A partir do século XX, a crítica literária rompeu com os paradigmas tradicionais que permeavam as concepções de língua, nação e História, agregando um...
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Mário de Andrade
UNIRIO – UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ALUNO: Alexander Rodrigues do Amaral CURSO: Letras – Bacharelado DISCIPLINA: Seminário de Trabalho de Conclusão de Curso PROFESSOR: André Gardel DATA: 0!"0!#0"$ ANTROPOFAGIA COMO MÉTODO: VERONICA STIGGER E OSWALD DE ANDRADE NO ENTRE-LUGAR DA ESCRITURA CRÍTICA CONTEMPORÂNEA RESUMO
A %artir do século &&' a cr(tica literária rom%eu com os %aradigmas tradicionais )ue %ermea*am as conce%+,es de l(ngua' na+ão e -ist.ria' agregando uma .tica %lural' descentrada e multidisci%linar/ %rinci%al resultado dessa ru%tura reside no crescente )uestionamento da hegemonia da cultura euroc1ntrica/ 2iante desse no*o discurso cr(tico' o %resente %ro3eto %retende e*idenciar como esse método re*erbera na literatura brasileira contem%or4nea não como mera c.%ia de modelos consagrados' mas com di5erencia+ão' atuali6a+ão e digestão desa5iadora da tradi+ão/ A %oesia de ex%orta+ão conclamada %or s7ald de Andrade em seus mani5estos dialoga diretamente com o roma romanc ncee Opisanie Opisanie Świata Świata' de 8eronica ronica Stigge Stigger' r' )ue utili6 utili6aa re5er1 re5er1nci ncias as claras claras ao modernismo heroico brasileiro sem' entretanto' se tornar uma mera obra re%etidora dessa tradi+ão/ 9s%era:se demonstrar )ue essa autora tra*a um diálogo em%arelhado com seus antecessores' sem colocar:se em situa+ão de subordina+ão/ Ao in*és disso' seu trabalho remete a um 5a6er com )ue am%lia as %ossibilidades de leituras da nossa realidade contem%or4nea/ contem%or4nea/ ideal antro%o5ágico seria assim %roblemati6ado %or meio da coleta de res(duos de outros autores e seu rearran3o' como numa colcha de retalhos' remetendo ;s ideias de alteridade e di5eren+a' conceitos tão caros ao descentramento %ro%osto %or toda a cr(tica %.s:estruturalista/ %.s:estruturalista/ Palavras-!av": 8eronica Stigger' Antro%o5agia' s7ald de Andrade/
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Antro%o5agia como método< 8eronica Stigger e s7ald de Andrade no entre:lugar da escritura cr(tica contem%or4nea Alexander Rodrigues do Amaral
Antro%o5agia como método< 8eronica Stigger e s7ald de Andrade no entre:lugar da escritura cr(tica contem%or4nea Alexander Rodrigues do Amaral
INTRODU$%O
A %artir da segunda metade do século &&' a cr(tica literária %assou %or signi5icati*as mudan+as em sua atua+ão/ 9m %rimeiro lugar' a abordagem %assou a ser multidisci%linar' incluindo nos estudos as demais ci1ncias humanas/ Ademais' rom%eu: se com alguns %aradigmas tradicionais )ue %ermea*am as conce%+,es de l(ngua' na+ão e -ist.ria' agregando a eles uma .tica %lural e descentrada/ %rinci%al resultado dessa ru%tura reside no crescente )uestionamento do eurocentrismo como cultura hegemMnica/ >a %rática' obser*ou:se uma busca %ela re*isão do c4none literário