~
SeçJoRR (no pleno de rotaçlo)
FICUI\;\ 16.4 Parte de uma cremalbeira belicoidal.
Capítulo 16 • Engrenageru Helicoidais, Cônictu e Sem-Fim
371
de uma engrenagem de dentes rctos com um raio primitivo igual ao raio R, da elipse. Pela geometria, tem-se
R,
= {d/2) cos2 •/1
(a)
O número equivalente de dentes (também chamado de número formativo ou virtual de dentes), N., é definido como o número de dentes em uma engrenagem de raio R,: ( b)
Pela Eq. 16.1, tem-se fln
= p co~ 1/1
-
7Td(co~
f/1)/N.
ou 7Tdlpn - Nico~ 1/1 (c)
A substituição desse resultado na Eq. b fornece SeçjoNV
,,
__
(plano no
S.Çio RR (plano de role~Çio) FIC.~RA
16.5 Cilindro primith·o de uma engrenagem helicoidal e um dente.
do dente. Assim, com as engrenagens helicoidais a carga está no plano normal. Logo, as tensões de flexão são calculadas no plano normal, e a resistência do dente como viga engastada depende de seu perfil no plano normal. Sendo este diferente do perfil no plano de rotação, um fator de forma de Lewis apropriado (Y) e um fato r geométrico (J) devem ser baseados no perfil do dente no plano normal. A Figura 16.5 mostra o cilindro primitivo c o dente de uma engrenagem helicoidal. A interseção do plano normal com o cilindro primitivo gera uma elipse. A forma do de!ilte no plano normal é aproximadamente (não exatamentc) a mesma do dente
(16.6)
Ao se calcular a resistência à flexão dos dentes helicoidais, os valores do fator de forma de Lewis Y são os mesmos das engrenagens de dentes retos, tendo o mesmo número de dentes que o número de dentes na engrenagem helicoidal e um ângulo de pressão igual a !/>•. Isto é considerado na determinação dos valores apropriados do fator geométrico J para engrenagens helicoidais, os quais são representados graficamente na Figura 16.8 e discutidos na Seção 16.4.
16.3 Análise da Fo~ Atrumtu JUJ8 Engrenagens Helicoi.daüJ A Figura 16.6 ilustra as componentes das forças atuantes nas engrenagens de dentes retos e as a tu antes nas engrenagens helicoidais. Para as engrenagens de dentes retas, a força F total
r..,.._m de dentes mos
(~ httiCO•dal com
•: ()')
V1sta rt0mt1riiCI tnostrlf'do
•forç. . .....,,..... ~OftiP" Ml
'
*
F!CI:RA 16.6 Componentes da rorça atuantes nas engrenagens de dente reto e helicoidal.
372
PAim'.
2 • ÁI'U('.Aç0F.~
atuante no dente consiste nas componentes F, c F,. Para as engrenagens helicoidais, a componente F. é adicionada c a seção NN é necessária para mostrar uma vista em verdadeira grandeza da força total F atuante no dente. O vetor resultante da sorna F, + F . é designado por Fb, sendo esta a força devida à flexão atuante no dente helicoidal (da mesma forma que F, é a força de flexão atuante no dente da engrenagem de dentes retos). A componente da força associada à transmissão de potência é, oertamcnte, F,, onde 1-1
-
33.(XX)WIV
A Ser Delenni.n ado: Determine as dimensões cf>, P, d,, d, e N, das engrenagens; a velocidade V na circunfer!ncia primitiva; as forças F, F, e F. aruantes no dente; e a largur.~ de face b para b = l,Sp•. Esquemtu e Dado• Fornecido~:
(16.7)
Nesta equação f~ é expressa em libras,Wem hp e V é a velocidade na circunferência primitiva em pés por minuto. No sistema internacional de unidades,
18 (cJentesJ • 14 }
F, - li'IV
• 20'
(16.7a)
onde F, é expressa em newtons, Wem watts e V em metros por segundo. A partir de relações geométricas básicas, as outras forças mostradas na Figura 16.6 podem ser expressas em função de F,.
CplallO 110111\11)
(u)
(16.8) (16.9)
(16.10) (16.11)
Para se deduzir a Eq. 16.2 (fornecida na seção anterior), note, pela Figura 16.6, que (d)
(/>)
VtSta ISOIT1tlnca do eoxo do motOI e do ponhlo
A combinação das Eqs. d e 16.1Ofornece
FICCR.4 16.7 Desenho esquem,tico do Problema Resolvido 16.1.
P, .. 1-, li! 1/>.,/co~ 1/1
(e)
Combinando-se agora as Eqs. e e 16.8, tem-se
Hípóteseo: 1. Os perfis dos dentes são evolventais padronizados.
(16.2)
PROBL~L\ Rr!SOLVIOO
En
n
16.1 Engrenamento de en8 HeUcoldai8
A Figura 16.7a mostm um motor que aciona uma máquJna atmvés de um redutor de velocidade com engrenagens helicoidais. Considenmdo as informações fornecidas no desenho, determine as dimensões c/>, P, d, , d, e N, das engrenagens: a velocidade V na circunferência primitiva; as forças F, F, e F. atuantes no dente; e a largura da face b da engrenagem, de modo que b = l,Sp•.
Sou;çAo Conhecido: ~ dado um par de engrenagens helicoidais com os valores específicos de alguns parlimeu'os geométricos. A rotação em rpm do pinhão e a potência trdnsmitida em bp são especificadas.
2. As engrenagens se engrenam ao longo de suas circunferências primitivas. 3. Todas as cargas atuantes no dente são transmitidas no ponto primitivo e no phmo médio das e ngrenagens. 4. As perdas por atrito podem ser desprezadas.
Análise: 1. Pela Eq. 16.2: cJ> = tg 1(tg
=
tg 1(tg 20°/cos 30°) = 22,8°. Pela Eq. 16.3: P P, cos 1/J 14 cos 30° 12,12 denteslin. d, NJP 18/12,12 1,48 in. N<= N,(n/ncJ = 18(1800 rpm/600 rpm) = 54 dentes; de = N/P = 54112,12 = 4,45 in. V = trd;t/12. = 11(1,49)(1800)112 = 702 fpm. F, = 33.000 WIV = 33.000(0,5)1702 = 23,6lb. F, = F, tg c/> = 23,5 tg 22,8• = 9,9 lb. F. = F, tg 1/1 23,5 tg 30" 13,6lb. Os sentidos das três componentes da força atuante no pinhão são moSirddos na Figura 16.7b. (As forças atuantes na coroa são, obviamente, iguais e opostas.)
=
=
=
=
=
=
=
=
Capítulo 16 • Engrenageru Helicoidais, Cônictu e Sem-Fim
=
=
9. P. p;tg 1/1 -rr!P tg 1/1 10. Pata b = I ,Sp.,
= -rr/12,2 tg 30" =0,45 in.
b = 1.5(0.45)
373
0.70r---.----r--;--...,- - . - --.-----,
= 0,67 in
Comentário~:
-
1. Neste caso, a carga axial atoante no dente é superior a 50% da carga tangencial transmitida. Esta condição ilustra a necessida· de de mancais axiais para suportar as cargas axiai s atuantes nas engrenagens helicoidais (a menos que as cargas axiuis sejam equi· libradas por outros meios). 2. Com uma largum de face suficientemente larga de b > P. e com precisão na fabricação, as engrenagens helicoidais podem produzir uma melhor distribuição da carga do que as engrenagens de dentes retos, uma vez que elas apresentam uma sobreposição axial de dentes adjacentes. Assim, na realidade as cargas atoantes em um dente seriio reduzidas se a distribuição de carga for considerada.
0,30 L-----:-:----:'::---;7.:----;:!;;;---;!;;-~;::----; o.. s· 1o1s· zo2s· JoJS..
Mculo de héloce +
1.05
I
...li ;
- 500 150 - 75
!
o-
u
(16.12)
ondeJ é obtido a partir da Figura 16.8 e K, é normalmente determinado a partir das curvas A ou B da Figura 15.24. A introdução da constante 0,93 com o fator de montagem reflete a sensibilidade ligeiramente mais baixa das engrenagens helicoidais às condições de montagem. As tensões de flexão calculadas pela Eq. 16.12 s.ão comparadas à resistência à fadiga calculada pela Eq. 15.18, repetida aqui, exatamente como no caso das engrenagens de dentes retos.
Ao se modificar a equação da tensão de fadiga superficial das engrenagens de dentes retos (Eq. 15.24) de modo que possa ser também aplicável às engrenagens helicoidais, encontrase uma diferença fundamental entre os dois tipos de engrenagens. Devido à velocidade de deslizamento nula na superfície primitiva, o filme de óleo é comprimido e, muito provavelmente, ocorrerá a corrosão da superfície, assim as engrenagens de dentes retos com razão de contato menor que 2 possuem um comprimento teórico de contato do dente de I,Ob. Com as engrenagens helicoidais, o comprimento de conta to por dente é bicos t/J, e a ação helicoidal faz com que o comprimento total de contato do dente seja de aproximadamente bicos rJ! multiplicado pela razão de contato (RC) durante todo o tempo. A AGMA ' recomenda que 95% desse valor sejam considerados como comprimento de contato ao se calcular a tensão de con-
' Veja a norma AOMA 211.02.
i
1.00
~ 16.4 Flexão do3 Dentes da.8 li 0,95 ;: EngrenageM Helicoi.flaü e Resitltêwrei.a à Fadiga Supe~i.al 0,90 A equação da tensão de flexão para os dentes das engrenagens de dentes retos (Eq. 15.17) pode ser aplicada para os dentes das engrenagens helicoidais se sofrer apenas uma ligeira modificação,
!!
I
.
lO'
15'
2(1'
--
25
t---
30"
-
-
5()
30
20
35'
ArcuiO de ~""" +
=
tato. Assim, quando aplicada às engrenagens helicoidais, a Eq. 15.24 é modificada para
c,,
r; ( 0,95 cos "' ) hd,,l RC K,.K"(0.93Kml
~
s 3
FJCI:RA 16.8 Para engrroagens com 1/>, 20•, adendo padronizado del/P, e dentes rebaixados: (a ) rotor geométrico J para engrenamento com uma coroa de 75 dentes (os valores para a engrtnagem de dentes retos da •'igura 15.23 são mostrados a um ângulo t[l = O' para comparação); (b) ra tores multiplicadores J para uso quando a coroa de engrenam enio possui um número de dentes diferente de 75. (Extraído da AGMA lnformation Sheet 226.01, que tamloém rorne« os ra tores J para "'· = 14,5°, 15° e 20°, para adendos distintos da coroa e do pinhão e para superficles dos dentes polidas e aplai· nadas; veja também AG~1A 908-889.)
o-u -
I
(16.13)
Da mesma forma que para as engrenagens comuns de dentes retos, o limite de resistência à fadiga superficial pode ser calculado pela Eq. 15.25:
16.5 Engren,a,ge-.. Helkoidoi.8 Crwsodall As engrenagens helicoidais cruzadas (mais precisamente chamadas de "engrenagens helicoidais com eixos cruzados") são idênticas às outras engrenagens helicoidais, porém são montadas sobre eixos não-paralelos (Figura 16.ld). A relação entre o ângulo formado pelos eixos l: e os ângulos de hélice das engrenagens 1 e 2 engrenadas é (16.14)
I
374 P.IRTE 2 • Arur.AçOF.s As engrenagens engrenadas usualmente possuem hélices no mesmo sentido; caso contrário, um sinal negativo é utilizado com o menor valor de 1/J. O ângulo mais comum entre os eixos é de 90°, o que é uma conseqüência do fato de as engrenagens acopladas possuírem ângulos de hélices complementares do mesmo sentido. A ação das engrenagens helicoidais cruzadas difere fundamentalmente do comportamento das engrenagens helicoidais de eixos paralelos pelo fato de os dentes engrenados deslizarem um em relação ao outro durante o giro das engrenagens. Essa velocidade de deslizamento aumenta com o aumento do ângulo entre os eixos. Para um determinado ângulo entre os eixos, a velocidade de deslizamento é mínima quando os dois ângulos de hélice são idênticos. As engrenagens helicoidais cruzadas engrenadas devem possuir o mesmo passo P. e o mesmo ângulo de pressão cf>., porém não necessariamente o mesmo p e o mesmo cf>. Além disso, a relação de velocidades não é necessariamente igual à relação entre os diâmetros primitivos; ela deve ser calculada como a relação entre os números de dentes. Devido a seu ponto de contato teórico, as engrenagens helicoidais cruzadas possuem uma capacidade de suportar carga muito baixa - geralmente inferior a uma carga resultante de 400 N atuante no dente. A limitação é a deterioração da superfície, e não a resistência à flexão. As razões de conta to de 2 ou mais são geralmente utilizadas para aumentar a capacidade de carga. Os baixos valores dos ângulos de pressão e os valores relativamente altos da profundidade dos dentes são comumente especificados para aumentar a razão de contato.
(análogos aos cilindros primitivos das engrenagens de dentes retos e helicoidais) são tangentes ao longo de um elemento, com seus ápices na interseção dos eixos. A Figura 16.9 mostra ageometria básica desta configuração e a terminologia correspondente. As dimensões e a forma dos dentes são definidas na extremidade mais larga, onde eles interceptam os cones anteriores. Note que o cone primitivo e o cone anterior são elementos perpendiculares. A Figura 16.9 mostra o perfil dos dentes nos cones anteriores. Esses perfis assemelham-se àqueles das engrenagens de dentes retos possuindo raios primitivos iguais aos raios dos cones anteriores desenvolvidos, r bc (coroa) e r bp (pinhão). Os números de dentes nessas engrenagens de dentes retos imaginárias são
e
N'<
p
(16.15)
onde N' é chamado de mimero virtual de dentes e pé o passo circular tanto das engrenagens de dentes retos imaginárias quanto das engrenagens cônicas. Em função do passo diametral P (tanto das engrenagens de dentes retos imaginárias quanto das engrenagens cônicas), tem-se
(16.15a) A prática de se caracterizar as dimensões e a forma dos dentes das engrenagens cônicas como aquelas de uma engrenagem imaginária de dentes retos obtida pelo desenvolvimento do cone anterior corresponde à que é conhecida como aproximação de
Tredgo/d.
16.6 Geometria e Nom.enclaturu das Engrenagem Cônkos Quando uma transmissão de potência entre eixos que se interceptam é realizada através de engrenagens, os cones primitivos
Os dentes das engrenagens cônicas são tipicamente não-intercambiáveis. A profundidade de trabalho dos dentes (adendo da engrenagem mais o adendo do pinhão) é geralmente de 2/P, a mesma adotada para as engrenagens helicoidais e de dentes retos padronizadas, porém o pinhão cônico é projetado com o adendo mais largo. Isto evita a interferência e tem como resultado um dente de pinhão mais resistente. O adendo da coroa varia de 1/P, para uma relação de engrenagens de 1, até 0,54/P, para relações de 6,8 ou maiores.
·~ '-. Angulo
I
de espira
-+1
FIGURA 16.9 Terminologia das engrenagens cônieas.
F!GllliA 16.10 Medida do ângulo de espira no raio médio.
Capítulo 16 • EngrenagetU Helicoidais, Cônictu e Sem-Fim
375
,, I FtCLliA 16.11 Engnmagem cônica Zerol*. (Cortesia da Cleason Macblne Division.)
A relação de transmissão pode ser determinada a partir do número de dentes, dos diâmetros primitivos ou dos ângulos do cone primitivo: w1,
Relação de transmissão = -
Wc
N,. = -
N1,
= cotg 'Yp
d,.
~ -
d 1,
~
I
~-1 FlcUll.A 16.12 OeoompOSiçiio da força F resultante aplicada ao dente de uma engrenagem cônica.
tg 'Yc
Geralmente é aceita pela prática a imposição de dois limites para a largura de face:
~
c
b s
~
(16.18)
(16.16) l'...oo =
b s
1J scn ')'
tlm6J = d
(L é definido na Figura 16.9) (16.17)
A Figura 16.1Oilustra a medida do ângulo de espira 4ft de uma engrenagem cônica em espiral. As engrenagens cônicas devem, em geral, possuir um ângulo de pressão 4> de 20°, e as cônicas espirais usualmente possuem um ângulo de espira 4ft de 35°. A Figura 16.11 ilustra as engrenagens cônicas Zero/, desenvolvidas pela Gleason Machine Division. Elas possuem dentes curvos como as cônicas espirais, porém têm ângulo de espira nulo.
-------
(16.20a)
onde tL..t. é expresso em pés, V~ em pés por minuto, nem rotações por minuto, F, em libras e Wem hp. Ou, nas unidades do SI,
(16.19b) (16.20b) onde V,."' é expressa em metros por segundo, d,.M em metros, n em rotações por segundo, F, em newtons e W em watts. As relações entre as forças são F =
16.7 A.n/Jlitte das Fo~ A.t:aumte. ruu Engrem&ge118 Cônieos A Figura 16.12 mostra a decomposição da resultante da força F atuante em um dente segundo suas componentes tangencial (a que produz torque), radial (a que gera uma tendência de separação) e axial (a que gera um esforço axial no eixo), designadas por F, F, e F., respectivamente. Observe a necessidade de uma vista auxiliar para mostrar a verdadeira dimensão do vetor representativo da força F resultante (que é normal ao perfil do dente). A força resultante Fé mostrada aplicada ao dente na superfície do cone primitivo e no ponto médio da largura b do dente. Esta condição está de acordo com a hipótese usual de que a carga é uniformemente distribuída ao longo da largura do dente, independentemente do fato de que o dente é mais largo em sua extremidade externa. As seguintes relações, exceto aquelas que envolvem a potência, são deduzidas diretamente da geometria mostrada na Figura 16.12:
(16.19&)
7TdmétJil
F,fco~
4>
(16.21) (f)
1·0
1-',
~en
F,
F8
CO\ 1'
4> seny
(16.22)
= F, 1!! > cos 'Y
(16.23)
'Y .. F1 tg
Para urna engrenagem cônicaemespiral, as componentes axial e radial da força são funções do ângulo de espira ljr. F. f~ .. --'-ttg .t>ft o,en 'Y ::: sen IÚ co' ')') (16.24) CO\ \(1
Fr
F, co~
1/1
Clg ./>, cos 'Y
±
sen 4ft seu')')
(16.25)
376
P.um: 2 • AruCAçOES
Onde, no súnbolo ±ou +,utilizado nas equações precedentes, o sinal superior aplica-se ao pinhão motriz com hélice à direita girando no sentido horário, quando visto de sua extremidade mais larga, e ao pinhão motriz com hélice à esquerda girando no sentido anti-horário, quando visto de sua extremidade mais larga. O sinal inferior aplica-se ao pinhão motriz com hélice à esquerda girando no sentido horário e ao pinhão motriz com hélice à direita girando no sentido anti-horário. Como no caso das engrenagens helicoidais,
16.8 .F'Iexão do Dente de uma
Engrenagem Côniea e Re.istêndas à Fadiga Superfkinl Os cálculos da flexão do dente de uma engrenagem cônica e das resistências à fadiga superficial são bem mais comp.lexos do que os realizados para as engrenagens de dentes retos e helicoidais. A discussão apresentada nesta seção é bem sucinta. O estudante dedicado e desejoso de aprofundar seus conhecimentos neste assunto deve consu.ltar as publicações específicas da AGMA e outras literaturas especializadas, como por exemplo, a publicada pela Gleason Machine Division. A equação para as tensões de flexão atuantes nas engrenagens côoicas é a mesma utilizada para as engrenagens de dentes retos :
Nllmtto de dentes na e~enaaem Plfl a qual o lat« ~troco é
deseJado
16.13 Fator geométrico J para engrenagens di nicas de dentc:s re· tos.Angulode pressüode20°, ilnguloentreei.xos de900. (Referência: AGMA ln!ormation Sbeet 226.01; veja também ANSI/AGMA 2003·A86.) }1CI!_RA
(15.17) onde 50
F, = é a carga tangencial em libras, da Eq. 16.20
P = é o passo diametral na extremidade larga do dente b = é a largura de face em polegadas (deve estar de acordo comaEq.l6.l7) J = é o fator geométrico da Figura 16.13 (cônicas retas) ou da Figura 6.14 (cônicas espirais? K. = é o fator de velocidade. (Quando melhores informações não estão disponíveis, utilize um valor entre a unidade e a curva C da Figura 15.24, dependendo do grau de precisão da fabricação.) K. = é o fator de sobrecarga, da Tabela 15.1 Km = é o fator de montagem, que depende de como as engrenagens são montadas em relação aos mancais (entre dois mancais ou externas a ambos os mancais) e do grau de rigidez de montagem (veja a Tabela 16.1)
O limite de resistência à fadiga por flexão é calculado pela Eq. 15.18, exatamente como ocorreu para as engrenagens de dentes retos. O fator de segurança relacionando a tensão e a resistência de fadiga por flexão (Eqs. 15.17 e 15.18) também é considerado como o foi para as engrenagens de dentes retos.
' Veja a norma AGMA 226.01 para os valores de J correspondentes a outros ângulos de hélice c ângulos de pressão.
40 30
25 ~o
0.16 ~-..._;_..:.0:':----''---:'':----''---:'':----''---:'~--'-....,-! o 40 100 N-o de dtnl•,.. ....,..,..., pata a qual o fato< pomtuoeo t
_,ado
FICURA 16.14 Fator geométrico J para engrenagens dlnicas espin~ls. Ân· guio de pressüo de 20°, ângulo de espira de 35°, ângulo entre eixos de 90°. (Referência: AGm ln!ormatlon Sheet226.01; veja também ANSIIAGMA 2003-A86.)
As tensões de fadiga superficial nas engrenagens cônicas podem ser calculadas da mesma forma que para as engrenagens de dentes retos, (15.24)
com apenas duas alterações: ( 1) Os valores de c. fornecidos na Tabela 15.4 devem ser multiplicados por 1,23. Esta modificação reflete uma área de contato mais localizada do que a das engrenagens de dentes retos. (2) Os va.lores do fator geométrico I são
Capítulo 16 a Engrenagens Helicoidais, Cónicas e Sem-Fim
377
Tabela 16.1 Fator de Montagem Km para Engrenagens Cônicas Rígidez da Montagem, Máximo até o Questionável
Tipo de Montagem
~
Ambas as engrenagens montadas entre mancais
Uma das engrenagens montada entre mancais e a outra na extremidade do eixo
9
1,1 a 1,4
1,25 a 1,5
Ambas as engrenagens montadas nas extremidades dos eixos
~ v---.... ~20
lliD~;~\
J,Oal,25
30
25
-
15
Dentes na coroa
Numero de dentes no plnhiio Np
obtidos pela Figura 16.15 (dentes retos) e pela Figura 16.16 (dentes espirais). (Veja a norma AGMA 215.01 para o cálculo dos valores de 1 para outras formas de dentes.) A resistência à fadiga de superfície para as engrenagens cônicas é obtida pela Eq. 15.25, exatamente como foi determinada para as engrenagens de dentes retos.
16.9 'lfoeru deEngrenageru Cônkos; Engrenagem Diferenciais Para os trens de engrenagens usuais, com todas as engrenagens girando em relação a eixos que são fixos um relativamente ao outro, os valores da relação de transmissão são rapidamente determinados pela Eq. 16.16. Se uma ou mais das engrenagens cônicas são montadas com seus eixos solidários a um braço girante, o resultado é um trem de engrenagens planetárias muito similar aos trens de engrenagens planetárias de dentes retos dis-
FtCURA 16.15 t'ator geomét:rieo I para engrenagens cônícas de dentes retos. Ângulo de pressão de 20•, ângulo entre eixos de 90°. (Referência: AGMA Jnformation Sbeet 215.91; veja também ANSJ/AGMA 2003-A86.)
cutidos na Seção 15.13. Um trem de engrenagens planetárias cônicas de particular interesse é o trem de engrenagens diferenciais utilizado nos automóveis. Seu objetivo é dividir o torque igualmente entre as rodas motoras da esquerda e da direita, permitindo que essas duas rodas girem com diferentes velocidades quando o veículo realiza uma curva. Para se compreender como funciona um trem de engrenagens diferenciais, considere inicialmente o trem de engrenagens planetárias de dentes retos mostrado na Figura 16.17. Mantendo-se o braço fixo, a relação w/ w5 será negativa e ligeiramente menor do que 1. Idealizando-se as engrenagens planetárias infinitamente pequenas, os diâmetros da solar e da coroa circular seriam idênticos e a relação seria exatamente igual a - 1. A Figura 16.18 mostra que com as engrenagens cônicas os diâmetros da solar e da coroa circular podem ser idênticos; de fato, a solar e a coroa cireular se tornam intercambiáveis. Se o braço (que é o componente de entrada, conduzido pelo motor do veículo) for mantido fixo, os dois eixos girarão com velocidades iguais e em sentidos opostos. Se a "solar'' (assim chamada a engrenagem solidária ao
378
PAliTE 2 • Arur.AçOF.s
0.16
- 0.14
·..,ª
'§ 0.12 ~
~
... 0.10
0,08
Nümero de dentes no p1nMo Np
FIGURA 16.16 f'ator geométrico/ para engrenagens cilnicas espirais. ,\ngulo de pressão de 20•, ângulo de espira de 35°, ângulo entre eixos de 90°. (Referência: AGMA lnformatlon Sheet 215.91; veja também ANSVAGMA 2003·A86.)
P(planeu...> G~-RCeoroa
e•rcular)
Bteço (elemento de entrada)
FlGLllA 16.17 Trem de eogrenageos planetárias com planetárias extrema· mente pequenas. Com o braço ttXo, a relação de transmL~o w,/w, é muito próxima de -I.
FIGURA 16.18 l'rem diferencial (engrenagens planetárias cônicas). Com o braço lixo, a relação de transmissão w/w, é e.xatamente igual a -1.
eixo da esquerda) for mantida fixa, a coroa circular (solidária ao eixo da direita) girará com o dobro da velocidade do braço. Analogamente, mantendo-se o eixo direito fixo o eixo esquerdo girará com o dobro da velocidade do braço. Se o atrito nos mancais das planetárias for desprezível, o trem de engrenagens diferenciais aplicará torques iguais aos eixos da direita e da esquerda durante todo o tempo. Entretanto, a média das velocidades dos eixos é igual à velocidade do braço. Se ao realizar uma curva a roda mais externa girar com uma velocidade igual a 101% da velocidade dobraço, a roda mais interna deverá girar a 99% dessa velocidade. Conforme já discutido, se um dos lados gira com velocidade nula, o outro girará com o dobro da velocidade do braço.
número até seis ou mesmo mais pode ser utilizado. A geometria de um sem-fim é similar àquela do parafuso de potência (lembre-se das Seções 10.2 e 10.3). A rotação do sem-fim simula o avanço linear de uma cremalheira evolvental. A geometria da coroa do sem-fim (algumas vezes chamada de roda sem-fim) é similar àquela de uma engrenagem helicoidal, exceto pelo fato de os dentes serem curvos para permitir o assenlamento do semfun. Algumas vezes o sem-fim é modificado para assentar a coroa, conforme mostrado na Figura 16.3b. Esta condição propicia uma maior área de contato, porém requer montagens extremamente precisas. (Note que o posicionamento axial de um semfim convencional sem o assenlamento não é crítico.) A Figura 16.19 mostra o ângulo usual de 90° entre os eixos que não se interceplam. Neste caso, o ângulo de avanço do semfim À (que corresponde ao ângulo de avanço do parafuso, ilustrado na Figura 10.1) é igual ao ângulo de hélice da coroa t/J(que também é mostrado nas Figuras 16.4 até 16.7). Os ângulos À e t/1 possuem o mesmo "sentido". Da mesma forma que ocorreu para as engrenagens de dentes retos e helicoidais, o diâmetro primitivo de um conjunto sem-fim
16.10Geometria e Nomenclatura. das Engrenageru Sem-Fim A Figura 16.19 ilustra um sem-fim e um conjunto sem-fim e coroa. O sem-fim mostrado possui duas roscas, porém qualquer
Capítulo 16 • Engrenagem flelicoidai$, Cót~ical e Sem-Fim
379
Tllhela 16.2 Ângulo Máximo de Avanço do Sem-Fim c Fator de Forma de Lewis para o Conjunto Sem-Fim c Coroa, para Diversos Angulos de Pressão Ângulo Mhimo de Avanço A (graus)
Fator de Forma de Lewlsy
2S
IS 2S 35
30
45
0,100 0.125 O. ISO 0,175
Ângulo de Pressão >. (graus) Ángllloclo
14 .,,
avanço do
20
sem·fuft, H lng\Jio elo
héloce do""""'· •
Noto. A o • slo
um sem-fim cortado em casca ter um diâmetro primitivo menor do que
mtchdos nas
superflciii:S cnm•bva.
2,4p+ 1, 1(111) F+-1
A largura de face da coroa não deve ser superior à metade do diâmetro externo do sem-fim:
oeloraura ,..,., b FIGURA 16.19 Nomenclatura do corijunto sem-fim e coroa mostrada para um sem-fim de rosca dupla engrenado à coroa.
e coroa está relacionado a seu passo circular e ao número de dentes pela fórmula representada pela Eq. 15.2:
(16.30)
O ângulo de avanço, o avanço e o diâmetro primitivo obedecem à relação apresentada na Eq. 10.1, relativa às roseas de um parafuso:
tg A = U7Td.,. d, = V phr
--N,
(16.26)
As coroas usualmente possuem no mínimo 24 dentes, e o número de dentes da coroa somado às roseas do sem-fun deve ser superior a 40:
N., + N, > 40
(16.27)
Um sem-fim de qualquer diâmetro primitivo pode ser fabricado com qualquer número de roscas e qualquer passo axial. Para a máxima capacidade de transmissão de potência, o diâmetro primitivo do sem-fim deve normalmente ser relacionado à distância entre centros dos eixos pela seguinte equação: l'0.87S
lO
CO.t75
"
(16.1, modificado)
(15.2, modificado)
O diâmetro primitivo de um sem-fim não é uma função de seu número de roseas, N• . 1sto significa que a razão de transmissão de um conjunto sem-ftm e coroa é determinada pela relação entre o número de dentes da coroa e o número de roseas do semfim; ela não é igual à relação entre os diâmetros da coroa e do sem-fim: ttJ,.
(16.29)
(16.28) 1.7
Os sem-fins cortados diretamente sobre o eixo podem, certamente, ter um diâmetro menor do que os sem-fins cortados em uma easca (cilindro vazado), que são produzidos separadamente. Os sem-fins cortados sobre uma easea são vazados para deslizar ao longo do eixo e são travados por rasgos, chavetas ou pinos. As considerações sobre resistência raramente permitem a
Para evitar interferência, os ângulos de pressão são comumente relacionados aos ângulos de avanço do sem-fim, conforme indicado na Tabela 16.2. Os seguintes valores padronizados de p são freqüentemente utilizados (passo axial do sem-fim ou passo circular da coroa): 1/4, 5/16, 318, 1/2, 5/8, 3/4, I, 1 l/4, 1 1/2 e 2 in. Os valores do adendo e da profundidade do dente geralmente estão em conformidade com a prátiea utilizada para as engrenagens helicoidais, porém podem ser fortemente influenciados por considerações do processo de fabricação. A literatura especializada deve ser consultada para este e outros detalhes de projeto. A capacidade de carga e a durabilidade das engrenagens semfim podem ser aumentadas de forma significativa pela modificação do projeto de modo a propiciar, predominantemente, urna "ação de afastamento". (Em relação à Figura 15.8, o ângulo de aproximação deve ser projetado para ser pequeno ou nulo, e o ângulo de afastamento deve ser maior.) Veja a referência [2) para maiores detalhes.
16.11 A.milüJe dfiiJ Fo~ e do E.fidêneia do Pm- Sem-Fim e Coroo A Figura 16.20 ilustra as componentes de força tangencial, axial e radial atuantes em um sem-fim e na correspondente coroa. Para o ângulo de eixo usual de 90°, observe que a força tangencial no sem-fim é igual à força axial na coroa, e vice-versa, F., = F.. e F., = F,.,. As forças de separação do sem-fim e da coroa também são iguais, F., = r~. Se a potência e a velocidade de entrada (quase sempre relacionadas ao sem-fim) ou de saída (normalmente relacionada à coroa) forem conhecidas, a força tangencial atuante nesse componente poderá ser determinada pela Eq. 15.14 ou 15.14a
380
PARTE 2 • AI'UCAC0f:S
Torque de acooo.mento dosem-Iom
F., I
I I
F.,
ao conjunto sem-fim e coroa. Notando-se que o ângulo de rosca a, da rosca de um parafuso corresponde ao ângulo de pressão 4>. do sem-fim (ilustrado na Figura 16.2la), podem-se aplicar as equações da força. da eficiência e do autotravamento da Seção 10.3 diretamente a um conjunto sem-fim e coroa. Visando-se destacar o significado ffsico dessas equações, elas são deduzidas a seguir em relação à geometria do sem-fim e da coroa. A Figura 16.2la mostra em detalhe as forças atuantes nacoroa da Figura 16.20. As componentes da força F. normal ao dente são mostradas em linhas contínuas. As componentes da força de atritofF. são mostradas em linhas tracejadas. Observe que a força de atrito é sempre orientada no sentido oposto ao movimento de deslizamento. Na Figura 16.2la, o sem-fim motriz está girando no sentido horário:
Fa - F.,. - F, co~
Fcr
= Fw,
JF, senA
(g)
= F, cos 4>, ~en À + JF, cos À
(h)
= f,~en111
(i)
-
Combinando-se as Eqs. g e h, tem-se
F!Gl:RA 16.20 Direçlío das rorças atuantes no col\lunto sent·f'im e coroa Uus· trada para um sem.fim de hélice direita acionado no sentido borário.
lo) Acoonamento pelo Mm·fom (como ondoe.do n1
F•a 16.20)
cos !/>, c:os
c:o' tf;, 'cn A I f
À -
(16.31)
C(o' À
AcombinaçãodaEq. i com a Eq. gedaEq. i coma Eq. h fornece
rc Na Figura 16.20 o elemento motriz é um sem-fun com rosca para a direita que gira no sentido horário. A orientação da força mostrada pode ser visualizada rapidamente idealizando-se o semfim como um parafuso de hélice direita sendo apertado de modo a puxar a "porca" (o dente da coroa) no sentido da "cabeça do parafuso". As orientações das forças para outras combinações do sentido da hélice do sem-fim e do sentido de rotação podem ser visualizadas de forma análoga. A análise das componentes de força que definem a potência de um parafuso, apresentada na Seção 10.3, também é aplicável
I sen A
F,.,
F,.,
=
. =r r,.,
(1.
'e" tb. I ..en À
co' 1/>11 co\ À
- F.. ,
scn tb,
co' 4>, o,cn A
i-
I
(16.32) CO) À
A Figura 16.22 mostra a relação entre a velocidade tangencial do sem-fim, a velocidade tangencial da coroa e a velocidade de deslizamento. V, I\',. = tg À
U.l A c - 1 0 pe~ coroe (oo
FlGliU 16.21 Forças atuantes no dente da coroa mostrada na Figura 16.W.
,., -t•do da rCCIÇIO)
(16.33)
Capítulo 16 • Engret~agem flelicoidai1, Côt&ical e Sem-Fim
381
O coeficiente de atrito,/, apresenta uma grande variação, dependendo de variáveis como material da engrenagem, tipo de lubrificante utilizado, temperatura de operação, acabamento superficial, precisão de montagem e velocidade de deslizamento. Os valores reportados na literatura cobrem uma grande faixa A Figura 16.23 fornece alguns valores recomendados para uso pela Associação de Fabricantes de Engrenagens dos Estados Unidos (American Gear Manufacturers Association).
A Figura 16.22 mostra que a velocidade de deslizamento V, está relacionada às velocidades nas circunferências primitivas do sem-fim e da coroa e ao ângulo de avanço do sem-fim por (16.35) FIGL1lA 16.22 Relação vetorial entre a velocidade do sem-11m, a velocidade da coroa e a velocidade de deslizamento.
A eficiência e é igual à relação enlre o trabalho de saída e o trabalho de entrada. Para o caso usual do sem-fim operando como
elemento de entrada,
1' -
t=
,.;._, v.. co., 1/1, co~ À
f-,en
À
C0\011 \CD À
I
À
C()'l
tgÀ
COS tJ>n - I tg À co-, 4>n + f cotg À
(16.34)
Esta equação corresponde à Eq. 10.9 e às curvas da Figura 10.8. É importante lembrar que a eficiência global de um redutor com sem-fim e coroa é um pouco menor devido às perdas por atrito nos mancais e à selagem dos eixos, e também devido à agitação do óleo lubrificante.
0.14
i
I
l
'~
0.10 ..... g
.. ii
.
-8 0.08
I
II ' I'"I ! I~ I
I
I
11
I 2
I
I
li
• 6
I
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, , ~1 1
0.04
o o
I I
11
I
0,02
~onnalmente, os ciJ
I
I Jl
0,12
A Eq. g indica que, com um coeficiente de atrito suficientemente alto, a força tangencial na coroa se toma nula e o conjunto sem-fim e coroa é autotravante. (Veja a Seção I0.3 .3 para uma discussão sobre autotravamento dos parafusos de potência.) Com essa condição, nenhum torque no sem-fim produzirá movimento. O autotravamento ocorrerá sempre que a coroa for o elemento motriz. Em muitos exemplos isso é desejável e será útil para manter a carga protegida de uma eventual inversão de movimento, o mesmo que ocorreu para os parafusos de potência com autotravamento. Em outras situações, o autotravamento é indesejável e pode ser destrutivo, como no conjunto sem-fim coroa do eixo de um carninbão3 , onde o sentido do torque se inverte para propiciar o freio-motor. A Figura 16.2lb ilustra os mesmos sentidos de rotação que a Figura !6.2la, porém com o sentido do torque invertido (isto é, com a coroa sendo a engrenagem motriz). Nesse caso, o contato passa a ocorrer no outro lado do dente da coroa e a carga normal inverte seu sentido. Como a velocidade de deslizamento possui o mesmo sentido independentemente de quem é o elemento motriz, a folÇll de atrito possui a mesma orientação nas Figuras
10
2
I
~
I I I ,. . 1-----t
4 6 100 2 4 6 1000 2 Velot.- de desltzatM!\IO v, (ftlmtnl
I
4 6 10.000
FlctRA 16.23 Coelldente de atrito do par sem-fim e coroa. (Rererência: Norma 6034-A87 A.'ISVACMA.)
382
PARTE
2 a
i\J>UCAÇ01•:S
16.2la e 16.2lb. Na Figura 16.2lb a força tangencial tendendo a acionar o sem-fim é
F,.1 = Fn co~ tPn sen A - fFn cos .\
(j)
O conjunto sem-fim e coroa será autotravante se esta força tender a zero, o que ocorrerá se
6. F., (= F,J = \V(33.000)1V. = (2)(33.000)1(640) = 103 lb. 7. As demais componentes de força silo funções do coeficiente de atrito. Paraestimarfpela Fíguro~l6.23 deve-se, inicialmente, determinar a velocidade de deslizamento. Pela Eq. 16.35, V, = Vj cos À= 640/cos 11,04° = 652 fpm. Pela Figura 16.23./é estimado em aproximadamente 0,026. Entenda que todas as respostas além desse ponto são apenas tão boas quanto o valor estimado def. 8. PelaEq. 16.31,
(16.36)
Se um conjunt.o sem-fim e coroa deve ser projetado para se comportar sempre como autotravante, será necessário considerara variação do coeficiente de atrito ao selecionar o valor de A (e uma menor extensão ao selecionar lP.).
16.2 R edutor de Coroa e Sem-Fim
P ROBIDIA REsOLVIDO
Velocidade d o Ti
Um motor de 2 hp a 1200 rpm aciona uma máquina a 6(} rpm por meio de um redutor do tipo coroa e sem-fim com uma distância entre centros de 5 in. O sem-fim de hélice à direita possui duas roscas, um passo axial de 5/8 in e um ângulo de pressão normal de 14 o sem-fim é fabricado de aço, temperado e polido, e a coroa é de bronze. Determine: (a) todas as componentes de força correspondentes à potência calculada do motor, (b) a potência fornecida à máquina conduzida e (c) se o acionamento é autotravante ou não.
r.
Fa
co~ 14.5° cos 1 1.~ 0
F,.,,
CO'l
14,5° M:ll
0,026 o;cn 11 ,0-1° 11.0-l f 0.026 CC>'> 11.0.1° -
4.48
Portanto, F., (= FwJ = 1031b (4,48) = 461 lb. 9. Pela Eq. I 6.32,
..:n 14,5"_ __ __ F. = F. = 103 lb _ _ _ __.::::..:....:...:.:::_ « "' co~ 14.5° o;cn I 1.04 o + 0.026 co~ I 1,04o
= 122 1h Todas as componentes de força são mostradas na Figura 16.20 com seus correspondentes sentidos. 10. Pela Eq. 16.34,
e
co" 14.5" - 0.026 tg ll.lW = 87 14.5° + 0,026cotg 11,04°
=
'*
~
ou
Sowç,\o F
Conhecido: Um motor de polência e rotação conhecidas aciona um redutor de velocidade do tipo sem-fim e coroa. A geometria do par sem-fim e coroa é especificada. (Veja a Figura 16.24.) A Ser Determina®: Determine: (a) todas as componentes de força atuantes no par sem-fim e coroa, (b) a polência fornecida à máquina e (c) se o acionarnento é autotravante ou não. Esq~UJnuu
e Dado• Fornecidoa: Sem-f m Aço I""!*Ido e polodo N. •2.RH.,•
!•n.•• •l4!•
V..
F
e=--= tg À = 4.48 tg 11,04° F,.1V,. 1-,.1
= 87
(Note que esse valor também pode ser verificado com a Figura
10.8.) ll. De modo a serem consideradas as pequenas perdas por atrito nos mancais, na selagem dos eixos e o agitamento do óleo lubrificante, admite-se um rendimento global de aproximadamente 85%. Com base nesse valor, a polência de salda é igual à polência de entrada multiplicada pelo rendimento, isto é, 2(0,85) = 1,7 hp. 12. A gr.mdeza cos >, tg À = cos 14,5°18 11,40" = 0,19. Como esse valor é maior do quef, a Eq. 16.31 indica que o acionamento não é autotravante; ao contrário, é reversível. Comentário~:
Molor de
Coroe• Bronze FIGGRA 16.24 Redutor do tiposem-nm e coroa do Problema Resolvido 16.2.
Hipóteses: 1. O sem-fun e a coroa silo montados e alinhados sobre eixos mutuamente perpendiculares e se engrenam de forma apropriada. 2. Todas as cargas nos dentes são transmitidas no ponto primitivo e no plano médio das engrenagens. Análise: 1. Para uma taxa de redução de 1200 rpm/60 rpm = 20, juntamente com um sem-fim de rosca dupla, a coroa deve ter 40 dentes. 2. Com P = ~ in, d, = (~~40}11T = 7,96 in. 3. Para c= S'in, d, + dw = lO in. Logo, dw = 2,04 in. 4. Ângulo de avanço:.\= tg 1 U-rrd~ = tg 1 1,25111(2,04) = 11,04•. s. VW= 1Td.nJ12 = 17(2,04)(1200)112 = 640 ft/min.
1. Um fato importante sobre o conjunto sem-fim coroa é que a carga tangencial aos dentes da coroa aparece como carga axial no sem-fim e, portanto, deve-se selecionar um mancai axial para suportar essa carga. 2. O conjunto sem-fun e coroa possui, em gemi, uma eficiência significativamente mais baixa do que os acíonamentos atmvés de engrenagens de dentes retos. As eficiências dos pares de engrenagens de dentes retos podem ser da ordem de 98%. A principal mzào pam a eficiência mais baixa dos conj untos sem-fim ecoroa é o atrito de deslizamento inerente à ação dos dentes. Boa parte dessa perda de energia aparece na forma de energia térmica.
16.12Re.utêneio à Fadiga por Flexão e Superfieiol do Par Se~Fim e Coroa A determinação da capacidade de carga é mais complexa para o par sem-fim e coroa do que para os outros tipos de engrenagens.
383
Capítulo 16 • Engrenagem flelicoidai1, Côt&ical e Sem-Fim
Existem diversos processos utilizados na estimativa das resistências à fadiga por flexão e superficial. Além disso, a capacidade do par sem-fim e coroa geralmente é limitada não pela resistência à fadiga, mas pela capacidade de resfriamento. A capacidade de resfriamento é discutida na próxima seção. As resistências à fadiga por flexão e superficial para os tipos de engrenagens considerados previamente foram analisadas pela comparação das tensões de flexão e superficial estimadas com as correspondentes resistências à fadiga estimadas para o material. O mesmo procedimento pode ser adotado pela comparação da carga tangencial estimada do dente da coroa (carga nominal multiplicada pelos fatores que consideram o impacto devido às imprecisões e as deformações do dente, desalinhamentos, etc.) com os valores-limites da carga total do dente, baseados nas resistências à fadiga e superficial. A carga total do dente é chamada de carga dinâmica F"' a carga-limite de fadiga por flexão é chamada de capacidade de resisr€ncia F, e a carga-limite de fadiga superficial é chamada (de forma imprópria) de capacidade de desgaste F ~· Para um desempenho satisfatório da coroa, é necessário que F, -.. F,1
(16.37)
e (16.38)
Esta condição limitante da "carga dinâmica" foi analisada com detalhes consideráveis para todos os tipos de engrenagens no clássico tratado de Buckingham [I]. A análise a seguir é uma versão simplificada aplicada ao par sem-fim e coroa. A carga dinâmica é estimada pela multiplicação do valor nominal da força tangencial da coroa (determinada pela Eq. 15.14 ou 15.14a) pelo fator de velocidade "D" da Figura 15.24: (16.39)
onde V, é a velocidade na circunferência primitiva em pés por minuto. As tensões de flexão são muito maiores na coroa do que no sem-fun. Adaptando a equação de Lewis (Eq. 15.15) aos dentes do par sem-fun e coroa, tem-se F, - S,bpy
(16.40)
onde F,
= é o valor máximo admissível da carga dinâmica em re-
s. = b p y
= = =
lação à fadiga por flexão é a resistência à fadiga por flexão (de zero a um máximo) do material da coroa (usualmente considerada como 24 ksi para coroas de bronze; veja a explicação a seguir) é a largura de face da coroa é o passo circular da coroa é o fator de forma de Lewis, usualmente considerado como dependente apenas do ângulo de pressão normal (veja a Tabela 16.2)
Embora outros materiais (alumínios, ferros fundidos e plásticos) possam, ocasionalmente, ser utilizados, os pares sem-fim e coroa mais utilizados são fabricados de um bronze especial para engrenagens (SAE 65). Em vez de urna estimativa da resistên-
Tabela 16.3 Fatores de Desgaste do Conjunto Sem-Fim e Coroa Kw Material Sem-fim Aço, 250Bbn Aço temperado (dmeza superficial, SOOBbn) Aço temperado
Kw(lblin') Coroa
to•
Á
< 25°
81002C'
60
15
Bromc'
80
100
Á
> 25° 90 IW
Brome fundido e
resfriado Feno fundido
A<
Bront.e'
120
ISO
180
ISO
185
225
'Fundição com areia
cia à fadiga de zero até um máximo estabelecido pela Eq. 15.18, o valor de 24 ksi, originalmente proposto por Buckingham [I], tem sido satisfatório, conforme tem demonstrado a experiência. A capacidade de "desgaste" F w é urna função dos materiais, dos raios de curvatura e do comprimento teórico da linha de contato. Devido às altas velocidades de deslizamento e ao associado calor gerado, a lubrificação é extremamente importante. Importante também é a maciez das superffcies, particularmente do sem-fim. Admitindo a presença de uma fonte adequada de um lubrificante apropriado, a equação a seguir pode ser utilizada para uma estimativa grosseira. (16.41)
onde F.
= é o valor máximo admissível da carga dinâmica em re-
lação à fadiga superficial de = é o diâmetro primitivo da coroa b = é a largura de face da coroa Kw = é um fator que considera o material e a geometria, com valores determinados empiricamente (veja a Tabela 16.3) A combinação de grandes cargas com altas velocidades de deslizamento encontradas nos conjuntos sem-fim e coroa os tor· na similares aos eixos e aos mancais de deslizamento. O bronze e o aço temperado podem representar urna boa combinação de materiais para ambas as aplicações. O componente de bronze é capaz de reduzir o desgaste e aumentar a área de contato. Conforme comentado inicialmente, esta scção apresentou um tratamento simplificado para uma matéria complexa. Por exemplo, os fatores correspondentes àqueles fornecidos para as engrenagens de dentes retos nas Tabelas 15. 1, 15.2 e 15.3 não foram mencionados, embora obviamente eles influenciem na capacidade de um par sem-fim e coroa.
16.13 Capacidade Térmica de um ConJunto Sem--Fim e Coroo. A capacidade de operação contínua de um conjunto sem-fim e coroa é geralmente limitada pela capacidade de seu alojamento dissipar calor devido ao atrito sem desenvolver temperaturas excessivamente altas na coroa e no lubrificante. Normalmente, as temperaturas do óleo lubrificante não devem ser superiores a
384
PARTf.
2 •
APUCAÇOF.S
cerca de 200>F (930C) para uma operação satisfatória. A relação fundamental entre a elevação da temperatura e a taxa de dissipação de calor foi aplicada anteriormente aos mancais de deslizamento, H
= CACtn -
t,)
(13.13, repetido)
onde H = é a taxa temporal de dissipação de calor (ft· lb por minu-
to) C = é o coeficiente de transferência de calor (ft·Jb por minuto por pé quadrado de área de superfície do alojamento por •F) A = é a área da superfície externa do alojamento (pés quadrados) r.= é a temperatura do óleo (valores disponíveis estão geralmente na faixa de 160° a 20QoF) r. = é a temperatura do ar ambiente (•F) Os valores de A utilizados nos projetos de alojamentos convencionais podem ser estimados grosseiramente a partir da equação•
FIGURA 16.26 Redutor de velocidades do tipo sem-run e coroa com ventoinha e aletas para aumer1tar a transte.r ênda de calor. (Cortesia da Cleveland
A = 0.3c
17
(16.42)
onde A é expressa em pés quadrados e c (a distância entre eixos) está em polegadas. Valores aproximados de C podem ser obtidos através do gráfico da Figura 16.25. A Figura 16.26 mostra o exemplo de uma ventoinha instalada no eixo do sem-fim para resfriamento. A natureza aproximada da Eq. 16.42 e das curvas na Figura 16.25 deve ser enfatizada. A área da superffcie do alojamento pode ser bem maior do que o valorestabe1ecido pela Eq. 16.42
Cear Company.)
pela incorporação de aletas de resfriamento. Praticamente qualquer resfriamento desejável para o óleo pode ser obtido por meio de um trocador de calor externo e pelo direcionamento de jatos de óleo resfriado no ponto de engrenamento das engrenagens. Onde as considerações térmicas podem ser críticas, toma-se importante a obtenção de dados confiáveis de ensaios, realizados sob as condições reais de operação.
16.3P Projeto de um Redutor de V elocldades do Tipo Sem-Hm. e I Coroa PROBLE.I\lA RESOLVIDO
Deseja-se projetar um redutor do tipo sem-fim e coroa com uma relação de transmissão de li: I utilizando um sem-fim de aço temperado e uma coroa de bronze fundido e resfriado rdpidameote. A distância entre centros deve ser de aproximadamente 6 in. O sem-fim será acionado por um motor a 1200 rpm. Determine os valores apropriados ded•• d,, N. ,N, p, ,\e tf>•• Estimeacapacidadedetransmissilode potência e a eficiência do redutor. Poderia o sem-fim ser vazado para montagem em separado sobre um eixo? SOLUÇÃO
lO
I Conhecido: Um dado conjunto sem-fim e coroa deve propiciar uma
O· L-~--~--~~------~~~ o 400 1200 1600 Rotoçlo do tem·l•m. •.
FICl R.\ 16.25 Coei!dente de transferi.ncla de calor estimado C para o alo-
jamento do parsem-l!m e coroa. (Baseado em H. Walker, "Tbennal Rating or Worm Cear Boxes'', Proc. lnst Mech. Engn~ 151, 1944.)
relação de transmissão específica. São fornecidas a rotação do semfim, os materiais do sem-fim e da coroa e a distância entre centros aproximada. (Veja a Figura 16.27.)
A Ser Detem1inado:
a. Detennine os valores aproximados de tf.., d,. N., N,. p, ,\ e
c. Determine se o sem-fim poderia ser vazado pard que seja montado separadamente sobre um eixo. ' A AGMA recomenda que os alojamentos sejam projetados de modo a terem no
mfnirno esta área, excluindo-se as áreas da base. dos llangcs c das aletas.
Esqwmuu e Dado• Fornecidos:
Capítulo 16 • Engrenagem Helicoidaü, Cônicm e Sem-Fim S85 Sem-Iom, Aço temperado. 1200rpm
Coroa: Bronze fundo
Relaçlo ót trensmoss.\o, l i : I
FIGL IIA 16.27 Conjunto sem-fim e coroa do Problema Resolvido 16.3.