essencialmente euroc1ntrico' o 5ortalecimento dos estudos de g1nero e de identidade' a *alori6a+ão das ex%ress,es culturais rotuladas de NmarginaisO e' sobretudo' a constru+ão de um método cr(tico )ue se3a ca%a6 de abranger as di5eren+as culturais' ao in*és de tentar cristali6á: las PC?T=>-' "QQ' %/ :"/ Sil*iano Santiago %ro%,e como alternati*a Num no*o discurso cr(tico' o )ual %or sua *e6 es)uecerá e negligenciará a ca+a ;s 5ontes e ;s in5luencias e estabelecerá como Unico *alor cr(tico a di5eren+aO PSA>T=AG' "Q' %/ #"/ F com base nesse no*o discurso )ue ele a%onta como 5undamental o %a%el do escritor latino:americano nesse %rocesso' %ois segundo sua análise' esse escritor seria ca%a6 de estabelecer uma reorgani6a+ão da tradi+ão euro%eia' agredindo:a' desmisti5icando:a' rearticulando:a e digerindo:a/ A sua condi+ão de coloni6ado cria simultaneamente uma amarra' )ue lhe im%ede a liberdade total dos textos canMnicos' e também uma *isão mais am%la desses métodos tradicionais' o )ue lhe %ermite escre*er uma obra segunda não inocente e' %ortanto' ca%a6 de criticar a anterior ; )ual se sobrescre*e/ Dro%onho:me a a%ontar nesse trabalho como esse método re*erbera na literatura brasileira contem%or4nea não como mera c.%ia ou recal)ue de modelos consagrados' sem sim%li5ica+,es ou abrandamentos )ue tornam a %e+a literária ins(%ida' mas com di5erencia+ão' atuali6a+ão e digestão desa5iadora da tradi+ão/ alo das 5ormas corais de ex%ressão art(stica' a)uelas dotadas de mUlti%las *o6es' de caráter h(brido e )ue se %autam na discord4ncia e na re5ra+ão de mUlti%los sentidos %oss(*eis PFG98A>2' #0"I' %/ I/ 9ssas 5ormas in5ormes' segundo lora SVsseWind' criam um %roblema %ara o cr(tico )ue busca enga*etar a obra em um g1nero literário es%ec(5ico e sacam o autor de um lugar %ro5issional )ue lhe garante es%a+o no mercado editorial' %orém lhe su%rime a 5or+a de escritura PSXSS9Y=>2' #0"K' %/ #0/
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Antro%o5agia como método< 8eronica Stigger e s7ald de Andrade no entre:lugar da escritura cr(tica contem%or4nea Alexander Rodrigues do Amaral
A leitura de Opisanie Świata P#0"I' da gaUcha 8eronica Stigger' nos a%resenta elementos su5icientes %ara %ensarmos nesse ti%o de literatura h(brida e %ro*ocati*a/ >a %rimeira leitura da obra' se tornam e*identes as re5er1ncias ao modernismo brasileiro da década de "Q#0' toda*ia ela não se torna uma mera re%eti+ão dessa tradi+ão/ Delo contrário' 8eronica tra*a um diálogo em%arelhado' sem colocar:se em situa+ão de subordina+ão' com a obra de Raul Bo%% e com os conceitos da antro%o5agia de s7ald de Andrade/ Ambos os autores são tomados de em%réstimo %ela narrati*a' mas a com%osi+ão dessas %ersonagens não se limita a%enas a re%etir 5atos biográ5icos ou bibliográ5icos das 5ontes/ -á uma mescla entre o hist.rico e o 5iccional neles )ue instiga o leitor a não se acomodar com uma leitura enciclo%édica/ A rela+ão' %ortanto' )ue Opisanie estabelece com a tradi+ão remete a um N5a6er comO PL9S' #0"K' %/ QI )ue am%lia as %ossibilidades