Decilõe~: O
redutor não é resfriado por ventiladores ou ventoinhas. Outras escolhas serão feitas, conforme a necessidade, ao longo da análise do projeto.
vidas à agitação do óleo reduziriam ligeimmente este valor - ta.lvez para cerca de 92%. 8. A largura da face da engrenagem deve ser tão próxima quanto possível - porém, não maior - da metade do diâmetro externo do sem-flffi. O diâmetro externo do sem-fim vale d. mais duas vezes o adenda. Embora a forma do dente não necessariamente corresponda ao adendo padronizado de 1/P = pl1r = 0,75/17' = 0,24 in, este é um valor suficientemente preciso para ser utilizado neste contexto. Assim, d.,,., = 2,23 in, o que limita a largura da face em 1, 11 in. Escolha um valor inteiro: b = 1 in. 9. O fator de velocidade para uma velocidade tangencial da coroa de 300 fpm é determinado, pela curva D da Figura 15 .24, em I,25. Pela Eq. 16.39, a carga dinâmica será F, = 1,25F,.. 10. Pela Eq. 16.40, a capacidade de resistência vale F, - C2-t.OOO p<>i)( I tn)(0,75 inX0.150) - 2700 lb
Híp6tue~:
1. O sem-fim e a coroa são montados e alinhados de modo a se engrenarem de forma apropriada relativamente a eixos mutuamente perpendiculares. 2. Toda a carga atuante no dente é tmnsmitida no ponto primitivo e no plano médio das engrenagens. Análise do Projeto: 1. Pela Eq. 16.26, N/N. = I I; pela Eq. 16.27, N, + N. > 40; assim, adota-se N. = 4 e N, = 44. 2. Para uma alta eficiência, a Figura 10.8 indica que À deve ser o mais alto possível - de preferência próximo a 35°. Pela Tabela 16.2, selecione
6k
d,. = 2,-t(0.75)
+ 1.1 •
2,9 in
Obviamente, o diâmetro escolhido pardo sem-fim de 1,75 in requer que ele seja cortado diretamente sobre o eixo. 6. Pela Eq. 10.1, tg À= U1rd. = N.plmi. = (4)(0,75)/(1,75 11'), ou À = 28,62°. 7. Para estimar a eficiência determina-se, inicialmente, o coeficiente de atrito. Para isso deve-se obter v,., que requer o conhecimento de v<'
V,. - rrd, n, = rr( IO.S/12)( 1200/ 11 )
~
300 rpm
Pela Eq. 16.35, V5 = 300/sen 28,62° = 626 fpm. Pela Figura 16.23./é estimado em 0,027. Pela Eq. 16.34, e =
cos 25° - 0.027 tg 2K62" = 9 J,J%
COS 25°
+
0,027 CO!g 28.62°
Note que este resultado está de acordo com a Figur.t I 0.8. Observe também que as perdas no mancai, no selo do eixo e as de-
Igualando F, a F~ obtém-se o valor do limite de resistetlcia Fn como 2700/1,25 = 2160 lb. A correspondente potência na coroa é (300 fpm)(2600 lb)/33.000 = 19,6 bp. 11. Pela Eq. 16.41, a resistência ao desgaste vale
r..
(10,5 in)( l in)( 180 lb/in) "- 1890 lb
Igualando FJ a F., obtém-se o valor do limite de resistência ao desgaste F,. como 189011,25 = !512lb. A correspondente potência na corou é de 13,7 hp. 12. Estime a capacidade de dissipação de calor da caixa para um aumento de temperatura limitado a lOO'F. Pela Figura 16.25, C = 45 (admitindo-se um sistema sem ventilação). Pela Eq. 16.42, A = 0,3(6,125)'·' = 6,53 ft2• Pela Eq. 13.13 (repetida na Seção 16.13),
11 .. (-t5)(653)( 100) = 29.385 ft·l b/mi n - 0.89 hp 13. Aceitando-se uma eficiência global estimada de 92% (conforme definido na etapa 7), a potência de 0,89 hp referente à dissipação de calor representa 8% da potência de entrada ou do sem-fim. Assim, a potência de entrada = 0,89/0,08 = 11,1 hp, e a potência de saída ou da coroa= (0,92)(11,1) = 10,2 hp. 14. Sem qualquer previsão de resfriamento, o redutor de engrenagens possui uma capacidade estimada de entrada de aproximadamente I I hp (capacidade de saída de aproximadamente 10 hp). Com um resfriamento adequado, a capacidade seria limitada pelo "desgaste" a 13,7 hp na saída (na coroa) e a 14,9 hp na entrada (no sem-fim). Este valor pode ser apropriadamente arredondado para 15 hp na entrada. A capacidade deresfriamento requerida neste contexto seria 15(0,08) = 1,2 bp, um aumento de ( 1,2 - 0,89)/0,89 = 35%. A Figura 16.25 indica que o uso de um ventilador sobre o eixo do sem-fim aumenta a capacidade de resfriamento em 36% (o fator C aumenta de 45 para 61 ). Assim, com o ventilador, uma potência nominal de entrada de 15 bp seria plenamente justificada. Considerando as muitas aproximações empíricas envolvidas, a classificação final, baseada nos resultados de ensaios, pode ser ligeiramente distinta. Comentário~: Alguns importantes detalhes do projeto do redutor, não mencionados anteriormente, incluem(!) a certeza de que o diâmetro de raiz do sem- fim e ambos os diâmetros dos eixos são adequados para suportar as cargas de torção, de flexão e axiais, (2) a certeza de que a rigidez do alojamento, o posicionamento dos mancais e os diâmetros dos eixos oferecem rigidez suficiente para a montagem do sem-fim e da coroa, (3) o fornecimento ao alojamento de um lubrificante limpo de classe apropriada e na quantidade necessária, e (4) a certeza de que os selos de óleo do eixo são adequados para evitar o vazamento do lubrificante.
386
PARTf.
2 •
APUCAÇOF.S
16.8
Um tn:m de planetárias simples, com 18 dentes na solar e 114 dentes na coroa circular, é utilizado na caixa de engrenagens de um avião. Os dentes possuem um módulo de 3 mm no plano normal e o ãngulo de hélice é de 0.40 rad. O fabricante deseja substituir o conjunto de engre· nagens original por outro com uma solar de 24 dentes e uma coroa cir· cular de I 08 dentes utilizando o mesmo braço. Qual é() ll.ngulo de hé· lice neces>ário às engrenagens de substituição se dentes de mesmo módulo forem utilizados?
16.9
Uma mdquintl industrial uliliza um trem de planetárias simples com 24 dentes na solare 120 dentes na coroa circular. Os dentes possuom um módulo de 4 mm no plano normal e o ângulo de hélice é de 0.42 r•d. O fabricante doscja fabricar engrenagens opcionais que l'iquem disponf· veis para reposiçno utilizando o mesmo braço, uma solar de 27 dentes e uma coroa circular de II I dentes. Se forem utilizados dentes de mes· mo módulo, qual deve ser o ãngulo de hélice?
I Buckmgham. E:rrle. Analytiwl Medwntrj o[ Gears, Me· Grnw-Hill, :-lew York, 1949.
2. lluclingham, Earle, and H. H. RyiTcl. Oe.•ifl" of Wom• wttl StJira / Gt!llrs. lndu,triul Prc,~. Ncw Yurk . 1960.
J. " I \179 McchanicaJ Drivcs Relcrcncc lssuc," Machi11e De· SÍflll. Pcmo n!IPC. Cleveland. Junc 29. 1979.
4 Standard~ of thc Ame rican Gear Munufncturcl'l> A'socia-
uun. Alexandria. Va.
[Resp.: 0,5053 rad I
Problenuu
16.10
Seção 16.2 16.1
16.2
Uma engrenagem helicoidal de 25 dentes com >/J • 20• po.sui um ân· guio d~ pressão de 25• no plano de rotação. Qual é o ll.ngulo de pressão no plano normal, >., e o número equivalente de dentes, N.'l Qual o ân· guio de pressllo c o número de dentes que teria uma engrenagem de dentes retos com a mesma resistência à flexão'/
(a) Qual é a rclaçl!o de transmissão total fornecida pelas quatro engre·
nagens? (b) Qual é o nngulo de hélice das engrenagens de baixa velocidade'/ (c) Se as engrenagens de baixa velocidade forem substitufdas por outras de 24 c 34 dentes com o mesmo módulo, qual deve ser o ângu· lo de hélice dessas engrenagens?
Uma engrenagem helicoidal de 27 dentes com 1/1 • 25" possui um ângulo de pressão de 20• no plano de rotação. Qual é o nngulo depressão no plano normal, q,., e o número equivalente de dentes. N,7 Qual o ângulo de pressllo e o número de dentes que teria uma engrenagem de dentes retos com a mesma resistência Aflexão?
16.3
Deseja-se fabricar uma engrenagem helicoidal com latgura de face igual a 12/P e lJimbém igual a 2,0 p.. Qual deve ser o lngulo de hélice correspondente a esta situação? Como este lngulo de hélice se compara com os comumente utifuados na faixa de t5• a 30"?
16.4
O.:tennine a distância entn: centros de um par de engrenagens helicoidais que se engrenam e possuem eixos paralelos. As engrenagens são conadas por uma fresa com um passo circular normal de 0,5236 in. O ângulo de hélice é de 30° e a relação de transmissão é de 2: I. O pinhão possui 35 dentes.
16.5
Urna engrenagem helicoidal de 30 dentes corn ,p • 25° possui um ângulo de pressão de 20• no plano de rotação. Qual é o Qngulodepressão no plano normal, >., e o número equivalente de dentes, N,'l Qual o ân· guio de pressllo e o número de dentes que teria uma engrenagem de dentes retas com a mesma resistência à Oexão?
16.6
A Seçlio 15.2 forneceu a faixa normal de largura de face das engrenagens de dentes retos como sendo de 9/P a 14/ P. e a Seçl!o 16.2 estabe· teceu que em geral é desejável considerar b i!:: 2.0p.. Assim. procuran· do atender a essas recomendações deseja-se fabricar uma engrenagem helicoidal com latgUra de face igual a 13/P e também igual a 2,2p.. Qual deve ser o ãngulo de hélice para esta coodiçll.o? Como este ângulo se compara com os da faixa comumente utilizada citada na Seção 16.2? Tenha como referência a Figura Pl6.6. (Resp.: 28"]
[Resp.: S.O: 0,3944 rad: 0.4680 radj
FICCR.~
16.7
Duas engren~~gcns helicoidais engrenadas possuem eixos paralelos. Os dentes das engrenagens foram cortados com uma fresa cujo passo circular normal é de 0,5236 io. A distância entn: centros das engrenagens é de 9 in e a relação de transmissão é de 2: I. O pinha() possui 35 dentes. Determine o ângulo de Müce necessário.
(Rcsp.: 13"32'1
P16.10
16.11P A manivela de um tomo-revólva incofpora um par de engrenagens de dentes retos com 20 e 60 dentes, b = 50 mm em = 4,0 mm. De modo a propiciar uma operação mais silenciosa, as engrenagens devem ser sub>-titufdas por engrenagens de dentes bcücoidais. Por quelitêles de resistência deseja·•• utilizar engrenagens corn m s 4,0 mm no plano nonnal Detenninc uma combinação apropriada de números de dentes c ãngulo de Mlicc. 16.12P
FICI.l!A P 16.6
A Figura P16.10 mostra um ammjo de engrenagens helicoidais com redução dupla utilitado em uma IIWJuina industrial. Os módulos no plano normal são de 3.5 e 5 mm para as cngren~~gens de alta e de baixa velocidade, respectivamente. O ângulo de hélice das engrenagens de alta velocidade é de 0,44 rad.
Um redutor de engrenagens incorpora urn par de engrenagens de dcn· tcsrctoscom 25 c 50 dentes, b = 11 5 mm em= 10,0 rrun. De modo a propiciar uma operação mais silenciosa, as engrenagens devem ser subs· útufdas por engrenagens de dentes helicoidais. Por que;tll<:s de resistência descja·se utiliLar engrenagens com m = 10,0 mm no plano nor· mal. Determine uma combinação apropriada de números de dentes e ângulo de hélice.
Seção 16.3 16.13
Repita o Problema Resolvido 16.1 eom as seguintes alterações: potên· cia do motor de I hp, rotação do motor de 2500 rpm, pinhão com 20 dentes. P. • 12, >/J - 25•, pinhão com hélice à direita erotaçllo da coroa de 1250 rpm.
16.14
Um redutor de velocidade de engrenagens helicoidais, similar ao mos· trado na Figum 16.7, Lransmitc uma potência de 2 hp com urna taxa de
Capítulo 16 • Engrenagens Helicoidais, Cónicas e Sem-Fim redução de 3,0. A coroa possui 75 dentes c gira a 300 fJPm, 4>. = 20•, 1/J = 25° (Mlicc à direita), P. = 12 c b = I in. Determine N, , 1/J, (e sentido da Mlicc), >, P, <1, , d,, V, relação blp. c as forças F , F, e F, . Faça um esquema como o mostrado na Figura 16.7 b mostrando os sentidos das forças atuantes no pinhão se este gira no sentido oposto ao mostrado na Figura 16.7b.
Seção 16.4 16.17P Reveja o endereço da Internet h ttp, //w.,M .bi songear . com. A partir do ícone linha de prod11tos, seleeione um redutor de velocidades para um motor de ~ hp. (a) Relacione a~ relações de transmissão de redução disponíveis para um motor de ! hp. (b) Relacione os torques de saída das caixas de redução para cada relação de transmissão. (c) Relacione o torque máximo do redutor para cada relação de trans-
[Rcsp.: na ordem: 25 dentes, 25° héticeesquerda, 21,88°, 10,88 dentes/ in, 2,30 in, 6,90 in, 541,9 fVmin, 1,61, 121,79 lb, 48,91 lb c 56,79lb] 16.15
O redutor de engrenagens helicoidais representado na Figura P 16.15 é aeionado a IOOOrpm por um motor que desenvolve IS kW. Os dentes possuem 1/J = 0,50rad e 4>, = 0,35 rad. Os diâmetros primitivos são de 70 mm e 210 mm para o pinhão c para a coroa, respectivamente. Determine o valor c o sentido das três componentes de força atuantes no dente da coroa. Faça um esquema como o da figura representando os eixos separadamente na vertical e indique as componentes de força atuantes nos dentes de ambas as engrenagens. [Resp.: F, = 4092 N, F, = 1702 N, F,
=
387
missão.
(d) Se um torquede sobrecarga três vezes maior que o torqucde saída for requerido. qual seria a relação de transmissão máxima do redutor para um motor de A hp a 1725 rpm? 16.18
2235 N]
16.19
Um redutor de engrenagens hetieoidais deve ser utilizado com um motor elétrico cuja rotação de saída é de 1500 rpm. A carga deve girar a 500 rpm e envolve um impacto moderado. O pinhilo de 25 dentes possui P, = 8, b = 1.8 in,J. = 20• e o/J = 26°. Ambas as engrenagens são fabricadas de aço AIS! 8620, com superfícies carburadas para a obtenção das propriedades relacionadas no Apêndice C-7. A precisão de fabricação corresponde à curva B da Figura 15.24. Estime a potência que pode ser transmitida pelo pinhão durante 101 revoluções com 99% de coofiabiüdadc e um fator de segurança de 2. Verifique tanto a fadiga por Oexão quanto a fadiga superficial. Um par de engrenagens heticoidais montadas sobre eixos paralelos possui P, = 6, if>. = 20° e b = 4 in. O pinhão de 32 dentes c a coroa de 48 dentes são feitos de aço com durezas de 400 Bhn e 350 Bhn, respectivamente. A precisão de fabricação corresponde à curva C da Figura 15.24. A distilncia entre centros é de 7,5 in. (a) Qual é o ângulo de hélice oecessário'? (b) Estime a potência, em hp, que pode ser transmitida para 107 revoluções do pinhão com uma confiabilidade de 99% c um fator de segurança de 2,5 se o motor de acionamcnto gira a 1200 rpm e envolve um impacto leve, c a carga movida envolve um impaclo médio. Verifique tanto a fadiga por flexão quanto a fadiga superficial.
16.20P Sugira um projeto viável para um par de engrenagens helicoidais para transmitir 100 bp entre um motor clétrico a 2400 rpm c uma carga a 800 rpm que, essencialmente, está livre de impacto. Deve-se prever uma operação de quarenta horas por semana. Estabeleça wna combinação satisfatória dos números de dentes, ângulo de hélice, ângulo de pressão, largura de face, precisão de fabricação, material c dureza.
FlGt:RA Pl6.15
16.16
As quatro engrenagens helicoidais mostradas na Figu:ra Pl6.6 possuem um módulo de 4 mm no plano normal c um ângul.o de pressão de 0,35 rad no plano normal. O motor do eixo gira a 550 rpm c transmite 20 kW de potência. Outros dados são fornecidos na própria figura.
Seção 16.7 16.21
(a) Qual é a relação de transmissão entre o motor (entrada) c o eixo de
saída'? (b) Dctennine todas as componentes de força aplicadas pelo pinhão de 20 dentes à coroa de 50 dentes. Faça um esquema indicando essas forças aplicadas à coroa. (c) Repita o item (b), desta vez para as componentes de força aplicadas pela coroa de 50 dentes ao pinhão de 25 dentes.
Um par de engrenagens cônicas de deotes retos montado em eixos perpendiculares transmite uma potência de 35 hp a I 000 rprn através de um pinhão de 36 dentes- veja a Figura PJ6.21. A coroa gira a 400 rpm. A larguradcfaceéde2in, P = 6c 4> = 20' . Faça um esquema do pinhão mostrando (a) um sentido admitido para a rotação, (b) o sentido e o valor do torqueaplicado ao pinhão por seu eixo e (c) o sentido c o valor das três componentes de força aplicadas a um dente do pinhão por um deote da coroa. Faça um desenho correspoodente da coroa indicando as cargas nela atuantes. [Resp. parcial: para o pinhão, F,
=
839 lb, F.
=
113 lb, F. = 283 lb]
Pinhllo
E08ftnalj!ns ee
!t!:==::+:;::=~Coroa
Np • 36 N, • ? b= 21n
<1>=20' P =6
FIGURA P16.21 esquerda com (ii=
Salda
FIGURA Pl6.16
0.50 rad
16.22
Um par de engreoagens cônicas de dentes retos montado em eixos pcrpcndicul.ares transmite uma potêocia de 50 hp a 1500 rpm através de um pinhão de 30 dentes. A coroa possui 60 dentes. A largura de face é de 3,0 in, P = 6 c 4> = 2.()<', A coroa é mootada no centro de um eixo simplesmente apoiado com 6 in de vão entre os mancais. A carga axial
388
PAR1T.
2 •
APUCAÇ0f.S
~ suportada pelo mancai com a menor carga radial. O torque de saída~ absocvido por um acoplamento Oexlvel roncctado a uma rnáquioa conduzida. Faça um desenho esquemático do ronjunto coroa e eixo como um corpo livre em equih1>rio.
Seção 16.9 16.32
Um automóvel que dispõe de um diferencial padronizado es~ atolado em uma pista cobena de neve de tal forma que não tem qualquer condição de se mover. O motorista frustrado (e não muito inteligente!) pisa no acelerador e nota que o velocímetro indica 75 mph. Que velocidade normal do carro corresponde a esta rotação da roda'/ (Essa condição ilustra o tipo de "abuso previslvel" que o engenheiro precisa levar em conta.)
16.33
Um automóvel com diferencial padronizado realiza uma curva fechada pata a esquerda. A roda de tração da esquerda apresenta um trajeto com raio de 20m. A distância entre as rodas direita c esquerda é de 1,5 m. Quais as velocidades de rotação de cada roda de tração como fração da velocidade do eixo motor'/
16.34
Na Fogura 16.18. designe como ''r" o raio dos eixos de acionamento da força resultante no dente da engrenagem c designe o Iorque aplicado ao braço como "T'. Faça um esquema mostrando. na forma de um corpo livre em equillbrio (com todas as orientaÇÕeS e valores das cargas indicados):
Seção 16.8 16.23
Um motor clétrico a 1200 rpm aciona uma correia transportadora (que impõe um carregamento de impacto moderado no trem de acionamento) através de uma unidade de redução com engrenagens eônicas de dentes retos. N, = 20, N, = 50, P = 10, b • I in e
(a) O conjunto composto do braço, dos dois pinhões P e seus eixos. (b) A pane mostrada do eixo da direita, com a coroa circular R a ele r.x.ada. (e) A parte mostrada do eixo da esquerda. com a solar S a ele fixada.
[Resp.: Aproximadamente 1,6 hp] 16-24P Determine uma combinação apropriada de materiais, durezas c precisão de fabricação para as engrenagens do Problema 16-21. (Estabeleça quaisquer decisões c hipóteses necessárias.) 16.2SP Determine urna combinação apropriada de materiais, dureza_~ c precisao de fabricação para as engrenagens do Problema 16-22. (Estabeleça quaisquer decisões e hipóteses necessárias. Baseie-se na Figura PI6.2SP.)
Seção 16.10 16.35
1500 rprn
Uma coroa de SO dentes e P = 10 se engrena a um sem-fim de rosca dupla. Determine (a) a relação de transmissão, (b) o diametro da coroa, (c) o avanço do sem-r.m. (d) o menordiãmetro normalmente reromendado do sem-r.m va.wlo, (e) o eomspondentc ângulo de avanço do semfim e (f) a correspondente distãncia eotn: centrOS. [Resp.: (a) 2S:I. (b) S,O in, (c) 0,6283 in, (d) 1,854 in, (e) 6.16", (I) 3.427 inl
16.36 EnareQ~&ens cónoeas:
50hp
Acoplamento- j flexlvel para
a m6quina
N,=30
·
Uma roroa de SS dentes e um sem-fim de rosca dupla devem ser montados a uma distAncia entre centros de 8 in- ' 'eja a Figura P16.36. O diâmetro do sem-r.m deve ser tão pequeno quanto a Eq. 16.28 permita e ainda utilizar o pMSO diametral de uma engrenagem integral. Determine P. d~ d, e A.
N,=60 h • 3m
U:J 3on
• • 20"
Pa6
3on
F'JCIJRA P16.25P
N.,•2 N, • S5
1'•1 16.26P Re\-ejaoeodereçoda Internet h t t p : 11._-•.,. . andantex. c.,.,. (a) A partir do !cone "produtoS de linha", selecione um dispositivo de acionamen10 em Angulo retoque propicie uma relação de transmissão de 2: I para uma velocidade de saída de 1250 rpm a um Iorque de saída de I00 in lb. (b) Quais as dimensões do dispositivo em ângulo retoque seriam apropriadas para uma aplicação que requer um nlvel máximo de ruído menor que 80 dB? J6.27P Reveja o endereço da Internet http: 1 1""-w. g r e i nge r .c om. Realize urna pe~quisa de produto para um conjuntO de engrenagenJ' cônkas e.spimis. Selecione um conjunto de engrenagens cOnicas espirais com engrenagens de passo 14 c relação de transmissão de 2: I. Relacione os fabricantes, a descrição e o preço do conjunto de engrenagens.
f)CCR.\ Pl6.36
Seção 16.11 16.37
(a) Determine d.., d, c L. (b) O sem-run corresponde às proporções recomendadas para uma capacidade máxima de potência transmitida? O sem-run é suficientemente largo para ser vazado e montado separadamente sobre um
16.28P Escreva um relatório revendo o endereço da Internet ht tp ' 11 ..,....., . fel kcorp . c=. Do ponto de vista do engenheiro mecânico interessado em aeionameotos por engrenagens. discuta o oonteúdo, a utilidade, a facilidade de uso e a clareza desse site. Identifique as ferramentas de pesquisa disponíveis.
eixo?
(c) Estime a eficiência utili2.ando a Eq. 16.34 e compare o resultado com a Figura 10.8- Este redutor~ autouavante?
16-29P Repita o Problema J6.28P, desta vez avaliando o endereço da Internet
[Resp.: (a) 7,16 in, 1,&4 in, 1,50 in, (b) sim, rulo, (c) aproximadamente 88,6%, rulo (o redutor é reversível)I
ht~p ://www.renol d.con
16-30P Repita o Problema J6.28P, desta vez avaliando o endereço da lnteroet h~~p: // www.c loyes.co~
16.31P Repita o Problema J6.28P, desta vez avaliando o cnde.reço da Internet ht.t.p: //www . l ufkin. com.
Um redutor do tipo sem-fim coroa acionado por um motora 1200 rpm possui uma coroa de bronze fundido com resfriamento rápido e um semfim de aço tcmpcrado.N, = 3,N, = 45,p = H n,c = 4,50in, b - 1,00 inct/>,• 20".
16.38
Um motor de 1200rpm fornece 2,5hp ao sem-fim do Problema 16.37. O coeficiente de atrito é estimado cm 0,029. Determine o valor de todas as componentes da força atuante no dente da coroa. Mostre essas forças atuantes cm ambos os componentes para um sem-r.m de hélice
Capítulo 16 • EngrenagetU Helicoidais, Cônictu e Sem-Fim
389
à direila acionado oo sentido anú-horário. Utiliu um esquema similar ao IOOS1tado na Figwa 16.20. Calcule a eficiência da Wlidadc a panir das velocidades relativas de lt)(ação e dO< torques indic.IO< pelos esquemas de corpo livre. 16.39
l
Um redutor de velocidades do tipo sem-fim e coroa poMui um semfim de rosca tripla e hélice à direita, relação de transmissão de 16: I, p • 0,25 in, <1>. = 20" e c = 2500 in. O sem-fim éacionadoporum motor que fornece ! hp a 1000 rpm. O sem-fim é de aço temperado e a coroa é de bronze fundido resfriado; b = 0,5 in.
N, ~
-'--t- +-+- 1
(a) Octcnnine d., d" N, e A. Compare ''· com os valores recomendados para uma capacidade máxima de transmissão de potência. (b) Estime o coeficiente de atrito c a eficiência das engrenagens. (c) Baseando-se em seu coeficiente de atrito estimado, detennine todas as componentes da força aplicada ao sem-fun e à coroa. Mostre essas forças cm um esquema similar ao da Figura 16.20 para uma rolaçlio do IOO!or no sentido horário quando visto do sem-fim. (d) Calcule o torque no sem-fim, o torque na coroa e o. pcxêocia de safda na coroa. A panir da pcxêocia de saída na coroa. verifique o valor previamente determinado da eficiência.
Estime a potência de entrada em regime permanente c .a capacidade de potência desafda do redutor dos Problema.~ 16.37 c 16.38 (com o semfim acionado por um motor a 1200 rpm), baseando-se nas considerações sobre fadiga por OeJtào e fadiga superficial - veja a Figura Pl6.40. Qual é a previsão de resfriamento especial (se houver) que seria necessária para a operação com esta capacidade?
3
I' s
0,5 '" I• 0,029
N1, e 4 5 • • 20"
ba -1 1.0 '" ......
FICCRA P 16.40
Seções 16.12 e 16.13 16.40
Matenal da coroa: Bronze fundidO com resfriamento r6pldo Matenal do sem-f1m: Aço temperado
"• 4,51n
16.41
[Rcsp.: Aproximadamente 4,8 hp de entrada, 4,3 hp de safda: uma ventoinha ou um alojamento com alctaS é aconselhável[ E.~timc o fator de segurança em relação à fadiga por flexão c cm relação à fadiga superficial para a õpêração dõ rédülór do tipo SCrl\· liru c coroa descrito no Problema 16.39. Estime a 1cmperatura do óleo cm regime pcrnutnente se a temperatura do ar ambiente for de IOO"F e o redutor for equipado com uma ventoinha na CJttrcmidade do eixo do sem-fírn.
16.42P A lubrificação das engrenagens c dos sistemas de engrenagens é importante para uma operação eficierne bcm-sucedida. Pesquise na Internet, identifique c discuta alguns procedimcotosiipicos de provisão de lubrificaçlo para os sistemas de engrenagens.
CAPÍTULO
17
Eixos e Componentes Associados
---17.1
Intro~
17.2 Coruliçõe. a Serem A.terr.dida8
pelos Maneais dos Ei:ws O termo eixo geralmente se refere a um elemento relativamente longo de seção transversal circular que gira c transmite potência. Um ou mais componentes, como engrenagens, rodas dentadas, polias e carnes, são usua.lmente fixados aos eixos através de pinos, chavetas, cavilhas, anéis de pressão e outros elementos. Esses últimos elementos enquadram-se como os "componentes associados" considerados neste capítulo, bem como os acoplamentos e as juntas uni versais, que são utilizados para unir os eixos às suas fontes de potência ou cargas. Um eixo pode possuir uma seção transversal não-circular, e não precisa, necessariamente, girar. Ele pode ser estacionário e servir para suportar um elemento girante, como o pequeno eixo que suporta as rodas conduzidas de um automóvel. Os eixos de apoio das engrenagens intermediárias (Figuras 15.18 e 15.22) podem ser tanto girantes quanto estacionários, dependendo de a engrenagem ser solidária ao eixo ou suportada por mancais. Os eixos que suportam e acionam as rodas motoras de um veículo são também chamados de eixos motrizes. Fica claro, portanto, que os eixos podem ser submetidos a diversas combinações de cargas torcionais, axiais c de flexão, e que essas cargas podem ser estáticas ou flutuantes. Tipicamente, um eixo girante transmitindo potência fica submetido a um torque constante (produzindo uma tensão torcional média) combinado com uma carga de flexão completamente alternada (produzindo uma tensão de flexão alternada). Os Problemas Resolvidos 8.3 e 8.4 (Seção 8.11) ilustram a aplicação dos procedimentos da análise de fadiga dos eixos submetidos a uma combinação de cargas estáticas e flutuantes. Além disso, para atender aos requisitos de resistência os eixos devem ser projetados de modo que as deformações fiquem limitadas a níveis aceitáveis. O deslocamento lateral excessivo de um eixo pode dificultar o desempenho da engrenagem e causar ruídos desagradáveis. Os deslocamentos angulares associados podem ser bastante nocivos aos mancais (tanto comuns quanto com roletes) sem auto-alinhamento. Os deslocamentos angulares podem afetar a precisão de um mecanismo de carne ou de uma engrenagem motora. Além disso, quanto maior a flexibilidade - lateral ou toreional - menor será a correspondente velocidade crltica.
Os eixos girantes, que têm a eles acopladas engrenagens, polias, carnes e outros componentes, devem ser suportados por mancais (Capítulos 13 e 14). Se dois mancais puderem estabelecer um apoio radial suficiente, de modo a limitar a flexão e os deslocamentos a valores aceitáveis, esta será uma condição altamente desejável e simplificará o processo de fabricação. Se três ou mais mancais forem necessários para propiciar as condições de apoio e rigidez do conjunto, deverá ser mantido o alinhamento preciso dos mancais na estrutura de apoio (como, por exemplo, o caso de três ou mais mancais principais para suportar o eixo de manivelas de um motor à combustão interna.) O posicionamento axial de um eixo e a condição necessária para ele suportar cargas axiais geralmente requer que um e apenas um mancal suporte a carga axial em cada sentido. A razão para isto é discutida na Seção 14.8, e exemplos da provisão de resistência axial são ilustrados nas Figuras 14.17, 14.18 e 13.1. Algumas vezes, a carga axial é compartilhada entre dois ou mais mancais de encosto simples (Figura 13.1). Neste caso, deve haver uma folga axial suficiente para se assegurar de que não haverá "grimpamento" sob qualquer condição de operação. O estabelecimento de tolerâncias pode ser tal que apenas um maneal suporte a carga axial, pelo menos até o início do processo de desgaste. É importante que os elementos que suportam os mancais dos eixos sejam suficientemente resistentes c rígidos.
17.3 Montagem de Componente. no8 Eixo8Cirante8 Em algumas situações, elementos como engrenagens c carnes são fabricados de forma integrada aos eixos, porém no caso mais comum (que também inclui polias, rodas dentadas, etc.) eles são fabricados separadamente e, em seguida, montados sobre o eixo. Isto é ilustrado nas Figuras 14.17 e 14.18 para engrenagens. A região do elemento montado em contato com o e.ixo é o cubo. Esse cubo é fixado ao eixo de diversas formas. Nas Figuras 14.17 e 14.18 a engrenagem é presa axialmente entre um ressalto no
Capítulo 17 • Eixos e Componentes Associados
••
h
2
2
A chaveta rmrmalmente é a1ustada por
;,l • d/4 (t~)
391
"' • J/4:
Cha..,ta quadrada
/1 .. 3w/4
acionamento: em geral é cOnica
(h) Cha..,ta plana
(r.) Chaveta de seção circular
As chavetas possuem conicidade e slio firmemente ajustadas; adequadas para condiÇões severas de utilizaça.<>
São largamente utihza
Wl Chavetas Kennedy
(.) Chaveta Woodruff
~
0 Geralmente possui con1cidade, propiciando
Achaveta é aparafusa
um firme ajuste quando colocada sob pressao
livre para deslizar axial mente - um deslizamento mais
em seu lugar: a cabeça facilita a remoçilo
fácil é obtido com duas chavetas espaçadas de 180'
(j) Chaveta de cabeça
(g) Cha..,ta Feather
FtcUIIA 17.1 "11pos comuns de chavetas utilizadas na fixação de eixos.
(tr)
Pmo reto de seçao c~rc:ular
(b) P1no reto de
cOntca
seçao k) Pino mota tubular
com abertiira
Ranhuras slio prodUZidas por lam1naçJo e proplc1am uma açilo de mola na retenção do pmo
(dl Pn>e ranhurado
17.2 Tipos comuns de pinos utilizados na fixação de eixos. (Todos os pinos são instalados com algum esforço em suas sedes. Por segorança, os pinos não devem avançar além dos limites do cubo.)
FtCtnlA
eixo e um espaçador, com o torque sendo transmitido através de uma chaveta. A Figura 17.1 mostra diversos tipos de chavetas. Os rasgos realizados no eixo e no cubo onde a chaveta será ajustada são chamados de rasgos de chaveta. Uma fixação mais simples pata a transmissão de cargas relativamente baixas é propiciada por pinos. Alguns tipos de pinos são ilustrados na Figura 17.2. Este componente oferece um meio
relativamente barato de transmissão de cargas tanto axiais quanto circunferenciais. Os furos radiais cônicos realizados nos cubos permitem a fi. xação de parafusos de retenção sobre o eixo, tendendo, portanto, a evitat o movimento relativo. (Cortes planos ou estrias são geralmente usinados no eixo onde os parafusos de retenção serão fixados, de modo que as eventuais rebarbas causadas pelo
392
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
de retenção, também chamados de anéis de pressão. A Figura 17.3a ilustra alguns dos numerosos formatos disponíveis desses anéis. A Figura 17 .6b mostra um anel utilizado na retenção do
Bbito
lnYetttdo
Anel interno (ajUSte no alotamentol C·nn.r Ani!II!X!OmO (ajUSie no eiXO)
IIII Tipo ~onwncJOMI. se •Justa em ranhuras
Anel tnterno latusle no alojamento)
Anel e:
~requer ranhuros
Os dentes"' del~tem quando tnstalados !ob fc<çamento e 11!$1Stem Aremoçto !menos posulvos do que 05 do bpo c:orM~~C•OIIall
FICCRA 17.3 'flpos comuns de anéis de retenção (ou de pressão). (Cortesia de Waldes Kobinoor, Inc.)
bloqueio dos parafusos firmemente contra o eixo não evitem as subseqüentes remoção e reinstalação do cubo.) O diâmetro do parafuso é tipicamente de cerca de um quarto do diâmetro do eixo. Dois parafusos são comumente utilizados, espaçados de 90° um do outro. Os parafusos de aperto são baratos e, algumas vezes, adequados para serviços relativamente leves. Embora estejam disponíveis alguns projetos especiais que propiciam um aumento da proteção contra o afrouxamento em operação, os parafusos de retenção não devem ser considerados para as aplicações nas quais um eventual afrouxamento colocaria a segurança em risco. (Lembre-se do exemplo 3 sobre segurança da Seção 1.2.) Os parafusos de retenção são, algumas vezes, utilizados em conjunto com as chavetas. Tipicamente, são utilizados um parafuso fixado à chaveta e outro fixado diretamente ao eixo para evitar o movimento axial. Um método excelente e barato de posicionamento axial e retenção de cubos e mancais sobre os eixos é a utilização de anéis
4 eslroes
6 estroas
10 8SUI8S
l11l Lados retos
manca! A no sentido de evitar qualquer movimento tanto do eixo quanto da caixa. Os anéis de retenção requerem a realização de ranhuras que enfraquecem o eixo, porém isso não é uma desvantagem se eles forem localizados nas regiões onde as tensões são baixas, como mostrado na Figura 17.6b. O custo do eixo da Figura 17.6b poderia ter sido reduzido pelo posicionamento dos cubos T 1 e 72 com anéis de retenção, em vez de ressaltos, que requerem um diâmetro maior entre os dois cubos. Os cubos não foram posicionados com anéis de retenção porque as ranhuras iriam enfraquecer o eixo em uma região de altas tensões. A Figura 17.3b ilustra anéis de retenção que não requerem ranhuras. Esses anéis são de baixo custo e representam um meio compacto de montagem de componentes; porém, eles não propiciam a posição e a retenção precisa das partes que pode ser obtida com os anéis de retenção convencionais. Talvez a forma mais simples de união de um eixo a um cubo seja obtida com um ajuste com inteiferência, no qual o corpo do cubo é ligeiramente menor do que o diâmetro do eixo. O conjunto é montado pela ação de uma força exercida por uma prensa, ou por meio da expansão térmica do cubo - algumas vezes também pela contração do eixo através de gelo seco - e uma prensagem rápida das duas partes, uma contra a outra, antes de as temperaturas das partes se igualarem. Algumas vezes é utilizada a combinação de um pino e do ajuste por interferência. O corte de estrias de acoplamento no eixo e no cubo geralmente propicia a junta de conexão mais resistente para a transmissão de torques (Figura 17.4). Tanto as estrias quanto as chavetas podem ser ajustadas para permitir que o cubo deslize axia!mente ao longo do eixo. Mais informações sobre o projeto de chavetas, pinos e estrias são fornecidas na Seção 17.6.
17.4 Dbúi;naka dos Eixos Girantes Os eixos girantes, particularmente aqueles com alta rotação, devem ser projetados de modo a evitar operações nas velocidades crüicas. Normalmente, isso significa o provimento de rigidez lateral suficiente, de forma que a velocidade crítica fique posicionada bem acima da faixa de operação. Quando ocorrerem flutuações torcionais (como nos eixos de comando de carnes, eixos de manivelas dos motores e compressores, etc.), será imposto um requisito dinâmico adicional. As freqüências naturais torcionais do eixo devem ser se situar bem distantes das freqüências presentes no esforço torcional de entrada. Em geral, isto é possível proporcionando-se uma rigidez torcional suficiente (e inércias torcionais suficientemente baixas), que desloque a freqüência natural torcional mais baixa significativamente acima da
16 esltiiS (h)
Evolvental
FIGURA 17.4 11pos comuns de estrias.
Capítulo 17 • Eixos e Componentes Associados
mais alta freqüência torcional perturbadora. Esta importante matéria é tratada com detalhes nos livros de vibrações mecânicas, e será apenas citada brevemente no contexto aqui apresentado. Em relação à vibração lateral e às velocidades críticas, as práticas de fabricação e operação são tais que o centro de massa de um sistema em rotação jamais coincide exatamente com o centro de rotação. Assim, quando a rotação do eixo é gradualmente aumentada as forças centrífugas atuantes no centro de massa tendem a curvar progressivamente o eixo (produzindo uma flexão). Quanto mais o eixo é curvado (fletido), maiores são a excentricidade e a força centrífuga. Abaixo da mais baixa velocidade crítica (fundamental) de rotação, as forças elástica e centrífuga do eixo se equilibram a um deslocamento finito do eixo. Navelocidade crítica o equiliôrio requer, teoricamente, um deslocamento infinito do centro de massa. Os amortecimentos dos mancais do eixo devidos ao deslocamento de ar e à histerese interna ao componente girante fazem com que o equilíbrio ocorra a um deslocamento fmito. Entretanto, esse deslocamento é geralmen-
Configu rnçiío
393
te alto o suficiente para quebrar o eixo ou causar forças nos mancais de rotação cujas amplitudes são altamente proibitivas, se não destrutivas. Uma rotação significativamente superior à velocidade crítica resulta em urna posição de equihbrio satisfatória pelo movimento do centro de massa no sentido do centro de rotação. Em situações não muito comuns, como em algumas turbinas de altas velocidades, a operação satisfatória requer a passagem rapidamente pela velocidade crítica, sem que se dê tempo suficiente para um deslocamento de equiliôrio ser atingido e, em seguida, o eixo passa a operar bem acima da velocidade crítica. A velocidade crítica de rotação é numericamente igual àquela da freqüência natural lateral de vibração, que é induzida quando a rotação é interrompida e o centro do eixo é deslocado lateralmente e, em seguida, liberado repentinamente. Para todos os casos, exceto para o caso "ideal" simples de eixo com massa desprezível suportando uma única massa concentrada, outras velocidades críticas referentes a freqüências mais altas também estão presentes. As equações para a velocidade crítica mais bai-
Et1unçiio dn Velocid ad e C ríticn
(o) Uma única massa
w,
Massa, m
=v-;;;fk = {ki
fg
( 17.1)
v-;; = "~
Força gravitacional, 1t
Rigidez do eoxo 4; wl&,., lb) Múltiplas massas
6, (17.2)
(c) Apenas a massa do eixo
( 17.3)
Gn:mdezu MMsa Força gravilacional Dc.~IOt:IJnCDIO CSIÓÜCO
Rigidcl do eixo Acelcrnç~o de gravidade Freqüêncin natural Velocidade crítica
Sistema Grnvilnclonnl Inglês
Símbolo
SI
"'w
kg N
k
N/m
lb • s2/io (slul!) lb in lblin
m/s2 rnd/s
rnd/s
rpm
rpm
ll,.,
nt
in!s2 FIGURA 17.5 Velocídadescrítleasdos eixos (a mais baixa é denomioada fundamental).
394
P.mm 2 • A••ur.AçOF.~
xa, ou fundamental, são resumidas na Figura 17 .5, que apresenta as Eqs. 17.1 até 17.3. As deduções dessas equações são fornecidas em textos elementares da literatura sobre vibrações. As velocidades críticas dos eixos podem ser estimadas calculando-se os deslocamentos estáticos em diversos pontos. Uma extensão do programa de computador fornecido no Apêndice D4 permite o cálculo do deslocamento estático e das velocidades críticas dos eixos.
17.5 ProJekl Global de um EWI Os seguintes princfpios são gerais e devem ser sempre considerados. 1. Os eixos devem ser tão curtos quanto possível, com os mancais próximos da~ cargas aplicadas. Esta condição reduz os deslocamentos e os momentos devido à flexão, e aumenta as velocidades críticas. 2. Se possível, coloque os necessários concentradores de tensões longe das regiões do eixo com as mais altas tensões. Não sendo possfvel, utilize raios maiores e bons acabamentos superficiais. Considere a utilização de processos que aumentem a resistência superficial local (como jateamento ou laminação a frio). 3. Utilize os aços mais baratos quando as deformações do eixo são críticas, uma vez que todos os aços possuem, essencialmente, o mesmo módulo de elasticidade. 4. Quando o peso é crftico, considere o emprego de eixos vazados. Por exemplo, os eixos de acionamento das rodas dianteiras de um automóvel são vazados de modo a se obter a baixa relação peso-rigidez necessária para se manter as velocidades críticas acima das faixas de operação. O deslocamento máximo admissível de um eixo é geralmente determinado por requisitos associados à velocidade crítica, às engrenagens ou aos mancais. Os requisitos relacionados à velocidade crítica variam muito com a aplicação específica. Os deslocamentos admissíveis dos eixos para um desempenho satisfatório das engrenagens e dos mancais variam com o projeto desses componentes e com a aplicação, porém as considerações a seguir podem ser utilizadas como guia geral 1. Os deslocamentos não devem causar uma separação dos dentes das engrenagens superior a 0,13 mm (0,005 in), e tam· bém não devem propiciar uma variação na inclinação relativa dos eixos das engrenagens superior a cerca de 0,03•. 2. A deflexão do eixo ao longo do plano de um de seus mancais deve ser pequena, comparativamente à espessura do fil. me de óleo. Caso o deslocamento angular seja excessivo o eixo irá emperrar, a menos que os mancais sejam auto-alinhados. 3. Em geral, a deflexão angular do eixo junto aos mancais de esfera ou de roletes não deve exceder a 0,04°, a menos que os mancais sejam auto-alinhados.
As deflcxões do eixo podem ser calculadas pelos procedimentos apresentados na Seção 5.7 e ilustrados pelo Problema Resolvido 5.2. Além disso, os deslocamentos angulares por torção devem ser considerados com base nos requisitos associados à freqüêneia natural torcional e às limitações das deflexões torcionais. A determinação da resistência à fadiga de um eixo em rotação geralmente requer uma análise para o caso geral de carrega-
menta bidimensional, conforme resumido na Figura 8.16 e ilustrado pelo Problema Resolvido 17 .1. Geralmente o projeto de um eixo parte de uma avaliação inicial do fator que será crítico para seu dimensionamento: a resistência ou os deslocamentos. O projeto preliminar é baseado nesse critério; em seguida, o fator remanescente (a resistência ou os deslocamentos) é verificado. PROBLE.'JA REsoLVIDO l7.1P Eixo d e Aclonamento da Roda Dentada d e DDl Veículo
para Tran:porte na Ne"e A Figura 17.6b mostr& o eixo de acionamento da roda dentada de um veículo para transporte na neve. O eixo é suportado pela estruturo~ do veículo através dos mancais A e B, e é acionado por corrente atmvés da roda dentada C. (O motor e a transmissão estão acima e à frente do eixo; daí o ângulo de 30" da corrente.) As rodas de lagartas T, e T2 acionam a corrente do vefculo de neve. As dimensões básicas são fornecidas na Fig um 17.6b. Faça um dimensionamento adequado para o eixo, com base na potência máxima de safda do motor de 20 kW a uma velocidade de 72 km/h. Como 11 roda dentada e a corr-ente não impõem qualquer requisito de deslocamento e considerando que os mancais possam se auto-alinhar, se necessário, o projeto preliminar deve ser baseado na resistência à fadiga.
SOLCÇÃO Conhecido: Um eixo motriz é acionado por corrente através de uma roda dentada e é suportado pela estrutura de um veículo de neve atro~ vés de dois mancais. As dimensões básicas do eixo e a localização dos mancais, da roda dentada de acionamento e das rodas de acionamento das lagartas do veículo de neve são fornecidas. A potência do motor de acionamento das correntes e a velocidade do veículo são especificadas. A Ser Determinado: Determine um dimensionamento adequado para o eixo baseado na resistência à fadiga. Esquemtu e Dado• Fornecido•: (Veja a Figura 17.6) Decuõe•: 1. A Figura 17.6c mostra um leiaute proposto para o eixo. Observe que a roda dentada acionada por corrente é montada externamente às lagartas para propiciar um fácil acesso de manutenção das correntes, e que a porca de retenção na extremidade se prende diretamente ao eixo. (Se a porca fosse presa contra o cubo da roda dentada C, a carga de aperto inicial da porca imporia uma tensão de tração estática no eixo entre a porca e o suporte S. Isto seria indesejável do ponto de vista da resistência à fadiga do eixo.) Como o mancai B suportará u maior carga, atribui-se ao mancai A a sustentação da carga axial em ambos os sentidos. Observe os anéis de pressão na caixa de apoio e no eixo para reter o mancai A. As cargas axiais serão pequenas, porque ocorrem apenas manobras de quinas e, se desejado, este arranjo permite o uso de mancais de roletes retas em B. O torque é transmitido pela roda dentada atr&vés de estrias e para as lagartas atr,IVés de chavetas. 2. Uma vez que existe um grande momento de flexão atuante no eixo nas vizinhanças da roda T1, uma tentativa para a localização do suporte do eixo é selecionada conforme mostrado na Figura 17.6c. (Esta dimensão será necessária para se calcular as cargas nesse ponto de concentração de tensão.) 3. Com base no custo, o aço I020 estirado a frio foi selecionado por tentativa. Suas características são S. 530 MPa, S, = 450 MPa e suas superfícies são usinadas. 4. Selecione relações de Dld = 1,25 e rld = 0,03 no suporteS para fornecer um alto valor conservativo de Kl'
=
Capítulo 17 • Eixos e Componentes Associados
(a) Veiculo de tra~ na necw
FrC• 1000 Nl Drâmet;;;rOda dentada da corrente,
·r
mm Lagarta
~a.
~
Do&meuo da roda dentada ""-... "' da 250 mm
/
Chl Anan10 eeral
I
Pequena fotaa ou arruela de presslk>
(c) Lerane do eixo
Forças verticaos
687,5
forças horimntats
1250
62.500 Torque
Cdl Diagramas de solocrtar;!les
Problema Resolvido 17.1 - carro de transporte na neve e eixo deacionameoto da lagarta (dlmensões em milúoetros).
FIGURA J 7.6
395
396
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
fletor resultante é ligeiramente maior do que em T,) e os fatores de concentração de tensão estimados são idênticos aos referentes a S. 6. A estimativa de K1 no suporte S depende de informações sobre material, acabamento superficial e proporções geométricas do suporte. O material selecionado é o aço I 020 estirado a frio, que possui s. = 530 MPa, S . = 450 MPa e superfícies usinadas. A geometria do suporte é fornecida e suas relações valem Dld = I ,25 e rld = 0,03, conforme decidido. Pela Figura 4.35, K, = 2,25 e 1,8 para cargas de flexão e torção, respectivamente. Pela Figura 8.23, e admitindo-se que r seja de aproximadamente I mm, q é estimado em 0,7. Aplicando-se a Eq. 8.2 têm-se os valores de K1 de 1,9 e 1,6 para carregamentos de flexão e torção. 7. Seguindo-se o procedimento definido para carregamentos bidimensionais gerais na Figura 8.16, a tensão alternada equivalente é devida apenas à flexão:
Sn = S~CLCcCs = (0,5)(550)(1)(0,9)(0,78) = 186 Ponto de "sobrecarga de projeto"
" '"' (MPa)
(,•) Diagrama de fodiKa FIGIJRA 17.6 (Continuação)
S. Um fator de segurança de 2,5 é escolhido com base nas informações fornecidas na Seção 6. I 2. 6. Um mancai de dimensão padronizada será selecionado.
Hipóteses: 1. A potência total do motor atinge a lagarta do veículo de neve. 2. Metade da força de tração da lagarta é trdllsmitida a cada uma de
_ _ 32M _ 32'Jt30.oool + 75.0002 u •• - u - - Kltb) J {J.9) 'Trd3 'Trd '
-
2.9 X 106
A tensão média equivalente é devida apenas à torção:
suas rodas dentadas de acionamento; isto é, ocorre uma distribuição eqüitativa do Iorque. 3. Os mancais A e B são auto-alinhados dentro da faixa de deflexões angulares induzidas ao eixo. 4. A concentrdção de tensão na pista interna do mancai (em B) é idêntica à do bordo do cubo da roda dentada (em S).
Análise: 1. Como foi admitido que a potência disponibilizada pelo motor chega até a lagarta, culada como
l6T
= T = - -K/(rl = Trd 3
=
16( 125.000)
7Td
J
(I,
6)
1,0 X 106
Assim, independentemente do valor de d,
a força de tração nela atuante, F., pode ser cal-
potl!ncia do motor FT ::
u..,
velocidade do veícu lo
20.000 W ;:;:
20 m/s
= IOOON
Metade dessa força é transmitida a cada roda dentada, T, e T,, de acionamento da lagarta. 2. Pela equação de equilíbrio, fazendo-se o somatório de momentos em relação ao eixo igual a zero determina-se a força de tração na roda dentada da corrente, F,, como sendo
Fc = 1000 N ( 125 mm/50 m m) = 2500 N 3. Os diagramas de esforços, forças cisalhantes e momentos fletores para os planos vertical e horizontal são determinados da maneira usual (conforme mostrado na Figura 2. I I) e desenhados na Figura I7 .6d. Observe que a única carga aplicada na vertical é uma componente da força de tração da corrente (Fc sen 30°) e também as duas forças aplicadas pelas rodas dentadas da lagarta (cada orna igual a F ,12). Não existem momentos atuantes nos mancais A e B; os dois mancais foram admitidos como auto-alinhados. 4. O diagrama de torques mostrd, conforme admitido, uma distribuição uniforme entre as duas rodas dentadas da lagarta. S. Pela inspeção dos diagramas de carregamento e pela geometria do eixo fica claro que a seção crítica para a determinação do valor de d será a seção S ou uma seção próxima a B ou C. A concentração de tensão pode fazer com que na seção S ocorra uma falha. A ocorrência da falha precisamente nas seções B ou C é improvável, uma vez que o eixo é reforçado pela :pista do mancai e pelo cubo da roda nesses pontos; porém, no bordo do cubo da roda dentada e na pista interna do mancai existe uma concentração de tenção distinta da que ocorre em S, conforme admitido. Portanto, de forma conservadora, o diâmetro d do eixo será calculado com base nas cargas atuantes em B (onde o momento
8. A Figura I 7.6e mostra o diagrama de resistência à fadiga para este caso, com a "linha de carga" a uma inclinação de 2,9. O diagrama indica que, para uma vida infinita, u" é limitada a I 65 MPa; porém, este valor refere-se à condiç,ã o de sobrecarga de projeto, que incorpora um fator de segurança de 2,5 (conforme decidido). As sim,
u"" =
106 29 (2,5) = 165 MPa. ou d = 35,3 m m • ;3
9. Com o leiaute do eixo mostrado, a dimensão d deve corresponder, conforme decidido, a um corpo de mancai padronizado. A seleção de d = 35 mm deve ser satisfatória; para uma escolha um pouco mais conservadora, d = 40 mm pode ser preferível. De acordo com a escolha de rld = 0,03, os raios dos filetes devem ser de pelo menos 0,03d em S. Um raio mais generoso poderia ser preferível. Especifique, por exemplo, r = 2 mm.
Comentários: As deflexões angulares em A e B devem ser verificadas para se determinar a necessidade de mancais auto-alinhados.
,....-
Os eixos que suportam engrenagens helicoidais ou cênicas são submetidos a cargas que incluem tração ou compressão, bem como torção. Como as tensões axiais são dependentes de á', e não de tP. não existe, para esses casos, uma única relação entre u.. c u,mpara todos os valores de d. O procedimento mais comum a ser adotado é ignorar-se, inicialmente, a tensão axial durante a determinação de de, em seguida, verificar a influência da tensão axial no diâmetro obtido. Uma ligeira alteração nesse diâmetro pode ou não ser indicada. Se o diâmetro selecionado
Capítulo 17 • Eizos e CompoMntes Auociado•
deve corresponder a urna dimensão padronizada (como no Problema Resolvido 17.1), é provável que a consideração sobre a tensão axial não altere a escolha fmal.
397
chaveta da Figura 17.1b para transmitir um torque igual à capacidade de torque elástico do eixo. Admita que o e.ixo e a chaveta sejam de materiais dúcteis de mesma resistência e que (de acordo com a teoria da energia de distorção- Seção 6.8) S,) = 0,585,. Pela Eq. 4.4, a capacidade de torque do eixo vale (a)
Talvez a mais comum das conexões entre um eixo e um cubo para transmissão de torque seja a chaveta (Figura 17.1). Entre O torque que pode ser transmitido pelas forças compressivas os diversos tipos de chavetas, o mais usual é o de seção quadraatuantes nas laterais da chaveta será igual ao produto da tensão da (Figura 17.1a). As proporções geométricas padronizadas eslimitante pela área de contato e pelo raio: tabelecem que a largura de uma chaveta deve ser aproximadamente igual a um quarto do diâmetro do eixo (veja as recomendações de di versas referências e a norma B 17. I da ANSI para T (b) maiores detalhes). Geralmente as chavetas são fabricadas de aço de baixo carbono (como SAE ou AISI 1020) e são submetidas a um acabamento a frio, porém nos casos em que é necessária uma O torque que pode ser transmitido pela chaveta considerando maior resistência utilizam-se ligas de aço tratadas termicamente. sua resistência ao cisalhamento (Figura 17.7c) também é igual O carregamento atuante em uma chaveta é uma função com- ao produto da tensão limitante pela área e pelo raio: plexa das folgas e das flexibilidades estruturais envolvidas. A Figura 17.7a mostra as cargas atuantes em uma chaveta quadrai.JI t1 0.58Syul 2 da montada com folgas. O principal carregamento deve-se às altas (c) r (0.58 s,.J forças horizontais; porém, estas tendem a girar a chaveta no sen4 2 8 tido anti-horário até que um ou ambos os pares de quinas diagoIgualando-se as Eqs. a e b tem-se L = 0,82d; igualando-se as nalmente opostas entrem em contato com as laterais do rasgo de chaveta, com suas partes inferiores, ou ambos. Eqs. a e c tem-se L = 1,51d. Assim, com base nas hipóteses A Figura 17.7b mostra urna chaveta firmemente ajustada em simplificadoras adotadas um projeto adequado para a chaveta suas partes superior e inferior {algumas vezes, são utilizados requer que seu comprimento seja de aproximadamente 1,8d. parafusos de fixação ao cubo para manter a chaveta firmemente Observe que urna chaveta projetada para um balanço teórico entre contra a superficie inferior do rasgo no eixo). As forças horizon- as resistências à compressão e ao cisalhamento exigiria para a tais mostradas são em geral consideradas como uniformemente chaveta uma profundidade um pouco maior do que sua largura. distribuídas sobre as superficies da chaveta, e iguais ao Iorque As chavetas normalmente se estendem ao longo de toda a largudo eixo dividido pelo seu raio. {Nenhuma hipótese será rigoro- ra do cubo c, para uma boa estabilidade, as larguras do cubo em samente correta, porém tendo em vista a complexidade e as in- geral estão na faixa de 1,5d a 2d. certezas envolvidas as considerações estabelecidas propiciam um Se o diâmetro do eixo é baseado no deslocamento em vez da embasamento razoável para o projeto e a análise desse compo- resistência, uma chaveta menor pode ser totalmente adequada. nente.) Se o diâmetro é baseado na resistência, considerando a presença Como ilustração da defmição das dimensões de uma chaveta, de impacto ou de um carregamento por fadiga, a concentração considere uma estimativa para o comprimento necessário à de tensão gerada pelo rasgo da chaveta deve ser considerada na
=
-+1
(u) Chaveta firmemente montada
(h) Chaveta montada f~rmemente nas rea~ supefiO< e rnferoor
kl Falha por cisalhamento de uma chaveta
f~rmemente
montada
FICUTIA 17.7 Carregamento e tensões atuantes em uma chaveta quadrada.
398
PAR'I'E
2 • Aru r.AçOv.s Rasgo de cha~ta
tL·~·
Rasgo de chaveta perfilado
-~~
-~ ~-
~
m -
@;
J'>. ~~ /
'/
t
11-·-·-·-·-r) 11-· - · Aço
)
-·1)
Fator de concentração de tensão para fadiga, K1 Flexão TO<ção Flexão Torção
Recoz1do (menos de 200 Bhn)
1,3
1.3
1.6
1,3
Resfnado raptdamente e estirado !ac1ma de 200 Bhn)
1.6
1.6
2.0
1,6
estimativa da resistência do eixo. A Figura 17.8 ilustra as duas formas usuais de corte do rasgo, com os correspondentes valores aproximados de K1 (fator de concentração de tensão por fadiga). A Figura 17.2a mostra um pino de seção circular conectando um cubo e um eixo. A capacidade de torque da conexão é limitada pela resistência do pino, que está sujeito a um cisalhamento duplo (isto é, a eventual falha envolve o cisalhamento de ambas as seções transversais do pino na interface cubo-eixo). Para um pino maciço de diâmetro d e resistência ao cisalhamento S,y, o leitor pode mostrar rapidamente que a capacidade de torque (baseada no escoamento do material do pino) é (17.4)
Algumas vezes os pinos que transmitem torque e estão sujeitos a cargas de cisalhamento são fabricados de material relativamente pouco resistente, de modo a limitar sua capacidade ao torque seguro que pode ser suportado pelo eixo. Assim, o pino de cisalhamento serve como um elemento de segurança ou dispositivo de proteção. Um exemplo prático é o pino de cisalhamento utilizado na fixação das hélices à extremidade do eixo propulsor de um motor. No caso de ocorrer qualquer obstrução ao movimento das hélices o pino de cisalhamento falha, evitando assim um possível dano aos componentes mais caros do trem de acionamento. As estrias (Figura 17.4) atuam como múltiplas chavetas. Elas possuem perfis tanto evolventais quanto retos, sendo a ferramenta formadora normalmente utilizada nas máquinas operatrizes modernas. As estrias evol ventais em geral possuem ângulo de pressão de 30° e metade da profundidade dos dentes padronizados das engrenagens (outros ângulos de pressão padronizados são de 37,5° e 45°). O ajuste entre estrias que se acoplam é caracterizado como deslizante, fixo ou prensado. (Veja a norma ANSI B92.l, B92.1M e B92.2M, o manual daSAE ou outros manuais para maiores detalhes.) A Figura 17.13 mostra uma estria com ajuste por deslizamento que permite uma ligeira alteração no comprimento do eixo motriz de um automóvel devido ao movimento de suas rodas traseiras. As estrias podem ser cortadas ou laminadas em um eixo (de modo similar às roscas de um parafuso). Em geral, a resistência de um eixo com estrias é considera-
FtGCRA 17.8 Tipos de rasgos de chaveta e correspondentes fatores de concentração de tensão Kr (Baseado na tensão nominal referida à seção transversal total do eixo.)
da igual àquela de um eixo de seção circular com diâmetro igual ao menor diâmetro da estria. Entretanto, para estrias laminadas os efeitos favoráveis do trabalho a frio e as tensões residuais podem tornar a resistência muito próxima daquela do eixo original sem estrias.
17.7 Ãcoplamen.tos e Uni'17ersa.i8
Juntas
Os eixos colineares podem ser unidos através de acoplamentos rfgidos, como o mostrado na Figura 17.9. As duas metades do acoplamento podem ser fixadas às extremidades dos eixos através de chavetas, porém a mostrada na figura transmite torque por atrito através de uma luva cônica ranhurada. (As luvas são firmemente ajustadas como cunha no local e unidas por parafusos que prendem as duas metades.) Observe que a região flangeada no diâmetro externo exerce uma função de segurança, protegendo as cabeças dos parafusos e as porcas. No projeto desse tipo de acoplamento é utilizado o conceito de fluxo de força (Seção 2.4). Este conceito leva às seguintes considerações: (1) a capacidade de torque da chaveta ou da conexão por atrito da luva na forma de cunha com o eixo, (2) a resistência da membrana relativamente fina que é produzida na região de acomodação dos parafusos, e (3) a resistência dos parafusos.
FIGURA 17.9 Acoplamento rígido de eixos.
Capítuln 17 • Eúros e Componentes Auociados
lorl Accpl.,.nto b6sico do topo cosolhamento
Uol Acoplamento po< cosal~mento
com
tenslo constante • ôefetmaçlo constante
(tl Acoplamento por
cosalhamento em forma de tubO
399
ral significativo do eixo, e, se fabricado com uma folga axial, permite também algum desalinhamento angular. Para informações adicionais sobre os acoplamcntos utilizados em máquinas, veja o endereço da Internet h up : 1 / falk corp. com. AsjWIUIS universais permitem um significativo desalinhamento angular dos eixos onm linha de centro que se interceptam. A Figura 17.13 mostra o tipo cnlr.ado mais comum (conhecido como junta Cardan ou junta de Hooke), que é geralmente utilir.ado nas extremidades dos eixos motrizes das rodas traseiras dos automóveis. Buchas simples ou mancais de agulhas são utilir.ados nas conexões da junta. Se a cruzeta de entrada gira a uma velocidade angular constante, a velocidade da cruzeta de saída apresentará uma flutuação de velocidade de até duas vezes a velocidade de rotação. A variação da relação entre as velocidades dos dois eixos aumenta com o ângulo de desalinhamento. Se duas juntas forem utilizadas, com as cruzetas alinhadas conforme mostrado na Figura 17.13, as flutuações da velocidade entre as duas juntas se cancelam, fornecendo uma rotação uniforme para a cruzeta de saída se todos os três eixos, entre as juntas e
em cada extremidade das juntas, estiverem em um mesmo plano e se os tinsulos de desalinhamento nas duas juntas forem Isuais. Outros tipos de juntas universais que transmitem velocidades angulares uniformemente através de uma única junta têm sido desenvolvidos, e tais juntas são conhecidas como juntas universais de velocidade constante. Uma aplicação comum ocorre no acionamento das rodas motri.z es frontais dos vefculos, no qual
(d) Acoplamento Pl'l
-aç6es-
FlcLliA 17.10 Elementos de borraeba utilizados como acopJame.ntos Qexf.
veis. (a, b e c, Cortesia da Lord Corporalion; d, Cortesia da Reliance Eleetric Company.)
Os acoplamcntos rígidos são limitados em suas aplicações aos casos não-usuais, nos quais os eixos são colineares com tolerâncias extremamente apertadas e onde se espera que permaneçam desta forma durante a operação. Se os eixos forem desalinhados lateralmente (com os eixos apresentando um ângulo diferente de zero entre si) ou angularmente, a instalação de um acoplamento rígido os forçará no sentido do realinhamento. Esta condição sujeita o acoplamento, os eixos e os mancais dos eixos a carregamentos desnecessários, que podem conduzir a uma falha prematura. O problema de um pequeno desalinhamento dos eixos pode ser eliminado pela utilização de um acoplamento jlex(vel. Existe no mercado uma grande quantidade de projetos engenhosos. A Figura 17.I Omostra alguns dos muitos projetos que utilizam um material flexível como a borracha. Esses acoplamentos podem ser projetados de modo a propiciar a elasticidade e o amortecimento necessários para o controle das vibrações torcionais, bem como no sentido de permitir um certo grau de desalinhamento. Outros acoplamentos flexíveis utilizam todos os componentes metálicos (dois deles são mostrados na Figura 17.11), e estes tendem a possuir uma maior capacidade de transmissão de torques para uma determinada dimensão. Um projeto engenhoso de origem bem antiga é o acoplamento de Oldham (acoplamento deslizante), mostrado na Figura 17.12. O deslizamento do bloco central permite um desvio late-
!ol Acoplamento de corrente coon rooetes FIGURA 17. 11 Acoplame.ntos Oexlveis com elementos metállcos. (Corwsia da ReUanre Elec.t rie Company.)
(ui Tipo Oldham básico
(!>)
Topo modofoeldo
FlCLliA 17. 12 Blocos de acoplamento de Oldham, ou deslizantes. Ambas as
•·e.rsões possuem um elemento lntermedl4rio deslizante que estabelece um par de supertfcles deslizantes orientadas a 90• uma relatlvame.nte à outra.. Quanto maior o desaUnbamento entre os eixos, maior o deslizamento. A tubrifi~o e o desgaste slio ratores que devem ser considerados.
400
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
FlcURA 17.13 Juntas uni versais do tipo cruzado. (Cortesia da Dana Corporatlon.)
Sucçao
í --I
f
Proteror de acoplamento Oranile Peel
~,
I
Motor
(") Vista lateral
(b) Conjunto motor-bomba
FIGURA 17. 14- Protetor de ac.oplamento O range Peel, LLC para o conjunto motor-bomba.
os eixos motrizes são curtos e os ângulos entre os eixos de transmissão (devido ao esterçamento e aos trancos da roda) podem ser relativamente altos. Com o objetivo de proteger as pessoas contra os componentes em movimento, como juntas universais, acoplamentos e eixos, protetores de máquinas são normalmente necessários. A Figura L7.14 mostra o protetor do acoplamento de uma motobomba. Os protetores do acoplamento e do eixo oferecem uma proteção física contra danos provocados pelos componentes girantes, e quando projetados de modo adequado podem ser abertos ou removidos para manutenção dos equipamentos conectados (após os procedimentos de manuseio terem sido seguidos). Os protetores também podem proteger os acoplamentos e os eixos de danos externos e ambientais. Para informações adicionais, consulte o endereço da Internet http: I / www. fal kcorp. com sobre protetores de eixos. Para uma relação de normas de segurança relacionadas aos protetores de máquinas associados aos componentes girantes, consulte a Tabela 17 .1.
Tabela 17.1 Normas de Segurança Relacionadas aos Acoplamcntos, Eixos e Outros Componentes Girantes Norma
Titulo
OSHA 1910.219
Dispositivos de transmissão de potência mecânica Nonna de segurança para dispositivos de transmissão de.potência mecânica Sinais c rótulos para a segurança de produtos Símbolos gráficos- Cores c sinais de segurança - Parte !: Princípios de projeto para os sinais de segurança nos ambientes de trabalho e nas áreas públicas Símbolos gráficos- Cores e sinais de segurança - Parte 2: Princípios de projeto para os rótulos de segurança dos produtos
ANSJJASME 8 15.1 -2000 ANS! Z535.4-2002 ISO 3864-!:2002
ISO 3864-2:2004
Capftulo 17 • Ei"o• e Componentes Associado•
4-01
ReJerêlleitu Dt~meltO
1. Borcs1. A. P.. O. $1(1ebouom. f. B. Seel), and J. D. Smuh. Adm nced M<'ciUJIIics of Matuials. 3rd cd ., Wiley, New York. 1978. (Também a 5.• edição de A. P. Borcsi, R. J. Schmidt, nnd O. M. Sidebottom, Wilcy. Ncw York, 1993.) 2. "Dcsign of Transmission Shafli ng:· Standard ANSV ASME B I06. IM- I985. Amencan Socicly of Mechanical Enginccrs, Ncw York. 1985.
3. Faupcl. J. 11.. and F. E. F'IShe.-, ed.. Wiley. NewYork. 1980.
Eu~i11uri11g
FlGt:RA P17.8
Dttsig11. 2nd 17.9
4. Horger. O. J. (ed.J. IISME lland/xx1~: \l ew/.s Eu11meer· ill[i-D <'sigtl. 2nd ed.. McGnaw-l hll. Ncw Yort.., 1965. Pan 2, Scc. 7.6. "'Groo'~ F1llcl'. ()11 llolc~. and Kcyway\." by R. E.
25 mm
Pet~
5. " Key\ and Key:.eats:· ANSI B 17. I. Amencan SOC1e1y ol Mcchanical Engineers, New York, 1967. 6. Lehnhoff, T. f., "Sbaft Design U>ing the Disaonion Energy T heory,'' Mech. Eng. Nc,..s. 10(1):4 1 43 (F'eb. 1973).
Reconsidere o Problema 17.8. porém com um eixo de cobre·berilio (é = 127 GPa).
17.10
Repita o Problema 17.8 consider.lndo um diãmcuo de SO mm para o
eixo. 17.11
Coosuua, para o sistema do Problema 17.8, um grifico mostrando a ' 'ariação de n com o diâmetro do eixo entre I 5 e 45 mm.
17.U
Estime o diâmetro do eixo que propicia uma rotação critica de 250 rpm para um eixo de alumfnio com comprimento toL.al de 1,0 m que suporw uma carga central de 40 kg, coofonne mostrado na Figura P17.12.
7. Pcacrson, R. E .. Stress Co~tcelltmticm Pt~ctclr.1. Wilcy. Ncw
40kg
York. 1974. S. Sndcrbcrg. C. R.. "Working Strcsscs." J. Appl. M ecll., 57:A 10611935). 9 You ng. W. C.. Roorló Formulasj11r Stll!U mui Straill. 6th cd .. McGraw-Hill. NC\' York. 1989.
L
500mm--- -- - - soomm--
--oi
FtGLllo\ P l7.12
17.13
Seção 17.4. 17.1
O eixo de aço ~implesmente apoiado mosLrndo na Figura Pl7.1 é CO· necwdo a um molor clétrico através de um acoplamento nexrvel. De· termine o valor da velocidade crítica de rotaçno do eixo.
DcLcnnine a rot.açlocrítica do eixo de aço mostrado na Figura Pl7.13.
120 1b 801b EIXOcom 2 1n de dolmetro
AcOPlamento flexlvel
20on-
li+•- ---
- - - 40on_l
• 30 on
FIGL:Ilo\ P l7.13
20 l n - - - - - ! ·'
FlGI.'IL\ P17.1
17.2
Repita o Problema 17.1, considerando para o eixo um diâmetro de 7 mm c um comprimento de 500 mm.
17.3
Repita o Problema 17.1, considerando que o eixo seja de alumínio.
17.4
Repila o Problema 17 . I, considerando para o eixo " m diâmetrO de 1,0 in.
17.5
Repila o Problema 17. I, coosiderando para o eixo um diâmetro de 1,0 in c um comprimenLO de IOin.
17.6P
Construa, para o sistema do Problema 17.1. um gráfico mostrando a variação de n, com o diâmetrO do eixo entre O. IOe 3.0 in.
17.7P
Construa, para o sistema do Problema 17.1, um gráfico mostrando a variação de n, com a distância entre mancais para a faixa de I a 20 in.
17.8
Determine a velocidade crítica de rotação para o eixo ele aço da Figura Pl7.8.
17.14
Repita o Problema 17.13 considerando umdiíi.mctrode3 in para o eixo.
17.15
Estime o diUmctro do dxo que propicia uma rot.açilo critica de 750 rpm para um eixo de nço com comprimento total de 48 in que suporta uma carga central de 100 lb, coofonne mostrado na Figura P1 7.15.
100 lb
Eutode .ço
L24Jn
-1· FIGUM
P17.15
24 on - -
J
402
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s Estabeleça os carregamentos envolvidos em cada um dos eixos c elabore, utifuando uma única frase, uma breve justificativa para a causa do carregamento.
Seção 17.5 17.16
Os seis eixos representados na Figura Pl7 .16 suponam diversas oombinações de cargas a>tiais, de flexão e de torção, estáticas e alteroadas.
Méqutna conduzida Motor
wl Eixo de conexão
Motor elétrico gerador ........_ Eixo
(b) Eixo de entrada com engrenagem
(c) Et
Mancais !2)
Mancais de agulha !2)
C
\
(Jl E•xo mte. med•Ano estac•onâ"o
(co) El
FlCL'RA P17.J6
Capítulo 17 • Eixos e Componentes Associados 17.17
A Figura Pl7.17 mostra as componentes de força atuantes em uma engrenagem helicoidal montada em um eixo simplesmente apoiado. O mancai B apresenta restrições às cargas axiais. Um acoplamento flexível para a transmissão de torques é fixado à extremidade direita do eixo. A extremidade esquerda é livre. (a) Construa os diagramas de forças cisalhantes e de momentos de flexão do eixo referentes aoo planos horizontal e verticrul. Construa também os diagramas que mostram os carregamentos devidos à torção e às cargas axiais. (Os diagramas solicitados incluem os sete mostrados na Figura 17.6<1. Acrescente um diagrama s.imilar referente à carga axial, com uma tração indicada como um carregamento
403
fadiga utilizando os seguintes dados: diâmetro do eixo de 33 mm, K1= 1,3, 1,2 e 1,3 para os carregaroeotos de flexão, torção e axial,
respectivamente; o material é um aço com s. = 900 MPa e s, = 700 MPa; e as superficies críticas são polidas.
17.19P A Figura Pl7. 19P mostra duas soluções alternativas para o problema do apoio de uma roda dentada (ou engrenagem de deotes retos ou polia) intermediária a ser montada oa extrc1rtidade de um eixo. Quais as diferenças básicas entre essas duas alternativas em relação ao carregamento atuante oo eixo e ao carregamento dos mancais'? Quais seriam as diferenças nessa comparação se arodadentadafossesubstittúdapor uma engrenagem cônica?
positivo c uma compressão como um carrcgamcnLo ncgalivo.)
(b) Quais são as cargas radiais e axiais aplicadas nos mancais'? (c) Identifique a seção transversal do eixo mais solicitada (crítica) e, para esta seção, determine o diâmetro teoricamente necessário para uma vida intmita. Ad1rtita que o eixo seja usinado a partir de um aço com s. = I50ksi eS1 = I20ksi, e que os fatores K1 = 2,0, 1,5 e 2,0 sejam aplicados aos carregamentos de flexão, torção e axial,
Roda dentada para c!>'rentes
rcspectivamcnle, no ponto cótico. F, = 450 lb
Fa =400 lb
Man~aiB
(o)
Roda dentada para 'rentes
2 in F!Gt:RA
Pl7.17
[Resp.: (b) 233 lb radial em A; 754 lb radial e 400 lb axial em B, (c) imediatamente à direita da engrenagem; aproximadamente 0,94 in] 17.18
A Figura Pl7.18 mostra um pinhão cônico montado sobre um eixo. O mancai A possui resistência axial. A extremidade esq·uerda do eixo é acoplada a um motor eWrico, e a extrentidade direita é livre. As componentes da carga aplicada em decorrência do engrenamento da engrenagem cônica são mostradas. (a) Construa os diagramas de forças cisalhantes e de momentos de flexão do eixo referentes aos planos horizontal e vertical. Represente também os diagramas que mostram os carregamentos devidos às cargas de torção e às cargas axiais. (Os diagramas solicitados incluem os sete mostrados na Figura 17.6d e um diagrama similar referente à carga axial, com uma tração indicada como um carregamento positivo.) (b) Detennine as cargas radiais e axiais aplicadas aos dois mancais. (c) Identifique a seção transversal do eixo mais solicitada (crítica) e estime o fator de segurança em relação a uma eventual falha por
F,• 2 ,4 kN f~ • 4,0 kN
Nota' As forças atuam a um raio de 75 mm do eixo geométrico do eixo. 50 mm
FIGURA
Pl7.18
(h)
FIGL"ll;\
Pl7.19P
17.20P O eixo de apoio do pinhão envolvido no Problema 16.15 deve ser projetado. (a) Co..~trua os diagramas de forças cisalhantes e de momentos de flexão do eixo referentes aos planos boriwntal e vertical. Represente também os diagramas que mostram os carregamentos devidos às cargas de torção e às cargas axiais. (Os diagramas solicitados incluem os sete mostrados na Figura 17.6d e um diagrama similar referente à carga axial, com urna traçâo indicada como um carregamento positivo e uma compres.'>lio indicada corno um carregamento negativo.) (b) Quais são as cargas radiais c axiais aplicadas aos mancais'! (e) Faça um desenho preliminar do eixo em proporções aproximadas, com os diâmetrOs e os apoios indicados de forma apropriada, juotamente com outros componentes para a retenção axial das partes. (d) Quais os fatores principais a serem coosiderados na detemtinaçi!o dos valores numéricos apropriados dos diâmetros? (e) Detennine, no(s) local(is) crítico(s) em relação à fadiga, urnacombioação apropriada para o diâmetrO do eixo (incluindo o raio de filete), material e dureza, e acabamento superficial. (I) Selecione os mancais apropriados e indique, em seu desenho, as dimcosõcs de todos os diâmetros calculados no item (c). (g) Detemtine o deslocamento linear do eixo na posição da engrenagem e as deflexões angulares nos mancais. [Resposta para o item d: (I) Considerações sobre os mancais- diâmetrO suficiente, dimensões padronizadas e possibilidade de utilização dos mancais já disponíveis para outras aplicações. (2) Resistência àfadiga. (3) Deslocamentos- em geral, o deslocamento lateral da engrenagem não deve ser superior à faixa corre 0,05 e O, 10 mm, ou 0,002 a0,004 in,
404
P ARTE
2 a
i\J>UCAÇ01•:S
e a deflexào angular nos mancais normalmente não devesa- superior a cerca de 0.03. Em algumas aplicações as rigidezes lateral e toreional do eixo devem ser verificadas para se assegurar que as freqüências naturais estejam fora da faixa de opcmçiio.]
{b) Construa um gráfico indicando o di!metro do eixo (d na faixa de 0,5 a 2,5 in) em funçilo d:l velocid:ldedo eixo (n na faixa de 100 a 1000 rpm) para diversos valores da potência (na faixa de 1/8 a 20 hp).
17.21P Repila o Problema 17.20Pparaoeixo intermediário do Problema 16.16. 17.22P Repila o Problema 17.20Pparaoeixosem-limdoProblema 1639,com o sem-ftm mootado no pcruo mtdio entre mancais espaçados de 5,0 iiL 17.23
Os Problemas 17.20Pa~ 17.22Puatamdeeixosdeentradaacicoados por motor e um eixo intermediário para o qual as cargas foram basica· mente coohecidas. Considere agora o problema mais envolvente de se projetar o eixo de salda de um redutor de engrenagens para uso geral. A máquina cooduzida pode ser acoplada direl.amente ao eixo de saída do redutor, pcmm ela também pode ser acionada auav~s de engrena· gensJcorreias ou corTCntes.
{a) Ao projetar o eixo de salda do redutor e os mancais para a condi· çlíc mais severa da aplicaç!lo você deve considerar a maior e a menor engrenagem, roda dentada ou polia que pode ser m()ntada neste eixo? Explique, brevemente. {b) Sendo os outros fatores idênticos, poderia o mais severo dos carregantcntos ser aplicado à engrenagem, à C()rrcia ou à corrente? Ex· plique, brevemente. l 7.24P {a) Para uma deflcxilo toreional máxima de 0,08° por pé, m()Strc que um eixo de scçno circular,
onde d é o diâmetro do eixo, em in, hp é a potência e n é a veloci· dade do eixo. em rpm. {O valor máximo de o,os• para a deflexão torcional é, historicamente, recomendado como seguro.)
17.25P Estime o comprimento da chaveta plana necessária para uansmilirum tnrque igual à capacidade de torqueclllstieo de um eixo de scç!locircu· lar de dilimetro d. Admita que a chaveta e o eixo sejam fabricados do mesmo material dílctil c que a chaveta seja ajuSI.ada fmncmcnte em suas regiilc$ superior e inferie<. Compare esse resullado com o ccmprimcn· to occ:essário a uma chaveta quadrada e sugira uma pos
= 2,4d)
17.26P Faça uma pcsquisancseodcreçosda lnccmethttp : //~·-.pdêMt .eom e http: 1 1~-,.,; .po-....ertra.nsmia•ion . c:om; identifique c diwuta oç métodos de acoplamento de eixos girantes. Esses métodos de accplarnen· to de eixos poderiam utili:t.ar engrenagens internas c externas, pinos,
esfems, molas, correntes, correias, estrias c componentes n!o-metálieos para transmitir torquc. 17.27P Reveja o endereço da Internet hup: //www.qr4i nger . com. Realize uma pesquisa de produtos para acoplamcntos noxfvcis. Localize um acoplamento flexível com um corpo de '11in indicado para a transnús· são de 11, bp a 1725 rpm. Relacione o fabricante, a descriçiio e o preço do acoplamento de eixos. 17.28P Reveja o cndertço da Internet htcp: / /www. q rai nqer. com. Realize uma pesquisa de produtos para acoplamentos do eixos. Localize um acoplamento de correntes c rolctes com um corpo de 5/8 in e uma roda dentada com 16 dentes. Relacione o fabricante, a descrição c o preço do acoplamento de eixos.
CAPÍTULO
18
Embreagens e Freios
18.1
Irrtro~
Com o deslizamento entre superfícies encontrado em grande parte dos componentes de máquinas- mancais, engrenagens, carnes e muitos outros - torna-se desejável a minimização do atrito nas interfaces, de modo a reduzir a perda de energia e o desgaste. Por outro lado, as embreagens e os freios dependem do atrito para funcionarem. Nesses elementos, um dos objetivos é maximizar ocoeficiente de atrito, mantendo-o uniforme para uma ampla faixa de condições de operação e, ao mesmo tempo, minimizar o desgaste. A função de uma embreagem é permitir, de forma suave e gradual, o acoplamento e o desacoplamento de dois componentes com um eixo de rotação comum. Um freio atua de forma análoga, a única diferença é que um dos componentes é fixo. Todos os freios e embreagens considerados neste texto são do tipo fricção, dependendo do atrito de deslizamento entre as superfícies sólidas. Outros tipos utilizam propriedades magnéticas, corrente de Foucault e forças hidrodinâmicas. Os acoplamentos fluidos e os conversores de torque, que são tratados no Capítulo 19, são exemplos. Diversos tipos de freios e embreagens de fricção são considerados neste capítulo. Todos devem ser projetados para satisfazer a três requisitos básicos. (1) O torque de atrito requerido deve ser produzido por uma força atuante admissível. (2) A energia convertida em calor devido ao atrito (durante a frenagem ou durante o acionamento da embreagem) deve ser dissipada sem produzir altas temperaturas com efeitos destrutivas. (3) As características do desgaste das superfícies em atrito devem ser tais que propiciem uma vida aceitável. AsSeções 9.8, 9.9, 9.10, 9.12 e 9.15 fornecem os conceitos necessários para a compreensão das características de desgaste das embreagens e dos freios. O endereço da Internet http: I l www. machi nedesign. com apresenta diversas informações sobre embreagens, freios mecânicos, lona de freios e freios elétricos. O endereço ht tp: I 1 www. pO\vertransmi ssi on . com relaciona fabricantes de freios e embreagens.
outra. A realização prática desse princípio é ilustrada nas Figuras 18.2 e 18.3. A Figura 18.2 mostra urna embreagem de automóvel, utilizada com uma transmissão "padronizada". O volante, a tampa da embreagem e a placa de pressão giram com o eixo de manivela. Uma série de molas distribuídas circunferencialmente (ou uma única mola de disco cônica ranhurada internamente - Figura 12.31) força a placa de pressão em direção ao volante, acoplando a placa da embreagem (disco conduzido) entre eles. O cubo da placa da embreagem é conectado através de ranhuras ao eixo de transmissão de entrada. A embreagem é desacoplada pressionando-se o pedal da embreagem, que gira a alavanca com a indicação "Para liberar". Esta operação empurra o mancai de liberação da embreagem contra urna série de alavancas de liberação orientadas radialmente, que puxam a placa de pressão, afastando-a do volante. Note que o mancai de liberação da embreagem é um mancai axial. Seu lado direito se move contra o mecanismo de liberação, o qual não gira; seu lado esquerdo se move contra as alavancas de liberação, que giram com o eixo de manivela. Esta embreagem possui duas superfícies motoras, uma no volante e uma na placa de pressão, e duas superfícies conduzidas, os dois lados da placa da embreagem. A Figura 18.3 ilustra o princípio das embreagens de múltiplos discos. Os discos a são fixos ao eixo de entrada (de modo similar à fixação por estrias) e, portanto, possuem a mesma rotação desse eixo; os discos b são, do mesmo modo, fixados ao eixo de saída, e giram com este. Quando a embreagem é desacoplada, os discos ficam livres para deslizar axialmente, separando-se. Quando a embreagem é engatada, os eixos ficam firmemente presos entre si, propiciando (no caso ilustrado) seis superfícies motoras e seis superfícies conduzidas. Os dois discos das extre-
"'
18.2 EmbreogeD8 a Disco A Figura 18.1 mostra uma embreagem a disco simples com uma superfície motriz e urna superfície conduzida. O atrito motor entre as duas se desenvolve quando elas são forçadas uma contra a
F!CUllA 18.1 Embreagem a disco básica.
Anel elementar sujerto à presslio de acoplamento. p
406
PAnn: 2 • AruCAçOES
Como qualquer ouIro elemento de atrito, os discos de embreagem podem ser projetados para operar tanto "a seco" quanto em banho de óleo. As embreagens dos automóveis, do tipo mostrado na Figura 18.2, são secas; a maioria das embreagens de múltiplos discos, incluindo aquelas utilizadas na transmissão automática de veículos, opera sob banho de óleo. O óleo atua como um efetivo refrigerante durante o acoplamento da embreagem, e o uso de múltiplos discos compensa a redução do coeficiente de atrito. As equações desenvolvidas a seguir relacionam as dimensões da embreagem, o coeficiente de atrito, a capacidade de transmitir torque, a força de acoplamento axial e a pressão da interface utilizando cada uma das duas hipóteses básicas. Ao longo do desenvolvimento, o coeficiente de atrito fé admitido como constante.
Piou da e
(diSCo ccnduzulol Ploca de pteulo
1. Admira uma distribuição uniforme para a pressão na interface. Esta hipótese é válida para uma embreagem com alta precisão de fabricação e sem desgaste (nova), com discos extemos rígidos. Considerando-se a Figura 18.1 como referência, a força normal atuante no elemento de anel infinitesimal, de raio r, vale rlF
= (27Tr dr)JJ
(a)
onde pé a pressão uniforme na interface. A força normal total atuante na área do elemento é FlCt.liA 18.2 Embreagem a disco utilizada em automó•'cis. (Cortesia da &rgWamer Corporation.)
F
onde F é também a força axial de acoplamento dos discos motores e conduzidos. O torque de atrito a ser desenvolvido em um elemento de anel pode ser expresso pelo produto da força normal, pelo coeficiente de atrito e pelo raio,
rnidades, para os quais apenas as superficies internas ficam sujeitas ao atrito, devem ser elementos do mesmo conjunto para se evitar que a força de acoplamento seja transmitida para um mancai axial. Observe nas Figuras 18.2e 18.3 que a força de acoplamento da embreagem é localizada na região dos discos, enquanto na Figura 18.1 ela é transmitida a um manca! axial.
~u
doocos motooza
(18.1}
ãT
=
(27Tr dr)pfr
<• d•scos • 6 superlit.es de atntol
Ooscos h - diiCOI tonduzodol 13 doscos e 6 Selos
~de
a11o10l
~deCieo
(pres$<1f•udOpetl
o accp~.,.nto da embtt-reml
r-1-1--
Pi
fiGURA 18.3 Embreagem de múltiplos discos, operada hidraulicamente.
Capítulo 18 a Embreagens e Freios
e o torque total que pode ser desenvolvido ao longo de toda a interface vale
do trabalho realizado por atrito - isto é, um produto da pressão pela velocidade constante, ou um produto constante da pressão pelo raio. Assim,
(b) A Eq. b representa a capacidade de torque de uma embreagem com uma interface de atrito (um disco motriz acoplado a um disco conduzido, conforme ilustrado na Figura 18.1). As embreagens reais (como as mostradas nas Figuras 18.2 e 18.3) empregam N interfaces de atrito, transmitindo torques em paralelo, onde N é um número par (dois na Figura 18.2; seis na Figura 18.3). Para embreagens com N interfaces de atrito, a Eq. b é modificada, ficando (18.2)
407
pr = C
(onde C é uma constante)
A maior pressão, p,.~.,, ocorre obviamente na região do raio interno, e possui um valor admissível determinado pelas características de fricção do material de revestimento. Portanto, para uma embreagem com raio interno r, e uma superfície com pressão admissível PrW.• o projeto da embreagem é baseado na condição pr
= C= Pm
(18.4)
Utilizando a Eq. 18.4 e procedendo-se como na dedução das Eqs. 18.1 até 18.3, obtém-se
Explicitando-se p na Eq. 18.1 e substituindo-se seu valor na Eq. 18.2, tem-se uma equação para a capacidade de torque
(18.5)
em função da força axial de acoplamento: ,
1 =
2Ff(r?, - rl ) ?
,
J(r;; - rJ)
N
(18.3)
2. Admita uma taxa de desgaste uniforme na interface. Conforme estabelecido pela Eq. 9.1, a taxa de desgaste geralmente é proporcional à taxa de trabalho por atrito - isto é, o produto da força de atrito pela velocidade de atrito. Com um coeficiente de atrito constante, a taxa de desgaste é proporcional ao produto da pressão pela velocidade de deslizamento. (Considere, por exemplo, a simples experiência do desgaste de um pedaço de madeira através de uma lixa a uma taxa proporcional tanto à pressão quanto à velocidade de atrito.) Na superfície do disco de uma embreagem a velocidade é proporcional ao raio; portanto, a taxa de trabalho realizado é proporcional ao produto da pressão pelo raio. Assi m, uma embreagem nova (com uma distribuição uniforme da pressão na interface) poderia apresentar um desgaste inicial maior na região do raio mais externo. Após esta fase de desgaste inicial, a superfície de atrito da embreagem tende a se desgastar a uma taxa uniforme limitada, por hipótese, pelas placas rígidas e paralelas externas. Esta taxa de desgaste uniforme é admitida como conseqüência de uma taxa uniforme
r I ') T = FJ( ~N
(18.7)
onde N é o número de interfaces de atrito. Observe a fácil interpretação física da Eq. 18.7. A hipótese de uma taxa de desgaste uniforme fornece uma capacidade calculada para a embreagem menor do que a hipótese de uma pressão uniforme. (Isto ocorre porque um desgaste inicial maior na direção do diâmetro externo desloca o centro de pressão em direção à região mais interna, propiciando um braço de torque menor.) Assim, as embreagens geralmente são proj etadas com base no desgaste uniforme, e possuem uma pequena capacidade de torque extra quando novas. Dados aproximados relativos aos coeficientes de atrito e pressões admissíveis para diversos materiais de revestimento das superfícies de atrito são fornecidas nas Tabelas 18.1 e 18.2.
Tabe la 18.1 Propriedades ;\'lais Importantes dos Materiais de Fricção Operando a Seco Temperatura Máxima de Compressão
Pressão Máxima' Material de .Fricção' Moldado Trançado Metal sinterizado Cortiça Madeira Ferro fundido, aço duro
Coeficiente de Atrito Dinâmico I'
psi
kl'a
Of'
•c
0,25 -0,45 0,25 -0,45 0,15 -0,45 0,30-0,50 0,20- 0,30 0,15 -0,25
150-300 50- 100 150-300 8- 14 50-90 100 - 250
1030 -2070 345- 690 1030- 2070 55 -95 345- 620 690- 1720
400- 500 400- 500 450-1250 180 200
204 - 260 204-260 232 - 677 82 93 260
soo
'Quando atritado contra ferro fundido ou aço liso. 'Os valores experimentais de f variam com a composição, velocidade de atrito, pressão, temperatura e untidade. Consulte o fabricante ou obtenha os dados a partir de ensaios. Para efeito de projeto, utilize, em geral, 50 a 75% dos valores de testes para propiciar um fator de segurança. '0 uso dos valores mais baixos fornecerá uma vida mais longa. Consulte o fabricante·ou obtenha dados de ensaios. Calcule a pressão m6dia nas superfícies cilíndricas com base na área de contato projetada (como ocorreu para as tensões nos mancais e para as pressões nos mancais de deslizamento- veja a Seção I3.3).
408
PARTE
2 • Arur.AçOv.s
Tabela 18.2 Valores Representat ivos do Coeficiente de AtriY> para Materiais de Fricção Operando cm Olco Material de Fricção' Moldado Trançado Metal sinteTizado Papel
Grat'itico Polimérico Cortiça Madeira Ferro fundido, aço duro
Coeficiente de Atrito J)jnãmíco/ 0,()(H),09 0,01H"J,JO 0,0~.08
O,IM,I 4 0,12 (méd.) 0,1 1 (méd.) 0, 1 ~.25
O,J2...(},J6 O,O:H:J,06
2. Como o número de discos deve ser inteiro e par, utilize N = 8. A Figura 18.3 mostra que para esse valor de N precisa-se de 4 + 5, ou nove discos (lembre-se que os dois discos mais externos possuem apenas uma superfície de atrito). 3. Sem qualquer outra alteração, essa condição fornecerá uma embreagem superdimensionada de um fator de 8/6,69 = 1, 19. Outras possíveis alternativas incluem (a) aceitar o superdimensionamento de 19%, (b) aumentar o raio r1, (c) diminuir o raio r. e (d) não alterar qualquer dos raios e reduzir tanto p.,,, quanto F de um fator de 1, 19. 4. Com a escolha da alternativa d, a força de acoplamento é calculada pela Eq. 18.7 c.omo sendo a exata para produzir o torque desejado:
,J r r,)N = 85N ·m 0
I
T = 1' \ - 2
'Quando atritado contra ferro fundido ou aço, ambos lisos.
= F
Um parâmetro importante no projeto das emibreagens é a relação entre os raios interno e externo. O leitor pode mostrar, a partir da Eq. 18.6, que o torque máximo para um determinado raio externo é obtido na condição em que (18.8)
As proporções comumente utilizadas estão na faixa de r1 =
0,45r. e r1 = 0,80r•.
J?ROBLDL\ RESOLVIDO 18.1P Embreagens
Umidas de Múltiplos Discos Uma embreagem úmida de múltiplos discos deve ser projetada para transmitir um torque de 85 N·m. As restrições de espaç.o limitam o diâmetro externo a 100 mm. Os valores de projeto para o material de fricção moldado e pard os discos de aço a serem utilizados são f = 0,06 (úmido) e Pm'' = 1400 kPa. Determine os valores apropriados para o diâmetro interno do disco, o número total de discos e a força de ac.oplamento. SOLUÇÃO
Conhecido: Uma embreagem de múltiplos disc.os com diâmetro externo do disco, d. :5 100 mm, coeficiente de atrito dinâmico,f = 0,06 (úmido) e pressão máxima admissível para o material do disc.o, Pm'' = 1400 kPa, transmite um Iorque, T = 85 N·m.
(0.06 )
(o.o5o +2 o.029 m)s'
F = 4483 to\ S. Arredondando-se o valor de F pard cima, chega-se às respostas propostas para o problema: (a) diâmetro interno de 58 mm, (b) força de acoplamento de 4500 N e (c) um total de nove disc.os.
Comentários: O valor escolhido para r, está na faixa de uso comum de 0,45r. < r, < 0,80r,.
18.3 Freio8 a Disco Conforme observado anteriormente, um freio é similar a uma embreagem; a diferença está no fato de um dos eixos ser substituído por um componente fixo. Assim, com pequenas modificações os projetos ilustrados nas Figuras 18.2 e 18.3 podem ser convertidos para discos de freios. Freios com essas configurações seriam insatisfatórios para uso geral porque sua refrigeração seria inadequada. Por esta razão, os freios a disco do tipo caliper são comumente utilizados. Os freios de bicicletas são, sem qualquer dúvida, os melhores exemplos conhecidos. O aro da roda representa o disco. A superfície de atrito dos calipers entra em contato apenas com uma pequena região da superfície
A Ser Determinado: Determine o diâmetro interno do disco, d1, o número total de discos, N, e a força de acoplamento F. Esquemas e Dados Fornecidos: Veja a Figura 18.3. Decisões e Hipóteses: 1. Utilize o maior diâmetro externo possível, d. = llOO mm (r. = 50 mm). 2. Selecione r; = 29 mm. 3. Com uma embreagem superdimensionada, opte por reduzir p.,,, e F para obter a capacidade de Iorque do projeto. 4. O coeficiente de atrito fé constante. S. A taxa de desgaste na interface é uniforme. 6. O carregamento do Iorque é igualmente compartilhado entre os disc.os.
Análise do Projeto: 1. Utilizando a Eq. 18.6 tem-se N = TI( 7T p.,,,r,j(r', - fi)] = 6,69 discos.
18.4 Freio a disco caliper, operado hidraulicamente. (Cortesia da Auto Specialities Manufacturing Company .)
FIGURA
4-09
Capítulo 18 • Embreagem e Freio•
do disco, deixando o restante da superfície exposta ao ambiente para dissipar calor. A Figura 18.4 mostra um freio a disco caliper acionado hidraulicamente que utiliza um disco com ventilação. A circulação de ar através das passagens interiores propicia um significativo resfriamento adicional. Os freios a disco podem ser observados de forma conveniente nas rodas frontais da maioria das motocicletas de grande porte. A capacidade de torque e os requisitos de força de acoplamento dos freios a disco caliper podem ser determinados utilizandose os procedimentos da seção anterior. As características deresfriamento e de dissipação de calor dos freios são discutidas a seguir.
As fontes de energia a serem absorvidas são principalmente três. 1. Energia cinética de translação: (18.10)
2. E nergia cinética de rotação: (18.11) 3. Energia potencial (gravitacional), como em um elevador sen-
do baixado ou um automóvel descendo uma colina: PE
A função básica de um freio é absorver energia, isto é, converter energia cinética e potencial em calor por atrito, e dissipar o calor resultante sem que altas temperaturas danosas ao sistema sejam desenvolvidas. As embreagens também absorvem energia edissipam calor, porém geralmente a uma taxa mais baixa. Nas aplicações em que os freios (ou as embreagens) são utilizados de forma aproximadamente contínua por longos perfodos de tempo deve-se prover um meio rápido de transferir calor para a atmosfera nas vizinhanças. Nas operações intermitentes, a capacidade térmica dos componentes deve permitir o armazenamento de boa parte do calor e, em seguida, sua dissipação durante um longo perfodo de tempo. Os componentes dos freios e das embreagens devem ser projetados para evitar tensões e distorções térmicas danosas ao sistema (Seção 4.16). A equação básica da transferência de calor é a Eq. 13.13, obtida anteriormente para os mancais de deslizamento e os pares coroa e sem-fim. Com uma notação ligeiramente modificada, esta equação fica H = CA(t, - tal
(18.9)
onde H = é a taxa de dissipação de calor com o tempo (W ou hp) C = é o coeficiente global de transferência de calor (W por m2 por
A = é a área da superfície exposta de dissipação de calor (m2
ou in2) t, = é a temperatura média das superfícies de dissipação de calor (•C ou •f) t. = é a temperatura do ar nas vizinhanças das superfícies de dissipação de calor ("C ou •F) A capacidade dos freios de absorver uma grande quantidade de energia sem atingir temperaturas danosas ao sistema pode ser melhorada (I) aumentando-se as áreas de superficie expostas, introduzindo-se palhetas e nervuras, (2) aumentando-se o fluxo de ar que passa pelas superfícies, minimizando-se as restrições ao fluxo de ar e maximizando-se a ação de bombeamento de ar dos componentes girantes e (3) aumentando-se a massa e o calor específico dos componentes em conta to imediato com as superfícies de atrito, propiciando-se, portanto, um aumento da capacidade de armazenamento de calor durante os curtos períodos do pico da carga de frenagem.
= Wd
(peso multiplicado pela distância \Cnical J (18.12)
Para se ter uma idéia da intensidade da taxa de energia envolvida na ação de frenagem pode-se associá-la à absorção de energia ocorrida durante a parada de um veículo com alta velocidade na situação de iminência de um acidente: a potência de frenagem instantânea é idêntica à potência necessária ao motor para "travar" bruscamente todas as rodas, durante a aceleração das quatro rodas motrizes, a partir de uma alta rotação! Um importante exemplo da capacidade dos freios de um veículo está na parada de um avião a jato comercial durante a interrupção de uma decolagem. O avião a plena carga está na velocidade de decolagem quando, no último instante, os freios são aplicados para uma parada de emergência Para um Boeing 707, isto significa a parada de um veículo de 260.000 libras a 185 mph. Oitenta por cento da energia cinética são absorvidos pelos freios, e eles são projetados para realizar esta operação uma única vez. No evento improvável em que uma decolagem deve ser abortada, os freios atingem uma temperatura destrutiva e devem ser substituídos antes de o avião ser utilizado novamente. Esta é uma boa condição para um projeto de engenharia, ou seja, é mais econôrnico substituir os freios do que carregar o peso extra de freios que poderiam tornar esta parada de emergência sem danos. A taxa com a qual o calor é gerado em uma área unitária de interface de atrito é igual ao produto da pressão normal (de acoplamento) pelo coeficiente de atrito e pela velocidade de atrito. Os fabricantes de freios e dos materiais das superfícies de frenagero têm realizado ensaios e acumulado experiências que os habilitam a obter valores empíricos de p V (produto da pressão normal pela velocidade de atrito) e da potência por unidade de área da superfície de atrito (como hp por polegada quadrada ou quilowatt por milímetrO quadrado) que são apropriados para tipos específicos de projeto de freios, material da superfície de frenagero e condições de operação. A Tabela 18.3 relaciona alguns valores típicos de p V utilizados industrialmente.
Tabela 18.3 Valores Típicos do Produto da Pressão pela Velocidade de Fricção Utiliz.ado nos Freios de
Sapata Industriais
C
Dissipação de calor pobre e conllnua Dissipação de calor pobre c ocasional Dissipação de calor boa e conllnua como em baoho de óleo
-(psi)(ftlmin)
pV
(kPa)(mls)
30.000 60.000
2100
85.000
300()
1050
4 10
P AR"I'E 2 • ArUCAÇÕES
Estna (aJUSte por deslizamento)
Pressão local, p (a)
(h)
FlGlllA 18.5 Embreagem c:ônica -os esquemas a e b nilo es!lio na mesma escala.
18.5 EmbreogeWJ e Freio#J Côrdeo3 A Figura 18.5a mostra uma embreagem cônica. Ela é similar à embreagem de disco e pode ser considerada como um caso geral, no qual o disco é particularmente posicionado a um ângulo de cone a . No caso da embreagem a disco o ângulo a é de 90". O aspecto construtivo de uma embreagem cônica toma impraticável a presença de mais de uma interface de atrito; portanto, N = 1. Confonne observado previamente, esta configuração requer que os mancais dos eixos suportem uma carga axial igual à força de acoplamento. Esta condição é aceitável porque a inerente ação de "soldagem" de uma embreagem cônica típica permite que a força de acoplamento seja reduzida de apenas um quinto da correspondente à embreagem a disco com N = 1. A Figura 18.5b mostra que a área da superfície de um anel elementar vale dA = 27Trdrlsen a
A força normal atuante no elemento pode ser expressa por dN = (27Tr dr)plscn a
A correspondente força de acoplamento vale dF
= dN sen a = (27Tr dr)p
que é exatamente igual à que atua no anel elementar referente a uma embreagem a disco (Eq. a). O torque a ser transmitido pelo elemento vale áf =
dN fr = 27Tpfr drlscn a
A partir desta relação, as equações para a força de acoplamento e para a capacidade de transmissão de torque são deduzidas por um desenvolvimento exatamente idêntico ao utilizado para a embreagem a disco. A Eq. 18.4 está associada à hipótese de que a taxa de desgaste é unifonne. As equações resultantes indicam que as Eqs. 18.1 e 18.5 também são válidas para a força de acoplamento atuante nas embreagens cônicas, e que a capacidade de transmitir torque de uma embreagem cônica é expressa pelas
equações de embreagens a disco divididas por sen a. Assim, para a hipótese de pressão uniforme tem-se T - ; 7Tpj(r;: - rh lscn a
(18.2a)
(18.3a) e para a hipótese de taxa de desgaste unifonne tem-se
(18.6a)
T -
.Jr" 2I- " ' ) / seno fj\-
(18.7a)
Essas equações recebem uma letra após a numeração correspondente às equações das embreagens a disco porque representam, simplesmente, uma generalização das equações referentes àquelas embreagens, com N = l. Teoricamente, quanto menor o ângulo a menor a força necessária ao acoplamento. Este ângulo não pode ser menor que 8•; se assim for, a embreagem pode tender a "grimpar" quando acoplada. Além disso, as embreagens cônicas com a < 8• tendem a ser de difícil desacoplamento. Um ângulo de 12• geralmente é considerado como ótimo, sendo os valores de a entre 8• c 15• comumente utilizados. A embreagem mostrada na Figura 18.5a é desacoplada por um garfo ajustado ao rasgo deslocado. Como o garfo não gira, um manca! axial deve ser utilizado (como no caso das embreagens a disco - Figura 18.2).