de leituras da nossa realidade contem%or4nea/ ideal antro%o5ágico é assim reno*ado %or meio de uma coleta de res(duos de outros autores' )ue são rearran3ados como numa colcha de retalhos/ 9sse %rocesso remete ;s ideias de alteridade e di5eren+a' conceitos tão caros ao descentramento %ro%osto %or toda a cr(tica com%aratista %.s:estruturalista/ A ideia de estrangeirismo me %arece essencial %ara a constru+ão da obra no )ue concerne a %ro*ocar no leitor uma sensa+ão de estranhamento' de não %ertencimento' de %erda do )ue lhe é 5amiliar/ mo*imento de %alWa tem %or ob3eti*o a busca %or esse elo 5amiliar' mas a sua chegada ; Ama6Mnia é marcada %ela %erda em de5initi*o desse elemento/ A morte de seu 5ilho acentua ainda mais a sensa+ão de incom%letude e de desconcerto do mundo/ 9m entre*ista sobre esse tema' a autora a5irma )ue Nnão se %rodu6 conhecimento' muito menos trans5orma+ão' a %artir de uma %osi+ão de con5orto/ Delo contrário' é o descon5orto' a descon5ormidade' )ue le*a ; dU*ida' ao )uestionamentoO PST=GG9R' #0"I' %/ #/ t(tulo do romance' )ue em %olon1s signi5ica Ndescri+ão do mundoO' 5ortalece a ideia de um %ro3eto< NDara descre*er o mundo de no*o Ptal*e6 se3a essa uma das 5un+,es da literatura e da arte< descre*er o mundo a contra%elo de suas inter%reta+,es usuais Z///[ é %reciso' antes' estranhá:loO P=bidem/ Relembrando o conceito ben3aminiano de 5a6er uma leitura da -ist.ria a contra%elo' Stigger dialoga diretamente com o )ue Roland Barthes a5irmou sobre o %a%el da cr(tica<
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NA cr(tica não é uma homenagem ; *erdade do %assado' ou ; *erdade do outro' ela é constru+ão do intelig(*el de nosso tem%o' Z///[ a3uda simult4nea e dialeticamente a deci5rar e a construir Z///[ uma 5orma geral' )ue seria o intelig(*el mesmo )ue o nosso tem%o dá ;s coisasO PBART-9S a%ud CADS' #0""' %/ I:K/
F no cum%rimento desse %a%el ambi*alente' desconstruti*o e construti*o' )ue 8eronica Stigger se insere no entre:lugar da literatura contem%or4nea latino:americana' utili6ando:se dos no*os signi5icados dados ; antro%o5agia %or autores como 9*ando >ascimento' 9duardo Ster6i' \osé Ce6ar de Castro Rocha e 9duardo 8i*eiros de Castro como método criati*o/ 2esse modo' sua %rodu+ão literária não trata de re%etir ou com%lementar a ideia os7aldiana de antro%o5agia' mas sim de uma no*a constru+ão do termo' *oltada %ara a alteridade e %ara os *erdadeiros antro%.5agos brasileiros< os %o*os ind(genas/ Com o 5oco nesse método de cria+ão antro%o5ágico de 8eronica Stigger' a análise )ue reali6amos nesse trabalho %arte inicialmente do estudo do %r.%rio Manifesto Antropófago' base de toda a teoria desen*ol*ida %or s7ald e %or seus colegas de mo*imento na década de "Q#0/ A %artir da(' %ro%omos uma re5lexão cr(tica acerca dos autores brasileiros )ue 3á ha*iam se a%ro%riado do tema antes mesmo dos modernistas e com%arati*amente dos usos do conceito de antro%o5agia a %artir da segunda metade do século && até a contem%oraneidade/ Tal análise culminará no estudo da obra Opisanie Świata e %retende e*idenciar )ue a autora utili6a:se de um método criati*o essencialmente baseado nessas no*as leituras da antro%o5agia e )ue esse método %ossibilita uma escritura cr(tica em rela+ão ao %assado tido como canMnico/