18.6 Freio. o 'lbmbor de Sapoto. Curto. Os freios a tambor são de dois tipos: (1) aqueles de sapatas externas que se comprimem contra a superfície externa (cil1ndri-
Capítulo 18 • Embreagens e Freios
411
a
t Sentido da rot~
(b)
Sapata e ala,..nca como um cOfpo livre
~> -+j (a)
+-} ----,-
Conjunto de freio
" TO
(c)
(d)
Tambor como um corpo livre
Proporç6es da alavanca para um freto autotravante
F!GLllA 18.6 Freio a tambor de sapata curta.
ca) de um tambor e (2) aqueles de sapatas internas que se expandem para entrar em contato com a superfície interna dotambor. A Figura 18.6 mostra a representação esquemática de um freio a tambor externo simples de uma "sapata curta" - isto é, uma sapata que entra em contato com apenas um pequeno segmento da periferia do tambor. A força F atuante na extremidade da alavanca aplica o freio. Embora a força normal (N) e a força de atrito (jN) atuantes entre o tambor e a sapata sejam distribuídas continuamente sobre as superfícies de contato, .a análise das sapatas curtas admite que essas forças sejam concentradas no centro do contato. O sistema de freio completo é mostrado na Figura 18.6a. Os diagramas de corpo livre dos componentes básicos são mostrados nas Figuras 18.6b e c. A rotação dotambor é orientada no sentido horário. A equação de equil.tbrio de momentos em relação ao mancal A para o conjunto constituído pela sapata e pela alavanca fornece Fc
+ fNa
- bN = O
(c)
O somatório de momentos em relação ao centro Odo tambor fornece T =JNr
(d)
Resolvendo-se as Eqs. c e d para N e T, obtém-se N T
= Fcl(b = j'Fcrl(b
fa) - fa)
(aulo-energizante) (18.13)
O torque T representa uma combinação do torque inerciai e do torque devido à carga necessários para o equilíbrio, e ele é numericamente igual ao torque de atrito desenvolvido pelo freio.
A Eq. 18.13 é rotulada de "auto-energizante" porque o momento da força de atrito (/Na) auxilia a força aplicada (F) na aplicação do freio. Para o sentido anti-horário de rotação do tambor, a orientação da força de atrito deve ser invertida. Neste caso o momento da força de atrito é oposto ao da força de aplicação do freio, tomando-o autodesenergizante. A dedução da equação para o freio desenergizante é idêntica à do freio autoenergizante, exceto pelo sinal do termo da força de atrito, que deve ser invertido: T
~
f Fcrl(b + ja)
(au toclcscncrgizanlc)
(18.14)
Considerando-se ainda a frenagem auto-energizada (rotação do eixo no sentido horário), note que o freio será autotravante se o denominador da Eq. 18.13 for nulo ou negativo. Assim, para um freio autotravante, b -s; jil
(18.15)
Por exemplo, se f = 0,3, o autotravamento (para rotação do tambor no sentido horário) será obtido se b -s. 0,3a. Esta condição é ilustrada na Figura 18.6d. Um freio autotravante requer apenas que as sapatas sejam colocadas em contato com o tambor (com F = O) para que este seja "travado" em relação a uma rotação em um dos sentidos. Como o freio ilustrado na Figura 18.6 possui apenas uma sapata, a força total exercida sobre o tambor pela sapata será equili brada pela reação dos mancais do eixo. Esta é uma das razões pelas quais quase sempre são utilizadas duas sapatas opostas, como mostrado na Figura 18.7. Embora raramente as forças opostas das sapatas estejam em perfeito equil.tbrio, as cargas resultantes atuantes nos mancais são geral.tnente pequenas.
412
PARTF.
2 •
A!'UCAÇOES
PROBL&'IA REsOLVIDO 18.2
Freio a Tambor de
Duas Sapatas Extel'I1.As O freio a tambor de duas sapatas externas, mostrado na Figura 18.7, possui sapatas de 80 mm de largura que estabelecem um contato de 90" com a s uperfície do tambor. Para um coeficiente de atrito de 0,20 e uma pressão de contato admissível de 400 kN por metro quadrado de área projetada, estime (a) a força F máxima da alavanca que pode ser utilizada, (b) o torque de frenagem resultante e (c) a carga radial imposta aos mancais do eixo. Utilize as equações deduzidas para sapatas curtas.
Hipótae1: 1. A largura do tambor é igual ou maior que a largura da sapata. 2. A alavanca, bem como os demais componentes do tambor de freio, suportam as cargas. 3. O tambor gira a uma rotação constante e o freio a tambor está na condição de regime estacionário.
Análise: 1. As Figuras 18.7b até/mostram cada componente do Creio como um corpo livre. A análise de forças começa com a alavanca flutuante 5, uma vez que ela recebe a força aplicada F. Observe a convenção utilizada na representação das demais forças: éa força horizontal que o componente 4 aplica sobre o componente 5 (como a barra de ligação 4 só pode suportar uma força axial, trnção ou compressão, nela não pode haver uma força vertical V.,). O pino de conexão na rótula flutuante On transmite uma força com componentes horizontal e vertical à barra de ligação 5 (H,. e V25). O equilíbrio de momentos em relação a O, estabelece que H., = 4F; o equilíbrio de forças estabelece que v,= F e H,.= 4F. 2. Analisando-se a barra de ligação 4, obtém-se que H,. (força horizontal de 5 sobre 4) é igual e oposta a H.,; o equilíbrio de forças estabelece que H,. seja igual e oposta a H,.. 3. Na sapata esquerda (elemento 3) a força aplicada é H" (que é igual e oposta a H,.,). A análise da sapata admite que as forças normal
H.,
SoWÇÁO
Conh«ido: Um freio a tambor de duas sapatas externas com largura, coeficiente de atrito, pressão admissível de contato e ãngulo de contato com a superfície do tambor fornecidos deve propiciar um torque de frenagem.
A Ser Detenninado: Determine (a) a força na alavanca de atuação, (b) o torque de frenagem e (c) a carga radial nos mancais do eixo.
Eaquemaa e Dados Fornecidos:
largura da sapata. 80 mm
! = 0.20 p.,8
= 0 .40 Nlmm 2
(h)
Todas as dtmensões em molfmetros (c)
1134 a 4f
•
~
(4) $)
1136 = l 0,53F
1154 : 4F
•
1126
1/52: 4f
= 7,07 F
V36 = 2.11F V 12
'-.'B>- - • 1113 = 6.53F
= 2,41F
(f)
1' 13 = 2.11F (d)
FIGUM 18.7 Freio a tambor de duas sapatas (Problema Resolvido 18.2).
(<)
413
Capítulo 18 • Embreagett.t e Freio! e de atrito aplicadas pelo tambor 6 atuam no seu centro geométrico, conforme mostrado. A força normal é H., e a força de atrito é H., multiplicada pelo coeficiente de atrito fornecido de 0,2. O equilíbrio de momentos em relação a O" fornece
+ 0,2H óJ( 170)
4 1-'(700)
- H6J(300) = O.
ou 1ft., = I0.53F
v., atuantes na rótula fixa O., são determinadas a partir das equações de equilfbrio de forças. 4. As forças normal e de atrito H., e V62 atuantes na sapata 2 são determinadas do mesmo modo. A equação de momentos possui um termo adicional devido às forças horizontal e venical aplicadas pelo elemento de ligação 2: As forças H" e
4F(600)
1'(40)
ou
1/62 =
7.07F
S. As forças horizontal e vertical aplicadas ao tambor 6 são iguais e opostas às correspondentes forças aplicadas às sapatas. Se, conforme admitido por hipótese, a aceleração do tambor é nula, o torque atuante T (que tende a continuar a orientação de rotação no sentido horário) é igual a (2, 11 F + I ,41 F) vezes o mio do tambor, ou seja, 880F N·mm. As forças aplicadas à rótula fixa 0 16 são H,6 = 3,46F e V 16 = 0,70F. 6. O valor admissível de Fé definido pela pressão admissível atuante sobre a sapata auto-energizada. A área projetada da sapata é igual ao produto dos 80 mm de largum pelo comprimento da corda referente a um arco de 90" do raio de 250 mm do tambor: A = 8012(250 scn 45°)1 = 28.284 mm 2 A pressão normal atuante na sapata 3 vale
p = 10.53Fn8.284
18.7.1 Sapatas Longu Não-plvotad88 A Figura 18.8 mostra uma sapata de freio em contato com seu tambor, representado por um cfrculo. Quando a sapata se desgasta ela pi vota em relação a 0 2• Entretanto, o desgaste-padrão pode ser representado de forma mais adequada mantendo-se a sapata fixa e indicando o tambor pivotando por um ângulo a em tomo de 0 2, conforme representado pelo círculo tracejado. Para a mesma quantidade-limite de desgaste mostrada, o centro 0 1 se move para o;,e um ponto de contato arbitrário A se move para A '. O desgaste no ponto A normal à superfície de contato é representado pela distância a•. onde
õ, = AA ' ~cn (3
= 0 2Aa ~cn f3
(e)
Pela geometria mostrada na figura, ~en
{3 = 0 21JI02A 0 18 = 0 2 I scn( 180° - O) =
o
o, o, scn o
= 1074 N
(g)
Admite-se que o desgaste normal seja proporcional ao trabalho de atrito, o qual, para diversos locais da superfície de contato da sapata, é proporcional à pressão local,
T - 880( 1074 ) - 945 X lO' N ·mm.
(h)
e
p = Paw. ..en ti/( >en 8lm"'
7. O torque de frenagem correspondente vale
ou 945 N·m
8. A carga radial resultante transmitida aos mancais será
V(0.70)2 + (3.46)2 F -- 3,53F :; 379 1 N
(18.16)
O valor máximo de sen Oocorre, obviamente, para O= 90". Logo, a pressão máxima e o desgaste máximo ocorrem para O= 90". Se, como é usualmente o caso, a geometria é tal que os ângulos de contato incluem o ângulo O= 90•, (18.17)
Corneratáriot: Observe que as cargas aplicadas ao tambor pela sapata esquerda (3) são maiores porque esta sapata é auto-energizante, enquanto a sapata (2) é desenergizante. Se o sentido de rotação do tambor for invenido, a sapata 2 se tomará auto-energizante. (A sapata auto-energizante se desgasta mais rapidamente, porém se o freio for utilizado de forma pmticamente idêntica em ambos os sentidos de rotação do tambor as sapatas ficarJo sujeitas aproximadamente ao mesmo desgaste.)
18.7 Freio8 a 1hmbor de Sopo.to3 Longa ExteJWOJJ Em geral, se uma sapata de freio entra em contato com um tambor em uma região correspondente a um ângulo de cerca de 45•
(f)
Substituindo-se a Eq. f na Eq. e, tem-se
= 0.0003723F N/mm2
Igualando-se o valor deslll pressão ao valor admissível p...., = 0,40 Nlrnm', tem-se F
ou mais, os erros introduzidos pelas equações referentes às sapatas curtas são significativos. Para esta situação a análise a seguir para sapatas longas é mais apropriada.
FlCLllA 18.8 Oistrlbulçlio do desgaste em uma sapata de rreio.
4. Analogamente, para o momento das forças de atrito, MI' tem-se
~-----------------<----------------~ F
=
(
11 !
fPnv.• senO r tiO b(r - t1 co~ 8)
(~en 8)"""'
}81
02
S. Substituindo-se a relação sen Ocos O= lh sen 20, obtém-se I /
I
Mt_, fPmJxriJ
/
/ ' Nota: d • 0 20 3 ----Largura da sapata, b d cos (180 - 0)
.,.
FIGURA 18.9 Forças atuantes em uma sapata de rr eio.
u1
r
r~en(l
fPm.lx br r(CllS ()I (scn Olmth
+
Note que este desenvolvimento foi baseado nas hipóteses de que não ocorre qualquer deformação na sapata ou no tambor, que o tambor não se desgasta e o desgaste da sapata é proporcional ao trabalho do atrito, que, por sua vez, é proporcional à pressão local. A Figura 18.9 mostra as forças aplicadas à sapata do freio (incluindo sua alavanca associada).
1112(
(~cn 9)m,l<
*(cm 2fh
~ .,en 20) dO
Cll~ /11)
cos 20 1) ]
(18.20)(
6. Para o equilfbrio dos momentos atuanres no tambor,
1. Considerando a sapata como um corpo livre, a condição de equiliôrio l: Mcn = O fornece
(18.18)
(18.21)
onde M . é o momenro das forças normais, M, - -
l
•
62
dN (d -.en 0)
(i)
I
Em relação à Eq. 18.18, fica evidente que um freio autoenergizante será autotravante se M1 ~ M •. Geralmente, desejase fabricar urna sapata de freio fortemente auto-energizante enquanto se distancia da condição de autotravante. Isto pode ser conseguido projetando-se o freio de modo que o valor deM.., calculado utilizando um valor def que seja 25 a 50% maior do que o valor verdadeiro, seja igual ao valor de M•.
e dN = p(rdO)b 2. A aplicação da Eq. 18.16 fornece dN
= Pm~xbr scn OdO/(scn Olm:U.
7. As forças de reação em 0 2 e 0 3 podem ser prontamente obtidas a partir das equações de equillbrio de forças nas direções horizontal e vertical.
(j) PROBLEl\IA RESOLVIDO 18.3 Freio a Tambor de Duas Sapatas Externas
3. Combinando-se as Eqs. i e j, tem-se
A Figura 18.10 representa um freio a tambor de duas sapatas com uma mola que aplica uma força F a uma dístíl.ncia c = 500 mm para ambas as sapatas. (O freio é libemdo por um solenóide, não mostrado.) Os valores do coeficiente de atrito e da pressão admiss!vel são de 0,3 e 600 kPa, respectivamente. Considerando uma utilização industrial ocasional, determine um valor apropriado para a força da mola,
(18.19)
'Ao reali2ara substituiçào na Eq. 18.18. utili
Capítulo 18 • Embreagens e Freios o Iorque de frenagem resultante e a absorção de potência para uma rotação do tambor de 300 rpm em ambos os sentidos.
415
3. O freio é acionado ocasionalmente, c.om uma dissipação de ca~ lor pobre; a Tabela !8.3 fornec-e o valor apropriado pV = 2,1 MPa·m/s.
SOLUÇÃO Conhecido: Um tambor de freio de duas sapatas externas gira a 300 rpm em ambos os sentidos. A largura das sapatas, o coeficiente de atrito, a pressão de contato admissível e o ângulo de c.ontato da superfície do tambor são dados.
A Ser Determinado: Determine a força da mola, o tmque de frenagero e a absorção de potência.
Análise: I . Em relação à sapata da direita, conforme mostrado na Figunt !8. 10b,
= 98,;:.:. 13:,-:·c,.--
(J,
...,.
1502
=
250 mm.
3. Como 92 > 90°, (sen 6)mh = 1. 4. Pela Eq. !8.! 9,
Mn - -
Esquemas e Dados Fornecidos:
+
2. d- = V2002
Pmb brd f2(0o - 8, ) - sen 28, 4(sen 8) 111(1, -
+ sen 281
M. = -(Pm~~x/4)(50)( 150)(250)[2(77/2)
sen 196,26° I· sen 16,26° ]
_.--- - - ---t' Força para
= - 1735 X J03 f)111áx
liberar o freio
S. Pela Eq. 18.20,
C".
f Pmáxbr [ M1 = r(cos 0 1 (sen 6)m(Jx
500
J
+ ~(cos 262
Tambor de ferro fundido Superffcoe da sapata de materoal compósito moldado I>• 50
MJ =
Todas as domensoes em milfmetros
-
-
cos 02)
cos 26 1) J
fp 111~,(50)( 1 50)l l 50(cos
8.13° - cos 98, 13°) 1- (250/4)(cos 196.26° - cos 16,26°}]
= 3 73 X 103fPmax (.,) Freio completo
6. Pe la Eq. 18.2 1,
T' l 300
T = T
r 2fbPmáx (sen O)má•
(cos 0 1 - cos Ov
= - ( 150)2(50).fiJ.,4,(cos 8.13°
- cos 98.13°)
O valor absoluto do Iorque de frenagem Téde 1273 X 10' /pmh · 7. Pela Tabela 18.3, para a condição de operação admitida,p,,, V= 2, 1 MPa·m/s; V= 0 ,377(300/60) = 4 ,71 m/s. Assim,pmh = 2,1/ 4,71 = 0,446 MPa. (Este valor é aceitável, uma vez que está significativamente abaixo do valor admissível fornecido de 0,600MPa.) 8. Pela Eq. 18.1 8,
Fc
+
M,
SOOF - 1735 X 10\ 0 ,446)
+ M1 = + 373 X
O
10 3(0.3)(0.446) = O
ou
F
= 1448 1
(força da mo la)
9. A força da mola foi determinada c.om base na pressão admissí-
FIGURA 18.10 Freio a tambor de duas sapatas (Problema Resoh'ido 18.3).
vel atuante sobre a sapata direita, que se mostrou ligeiramente auto-energizante. Esta mesma força da mola produzirá um valor mais baixo de p""" na sapata esquerda. Aplicando-se a Eq. !8.!8 à sapata esquerda, a única altemção é o sinal do termo do momento de atrito:
Hipóteses: 1. A análise do freio a tambor de sapatas longas é apropriada: (a)
Fc + M, - M1 = O 500(1448)- !735 X l03p,.,ã•- 373 X t0:'(0.3)Pm.1x
(b)
Sapata direita e tambor
tanto a sapata quanto o tambor são ógidos, isto é, não se deformam, (b) o tambor não se desgasta e (c) o desgaste normal é proporcional à pressão local. 2. O freio a tambor opera no regime permanente,
ou P max =
0,392 MPa
=0
4 16
PARTE
2 • ArUCAÇÕES
10. Pela equação da etapa 6, o Iorque de frenagem total (sapatas di-
reita e esquerda) é de 1273 X lo-1(0.3)(0.446
+
0,392)
= 320-032
·mm
"" 320 N ·on 11. Pela Eq. 1.2, a potência correspondente a 300 rpm vale
W
= nT/9549 = 300(320)/9549 = I 0. 1 t::::
I OkW
''
Comentário~:
I
I. As respostas fornecidas no desenvolvimento referem-se a ambos
os sentidos de rotação do tambor; a inversão do sentido apenas alterna os valores de p.,.,. e T das duas sapatas. 2. Se a análise referente às sapatas cwtas fosse utilizada, nenhuma das sapatas seria auto-energizante ou desenergizante. Para F = 1448 N, as equações para sapatas cwtas estimariam um torque para cada sapata de
T
= Nfr
= 11448(500nOO)I(0,3)(0, 150) =
162.9
I \ \ \
' ' .............
FIGLR.\ 18.12 Força de atrito ~ultante ilustrando porque r1 > r.
•m
ou um torque de frenagem total de 325,8 N·m. A ação real de auto-energização e desenergização é detenninada pelo raio r1 da força de atrito resultante (veja as Figuras 18. 11 e 18.12). 3. As equações para sapatas longas indicam que o material de fricçllo na extremidade da sapata mais próxima da rótula O, contribui muito pouco; assim, pode ser desejável aumentar 81• Analogamente, poder-se-ia aumentar a capacidade de frenagem aumentando-se o valor de 8,.
resultantes normal e de atrito ocorre a um "raio de atrito"
r1, onde 'J
4$en(8n} scn 8
=r 8 +
e que o torque de frenagem resultante vale
T=
18.7.2 Sapata Longa Plvotada A Figura 18.11 mostra um freio de sapata longa pivotada. Se o pivõ P estiver localizado na interseção das forças resultantes normal e de atrito (designadas por N efN, respectivamente), não há uma tendência da sapata de girar em torno do pivô. Esta condição é desejável para igualar o desgaste. As sapatas pi votadas geralmente não são práticas porque o pivô se move progressivamente, ficando mais próximo do tambor na medida em que ocorre o desgaste. As sapatas, então, tendem a pi votar em torno de P, resultando em um rápido desgaste em uma ou outra de suas extremidades (extremidade mais distante ou mais próxima da rótula OJ. A integração ao longo da superfície de uma sapata carregada simetricamente mostra que a interseção das forças
(18.22)
JNr1
(18.23)
A Figura 18. 12 mostra porque r1 > r. a resultante das forças de atrito atuante sobre qualquer par simétrico de elementos é localizada acima da superficie do tambor.
18.8 Freios a 'Ihmbor de Sapatu Longulnterruu Os freios a tambor de sapatas longas internas são caracterizados pela sua aplicação nos freios a tambor dos automóveis. A Figura 18.13 mostra sua construção básica. Ambas as sapatas pivotam em torno de pinos de ancoragem e são forçadas contra as superfícies internas do tambor através de um pistão em cada extremi-
Col1ndro hrdrtuhco da roda
N
r
c
/
Came de 1111ste
I I
I
' I I
\
\
'
\ ' ' ....."______ ,.,
/
P1nos de ancorag-em FIGURA 18.11 freio de sapata pívotada.
FlCLllA J8.13 Freio a tambor do tipo automotivo (sapata.ç Internas).
Capítulo 18 • Embreagens e Freios 417 dade do cilindro hidráulico da roda. A mola de retorno exerce apenas uma força suficiente para retrair as sapatas contra os carnes de ajuste, que servem como "batentes". Uma regulagem adequada dos carnes, minimizando a folga entre as sapatas e o tambor, faz com que seja necessário apenas um movimento mínimo do pistão hidráulico para colocar as sapatas em contato com o tambor. As Eqs. 18.16 até 18.23 são também aplicáveis aos freios a tambor de sapatas internas. A notação é fornecida na Figura 18.13. A energização e a desenergização de qualquer das sapatas e o sentido de rotação do tambor podem ser visualizados rapidamente (1) notando-se o sentido da atuação da força de atrito na região de contato da superfície da sapata e (2) determinando-se se esta força tende a aumentar ou diminuir o contato da sapata com o tambor. Na Figura 18.13 a sapata esquerda é auto-energizante e a sapata direita desenergizante para o sentido de rotação indicado para o tambor. Nos freios dos automóveis, é necessária uma ação autoenergizante significativa para reduzir a pressão do pedal, porém um autotravamento (para qualquer coeficiente de atrito que possa ser encontrado em operação) obviamente deve ser evitado. Uma configuração que tem sido utilizada para se obter uma maior ação auto-energizante para o movimento à frente de um automóvel é mostrada na Figura 18.14. Utilizando dois cilindros hidráulicos de roda (cada um com um único pistão), consegue-se fazer com que ambas as sapatas se tornem auto-energizantes para a rotação do tambor correspondente ao sentido de movimento à frente do veículo. Esta configuração tem sido utilizada para os freios das rodas dianteiras, com o tipo mostrado na IFigura 18.13 sendo utilizado nas rodas traseiras. O resultado é um veículo com seis sapatas auto-energizantes para o movimento do veículo para a frente e duas para o movimento de ré. Inicialmente por considerações de custo, o freio dianteiro de dois cilindros foi substituído por um projeto que considerava apenas um único cilindro que possuía a ação auto-energizante para a frente com ambas as sapatas pela ftxação dos pinos de ancoragem em uma placa que ficava livre para pivotar através de um pequeno arco. Recentemente, os freios a disco caliper substituíram os freios a tambor dianteiros na grande maioria dos carros de passageiros
devido à sua maior capacidade de refrigeração e da conseqüente resistência ao enfraquecimento, uma vez que o coeficiente de atrito é reduzido a temperaturas elevadas. Tipicamente, os retores dos freios a disco também tendem a se distorcer com o calor e com as altas forças na interface menos do que os freios a tambor.
18.9 Freio8 de Cinta Talvez o mais simples entre muitos dispositivos de frenagem seja o freio de cinta, mostrado na Figura 18.15. A cinta, em si, geralmente é feita de aço, revestida com material trançado de fricção para propiciar flexibilidade. Para o tambor girando no sentido horário, mostrado aqui, as forças de atrito atuando na cinta aumentam a força P, e diminuem a força P2• Com a região do tambor e da cinta acima do plano de corte (Figura 18.15) considerada como um corpo livre, o torque de frenagem T pode ser calculado como (18.24)
Com as regiões da alavanca e da cinta abaixo do plano de corte consideradas como um corpo livre, a força de alavanca F aplicada vale (18.25)
A Figura 18.16 mostra as forças atuantes em um elemento da cinta. Para pequenos ângulos d(J, tem-se di' = f dN
Laraura da conta,
(k)
~
Rotaçlo
Re"'!stimento do freoo
Carne e guia de ajuste
FIGURA 18.15 Freio de cinta.
Pino de ancoragem
F!Gt:RA 18.14. !'' reio automotivo com dois cilindros hidráulicos de roda. Ambas as sapatas são auto-energizantes para o mo•imento para frente do veículo. (Cortesia Chrysler Corporation.)
F'lGURA 18.16 forças atuantes em um elemento de cinta (largura= b).
418
PARTE
2 •
Arur.AÇOF.S
e (I)
dN = 2(P d0/2) = P dO
Também por definição, tem-se dN = pbrdO
ça F tenciona a extremidade da cinta fixada na distância a mais do que libera a extremidade fixada à distância s. Um estudo do movimento e das forças envolvidas nos dois pontos de fixação da cinta mostra porque o nome freio diferencial de cinta é apropriado neste caso. Para um freio diferencial de cinta, aEq. 18.25 é substituída pela expressão
(m)
(18.28)
onde pé a pressão de contato local entre o tambor e a cinta. Substituindo-se a Eq. I na Eq. k, obtém-se
PROBLEt\IA RESOL"\'IDO 18.4 Fl."eio Difel."encial de dP
dP ou - =fdO p
= fPdO,
(n)
A força na cintaP varia de P, até P2 ao longo da região entre 8 = Oe 8 = cf>. Assim, integrando-se a Eq. n ao longo do comprimento de contato, tem-se
i "• - =r14> 1'1
dP p
o
do
anta
O freio diferencial de cinta mostrado na Figura 18.18 utiliza um revestimento trançado que propicia um coeficiente de atrito f = 0,20. A geometria do freio é tal que b = 80 mm, r = 250 mm, c = 700 mm, a= ! 50 mm, s = 35 mm e
Conhecido: Um freio diferencial de cinta com dimensões e ângu-
(18.26)
A pressão normal máxima, P.n~>.• atuante na cinta ocorre em 8 = q,, onde P = P ,. Aplicando-se as Eqs. I e m a este ponto, tem-se dN
= P, dO
lo de aderência da cinta conhecidos utiliza uma cinta com um dado coeficiente de atrito e uma pressão admissível para o revestimento.
A Ser Determinado: Determine o torque de frenagem, a força de atuação do freio e os valores da dimensão s que propiciam um autotmvamento.
Esq"emas e Dados Fornecidos:
c
Assim, (18.27) Pressão mh1ma no revestimento,
O freio mostrado na Figura 18.15 é auto-energizante para uma rotação do tambor no sentido horário. Uma ação auto-energizante maior pode ser obtida fazendo-se com que a extremidade previamente fixada à cinta seja presa à alavanca no lado oposto à rótula, conforme mostrado na Figura 18.17. A força de tração devida a esta fixação serve, agora, para auxiliar na aplicação do freio. Observe também que a distâncias deve ser menor que a distância a, de modo que o acionamento da alavanca com a for-
p.,.. =0.5 MPa
FIGLll~
18.18 freio díferenclal de cinta para o Problema ResoMdo 18.4.
Hipóteses: 1. O coeficiente de atrito é constante. 2. A alavanca e os demais componentes do freio de cinta suportard.o a carga. F
,_J FIGtJRA 18.17 freio díferencial de cinta.
3. A largura do tambor é igual ou superior à largura da cinta. 4. A alavanca e a cinta opemm na condição de regime permanente. Alrálise: 1. Pela Eq. 18.27:
P1
= (0.5)(250)(80) = 10.000 ~ (lado tenso).
2. Pela Eq. 18.26: P2 =
PJ
e<0.2lCUJ,.1 =
4328 N (lado frouxo).
Capítulo 18 • Embreagens e Freios 3. Pela Eq. 18.24:
T = (10.000 - 4328)(0,250) = 14 18 N · m. .
4. PelaEq. 18.28: F ~
4328(150) - 10.000(35) 700
= 427 N.
S. PelaEq. 18.28: F =O paras= 4328( 150)/10.000 = 64,9mm. O freio será autotravante (para/= 0,20) ses 2: 64,9 mm.
18.10 Materiais No projeto de freios e embreagens a seleção dos materiais para as superfícies de atrito na interface é crítica. Uma das superfícies que se acoplam, normalmente metálica - em geral de ferro fundido ou aço - deve possuir boas características de atrito, as quais são relativamente estáveis na faixa de temperaturas de operação com o material da outra superfície. O material também deve apresentar boa condutividade térmica e boa resistência ao desgaste e à fadiga térmica. O acabamento superficial do elemento metálico deve ser suficientemente liso para minimizar o desgaste do material de acoplamento por fricção. A fadiga térmica se deve às tensões internas resultantes da expansão e da contração do material da superfície em relação à subsuperfície durante o uso (veja a Seção 4.16). Um ciclo de fadiga é acumulado cada vez que o freio (ou a embreagem) é utilizado e posteriormente resfriado. Tensões residuais e escoamento podem ocorrer. Esta condição acelera o dano por fadiga e causa empenamento. As trincas iniciais de fadiga, resultantes da ciclagem térmica, são geralmente denominadas "trincas por calor" ou "trincas por temperatura". A resistência à fadiga térmica é aumentada utilizando-se um material com condutividade térmica maior (reduzindo, portanto, os gradientes de temperatura da superfície), um coeficiente de expansão térmica menor e uma maior resistência à fadiga e ao escoamento por alta temperatura. O principal requisito dos materiais de fricção é um alto coeficiente de atrito dinâmico que seja relativamente estável na faixa de temperatura de operação e relativamente pouco afetado pela umidade e pequenas quantidades de impurezas e óleo; um coeficiente de atrito estático que exceda ao dinâmico de um valor tão pequeno quanto possível (para evitar uma vibração por deslizamento descontínuo e problemas de ruído); alta resistência à abrasão e ao desgaste adesivo (veja as Seções 9.9 e 9.19); boa condutividade térmica; e resiliência suficiente para promover uma boa distribuição da pressão na interface. A estabilidade do coeficiente de atrito em relação à temperatura é geralmente expressa como sua resistência ao enfraquecimento. A Tabela 18.1 relaciona os materiais de fricção secos mais comuns utilizados nos freios e nas embreagens. Alguns freios industriais utilizam madeira como elemento de atrito, e o freio de muitos vagões utiliza sapatas de ferro fundido acionando rodas de ferro fundido ou aço. Grande parte das aplicações utiliza materiais de fricção classificados como metais moldados, trançados ou sinterizados. Os materiais moldados são os mais comuns e mais baratos. Eles consistem, basicamente, em um revestimento, fibras de reforço, aditivos modificadores do atrito e tirantes de enchimento. O revestimento em geral é uma resina ou borracha cur.ada termicamente que serve para unir os demais ingredientes, formando um
419
composto resistente ao calor. As fibras de reforço eram, no passado, quase sempre de asbesto, porém atualmente outros materiais estão sendo utilizados de forma gradualmente crescente. Os materiais trançados possuem uma maior flexibilidade, requisito para os freios de cinta, e geralmente apresentam um melhor desempenho, em particular quando lama, graxa e impurezas estão presentes. Eles são produzidos através de fibras torcidas. Essas fibras recobrem filamentos de zinco, cobre ou latão para aumentar a resistência e a condutividade térmica, tecendo o fio em mantas ou fitas, saturando-o com resinas e modificadores das propriedades de atrito e, finalmente, curando-o sob calor e pressão. Os materiais de atrito metálicos sinterizados são mais caros e também os melhores disponíveis para aplicações em serviços pesados, particularmente quando a operação é contínua a temperaturas acima de 26Q<>C (SOO•F). Esses materiais são compostos de metais nobres e fibras inorgânicas que são moldadas sob alta pressão e, em seguida, sinterizadas. Durante o processo de sinterização as partículas metálicas são aquecidas para se fundir termicamente sem uma fusão completa. Os materiais de fricção sinterizados metal-cerâmicos são similares, exceto pelo fato de as partículas cerâmicas serem adicionadas antes da sinterização. A Tabela 18.2 relaciona os coeficientes de atrito para a operação em óleo de diversos materiais de fricção. Os chamados materiais de papel são os de menor custo. Eles são elaborados a partir de folhas fibrosas, saturadas com resina, preenchidas com modificadores de fricção, curadas a altas temperaturas e unidas a um portador, usualmente aço. Devido a seus altos coeficientes de atrito e ao baixo custo, eles são utilizados extensivamente em embreagens de múltiplos discos, como nas transmissões automáticas dos automóveis. O alto coeficiente de atrito permite o uso de uma quantidade menor de discos. Os materiais grafíticos são compostos moldados de grafite e resinas aglutinantes. Eles possuem boa capacidade térmica para aplicações envolvendo altas energias. Os poliméricos são de uma classe relativamente nova de materiais de fricção. Eles são altamente resilientes e possuem alta capacidade de armazenamento de energia térmica. O reconhecimento dos riscos à saúde associados aos asbestos e as regulamentações governamentais do controle de sua utilização têm resultado em um grande esforço para se desenvolver materiais de fricção alternativos. Este é um bom exemplo da influência dos fatores ecológicos, legais e relacionados à saúde no projeto moderno de engenharia.
Referê'IU!ÜUJ I. Baker. A. K.. Veilicle 8 1'(1king, Pentcch Press Limite
Jersey. 1995. 3. Crousc. W. H.. "Automotivc Brakes," Auronwtivt' Chassis wul Bot~v. 4th ed .. McG,·aw-Hi11. NewYork, 1971. 4. Fa1.ekas, G. A.. "On Circular Spot Bra.kes," ASME Trrm.\., J. Enf?. lnd.. Serie.s B. 94(3):859-863 (Aug. 1972). 5. Gagne. A. F. Jr.. ''Torque Capacil)' and Design of Cone and Disk Clutches," Prod. Eng. 24: (Dec. 1953). 6. Ncal~. M. J. (cd.), Tribolt>gy 1/antlbrx>k. Wiley, :-Jew York, 1973.
420
PARTE
2 • AI'UCAC0f:S
Stccd~. and T. K. Garrcu. The Mowr Vehi· cil'. l Oth cd .. Buucrwonhs. London, 1986.
7. Newton. K.. W.
(a) Para um fator de segurança de 2,0 cm relaçilo ao escorregamento da embreagem. qual deve ser o número total de discos? (b) Utilizando esse número de discos. qual é a força de acoplamento mínima que propiciará a capacidade de torque desejada? (c) Utilizando esta força de acoplamento, qual é a pressão da interface nos raios de contato interno e exll:rno?
8. Proctor, J.. "Sclccting Clutchc' for Mcchanical Dri1cs." Prod. Eng. 32:43-58 (Junc 1961 ).
9. Rcmling, J.. Brak~s. Wilcy.l\cw York. 1978.
[Resp.: (a) 3, (b) 3150 lb. (c) 200 c 143 psi. respectivamente] 18..10
Problerruu Seçãol8.2 18.1
18.2
Um torque de 14.0 N·m deve ser Jransmitido atrav~ de uma embreagem a disco básica. O di4mClro do anel ex~erno deve ser de 120 mm. Os valores de projeto para o disco de aço e para o material de fricção moldado a serem utilizados sãop,., • 1,55 MPae/= 0,28. De.tennine os valores apropriados para o diâmetro interno do anel e a força de acoplamento. Uma embreagem a disco básica deve ser projetada para transmitir um Iorque de 100 lb·in, O djâmctro do anel externo deve ser de 4 in. Os valores de projeto para o disco de aço e o material de fricção moldado a ser utilizado silo p...,, • 200 psi e f = 0,25. Determine os valores apropriados para o diâmetro do anel interno c a força de acoplamento.
Uma embreagem do tipo utilizado em automóveis, eonfonne mosuado na Figura 18.2, possuidiArnctrosinll:mOecxtemo de 160mme 240 mm, respectivamente. A força de acoplamento é propiciada por nove molas. cada uma comprimida de 5 mm para fornecer uma força de 900 N quando a embreagem é nova. O material de frieçílo moWado possui um coeficiente de atrito, estimado de modo conservador, de 0.40 quando cm contato com a placa de pressão c o volante. O Iorque máximo do motor é de 280 N·m. (a) Qual é o fator de segurança cm relação ao escorregamento da em-
breagem nova'/ (b) Qual é o fator de segurança após ter ocorrido o "desgaste inicial"?
(c) Qual o nível de desgaste que o material de fricção pode sofrer antes de a embreagem deslizar (admitindo que não haja qualquer modificação no coeficiente de atrito)? [Resp.: (a) 2,34; (b)2,3 1(admitindo urna variação despretível na força da mola durante o dcsgastu inicial) e (c) 2,83 mm] 18.11
Urna embreagem automotiva, similar à mostrada na figura 18,2, deve ser projetada para uso juntamente com um motor cujo Iorque rnlixirno é de 275 N·rn, Deve-se utilizar urn material de fricção para o qual os valores de projeto s§o f = 0,35 c p..,., = 350 kPa, Deve ser ulilizado um fator de segurança de I ,3 cm relação ao esconrcgamcnto referente ao Iorque pleno do motor, e o diQrnctro externo deve ser o menor possí· vel. Determine os valores apropriados de r•. r, c F.
18.12
Quando em uso, o motor e o volanll: de uma prensa de estampagem giram conlinuarnentc. Uma embreagem de mtlltiplos discos, aluada por ar comprimido. conecta o volante ao eixo secundário a cada vez que a prensa é acionada ou estampa um metal. O torquc necessário à embreagem é de 600 N-m, Um metal alternativo 5interizado e discos de ferro fundido devem ser utilizados. Para efeito de projeto decidiu-se utilizar 75% do valor médio defc um ~erço do valor médio de p dados na Ta· bela 18.1. Além disso, um fator de segurança de 1.20 deve ser adotado cm relação à capacidade de torquc. Os limites de espaço impõem um di1lmetro externo de 250 mm para o disco.
18.3
Um torque de 500 lb·in deve ser transmitido através de uma embreagem de múlliplos discos molhados. O diâmetro externo do disco deve ser de 4 in. Os valores de projeto para os discos de aço c para o material de fricção moldado a serem ulilizados são p..., = 225 psi ej= 0,08 (molhado), Dctennine os valores apropriados para o
18.4
Urna embreagem de mdlliplos djscos molhados deve ser projetada para Jransrnitir um IOrque de 700 lb·in. 0 wlimetro externo dOS diSCOS deve ser de 4 in. Os valores de projeto para os discos de aço e o material de frieçâo moldado a ser utilizado são p.., = 200 psi ej = 0,06 (molhado). Determine os valores apropriados para o wâmetro interno dos discos, o número total de discos e a força de acoplamento.
18.5
Reconsidere o Problema 18.4. utilizando/- 0,09 (molhado). Responda às mesmas questões colocadas no Problema 18.4.
18.6
Uma embre"8em de múltiplos discos deve operar em óleo e ser capaz de II1U1Smitir um torque de sobrecarga de projeto de 800 N·m. Os discos são, alternativamente, de aço de alto-carllono e de asbesto moldado. com di4melrOS inll:mo e ex lemo de 90 e 150 mm, respectivamente. Os valores de projeto baseados cm ensaios experimentais para esta aplicação sãop- • 1000 kPaef • 0.10. Qualéondrnerototal de discos necessários?
Seçãol8.3
(Resp.: 17 (8 discos em um conjunto e 9 em outro, perfazendo um total de 16 interfaces de atrito)]
18.13
18.7
Reconsidere o Problema 18.6. porém utilize um torque de sobrecarga de projeto de 400 N·m, Responda às mesmas questões colocadas no Problema 18.6. Todas as demais condições devem ser manlidas.
18.8P
Necessita-se de uma embreagem de discos mtllliplos molhados que forneça urna capacidade de torquedc 150 lb ·ft. Os valores de projeto p,.,,, = 150 psi cj • 0,15 devem ser utilizados. Os diâmctr.os interno c extemo dos discos s!lo de 3 in e 4 in, respeelivamcntc. (a) Qual deve ser o número total de discos a serem utilizados? Faça um esquema simplificado mostrando como deve ser o arranjo desses discos cm relação aos componentes de entrada e de saída. (b) Ulilizando sua resposta ao item (a), qual ~o menor valor da força axial de acoplamento que fornecerá a capacidade de torque necessária'! (c) Admitindo que sua solução tenha sido (de modo apropriado) baseada na taxa uniforme de desgaste das superfícies de atrito, explique sucintamente o que acontecerá quando a embreagem é nova e a distribuição da pressão é unifonne.
18..9P
Urna embreagem de múltiplos discos molhados para uma aplicação industrial deve Jran
(a) Determine o número 10011 mínimo satisfatório de discos. (b) Utilizando essa quantidade de discos. dell:nnine a área mínima da superffcie atuada por ar comprimido que deve ser fornecida se o ar estará sempre à pnessão de no mínimo 0.40 MPa.
As rodas de uma biciclcta·padriio de adulto possuem um raio de rolamento de aproximadamente 13,5 in e um raio até o centro das paslilhas do freio a disco regulado de 12,5 in. O peso combinado da bicicleta c do ciclista é de 225lb. igualmente distribuído cntrc as duas rodas. Se o coeficiente de atrito entre os pneus c a superfície da pista é igual ao dobro do coeficiente de atrito entrc as pastilhas de freio e o anel melá· lico da roda, qual é o valor da força de acoplamento que deve ser exercida oo regulador de modo que ns roda$ derrapem? [Resp.: 121,5 lbJ
18.14
Um freio a disco similar ao mostrado na Figura 18.4 e ilustrado na Figura Pl8, 14 utiliza um calibrador duplo, Cada metade possui umapas016metro du putil~l>
60 mm
125 mm
320mm
1'-; 500 kPa {;0,30 FIGLliA P18.14
Capítulo 18 • Embreagens e Freios
421
Pl8.19). A embreagem é controlada de modo que durante seu acoplamento o eixo de saída do redutor de engrenageos opera continuameote a 600 rpm, desenvolvendo um torquc de 6 N·m.
Li lha circular com 60 mm de diâmetro de cada lado do disco. O centro de contato de cada uma das quatro pastilhas está a um raio de 125 mm. O diâmetro externo do disco é de 320 mm. As pastilhas possuem um revestimento trançado que propicia um coeficiente de a trito de aproximadamente 0,30. A pressão média nas pastilhas deve ser limitada a 500
(a) Qual é, aproximadamente, o tempo necessário para a embreagem acelerar a máquina conduzida do repouso até a velocidade de 600 rpm? (b) Qual é o valor da energia desenvolvida pela máquioa conduzida ao aumentar sua velocidade até 600 rpm'l (c) Qual é o valor da energia, na forma de calor, gerada na embreagem durante esse acoplamento?
kPa.
(a) Qual o valor da força de acoplamento que deve ser aplicada de modo a se desenvolver a pressão-limite nas pastilhas'! (b) Com essa força de acoplamento, qual é o torque aproximado obtido'!
[Resp.: 1414 N/pastilha ou 2828 N no total e (b) 212 N·m] Car&a lnercral
Embre•it m de frlcçlo
Seção 18.4 18.15
Motor
O freio do Problema 18.14 é utilizado para parar um conjunto de elementos girantes com um momento de inércia de. mass.a de 6,5 N·m·s2
elétrlco
rot~t6rra
I • 0,7 N • m • ,:
RedutO< de e~arenagens
que gira a uma rotação de 600 rpm. (a) Admitindo uma aplicação plena instantânea do freio e um coeficiente de atrito constante, em quanto tempo os elementos girantes irJo parar'? Resolva o problema e verifique sua solução utilizando dois procedimentos alternativos: (1) relacionando a energia cinética do sistema à energia absorvida pelo freio por revolução, e (2) determinando a aceleração negativa produzida pelo torque de frenagem. (b) De que modo o valor médio do produto pV durante a parada se compara aos valores representativos listados na Tabela 18.3'! 18.16
7' • 6 N • m, 600 rpm FIGURA
18.20
A Figura Pl8.16 mostra uma massa de 1000 kg sendo l>aixada por cabo a uma velocidade uniforme de 4 rnls através do uso de um tambor com peso de 2,5 kN, um diâmetro de 550 mm e um raio de giração de 250
Pl8.19
Um redutor de engrenagens com relação de transmissão de 4: J, operando t om um motõr diesel, é acoplado attavés de uma embrcãgem de fricção a urna mi\quina cujo momento de inércia de massa é de 1O lb·ft·s2• Admita que a embreagem seja controlada de modo que, durante seu acoplameoto, o motor opere continuamente a 2200 rpm, desenvolvendo um torque de 115 lb· fL (a) Qual é, aproximadamente, o tempo necessário para a embreagem acelerar a máquina conduzida do repouso até a velocidade de 550 rprn'l (b) Qual é o valor da eoergia desenvolvida pela mi\quina conduzida ao aumentar sua velocidade até 550 rpm'l (c) Qual é o valor da eoergia, na forma de calor, gerada na embreagem durante esse acoplamento'!
mm.
(a) Qual é a energia cinética do sistema'! (b) A velocidade descendente uniforme é mantida por um freio que aplica um torque de 2698 N·m ao tambor. Qual o valor do torque adicional a ser aplicado para levar o sistema ao repouso cm 0,60 s'? [Resp.: (a) 9673 J, (b) 2218 N·m]
Seção 18.6
4rnls~ 1000 kg FICUI\A
18.17
Pl8.16
O automóvel do Problema Resolvido 2.2 acelera até 80 mph e, em se-
guida, realiza uma parada de emergência. Se os freios são aplicados na condição de se obter plena vantagem de um coeficiente.de atrito de 0,8 entre os pneus e opa\'imento, qual é. a potência média, em hp, absorvida pelos freios durante a desaceleração de 80 a 70 mph'! [Resp.: 515 hp] 18.18
18.21
Considere as scguiotes dimeosõcs para o freio a tambor de sapata curta da Figura 18.6: raio do tambor de 5 in, largura da sapata de 2 in, comprimentodasapata de4in,c= 10 in.b=6in,a= 1,5in, p= lOOpsi ef = 0,3. Determine o valor da força amante F.
18.22
A Figura PJ 8.22 mostra unr freio com apenas uma sapata, sendo atuado por uma força de 1,5 kN. (0 freio como uro todo normalmente teria uma seguoda sapata, de modo a equilibrar as forças, porém apenas uma sapata 6 considerada neste caso para simplificar o problema.) Quatro segundos após a força F ser aplicada o tambor pára. Durante este tempo o tambor realizou 110 revoluções. Utilize a aproximação de sapata curta e um coeficiente de atrito estimado de 0,35. (a) Desenhe o conjunto sapata de freio e braço como um corpo livre em equiUbrio. (b) Considerando o sentido da rotação do tambor, este freio é autoencrgizanle-ou desenergizanle'! (c) Qual é a mag1titude do torque desenvolvido pelo freio'/ (d) Qual é o valor do trabalho realizado pelo freio para parar o tambor'!
Um motor a diesel industrial é acoplado a um redutor de engrenagem com relação de transmissão de 4: 1. O eixo de saída do motor é acoplado, por meio de uma embreagem de fricção, a uma maquina cujo momento de inércia de massa é de 15 N·m·s'. Admita que a embreagem seja controlada de modo que, durante seu acoplamento, o motor opere continuamente a 2800 rpm, desenvolvendo um torque de 127,5 N·m.
F=1500N
(a) Qual é, aproximadamente, o tempo necessário para a embreagem acelerar a máquina conduzida do repouso até a velocidade de 700 rpm'? (b) Qual é o valor da energia desenvolvida pela máquina conduzida ao aumentar sua velocidade até 700 rpm'! (c) Qual é o valor da energia, na forma de calor, gerada na embreagem durante esse acoplamento'/ 18.19
Um redutor de engrenagens integrado a um motor elélrico é acoplado, por meio de uma embreagem de fricção, a uma máquina que possui um momento de inércia de massa efetivo de 0,7 N·m·s' (veja a Figura
F'ICUIIA
Pl8.22
422
PARTE
2 • Arur.AçOv.s
(e) Qual6 a potência de parada m6diadurante o intervalo de4 segundos'! (J) Qual seria a distância necessária do centro do tambor at6 o pivô do braço para tomar o freio autotravante paraj = 0,35?
18.26
(a) Desenhe cada um dos seis elementos numerados como um corpo
[Resp.: (b) Auto-energizante, (c) 236 N·m, (d) 163 kJ, (e) 41 kW e (J) 973mm] 18.23
Repita o Problema 18.22, desta vez considerando que a força atuante é de 1000 N e o diâmetro do tambor é de 300 mm.
18.24
A Figura Pl8.24 mostra um freio com uma sapata (uma segunda sapata normalmente seria utilizada para equilibrar as forças, porém apenas uma sapata é mostrada neste caso para simplificar o problema). A largura de contato da sapata com o tambor 6 de 40 mm. O material de fricção estabelece um coeficiente de atrito de 0,3 c permite uma pressão m6dia de 600 kPa, baseada na área de contato projewda. Utilize as relações aproJtimadas para sapatas curtas. A velocidade inicial dotambor é de 1200 rpm.
Pode-se admitir que as sapatas do freio a tambor mostrado na Figura Pl8.26 são curtas. Uma força de 150 lb é aplicada conforme indicado. Utilize o valor mínimo dcj(seco) da Tabela 18.1. livre em equilíbrio. (b) Qual é o valor do torque desenvolvido pelo freio'!
(a) Qual 6 o valor da força F que pode ser aplicada sem que a pressão de contato admissível seja CJtCCdida'? (b) Qual 6 o torque de frenagem resultante'? (c) Este freio é auto-energizante ou desenergizante para o sentido de rotação indicado? (d) Qual o valor da força radial aplicada ao mancai A'? (e) Se a aplicação plena do freio faz com que o tambor a 240 rpm pare
em 6 segundos, qual o valor do calor gerado'? (J) Qual é a potência m6dia desenvolvida pelo freio durante a parada'?
F FIGURA Pl8.26
A t250mm - r - - 320mm
T --
Seção 18.7 18.27
240mm
J·-·+--~ F!G!IDA
18.25
(a) Estime o torque de lrenagem utilizando as equações referentes a
sapatas longas. (b) Dctermíne a largura necessária à sapata para wna pressão admissível igual ao valor médio listado para o material de fricção trançado com ferro fundido apresentado na Tabela 18.1.
P l8.24
18.28
Estime o torque de Crenagem referente ao freio do Problema 18.24 utilizando as equações para sapatas longas.
18.29
Se a sapalll do freio do Problema 18.25 se estende por 45"de cada lado da linha de centro,
O freio mostrado na FíguraP18.25 6 aplicado pela mola e liberado por um cilindro hidráulico (não mostrado). Utilize as equações para sapatas curtas e um coeficiente de atrito estimado de 0,3.
(a) Desenhe, na fomta de um corpo livre em equilíbrio, cada um dos conjuntos de sapata c braço de freio, a mola c o tambor. Mostre as forças eJtprcssas cm função da força da mola F,. (b) Qual6 a força da mola necessária para produzir um torque de frenagem de 1200 N·m'?
(a) Dctennine a força da mola necessária, utilizando as equações para sapatas longas. (b) Determine a largura necessária à sapata para uma pressão admissível igual ao valor mínimo lisllldo para aço duro com ferro fundido apresentado na Tabela 18.1. 18.30
[Resp.: (b) 61 16 N]
Mola
I
FIGURA Pl8.25
Se a sapata do freio do Problema 18.26 se estende por 60' de cada lado da linha de centro, (a) Dctennine o torque de frenagem utilizando as equações para sapatas longas. (b) Dctennine a largura necessária à sapata para uma pressão admissí''cl igual ao valor máJtimo listado para o material de fricção trançado com ferro fundido apresentado na Tabela 18.1.
~ SOO mm~
I
Se a sapalll do freio do Problema 18.22 se estende por 45"de cada lado da linha de centro,
Seções 18.9-18.10 18.31
Considere as seguintes dimensões para o freio diferencial de cinta mostrado na Figura 18.17, que utiliza um revestimento trançado cujo coeficiente de atrito possui um valor de projeto de 0,20: raio do tambor de 4 in, largura da cinta de 1 in, c = 9 in, a = 2 in, s = 0,5 in e cf> = 270". Determine (a) o torque de frenagem se a pressão má>tima admissível do revestimento é de 75 psi, (b) a correspondente força de atuação F e (c) os valores da dimensão s que tomam o freio autotravante.
18.32
Um freio dil'erencial de cinta similar ao mostrado na Figura 18.17 utiliza um revestimento trançado cujo coeficiente de atrito possui wn valor de projeto de 0,30. As dimensões são b = 2,0 in, r= 7 in, c = 18 in, a = 4 in, s = 1 in e cf> = 270". A pressão máxima admissível do revestimento é de 100 psi. Dctenninc (a) o Iorque de trenagem, (b) a corres-
Capítulo 18 • Embreagem e Freio•
4.23
pondcnte força de atuação F e (c) os valores da dimensio s que tomam o fn:io autouavante. 18.33
A Figura Pl8.33 mostra um fn:io de cinta simples operado por um cilindro de ar que aplica uma força F de 300 N. O raio do tambor é de SOO mm. A cinta possui 30 mm de largura e é revestida com um material!nlnçado cujo coeficiente de atrito vale 0,45.
(a) Qual é o ângulo de contato
FIGtiiA P 18.35
18.36 FIGI:RA Pl8.33
18.34
Um freio diferencial de cinta similar ao moslnldo oa Figura 18.17 está sendo considerado para uso com o tambor de um guiDdaste. Com o guindaste operando com uma determinada carga é necessário um torque de frenagem de 4000 N·m para evitar o deslizamento no tambor. O freio deve ser projetado para deslizar com uma sobr'ecarga de 15%. O espaço disponível limita o diâmetrO do tambor do freio de ferro fundido a 650 mrn, com o cootato da cinta do freio se estendendo por um ãngulo de 25Ü". Os valores de projeto pata o revestimc nto scleeionado s11of • 0,40ep.,.,= 1,1 MPa.
A Figum P 18.36 mostra um freio diferencial de cinta com urna articulação modificada u partir da figura 18.17 para permitir um maior (ln. guio de contato da cinta. Este fn:io em particular deve ser autotravante para uma rotação no sentido anti-horário. O peso ajustável é colocado na extrentidade da alavanca para propiciar esta particularidade. Sua função é apenas assegurar que a cinta esteja em conwo com o tambor. qualquer excesso de peso aumenta o torquc de arrasto durante a rotação do tambor no sentido horário. Se a ação autotravante deve ser obtida para coefocientes de atrito muito pequenos, da ordem de 0.25. qual deve ser a relaçlo entre as dimensões a c s?
(a) Determine as forças P, e P2 correspondentes ao torquc de frenagem máximo e selecione um valor apropriado para a largura da cinta do freio. (b) Se a distância a (Figura 18.17) é de 120 rnrn, qual o valor da distAncias que capacitará o freio a operar com uma força F de 200 N na extremidade de uma alavanca de comprimento c • 650 mm? (c) Utilizando as dimensões obtidas no item (b), qual é o valor do coeficiente de atrito que tomaria o freio autotravante? 18.35
A Figura Pl8.35 mosua o freio de cinta utiliL&do em uma prensa de estampagem como a descrita no Problema 18.12. Quando em uso, a embreagem (Problema 18.12) é liberada quando a mattivela está posicionada a 130"do ponto mono inferior. O freio deve ser acoplado neste instante e condU2ir a manivela ao repouso no ponto mono superior. O conjunto da manivela possui um momento de inércia de massa de aproximadamente 15 N ·m·s' e gira a uma rotaçilo de 40 rpm quando o freio é acionado. O freio será utilizado cerca de tri!s vezes por ntinuto, assim a pressão máxima no revestimento da cinta será limitada a aproximadamente 0,20 MPa para uma vida longa. O coeficiente de atrito pode ser considerado como de 0,30.
(a) OelCrmine a largura necessária à cinta. (b) Determine a força F necessária.
(c) Poderia qualquer eombinaçilo de sentido de rotaçio e valor do coeficiente de atrito tomar o freio autotravante? Explique sucintamente. (Rcsp.: (a) 71 mm, (b) 294 N]
FlCt iiA 1>18.36
18.37
Reveja o endereço da lntcmct http: //www. sepoc. com ou urn outro site que ofereça infonnaçõcs sobre embreagens c freios. (a) Uste os fatores de selcção a serem considerados antes de se escolher uma embreagem e um freio. (b) Discuta e liste as diferenças entre uma embreagem, um aoopi3.1De1lto dentado em embreagem e um freio.
CAPÍTULO
19
Outros Componentes de Máquinas
19.1
Intro~
A transmissão de potência entre eixos pode ser realizada de diversos modos. Além das engrenagens (Capítulos 15 e 16), os elementos jlexfveis, como correias e correntes, são de uso comum. Esses elementos permitem que a potência seja transmitida entre eixos relativamente afastados um do outro, propiciando assim ao engenheiro uma maior flexibilidade no posicionamento relativo dos elementos motrizes e das máquinas conduzidas. As correias são relativamente silenciosas durante sua operação. Exceto no caso das correias dentadas (Figura 19 .5), o escorregamento entre as correias e as polias fazem com que as relações de transmissão sejam pouco precisas. Esse esoorregamento é algumas vezes considerado vantajoso por permitir que as polias se movam mais próximas uma da outra, facilitando o desacoplamento da polia motriz, como em um veículo de transporte na neve e nos cortadores de grama autopropulsados. Essa característica pode evitar os custos relativamente altos e os grandes pesos associados ao projeto de uma embreagem em separado. A flexibilidade e o amortecimento inerentes às ·Correias servem para reduzir a transmissão das cargas de impacto e vibrações (o que não é tão evidenciado nas correntes). O projeto de correntes ilustra a proposição geral de que se um componente com características desejadas ainda não está disponível, um engenheiro deve considerar a possibilidade de inventar algo novo. Por exemplo, as correntes convencionais de roletes e dentes invertidos, discutidas nas Seções 19.5 e 19.6, requerem que todas as rodas dentadas se acoplem em uma única corrente apoiada em um plano comum. Suponha que seja necessário um acionamento flexível positivo entre rodas dentadas que se apóiam em planos distintos. Caso urna pequena potência seja necessária, uma corrente simples (similar a um cabo puxado em um plano) pode ser utilizada. Um tipo mais resistente de corrente incorpora cabos de aço paralelos unidos às laterais de cilindros plásticos que simulam os roletes de uma corrente convencional de roletes. Uma corrente que incorpora este segundo conceito foi utilizada entre o pedal e os eixos de propulsão do Gossamer Albatross, o avião acionado pelo homem que voou cruzando o canal da Mancha. Para a transmissão de um pequeno torque, os eixos flexíveis geralmente oferecem soluções mais baratas. O acionamento do velocímetro comum de um automóvel é um exemplo familiar. Para a transmissão de potência entre eixos nominalmente colineares os acoplamentos flexíveis, as juntas universais e as embreagens de fricção já foram apresentados. Uma outra im-
portante classe de componentes colineares capazes de transmitir potência utiliza a ação hidrodintimica, e consiste nos acoplamentos fluidos (também chamados de embreagens fluidas) e nos conversores de torque hidrodinâmicos. Outros tipos de dispositivos de transmissão de potência utilizam cordas ou cabos que movem ou elevam pesos utilizando a potência fornecida por um eixo em rotação. Como exemplos temos, guindastes, elevadores e talhas tipo cabrestante. O endereço da Internet http: I /www. machin edesign. com na seção de sistemas mecânicos apresenta informações sobre cabos e cordas mecânicas, correias planas, correias em V, correias metálicas e correntes.
19.2 Correias Pla.mu Uma correia de acionamento transmite potência entre eixos por meio de polias de conexão fixadas sobre os eixos. Correias de couro planas e largas foram comum ente utilizadas durante algumas décadas no passado, quando grandes motores clétricos ou por combustão geralmente eram usados para acionar diversos componentes de máquinas. Nos dias atuais, com o uso mais limitado, correias planas, leves e fmas geralmente acionam máquinas de alta velocidade. Em geral a capacidade de isolamento de vibração da correia é um aspecto a ser considerado. As equações básicas para o torque máximo que pode ser transmitido por uma correia plana são as mesmas utilizadas para o cálculo do torque de uma cinta de freio, T
= (I'J
- P'!.)r
(18.24)
e (18.26) onde P 1 e P2 são as forças de tração dos lados tenso e frouxo da correia,/é o coeficiente de atrito e .Pé o ângulo de contato com a polia (veja a Figura 18.15). Assim, pode-se determinar P 1 e P 2 para qualquer combinação de T,fe >. A tração inicial requerida pela correia, P~> depende de suas características elásticas, porém geralmente é satisfatório admitir que
(19.1)
Capítulo 19 • Outros Componentes de /lfáquinas
425
1---1 Balanço
(I>) Motor em bala~o. plvotado
(
(c) Polia Intermediária com
peso
FIGURA 19.1 Meios alternativos de se manter uma determinada tração na correia.
Observe que a capacidade de acionamento da correia é determinada pelo ângulo de envolvimento tP no entorno da polia menor e que isso é particulannente crítico para acionamentos em que as polias são de dimensões muito diferentes e posicionadas muito próximas uma da outra. Uma consideração prática importante é que a tração inicial necessária à correia não deve ser perdida quando esta se alonga ligeiramente por um determinado período de tempo. Obviamente, uma solução pode ser a realização da instalação inicial com uma tração inicial excessiva, porém isso poderá sobrecarregar os mancais e os eixos, bem como reduzir a vida da correia. Três procedimentos para se manter a tração da correia são ilustrados na Figura 19.I. Observe que todos os três mostram o lado frouxo da correia como sendo o superior, de modo que a tendência de se curvar atua no sentido de aumentar o ângulo de envolvimento. O coeficiente de atrito entre a correia e a polia varia com os fatores ambientais usualmente listados e com a extensão do deslizamento. Além do "torque de transmissão por deslizamento", as correias ficam sujeitas a um tipo de deslizamento comumente denominado "creep", devido a um pequeno alongamento ou contração da correia quando sua força de tração varia entre P, e P2 no trecho referente ao ângulo tP de contato com a polia. Para correias de couro e polias de ferro fundido ou aço,. um fator de atrito f = 0,3 é geralmente utilizado para efeito de projeto. Correias revestidas de borracha em geral fornecem um valor mais baixo (por exemplo,/= 0,25), enquanto as polias plásticas geralmente apresentam um valor um pouco maior. É sempre recomendado o uso dos valores do coeficiente de atrito fornecidos por ensaios experimentais ou pelos fabricantes de correias. O valor admissível da força de tração P,, atuante no lado tenso, depende da seção transversal da correia e da resistência do material. Quando a correia realiza uma volta completa ela se submete a um ciclo de carregamento por fadiga bastante complexo. Além da flutuação da força de tração entre P, e P2 , a correia fica sujeita a tensões de flexão quando em conta to com as
polias. A maior tensão de flexão ocorre na menor polia e, por essa razão, existe um diâmetro mínimo de polia a ser adotado para uma correia em particular. Para o couro utilizado em correias a tensão de tração no lado tenso (P,IA) geralmente é especificada entre 250 e 400 psi. A discussão anterior se refere a correias cujo movimento é suficientemente lento, de modo que as cargas centrífugas podem ser desprezadas. Para uma capacidade de transmissão de potência mais alta a maioria dos acionamentos por correia opera a velocidades relativamente altas. A força centrífuga atuante em uma correia gera uma tração P,. de (19.2) onde m' é a massa por unidade de comprimento da correia, V é a velocidade da correia e r é o raio da polia. A força P, (nas situações em que precisa ser considerada) deve ser supetposta tanto a P , quanto a P2 nas Eqs. 18.24 e 18.26. Como resultado, a Eq. 18.24 não é alterada e a Eq. 18.26 fica (19.3) Deve também ser notado que a força centrífuga tende a reduzir os ângulos de contato tP· Quando a força centrífuga não está presente, o torque de transmissão limitado pelo atrito será constante e a potência transmitida aumentará lineannente com a velocidade. Por outro lado, se uma correia descarregada for acionada a uma velocidade suficientemente alta a força centrífuga isoladamente poderá solicitar a correia até sua capacidade de tração. Assim, existe uma velocidade para a qual a capacidade de transmissão de potência é máxima. Para uma correia de couro essa velocidade, em geral, é da ordem de 30 m/s (6000 ft/min), sendo uma velocidade de cerca
de 20 m/s considerada "ideal" para operação, com todos os demais fatores, como ruído e vida, sendo computados. Da mesma forma que na determinação das dimensões apropriadas aos mancais e às engrenagens, uma grande variedade de "fatores experimentais" deve ser levada em conta na seleção das dimensões de uma correia. Esses fatores incluem as flutuações de Iorque nos eixos motriz e conduzido, sobrecargas de partida, diâmetros das polias e contaminações ambientais, como umidade, sujeira e óleo.
19.3 CorreialJ em. Jí As correias em V são utilizadas com motores elétricos para acionar sopradores, compressores, ferramentas, ferramentas de máquina, máquinas agrícolas e industriais, e outros. Uma ou mais correias em V são utilizadas para acionar os acessórios de um automóvel e a maioria dos componentes dos motores de combustão interna. Elas são fabricadas cm comprimentos padronizados e com as dimensões de scção transversal padronizadas mostradas na Figura 19.2. As polias entalhadas com as quais as correias operam são também chamadas de roldanas. Elas geralmente são fabricadas de ferro fundido, aço prensado ou metal fundido moldado. As correias em V operam bem com pequenas distâncias entre centros. Devido à resistência ao alongamento de seus cabos internos sujeitos à tração, as correias em V não requerem o ajuste freqUente da tração inicial. Quando uma única correia em V é insuficiente para um determinado trabalho, múltiplas correias podem ser utilizadas, conforme mostrado na Figura 19.3. Cerca de 12 ou até mais correias podem ser utilizadas nas aplicações mais pesadas. É importante que estas sejam arranjadas na forma de conjuntos acoplados, de modo que a carga seja compartilhada igualmente entre
FlClllA 19.3 Aclonamento com oorrcla em V múltipla. (Corti!Sia da Reliance
Electric Company.)
as correias. Quando houver necessidade de substituição de urna das correias, um novo conjunto completo deverá ser instalado. A Figura 19.4a mostra o assentamento de uma correia em V na abertura da polia, ilustrando o contato nas laterais e a folga na parte inferior da correia. Esta "ação de cunha" aumenta a força normal ao elemento de correia de um valor dN (conforme ilustrado na Figura 18.16 ou 19.4b) para um valor dN/scn {3, que é aproximadamente igual a 3,25 dN. Como a força de atrito disponível para a transmissão de torque é admitida como proporcional à força normal, a capacidade de transmissão de torquc é aumentada mais de três vezes. As equações para correia plana podem ser modificadas de modo a considerar esta configuração simplesmente pela substituição do coeficiente de atrito f pela grandeza.Psen {3. Assim, a Eq. 19.3 pode ser expressa por
0.66•n
0.50tn
(19.3a) Como a capacidade de acionamento de uma correia normalmente é limitada pela condição de deslizamento ocorrente na menor das polias, esses acionamentos podem, algumas vezes, ser realizados por uma polia plana mais larga (como a mostrada na
M D1mtn10es 1)41dtontrlld.H A. B. C. O e E I.Oin-
O,J81n
5V V>l
D~·
o..- 1)41ra a•t• UI*~ 3V. 5V e 8V
FtClRA 19.2 Padronhaçio da seçio transversal das oornias em V. Todas
as oorreias possuem um ~•-estlmento de tecido impregnado em borracba oom fios internos sob traçio sob~ um oolcllilo de borracba.
w>
(h)
FtClliA 19.4 Co~ em V ,Yustada ao entalhe de uma potia e sobre o aro de uma polia plana.
427
Capítulo 19 • Outros Componenw de Máquinas
Figura 19.4b) sem qualquer perda de capacidade. Por exemplo, a correia em V de acionamento do tambor de uma secadora de roupas doméstica ou do volante de uma prensa de grande capacidade em geral atua diretamente sobre um tambor plano ou sobre a superffcie livre do volante. Algumas polias são fabricadas com um dispositivo de ajuste da largura da abertura. Esta regulagem modifica o diâmetro primitivo efetivo e permite uma variação moderada da relação de transmissão. Um exemplo familiar é o acionamento da correia em V do soprador de uma fornalha doméstica que possui a característica de permitir uma regulagem da velocidade de descarga de ar. Uma extensão desse princípio é utilizada nos acionamentos onde se deseja uma velocidade ajustável, os quais podem ser projetados para variar continuamente. Esses acionamentos empregam correias em V especiais extralargas, que utilizam pares de acoplamento com polias de largura variável ajustáveis simultaneamente (com a operação da máquina) para se adequar ao comprimento fixo da correia. Existe uma variação significativa nas propriedades de resistência e atrito das correias em V comerciais, de modo que sua seleção para uma aplicação específica deve ser confirmada após uma consulta aos resultados de ensaios e .aos detalhes das experiências em operação descritos pela literatura dos fabricantes. Em geral é recomendado que, quando possível, as velocidades da correia na faixa de 20 m/s (4000 ftlmin) sejam adotadas. A vida das correias em V é fortemente afetada pela temperatura Nas situações em que seja necessária a operação em temperaturas elevadas (por exemplo, acima de 200°F ou 93°C, para correias convencionais), a vida da correia pode ser aumentada significativamente instalando-se ventiladores nas proximidades das polias para aumentar a circulação do ar. PllODL~IA R ESOL\'IDO 19.1 Seleção de U!ma
Coi'Tela em V para o Acionamento de ll!ma
Cone•• em V mul1•pla. 1J ~ 18 • topo 5V Peso por unodtdt de
compwnento do. 0,012 Jal•n Potlneot <1t entrada de 25 hp /'~ .. •l't•I!IOib
I
N~mtto de corrtoas
0,20
•I
Hipóteses: 1. A tração máxima atuante na correia é limitada a 150 lb. 2. O coeficiente de atrito será de pelo menos 0,20. 3. A potência é igualmente compartilhada por todas as correias. ..4ruilúe: l.lnicialmente, calculam-se os termos da Eq. 19.3a
1750
P. -
0.012 , 386 (339)•
.
60 339 m/s
2. Com a Eq. 19.2, P, = mV', onde V= 3,7(-rr)
= 3.57 lb
3. Tem·se tam~m que ~·I'>= e""-'1(2.11-Jil= 6,45 4. Substituindo-se este resultado na Eq. 19.3a e resolvendo-se para P,, obtém-se 150 :1,57 pl - 3,57
= 6.45
ou
146.4 = 6.45 pl
23,0
Portanto, P 2 = 26,3 lb.
Máquina
S. Pela Eq. 18.24, T • U't
Um motor elétrico de 25 hp, a uma rotação de 1750 rpm, aciona uma máquina através de um sistema de transmissão constituído por múltiplas correias em V. Utilizam-se correias do tipo 5V çom ãngulo fJ de 18° e peso por unidade de comprimento de 0,012 lblin. A polia do eixo do motor possui um diãmetro primitivo de 3,7 in (uma dimensão padronizada), e a geometria é tal que o ãngulo de contato da correia é de 165°. Admite-se, de modo conservador, que a tração máxima na correia deve ser limitada a 150 lb e que o coeficiente de atrito deve ser de pelo menos 0,20. Quantas correias são necessárias?
6. Pela Eq. 1.3, W por correia =
·
~~r=
(150
Tn
5252
3.7 . 26.1)2 - 229 lh • on
1750{229)
= 5252(12)
= 6•36 hpl
correia 7. Para 25 bp,
6~6 = 3,93, e 4 correias são necessárias.
Comentários: Se fosse utilizado um motor de 30 bp seriam necessárias 5 correias. Entretanto, quanto mais correias são necessárias mais importantes se tomam os efeitos de desalinbamento nos eixos (e, provavelmente, não haverá uniformidade no compartilhamento da carga).
SOLIJÇÃ.O
Conhecido: Um motor cuja potência e rotação são conhecidas aciona uma polia de entrada de diãmetro e ângulo de contato fornecidos. As correias do tipo 5 V possuem um peso por unidade de comprimento e ãngulo fJ conhecidos. A tração máxima na correia é de 150 lb e o coeficiente de atrito é de 0,20. A Ser Deúrminado: Determine o número necessário de correias. Esquema~
e Dados Fornecidos:
19.4 Con-eios Dentada8 A Figura 19.5 ilustra uma correia dentada, também conhecida como correia de sincronização ou correia de regulação. Nesse caso, como o acionamento é realizado por meio de dentes, em vez de por atrito, não ocorre deslizamento e os eixos motriz e conduzido permanecem sincronizados. Esta condição faz com que as correias dentadas sejam utilizadas em muitas aplicações, como, por exemplo, o acionamento do eixo de carnes de um motor a combustão, a partir do eixo de manivelas, para o qual o uso de
4 28
PAnn: 2 • AruCAçOES
bucha, ao pino e ao par de placas de ligação. Movendo-se ao longo da corrente, esta carga é adicionada às cargas relativas aos demais dentes da roda dentada. Finalmente, pinos, buchas e plaRewsto'"""to cas de ligação sucessivas transmitem toda a carga ao longo do ele teetdo lado tenso da corrente. Para velocidades da corrente acima de Ceboscle sustentaçlo cerca de 3000 pés por minuto as forças centrífugas apresentam dttraçlo um efeito significativo, alterando o carregamento de tração das placas e o carregamento sobre os mancais entre os pinos e as buchas. Ao longo da trajetória de forças existem diversos locais potencialmente crfticos. Na interferência entre o dente da roda dentada c o rolete da corrente ocorre uma tensão de contato de Hertz, como ocorreu com os dentes das engrenagens. Também como f)cuu 19.5 Correia dentada ou de sineronluoçiio. nas engrenagens ocorre um impacto quando cada novo dente entra em contato, e a intensidade desse impacto aumenta significativamente com a velocidade. Uma vez que o rolete gira lioutros tipos de correias seria impraticável. A instalação dos vremente cm sua bucha, o deslizamento entre o dente da roda acionamentos dentados, cujos elementos de transmissão supor- dentada e o rolete é desprezível. A lubrificação e o desgaste detam uma carga de tração apresentando um alongamento mínimo, vem ser considerados em ambas as interfaces da bucha - exteré realizada com uma tração inicial mínima. Jsso reduz o carre- namente com o rolete e internamente com o pino. O desgaste ocorrente na interface com o pino é mais crítico, porque a área gamento sobre mancais e as cargas de flexão sobre os eixos. As correias dentadas permitem o uso de pequenas polias e de sustentação da carga é muito menor c ali o carregamento cenpequenos arcos de contato. O contato de apenas seis dentes é trífugo é superposto. As placas de ligação ficam sujeitas, essensuficiente para que toda a capacidade de carga seja desenvolvi- cialmente, a uma carga de fadiga por tração variando de zero até da. As correias dentadas são relativamente leves e podem apresen- um valor máximo, com uma concentração de tensões nos furos tar grande eficiência operacional a velocidades de até 80 m/s dos pinos. Um importante fator que afcta a suavidade da operação de um (16.000 ftlmin). Sua principal desvantagem é o maior custo, tanto da correia quanto das polias dentadas. Da mesma forma que com acionamento por corrente com coletes, particularmente em altas as demais correias, uma longa vida em operação pode ser obti- velocidades, é a açao cordol, ilustrada na Figura 19.7. Na Figuda, porém não tão longa quanto a vida dos elementos metálicos ra 19.7a o rolete A acabou de se ajustar à roda dentada e a linha de transmissão de potência (engrenagens e correntes). Por exem- de centro da corrente está localizada a um raio cordal r,. Após o plo, os motores de automóveis que utilizam correias para o aci- giro da roda dentada de um ângulo 9, a corrente fica na posição onamento do eixo de carnes geralmente requerem a substitui- mostrada na Figura 19.7b.Ncssa posição a linha de centro da corção da correia após percorrerem cerca de 60.000 milhas ( 100.000 rente está localizada no raio primitivo r da roda dentada. Portankm), enquanto a vida dos acionamentos do eixo de carnes atra- to, o deslocamento da linha de centro da corrente (elevação e vés de engrenagens e correntes usualmente termina com a vida abaixamento da corrente) é do próprio motor. ór = r ,. - r = r ( I COS 9) = rp - COS( 180°/N1) ) (19.4)
19.5 Corrente. de Roleta Existem diversos tipos de transmissão de potência por correntes, porém o mais amplamente utilizado é o de correntes de roletes. Dentre suas muitas aplicações, a mais familiar é a corrente de acionamcnto de uma bicicleta. A Figura 19.6 ilustra os elementos básicos de uma corrente. Observe a alternância das ligações por pinos e por coletes. Para a análise da carga que pode ser suportada por uma determinada corrente, o conceito de fluxo de força da Seção 2.4 é bastante apropriado. O procedimento se inicia com a parcela da carga (dependendo de sua distribuiçãoentre os dentes em contato da roda dentada de acionamento) aplicada a um rolete da corrente por um dente da roda dentada A partir do rolete a carga é transmitida, na seqUência, a uma
onde N, é o número de dentes da roda dentada. Juntamente com a elevação e o abaixamento da corrente, a ação cordal toma a relação de transmissão não-uniforme, variando efetivamente o raio primitivo da roda dentada entre r e r... Felizmente, a elasticidade da corrente absorve boa parte dessa pequena flutuação de velocidades quando o acionamento é projetado de forma adequada. Devido à ação cordal, o acionamcnto por corrente é análogo ao acionamento por correia quando se utilizam polias poligonais (com lados planos). Se o número de lados do polígono for suficientemente grande, o efeito poderá ser facilmente observado. As correntes de coletes são projctadas de modo que raramente se rompem, porém eventualmente elas precisam ser substituídas devido ao desgaste entre os pinos c as buchas. Esse desgaste faz com que o passo, a distância entre os centros de coletes adjacentes, aumente. Uma parte desse desgaste pode ser com-
FICLRA 19.6 Elemeatos constítuíntes de uma correo· te de rotetes. (Cortesia da Rexnord CorporatJon, Llnk·Bclt Chaln Oívisíon.)
Capítulo 19 • Outros Compone11tes de /lfáquinas
lbl
pensada aumentando-se a distância entre as rodas dentadas ou por ajustes, ou ainda carregando-se, através de uma mola, uma roda dentada intermediária. Quando o desgaste alonga a correia de aproximadamente 3% o passo aumentado faz com que os roletes se movam, de forma indesejável, para cima dos dentes
429
FICLllA 19.7 Açãocordaideumacorrentede rotetes.
tanto, os detalhes dos materiais e dos processos de fabricação variam, e por essa razão é conveniente verificar as capacidades de carga com os fabricantes de correntes. Todos os fabricantes fornecem tabelas com as faixas básicas de capacidade para diversas velocidades da corrente e número de dentes da roda den-
da roda dentada, fazendo com que a cmrente (e também a roda
tada menor (quanto menor o número de dentes, menor a capaci-
dentada, se apresentar desgaste) precise ser substituída. Uma corrente projetada de modo conservador e lubrificada de forma adequada normalmente possui uma vida útil de cerca de 15.000 horas. Se uma vida menor for suficiente, uma correia mais econômica e mais leve poderá ser utilizada. Na condição de baixas velocidades, o carregamento por tração atuante na corrente que produzirá um desgaste indesejável em 15.000 horas pode ser alto o suficiente para causar prematuramente uma falha por fadiga nas placas. Nos casos de velocidades suficientemente altas o carregamento nos pinos, devido às forças centrífugas e de impacto, pode ser tão alto que nenhuma carga útil possa ser transmitida. A ASME (American Society of Mechanical Engineers) estabeleceu a norma ASME B29.100-2000, que fornece as dimensões padronizadas de correntes e rodas dentadas (com passos na faixa de 1/ 2 e 3 in) de modo que esses componentes, fabricados por diversos fornecedores, possam ser intercambiáveis. As capacidades de carga padronizadas também são fornecidas. Entre-
dade). Essas faixas consideram tanto o desgaste quanto a falha por fadiga. Elas são baseadas em uma potência de entrada uniforme (como a de um motor elétrico ou de um motor com acoplamento hidráulico, ou ainda do acionamento de um conversor de torque) e uma carga uniforme (como a de um soprador ou de uma bomba centrífuga). Para condições menos favoráveis são fornecidos fatores que devem multiplicar a carga nominal para a seleção de uma corrente. Esses fatores variam até 1,7 para a condição de fortes impactos tanto no eixo de entrada quanto no eixo de saída. Se forem utilizadas múltiplas fileiras (Figura 19.8), a taxa referente à fileira única deve ser multiplicada por 1,7, 2,5 e 3,3 para correntes com filas dupla, tripla ou quádrupla, respectivamente. O número de dentes da menor roda dentada geralmente fica entre 17 e 25. Um número menor de dentes pode ser aceito se a velocidade for muito baixa; um número maior pode ser desejável se a velocidade for muito alta. Geralmente o número de dentes da maior roda dentada é limitado a cerca de 120 (as relações de transmissão usualmente são limitadas a 12, mesmo para baixas velocidades).
19.6 Correntes de Dentes lm7ertido8
FlGL1lA 19.8 Corrente de rolete com múltiplas llleiras (no CllSO< mostrado uma corrente de quatro fileiras) e as correspondentes rodas dentadas. (Cortesia da Rexnord Corporatlon, Link-Dett Cbain Oivlslon.)
As correntes de dentes invertidos (Figura 19.9), também chamadas de correntes silenciosas devido à sua operação relativamente sem ruído, consistem em uma série de placas de ligação dentadas que são conectadas por pinos para permitir a articulação. Os "dentes" de ligação geralmente possuem lados retos. Os dentes correspondentes das rodas dentadas também possuem lados retos, com o ãngulo entre os lados dos dentes aumentando com o número de dentes da roda dentada. A parte mais crítica da corrente é a conexão por pinos. Diferentes fabricantes têm desenvolvido uma grande variedade de projetos para os detalhes das juntas, de modo a aumentar a vida por desgaste. Dispositivos devem ser elaborados para evitar que a corrente deixe de se acoplar às rodas dentadas. A Figura 19.9b mostra uma corrente com elementos-guia centrais que se engatam às ranhuras centrais da roda dentada. A Figura 19.9c mostra uma corrente com elementos-guia laterais que se encaixam nas faces da roda dentada. A Figura 19.9d mostra uma corrente dup/ex, utilizada
4 30
PARTE 2
•
Arur.AÇOF.S
Passo,p
:&(11!5: (h) Catrente com gUla central
lu)
CJ)
Colml:e d~ex
FtGURA 19.9 Correntes de dentes invertldos ("correntes silenciosas"). (Cortesia da Ramsey Products Corporation.)
nos acionamentos por "serpentina", onde a roda dentada é conduzida por ambos os lados da corrente. As correntes e rodas dentadas de dentes invertidos são padronizadas [ANSI/ASME B29.2M- 1982, reiterada em 2004]. A maioria das considerações apresentadas na seção anterior é também aplicável às correntes e rodas dentadas de dentes invertidos. Os passos padronizados estão na faixa entre 3/8 e 2 in, e as capacidades são ordenadas por polegada de largura da corrente. Devido à sua operação mais suave e silenciosa, as correntes de dentes invertidos podem operar a velocidades maiores do que as correntes de roletes. A lubrificação é muito importante, e as correntes, em geral, devem operar em ambientes herméticos.
19.7 História. do3 Ãcionomentos Hidrodinâmicos Ao contrário dos outros meios de transmissão de potência, os acionamentos hidrodinâmicas (isto é, os acoplamentos fluidos e os conversores de Iorque) são dispositivos estritamente desenvolvidos no século XX. O Dr. H. Fottinger, da Alemanha, construiu o primeiro acionamento hidrodinâmico em 1905. Naquela
época as turbinas a vapor tinham acabado de ser introduzidas para a propulsão naval, e nenhum meio prático que propiciasse a redução de velocidades estava disponível. O acoplamento direto do motor à hélice produzia em ambos uma operação ineficiente - a turbina girava muito lentamente e a hélice muito rapidamente. Fottinger estava associado à Vulcan-Werke A. G. quando sua invenção foi desenvolvida de modo a propiciar uma taxa de redução de 5:1 para acionamentos de até 15.000 hp. As eficiências da turbina e do sistema propulsor aumentaram mais de 15%. Os conversores de Fottinger foram utilizados com muito sucesso até que as engrenagens helicoidais foram desenvolvidas para uso nas turbinas dos navios. A eficiência bem superior dos acionamentos por engrenagens, associada a seu baixo custo, disponibilidade de grandes relações de transmissão e construção compacta, fez com que eles rapidamente substituíssem os conversores de torque hidráulicos. Novos desenvolvimentos relacionados aos acionamentos hidrodinâmicas não ocorreram até o final da Primeira Guerra Mundial, quando, em conexão com os esforços para aumentar a eficiência dos conversores hidráulicos, verificou-se que o acoplamento fluido mais simples (o qual não oferecia qualquer aumento de torque) poderia operar com eficiências superiores a 95%. Esta condição sugeriu ao Dr. Bauer, então diretor da
Capítulo 19 • Outros Componentes de Máquina.s 431 Vulcan-Werke, que os motores a diesel, recentemente desenvol- micos têm apresentado grande aceitação em nível mundial em vidos para altas velocidades, poderiam se adaptar aos serviços uma grande variedade de aplicações industriais e navais. navais utilizando-se um engrenamento helicoidal para a redução da velocidade, juntamente com um acoplamento fluido para isolar o significativo choque torcional do motor a partir do 19.8 Ãeoplomentos Fluidos engrenamento e do eixo propulsor. Os únicos motores a diesel utilizados anteriormente para a propulsão de navios eram motores de baixa velocidade diretamente acoplados. A solução do Dr. A Figura 19.1 Omostra as partes mais importantes de um acoplamento fluido. O rotor solidário ao eixo de entrada é chamado de Bauer logrou muito êxito. Os acionamentos hidrodinâmicos continuaram a ser desenvol- impulsor, c também é aparafusado à caixa. Essas duas unidades vidos na Inglaterra e na Alemanha. Em 1926, Harold Sinclair, formam a carcaça que contém o fluido hidráulico (geralmente da Companhia de Engenharia e Acoplamentos Hidráulicos, sen- um óleo mineral de baixa viscosidade). O eixo de safda é suportiu-se incomodado pelo "jerk:' produzido no engate das engre- tado pela carcaça através de dois mancais. Fixado a ele está a nagens dos ônibus de Londres, nos quais ele freqüentemente turbina, que é acionada por óleo descarregado pelo impulsor. O viajava. Esse fato motivou o desenvolvimento dos primeiros selo de óleo entre a carcaça e o eixo de safda representa o desenacoplamentos fluidos para automóveis, que foram utilizados em volvimento de um trabalho extensivo. Ele deve permitir apenas o "vazamento" microscópico necessário para a lubrificação do diversos veículos britânicos durante os anos subseqüentes. Na década de 1930 a Chrysler Corporation começou seus próprio selo. Cada rotor ocupa um espaço semitoroidal que é experimentos com acoplamentos fluidos, e então comprou os dividido em compartimentos através de placas planas uniformedireitos da patente de Harold Sinclair. Esta iniciativa levou à mente espaçadas, a/eras radiais (também chamadas de pás ou introdução do "Acionamento Fluido" nos veículos Chrysler em palhetas). Geralmente é utilizado um núcleo ou aro interior op1939. Também no início da década de 1930 a American Blower cional, fixado às alctas de ambos os rotores. Esses aros guiam o Company desenvolveu e fabricou os acionamentos hidrodinâ- fluido circulante cm uma trajetória aproximadamente circular. micos para uso com ventiladores de indução de arrasto. Enquanto Conforme será mostrado adiante, nenhum acionamento isto, a General Motors introduziu uma transmissão semi-auto- hidrodintimico consegue transmitir pot€ncia com 100% de efimática de quatro velocidades no Oldsmobile de 1937, porém ci€ncia. Aletas são geralmente adicionadas à carcaça para proretirou-a em 1939. Essa transmissão foi modificada e integrada piciar a circulação de ar e auxiliar a dissipação do calor gerado. a um acoplamento fluido para se tomar o original ..Acoplamen- Em muitas aplicações pesadas, o fluido é continuamente remoto Hidra-Matic", colocado no Oldsmobilc de 1940. vido, resfriado por um trocador de calor externo e realimentado. Desde meados de 1950 todos os carros produzidos nos EstaA rotação do impulsor gera forças centrífugas no óleo retido dos Unidos possuem transmissões automáticas incorporando entre palhetas adjacentes, causando seu escoamento radial para conversores de Iorque hidráulicos. Os acionamcntos hidrodinâ- fora; observe o sentido das setas na trajetória de circulação do
Seçlo Ail
FIGURA 19.10 Acoplamento Duldo.
432
PAR'I'E
2 • Aru r.AçOv.s
fluido, indicadas na Figura 19.10. Quando o escoamento passa por sobre a turbina o óleo atinge as palhetas da turbina, transmitindo boa parte de sua energia cinética (no plano de rotação do impulsor e da turbina). A pressão do óleo (na parte de trás) orienta o escoamento radialmente para dentro através dos espaços entre aletas adjacentes da turbina, onde ele fornece uma energia cinética adicional. Na condição de operação normal, a rotação da turbina só pode ser ligeiramente menor do que a do impulsor. As forças centrífugas desenvolvidas pelo óleo sobre o lado da turbina oposto àquele do impulsor, portanto, reduzem a velocidade do escoamento no entorno da trajetória transversal do "fluido de circulação". Se o sentido do acionamento for invertido e o eixo de saída girar mais rápido do que o de entrada, o sentido do escoamento do fluido também se inverterá. Este é o fenômeno que ocorre quando um veículo, possuindo acoplamento fluido (ou conversor de torque), sofre a ação do " freio motor". Durante uma operação normal o eixo de saída gira mais lentamente do que o de entrada de um fator chamado deslize. Representando-se as velocidades de entrada e de saída por w1e w., respectivamente, o deslize S é definido como
S
= (w;
- W 0 )1w;
(19.5)
Um conceito fundamental é que sem o deslize não pode haver circulação de fluido e, portanto, não haverá transmissão de potência. Um segundo conceito fundamental pode ser obtido a partir da consideração do acoplamento fluido como um corpo livre em equil!brio. As únicas ligações externas ao fluido são com os eixos de entrada e de saída. Para que a equação de equil!brio de momentos em relação ao eixo de rotação seja atendida, os torques de entrada e de safda devem ser e.xatamente iguais. Assim, cada acoplamento fluido transmite sempre 100% do torque de entrada. Esta condição é verdadeira mesmo se o acoplamento não possuir óleo. Neste caso, ambos os torques, de entrada e de saída, são nulos, isto é, o acoplamento não fornece carga ao motor de acionamento. Esse resultado sugere que a possibilidade de drenagem e recompletamento do óleo de acoplamento enquanto o motor está em operação pode prover a função suave de embrear e desembrear. Para se desenvolver as relações fundamentais entre os parâmetros de um acoplamento fluido, considere uma partícula típica de óleo a um raio r (Figura 19.10) que tenha um volume unitário, uma massa específica p e viscosidade desprezível. Admita que o eixo de entrada esteja girando a uma velocidade w e o eixo de saída seja estacionário (como se fosse uma operação de "partida"). A força centrífuga atuante na partícula de óleo vale (a) Como os acoplamentos fluidos são, em geral, geometricamente similares, é desejável desenvolver as equações em função do diâmetro externo da cavidade fluida D, como mostrado na Figura 19.I O. Todas as demais dimensões podem ser expressas como k.D, onde k. representa constantes numéricas k,, ~' k;, ... Assim, a Eq. a pode ser expressa como (b) Pela segunda lei de Newton (F possuir uma massa de p,
Com o eixo de saída estacionário, uma partícula de óleo entra no impulsor a um raio r, basicamente com velocidades tangencial e radial nulas. Admitindo, como aproximação, que a partícula fique sujeita a uma aceleração constante ao longo d.a distância r1 r, =~,sua velocidade terminal (utilizando as equações elementares do movimento uniformemente acelerado) será
Admitindo que a velocidade do fluido ao se mover através da pequena folga entre o impulsor e a turbina seja dada pela Eq. d, tem-se que o fluxo de massa Q do óleo que entra na turbina vale Q = pVA
no qual a área A pode ser obtida por n(r! - r~ ) = k.,D2• Portanto,
(e) A quantidade de movimento do óleo no plano de rotação do fluido quando ele entra na turbina é igual ao produto da massa pela velocidade no plano de rotação, ou mrw, e a quantidade de movimento angular vale mr; w = m(k,P)1 w. O torque aplicado à turbina é igual à variação da quantidade de movimento angular com o tempo:
Como a massa específica dos fluidos hidráulicos varia muito pouco, p pode ser combinado com outras constantes para definir uma única constante k, fazendo com que a Eq. f possa ser expressa por (19.6) Esta equação fornece o Iorque de stall do acoplamento, para o qual o deslizeS é unitário. Quando a potência é transmitida o deslize deve ser, obviamente, inferior à unidade. Nesse caso, o torque transmitido é aproximadamente proporcional ao deslize. Com o fator de deslize incluído, a Eq. 19.6 se toma a equação para o torque de operação do acoplamento: (19.7) Para um torque expresso em libras-pés, roem revoluções por minuto e D em polegadas, os ensaios dos acoplamentos do tipo automotivo indicam que na faixa de deslize de 30 a 100%, em uma aproximação grosseira, (19.7a) Esta equação permite o registro de duas importantes conclusões.
= ma) e pelo fato d.e a partícula
1. A capacidade de transmissão de torque e de potência de um acoplamento fluido varia com a quinta potência do diâmetro. Este é um fato digno de cuidadosa observação- dobran-
(c)
do-se o diâmetro, aumenta-se a capacidade de transmissão de um fator igual a 32.
Capírulo 19 • OutroJ Componentes de Máquina'
2. A capacidade de transmissão de torque varia com o quadrado da rotação, enquanto a capacidade de transmissão de potência varia com o cubo da rotação. Essas duas características explicam porque um acoplamento fluido pode transmitir toda a saída de um motor na rotação de operação e ainda transmitir um torque quase desprezível (essencialmente um desembrcamento) à velocidade intermediária. Pela Eq. 19.5, a rotação do eixo de saída do acoplamento é Wn =
(19.5, moei.)
w,(l - S)
Como os torques de entrada e de saída são iguais, a eficiência da transmissão de potência pelo acoplamento pode ser obtida por
19.9
4SS
Co~rso~ de Torque Hidrodirúi.rrthas
Com referência ao acoplamento hidráulico mostrado na Figura 19.10, observou-se que para garantir o equiltôrio de momentos em relação ao eixo de rotação os torques de entrada e de saída devem ser exatamente iguais. A única possibilidade de o torque de saída ser superior ao torque de entrada é adicionar-se um terceiro torque atravis de um medidor com contribuição de torque (geralmente um elemento de reação estacionário que contribui com um torque reat.ivo T,). Nesse caso, a equação de equilíbrio se torna (19.9)
Wo
e= -
W;
(19.8)
= 1-S
Durante uma condição normal de operação, um acoplamento bem projetado e apropriadamente aplicado geralmente opera na faixa de 95 a 98% de eficiência. As curvas representativas do desempenho dos acoplamentos fluidos são ilustradas na Figura 19.11. Observe que na relação torque e velocidade do motor o deslizamento no acoplamento é de apenas 3,5% para uma eficiência de 96,5%. Os acoplamentos fluidos são particularmente interessantes no isolamento dos impulsos torcionais dos motores diesel. Quando um acoplamento fluido é interposto entre o motor e um redutor de engrenagens podem ser utilizados eixos e engrenagens mais leves e mais econômicos. Um outro importante uso está associado aos equipamentos de elevação de cargas pesadas. O movimento suave, aumentando gradualmente o torque de saída propiciado pelo acoplamento, permite que cargas pesadas possam ser manuseadas com impactos mínimos.
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A Figura 19.12 mostra uma maneira de se adicionar um elemento de reação a um acoplamento fluido para torná-lo um conversor de torques. As aletas do reator estacionário, bem como aquelas do impulsor e da turbina, são curvas e instaladas a um determinado ângulo. Quando o fluido circulante atinge as aletas do reator um torque externo T, deve ser aplicado para evitar a rotação do rcator. As ale tas do reator redirecionam o fluido circulante de modo que um aumento de torque é fornecido para a turbina de acordo com a Bq. 19.9. Como as aletas do reator são estacionárias e não realizam trabalho, o torque aumentado da turbina deve ser acompanhado de uma diminuição proporcional da velocidade de saída a>,. Nas aplicaçôes que requerem uma multiplicação do torque apenas nas operaçôes de partida e para levar a carga a urna determinada velocidade o rcator "fixo" é montado através de uma "marcha em roda livre" ou embreagem de ''uma via", como mostrado na Figura 19.13. Ao se aproximar da velocidade normal de operação o reator de "roda livre" - girando sem restrição no sentido permitido pela embreagem com marcha em roda livre - e o conversor de torquc se comportam como um acoplamento fluido. Isto é o que ocorre, por exemplo, com os conversores de torque incorporados nas transmissões automáticas dos automóveis. Tipicamente, esses conversores fornecem uma relação de multiplicação de Iorque da ordem de 3 com um eixo de saída na condição-limite. A partir dessa condição, quando o eixo de saída se acelera a relação de transmissão diminui rapidamente. Quando a relação atinge a unidade a embreagem de marcha em roda livre permite que o reator comece a girar li-
Turbina,
3..d_
.,.
I ~;
Eoxo ele entrtd•
1~1~1@1~1~
RotaçJo de entrodl "' (rpm)
FIGURA 19.11 Curvas Hpicas de Iorque versus velocidade de deslizamento para um acoplamento fluído.
Reotor
FIGURA 19.12 Convel"S
5. "lnven cd Tooth (Silcnt) CholO\ nnd Sproclct Tccth.'' ANSI 8 29.2- 1957, Arncric:m Socrct) Mcchanical Engineen.. Ncw York (Rcaffinned 1971 ).
vremente no sentido oposto àquele para o qual estava previamente impedido de girar pela embreagem de uma via. As características de desempenho de um conversor de torque típico, comparadas com aquelas de um acoplamento fluido de mesmo diâmetro, são mostradas na Figura 19. 14.
or
6. Koyama. T.. nnd K. M. .\1 an.hcl.. '1'00thed Belts-P.ast. Present. and Future.'' Med1. ,\1admtt' nlt'Or\, 23(3):227239 ( 1988). 7. Mar-hek. K. M .. "t'harn Omc...,·· 10 ltandnnf HwrúbooA nf Macllint' DesiJin. J Shrglc) ond C. Mo.chlc (e
ns
9. Naji. M. R., and K. M . M31'Jiel. "E:o:perimental Deteronination of lhe Rollcr Chain Load Di>tnbutron," !.SME Trans. J. Medr., frnllfiiiÍ.<.I., A111011101. Des., 105:33 1338 (1983). 10. Nnji. M . R.. ~nd K. M. Man.he~ . ''loothcd Bclt-Load Di>triburion." ASME Trons.. J. Medr .. Tmn.
EIXO di !Dllldl
FJGVtlA 19.13 Conversor de torque com reator controlado p.or embreagem de uma vla.
3,2
100
80
2.4
~ a g
~
..
ü 60 .., c
~ 2.0
.."' i
1! ;:;
l(
40
1.6
20
0.2
0,8
o
Problenuu
1,0
Seção 19.2
FJGI:llA 19.1
19.1
O acionamcoto por correia mostrado na Figura 19.1a poosui um ângulo de cootatodc 150" na polia menor. A traçilo no lado frouxo é P1 = 40 N, a polia motriz tem um diilrnctrodc 100 mm, a forçacenlrffugaé desprezível cj = 0.33. Qual é a capacidade de tmnsmissilo de torque da polia?
Referêllt!ÜU
19.2
Rcpilll o Problema 19. 1, desta vct considerando que o lingulo de coo· tatodapolia menor é de 160".
I. Amcrican Chnm ''"oc iallon. Clwim /ilf Powttr Trem~· mi•.•i•m 1111ú /lfwuwl llundlilll(. Marcel IDc~kcr. Ncw Yorl . 19!12.
19.3
A Figura !9.1a ooostra um acionamcnto por correia com um ângulo de contato de !50" na poliu menor. A força centrifuga é desprezível, a polia motriz possui um diâmetro de 4 in, a traçilo no lado frouxo é de 9lb e f = 0.30. Qual é a capacidade de transmissão de torquc da polia'!
2. Binder. R. C.. M~t hunit·s nj tire Rollu Clwi11 Driw!, Prcnticc-Hnll. Engl~ood Clin,, N.J .. 1956.
19.4
Um acionamcnro por correia, como o mostrado na Figura 19.la, pos· sui wn ãngulo de contato de Ifn na polia menor. A ins<:rçilo de uma
3. Burr, A 11.. \ft'C'Iromwl Arn•IJ.\1\ unú Dl'rign. Elsevier. New Yorl, 198:? 4. Grecn..,ood. D C .. Mt'<'hanicul Pol\'t!f Transmission. McGra,.-II.JII.I\0!'\Io York, 1962.
polia intermediária. como ilustrado na Figurn 19.1c. aumenta esrc ân· guio para 200'. Se a lt8ÇÕO no lado frOW
Capítulo 19 • Outros Compone11tes de /lfáquinas 19.5
485
Correia em V
Utiliulndo a Figura P 19.5, desenvolva uma equação para o comprimento
~ = 18' / = 0,20
da correia L em função de c, r 1, r a e a.
"= 4000 rpm
TraçAo mAxlma no correi• de 1300 N Peso por unidade de comp
FIGURA Pl9.5
19.6
Embora a distância entre centros c possa ser calculada utilizando uma equação desenvolvida a partir da Figura Pl9.5, essa equação~ difícil de ser utilizada porque envolve c, L e a. A Figura P 19.6 sugere um comprimento apro>
P19.LO
19.11
Qual é o valor da potênda que pooeria ser transmitida pela polia do Problema 19.1Ose (a) duas correias, idêntica~ à correia do Problema 19.10, fossem utilizadas, e (b) uma única correia fosse utilizada, com o dobro da scção transversal da correia do Problema 19.10 c, portanto, com o dobro da traç>ío máxima admissível'!
19.12
Uma correia em V com [3 = 18' c peso por unidade de comprimento de 0,012lblin deve ser utilizada para transmitir potência de uma polia motriz a 3500 rpm com diâmetro de 6 in para uma polia conduzida com diâmetro de 12 in. O âogulo de contato da polia menor~
19.13
Uma correia em V com [3 = 18' e peso por unidade de comprimento de 2,2 N/m deve ser utilizada para transmitir uma potência de 12 kW de uma polia motriz a 1750 rpm, com diâmetro de 180 mm, para wna polia conduzida a 1050 rpm. A distâocia entre centros é de 400 mm.
[Resp.: c2 = 0,25[L - 77(r1 + rJ J' - (r, - rJ'J
c
Considerando que o coeficiente de atrito é de 0,20 e que a tração inicial da correia é adequada para evitar o escorregamento, determine os valores de P 1 e P, . (b) Determine as cargas torcionais c radial resultante aplicadas pela correia a cada eixo. (c) Determine a traç>ío inicial oacorreia quando o acionamento n>ío está em operação. (d) Determine os valores de P 1 c PAu ando o acionamento estiver operando na velocidade normal, porém transrnitindo apenas 6 kW. [Resp.: (a) 926 N, 199 N; (b) torques de 65,6 N ·m e 109,2 N·m aos ei>
D
FIGURA Pl9.6 19.14 19.7
A Figura Pl9.5 mostra que os ângulos de contato 4>, e 4>, são iguais a ,. - 2a e .,.. + 2a, respectivamente. Deduza uma equação que relacione.a a r1, rae c.
(a) Considerando que o coeficiente de atrito é de 0,20 e que a tr.1ção inicial da correia é e>
[Resp.: sena= (r, - r 1)1c]
Seções 19.8-19.5 19.8
Um motor clétrico de 25 hp, com rotação de 1750 rpm, aciooa uma máquina por meio de uma correia em V múltipla. A polia fua ao ci>
19.9
19.10
Uma correia cm V padronizada com f3 = !8• é utilizada com uma polia motriz de diâmetro primitivo de 40 mm e um tambor cilíndrico plano de 120 1run de diâmetro. Adistância entre centros é de 120 mm. Qual é a relação aproJ
Uma correia em V com [3 = 18' c peso por unidade de comprimento de 0,012lblin transmite a potência de 12 hp de uma polia motriz a 1750 rpm com diâmetro de 6 in para uma polia conduzida com diâmetrO de 12 in. A distância entre centros deve ser de 20 in.
19.1SP Reveja o endereço da Internet ht tp: //www. g raí nger. com. Realize uma pesquisa de produtos para correias em V. Sclecione uma correia em V do tipo Acom comprimento de 32 in. Relacione o fabricante, uma descrição do produto e o preço. 19.16P Reveja o endereço da Internet h ttp : //www . grainger . com. Realize uma pesquisa de produtos para correntes de roletes. Sclecione uma corrente de rolete de aço rebitada simples padronizada ANS1#40. Relacione o fabricante, uma descrição do produto c o preço.
Seção 19.8 19.17
Um acoplamento Ouido do tipo mostrado na Figura 19.10 possui seus ci>
436
PAR'I'E
2 • Arur.AçOv.s
(a) Durante a operação nonnal, o motor gira a 1780 rpm c aciona a máquina com 55% de sua potência prescrita. Qual é a rotação do eixo de entrada da máquina'! Qual é o percentual do torquc do motor que chega até a máquina? Qual é o percentual da potência de saída do motor convertido cm calor no acoplamento fluido? (b) Quanto da potência prescrita plena do motor é requerido pelo deslizamento do acoplamento durante a operação de sobrecarga?
MotO< elétrtco 1780rpm 55% da potência presenta
,=
(c) Qual é a rotação do motor na condição em que a máquina é sobrecarregada até o ponto em que o motor não mais pode acioná-la c pára'! Nessas condições, qual é a fração da potência prescrita do motor que é convertida cm calor no acoplamento fluido'? 19.18
Máquina conduzida
Admita que as características do motor c do acoplamento representadas na Figura 19.1 I correspondam a um instalação bem realizada, do ponto de vista da engenharia, e que incorporem um motor de 10 kW a 1750 rpm. Uma instalação similar, porém menor, está sendo considerada. Esta instalação requer wna potência 50% menor. Dessa fonna, será utilizado wn motor de 5 kW a 1750rpmc um acoplamento fluido menor, porém geometricamemc similar. Nessas condições, de que fator poderia ser reduzido o diâmetro do acoplamento fluido'! Se a fonte de potência de 5 I
Seção 19.9 Curvas de desempenho do acoplamento fluidotl&Uf8 19.11 FIGcllA
Pl9.17
19.19
Um conversor de torque hidrodinâmico como o representado na Figura 19. 13 fornece uma multiplicação de torquc de 2.4 quando opera com um motor de acionamento que desenvolve um torque de I00 N·m. Qual é o torque aplicado a uma embreagem de uma via'!