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R"&"r'()as
A>2RA29' s7ald de/ ani5esto antro%.5ago/ =n< RC-A' \oão Ce6ar de Castro ] R?=>9LL=' \orge Prg/ Antropofagia Hoje? s7ald de Andrade em cena/ %/ #:I#/ São Daulo< 9ditora F' #0""/ ^^^^^^^^^^/ Pau brasil / São Daulo< Globo' #0""/ CADS' -aroldo de/ ?ma %oética da radicalidade/ =n< A>2RA29' s7ald de/ Pau brasil / %/ "Q:K/ São Daulo< Globo' #0""/ C?T=>-' 9duardo / Literatura com%arada' literaturas nacionais e o )uestionamento do c4none/ =n< Revista brasileira de literatura comparada/ %/ :I/ Rio de \aneiro< Abralic' "QQ/ L9S' asé/ canto do cisne< Raduan >assar entre tr1s tem%os/ =n< L=>S' 8era et al Porg// Interpreta!es liter"rias do #rasil moderno e contempor$neo/ %/ Q":"0/ Rio de \aneiro< Letras' #0"K/ FG98A>2' artin/ Coralidade/ =n< %rdimento/ lorian.%olis' */ "' n/ #0' %/ I:IQ' set/ #0"I/ 2is%on(*el em _htt%ASC=9>T' 9*ando/ A antro%o5agia em )uestão/ =n< RC-A' \oão Ce6ar de Castro ] R?=>9LL=' \orge Prg/ Antropofagia Hoje? s7ald de Andrade em cena/ %/ II":I#/ São Daulo< 9ditora F' #0""/ S9Y=:2?DRF' =n1s/ 2a antro%o5agia ; transluci5era+ão/ =n< L=>S' 8era et al Porg// Interpreta!es liter"rias do #rasil moderno e contempor$neo/ %/ #I:I/ Rio de \aneiro< Letras' #0"K/ D9>>A' \oão Camilo/ orma+,es do su3eito colonial< su%lemento' de%end1ncia' cosmo%olitismo/ =n< Revista Alea/ Rio de \aneiro' */ "K' n/ #' %/ #Q$:I0' 3ul/ – de6/ #0"#/ RC-A' \oão Ce6ar de Castro/ ?ma teoria de ex%orta+ão ou< Nantro%o5agia como *isão de mundoO/ =n< RC-A' \oão Ce6ar de Castro ] R?=>9LL=' \orge Prg/ Antropofagia Hoje? s7ald de Andrade em cena/ %/ K:/ São Daulo< 9ditora F' #0""/ SA>T=AG' Sil*iano/ entre:lugar do discurso latino:americano/ =n< %ma literatura nos trópicos/ São Daulo< Ders%ecti*a' "Q/ ^^^^^^^^^^/ Dor )ue e %ara )ue *ia3a o euro%eu =n< &as mal'as da letra( %/ ##":#K0/ Rio de \aneiro< Rocco' #00#/ ST9R=' 9duardo/ 2ialética da de*ora+ão e de*ora+ão da dialética/ =n< RC-A' \oão Ce6ar de Castro ] R?=>9LL=' \orge Prg/ Antropofagia Hoje? s7ald de Andrade em cena/ %/ KI:K$K/ São Daulo< 9ditora F' #0""/
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Antro%o5agia como método< 8eronica Stigger e s7ald de Andrade no entre:lugar da escritura cr(tica contem%or4nea Alexander Rodrigues do Amaral
ST=GG9R' 8eronica/ Opisanie Świata( São Daulo< Cosac >ai5' #0"I/ ^^^^^^^^^^/ 8acina antro%o5ágica/ =n< RC-A' \oão Ce6ar de Castro ] R?=>9LL=' \orge Prg/ Antropofagia Hoje? s7ald de Andrade em cena/ %/ 0": "0/ São Daulo< 9ditora F' #0""/ ^^^^^^^^^^/ 9ntre*ista 8eronica Stigger/ =n< )arupa/ Rio de \aneiro' */ "' n/ 0' ago/ #0"K/ 2is%on(*el em _htt%2' lora/ b3etos *erbais não identi5icados/ =n< L=>S' 8era et al Porg// Interpreta!es liter"rias do #rasil moderno e contempor$neo/ %/ #0I:#"#/ Rio de \aneiro< Letras' #0"K/