CAPÍTULO
20
lnter-relações dos Componentes de Máquinas- Um Estudo de Caso
----
20.1 Introdução O objetivo final de um componente de máquina é certamente operar como uma parte da máquina que atende a um determinado propósito. O projeto de uma máquina completa é um processo criativo que requer idealização e engenhosidade para se conceber a combinação efetiva dos componentes, otimizar a combinação selecionada e considerar os múltiplos fatores que geralmente se aplicam a uma situação particular. O avanço do projeto individual dos componentes para o projeto de uma máquina completa é obviamente um passo importante. O objetivo deste capítulo é auxiliar na preparação do estudante para esta etapa. Visando ao desenvolvimento da habilidade no arranjo e da concepção da combinação eficaz dos componentes, é interessante o estudo prévio do projeto de algumas máquinas selecionadas já existentes e a observação cuidadosa das inter-relações nelas existentes. O modo com que um componente é projetado pode influenciar tanto as cargas a serem suportadas por outros componentes quanto o espaço disponível para aqueles componentes. A transmissão automática foi aqui escolhida como estudo de caso por ser um mecanismo de grande utilização e relativamente complexo, no qual o projeto de um componente pode influenciar o projeto de outras partes. A transmissão automática modema é composta de três subconjuntos principais: um conversor de Iorque, um sistema de engrenagens e um sistema de controle hidráulico. O conversor de torque é um acoplamento fluido onde o elemento motor, o rotor, aciona o elemento conduzido, a turbina, utilizando o fluido contido no acoplamento. O sistema de engrenagens é, geralmente, um sistema de engrenagens planetárias onde estas são dispostas na transmissão de modo que a potência possa ser aplicada a qualquer um dos três e lementos a engrenagem anular, o pinhão planetário (braço) ou a engrenagem solar. A potência de saída pode ser obtida de qualquer um dos elementos. As transmissões automáticas contêm diversos componentes, e para se saber como cada componente opera precisa-se gastar algum tempo de estudo. Ainda a despeito de sua complexidade, a operação geral da transmissão automática pode ser compreendida estudando-se inicialmente as transmissões menos complexas, como a original hidramática ("Hydra-Matic''), introduzida no Oldsmobile 1940 (veja a Seção 19.7). A modema transmis-
são Hydra-Matic foi a primeira transmissão automática utilizada em um automóvel. Ela representa urna engenhosa combinação de componentes, todos trabalhados externamente de modo a resultar em um projeto adequadamente balanceado, isto é, apresentando uma resistência apropriada para todas as partes e nenhum superdimensionamento significativo. As partes se ajustam formando uma unidade compacta, e elas são projetadas de modo que a transmissão possa ser produzida em grande escala a um custo razoável. Exemplos apresentando idealizações similares e um projeto de engenharia confiável são encontrados em uma ampla gama de produtos industriais e de consumo.
20.2
Desc~ da 'PrtuuJJIIÜJ8ão Hidramática Original
O objetivo desta seção é oferecer uma compreensão geral da operação da transmissão hidrarnática.
20.2.1 Oe8enho Esquemático da Transmissão A Figura 20.1 mostra uma representação diagramática, altamente simplificada, do leiaute da transmissão. Seus três componentes básicos são: um trem frontal de engrenagens planetárias, um acoplamento fluido e um trem traseiro de engrenagens planetárias. O deslocamento é realizado por meio de freios de lona e embreagens de múltiplos discos acionados hidraulicamente. As razões de torques dos trens de planetárias podem ser determinadas utilizando-se os procedimentos fornecidos na Seção 15.13.
20.2.2 Fluxo de Potência da Tra.n.sml8são A Figura 20.2 apresenta o diagrama de fluxo de potência ao longo dos elementos da transmissão. O motor aciona o trem frontal de planetárias que, por sua vez, fornece uma multiplicação de torque de 1,44 ou 1,00. A saída do trem frontal passa, através de um acoplamento fluido, para o trem traseiro de planetárias, o qual
438
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s
RI (54 dentes) P 1 05 dentesl SI (24 dentes) Trem frontal de planet6rles
Trem tre~lro de planet6rles
Flclll\A 20.1 Desenho esquemático da transmissão Hydta·Malic.
propicia uma multiplicação de torque de 2,53, 1,00 ou - 2,99. Na terceira e na quarta marchas apenas 39% da potência entre os trens de planetárias fluem através do acoplamento, o que significa que 61% não ficam sujeitos às perdas por deslizamento no acoplamento (Seção 19.8). Conforme mostrado na Figura 20.1, a engrenagem anular R 1 (trem frontal de planetárias) é solidamente conectada ao volante do motor e, portanto, gira sempre com a velocidade deste. A Figura 20.2 mostra que para a primeira marcha (baixa) o freio B1 é acionado. Este é um freio de lona que mantém a engrenagem solar S 1 flxa, fazendo com que ela opere como um elemento de reação. A saída do trem frontal de planetárias é o braço Al. Com a embreagem C2 desengatada essa saída é totalmente conduzida ao rotor do acoplamento fluido. O acoplamento da turbina é flxado à solar S2, que é o elemento de entrada do trem traseiro de planetárias. O freio B2 segura a anular R2, que opera como um elemento reativo. O braço A2 é a saída do trem e está integrado ao eixo de saída da transmissão. A relação referente à primeira marcha (baixa) será, portanto, igual ao produto das taxas de redução de velocidade dos trens de planetárias frontal e traseiro. Em todas as relações de transmissão para a frente o terceiro trem de planetárias (S3, P3 e A3) fica inativo - esses elementos giram, porém não sustentam qualquer carga. Enquanto os freios B1 e B2 propiciam elementos de reação para os trens de engrenagens frontal e traseiro, as embreagens C1 e C2 fornecem uma relação de torque de acionamento direta unitária através desses trens. Assim, na segunda marcha a embreagem C 1 força a anular R 1 e o braço A1 a girarem juntos. Essa condição faz com que todo o trem frontal de planetárias gire como um único elemento, transmitindo potência sem variação na velocidade. Na terceira marcha é o trem traseiro de planetárias que gira, essencialmente, como uma única unidade. Relativamente às relações de transmissão de torque, o deslizamento ocorrente
no acoplamento pode ser desprezado. Assim, com a embreagem C2 acionada pode-se considerar que S2 e A2 giram juntas. Pela Figura 20.2 pode-se perceber que o sistema de controle fornece o produto das duas relações dos trens de planetárias para a primeira marcha, a maior relação isolada para a segunda marcha, a menor relação para a terceira marcha e uma relação direta de 1: 1 para o acionamento da quarta marcha. Para a marcha a ré, o "dispositivo de inversão" B3 mantém a anular R3 como um elemento fixo de reação. As engrenagens planetárias indicadas como 2 e 3 atuam juntas e constituem um único trem de planetárias composto, com S2 como entrada e A2A3 (os dois braços formam uma única unidade) como saída. Uma das mais interessantes e engenhosas características do projeto original da Hydra-Matic é a ação do acoplamento fluido. Observe que, na primeira marcha, o acoplamento gira com a velocidade do motor dividida por 1,44. Isso significa que com o motor inativo o torque destall (parada do motor) do acoplamento é tão baixo que o atrito do chassi, grande parte do qual representa a resistência ao rolamento da roda, usualmente impedirá a continuidade do movimento do veículo para a frente. 1 Assim, ao ser parado em um tráfego lento com a transmissão acionada o motorista normalmente não precisa manter o pedal do freio acionado. Quando a transmissão está acionada na terceira ou quarta marcha a saída do trem frontal de planetárias é transmitida diretamente para R2 (passando pela embreagem C2) e, através do acoplamento fluido, para S2. Esses caminhos paralelos da potência são mostrados na Figura 20.2. Será mostrado posteriormente que para o número de dentes de engrenagens envolvido a divisão do torque está na relação de 39:61. Uma vantagem da
• Veja a Seção 19.8.
Capítulo 20 • lnter·relações dos Componentes de Máquirtas - Um Estudo de Caso Acoplamento
lntertace
""'~-~D ?''i~I~2I IT~~~ns
~=~:
Lci:J S I, PI, RI
~ li[ M:ncal
$2,P2, R2 S3. P3, R3
J1~~·:1''\ ~' ' SI , PI, RI
Relaçllo de torques
r"n,
ttasetro de 1)4aMIÂf!al
Todas as emtwuaens e freiOS cJesacopladOS
I
3,66
~~ 81 actonado
2
2,53
1,44
3
1.00
Ré
-4,31
$2, P2, R2 $ 3, P3, R3
..J1f~""" :- r~~, ~
.
$2, P2, R2 S3, P.3, R3
(a) Diagrama de fluxo de potência interna
82 .ClOnado
~~ -1 ~~ -1 ~~ Cl ICI()tlado
821CIOnado
1.44
1.00
8 1 acionado
C2 ac1onado
1,00
1.00
C! actonado
C2 atlonado
r r
~~ 81 actonado
$2, P2, R2 S3, P3,R3
J1f~'ti~' ' SI, PI, RI
Trem
fluoôo
-
$ 2, P2, R2 S3,P3,R3
,J1f~"~~~ :-!1~' ' SI, PI, RI
Acoplamemo
MIIICha neutra
4
SI,PI, RI
Trem frontal de pllnet6r•os
S2. P2, R2 S3, P3, R3
J1f;[n'i ~' . S I, PI, RI
Marcha
439
83 ac10nado
(b) D1agrama de blocos do fluxo de potencoa
Marcha
Relação
Marcha neutra
-
I
3,66
2
2.53
3
1.44
4
1
Rê
-4,31
CI
81
C2
82
83
(r) Padrlo de OCIOilamento das man:has
FIGURA 20.2 I'1uxo de potência da transmíssão Hydra-Matlc e relações de transmíssão das marchas.
característica de divisão da potência é que na passagem para marchas altas (quarta marcha) apenas 39% da potência fica sujeita às perdas no acoplamento fluido. Quando o veículo está ultrapassando cerca de 33 mph a perda de potência, que se deve a um escorregamento no acoplamento da Hydra-Matic, é inferior a 1%. As transmissões automáticas mais modernas possuem toda a potência passando por um conversor de torque, ficando, portanto, sujeitas a cerca de três vezes a perda por escorregamento da transmissão Hydra-Matic original. Esta perda pode ser eliminada mecanicamente travando-se o conversor de torque após a comutação para marcha alta, porém essa condição possui a des-
vantagem de eliminar o isolamento do choque torcional característico de um acionamento hidrodinâmico. Embora a transmissão Hydra-Matic original tenha sido um grande sucesso, ocorreram alguns problemas para se manter um deslocamento suave entre a segunda e a terceira marchas. Observe, na Figura 20.2, que esse deslocamento envolve o acoplamento ou a liberação simultânea de todos os quatro componentes de fricção, 81, Cl, 82 e C2. Um outro problema, menos importante, foi que as engrenagens giravam com a transmissão em ponto morto ou neutro, causando, por conseqüência, algum ruído.
CoM~
20.3.1 Trem Frontal de Planetárla8 com o Freio Bl Aclonado e a Embreagem Cl Desengatada (como na Primeira e Tereelra Marchas, e na Marcha a Ré)
(como na primeira e terceira marchas, e na marcha a ré). Começa-se com a anular RI, quando recebe o torque de entrada T, (libra-polegada) do motor. A transmissão possui três planetárias igualmente espaçadas, PI, as quais atuam com forças tangenciais sobre os dentes da anular. A anular possui 54 dentes com um passo de P dentes por polegada. Assim, o raio referente às forças tangenciais é de 27/P polegadas. Para garantir o equilíbrio de momentos em relação ao eixo da anular as forças tangenciais atuantes nos dentes das engrenagens devem ser de T.PISJ lb. Forças iguais e opostas são aplicadas pela anular aos dentes das planetárias. Para garantir o equilíbrio de momentos das planetárias em relação a seus eixos, os dentes da solar devem aplicar forças às planetárias que também possuem valores iguais a T,P/81 lb. O equihôrio de forças atuantes em uma planetária requer que uma força de T f'/40,5 seja aplicada ao centro de seu eixo de giro, o qual é parte do braço. Forças iguais e opostas são aplicadas pelas planetárias ao braço. O equiliôrio do braço requer que o torque de reação de saída seja de l,44T1• O equilíbrio da solar envolve as forças aplicadas a ela pelos dentes das planetárias e um torque aplicado pelo freio B1. Pelos diagramas mostrados pode-se concluir que:
A Figura 20.3 apresenta os diagramas de corpo livre para cada componente do trem frontal de planetárias na cond!ição em que o freio Bl está acionado e a embreagem Cl está desengatada
1. A relação de torques (Iorque de saída/torque de entrada) do trem frontal de planetárias é de + 1,44. 2. O freio B 1 deve propiciar um torque de 0.44T,.
20.3
do Diagrama de
Corpo LitJre ptu
Anu!Jr. 54 dentes T,
p
3"27 Planetãna. 15 dentes
, ',,_._ .)B
T,P
81
I T.·P 140.5
r
7.5 \ p
..........
PI,'
'
T.P
Solar. 12 deniEs ~
, /
,.-
át I
I
/
-~ -
12
-
--~-~ T,P v
81
...... ,st
I
'\
--+ SI
I
I
'
',_ forque de 81,
Ta 1
~ ~~ {1 ;)13)
Ta 1 ~0.441j
forque de
sald~
r•• 40.5 "' (t9,5}t3l p
'· .....,,
FlCliU 20.3 Trem fronl81 d~ plan~tárias com o freio B1 aclonado. (:-!ola: As ro~s radials e axials atuantes nas engnnagens nllo são mnstradas; P E o passo dlam~lral, expresso em dentes por polegada do diimetro.)
Capítulo 20 • lnter·relações dos Componentes de Máquirtas - Um Estudo de Caso
441
7;1' 67.5
/ --~- I / "/i. ""· I.
. ;
S2
\
L--~·-r-r· 22.~ ~ I II .'Z.. I ___ 4
T1P; \ . /
67.5
"-
I
•
p
T;
Solar. 45 dentes 3
T,P
p
· 22.5
• 67.5
I
i
Anular, 69 dentes
T01que de salda:
T = ~
T,P
33.75
(28.5) (3 ) p
Braço
3. Os mancais que suportam cada um dos elementos sustentam cargas desprezíveis, exceto no caso das planetárias. Os mancais das planetárias devem suportar uma carga de T,P/40,5 lb.
20.3.2 Trem Traseiro de Planetárias com o Freio B2 Aclonado, a Embreagem C2 Desengatada e o Freio do Dispositivo de Inversão 83 Desengatado (como na Primeira e Segunda Marcha8) A Figura 20.4 mostra um conjunto de diagramas de corpo livre para o trem traseiro de engrenagens planetárias quando o freio 82 é acionado, a embreagem C2 desengatada e o freio do dispositivo de inversão 83 desengatado (como na primeira e na segunda marchas). O diagrama começa com a aplicação do torque de entrada T 1 à engrenagem solar (note que o torque de entrada da unidade planetária traseira é igual ao torque de saída do trem frontal de engrenagens). Os diagramas de corpo livre da solar, das planetárias, da anular e do braço são definidos conforme mostrado, com as seguintes conclusões:
FIGURA 20.4 Trem traseiro de planetárias com o freio 82 acionado.
1. A relação de torques da unidade traseira é T)T, = +2,53. 2. O freio 82 deve fornecer um torque de 1,53 T,. 3. Os mancais das planetárias devem suportar uma carga de T,P/33,75 lb.
20.3.3 Trem Traseiro de Planetárla8 com o Dispositivo de Inversão 83 Aclonado (como na Marcha a Ré} A Figura 20.5 mostra os diagramas de corpo livre para o trem traseiro de planetárias com o dispositivo de inversão 83 acionado (como na marcha a ré). O freio 82 e a embreagem C2 estão desacoplados. A análise é ligeiramente mais complexa devido às engrenagens planetárias S2, P2 e A2, e S3, P3 e A3 operarem juntas, como um trem de planetárias composto. Como na Figura 20.4, inicia-se a análise aplicando o torque de entrada à solar S2 (este é o torque de saída da unidade que, para a marcha a ré, é de 1,44 vez o torque do motor). A solar S2 e a planetária P2 são colocadas em equilíbrio, e as cargas são aplicadas à anular R2. Conforme mostrado na Figura 20.1, a anular R2 forma uma única unidade com a solar S3; assim, R2 e S3 são mostradas como
442
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s
Solar. 45 dentes
Anular com 69 dentes e solar com 20 dentes
Torque de salda: T ; [ T,P
•
33,75
(!.!!))3
(28.5) _ 69T,P p 675 p
r.; -2.99T;
Braços
Anular, 52 dentes FIGURA 20.5 l'rem traseiro de planetárias com o dispositivo de ínversão ll3 acionado.
Capftulo 20 • l mer·relações dos Componentes de Máqui11as - Um Eatudo de Caso um único corpo livre. Para garantir o equilíbrio de momentos em relação ao eixo desse elemento, as forças aplicadas a S3 pelas planetárias P3 devem ser orientadas conforme indicado. Em seguida são estabelecidos os equilíbrios da planetária P3 e da anular R3. Finalmente, o conjunto integrado dos braços A2 e A3 é equilibrado. Como o torque aplicado ao braço pelas planetárias P3 supera o aplicado pelas planetárias P2, o torque de reação aplicado ao braço pelo eixo de safda da transmissão está no sentido mostrado na figura. O torque aplicado ao eixo de saída está, obviamente, no sentido oposto. Como este torque também está no sentido oposto ao torque do motor, a relação de torques é negativa, como deve ser para a marcha a ré. A partir dessa análise conclui-se que:
1. A relação da unidade traseira com o dispositivo B 3 acionadoé -2,99. 2. O dispositivo de inversão deve fornecer um Iorque de frenagem de 3,99 vezes o torque de entrada no trem traseiro, ou 5,75 vezes o torque do motor. 3. As cargas atuantes nos mancais das planetárias P2 são T,Pf33,75, conforme análise da Figura 20.4. As cargas nos mancais das planetárias P3 são mais de três vezes maiores: 69T;P/675.
20.4
CoruüJe~e. •obre
o Projeto de
EngrelUJfleru O último parágrafo da Seção 15.13 estabeleceu dois requisitos que devem ser atendidos no processo de escolha do número de planetárias a serem montadas sobre um braço: ( 1) o número deve ser suficientemente pequeno de modo a propiciar uma folga entre as planetárias, e (2) os dentes de cada planetária devem se alinhar simultaneamente com os dentes da solar e da anular. Aplicando-se este critério às planetárias do trem frontal, P 1, temse que ( 1) devem ser utilizadas menos de oito planetárias e (2) duas, três ou seis planetárias igualmente espaçadas podem ser utilizadas; quatro planetárias não podem ser utilizadas. Observe, a partir do diagrama de corpo livre, que as cargas tangenciais aplicadas aos dentes da solar, das planetárias e da anular (referente a uma mesma marcha) são todas idênticas. Embora, à primeira vista, isso possa parecer surpreendente, a velocidade efetiva na linha tangente às circunferências primitivas também é a mesma para todas as engrenagens do conjunto, independentemente de qual elemento é mantido [I.XO. Para cada engrenagem a velocidade efetiva tangente às circunferências primitivas reflete a freqUência com a qual dentes sucessivos entram em contato. Para isso, calcu la-se essa velocidade em relação ao braço. A velocidade efetiva tangente à circunferência primitiva pode ser corretamente visualizada para um observador estacionário sobre o braço. As engrenagens helicoidais são em geral utilizadas na transmissão automotiva devido à sua operação relativamente silenciosa. Para os diagramas de corpo livre mostrados nas Figuras 20.3 até 20.7 ficarem completos, devem-se considerar também as componentes de força axial (função do ângulo de hélice) e radial (função do ângulo de pressão) atuantes nas engrenagens. A existência de forças radiais não modifica as conclusões estabelecidas a partir dos diagramas. A existência de f orças axiais nas engrenagens implica forças de encosto aplicadas nos mancais. O arranjo básico da transmissão é tal que as dimensões das engrenagens representa o principal fator de controle da dimen-
44S
são da transmissão como um todo. Existem fatores favoráveis a serem considerados na definição das dimensões das engrenagens (isto é, a determinação de um valor apropriado para o passo, P). (I) As modernas máquinas de cone dos dentes das engrenagens, aliadas ao grande volume de produção envolvido, tomam economicamente viável a especificação de engrenagens de excelente qualidade. (2) O uso de acoplamentos fluidos protege as engrenagens de boa parte dos carregamentos de impacto que, de outra forma, estariam presentes. (3) Embora a transmissão deva ser projetada para uma vida bem superior a 100.000 milhas para uma operação razoavelmente severa, as engrenagens ficam sujeitas a cargas de pequeno ciclo nas marchas altas (quando o trem de planetárias frontal é travado movendo-se junto do trem traseiro, a menos do deslizamento que possa ocorrer no acoplamento) e sujeitam-se, durante relativamente poucas milhas, ao torquc pleno do motor nas demais marchas.
20.5
CoruüJe~ •obre o Projeto de Freios e Embreagem
A análise dos três corpos livres mostrados na Figura 20.3 indicou que o freio B 1 pode ser projetado para um torque igual a 0,44 vez o torque do motor. Note que este valor também pode ser obtido considerando-se toda a unidade frontal da transmissão como um único corpo livre. Com um torque de entrada T, e um torquc de saída de 1,447;, haverá um torque de reação de 0,44T,. A única condição para um torque reativo ser transmitido para a caixa de transmissão e seus apoios externos é através do freio Bl. De modo similar, o freio B2 deve ser projetado para um Iorque de 1,53 vez o torque de entrada na unidade planetária traseira Para a primeira marcha e a marcha a ré este torquc de frenagem é de 2,20 (1,53 X 1,44) vezes o torque do motor. Este valor pode ser verificado rapidamente considerando-se o equilíbrio global da seção traseira da transmissão: o eixo de entrada recebe 1,44 vez o torque do motor, o freio adiciona 2,20 vezes o torque do motor c isso equilibra o torque reativo de safda de 3,64 vezes o torquc do motor. B I e B2 são freios de lona que operam imersos em óleo (transmissão fluida). Logicamente, B2 é o mais crítico. O dispositivo de inversão B3 deve suponar um torque de 3,99 X 1,44, isto é, 5,75 vezes o torque do motor. Como verificação, o equiltôrio da unidade traseira para um torque unitário do motor envolve um torque de entrada de 1,44, um torquc reativo de -5,75 e um torque de safda de - 4,31.
20.5.1 Trem Fl"'ntal de Planetárias com a Embreagem Cl Acoplada e o Freio Bl Desaeoplado (como na Segunda e Quarta Marchas) Para determinar a carga aplicada à embreagem C 1 são esquematizados os diagramas de corpo livre da unidade frontal de planetárias com Cl acoplada (e B 1 desacoplado), conforme mostrado na Figura 20.6. Esta configuração se refere às operações em segunda e quarta marchas. As cargas nas engrenagens anular e planetárias são as mesmas mostradas na Figura 20.3. Para a solar, o Iorque de frenagem de 0,44T, mostrado na Figura 20.3 é substituído pelo torque de 0,44T1 da embreagem. Este torque é transmitido através da embreagem ao braço, que causa urna redução de l,44T, para 1,007; no torque de saída (mostrado na Figura 20.3).
444
PAJ1TE 2 • Arur.AçOF.s Torque de CI:
"c• ; ~~
e:)
3 -----
"c• ; 0,44r 1
FIGURA 20.6 1'rem frontal de planetárias com a embreagem CI acoplada. (Nota: As cargas em RI e PI são as mostradas na ~'igura 20.3.)
Braço
1'C21'
/
r1 1• 67.6
iõE
~'
( ( ) ~ O,Oll7Tt P /""
/-~ ~-/ '- Planetária,
/A
'j
.
/
.
'\2dentes
'
. ·- 1 22.5
·~
/
R2
52
J
'\
í"
p
~
.
/Í
Solar, 45 dentes
Anular, 69 dentes Pera o equllltwlo de P2:
r,,,, }
-'i P • -·- r1 •
0.3911 103.5 Te2 • 0 •6 171 lj+Tc~ ·r1 :. FO<ça no pino da p11netár1a • 0 .01171'1/>
67,5
Torque de salda:
T,• O,l i7T1 /• ( 2 ~ 5 ) (3/ ' · r•• 1,oor1
-
Braço
FlGURA 20.7 1'rem traseiro de planetárias com a embreagem C2 acoplada.
Capftulo 20 • l mer·relações dos Comporumtes de Máquinas - Um Estudo de Caso 445
20.5.2 Trem Traseiro de Planetárias com a Embreagem C2 Aeoplada e o F:relo 82 Desacoplado (como na Terceira e Quarta Marchas) Para determinar a carga suportada pela embreagem C2 são esquematizados os diagramas de corpo livre para a unidade tra· seira de planetárias na condição de acionamento da terceira e da quarta marchas (C2 acoplada e B2 desacoplado), conforme ilustrado na Figura 20.7. Entretanto, observe inicialmente que na Figura 20.1, com C2 acoplada, o torque de saída do braço do trem frontal de planetárias é companilhado. Uma parte é transmitida através do acoplamento fluido à solar S2 e a parte remanescente é transmitida pela embreagem C2 à anular R2. Os torques transmitidos pelo fluido e pela embreagem são representados por T1 e TCJ• respectivamente. Observando-se os diagramas de corpo livre da Figura 20.7, percebe-se que as cargas atuantes na engrenagem solar são idênticas às mostradas na Figura 20.4; a única diferença é o fato de o torque T1 ter sido substituído pelo torque TI" O torque da embreagem é aplicado à engrenagem anular e causa um carre· gamento em seus dentes, conforme mostrado. As cargas nos den· tes das engrenagens planetárias são oriundas da solar e da anu· lar. Para atender ao equilíbrio de momentos essas cargas de· vem ser iguais. Esta condição leva à conclusão de que uma parcela de 61% do torque é transmitida através da embreagem e 39% através do acoplamento fluido, conforme indicado na Figura 20.2. O carregamento máximo na embreagem C2 ocorre na terceira marcha, quando a embreagem suporta 61% de I ,44 vez o torque do motor, ou seja, 88% do torque do motor. As limitações de espaço restringem ambas as embreagens a possuírem aproximadamente o mesmo diâmetro externo, conforme indicado no diagrama da Figura 20.1. Como a embreagem C2 deve suportar o dobro do torque máximo da embreagem C!, será necessário cerca de duas vezes mais placas. Ambas as embreagens operam em óleo.
20.6 CoJUideruçóes GeruüJ sobre
Projeto A disposição geral dos componentes da transmissão mostrada na Figura 20.1 inclui tanto eixos maciços quanto vazados. O eixo
vazado externo entre o acoplamento fluido e a unidade frontal de planetárias transmite o torque do motor para a engrenagem anular Ri. No interior desse eixo externo existe um outro eixo vazado que, na primeira marcha e na marcha a ré, conduz I ,44 vez o torque do motor do braço A1 para o acoplamento fluido. internamente a esse segundo eixo vazado existe um eixo maciço que, na primeira marcha e na marcha a ré, conduz 1,44 vez o torque do motor do acoplamento fluido para a engrenagem solar S2. Na região traseira da transmissão o eixo vazado de conexão do braço A2 à saída conduz 3,66 vezes o torque do motor na primeira marcha. O eixo de saída deve conduzir 4,31 vezes o torque do motor na marcha a ré. A concepção de eixos concêntricos representa um bom exemplo da resistência relativamente alta dos eixos vazados. Por exemplo, as tensões torcionais em um eixo maciço de diâmetro d são idênticas às que ocorrem em um eixo vazado com diâmetro interno de diâmetro externo de apenas l,26d. Conforme observado anteriormente, os mancais das planetárias são os únicos da transmissão sujeitos a significativas cargas radiais. Infelizmente eles são também os mancais para os quais existe o menor espaço disponível, isso porque as planetárias possuem diâmetros externos relativamente pequenos c os eixos de apoio centrais (os quais fazem parte do braço) devem ter uma área suficiente para suportar a carga do mancai. O espaço radial deixado para o manca.l é suficiente apenas para um mancai de deslizamento (Capftulo 13) ou um mancai de agulhas (Seção 14.3, Figura 14.9). Os mancais de agulha são usualmente escolhidos pela sua capacidade de suportar cargas com uma fonte de óleo limitada. Diversas arruelas de encosto (Seção 13.15) suportam a carga axial das engrenagens helicoidais. Conclui-se esta discussão do projeto de uma transmissão automotiva automática relembrando que existem muitos outros pontos envolvidos além dos que aqui foram analisados. A Figura 20.1 é uma representação simplificada na forma de diagrama - e não um desenho de conjunto real. Por exemplo, existem pistões hidráulicos de acionamento das embreagens e dos freios, além de um sistema de controle hidráulico relativamente complexo para o sincronismo dos deslocamentos e sua atuação suave. A estrutura também foi representada de forma simplificada, como, por exemplo, mostrando-se os eixos das planetárias como vigas em balanço. Todavia, espera-se que este breve estudo de caso auxilie e inspire o estudante a continuar o estudo do projeto de engenharia mecânica, e, eventualmente, participar com sua própria criatividade e habilidade para o projeto de produtos inovadores que representem uma contribuição positiva para a qualidade de vida da sociedade como um todo.
APÊNDICE
A
Unidades Apêndice A·la Fatores de Conversão de Unidades dos Sistemas Gravitacional Inglês, Inglês de Engenha.r ia e SI Gravitacional Inglês e Inglês de Engenharia•
Unidades do SI*
Comprimento
polegada (in ou ") pés (ft ou') milha (mi, EUA)
metro (m) me.tru (m) quilômetro (km)
Volume
galão (gal, EUA)
~ (m')
1 gal
Força (peso)
libra (Ib)
newton' (N)
llb = 4,448 N
Torque
~ (lb·ft)
newton-metro (N·m)
llb·ft = 1,356 N·m
Trabalho, Energia
ptdi.hra (ft ·lb)
joule' (J)
1 ft·lb = 1,356 J
Potência
pé-libra/segundo (ft·lbls) cavalo-vapor" (bp)
watt<(W) quilowatt (kW)
1 ft· 1b/s = 1,356 W 1 bp- 0,746 kW
Tensão, Pressão
libralin' (psi) milhares de libra!!lin2 (ksi)
pascal' (Pa) megapascal (MPa)
1 psi = 6895 Pa 1 ksi = 6,895 MPa
Massa (Jnglesa)
gyg'
quilograma (kg)
1 slug = 14,59 kg
Massa (lnglesa)
lbmh
quilogrdma (kg)
1 lbm = 0,454 kg = 454 gramas
Grandeza
Fatores de Conversão *I in = 0,0254 m = 25,4 mm *1 ft = 0,3048 m = 304,8 mm I milha= I ,609 km= 1609 m
= 0,003785 m3 = 3,785 litros
' As unidades maiores estão sublinhadas. ' J hp = 550ft-Jbls; ' I J = I N·m;' I N = I kg·mls' ; ' I Pa = J N/m';' I slug =I lb·s'lfl;• l W =I J/s; h I slug = 32,21bm
• uma defmição exaia.
Apêndice A • U,.idades
447
Apêndice A·lb Fatores de Conversão Relacionados por Grandeza Física ACELERAÇÃO *1 aceleração da gravidade padrao = 9,806 65 metros/segundo' *1 pé/segundo' = 3,048 x 10 1 metros/segundo' *1 polegada/segundo2 = 2,54 X 10"2 metros/segundo' ÁREA *1 acre= 4,046 856 422 4 X 103 metros' *1 hectare= 1,00 x lO" metros' *1 jarda' = 8,361 273 6 X 10" 1 metros' *1 milha' (EUA) = 2,589 988 11 O336 x 1O' metros' *1 pé2 = 9,290 304 x 10 1 metros' *1 polegada'= 6,4516 X 10· ' metros' COMPRIMENTO *1 angstrom = I ,00 X 10" 10 metro 1 ano-luz= 9,460 55 x 10" metros *1 bmça = 1,8288 metro *1 cúbito = 4,572 X 10" 1 metro *1 jarda = 9,144 x 10- 1 metro *1 légua (náutica internacional) = 5,556 X 10' metros *1 metro = 1,650 763 73 X 106 comprimentos de onda do Kr 86 *1 mícron = 1,00 x 10 6 metro *1 milha = 2,54 X 10 ' metro *I milhã (EUA) = I ,609 344 >< l03métros *1 milha náutica (EUA)= 1,852 X 10' metros *1 pé= 3,048 x 10" 1 metro *1 polegada= 2,54 x 10 1 metro ENERGIA I Btu (média) = 1,055 87 X 10' joules *I erg= 1,00 X lO -' joule I pé-lb = 1,355 817 9 joules *I quilowatt-hora = 3,60 x 106 joules I too (equivalente nuclear da TNT) = 4,20 X 109 joules *1 watt-hora= 3,60 x 10' joules FORÇA *1 dina = 1,00 X 1o-snewton *1 kip =4,4482216152605 x 10' newtons *llb (libra-força, avoirdupois) = 4,448 221 615 260 5 newtons *!libra-força, lb (avoirdupois) = 4,448 221 615 260 5 newtons 1 onça-força (avoirdupois) = 2,780 138 5 X 10" 1 newton *1 poundal = 1,382 549 543 76 X 10" 1 newton *1 quilograma-força (kgf) = 9,806 65 newtons *1 quilolibra-força = 9,806 65 newtons MASSA *1 grau = 6,479 891 X 10-s quilogmma *1 lbm (libra-massa, avoirdupois) = 4,535 923 7 X 10- 1 quilograma *1 onça-massa (avoirdupois) = 2,834 952 3 12 5 X 10 2 quilograma *1 quilate (métrico) = 2,00 X 10 ' quilograma *1 too (longa) = 1,016 046 908 8 X lO' quilogramas *1 too (métrica) = 1,00 X 10' quilogramas 1 too (curta, 2000 libras-massa)= 9,071 847 4 X 102 quilogramas 1 slug = 1,459 390 29 X 101 quilogramas MASSA ESPECÍFICA *1 grama/centímetro' = 1,00 X 10' quilogramas/melro' llbrnlpé' = 1,601 846 3 x 101 quilogramas/melro' l lbm/polegada' = 2,767 990 5 X 10" quilogramas/metro' 1 slug/pé' = 5,1 53 79 X lO' quilogramas/metro' POTÊNCIA Btu (termoquímica)/segundo = 1,054 350 264 488 x 103 watts *I caloria (termoquímica)/segundo = 4,184 watts I cavalo-vapor (550 pé-lb/segundo) = 7,456 998 7 X !1 02 watts *I cavalo-vapor (elétrico) = 7,46 X 10' watts I pé-lblminuto = 2,259 696 6 X 10"2 watt 1 pé-lblsegundo = 1,355 817 9 watts PRESSÃO *1 atmosfem = 1,013 25 X 10' newtons/melro2
* 1 bar = 1,00 X 10' newtons/metro2 1 centímetro de água (4"C) = 9,806 38 X 101 newtons/metro2 I centímetro de mercúrio (O"C) = 1,333 22 x 10' newtons/metro2 * I dina/centímetro' = 1,00 X 10 1 newton/metro' * I kgf/metro' = 9,806 65 newtons/metro' llb/pé' = 4,788 025 8 X 101 newtons/metro2 llb/polegada' (psi) = 6,894 757 2 X 10' newtons/metro' * 1 milibar = 1,00 X 102 newtons/metro2 1 mitímetro de mercúrio (0"C) = 1,333 224 X 102 newtons/metro' * I pascal = 1,00 newton/metro' 1 polegada de água (60•F) = 2,4884 X 10' newtons/metro 2 1 polegada de mercúrio (60•F) = 3,376 85 X 103 newtons/metro2 1 psi (lb/polegada') = 6,894 757 2 X 10' newtons/metro' 1 torr (O'C) = 1,333 22 X 10' newtonslmetro2 TEMPERATURA Celsius = kelvin-273,15 Fahrenbeit = 915 kelvin- 459,67 Fahrenbeit = 915 Celsius + 32 Rankine = 915 kelvin TEMPO *1 ano (calendário) = 3,1536 X 107 segundos (médios solares) *I diã (médio solat) = 8,64 X IÜ'' segundos (médios solarés) *1 hora (média solar) = 3,60 X 10' segundos (médios solares) *1 mês (calendário médio)= 2,628 X 106 segundos (médios solares) *1 minuto (médio solar)= 6,00 X 101 segundos (médios solares) VELOCIDADE * 1 milha/hora (EUA) = 4,4704 X 10" 1 metro/segundo 1 nó (internacional)= 5, 144 444 444 x lO 1 metro/segundo * 1 pé/minuto = 5,08 X 10 ' melro/segundo * 1 pé/segundo = 3,048 X 10 1 metro/segundo * I polegada/segundo= 2,54 x 10 ' metro/segundo 1 quilômetro/hom = 2,777 777 8 x 10 1 metro/segundo VISCOSIDADE * 1 centipoise = I ,00 X 1O- ' newton-segundo/metro' *1 centistoke= J,OOX 10 6 metro2/segundo l lbm/pé-segundo = 1,488 163 9 newton-segundo/metro' I lb-segundolpé2 = 4,788 025 8 x 101 newton-segundo/metro' * 1 pé'/segundo = 9,290 304 X 10- 2 metro2/segundo *1 poise= 1,00 X 10" 1 newton-segundo/metro' 1 slug/pé-segundo = 4,788 025 8 X 101 newton-segundo/metro2 *1 stoke = 1,00 X 10·• metro 2/segundo VOLUME * I alqueire (EUA) = 3,523 907 0 16 688 X 10 ' metro' 1 barril (de petróleo, 42 galôes) = I ,589 873 X 10 1 metro' • 1 board foot (I ft X 1 ft X 1 in) = 2,359 737 216 X 10 ' metro' *1 celamim (EUA) = 8,809 767 541 72 X 10"' melro' *1 colher de chá= 4,928 921 593 75 X 10"6 metro' * 1 colher de sopa = I ,478 676 478 125 X 10 ' metro' *1 copo= 2,365 882365 X 10· < metro' 1 corda= 3,624 556 3 metros' * 1 estéreo = 1,00 metro' *1 galão (líquido, EUA) = 3,785 411 784 X 10-' metro' *1 galão (seco, EUA)= 4,404 883 770 86 X 10 ' metro' *1 jarda' = 7,654 548 579 84 X 10 1 metro' *!litro= 1,00 X 10 3 metro' * 1 onça (fluida, EUA) = 2,957 352 956 25 X !O ' metro' * 1 onça fluida (EUA)= 2,957 352 956 25 X w-smetro' * 1 pé' = 2,831 684 659 2 X 10 ' metro' * I pinta (seca, EUA)= 5,506 104 713 575 x 10~ melro' * I pinta (molhada, EUA)= 4,731 764 73 x lO ' metro' * 1 polegada' = 1,638 706 4 x I O ' melro' * 1 quarto (seco, EUA) = I, 10 I 220 942 715 X I O 3 metro' 1 quarto (líquido, EUA) = 9,463 529 5 X 10 4 metro' * I t (registmda) = 2,831 684 659 2 metros'
•uma definição exata. Nota: Algumas veles são utilizados espaços a cada grupo de três algarismos à direita da vírgula. Isso evita erros Dli prática em alguns países da Europa e América do Sul. Fonte: E. A. MechUy, The lmermstional System of Units, Physical Constants and Conversion Factors, NASA SP-7012, Escritório de Infonnaçõcs Téciticas c Ci-
entíficas, National Aeronautics and Space Administration, Was.hington, D.C., 1973.
448 Apêndice A • Unidades
Apêndice A·2a Prefixos SI Padronizados Categoria
Nome
Símbolo
Fator
Recomendado e importante para este curso.
giga mega quilo mi li micro
G M k m
I 000 000 000 I 000 000 I 000 0,001 0,000 001
hecto deca deci centi
h da d
Não recomendado, porém algumas vezes encontrado.
Não enc.ontrado neste curso.
tera nano pico femto ato
Jk
100= 10 = 0,1 = 0,01 =
c T n p
f a
= = = = =
109 106
10' 10"3 10"6 102 10 1 10" 1 10"2
1 000 000 000 000 = 1012 0,000 000 000 = 10"9 0,000 000 000 000 = 10" 11 = 1 = 1
o,ooo ooo ooo ooo ooo o,ooo ooo ooo ooo ooo ooo
o-" o-"
Nota: Algumas vezes são utilizados espaços a cada grupo de três algarismos à direita da vírgula. Isso evita erros na prática em alguns países da Europa c Am~rica do Sul.
Apêndice A·2b Unidades e Súnbolos do Sistema SI Nome
Comprimento' Massa• Tempo' Temperatura•·• Ângulo plano'
metro quilograma segundo kelvin radianos
m kg s K rad
Aceleração
metro por segundo ao quadrado radianos por segundo ao quadrado metros qwadrados joule por quilograma kelvin watt por m elro kelvin joule newton hertz quilograma por metro cúbico newton-metro watt pascal joule metro por segundo radianos por segundo pascal-segundo metro cúbico
rnls2 radls2 m2 J/(kg·K) W/(m ·K) J N
N·m m·kg·s"1
HZ
S I
~celeração
angular
Area Capacidade calorífica específica Condutividade térmica Energia Força Freqüência Massa específica Momento de uma força Potência Pressão Trabalho Velocidade Velocidade angular Viscosidade dinâmica Volume
Símbolo
Expressa em Outras Unidades
Grandeza
kg/m 3 N· m
w Pa J
J/s Nfm' N·m
mls radls Pa·s m'
' Unidade fundamental do SJ. ' A temperatura Cclsius é expressa cm graus Cclsius (símbolo •c). ' Unidade suplementar. Fonte: Chester H. Page e Paul Vigoureux, eds., The lnternational System of Units (SI), Superintendência de Documentos, Escritório de Impressão do Governo dos Estados Unidos, Washington, D.C. 20402 (Pedidos pelo Catálogo SD No. Cl3.10: 33012). Departamento Nacional de Publicações Especiais sobre Padrões (Nalional Bureau of Standards Spccial Publications) 330, 1972, p. 12.
Apêndice A • U,.idades
Apêndice A·3 Prefixos do SI Sugeridos para o Cálculo das Tensões u - P Me M ·r - P V Tr T A. I . Z '
V / IIA
A ' A ' ./ ' Z' ' lb .
U (T
P,V
M,T
A
I ,J
c, r, b, y
Z, Z'
Pa kPa MPa GPa
N kN N kN
N·m kN·m N·mm N·m
mz mz mmz mmz
m' m' mm' mm'
m m mm mm
m' m' mm' mm'
Apêndice A·4 Prefixos do SI Sugeridos para o Cálculo dos Deslocamentos Lineares
6
Jkm Jkffi Jkffi
p
w
N N kN
N/m N/mm N/m
M
L
A
E
N·m N·mm kN ·m
m mm m
mz mm' mz
MPa GPa GPa
' Ilustrado na Tabela 5. 1.
Apêndice A·5 Prefixos do SI Sugeridos para o Cálculo dos Deslocamentos Angulares TL"
ML"
(J = K'G' !E (J
T, M
rad Jkfad mrad JLrad
N·m N·m N·mm kN·m
' Ilustrado na Tabela 5.1.
L
K',I
E ,G
m m
m' m' mm' m'
Pa MPa GPa GPa
mm m
I m' mm' m'
449
APÊNDICE ,
Propriedades das Areas e dos Sólidos Apêndice H-la Propriedades das Áreas A ~ área. in2
I J
~ ~
momento de inércia. in"' momento polar de inércia. in• A
TB± l "
Z
~
p
~
y~
módulo de resistência da seção. in 1 raio de giração. in distância ccntroidal. in
~bit
p
blt 3
.r=
12
1-~~ -~T
0.289/t
- 2"
1=-
z=
~
bh2 6
RetAngulo
r8 i -+
bit A=2 blt3
p
= 0.2361t
"
.r- =3
1 =36
z ~ 1Jit2
~-~,-~T
24
TriAnaulo qualquer
r-~~---~
17--- \~ " Trapézio qualquer
li A= 2(a
+
- !!.~2 +
b)
P - 6
i13(a2 + 4crb + li) I = ---'---:-:-:-....:..,..,.....c.._:_ 36(a + b) 2
T Z ~ 1112 (a
2
h (2a + IJ) \" = · 3 (a + b)
+ 4ab + b2) (a
+ 2b) 7Td.
J ~-
12
d
p~4
Circulo
I
= .7!:_(d" 64
z = ..!!..._((/~ 32d Anel
dt) df)
(a
4aiJ + b)2
B
Apêndice B • Propriedatú!s das Áreas e dos Sólidos
Apêndice B-lb Dimensões e Propriedades dos Tubos e das Seções Tubulares de Aço A
= área, in2
~
I = momeoto de inércia. in.s
$-
p
= módulo de resistência d~ seção, ín1 = mio de giração, in
Dimensoos e Propriedades d os T ubos Padronizados
Dimensõe.
Pr-opriedades
Diâmetro Nominal (in)
Diâmetro Externo (in)
Diâmetro ln terno (i n)
Espessura da Parede (i n)
I 2
0.8-10 1.050 1.315 1.660 1.900 2.375 2.875 3.500 4.500 5.563
0.622 0.824 1.049 1.380 1.610 2.067 2..169 3.068 4.026 5.047
0.109 0.113 0. 133 0.140 0. 145 0.154 0.203 0.216 0.237 0.258
J J
I~
t! 2 2! 3 4 5
Peso por Pé (lb) .Extremidades Planas
0.85 1.13 1.68 2.27 2.72
3.65 5.79 7.58 10.79 14.62
A (in 2)
I
z
p
(in")
(in3)
(in)
0.250 0.333 0.494 0.669 0.799 1.07 1.70 2.23 3.17 4.30
0,0 17 0.037 0.087 0. 195 0.310 0.666 1.53 3,02 7.23 15.2
0.04 1 0.07 1 0.133 0.235 0.326 0.561 1.06 1.72 3.21 5.45
0,261 0.334 0.421 0540 0.623 0.787 0.947 1.16 1.51 1.88
451
452
Apêndice B • Propriedades das Áreas e dos Sólidos
Apêndice B-lb Dimensões e Propmdades dos Tubos e das Seções Tubulares de Aço (continuação)
Dimensões e Propriedades das Seções Tubula res Quadradas e Retangulares
Propriedodesh
Dimensões Dimensões Nominu is" (in)
2X2
Espessura da J>arede (in) 1 Ih I
J
2.5 X 2.5
~
3
0.661! 0.766
0.668 0,766
0.726 0.694
1.59 1.64
1.86 2.21
1.24 1.47
1.06 1.03
6.87 8.81
2,02 2.59
2,60 3. 16
1.73 2.10
!. 13 1.10
1 16 I
6.R7 !!,81
2.02 2~W
3.87 4,69
1.93 2.3:'i
U:'i
1
9.42 12.21 17.27 21.63
2.77 3.59 5.08 6.36
6.59 8.22 10,7 12.3
3.30 ·til 5.35 6. 13
9.42 12.21 17.27
2.77 3,59 5.08 6.36
9. 1 11.3 14.7 16.9
3.62 4.52 5.89 6.75
1.81 1.77 1.70 1.63
3,52 4.59 6.58 8.36
13.4
16.9 22.8 27.0
5.36 6.78 9,11 10,8
1.95 1.92 1.86 1.80
~
III
f6 l ~
~ I
l
]_ 16
:1-
J
8 I 2
X 5
1,27
1.64 2.09
8
5
4,)2 5.41
5.59 7. 11
J. 16
~
5X3
Px (in)
0.930 0.89\1
~
4X4
Zx (l n3)
1, 14 1.35
I
4X2
Ix (in4)
1.42 1.(19
! X
A (in 2)
2.()<)
I
3
por Pé (lb)
5.59 7.11
16 I
3X2
Peso
J
16 I
J 3 8 I l
11.97 15.62 22.37 28.43
1.38
Fmu~:
P,
(in3)
(in)
0.977 1.15
0.977 1.15
0.771 0.742
1,29 1.54
1.29 1,54
0,798 0.770
4.08 5.05 6.48 7,33
2.72 3.37 4.32
1.21 1,19 1.13 1.07
1.54 1.51 1.45
1.39
1Dirnc:ns&s exlc-mns rntrc as superfídes plana~. bAs propriedndes
z,
ly (in4 )
sllo bnsendns em uni mio nominnl eJtlemo nos vt'nices igual no dobro dn cspessuro dn pnredc.
Manual (1/Stu/ Constmction. American lnstilule ofS1eel Construc1ion. Cbica~o.lllinois. 1980.
4.88
Apêndice B • Propriedatú!s das Áreas e dos Sólidos
Apêndice B-.2 Massa e Momento de Inércia de Massa de Corpos Homogêneos f'
= mas.sa especflica
111L2
1,. . = I •. = - I 2
m=
1Td2tp 4
md 2 8
( =-
·'
md 2
1,. = I. = • 16
111 = ol1rp III((1 2 + b") ' I • • 12
2 I . • -III.(a 2 + c) ) 12 III
.,
1. • - (b· ' J2
.,
+ c·)
Prisma retoneulor
I . = I. I
•
~
III
-
4R
(3d
2
+
Cilindro
1TLp • z -(dõ- d 1) 4
111 = -
- ~ (d2o+ d I2) I, -
8
Cilindro oco
4L 2)
453
~
""l
~ ~-
~
t ~ ~
Apêndice C-1 P ropriedades Físic as dos Metais Comuns Módulo de Elll'iticidade E
Mdal
Mpsi
GPa
Aço-carbono Aço inoxidável B erilo, c.o bre Cobre Ferro fundido cinzento• Latão, bron7.e Liga de aço Liga de alumfnio Liga de magnésio Liga de nfquel Liga de titânio Liga de zinco
30 27,5 18,5 17,5 15 16 30 10,4' 6,5 30 16,5 12
207 190 127 121 103 110 207 72 45 207 114 83
Módulo de Coeficiente deExpamão Condutividade Elasticidade Peso Ma~sa Transversa~ G Coeficiente &peáfico Espeáfica, Térmica, a Térmica Calor K~pecífico w de p Mp!i (Mglm') I0"""/°F IO"""? C BluAJ.ft.oF W/m·°C BlllAbm·°F J/kg·oC GPa Poiroon, v (lb'in') 11,5 10,6 7;1. 6,6 6,0 6,0 11,5 3,9 2,4 11,5
6;1. 4,5
79 73 50 46 41 41 79 27 17 79 43 31
0,30 0,30 0,29 0,33 0,26 0,33 0,30 0,32 0,35 0,30 0,33 0,33
0,28 0,28 0,30 0,32 0,26 0,31 0,28 0,10 0,065 0,30 0,16 0,24
7,7 7,7 8,3 8,9 7;2 8,7 7,7 2,8 1,8 8,3 4,4
6,6
6,7 8,0 9,3 9,4 6,4 10,5 6,3 12,0 14,5 7,0 4,9 15,0
12 14 17 17 12 19
11 22 26 13 9 27
27 12 85 220 29 45 22 100
47 21 147 381
55
95
12 7
21 12 III
64
ll()s valores fornecidos são representativos. Os \'alores exatos podem \'ariar. por vc1.cs significati\•amcnte. com a composição c o processo utilizado.
'Veja o AJ'êndiee C-3 para mais dC!alhes sobre as propôedades elásticas dos ferros fundidos. Nora: Veja o Apêndice C· 18 para as propriedades físicas de alguns plásticos.
50 78 38 173
0,11 0,11 0,10 0,10 0,13 0,10 0,11 0,22 0,28 0,12 0,12 0,11
460 460 420 420 540 420 460 920 1170 500
500 460
~ Q ~
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~
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
455
Apêndice C-2 Resistências à Tração de Alguns Metais Limite de Resistência, S" Material
ksi
Aços
Resistência ao Escoamento, s,
MPa
ksi
MPa
290 303 341
19 29 32 42
638 424 1041 1151
132 131
13 1 200 22 1 290 414 193 910 903
455
60 28
Uo' ksi
MPa
m'
En'
78 82 90 115 140 110 210 210
538 621 793 965 758 1448 1448
0,27 0,23 0,25 0,22 0,14 0,24 0,09 0,07
1,25 1,20 1,05 0,92 0,58 0,85 0,45 0,40
565
Aços inoxidáveis 302A 303A 304A 440CA
92 87 83 117
634 600 572 807
34 35 40 67
234 241 276 462
210 205 185 180
1448 1413 1276 1241
0,48 0,51 0,45 0,14
1,20 1,16 1,67 0,12
Ligas de alumínio 1100-0 2024-T4 7075-0 7075-T6
12 65 34 86
83 448 234 593
4,5 43 14,3 78
31 296 99 538
22 100 61 128
152 690 421 883
0,25 0,15 0,22 0,13
2,30 0,18 0,53 0,18
Ligas de magnésio HK31XA-0 HK31XA-H24
25,5 36,2
176 250
19 31
131 214
341 331
0,22 0,08
0,33 0,20
Ligas de cobre Latão A 90- 1O Latão A 80-20 Latão A 70-30 Latão Naval A
36,4 35,8 44 54,5
251 247 303 376
8,4 7,2 10,5 17
58 50 72 117
572 579 724 862
0,46 0,48 0,52 0,48
1,55 1,00
49,5 48
83 84 105 125
'Definido na Seção 3.4. •A = recozido, HR = laminado a quente. Nota: Os valores referem-se a ensaios simples e são tidos como típicos. Os valores reais podem apresentar pequenas diferenças em função da composição e do processo, portanto alguns valores aqui registrados não estão de acordo com os valores encontrados em outras tabelas do Apêndice C. Fonte: J. Datsko, Materi
Apêndice C-3a Propriedades Me cânic as Típicas e Aplicações dos Ferros Fundidos Cinzentos"
Resistência ao Resistência Cisalhamento Resistência à à Tração por Torção Compressão Classe ASTM' MPa ksi' 20 25 30 35 40 50 60
152 179 214 252 293 362 431
22 26 31 36,5 42,5 52,5 62,5
Limite de Resistência à Fadiga por Flexão Alternada
MPa
ksi
MPa
ksi
MPa
179 220 276 334 393 503 610
26 32 40 48,5 57 73 88,5
572 669 752 855 965 1130 1293
83 97 109 124 140 164 187,5
69 79 97 110 128 148 169
'Os valores mínimos de S. (em ksi) são fornecidos pelo mlmer.o da classe.
Dureza Brinell, ksi Hn
10 li ,5 14 16 18,5 21,5 24,5
156 174 210 212 235 262 302
Módulo de Elasticidade
Módulo de Elasticidade Transversal por Torção
GPa
10" psi
GPa
106 psi
66 a97 79 a 102 90 a 113 100 a 119 110al38 130 a 157 141 a 162
9,6 a 14,0 11,5 a 14,8 13,0 a 16,4 14,5 a 17,2 16,0 a 20,0 18,8 a 22,8 20,4 a 23,5
27 a39 32a41 36a45 40a48 44a54 SOa 55 54 a 59
3,9 a5,6 4,6a 6,0 5,2a 6,6 5,8 a6,9 6,4 a 7,8 7,2a 8,0 7,8 a 8,5
Aplicações Típicas Várias aplicações de ferro fundido doce Cabeça dos cilindros e blocos, cárter Tambores de freios, placas de embreagem, volantes Tambores de freios para trabalhos pesados, placas de embreagem Camisa de cilindros. eixo de carnes Fundidos especiais de alta resistência Fundidos especiais de alta resistência
Apêndice C3b Propriedade s Me cânicas e Aplicações Típicas dos Ferros Fundidos Maleáveis" Limite de Resistência à Tração
Resistência ao Escoamento
Dureza Brinell,
Elongação•
ksi
Ha
(%)
224 24 1
32 35
156 máx 156 máx
10 } 18
40
207
30
156máx
5
60 65 65 70 80 85
276 31 0 310 345 414 483 552 621
40 45 45 50 60 70 80
10 8 6 5 4 3 2
90
149-197 156-197 156-207 179-229 197-241 217-269 241 -285 269-321
224 310 345 379 483 586
32 45 50 32 70 85
156máx 163-217 187-241 187-241 229-269 269-302
lO
Número d e Especificação
Classe ou Grau
MPa
ksi
MPa
Fer ríticos ASTM A47, A338; ANSI G48.1; FED QQ-J-666c
32510 35018
345 365
50 53
-
276
40010 45008 45006 50005 60004 70003 80002 90001
414 448 448 483 552 586 655 724
105
M32Hr M4504• M5003• M5503• M7002' M850J•
345 448 517 517 621 724
65 75 75 90 105
ASTMA 197 P erlíticos e M a rtensíticos ASTM A220; ANSI G48.2; MIL-I- I 11444B
Automotivos ASTM A602; SAE JJ58
95 50
4 3 3 2 1
•Resumido da referência ASM Melais Reference 8ook, American Society for Metals, Metais Park. Oh.io, 1981. '1\1ínima cm 50 mm (2 in). ó;Recozido.
'Resfriado rapidamente a ar c temperado. ' Resfriado rapidamente a liquido e temperado.
Aplicações Típicas Utili 711Ção geral a temperaturas normais e elevadas; boa usinabil idade, excelente resistência ao impat'!o Flanges de tubulaç.ões e componentes de vá! vulas
l
~ Operações gerais de engenharia a temperaturas nom1ai se elevadas
::s "' e: g (")
•
Caixa de engrenagens do sistema de direção e suporte de montagem Eixo de manivelas de compressores e cubos de rodas Componentes que requerem um endurecimento seletivo, como as engrenagens Para usinagem e 11atamento de endurecimento por indução Bielas e j untas universais yoke Engrenagens de alta resistência mecânica c boa resistência ao desgaste
.g~ &· ~
~
...,...,...~ r;
..~:
r
i
~·
"'i;
~
t
= ~
"' = e-: g C"l
•
~
..g
~·
Apêndice C-:Jc Propriedades Mecânicas Médias e Aplicações Típicas dos Ferros Dúcteis (Nodulares)
Grau"
Dureza Brinel, Ha
6()-40-18 65-45-12 80-55-06 120-90-02
167 167 192 331
Elongação (em 50 mm)
GPa
1()'\ psi
15,0 15,0 11,2 1,5
0,29 0,29 0,31 0,28
169 168 168 164
24.5
Resistência à Tração Limite de Resistência
~
Módulo de Elasticidade Coeficiente dePoisson
(%)
Resistência ao Escoamento
24,4
24.4 23,8
r a:: ~
Aplicações 'Iípicas Válvulas e acessórios para instalações de vapor e de produtos qufmicos Componentes de máquinas. sujeitos a impacto e fadiga Eixos de manivelas, engrenagens e roletes Pinhões, engrenagens, roleles e cursares
Limite de Resistência à Compressão
Resistência ao Cisalhamento por Torção Limite de Resistência
Resistência ao Escoamento
Grau
MPa
10" psi
MPa
1Q'\ psi
MPa
1()'\psi
MPa
1Q'\psi
MPa
1()'\ psi
6()-40-18 65-45-12 80-55-06 120-90-02
461 464 559 974
66,9 67,3 81,8 141,3
329 332 362 864
47,7 48,2 52,5 125,3
359 362 386 920
52,0 52,5 56,0 133,5
472 475 504 875
68,5 68,9 73,1 126,9
195 297 193 492
28,3 30,0 28,0 71,3
'Os dois primeiros números especificados no grao indicam os valores mínimos (cm ksi) do limite de resislência c da resistência ao escoamento. Fonte: ASM Metais Reference flook, Aroerican Society for Metais, Metais Park. Olüo. 198 1.
~: ~
r-t 5' ~
"'i!
Apêndice C-4a Propriedades Mecânicas dos Aços-carbono e Ligas de Aço Selecionadas Limite de Resistência à Tração 1: Número AISI• 1015
1020
1030
1040
1050
1095
1118
Resistência ao Escoamento Elongação
Redpção de Area
Resistência ao Impacto lzod
Dureza Brinell,
Tratamento
MPa
ksi
MPa
ksi
( o/o)
( o/o)
H"
J
ft · lb
Laminado Normali?.ado Recozido Laminado Normalizado Recozido Laminado Normali7.ado Recozido Laminado Normalizado Recozido Laminado Normalizado Recozido Laminado Normali7.ado Reco1.ido Laminado Normalizado Recozido
420,6 424,0 386,1 448,2 441,3 394,7 551,6 520,6 463,7 620,5 589,5 518,8 723,9 748,1 636,0 965,3 1013,5 656,7 521.2 477,8 450.2
61,0 61,5 56,0 65,0 64,0 57,3 80,0 75,5 67,3 90,0 85,5 75,3 105,0 108,5 92,3 140,0 147,0 95,3 75,6 69,3 65.3
313,7 324,1 284,4 330,9 346,5 294,8 344,7 344,7 341.3 413,7 374,0 353,4 413,7 427,5 365,4 572,3 499,9 379,2 316,5 319,2 284,8
45,5 47,0 41,3 48,0 50,3 42,8 50,0 50,0 49,5 60,0 54,3 51,3 60,0 62,0 53,0 83,0 72,5 55,0 45,9 46,3 41,3
39,0 37,0 37,0 36,0 35,8 36,5 32,0 32,0 31.2 25,0 28,0 30,2 20,0 20,0 23,7 9,0 9,5 13,0 32,0 33,5 34,5
61,0 69,6 69,7 59,0 67,9 66,0 57,0 60,8 57,9 50,0 54,9 57,2 40,0 39,4 39,9 18,0 13,5 20,6 70,0 65,9 66.8
126 121 111 143 131
110,5 115,5 115,0 86,8 117,7 123,4 74,6 93,6 69,4 48,8 65,1 44,3 31,2 27,1 16,9 4,1 5,4 2,7 108,5 103,4 106.4
81,5 85,2 84,8 64,0 86,8 91,0 55,0 69,0 51,2 36,0 48,0 32,7 23,0 20,0 12,5 3,0 4,0 2,0 80,0 76,3 785
III
179 149 126 201 170 149 229 217 187 293 293 192 149 143 131
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Apêndice C-4a Propriedades Mecânicas dos Aços-carbono e Ligas de Aço Selecionodas (continuação) Limite de Resistência à Tração 1: Número AISI• 3140 4130 4140 4340 6150 8650 8740 9255
Resistência ao Escoamento
Tratamento
MPa
ksi
MPa
ksi
( %)
(%)
Dureza Brinell, Ho
Normalizado Recozido Normalizado Recozido Normalizado Recozido Normalizado Recozido Normalizado Rec.ozido Normalizado Recozido Normalizado Rec.ozido Normalizado Recozido
891,5 689,5 668,8 560,5 1020,4 655,0 1279,0 744,6 939,8 667,4 1023,9 715,7 929,4 695,0 932,9 774,3
129,3 100,0 97,0 81,3 148,0 95,0 185,5 108,0 136,3 96,8 148,5 103,8 134,8 100,8 135,3 112,3
599,8 422,6 436,4 360,6 655,0 417,1 861,8 472,3 615,7 412,3 688,1 386,1 606,7 415,8 579,2 486,1
87,0 61,3 63,3 52,3 95,0 60,5 125,0 68,5 89,3 59.8 99,8 56,0 88,0 60, 3 84,0 70,5
19,7 24,5 25,5 28,2 17,7 25,7 12,2 22,0 21,8 23,0 14,0 22,5 16,0 22,2 19,7 21,7
57,3 50,8 59,5 55,6 46,8 56,9 36,3 49,9 61,0 48,4 40,4 46,4 47,9 46,4 43,4 41 ,1
262 197 197 156 302 197 363 217 269 197 302 212 269 201 269 229
Elongação
Redução de Área
Resistência ao Impacto Izod
J 53,6 46,4 86,4 61,7 22,6 54,5 15,9 51,1 35,5 27,4 13,6 29,4 17,6 40,0 13,6 8,8
ft ·lb 39,5 34,2 63,7 45,5 16,7 40,2 11,7 37,7 26,2 20,2 10,0 21,7 13,0 29,5 10,0 6,5
'l'odos os graus possuem granulação fio a, exceto os da série li 00, que possuem granulação grossa. A menos que indicado de outra forma, o tratamento térmico dos corpos de pn:>va foi o de resfriamento rápido por óleo. Nora: Os valores tabulados correspondem às médias aproximadas esperadas para scçl":~es circulares de I in. Resultados de testes isolados podem apresentar diferenças con-,idcráveis. Fonte: ASM Mefl•ls Refereru:e Book, American Society for Metais, Metais Park, Ohio, 1981.
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Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-4b Aplicações Típicas dos Aços-carbono Comuns Carbono
(%) 0,05-0,10 0,10--0,20 0,20--0,30 0,30--0,40 0,40--0,50 0,60--0,70 0,70--0,90 0,90-1,20 1,20-1,40
Aplicações Típicas Estampagem, rebites, fios e componentes estirados a frio Perfis estruturais, componentes de máquina e componentes carburados Engrenagens, eixos, alavancas, componentes forjados a frio, tubos soldados, componentes carburados Eixos, engrenagens, bielas, ganchos de guindaste, tubos sem costuras (esses e os de durezas maiores podem ser tratados termicamente) Engrenagens, eixos, parafusos e peças forjadas Arame de mola estirado a frio, arruelas de aperto, recobrimento de rodas de locomotiva Lâmina de arado, escavadeiras, feixe de molas e ferramentas manuais Molas, facas, brocas, machos de abertura de roscas e ferramentas de fresa Limas, facas, navalhas, serras e matrizes de trefliação
461
462
Apêndice C • Propriedades dos Materiais e Suas Aplicações
Apêndice C-5a Propriedades de Alguns Aços Temperados e , Resfriados Rapidamente por Agua Diâmetro Testado
Temperatura de Normalização
Temperatura de Reaquecimento
Aço
Diâmetro Tratado (in)
(in)
(oF )
(oF)
Resfriado Rapidamente
1030 1040 1050 1095 4130
1,0 1,0 1,0 1,0 0,53
0,505 0,505 0,505 0,505 0,505
1700 1650 1650 1650 1600
1600 1550 1525 1450 1575
514 534 601 601 495
240
t......... ........... 4130
220 200
~
Umtte de resistência
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180
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1050
140
1040 1030
120 i--
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Reststêncta 110 escoamento
41-ª.Q
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160
H 1, Quando
~
Redução de ârea
v
--- ---
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1200
Temperatura de Têmpera (' F)
Fonte: Motiem Sreels a11d Tlteir Properties, Bcthlehem Steel Corporalion, Bclhlchem, Pa., 1972.
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-5b Propriedades de Alguns Aços-carbono Temperados e Resfriados Rapidamente por Óleo Temperatura Temperatura de de Normalização Reaquecimento
Diâmetro Tratado
Diâmetro Testado
Aço
(in)
(in)
(oF)
(oF)
H8 , Quando Resfriado Rapidamente
1040 1050 1095
1,0 1,0 1,0
0,505 0,505 0,505
1650 1650 1650
1575 1550 1475
269 321 401
200
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180 160
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1050 140 ksi
1095
120
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100 80
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1040
Resistência ao escoamento
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Ltm1te de resrstênc1a
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Reduçto de
área
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800 1000 lemperetur1 do nmpe~a l f)
1200
Fonte: Modem Steels and Their Properties, Belh1ehem Steel Corporatíon, Bcthlchcm, Pa., 1972.
463
464
Apêndice C • Propriedades dos Materiais e Suas Aplicações
Apêndice C-5c Propriedades de Algumas Ligas de Aço Temperadas e Resfriadas Rapidamente por Óleo Diâmetro Tratado
Diâmetro Testado
Temperatura de Normalização
Temperatura de Reaquecimento
Aço
(in)
(in)
(oF)
(oF )
4140 4340 9255
0,54 0,53 1,0
0,505 0,505 0,505
1600 1600 1650
1525 1550 1625
300 280 t\....
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9255~ ', \ l\.-4 40,4340 .....
240
.....
,
4140
.......
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ksí 200
Limite de res•stência
I'V'
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,
220 1-4340
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180
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140
Resistência ao escoamento
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160
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120
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100 60
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l-4140 4340
%
9255 ............ __..:--9255
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Reduçao de ârea
/
40 20
555 601 653
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260
H 8 , Quando Resfriado Rapidamente
~-
600 800 1000 Temperatura de Têmpera (•F)
!'~~~----
4340
1200
Fonte: Modem Stee/.s and Their Properties, Belhlehem Steel Corporation, Belhlehem, Pa., 1972.
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-6 Efeito da Massa nas Propriedades de Resistência de um Aço Todos os corpos de prova foram temperados a 1000°F (538°C) e resfriados rapidamente por óleo
o --,Ç"
1300
---s, 1200
'-..
---- --
4340
,_
,
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1000
\
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I
1100
---4340
.....
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.....
-- --...........
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MPa '\
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..........
........ ,
----
------31 40
700
1040
........
500
...... ...... ... _ ... ........ _
1040 -----------
400
soo Dllmetro dO$ corpos de pt011a utilizados no• t..-t..- (ln) Fonte: Moclem Steels anel Their Properties, Bclblebcm Stcc1 CorporaLion, Belblchcm, Pa., 1972.
465
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t
(")
•
1 ::l.
t
Apêndice C-7 Propriedades Mecânicas de Alguns Aços Carburados
~
a:
Núcleo Resistência à Tração Limite de Resistência ao Resistência, s. Escoamento, s, Aço AISI
1015' 1022' 1117' 1118' 4320' 462(1' 8620' E931CY'
Dureza, H"
149 163 192 229 293 235 262 352
ksi
73 82 96 113 146 115 130 169
Elongação Redução de Área em 2 in
Resistência ao Impacto Iz od
~
ksi
MPa
(%)
(%)
ft lb
J
Dureza, Rc
503 565 662 779 1006 793 896 1165
46 47
317 324 407 524 648 531 531 952
32 27 23 17 22 22 22 15
71
91 81 33 16 48 78 66 63
123 110 45 22 65 106 89 85
62 62 65 61 59 59 61 58
76 94 77 77
138
66 53 45 56 62 52 62
o
o;·
Espessura
MPa
59
..r:;·~
Cor~o
Ductilidade
in
mm
0,048 0,046 0,045 0,065 0,075 0,060
1,22 1,17 1,14 1,65 1,91 1,52 1,78 1,40
O,D70 0,055
_JSeção circular tratada de I in, seção circular testada de 0,505 in. Resfriado rapid:uncnte em água uma única vez, temperado a 350°F ( 177 °C). •Scção circular tratada de 0,565 in, seção circular testada de 0,505 in. Resfriado rapidamente em óleo duas ve1.cs, temperado a 450"F (232.0 C). (A têmpera a 300°F prnpicia uma maior dureza ao corpo, porém diminui a tenacidade do núcleo.) Now: Os valores listados representam estimativas médias aproximadas. Fonte: Modem Steels nnd Their Propenies, Bethlchem Stcel Corporation, Belhlchem, Pa., 4' edição, 1958, e 7 • edição, 1972.
r~ 5' ~
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Apêndice C-8 Propriedades Mecânicas de Alguns Aços Inoxidáveis Forjados (Valores Médios Esperados)
Elongação (%)
limite de Resistência ao Resistência, S, (k~i) Escoamento, S, (k'ii) TipoAISI
An.
cw
85 90 85
LLO 110 LLO
H&T
An.
cw
An.
cw
35 35 35 45 35 35
75 80 75
60
35 22
60 50
55
65
50 55
40
35 20 30 20 14
17 15' J3b 15'
27 23
20
H&T
Impacto Izod (ft lb) o
H&T An.
cw
LL O 85 LLO 11 0 llO
90
90 50 70 50 2
75
H&T
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Cl}
p
G p
Aplicações Típicas
Aul>1eníticos 302 303 304 310, 310S 347, 348 384 (fio)
95 90 75
110
75 ll5 75 125 105
105 130" I 00' 130' 115'
75 83
83 85
50
VG G VG G VG E
35
90
G p p p
G G G
Utilização geral; moi as Parafusos, porcas, rebites, acessórios de aviões Utilização geral; estruturas soldadas Componentes de turbinas, fomos e trocadores de calor Componentes de motores a jato c de usinas nucleares Componentes severamente trabalhados a frio; tlxadores
Martensíticos 410 4 14 416, 416Se 431 440 A.B .C
115 160 110 165 260
40 90 40
95 60
85 85 110' 125 85b 85 110' 125 90' 240
7'
23 17 18 17 3
20' 2'
80 45 25 40 2
F p
F-
F
F
F
G PVP
p
F p
Componentes de máquinas, eixos, parafusos e cutelaria Componentes de máquinas, molas, parafusos e cutelaria Cutelaria, fixadores, ferramentas, componentes de máquina~ aparafusados Parafusos de alta resistência c acessórios de aviões Esferas, partes de mancais. bocais, cutelaria (a mais alta dureza H&r de qualquer inoxidável)
Ferríticos 430,430F
446
43 53
63 70
20
2
G p
F-G
F
F
F
Estruturas decorativas, silenciosos e componentes de máquinas aparafusados Componentes sujeitos à corrosão a altas temperaturas
'Re<..·ozido e estirado a frio.
"Temperado c cstitado a frio. Nora: An., CW e H&T significam, respectivamente, recoú do, trabalhado a frio e endurecido e temperado. E, VG, G. F, P e VP significam, respectivamente, excelente, muito bom, bom, razoável, pobre e muito pobre. Fontes: Metal Progress Databook 1980, Arne.ricao Society for Metals. Metais Par:k. Ohio, Vol. I 18, N? J (meados de jun.ho de 1980): ASME H(lndbook Metal Properries, McGraw-Hill, Nova York. J 954: Materiais Engineering, 198 1 Materiais Selector lssue, Pcnton/IPC, Oeveland, Vol. 92, N? 6 (de1.embro de 1980); Maclrine Design, 198 1 Materiais Refcrence Issue, Pen~>n/IPC, Clevcland, Yol. 53, N? 6 (19 de março de 1981).
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C"l
•
1 ::l.
Apêndice C-9 Propriedades Mecânicas de Algumas Superligas Tendo o Ferro como Base Limite de Resistência, s. (ksi) GrauAISI
70oF
1000°F
Elongação (%)
Resistência ao Escoamento, S, (ksi) 70°F
l000°F
70°F
IOOOOF
Re_o;istência à Ruptura, 100h @ l000°F (ksi)
Resi..tência ao Creep,
0,0001%/h@ l000°F (ksi)
Re_..istência ao Impacto por Charpy, @70°F (ft. lb)
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a:
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o;· ~
Martensí ticos 604
125-138
110
95-108
85
135- 310
180
100-240
140
7
-
3- 17
11
75
(Liga de cromo)
610
95-115
-
10- 32
(H· I I)
Austeníticos 635
5' ~
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1- 5
47-58
32
-
33
20-45
58
78
26
15
40-90
29
30-45
37
48
10
8-26
123- 142
120
19
13
120
220-225
75-80
215-290
37- 50
110-140
90
50-100
86-112
65
176-187
154
4-106
(Inoxidável W)
650 (16-12-G) 653 (17-24 CuMo) 665 (W-545)
r~
Nota : Os valores listados representam média~ aproximadas esperadas. For11e: Machine Desigr~ 198.1 Materiais Reference lssue, Penton/O'C, Clevelaod. Vol. 53, N? 6 (19 de março de 1981).
Apêndice C-IO Proprwdades Mecânicas, Características e Aplicações Típicas de Algumas Ligas de Alumínio Forjado Resistência à Tração Limite de Resistência,
s.
Dureza
Brinell, Uga
1100-0 -H14 -H18 2011-T3 -T8 2014-0 -T4 -T6 2024-0 -T4 6061-0 -T6 6063-0 -T6 7075-0 -T6
ResWência ao
Escoamento,
s,
H"
ksi
MPa
ksi
MPa
23 32 44 95 100 45 105 135 47 120 30 95 25 73 60 150
13
90 125 165 380 405 185 425 485 185 470 125 310 90 240 230 570
5 17 22 43 45 14 42 60
34 115 150 295 310 97 290 415 76 325 55
18 24 55 59 27
62 70 27 68 18 45 13 35 38 83
li
47 8 40 7 31 15 13
Elongação em2in Resistência (%) à Corrosão
45 20 15 15 15 18 20
A A A
Trabalho a Frio A A
B
D
c
D
D
-
-
Usinabilidade E
D D A A D
Sold.a gem com Latão
Soldagem a Gás
A A A
A A A
D
D D D D
Arco de Solda A A A D D D B
Resistência à Solda
B A A D D
D D
c
B
D D D
D
B
D
D
B
B
22 19 30
-
-
D
D
D
D
c
B
B
275
17
D D A A
A A
A A
B A
48 215 105 505
-
13
12 16 11
B B
D
c
B
B
A
D
B
c
A A
A
-
A
A
A
A
A
A
-
-
D
A B
D
B
A D D
c
c
c
c
D
D
c c
B
Aplicações Típica<; Estampagem, perfis estirados, trocadores de calor, utensílios de cozinha e tanques Componentes de máquinas aparafusados Forjadas para trabalhos pesados, estrutura~ e acessórios de aviões e estrutums de caminbões Estruturas de aviões, rodas de cami nhões e componentes de máquinas aparafusados Barcos, vagões, tubulações, tlanges e trailers Estruturas tubulares, porta~, j anelas, tubulações e tanques de combustível Estrutura e fuselagem de aviões, esquis c grades
N010: Os "a! ores listados representam médias aproximadas esperroas paradimensões decen::ade t in· Os valores de H. são obtidos a panir deumacarga de500kg e esferas de lOmm. As letras A. B, C e D indicam a classificação relativa em oroem dea:esceote de mérito. Fonte: ASM Metal$ Reference Book, American Society for Metais, Metais Park, Ohio, 198 1.
Apêndice C-II Resistências à Tração, Características e Aplicações Típicas de Algumas Ligas de Alumínio Fundido Resistência à Tração Limite de Resistência ao Resistência, Escoamento,
s.
Uga
Tipo de Fundição MPa
201-T4 -T6 208-F 295-T4 -T6 355-T6 -T6 356-T6 -T6 A390-F -T6 -F -T6 520-T4
Areia Areia Areia Areia Areia Areia Molde permanente Areia Molde pem1anente Areia Areia Molde permanente Molde pem1anente Areia
365 485 145 220 250 240 290 230 265 180 280 200 310 330
s,
----'-- Elongação Resistência (%) à Corrosão Usinagem ksi MPa ksi 53 70 21 32 36 35 42 33
38 26 40 29 45 48
215 435 97 110 165 175 190 165 185 180 280 200 310 180
31 63 14 16 24 25 27 24 27 26 40 29 45 26
20 7 2,5 8,5 5,0 3,0 4,0 3,5 5,0 <1,0 <1 .0 <1,0 <1,0 16
Aparência Soldabilidade após Recozido
Aplicações Típicas Componentes de aviões
2
3
2
2
4 4
3 3
3
3
4
2
3
4
4
!
Tubulações de distribuição, corpos de válvulas e c-omponentes ajustados sob pressões Cárter, rodas, caixas de mancais, suspensor de molas e acessórios Cabeças de cilindros, camisa d'á~,'ua, caixa de engrenagens, impelidores, engrenagens de distribuição e componentes de medidores Caixa de transmissão de automóveis, acessórios de aviões e embarcações e fundi dos de uso geral Blocos de motores de automóveis, bombas, polias e sapatas de freios
Acessórios de aviões, alavancas. suportes, componentes que requerem resistência ao impacto
Nota: Os valores lislados represeotam médias aproximadas esperadas para dimensões de cerca de in. As caracledslicas são onleoadas de I alé 5: o ru\'CI I é o mais alto ou o lllClbor possível. Fonte: ASM Mettús Reference Book, AlllCrican Society for Melais, Melais Park, Ohio, 1981. 1981 Materiais Selector. Malerials Enginccriog, Pcnton/IPC, Cleveland, Vol. 92, N:' 6 (dezembro de 1900).
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-12 Designações de Têmpera para Ligas de Aluminio e Magnésio Têmpera F
o Hxx
1'3 1'4 TS
T6 T8
Processo Fundição Recozimento Endurecido por deformação. O primeiro dígito indica a combinação específica de operações, o segundo dígito indica o grau de endurecimento por deformação; assim, Hl8 indíca um grau de endurecimento maior que Hl4 ou H24 Solução tmtada termicamente, tmbalhada a frio e envelhecida naturalmente Solução tmtada termicamente e envelhecida natumlmente Resfriado a partir de um processo de estampagem a temperaturas elevadas e envelhecido artificialmente Solução tratada termicamente e envelhecida artificialmente Solução tratada termicamente, trabalhada a frio e envelhecida artificialmente
471
a .,><>• :;
e: g
n
•
1 ~·
Apêndice C-13 Propriedades Mecânicas de Algumas Ligas de Cobre
~
t
Resistência à Tração Limite de Resistência, S.
Resistência ao Escoamento, S,
Designação Liga
t
~
-g 'i:'
o
~
~ 01)
:J
!
t
.,~ :ac !E ~
CD
:J
!
UNS
Composição
~
Elongação em2in
ksi
MPa
ksi
MPa
(%)
68- 200
469- 1379 345- 379 338-469 469- 517 517-703 400-745 448-579
25-178 19-42 18-45 57- 63 35-68 22-60 30-60
172-1227 131- 290 124- 310 393-434 241-469 152-414 207-414
43- 3 60-40 53- 18 20-15 32-22 60- 13 33-19
17
117 90 331 138 179 124 241- 372 172
30 35 20 30 20 20 18- 8 20
" 1::: I> ~
5· o;· ~
Cobre-berílio com chumbo Latão com chumbo Latão de corte livre Bronze fosforoso com chumbo Silfcio-bron7.e com alumínio Bronze ao silício Bron7.e ao magnésio
C17300 C34000 C36000 C54400 C64200 C65500 C67500
Latão vermelho com chumbo Latão com chumbo Bron7.e ao magnésio Bronze naval M Bron7.e Ni-Sn com chumbo Liga de bronze para mancal Bron1.e ao a lumínio Cobre-Níquel
C83600 C85200 C86200 C92200 C92900 C93200 C95400 C96200
(65Cu- 34Zo)
50-55
(88Cu-4Zo) (91Cu-7AI-2Si) (97Cu- 3Si)
49-68 68-75 75-102 58- 108 65-84
(85Cu- 5Zn- 5Sn-5Pb)
37 38
95
(90Cu- 10Ni)
40 47 35 85- 105 45
NotLJ : Os valores listados representam médias aproximadascs(X!radas. Fome: Machine De.rign, 198 1 Materiais Referencc lssue, Ptnton/IPC, Cleveland, Vol. 53, N? 6 ( 19 de março de 198 1) .
255 262 655 276 324 241 586-724 310
13 48 20 26 18 35-54 25
~ -t5' ~
"'i!
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-14 Propriedades Mecânic as de Algumas Ligas de Magnésio Resistência à Tração Limite de Resistência, S. Liga
AZ91B-F AZ31B-F ZK60A-T5 AZ31B-F HM21A-T5 AZ80A-T5 ZK60A-T6 AZ31B-H24 HK31A-H24 HM21A-T8
Forma
ksi
MPa
Resistência ao Escoamento, s, ksi
Elongação em 2in
MPa
(%)
Fundido em molde Extrudado
34 38-53
234 262- 365
23 28-44
159 193- 303
3 11- 15
Forjado
34-50
234-345
22- 39
152- 269
6--11
Chapa, placa
33~2
228-290
21- 32
145-221
9-21
Now: Os valores listados representam m6dias apro>
473
Apêndice C-I$ Propriedades Mecânicas de Algumas Ligas de Níquel Resistência à Tração Limite de Resistência, s. Liga Nfquel forjado Duraoíque1301 Mone1400 Monel K-500 Hastelloy B' UdirnetHX• UnitempHK• Hastelloy x• Rene 95'
Forma
ksi
MPa
Resistência ao Escoamento, s, ksi
Barra estirada a frio e recozida Barra estirada a frio e recozida Barra estirada a frio e envelhecida Barra recozida Barra laminada a quente Barra envelhecida Como barra fund ida Folba (0,109 in)
55- 80 90- 120 17()-210 70--90 8()-110 14()-190 134 114 (70°F) 13 czooo·F)
379-552 621- 827 1172- 1448 483-621 552-758
786 89
15- 30 30--60 125-175 25- 50 4()-100 11()-150 67 52 (70°F) 8 (2000°F)
Forjada
235 (70°F) 225 (1000°F) 96 (70°F) 37 (1400°F) 140 (70°F) 78 (1400°F) 184 (70°F) 143 (12000F) 87 (70°F) 33 (1400.F)
1620 1551 662 255 965 538 1269 986 600 228
190 (70°F) 182 oooo•F) 41 (70°F) 25 (1400°F) 71 (70°F) 61 (1400°F) 126 (70"F) I lO (1200•F) 43 (70°F) 23 (1400°F)
Inwne160()'
Barra recozida
Inconel 625'
Barra recozida
Inconel X-75()'
Barra envelhecida
I nco1oy 80()'
Barra recozida
924
Resistência ao Creep, 0,0001 %/h
MPa
Elongação em2in
Resistência ao Impacto (Ensaio de Charpy e/Entalhe)
(o/o)
ft ·lb
J
228
309
216 219 39
293 297 53
462 359 55
55-40 55--35 25--15 60-35 60--30 3(}...20 52 43 (70°F) 50 (20000F)
1310 1255 283 172 490 421 869 758 296 159
15 (70°F) 13 oooo•F) 45 (70.F) 68 (1400°F) 50 (70°F) 45 (l4000F) 25 (70°F) 7 (1200°F) 44 (70°F) 84 (1400"F)
180
244
49
66
37
50
107
145
103-207 207-4 14 862-1207 173-345 276-690
' "Supedigas" apresentam resistência mecíllúca a altas temperaturas e silo resistentes à corrosão. Utilizadas nos motores ajato e em tomos. Nma: Os valores listados representam médias aproximadas esperadas. Forue: Machine Design, 1981 Materiais Reference Tssue. Pentoo/lPC. Cleveland, VoL 53. N? 6 ( 19 de março de 198 1).
ksi
MPa
12
83
24 25 87
165 172
40 (800°F) 2,0 (1600°F) 12 (1400°F) 3,9 (1600°F) 63 (1200°F)
276 14 83 27 434
6,0 (1400"F) 3,5 (I 600•F)
41 41
Apêndice C-16 Propriedades Mecânicas de Algumas Ligas Forjadas de Titânio Resistência à Tração
Uga Comerei al mente pura alfa em T i Comercialmente pura alfa em Ti Comerei almente pura alfa cm Ti Liga alfa Liga alfa-beta Liga beta
Designação
Limite de
Resistência ao
Rés'JStêõcla, S.
F.scõamentõ, S,
ksi
MPa
ksi
MPa
Resistência ao
Elõngaçaõ
Impactõ Charpy
em2in
(%)
ft · lb
J
Ti-35A
35
241
25
172
24
11-40
15-54
Ti-SOA
50
345
40
r76
20
11-40
15-54
::s "' e-:
Ti-65A
65
448
55
379
18
11-40
15-54
Ll
Ti-0,2Pd Ti· 6AI-4V Ti-3AI - 13V- 11Cr
50
345 896-1103• 931-1296'
40
r76 827- 1034• 896-1207'
20 10-7 16-6
10-20 5-15
14-27 7-20
~ g
130--160' 135-188>
120-150' 130--175'
"Dependendo do tmtamento ténnico. Nota: Os valores listados representam médias aproximadas espcrJ.das. Fnnte: Machúw Desigr; 198 1 Materiais Rcferencc l ssuc, Pentnn/IPC, Cleveland, V ui. 53, N~ 6 ( 19 de março de 198 1).
•
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476
Apêndice C • Propriedades dos Materiais e Suas Aplic.ações
Apêndice C-17 Propriedades Mecânicas de Algumas Ligas Fundidas de Zinco Resistência à Tração Limite de Resistência, s..
Designação da Liga ASTM
SAE
ADCI
ksi
MPa
AG40' AC4!4' ZA-12
903 925
No. 3 No. 5
41 47
283 324
40-45 45- 50 57
276--3 !0 3!0--345 393
Fundição em areia Molde permanente Fundição em molde
Resistência a o Escoamento, s, Elongação em2in ksi MPa (%) !O 7 30 31 46
207 214 317
1- 3 1- 3 2
Resistência ao Impacto Charpy Dureza Brinell, ft · lb J HIJ 43 48
58 65
82 91 !05-120 105-125 !10--!25
' Fundição em molde. Nota: Os valores listados representam médias aproximadas esperadas. Fonte: Machine Design, 1981 Materiais Reference lssue, Penton/lFC, Cleveland, Vol. 53, N~ 6 (19 de março de 1981); Metal Progress, Databook 1980, Americao Society for Metais, Metais Park, Ohio, vol. 118, N? 1 (meados de junho de 1980).
Apêndice C.l8a Propriedades Mecânicas Representativas de Alguns Plásticos Comuns Resistência à Tração, s. Plástico
Elongação em 2 in
Resistência ao Impacto Izod
Coeficiente de Atrito
ksi
MPa
(%)
ft ·lb
6
41
5-20
6,5
8,8
10,5
72
6
0,4
0,5
2- 7
10-48
1-7
1,4- 9,5
!G-20
69- 138
4
2- 30
2,7-4 1
3,4
23
300
3
4,1
12
83
60
I
1,4
7
48
0,4-0,8
0,3
0,4
9- 10,5
6?--72
110-125
12- 16
16-22
0,52
0,39
.g~ &·
16-23
11(}...90
1- 3
1,0-1,9
1,4-2,6
0, 1?--0,22
0,12-0,13
~
5
34
10-20
0,5- 2,2
0,7- 3,0
J
Com o Mesmo Material
Com Aço
ABS (uso geral) Acrílico
(molde-padrão) Celulósico (acetato de celulose) Epóxi (preenchimento com vidro) Fluorocarbooo (PTFE) Nái lon (616) Fenólico (preenchido com serragem) Policarbonato (uso geral) Poliéster (preenchido com 20 a 30% de vidro) Polipropileno (resina sem modificação)
~ 0,05 0,04-0,13
(")
•
N01a: Os valores mostrados são típieos: valores maiores e menores podem ser obtidos comerciabnente. Veja também o Apêndice C-18b. Fot11e: Machine Design, 1981 Materiais Refereoce Issue, Pentoo/lPC. Cleveland. Vol. 53, N? 6 (19 de março de J98 1); Materiais Engirteering, 198 1 Materiais Selector Jssue, Pen10o/Il'C. Clevcland. Vol. 92. N~
6 (dc1.cmbro de 1980).
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Apêndice C-18b Propriedades de Algumas Resinas Termoplásticas Comuns com e sem Reforços com Vidro Resistência à Tração, EnsaioASTM k si Resina de Base ~ D638
ABS Acetal
Fluorocarbono }
PTFE Náilon 6/12 Policarbooato Poliéster Polietileno' Polipropileno' Poliestireno
14,5 (6,0) 19,5 (8,8) 14,0 (6,5) 22,0 (8,8) 18,5 (9,0) 19,5 (8,5) 10,0 (2,6) 9,7 (4,9) 13,5 (7,0)
Módulo de Flexão, Mpsi D790 1,10 (0,32) 1,40 (0,40) 1,10 (0,20) 1,20 (0,295) 1,20 (0,33) 1,40 (0,34) 0,90 (0,20) 0,55 (0,18) 1,30 (0,45)
Resistência ao Impacto lzod, ft · lbfm Com Entalhe Sem Entalhe D256 1,4 (4,4) 1,8 (I ,3) 7,5 (>40) 2,4 (1,0) 3,7 (2,7) 2,5 (1,2) 1,1 (0,4) 3,0 (0,4) 1,0 (0,45)
6-7 8- 10 (20) 17- 18 20 17 (60) 16-18 8-9 11- 12 2-3
Gravidade Específica D792 1,28 (1,05) 1,63 (1,42) 1,89 (1,70) 1,30 (1,06) 1,43 (I ,20) 1,52 (1,31) 1, 17 (0,95) 1,12 (0,91) 1,28 (1,07)
Contração do Molde
(%) D955 0,1 (0,6) 0,3 (2,0) 3,0 (1,8) 0,4 (1, 1) 0,1 (0,6) 0,3 (2,0) 0,3 (2,0) 0,4 (1,8) 0, 1 (0,4)
Absorção de Água (em 24 h ) D570
Expansão Térmica,
0,14 (0,30) 0,30 (0,22) 0,20 (0,02) 0,21 (0,25) 0,07 (0,15) 0,06 (0,08) 0,02 (0,02) 0,03
1,6 (5,3) 2,2 (4,5) 1,6 (4,0) 1,5 (5,0) 1,3 (3,7) 1,2 (5,3) 2,7 (6,0) 2,0 (4,0) 1,9 (3,6)
(O, OI) 0,05 (0,10)
IO-•rF D696
Desvio na Temperatura, °F (264 psi) D648 220 (195) 325 (230) 460 (160) 415 (194) 300 (265) 430 (130) 260 (120) 195 (135) 215 (180)
' Resina de rercftalato de polibotilcoo. 'Aha deosidade (HD). ca rau de impacto modificado.
Nota: Os vakn"Cs entre parênteses referem-se a resinas sem reforço. Outros vak)[cs são típicos de tonnulas com 30% de reforço com vidro. Todos os valores moslrados são Lípicos; muto valores mais altos quanto mais baixos podem ser obtidos couwrcialnlCntt. Fonte: Machine Design, 1981 Matcrials Rcfcrcncc Is sue, Pcntonlli'C, C1cve1and, Vol. 53, N? 6 ( 19 de mruço de ! 981 ).
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Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações 4 79
Apêndice C-18c Aplicações Típicas dos Plásticos Comuns Termopl:íslk'Os
Te.rmopltís licns l n·cversíveis
Aplicações Estruturas. engrenagens mecânicas. camcs. pistões. roleres. válvulas. bombas. impulsores, pás de ventiladores. rotorcs. agitadores de máquinas de lavar roupa
}
Componentes mecânicos e decorativos leves e fortes puxadores de gavetas. maçanetas. estojos de câmaras. tubos.
<
'(
invólucros de bateria. volantes
de direçílo. moldurdS de guarnições, estrutu ras de óculos. ferramentas manuais Pequenos recipientes c perfis ocos estruturas de telefone. lanternas e capacetes; compartimentos para equipamentos clétricos de potência, bombas c pequenos aparelhos
} ..,
Grandes compartimentos e pcrlis ocos
E
cascos de barcos, compani mentos
g"' Q.
para grandes aparelhos. tanques,
tubos. dutos. linhas nuidas de refrigeradores Componentes transparentes c óticos vidros ele segurança. lentes. envidraçamento seguro e resistente ao vandalismo.
pám-brisas contm neve. semMoros. pra1eleims de
refrigemdorcs Componentes pam uplicuçõcs de engrenagens com dcs~asle. huchns. mnncais. lrillto~. camisas de dutos, rodas de patin~. tinos de cspnnador
}
Nota: H.D. significa alta densidade; UHMW significa peso molecular ullra·allo. Fonte: Machine Design, 1987 Materiais Refcrence Jssue, Pcnton!IPC. Clcveland, Vol. 59, N?8 (1 6 de abril de 1987).
480
Apêndice C • Propriedades dos Materiais e Suas Aplic,ações
Apêndice C-19 Classificação dos Materiais e Elementos Selecionados de Cada Classe Classificação
Elementos
Abreviação
Ligas de Engenharia
Ligas de alumínio Ferros fundidos Ligas de cobre Ligas de chumbo Ligas de magnésio Ligas de molibdénio Ligas de níquel Aços Ligas de estanho Ligas de titânio Ligas de tungsténio Ligas de zinco
Ligas de AI Ferros fundidos Ligas de Cu Ligas de chumbo LigasdeMg Ligas de Mo Ligas de Ni Aços Ligas de estanho ligas de Ti Ligas de W Ligas de Zn
Epóxis Melaminas Poli carbonato Poliésteres Polietileno, alta densidade Polietileno, baixa densidade Poliformaldeído Polimetilmetacrilato Polipropileno Politetrafluoretileno Polivinilclorido
EP
(Metais e ligas de engenharia)
Polímeros de Engenharia (Termoplásticos e termoplásticos irreversíveis de engenharia)
Cerâmicas de Engenharia (Cerâmicas finas indicadas para aplicações em mancais de carga)
Compósitos de Engenharia (Deve-se estabelecer uma distinção entre as propriedades de um dobrado - "UNIPLY" - e de um laminado- "LAMINATES")
Cerâmicas Porosas (Cerâmicas tradicionais, cimentos, rochas e minerais)
Vidros (Silicato de vidro comum)
Madeiras (Grupos separados descrevem propriedades paralelas e normais ao grão e os produtos de madeira)
Elastômeros (Borrachas naturais e artificiais)
Espuma de Polímero (Polímeros espumantes de engenharia)
MEL PC PEST HDPE LDPE
PF PMMA PP PTFE PVC
Alumina Diamante Sialon Carboneto de silício Nitreto de silício Bióxido de zircônio
Al,O,
Sialon (Si6 , Al,O, N8 _j SiC Si,N, Zr02
Fibra de carbono reforçada com polímero Fibra de vidro reforçada com polímero Fibra de Kevlar reforçada com polímero
CFRP GFRP KFRP
c
Tijolo Cimento Rocha comum Concreto Porcelana Louça de barro Vidro borossilicato Soda de vidro SOica
VidroB Vidro Na SiO,
Freixo Balsa Abeto Carvalho Pinho Produ tos de madeira (madeira compensada etc.) Borracha natural Borracha butílica dura Poliuretanos Borracha siliconada Borracha butílica macia
Borracha Butil duro PU Silicone Butil macio
Cortiça Poliéster Poliestireno Poliuretano
Cortiça PEST PS PU
Fonte: Ashby, M. F., M<1terials Selection in MeclumicCII Design, Pcrgamon Prcss, 1992.
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-20 Subconjunto dos Materiais de Engenharia para Efeito de Projeto Metais
aços e ferros fn!!!djdos
Aços-carbono: Ligas de aço: Aços inoxidáveis: Aços-ferramenta: Ferros fundidos:
Blll2, JOIO, 1020, 1040, 1050, 1090 4 140,4340,4620,93 10 302,303,304,316,410,414, 4 16, 420,43 1, 440 A2, D2, M2, SI, S7 Classe 20, Classe 30, Classe 35, Dúctil 60-40-1 8, Dúctil60-45-IO, Dúctil 80-55-06, Dúctil 120-90-06
Outros metais
Zinco: Magnésio: Titânio:
1100,201 1,2014, 2024,6061,7075,355,390 Cobre berílio ligado a chumbo (Cl7300), Latão de corte livre (C36000), Bronze fosfórico ligado a chumbo (C54400), Bronzina (C93200), Bronze-alumínio (C95400), Duraníquel, Hastelloy, lnconel, Monel, niquei forjado AG40A, ZA-12 AZ31,AZ9 1 Puro Ti (Ti-SOA), Ti-6Al -4Y
Plásticos
Elastômeros
Acetal Acrílico Náilon Fenólico Policarbonato Polietileno Poliirnido Teflon Cloreto de polivinilo
Neopreme Silicones Uretanos
Ligas de alumínio: Ligas de cobre:
Ligas de níquel:
Cerâmicos Óxido de alumínio Carboneto cementado Carboneto de silício Nitreto de silício
481
482
Apêndice C • Propriedades dos Materiais e Suas Aplicações
Apêndice C-.21 Métodos de Processamento Utilizados Mais Freqiientemente com Materiais Diferentes
I
I Moldo
f'undiç-.io cm urda Fundiçllo em molde decascn
Fundiçllo em molde:
I
AÇOS
(ligas do balso F...-... aocbollO~
110 calo<-
Li;;;os
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For)amento em matriz abcna Foljamento cm mruri7 fechada Tipo bloco
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Tipo con,·encional
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ForJamento de =nique
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Panes com cnbcçocc:
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Repu,omento Panes aparofuSIIdas de m:iquinas Pan~ metallll1!icamenlc pulverimdas
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Fundiç-Jo eentrlfugu
Tubulaçio sd«ionada
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Cone: por e.xtruslio
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Fundiçllo em molde po:nnancntc Fundiç-.io cm n~t~de
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hJlcm>-cobro e fci'I'O
Fonte: M<~teriaJ Selector, Material Engineering Magazine, Peoton/JPC, Clcvcland, Ohio.
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-22 Capacidade de União dos Materiais
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Aços-carbono
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Cobre
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Nfquel Titânio 01umbo
Chumbo, t.inco
ZlllCO
Termoplásticos TPI
Terrnoplástlcos irreversíveis Elastômeros Cerâmicos
TPI Ela."
Vidros Madeira Couro
Elast TPI
Tecido
Elnst
Melais distintos
TPI
Metais com não-metais
~
Não-melais distimos Espessuras distintas
I
Recontcndudu
I
comum
-
Diffcil
-
Rtu'lln~entc ulilitndo
Fonte: Hill, P. H., The Science of Engineering Design, HoiL, Rincbart and Winston, New York, 1970.
INüo ulilia~
483
484
Apêndice C • Propriedades dos Materiais e Suas Aplic,ações
Apêndice C-23 Materiais para Componentes de Máquinas Componente ou Equipamento Alavancas Alojamentos Arames de mola Arruelas de aperto Bielas Bloco de cilindros Bocais Bombas Brocas Buchas Cabeça de cilindros Caixas de engrenagens da direção Calhas de escoamento Carnes Camisas de calhas de escoamento Camisas de cilindros Cubos de roda Cursores Eixo de carnes Eixos Eixos de manivela Engrenagens
Engrenagens sem-fim Equipamentos manuais Esferas Estruturas de caminhões Facas Feixes de molas Ferrdiilentas Ferramentas de fresa Fios Fixadores Flanges Forjados Ganchos de guindaste Guarnições Impulsores de bombas Juntas universais yoke Lâminas para estampagem Limas Mancais Molas Moldes Martelos Material trefilado Navalhas de barbear Pára-brisas Parafusos Parafusos Partes dos mancais Pás escavadeiras Pás de ventiladores Placas brutas Placas de embreagem Pequenos alojamentos Porcas Protetores
Materiais Candidatos 1020, 1030 Ferro fundido cinzento ASTM classe 25 1060, Ul70 1060, Ul70 Ferro fundido maleável tratado termicamente classe M7002, I 030, I 040 Ferro fundido cinzento ASTM classe 25 Aço inoxidável 440 ABS, Policarbonatos, Polietileno e Fenólicos 1090,10!00, 10120; aços-ferrdiilenta M2 Acetal, F luoroplásticos (PTFE), Náilon, Polietileno UHMW, Poliimido, Poliuretano, Náilon preenchido PTFE, Tecido-fenólico reforçado, Bronze P/M Ferro fundido cinzento ASTM classe 25 Ferro fundido maleável recozido classe M3210 PYC, aço inoxidável304, 1020 Acetal, N áilon, Fenólico Acetal, F luoroplásticos, Náilon, Polietileno UHMW, Poliimido, Poliuretano Ferro fundido cinzento ASTM classe 40 Ferro fundido maleável tratado termicamente classe M4504 Ferro dúctil (nodular) grau 120-90-02 Ferro fundido cinzento ASTM classe 40 Aço inoxidável410, 1020, 1030, 1040, 1050, 4140, 4340 Ferro fundido maleável tratado termicamente classe M4504, ferro dúctil (nodular) grau 80-55-06 Acetal, N áilon, Fenólico, Pluoroplásticos, Polietileno, Pohôio, Poliuretano, MoS1 preenchido de Náilon, Ferros fundidos maleáveis tratados termicamente classes M5003 e M8501, 1020, 1030, 1040, 1050, 4340, aço 4615 carbonado, Ferro dúctil (nodular) grau 80-55-06, Ferro dúctil (nodular) grau 120-90-02 Bronze-alumínio, Bronze fosforoso 1070, 1080, 1090 Aço inoxidável 440 Alumíruo 2014 1090, 10100, 10120, 10130; aços-ferramenta A2, 02, M2, S1 e S7 1070, 1080, 1090 Aço inoxidável416, 1050; aços-ferramenta S1 eS7 1090, 10 100, 10120 1005, 1010 Aços inoxidáveis 384 e 416 Alumíruo 6061 1040, 1050 1030, 1040 Ferro dúctil (nodular) grau 60-40-18 Acetal, N áilon e Fenólicos Ferro fundido maleável tratado termicamente classe M7002 1005, JOIO 10 120, 10130 Acetal, F luoroplásticos, Náilon, Polietileno UHMW, Poliimido, Poliuretano Aços inoxidáveis 302 e 414, 1080, 1090, 6!50, 10100, 10120 Aços-ferramenta A2, 02, M2, SI e S7 1080, aço-ferrdiilenta S7 10120, 10130 10120, 10130 Policarbonato 1040, 1050 Acetal, aços inoxidáveis 303,410,414 e43J, 1020, 1040,4140,4340 Aço inoxidável 440 1070, 1080, 1090 Acetal, N áilon, Fenólico Ferro fundido cinzento ASTM classe 25, 1020 Ferro fundido cinzento ASTM classes 30 e 35 ABS, Policarbonato, Polietileno e Fenólicos Aço inoxidável 303 Acn1ico, Policarbonato, 1020, metal expandido
Apêndice C • Propriedades dos llfateriais e Suas Aplicações
Apêndice C-23 Materiais para Componentes de Máquinas Componente ou Equipamento Rebites Reservatórios Rodas de caminhões Roletes Rolos, tambores Serras Suportes Tambores de freio Tiras de proteção Torneiras Tubos Tubulações soldadas Válvulas Volantes
485
(contínUll.ção)
Materiais Candidatos Aço inoxidável 303, 1005, JOIO Alumíruo I 100 Alumíruo 2024 Acetal, N áilon, Fenólicos, ferro dúctil (nodular) grau 80-55 -06, ferro dúctil (nodular) grau 120-90-02 Alumíruo 6061 T6, I020, 4340, aço-ferramenta D2 10120, 10130 Alumíruo 6061 T6, Ferro fundido maleável recozido classe M32JO Ferro fundido cinzento ASTM classes 30 e 35 Acetal, F luoroplásticos, Náilon, Polietileno UHMW, Poliimido, Poliuretano 1090, 10100, 10120 Alumíruos 6061 e 6030 1020, 1030 Ferro dúctil (nodular) grau 60-40-1 8 Ferro fundido cinzento ASTM classe 30
Apêndice C-24 Relações entre os Modos de Falha e as Propriedades dos Materiais Propriedade do material
Modo de falha Escoamento bruto Flambagcm
Corrosão Trinca tensão-corrosão Corrosão galvfulica Fragil i>ação por hidrogênio
Desgaste Fadiga térmica Fadiga por corrosão
Os quadrados sombreados na intcrseção entre uma propriedade do material e um modo de falha indicam qoe uma propriedade cm particular do material tem influência no controle de um modo específico de falha, Fonte: Smith, C. O, e B, E, Boardman, Metais Hcmdbook, Americao Society for Metais, Metais Park, Ohio, 9~ edição, VoL l p, 828, 1980.
APÊNDICE
Diagramas de Forças Cisalhantes e Momentos Fletores, e Equações de Deslocamentos Lineares e Angulares para Vigas Apêndice D·l Düzgramas de Forças Cisalhantes e Momentos Fletores, e Equações de Deslocamentos l..i.Twares e Angulares para Yrgas Engastadas Livres Inclinação na Extremidade Livre
Deslocamento Máximo
Deslocamento 8 em um Ponto x Qualquer
I. Carga concentrada na cxlremidadc
~·t·::qJ~ + ,--..:...V.:..•:.. .P- - ,
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M:~ M • -PL
2. Carga conccnuada cm uma seção qualquer
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3. Carga unifonnemente dislribuída
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D
Apêndice D-2 Diagrarrws de Forças Cisalhantes e Momentos l 'letores , e Equações de D eslocamentos Lineares e Angulares para Vigas Bwpoiadas Deslocamento Máximo, Bmb
Desloca mento ô em um Ponto .r. Qu:llc1uer
PL2
No centro:
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16E/
PL3
Inclinação nas Extremidades, (J I. Carga conccntruda na scção mMio do v~o
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MO~ 2. Carga concentrada em uma scção qualquer
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Para O s .r s a: Pb.r (L 2 _ .x2 _ b2)
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3. Carga uniformemente distribufdn
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Apêndice D-2
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Diagrama..~
de Forças Ci.~alhantes e Momentos Fletores, e Equações de Deslocamentos Lineares e Angulares para Vigas Biapoiadas (continuação) inclinação uas Extremidades. O
Deslocamento Máximo, Bmiíx
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Deslocamento 6 em um Pont.o x Qualquer
t
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4. Carga concentrada na ~xtremidade externa
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No apoio da esquerda:
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Na seç~o de aplicação da carga:
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No apoio du dirci10: Mo • , - ( L • - 3a·)
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Na scção de nplicaçfio da carga: Mott , --(2a 2 - 3aL + L.·)
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+ 3a·- 6aL + 2L·)
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No apoio da esquerda: MoCI
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6EI No apoio da direita: Moa
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Para Os x s a: M0x , ,
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Mo
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Na seção de aplicação da carga: Mo(a + 3b) IMo
3EI
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6. Momento apl icado na extremidade externa Mo 11-•o ----,--
t
"' :;::
5. Momento conccmrado cntr~ os npoios
Para O s x' s b:
li
-
m5x -
Mo/J EI (2L + b) 6
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,
-(2ax' + 3x'·) 6EI
~
~
Apêndice D •
Diagramas de Força3 Cisalhantes e Momentos Fretore11, e Equações de Deslocamentos Lineares...
Apêndice D·3 Dwgramas de Forças CisalAantes e Momentos Fletores, e Equações de Deslocamentos Lineares e Angulares para Vigas Engastadas em Ambas as Extremidades
I. Carga conccntrnda na seção média do vão
Deslocamento li
Deslocamento li em um Ponto x Qualquer
No centro:
Para Os
5nú•
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PL3 192Ef
.t s U2: Px 2 5 = --(3L- 4x)
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PL
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PL
8
2. Carga conccntrnda cm uma scção qualquer
Na seção de aplicação
ParaOsx sa:
da carga:
1--- - : - - L - - -+-l
5
Pb 3a3 = 3EIL3
2 2
5
Pb x =[3aL 3
6EIL
p,l
{!lu+ 3b)
No cemro:
ParnOsxsL:
wL'
5nú> = 384E/
wx 2 5 = - - (L - x)2 24EI
(3a
+
b)x]
489
~ -6"''
t
t::l
Apêndice D-4 Programa para a Determinação dos Deslocamentos Elásticos de Eixos Escalonados O prog(ama listado a seguir é aplicá,-el a todos os casos de eixos cilíndricos escalooados sujeitos a fon;as e momentos concentmdos . Ele é baseado na dupla integração numérica da curva MI E/ pela re1,'1'a de Simpson. [Pmgr•ma dcscm•olvido por M. Y. Zarrugh c baseado na referencia de C. R. Mischkc, "An Exact Mcthod for Dctcrmining lhe Bcnding Dcflcction and Slopc in Stcppcd Shafts", Advances in Reliability and Stress Analysis. Jotm J. Bumcs (ed .), ASMB, Ncw Yodc, 1978, pp. lO 1- 115.1 300 310 320 330 340 360 380 390 400 420 430 440 460 465 467 470 480 SOO
510 520 530 540 550 560 570 580 600
REM DADOS DE ENTRADA PRINT "ANALISE DB DESLOCAM~TOS R~ EIXOS ESCALONADOS" PRINT " DESENVOLVIDO POR t4 . 'i. Z.ARRUGH" PRINT " UNIVERSIDADE DE MICHIGAN" INPUT "QUANTOS NOS? • ;NP
DIM X(NP),Y(NP),S(NP),Il(NP ) ,I2 {NP),M(2
~
NP},ME(2 * NP )
P'OR I = 1 TO NP: PR.INT "DISTANCll\ X DO NO N. ";:;: INPUT X (I) : NEX'J' I INPUT "QUANTOS DIAMBTROS DlST!NTOS? • ;NO: DIM JD (ND), DO (NO ) P'OR I c 1 TO NO - 1 : P~INT "N. E VALOR DO Dll\ME':' RO • I; : D f?UT JD ( l) , DO ( I) : NE.XT I : PRINT INPUT "N. DO NO PARA O 1-!ANCAL BSQU3RDO? ";IA : INPUT "N. DO NO PARA O MANCAL DI REITO? ";IS: PRINT INPUT "QUANTAS SAO AS P'ORÇAS APLICADAS? ";N F P'OR I= 1 TO NF: PRINT "N. DO NO::: VALOR DA PORCA"; l; : INPUT JF(l),F {I ) : l\EXT I: PRINT INPUT "QUANTOS SAO OS MOMBN'J'OS APLICADOS? ";NM: IP NH = O GOTO 470 DDI AM(NM) ,JM ( NM): FOR I = 1 TO N:-1: PRINT "N . DO NO E VALOR DO MOMENTO • ; I;: INPUT JM(I),AM (I) : NElXT I GOTO 480 DIM Al1(1) ,JM(l) INPUT "MODULO 06 ELASTICIDADE? n;E REM CALCULO DAS RE!ACOES SF; O:SM; 0: FOR I ; 1 TO NF:SP = SF + F(I):S ~I; SM + F(I) * (X (JF (I )) - X (ll\ ) ): N.EXT I: IF NM =O GOTO 53C P'OR I = 1 TO Nt~:SM = SM + Af-I(I ): N:::XT I RB = • SM / (X (IS) • X(IA)) :RA = • SF - RB REM CALCULO DOS MOMENTOS DB FLEXAO REM SOMA RA. E RB A SBQUENClA F P'OR 1 = 1 TO NF: IF IA < JF(I) THEN GOTO 580 NEXT 1 : GOTO 60G P'OR J = NF TO I STEP - l:F(.; + 1) = F(J) :JF(J + :l = J F (J) :NEXT J F{I) RA:JF{l) = IA: POR I l TO NF + 1: IF J?' ( I) > IB THEN GOlO 610
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Apêndice D-4 Programa paro a Determinação dos Deslocamentos Elásticos de Eixos Escalonados (continuação) 605 610 620 630 6 40 660 670 680 700 710 720 730 740 750 760 770 790 800 810 820 830 840 850 856 860 870 900 91 0 920 925 930 935 940
NEXT I: GOTO 620 ~OR J • N~ + 1 TO I STEP - l:F(J + 1) • F(J) :JF(J + l) • JF(Jl: NEXT J l"(I) • RB:Jl"(I) • IB REM -- ·CAJ,CU L.A OS VALORES DE M VV • O:~P • l: MP • l:M(l) • 0 : ~OR I • l TO NP :J e (l - 1) • 2 + l : !F I - 1 THEN GOTO 6?0 OX • X(I) - X(l • 1) :M(J) • M(J - 1) + VV • DX: M(J + l) • M(J l IF NP > NM THEN GOTO 710 IF I <> JM (MP) TH EN GOTO 710 M(J f 1) ~ M(J)- 1\l't(MP):MP ~ MP+ 1 IF ~P > NF + 2 THEN GOTO 7 4 0 IF I < > JF (FP) THE:N GOTO 740 VV = VV + F (FP) : FP = FP + 1 NEXT I: P RI NT "OS MOMENTOS FLET ORES ESTÃO CALCULJillOS" REM CALCULA MIEI ME(l) a O : PI = 3.141593:DP 1 : FOR I= 1 TO N?:J a (1 - 1 ) • 2 + 1 : !FI = 1 THEN GOTO 790 ME (J) = M(J) I (E * 1 1) : ME(J + 1) = M(J + 1 ) / (E * 11} : IF I<> JD ( DP) THEN GOTO 800 DD = DO( DP ): I I = PI * DD • 4 /64: ME(J + 1 ) = M(J T 1) I (B • ::) : DP = DP + 1 NEXT I: PRI NT "OS VALORES DE M/EI ESTÃO CALCULADOS" REM CALCIJLA Il=lNTGRL( MIEI) VERSOS X Il(1) = 0 : !2(1) =o FOR 1 = 2 TO NP : J = (I - 1) * 2 + l : DX = X(l) - X(I - 1 ) :MM=(ME(J- 1) + ME(J)) I 2 I l ( I ) = 1 1( 1 - 1) +MM * DX:IM = 1 1( 1 - 1) + ( ME(J- 1) +MM) * DX I 4 DI = (1 1 (1) + 4 • I M + 11 ( 1 - 1lll6 : 12 (I) = 12(1 - 1 ) + DI • DX NEXT I REM CALCULA C1 E C2 DX = X(IA) - X(IB) : Cl = - (I2( IA) - 12(IB)) I DX:C2 = ( X ( IB) • I2(IA) - X(IA) * 1 2(IB)) / DX REM CALCIJLA OS DESLOCAMENTOS E AS INCLINACOES FOR I= 1 TO NP:S (I) = Il ( I ) + C1:Y(I) = I2(I ) ~ C1 * X ( I ) - C2: NEXT I PRIN'I' : PRI NT "ANALISE DOS DESLOCAMENTOS DE EIXOS ESCALONADOS": PRil'i'J' PRIN'1' "NO";" ";"DISTANCIA"; • •; "INCLI NACAO•; • •; "DESLOCAMENTO" FOR I = 1 TO NP: PRINT " ";I;" ";X{l);• •;S (IJ ;• ";Y (I) : NEiXT I INPUT "PRESSIONE A TECLA RETORN PARA CONTINUAR N ;I END
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QUANTAS SAO AS FORÇAS APLICADAS? 1 N. DO NO E VALOR DA FORCA 1?5 ??-8.68 QUANTOS SAO OS MOMENTOS APLICADOS? 1 N. DO NO E VALOR DO MOMENTO 1 ?5 ??-2582.21 MODULO OE ELASTICIDADE? 207 OS MOMENTOS FLBTORES ESTÃO CALCULADOS OS VALORES OE M/EI ESTÃO CALCULADOS
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Apêndice D • Diagramas de Forças Cisalhantes e llfomentos Fretore11, e Equações de Deslocamentos Lineares...
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493
APÊNDICE
E
Tolerâncias e Ajuste s Os ajustes entre componentes, com um elemento cilindrico ajustando-se a um furo cilindrico, influenciam a precisão do posicionamento relativo dos elementos, isto é, a facilidade com a qual os elementos podem ser acoplados e desacoplados, a facilidade com a qual eles podem deslizar um relativamente ao outro (ajuste com folga) e a carga que eles podem suportar sem que ocorra um movimento relativo (ajuste com interferência). A expansão térmica diferencial geralmente é um fator a ser considerado na determinação dos ajustes apropriados. A tolertincia, ou variação permitida a cada dimensão, influencia tanto a função quanto o custo. Tolerâncias desnecessariamente apertadas representam um fator importante que causa um custo excessivo. Os ajustes e as tolerâncias geralmente são especificados com base na experiência com a aplicação específica envolvida. A norma USAS (ANSI) B4.l - l967 contém recomendaç ões detalhadas, caracterizando-se como um guia de grande valor. Sua precedente original, ASA B4a- l925, representa um guia mais simples, que se toma útil para uma compreensão introdutória do tema. Ela é resumida no Apêndice E- L As classes l a 4 são os
ajustes com folga, as Classes 7 e 8 referem-se aos ajustes com inteifer€ncia e as Classes 5 e 6 são conhecidas como ajustes de transição, porque podem apresentar tanto ajustes com folga quanto com interferência. O Apêndice E-l ilustra o sistema básico de furos, no qual a dimensão mínima do furo é escolhida como a dimensão nominal padronizada para todas as classes de ajustes. Neste caso, d
=o diâmetro nominal
r-
h= a tolerância do diâmetro do furo, h= eh :Vd s = a tolerância do eixo, s = C5 vd a =a tolerância (menor folga diametral, obtida com a dimensão máxima do eixo e a dimensão mínima do furo),
a = Ca
i
ifd2
= a interferência média, obtida com os diâmetros médios do eixo e do furo, i = C1d
Os gráficos de barras são representados para d =25 mm ou 1 in.
Apêndice E· I Aj ustes e Tolerâncias p ara Furos e Eixos Classe
de
2
I
4
3
6
5
8
7
ajuste
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Grálico
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de
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A1usto livro
Ajusto mr!dro
0.006? (0.11008)
0.00~2 JO.(I()(l(\)
O.OilSl tO.OOOOl
0.0052 J(),(l()(l(\)
o.ozt6 co.oom
0.01 1 2(0.00 1 ~) 1-0.01 12 10.00 I J)
0.0069 (0.0008>
0.00.15
II.OOJS 10.000-1)
0.00~2
0,0073 (0,0025)
0,00-ll (0.00 14)
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0.0026 (0,(1()()9)
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Alu5to som folga
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Ajuste sem lofgalusto
Ajusto lolflildo
c,, c, c, c,
nlh
o
--
Ajuste apertado ~
<0.0006)
-
Aju\te com força on6doo
AjUlto com IOfÇI81ta a contr&çlo
0.~2(0,(1()(1(>)
0.00,2 (0.0006)
O.IIO!i2 (0.0006)
0.0052 (0,(1()06)
0.0005 CO.~)
0,0010 (0.0010)
---
-
(0)
o
(0)
0.000:!5 (0.000:!5)
Os mimeros upresen1ndos nn labcla devem ser u1iJízados com rodas as dirm:nsões cm milímetros, execro p:lru aquele.~ cnl.rc parênteses. que se
rcf~rcm às dimensões tan J10iegt~dus.
Índice
A ABEC (Annular Bearing Engineers' Comm.ittee), 326 ABS (acrilonitrilo·butadieno-estireno), 53 Abson·edor de clloque<. 149 Acabamento superficial, 61
Ação cotdal, 428 galvilnica, 194-201 Acetal. 53 Aciooamento(s) hidrod.inâmicos, história, 430
_()()(' correia com e1lgre1lagens de dentes retos, 339 Aço cementado, 50
Acoplamentos de Oldbam, 399 eixos, 398-400 Huidos, 43 1-433 Aço(s). Vtja rambém Aços inoxidáveis. 49 capacidade de absorção de energia, 153 carburados, 466
cavitação, 20 I COITOSãO. 194 d e alto carbooo. 49 de baixo catbono, 49 de médio carbono, 49 d iâmetro de wna barra d e ligação, 117 eletrogalvanização, 183 ensaiodedure2a, 47,48 fadiga, 173 fratura frágil. 127 HSLA (baixa liga e alia resistência), 50 inoxidáveis, 50
cavit.ação, 20 I
corrosão. 197 por atrito. 204 propriedades mec5tlicas, 467 massa nas propriedades de resistência. 465 pro
sensibilidade ao entalhe, 175 tempetado e resfriado rapidamente por água, 462 tens.ão-defonnação, 45 teosões residuais, 90 Aços-carbonos, 49, 459 -461 , 463 comuns. 49 Acrflico, 53 Acrilonittilo-butadieno-estireno (ABS). 53 Adendo, 339 Adesivos, 263 actflicos, 264 anaer6bicos, 264 tennocutados, 263 uretanos, 264 AFBMA (Anti-Frictioo Bearing Manufacturers Association), 326 AGMA (American Gear Manufacturers As.c;ociation), 337 A!SC (American l.ostitute of Steel Construction), 253 Aj ustes. 494 com folga, 494 com interferência. 494 de ttansição. 494 Alilo (dialilo ftalato), 54 Alkyd, 54 Alongamento (na fratura), 43 Alunúnio anodizado, 198 barra de ligação, 117 cavimção, 20 I
corrosão, 196. 197 por atrito, 203 sensibilidade ao entalhe, 176 American. Blower Company, 431 American. Gear Manufaclurers Associat.ion (AG~IA) , 337 American. National Standards lnstitute (ANSI). 5, 218 American. Society fO! Testing and Mru.erials (ASTM) 51, 257
•
American Society of Mechanical Engineers (ASME). 141. 21 8, 253. 429 American Welding Society (AWS). 257
Amino, 54 Amortecimento, 149. 150 Amplificadores de tensão, 82 Análise das cargas pelo diagrama de oorpo livre, 22-27 automóvel com velocidade constante. 22 sujeilo a uma aceletaçl:o. 23 oompooentes da ttansmissão de um automó...el, 24 de três força.<. 26 do sistema de tran.smis&o de um automóvel 23 determinação dos esforços internos, 25 ' dos carregamentos, 22-32 por eternemos finitos, 120 etapas, 120 Anel(éis) de escora axial (parafuso..c; de potê-ncia), 222 de pressão, 392 lubrii\cador, 307 Ângulo de rosca (parafuS<>S de potência), 223 Anodização. 198 Anodo de sacrifício, 196 ANSI. Veja Americao Natiooal Standards lnstitute Anti-Fricnion Bearing Manufactutets Association (AFBMA), 326 Apoios redundantes, 30 Aproximações, 12 de Ocvitk para mancais curtos. 302 de Tredgold, 374 Amlelas, 229 de pressão, 284 ASl\.1E. Veja American Society or Mechanical Engineers AS'Th1. Veja American Society for Testing and Mo.uerials Atrito nos rnancais de elementos rolantes. 31 8. 321 nos p0tafusos de potência. 223 viscoso, 299 Atuadores lineares. Veja Parafusos de potência Autolubrificação. 313 Automóveis análise de cargas, 22-25 análise de desempenho, 17 componentes do sistema de uansmissilo de, 23, 24 AWS (American Welding Society). 257
B Baixa liga e aJta resistência (HSLA). aços, 50 Banllo de óleo, 307 Barras capacidade de absorção de energia, efeito dos amplificadores de tensõe..c;, 156 de lig:ação. determinação do diâmeuo. 117 de torção, 266 fatores de concentração de tensões, 86 fórmulas do deslocamento e da rigidez. I03 retas, sujeitas a impacto por uaç:ão oo compressão, 152 tração/compress.ãoe impacto, 152
Bioengenharia. 27 Bloco de mancai, 238 Bomba de óleo, 308 Bonderização. 197 B~ch a, capacidade de absotÇ11:o de energia. 153 Br1Ush Comets. o primeiro avião a jato, 5 Bronze..rnagnésio. 20 I Bro11zes. 51,201 Buckingham. Earle. 354
c Oldmio, 198,2 11
capacidade de absorção de energia dos maleriais.. 46. 153 efeilo dos concemradore..c; de ren.c;ão, 156 modificação no proj&o de um parafuso para aumemar. 157 nos freios, 409 de união, 6 I. 483 tétlnica de um conjunto sem-fim e coroa. 383-385 Carboneto, 196 Carburação, 50. 184 Carga
nas molas, 268 nos elementos de fixação rosqueados, 226 nos mancais de rolete.(l. 331 nos pamfusos de potêrlcia., 226 cisalhamemo transversal, 73-76.22.8 em vigas. 73-76 mélodo de castigliano. 106 nas soldas. 258 como coluna (dos parafusos de potência). 228 completamente alternado, resistência à fadiga, 170. 175-177
corpos livres. Vtja Aná.Hse de cargas no corpo livre de flexão puro em vigas curva~ 69-73 em \•igas retas. 68 de impacto nos mrulcais de roletes, 331 dinfun.ioo. Veja Fadjga~ lmpacto dinâ.mioo..c;. I 49 distri? uição entre apoios redundames, 30 em v1gas. 27-29 estático. 149 comparação com o carregamento de impacto. 149 seleçãode parafusos, 238-241 estruturas dl1cteis redlltldanles. 31 excêntricos. li g colunas, 118 soldas. 259-262 Huxo de força. 29. 3 1 impaclo. Vtja Impacto impulsivo. Vtja Impacto imenms, eixo secundário da transmis.d o, 2& paralelo (soldas). 258
496
Índice
por cisalh.ameoto direto, 66 por fadiga, 275-279 projeto de moJa.c; sob, 275w279 por torção, 67 teosão residual, 87 por tração, 128 sl1bito. Vtja Impacto torcionaJ alternado. resistência à fadiga pata. I67
devido à cavitação. 201 devido à corrosão. Veja Corrosão devido ao desgaste, 201 -204 devido às tensões de contaLOemre supetfícies curvas, 205-210 falha por fadiga. 210 Dedendo, 339 Deformação(ões)
análise da roseta delta. 99 da roseta retangular, 100
canas de seJeção de matel'iais de Asbby, 54
Ca,c;tigliaoo, Aibeno. 106 Cotodo, 196 Covitação. 201 Celulósicos., 53 Choque. Veja Impacto Chryslec Corporntion, 431 Cianuretação, 50 Ciclo de vida total, 5
círcuCo de Mohr, 97-99, 100, 102
fabricação, 230
geometria das roscas, 2 18 ma.teriajs. 230 padronização, 217 pré-carga. 230-234 projeto de roscas, 2l8
rosca cilíndrica vustu rosca cônica, 218 helicoidal. 218
tensão(ões) cisaJhante na to~ 221 de apoio da rosca. 226 torciooais. 226. 233
predição de falha, 136
para o e..n ado dedefotm.ações, 102 convenção de notação. 42 de engenharia venu.'i verdadeira. 45 e tensão. Veja Relação ten$ão-defotmação elásticas, I02 medições, 97 pot cisalhamento, '17·99 relação ten$ão-defotmaç.ão elástica. 102 DeMoivte. 143
tipos, 229 Eleuogalvanizaçâo, 183. 196.211 Eletróli!OS, 194, 198 Embreasoos a disco, 405-408 cone. 410 função,405 materiais. 419
representação do estado de tensão, &O tensões combinadas, 78
Desgas
Empacotamento. & Energia c:onservaç11:o, 14
Círculo de Moh.r
para deformações, 97-100, 102
para dois cilindros paralelos, 206
cotro$ão por attito. 203 procedimento analítico. 204
induzidas, 76 tridimensionaJ, 102
CisaJhamento/catg.a..c; cisalhantes
Deslocamooto(s), 97
cau$adO por impacto li.near ou de flexão. 150- 154 torcional. I54· I 56 de eixos escalonados. 105 detetminaç.ão pelo método de Castiglia.oo, I 06-11 1
análise de cargas, 21-29 con..·enção de sillais, 27, 67 duplo, 32, 67 Cloreto de polivinil ( PVC), 54 Cobre. corrosão, 198 Colar lubrificador, 300 Compatibilidade dos materiais. 7
fórmulas, I 02-104 molas. 267-270 por
Componeote{s) de três forças.. análise dos esforços. 26 mecânicos. 3 Compressão, 65 Concentradore.c; de tensão, 156-1 58 Cones primitivos, 374 Confiabilidade, fatores de, 125, 142 distribuição normal. 143
teol'ia da intetferência na predição da. 144 Coosetvação da energia. 14 Coottapotca de totque dominante, 234 Conversotes de totque hidrodinâmicos, 4 33 Copolimel'ização, 51 Correias dentadas (sincronizadas), 427 emV.426
tange.nciaJ de um anel aberto, 109 pistão, 109 viga, 104- 106
Diagtama de fadiga para vida constante, 171. 173 Dialilo ftalato (alilo). 54 Diilmetro primitivo, 340. 370, 378
trabalhe>. 13
Engenharia. 3 considerações ecológicas.. 7-8. 211 considerações soc-iais. 8-9 mec.ânica.. 3 Engrenagem(n~J. 337 cônicas. 367, 374-378 aoálise de forças. 375 aproximação de Tredgold. 374 cones primitivos, 374 exttelltidade mais larga.. 374 geomeuia. 374 tesi stência à fadiga supetficial. 376 tensões de Oexão, 376 ttl!lls de engrenagens, 377 Zetol, 375
de dentes retos. Veja wmbém Engrenagens helicoidais, 337-362
acionamento por correia com. 339 análise de forças. 344-346
Dimensões primárias, 10 secU1ldárias. IO
durabilidade supe.tficial do dente da engrenagem. 352-354
fadiga superficial do dente da engrenagem, 354-356
Distorção plástica, 127 Distribuição normal. 143
geomeuia, 337-342 geração, 342
Durabilidade (dos materiais), 7 Dureza e usinabilidade, 48
interferência, 342-344
E
lei da ação conjugada, 338 materiai,s. 359 padronização, 340
Efeito biaxial (dos amplificadotes de tensões)., 82 triaxial (dos amplificadores de tensão). 82 Eficiência (dos parafusos de potência). 224
til1Ao de contalo, 343 tesistência à Oexão do dente da engrenagem. 346 tensão de flexão do dente da engrenagem. 346 trem de eng.renagen:.~ . 359-362
planas, 424
Correntes de dentes inYettidos, 429 de rolete..(i, 428 Corrosão, 194-211 de placas metálicas. 197 do niquei, 196 em fenda, 196 galvilnica, 197
heterogeneidade eletrodo/elettólito, 1% na engenh.ada. 194 por atri
teosões cfclicas na. 200 estáticas, 199 Corrugação. 119 Corte a fogo. 90 Coulomb. C. A., 136 Cremalheiras. 341
Cromo.l96 Olbos, 398
CUnhagem, 184 CUrva teosão-deformação de engenh.ada. 43 verdadeita. 45 CUstos fatot de segutança, 141 materiais. 42 propriedades mecfulicas. 48
D
Eixo(s), 390-400 aoopLamentos rígidos para, 398 coosideroçõe.s sobre o projeto, 394-397
de acionameoto do vefculo de rran.(õpone 1la neve. 394-397
de carnes potência necessária, 15 torque neces.sário. 13 de esn1erilhadeira, fator de segurança. 179 de transmissão secundária. carregamentos internos. 28
helicoidais.
deslocamentos em, 104- 106 djnâmica dos, girantes, 392-394 fadiga, 178
juntas uoiversais utilizadas em. 399 mancais dos, 390 montagem de oomponentes nos eixos girantes, 390-392 secundário. carregamento interno eJn um eixo, 28 tensões, 78 e deslocamentos totcionais, 155 rransn\i$sãO de torque através de conexões. 397 uniãe> de. 398-400
Elementos de fixação rosqueados. Vt'ja também Parafusos: Porcas, 217
afrouxamento e uavamemo. 234 carregamento axial. 226
trans ..·etsal de cisalhametno. 228 cilfndrioos, 218 cônioos. 218 consideroç.õe.< sobre projeto. 217
\~ja uun~m
Engrenagens de dentes
re!OS, 367-385 análise de forças. 371-373 ãogulo, 370 cilindro primitivo, 371 cruzadas. 367. 373 engrenamento, 372 geometria. 370
tensão de fadiga superficial. 373 de llex~o. 373
definição. 390
comparação com rebites. 253 Dano(s) superficial( is), 194 aspectos econômicos, 211
ptocedimento..(i de projeto. 356-359
materiajs. 359 sem-fim e co.roa, 378-385
''ação de afastamento", 379 diâmetro primitivo, 378 geometria.. 378 En$aiO de Cbarpy, 46. 156
de dure7.a Brinell, 47. 163 peneuação. 47 Rockwell.47
de impacto com entaU\e, 156 de resfriamento rápjdo de Jominy. 50 de rigidez. 42 de tração
estático. 42-46 relação tensão-deformação de eng_enha.ria. 43 relação tensão-deformação vetdadeita. 45 padronizado, 135 12.od, 46. 156 Ema01es. 175, 322
Índice Epóxi, 54. 264 Equações de equilfbrio. 22 de Lewis. 346 de Petroff, 299 de Reynolds para escoamento bidimensional. 301 dimensional mente h.omogêneas, l O Equilíbrio
detenn.inação das cargas. 22 reações redundantes, I II tensõe..c; residuais, 90
E.c;forços intenlos, análise do corpo livre, 25 Estabilidade, 97 e instabilidade elástica. I 14 Estanho. 194 Estelita, 201 Estrias, 392 "Estricção", 43 Estruturas dúcteis com redundâocias, 31 Euler, Leonhard, 114 Extensômetros.. 98
catálogos disponíveis na Internet, 99 elétricos, 98
F Fadiga. 161 de supertTcie, 201 falha.< superiíciais por, 210
nas jwnas soldadas, 262 predição da vida por, 18 1 tratamemos superficiais, 182 FaJha. Vt'ja rambém Fadjga; Daoo superficial, 127-145 análise. 188, 485 definição, 128 diSiorção, 127 fratura, 127·135 modo, 184, 187 por fadiga superficial. 210 tensão axiaJ, 66 teorias, 135·140 Fator(es) de concem.raç.ão de tensão, 81-83 cargas médias superposta.~ às cargas aJternadas, 177· 180 carregamento completamente alternado por fadiga. 175·177 de um componente em T, 85 impo([âocia, 83 nas trincas, 128
engteflagens oônicas, 376 helicoidais. 373 sem-fim,382 métododeCastigliaoo, 106 resiS<ência àfadiga. 162·166. 18 1 tensões dsalhames, 75 re.c;idua.is. 87 vigas,. 27, 67-76 A'uoroplásticos, 53 Auxo de força estruwru dúcte.is com redundâncias. ·31 localização da seção crítica. 29
Força trabalho realizado, 13 unidades, IO Fonnabilidade, 59-61 Formas de arame, 285 Fórmula(s) da secante, 118 de Jobnson para coluoas, I 15-118 pata o deslocamento por torção. 103 Fõ ttinger, H., 430 Fragilização por hidrogênio, 183 Fragmemoção, 210 Fra
G Galling, 202 Galvanização, 183. 195 de cromo. 183 do niquei. 183 GMAW. gas metal are welding (arco de solda metálico a gás), 255 Gradiente.{s) de temperatura, 89 de tensões, 83 Graxas. 293 GTAW- gas tungsten are welding (soldagem a arco gástungstênio), 255 Guest, J. J .. 136
H HaSielloys, 51 Hencky, H., 137 Hertz. Heinrich. 206, 2f17 Holmes, Oli\'er \VendeU, 125 Hueber. M. T., 137
I Impacto, 149-158 a.xial. 152 carregamento estático ver.tus, 149 deftexão, 150. 153 linear, 150-152 too:ional, 154-156 e.m uma esmerilbadeita.. I 55 Índice de esl!>eltez (de colunas), 114 de excentricidade, 119 de qualidade de vida (IQV), 8·9 Influência das dimensões na corrosão, 198 na resistência à fadiga, 168 Informações sobre avisos. 5 Instabilidade elástica, 114 Imetwrelações dos componentes de máqui nas, 437-445 coosttução do diagrama de corpo livre, 440 descrição da transmissão h.idrrunática original. 437 projeto
497
de eogrenagens, 443 de freios e embreagens, 443 lnventivida.de. 4 IQV - fndice de qualidade de vida. 8-9 ISO - lruernatiooal Standatds Otganization, 2 18. 298 lsolante(s). 198 elétrico, 198
J Jateamento com deformação, 184 de impacto. 184. 200 JobnS
sujeitas a umcarregamento estático axial e cisalhamemo direto, 257 sujeitas a um carreg.amemo estático de flexão e torção. 259-262 Wliversais, 39S...400 Yoke, 29
L Laminaçi'lo a frio, 184 Laplace, Pl43 Latões. 51. 204 Lei de Gues~ 136 de Hooke.43 de Newton para escoamemo viscoso, 296 Leonardo da Vinci, 321. 337 Lewis. Wilfred. 346 Ligas. 52 de aço, 49 diagrama de resistência à fadiga, 171 propried~des mecânicas., 459. 464 de aJunúnio. 50 designações de têmpera, 47 1 diagrama de resistência à fadiga, 172 propriedades mecânicas/uso. 469. 4 70 de cobre, 51. 163,472 de duranfquel. 51 de ioconel, 5 I de magnésio, 51, 163.471,473 designações de têmpera, 47 1 prop.riedades mecânicas, 473 de niquei, 51. 163, 474 de titânio. 51,475 de zjnco. 42. 51, 476 ferro fundjdo, 48 iocoloy. 51 não-ferrosas. 50 Rene. 51 superligas, 50, 51 , 468 Udimet. 51 Lim.ite de proporcionalidade. 43 de resistência à fadiga. 163 dos materiais ferroso..;, 163 velocidade do can'egamemo. 150 elástico. con\'enção da notaçl[o, 43 Linhas de Goodmatl~ 173 Lubrificação. Vej(l wmblm Viscosidade autolubri6cação. 313 de contorno, 294.313 de esguicho, 307 de filme misto. 294,313 elastoidrodinãmica.. 315.352 hidrodinâmica, 294-296, 300.302 hidrostática. 294 Lubrificantes pro.,·ünemo, 307 tipos de, 293
498 l ndíce de "manu::J'' para as propriedades de-...;.. 48 dllc
M Macacom
us.inabilidade. 48 durabilidade relativa.. 7
ensaio
Mancais
de dureza por penetração, 47 de traçâo estático, 42. 45
axiais. 314.334 com rolcoes de agulha. 324, 325
de elememos rolantes. Vf!ja também Mancais de esfera" 3 18-335 ajustes, 326 anéis. 322 all"itO, 318.32 1 copooidade de cargo. 330
e.cológicos na seleção. 7 ferrosos. 163 frágeis. 127,138 ís0tt6píco. I 40 nâo-ferTOSOs
de montagem, 334 comgamento por impacto. 332
eletrogalvani2açlo. 183 limite de resist~ncia à fadiga. 163
diCndricos. 322
318
c&licos. 323 dano superl"ldol. 20S.210 de ogulha. 324, 325 dlrnens6es. 327-329 e
requisitos de contiabilidade, 331
de vida, 329 seleç4o. 329 tipos, 321·326 de empuxo. 314
de esreras on~is.
322 blin
e o ~pmr:nto axial. 331 mon. .m.334 e o .,.,.gomemo por impoao, 332 especillis. 324 hi516ôa. 321 ~illis.319
rcqui!;ito• de contiabilidade, 331
de vida, 329 seleçâo. 329. 332 tipos, 320 de rolamentos cOnicos. 323 deliniç!o. 293 deslizantes
comp:.traç.l o com 0.111 mancais de elementos rolanteS. 3 18 mnncals hidrodinâmicas. 302-307.309 materiais. 309 t
tipos. 293 elemeruos rolanses. 390 hidrodlnlmícos grl.fJCOS de projeto. 302.307 309 Manhela em ln guio. an!lise de ~as. 26 Manufaturo. 59-61 Máquina de teste de fadiga de Moore para vigas em rotaçâo, 163 Marcasindieativasde fndiga, 161- 162 Margem de seguronça. 142 Martelomento dos superffcies vulnerá\'eis, 200
"'*10.
Maslow, Abrohom. 9
Massa e momentO de inércia de massa de cocpos homog.êneos. 4$3
específica e resíst~ncia. 54 42-63 anisotrópi<:o. 140 capecidade de llbsorçlo de energia. 46. 153
Material(;,~
cana
de mí~ncia. 54-58 de 5deçllo. 54-58 cla.\oes. 480 compatibilidade. 7 ~ . l'
CU.f\'1
verdndeim. 45 dados das I)(OJJriednde.~;, 42
volu~ti.284
Momentos de inércia.. 453
Monômeros, 51
Motor de uma prensa com volante. 15 ~m volante, 15 Mudanças em uma sociedade. 9
de ooncenttação de tensõe..(i. 83
de se l eç~o. 59-61
carregamento axiíl1. 331
~"""mancais de deslizamento.
fatO<(es)
plana. 280 wiga. 280-283
paro colunas, 119 para engrenageo._ 359
míos •
para embr
pan molas. 266 pan pora(usos e porcas. 230
N Náilon (poliamido). 53 t'ecessidades do..(i usuúios. 7 Newton-meuo, 13 N itruroçllo. 50, 184 t'f~iJ
de necessidades. 9
N""""' de consuuçto. 141 gM't:rrwneruai.s. 5 industriais. S
o
para rebitts, 253 propriedades, 59-62 seleç!lo.42
Óleos luhrifieantcS. 293, 307 Órg!lo oficial de padroni2açto dos EUA. 194
usinabilidade, 48
Oriffc:ios de óleo. 307 SIIA. S
Maxwell, Jnme~ Clerk, 137
8xido
Mcct\niea da fratu!'a, 127-135 de JJiacas e~e..::sas, 129 de placas finas, 128
p
valores. 42
Melomina. 54
Merois c
da tenslo IMdia nominal. 178 das tenslles residuais. 178 de Ca
Metodologio para a solução de problemas envoh•endo comJ>OI:tente..; de máquinas. 12 Microrcyn, 296
feni leno, 53
Pudrôes fotoelástioos. 346
Par sem. fim e cocoa. 367 análise das forças e da eficil!ncia. 379·382 capocidade h!anica. 383-385 rosist~nda à fadiga superficial. 382 - d e !lexAo. 382 Parafusos. ~}a Jtunbim Putafusos de pol!ntil. 229 oumen1o da resislência à fadiga. 247
cabeças arredondadas com acion&mCIXO. 229 carregamento de fàdige. seleçlo. 241 ·247
com rolamentos de esferas. 224 oompressto de apoio da rosca. 226 de potência. 218-226
anel de escora de reação axial. 222 outotra...antes. 223 carregamento
axial. 226
Milipa$CO.I-segundo, 296
Mises. R. ""''· I37 Modelo T, Ford, 338 Modo I, 128 Módulo de tlO.\ticidade. 43 tran.~wersa1 e a viscosidade. 296 de re..<íliencia. 46, 153 de ruprura. I S4 de tenacidade. 46, 153 de Young. 43. 45, 54
..., ..... 31 Mollr. OUo. 77 Molas. V~ja rlllriMm Molas helicoidais sob compressto. 266·2B5 apoiO$ redundantes utilizando. 30 am>cl as de pressJ!o, 284
barra• de to~llo. 266 combinadas.. 153 de esforço constante. 285 de tOI:Ç[O, 283 dcfiníçâo. 266 cm IQmina.•. 28(~283 feixe de, 280.283 rormas de llnlJlle, 285 Ganu. 285 ht:licoidai., de extensão, 279 scb cornpress!lo. 27().279 an41ise de ftambagem, 272 tenSJo/resistbtcia. 27().272 procedlmento de proje10 para caaegamelllo e!iiÃtico, 273-275 por fadiga. 275-279 projeto, 273 hidráulicas, 266 hidropneumáticas. 266
mmerinis.. 266
como coluna, 228 tratts.versal de cisalhamento. 22,jj
contato pot rolamento nos. 224 de rosca quadrada. 223 eficiência. 224 finalidade. 218 fotmas de rosca. 218 tensllo(tles) cisalbarues nas roscas~ 227 de apoio na rosca. 226 JOtCiooais.. 226
tipos de roscas. 218 torque aplicado l porca. 222 valores do &\guio de rosca no plano normal. 223 dos coeficienteS de atrito. 22J de translação. Veja Parafuso de potência li.açto de suportes, seleçto, 240 llnnge de vasos de pressJ!o, seleç5o. 246 projeto pela re..'llistência ao impacto, I!i7
seleçao para carregamento de fadiga. 242-245 estático, 238--24 1 tipos, 229 uoçllo
com fO<Çaexterna deseparaç!loda uni5o, 235·238 de pré-carga inicio!, 230-23'. 242-24S
Puscal-segundo, 296 Passividade. 196, 199 pt libta. 13 !'tliln-força(fi.Jb).ll
Perlita,l96 Pinhlo. 338
Placas corros!o de placas metálicas. 197 de reforço, 31 fatores de ooncentraÇio de tens.llo, H-4 fttunbagem localizada. 119 fratUI"il mecânica
Índice finas. 128 espessas.l29 Planos prillápais.
n
Nstic:os.SI -34 ap~.479
de cadeia CI'U1.llda. 52 designaçllo. SI lineares. S2 propriedades mecftniea.~;, 4n reforçados. S 1 com llbnl<. S3 de carbono, 52 de vidro. 52 lennoplást.i co..~ . S4. 478 irrevers fvt L~;, S4
Poliamido (n4ílon). S3 Policarbonato. S3 Politster. S3. S4 Poliatireno. S3 Polietileno. S3 de alto peso mol
de csooamemo. 43 de interferência, 342-344 Porcos com parafusos de pot~nc ia, 222 compressGo de apoio da rosca. 226
conuaporca. 234 de apertO. 234 de giro livn:. 234
Pocb>tia.l4 eixo de carnes. IS
motor de uma p-ensa. 15 lrall$ntitida pelos oomponentes de mjquinas em rocaçlo. 14 Pr
cOR! ideroçil
seguro nas condiçol5e< de falhas. 5 Propriedades das 4reas. 450-453 dos materiais. 59-62
PVC (tlorcto de polivinil). S4
Q Quilowau. 14
R Ranhut05 de óleo. 307 Rasgos de chtV
padrol!iDdoo. 254 tubulares. 2S4 Rccozimen10. 90. 200
Reforços oom placas. 31 de plásticos, 52 RegiGo
de encruamento pláslioo (C\U'\'3 tens:io-deformaçAo ' 'erdadeira), 46
de radiga, 16 1
de tron.~içlo (cu!'"a ten~~defonnaç.:to \'erdadciro.), 46 ehbticn (curva tensão-defonna.ç.ão verdadeira). 4S Regra o.cum"Uhuiva l inear do dano. 181 deMiner,l81 de Palmgren. 181 ReloçGo ""'silo-deformação de en;genllaria. 43 elútica. 102 linear. 102 \'erdadtira. 4S
Resililntia. 46 módlllo de. 46. 153 Resist&cia Uadiga. 162-1 66 aumento no caso das uniões soldadas. 247
c.arreg.runemo completamente alternado. 170. 175-ITI definição, 163 d imensõe.~ da superflcie. 168 e:feho dos tratamentos superficiaL~. I82 na concentração de tensões. 175· HIO na tens[omédia.l70-173.177· 180 rmores de segurança. 140 para carregamento axial alternado e de fle.do alternada. 166 bídimensional alternado. 167 torcional altemado. 167 paraftexllodepeçasroouivas.l62-166 por flexllo alternada. 166
de transmiss!o de um automó\•el. 23 intemocional de unidades (SI). IO. 446-449 SMAW- shlelded metal are welding (soldagem a arco corn rnetal pr01egido). 255 Sobrecarga de projeto, 140 Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE . Society of Automotive Engineers). 218.230.297 Soldagem. 255-251 00100
com Huxo nucleado (FCAW • Oux·rored ""' welding). 255 cam metal protegido(SMAW . shiel
cedhnicos. 54·58 compostos, 54-58
rn.eláJicos, 54- 58 para pol!meros, 54-58 convençtlo da nolação. 42 dOOos de en.~aios wrsus dados de manuais para dlculo, 48 de um dente de engrenagem sob Hexllo. 346 e massa especifica. S4 • rigidc2. 54 e temperatura. 57 e volocidllde de canegameruo. ISO ensaios.. 42 de dureza por peneuaçllo, 47
Risco. 6 acme. 218 helicoidais. 217 ISO para parafusos. 218, 220 quadrada (parafusos de potência). Z23 UI'>C. 218 UI'>F. 218 unificadas para parafusos. 218 Rosetas delta. 99 retangulares, 100
efcth·ido.de do custo. 254 materiais. 253
búiro de furo, 494 de oontrole hidn!ulico. 437 de engrenogens. 437
para materiais
escoarnenlo, 150
256
Sistema
oonvenç!lo de n001çllo, 43 velocidode de taJTegam
Rosca(s)
rosqueado•. 2S3
submerso~
Seçlo critica. 29 Segunda lei de Newton. 10 Segund"' Saybol~ 296 Segurança, considerações sobre. 4-7, 140· 142 aspectos não. técnicos, 6 consciência. 4 deli ni ç~o. 140 e 11 habilidade. 4 e a margern de segurança. I 42 estimativa para os componentes de aço. 139 fatores de, 125 ~leçâo de \'aloces numéricos. 141 técnicas e orientaÇÕeS. 5 Scleçllo dos parafusos do llange de um '""'de pressllo. 246 Série ga]vGruea. 195 Silicon<. S4 Sincloir. tlarold. 431
e fatoreS de seguttnça. 140 ao escoamento, 43
Ras~.202
oomparaçlo com os elementos de fixação
Schenectady. S. S .. 127 SAW • submerged are welding (soldagem a an:o
Hrarura.l28
Razllo de conlli!O (RC). 343 Reaçil
eleboqulnticas. 194-196 redundantes. 111-114 Rebite(s). 2S3-2SS cego. 2SS
s
• ttoçllo. 140
limite(Oitima), 149, 163 significante, 140, 142 Rcvegimento, 61 de rosrato, 197 de óxidos, 197 Rcyn, 296 Rcynold<. Osborne, 296 Rigidez, 97 conswntede mola. 102·104 de molas., 284 e a re.~ i st.!ncia, 54 e os apoios redundantes. 30 lllicodunu. 353
499
por re.sislêocia. 256 por n>taÇâo. 256 por •ibraçllo. 256 11G (rungucn-inert gas~ 2S5 ultra-s&lica. 256
Soldas por filetes. 2S8 Soluçlles de engenharia. 3 Sulfeto de polifenileno, 54 SupetdimensiOJlameoto, 125 Super1lcie(•) curvas. tensões de contato. 205-210 do dente de uma tilgcenagem. 352..356 resistência à fadiga. 168 Superliga.< baseadas em ferro, 50, 468 baseados em niquei. 51 Suponts deslocamentos de suportes redundontes. l i 1-114 fixação por parafusos.. 240
T Tlmpera.49 a fogo, SO por illduçio, 50. I &4
Temperatura de tr1lllsição. 127, 156 e o corros!o, 198-199
e o resistência. 57 efeito da, na viscosidade. 194. 301:1
500 Índice tensões térmicas, 89 Tenacidade, 46
módulo de, 46. 153 Teosão(ões) alternadas. 166, 170 atuantes em componentes, 65-90 carregamento
axial. 65 por ci~lhamento direto, 66 por cis.alhamento transversal. 73-76
por Hexão pura, 68-73 por torção, 67 fatores de concentraÇão, 8 I -83 residuais. \i!ja Tensões residuais bidimeosionais, 80, I02 teoria de Mohr modificada, 139 capacidade de medjção, 97 cfclica na C01"1'0são, 200 cfrculo de Mohr para estado de tensão, 102
cisalhante(s) di>
em vigas, 73·76 na rosca, 227 te1lsões de flexão, 75 colunas, 119 combinadas, 78 compressiva de apoio da rosca, 226 com·enção da omação, 42, 46 de fadiga superlicial
engrenagens cônicas. 376, 377 helicoidais, 373 sem-fim, 382
devidas a um impacto linear ou de flexão, 150- 154 torcionaJ, 154- 156 dimensional. I02 e deformações planas, 128
tridimensionais, 80 uniax.iais, 80
''Tensão de projeto", 140 ''Tensão de trabalho". 140 Teoria(s)
e corrosão, 199 nas molas, 267-270, 273-275
flutuantes.. 170 induzidas, 76 máxi ma/mfnima, 170
média na resistência à fadiga,l70- 173 máxima ver.tus, 65
principal nula, 80 residuais, 87.90 na flexão. 87 no carregamento axial, 86
por torção, 87 nos aços, 00
pnr calor, 89
das falhas estáticas, 135-140 de Coulomb-Mohr, 138 de faiJtada c isalhame máxima. 136 nonnal máxi ma, 136
deMohr
Uoidade{s). 10-1 1 básicas. 10 do sistema gravitacional ioglês, lO fatores de conversão, 446-449 inglesas de engenh.atia. IO prefixos SI. padronizados, 446-449
ténnica inglesa (BTU). 13 por segundo, 14 Uniões por parafusos, capacidade de carga por cisalhamento. 239
Ureia, 54
lttodificada, 138 resistência à fadiga. 168
de Tresca, 136 Termoplásticos, 52. 256, 479 irrevers:fveis, 52. 54
''TI1e One-Hoss Shay" (Oliver Wendell Holmes), 125 Timoshen:ko. S. P., 137 Tintas, 198 Titânio, 166 atrito,. corrosão por, 204 corrosllo, 196 Thlerâncias, 494
Usinabilid.ade. 48
v VaJores associados aos materiais. 4 2 de engenharia, 42 Vibração, 149 nas uniões com parafusos de potência. 223
Vidosic, Joseph, 142 Vigas
catga
Torção
concentrada no meio do vão, de$locamemo, 107 de cisalhamento ttaOsversaL 73*76 curva.~, Oedo, 67-76 de madeira. 154 deslocamento, 104. 486-493 eng:lSladas, 486 deslocamento, 108 fórmulas do deslocamento e da rigide.z, 103 impacto pot flexão. efeito de molas combinadas, 153
convenção de notação. 42 elemeotos de fixação rosqueados, 226,233
método de <:astigliano, I06 pamfusos de potência. 226 Thrque eixo de cames, 13 motor de preosa, I 5 transmissão de. Veja Tmnsm.issão de potência
Tower, Beauchamp, 300 Trabalho. 13 Tração. 65
retas, Hexão, 68 te.lsões de Re:dio na fibra externa. 75
Viscosidade, 296-300
radial, 73 Transfonnações de fase. 90 Transmissão. Veja também Transmis..c;ão de potência, 24 carregamentos internos no eixo secundário. 28 de potência. 424 por acionamemo hidtodinfunioo, 431 por correia, 424-427 por correme, 427-430 por engrenagem. Veja Ellgrenageos Tratamentos qufnticos de endurecimento superficial, I 84 supe.r.ficiais e resistência à fadiga. 182 térmicos de endurecimento da superffcie, 184
Trens de e ngrenagens. 359-362. 377 Trinca
significante, 142
comprimento, 128, 184, 187, 188 propagação. 128, 129. 185. 188
superficial por fadiga
tensão-cotro~o.
ténnicas, 89
União com aj uste por encaixe. 253
da energia de distorção máxi ma (teoria da máxima tensão cisalh.ame octaedra1), 137 da interferê1lcia na predição da confiabiiidade. 144
em arco, 30
estática
u
atrito viscoso. 299 efeitos temperatuta/pressão, 298
medição. 296 módulo de elasticidade transversal, 296
padrões para, 297 unidades, 296 Volantes. 15 de uma prensa. 16 Vulcan-WerkeA. G .. 430
w Wan, 14
z
199
Thbos, flambagem localizada, 119
Zinco, 195
t\ltêntlice R-la P ropriedades d.ft,s Áreas A = área. in 2 I = momento de inércia. in..
= módulo de resistência da scção. inl p = raio de giraç;io. in y = distância ccntroidal. i n
Z
J = momento polar de inércia. itt'
ra_L. I ' ..L
b-IT
A= bll bl~ 1= -
p =
0.28911
-
h
fi =
0.23611
Y"'2
12 bll2 Z= 6
Retãngolo
-
)' =
h
3
Trdngulo qualquer
~u---l
Jt----\~ I IT z b
Trapéllo qualquer
11
A= 2(a
1 2
lr (a
-!!.J2+ 4ab
+ b) +
(a+ b)2 _ 11 (2a+b) \' = . 3 (ct + b) P- 6
b2)
I = --''------___..:. 36(a + b) h 2 (a2 + 4ob + b 2)
= - .:::..._.,---.::..:.,.,__::_..:.. 12 (a + 2b) 1rtt'
J =-
32
d
p= -
4
CirculO
Anel
f\pêndiee A-la Fatores de Conversão de Unidades dos Sistenuts CravitCtcional l nglês, Inglês de Engenharia e S I Grandeza
Gravitacional Inglês e loglês d e E ngenharia•
Unidades do SI•
Fa tores de Conversão
polegada (in ou ") pés (fiou') .mi.1M (mi. EUA)
1lll:!m (m)
Volume
galão (gal. EUA)
llll:I!:Q• ( m')
I gal = 0.003785 m' = 3.7851itros
Força (peso)
.l.i.ll.l:ll (lb)
newton• (N)
llb = 4.448N
TOJquc
~(lb·ft}
newtOn·mclro (N·m)
I lb·ft = 1.356 N·m
Trnb:llho. Energia
~(ft·lb)
joule< (J)
I ft·lb = 1.356 J
Potência
né-!ibrn{squndo (ft ·lbfs) cavalo-vapor" (hp)
wau• (W) gui12wan (kW)
I fHbfs = 1.356 W I hp = 0.746 kW
Tensão. Pressão
lilulllin' (psi) milba~ !k librnslin' (ksi)
pascal• (Pn) megnpascnl (MPn)
I psi = 6895 Pn I ksi = 6.895 MPn
Massa (Inglesa)
s.Wt
quílogrnma (kg)
I slug = 14.59 kg
MMSn (Inglesa)
lbm'
quilo~mma
I lbm - 0.454 kg = 454 gmmas
Comprimento
• 1 in = 0.0254 m = 25.4 mm '"I n = 0.3048 m = 3().1.8 mm I milha ., 1.609 km = 1609 m
IIl!:IJl! ( m) quil6m&ro (km)
(kg)
•As unid3des momrts e:st3o s:ubJintpd!lS. •1 bp • 550 fHbl~:· I J • I N·rn:• I N • I kg·mls':' I PI\ • I Nlrn':' I slug • llb·s'tn:• I \V •Un13 ddiniçAo e•aro.
•
I Jfs:' I slu1• 32.21bm
Aa•êndice B-2 M(l,ss(l, e Momento de Iné rcia de Mcusa de Corpos Homogêneos p -
massa cspccflicn
mL~
I. = I = 12
,, 111
'ttd~lp = -4
Disco III
= a/xp
m 2 +c·) ' I =-(o -·
12
Pnsma retangular
md2 I ~ =8I,= I,= C•llndro
-:rLp
III
m 48
., .,. (JJ· + 4U)
.,
2 I y = I •.= .!!!..(3d 48 O Clhndrooco
.,
= - - (d" - d") 4 o '
+ 3d1I + 4L 2)